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2/14/2018 Em artigo, presidente do CAU/RJ defende projeto completo | CAU/RJ

   
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Em artigo, presidente do CAU/RJ defende projeto completo
Queda da ciclovia é mais um exemplo da importância do planejamento
12 de Maio de 2016

O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) divulgou, recentemente, o laudo preliminar sobre a queda de um
trecho da ciclovia Tim Maia, no dia 21 de abril. Segundo os peritos, foi feito estudo sobre o impacto das ondas
sobre os pilares, mas não sobre a plataforma. O projeto não teria previsto o impacto das ondas na plataforma de
baixo para cima.

Se essa informação for comprovada, mostrará mais uma vez, e infelizmente a partir de uma tragédia, a
necessidade do projeto completo para as obras públicas e a importância de se discutir a forma como são
contratadas as empresas que as executam. A busca pelos erros que levaram à morte duas pessoas e apontaram
mais uma vez, de forma negativa, os holofotes da imprensa nacional e internacional para nossa cidade deve ir além
da identificação e punição dos culpados.

No caso da ciclovia Tim Maia, o consórcio Contemat/Concrejato foi contratado por licitação do tipo menor preço a
partir do projeto básico fornecido pela prefeitura do Rio, por meio da fundação Geo­Rio. O projeto executivo e a
execução da obra ficariam, portanto, a cargo da empresa.

A Lei de Licitações (8.666/1993) permite a contratação das obras públicas a partir de projetos básicos. Isso significa
que a empresa será contratada com base em diretrizes simplificadas da obra. Pontos como a especificação dos
materiais, o detalhamento das técnicas e da construção, as sutilezas do terreno somente constarão no chamado
projeto executivo. 

É um equívoco acreditar que o tempo dedicado ao projeto executivo represente um atraso ou um entrave
burocrático ao andamento de obras. O tempo maior para a realização dessa fase é compensado porque o projeto
executivo acelera a execução das obras, ao evitar surpresas e oferece maior precisão sobre os custos, por
exemplo. O que aconteceu na ciclovia, quaisquer que sejam os culpados, mostra a necessidade de se valorizar a
fase de planejamento e desmistificar entre a população a falsa ideia de que uma obra está em andamento apenas
quando a construção começa.

Outro modelo que tem sido adotado para a contratação de obras públicas é o Regime Diferenciado de Contratação
(RDC), instituído pela Lei 12.462, de 2011, com o objetivo de dar celeridade às obras da Copa do Mundo e dos
Jogos Olímpicos. Uma das modalidades do RDC é a contratação integrada, combatida pelo Conselho de
Arquitetura e Urbanismo (CAU). Por meio dela, a administração pública delega o planejamento, desenvolvimento e
execução da obra a uma única empresa, que fica responsável, dessa forma, por todas as etapas, do projeto básico
até a entrega final!

A cultura da urgência que parece vigorar atualmente, ou por motivos políticos ou por causa de falhas no
planejamento, faz então com que o projeto, etapa fundamental de obras, seja negligenciado ou elaborado às
pressas, comprometendo a qualidade das edificações e das intervenções urbanas e, consequentemente, a
segurança da população.

O CAU defende a revisão da Lei das Licitações, para que seja incluída a exigência do projeto completo antes da
contratação da obra, a obrigatoriedade de concurso público para a contratação do projeto completo, e para que seja
vedada a contratação integrada. Entendemos que o poder público só deva contratar a partir do projeto completo.

http://www.caurj.gov.br/urgencia-como-desculpa/ 1/4
2/14/2018 Em artigo, presidente do CAU/RJ defende projeto completo | CAU/RJ
Não é correto que projetos sejam elaborados paralelamente ao andamento de obras ou que as construções sejam
levadas adiante com base em estudos preliminares.  E como assegurar a salutar fiscalização cruzada entre o autor
do projeto e o executor da obra, se a responsabilidade por ambos é atribuída à mesma empresa?

O acidente ressaltou outro ponto que parece equivocado na concepção da ciclovia. Uma intervenção urbanística
desse porte, que interfere na orla do Rio, precisaria ter sido precedida de amplo debate, com a participação de
arquitetos e urbanistas, da sociedade. É um exemplo da importância do concurso público como forma de controle
social.  Um projeto assim deve estar inserido em um plano de mobilidade urbana mais amplo; levar em
consideração as características ambientais e sua relação com a paisagem, ainda mais quando se trata de uma área
tombada. Interferir nesse cenário, mexer em sua harmonia, somente com muito planejamento, sem açodamento.

Sem a preocupação com a intervenção urbanística, sem o projeto executivo, sem planejamento bem feito, ideias
equivocadas vão à frente, obras atrasam, dinheiro público é desperdiçado, equipamentos urbanos são entregues
sem qualidade e a segurança da população é ameaçada. É preciso ter mais respeito e responsabilidade com
nossas cidades.

Jerônimo de Moraes é arquiteto e urbanista, presidente do CAU/RJ

« Manifesto: “Arquitetos e Urbanistas contra a PEC 65/2012”
Presidente do IAB­SP, em artigo, ressalta a importância do projeto »

http://www.caurj.gov.br/urgencia-como-desculpa/ 2/4
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