Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO
EMPREENDEDORISMO EM FISIOTERAPIA. A
VISÃO E O PLANEJAMENTO DE UM NEGÓCIO
INOVADOR
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
1. Empreendedorismo. 2. Fisioterapia.
“Venha para a beira” disse ele.
APOLLINAIRE
v
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Luiz Flávio Autran, pela espontaneidade e receptividade com que me acolheu
nesta casa.
Ao Prof. Edson José Dalto, pela paciênc ia em escutar- me nos momentos de dúvidas e
vacilações quanto ao rumo e ao ritmo desta pesquisa, e por ter me conduzido com saberes de
grande mestre na estruturação e forma deste trabalho, de maneira que mesmo me deixando
livre no meio do caminho, fez- me sentir amparada pelo sólido contexto da partida.
Ao Prof. Luiz Alberto Nascimento Campos Filho, pela acolhida e orientação preciosa
no decorrer deste trabalho.
Ao Prof. Eric David Cohen, pela estimada colaboração e gentileza ao ajudar- me na reta
final desta jornada.
Ao Prof. Alberto Felix Suertegaray, pelo apoio acolhedor e sereno, por seu espírito
tranqüilizador que me fez perceber tanta ansiedade desnecessária.
Agradeço sobretudo a Deus, a quem devo em primeiro lugar tudo o que de bom há em
mim.
vi
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo apresentar a visão e o planejamento de um negócio inovador
em fisioterapia, especificamente no campo da reabilitação preventiva. Analisa-se a sua
viabilidade, sob a ótica da estratégia empreendedora e detalha-se uma das unidades do
negócio, o Estúdio de Pilates, através da utilização do planejamento estratégico e plano
financeiro, observando-se sua sinergia com o negócio principal.
vii
ABSTRACT
This research aims to present the vision and the planning of an innovative business in
physiotherapy, specifically in the field of the preventive rehabilitation. Its viability is analyzed
under the scope of entrepreneur strategy and one business unit is detailed, the Studio of
Pilates, through the use of the strategic and financial planning, observing its synergy with the
main business.
viii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
1.3 Objetivos......................................................................................................................4
2. METODOLOGIA...................................................................................................................6
3. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................................11
REFERÊNCIAS........................................................................................................................67
ix
1. INTRODUÇÃO
1
grandes empresas passaram a produzir mais com menos empregados e os governos buscaram
diminuir os seus déficits através de cortes e redimensionamento de seus quadros de pessoal. A
partir daí, as maiores criadoras de emprego passaram a ser as pequenas e médias empresas
que não mais se restringiram ao mercado local ou regional e passaram a concorrer no mercado
internacional (DOLABELA, 1999a).
É bem verdade, segundo dados do SEBRAE (2004) para o Brasil, que a taxa de
mortalidade das MPMEs registra valores de 49,4% para empresas de até 2 anos de existência,
56,4 % para empresas de até 3 anos e 59,9% para as de até 4 anos. Valores semelhantes são
encontrados para este perfil de empresas em todo o mundo. No entanto, a dinâmica da
renovação empreendedora é tão grande que a participação das MPMEs nos resultados do PIB
dos países cresce de ano para ano.
2
Um ambiente propício ao crescimento, baseado nas iniciativas econômicas através da
criação de novas empresas, requer empreendedores em todas as áreas de desenvolvimento.
Este deveria ser um trabalho conjunto da sociedade, através de seus representantes no
governo, com estratégias e sistemas de apoio ao pequeno empreendedor, e todo aquele que,
com algum perfil para os negócios, se disponha a sonhar, criar e inovar.
Indo mais além, fala-se hoje em reabilitação preventiva. Trata-se de uma nova
perspectiva na forma de ver e de lidar com sintomas e suas causas que antecedem a doença,
por parte dos profissionais relacionados à reabilitação. Hoje, devido ao desenvolvimento
crescente da ciência, podem-se conhecer antecipadament e as condições envolvidas na pré-
doença. É sabido, por exemplo, que estados alterados da postura estão dentro dos fatores
3
etiológicos 1 que podem conduzir ao desenvolvimento de patologias na coluna, e que,
potencialmente, poderão conduzir o indivíduo à incapacidade. Todo tratamento que objetive o
não acontecimento da doença, através da eliminação ou do controle parcial ou total de seus
fatores etiológicos estará inserido no conceito de prevenção.
1.3 Objetivos
1
Relacionados à origem das coisas ou parte da medicina que trata da causa das doenças.
4
Pretende-se com este estudo descrever, analisar e avaliar estrategicamente um negócio
em fisioterapia preventiva, sob a ótica da literatura do empreendedorismo. Seu interesse
prático subdivide-se em duas tarefas: apresentação da visão do negócio como um todo e do
seu caráter inovador e a análise e avaliação da viabilidade estratégica e financeira de uma de
suas unidades, o Estúdio de Pilates.
5
• Descrição da história do empreendimento Consciência – Centro de Reeducação Postural
Ltda;
• Apresentação da visão de ne gócio da líder empreendedora;
• Avaliação de possíveis desdobramentos na evolução do negócio;
• Apresentação do Estúdio de Pilates, uma das unidades de negócio Consciência;
• Elaboração do seu Planejamento Estratégico, no contexto do negócio principal;
• Avaliação financeira de viabilidade do projeto, com análise do ponto de equilíbrio, Valor
Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Payback do investimento;
• Avaliação do fluxo de caixa presumido.
6
2. METODOLOGIA
Quanto ao uso das ferramentas em uma unidade de negócio, o trabalho também estará
sujeito ao dimensionamento do esforço requerido às proporções da unidade de análise e
avaliação subjetiva das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que afetam o
empreendimento; a estimação das cinco forças propostas por Porter (1996) para sua análise de
posicionamento e escolhas referentes aos critérios quantitativos inerentes ao Plano Financeiro.
Yin (2005) recomenda alguns critérios para julgar a qualidade de projetos de pesquisa
em geral e particularmente para o uso do Método do Caso como estratégia de pesquisa, que
não é o método adotado neste trabalho. Tais critérios são reproduzidos no quadro 8, com
ligeiras adaptações para o propósito da presente pesquisa.
9
Quadro 8 – Critérios para se julgar a qualidade de projeto de pesquisa
Testes de Pesquisa Tática do estudo Fase da pesquisa na qual
a tática deve ser aplicada
Validade de • Utiliza fontes múltiplas de evidência coleta de dados
construto • Estabelece encadeamento de evidências coleta de dados
• O rascunho do relatório da pesquisa é revisado por composição
informantes chaves
Validade interna • Faz adequação ao padrão análise de dados
• Faz construção da explanação análise de dados
• Estuda explanações concorrentes análise de dados
• Utiliza modelos lógicos análise de dados
Validade externa • Utiliza teorias projeto de pesquisa
• Utiliza lógica da replicação projeto de pesquisa
Confiabilidade • Utiliza protocolo de pesquisa coleta de dados
• Desenvolve banco de dados coleta de dados
Fonte: adaptado de Yin, 2005
A validade interna, conforme sugere o segundo tópico acima, serve apenas para
estudos explanatórios, que não é o caso deste trabalho.
10
A validade externa, que diz respeito à generalização da pesquisa, será desenvolvida
durante a sua execução. No entanto, deve ser observado que a teoria da estratégia
empreendedora, como dito em 3.1.1, apresenta características de uma ciência pueril. Pelo seu
caráter fortemente emergente, como sustenta Mintzberg et al. (2000), a estratégia
empreendedora possui muita flexibilidade. Acredita-se, porém, que a força da argumentação
da história de sucesso de um negócio, quando explicitado seu contexto, juntamente com o
apoio da teoria levantada e o uso de ferramentas consagradas, bem escolhidas e bem
utilizadas, contribuam para a generalização das descobertas, dentro do seu domínio, como
muito bem ressalva Yin (2005).
Finalmente a confiabilidade poderá ser verificada pelo registro dos passos percorridos
na condução da pesquisa. Ressalta-se mais uma vez que o espírito empreendedor possui forte
componente volátil, na media em que o negócio se configura in fieri. Neste sentido, suas
idéias podem ser mutáveis. O que talvez hoje o condicione a ver como fator relevante para o
sucesso do empreendimento, no futuro não se observe da mesma forma, embora seu relato
registre suas convicções no momento em que as expõe no texto acadêmico. O uso das
ferramentas, por outro lado, ficam evidenciados pelo registro dos dados coletados para a
aplicação das mesmas, configurando, mais fortemente, confiabilidade para a pesquisa.
11
3. REVISÃO DE LITERATURA
Por sua natureza, estes autores argumentam que a visão tende a “ser mais uma espécie
de imagem do que de um plano plenamente articulado (em palavras ou números). [...] Isto
sugere que a estratégia empreendedora é, ao mesmo tempo, deliberada e emergente:
deliberada em suas linhas amplas e seu senso de direção, emergente em seus detalhes para que
estes possam ser adaptados durante o curso” (MINTZBERG et al., 2000).
12
campo que está na adolescência (LOW, 2001) enquanto que para outros ele ainda está
nascendo (BUSENITZ et al., 2003).
O termo em inglês, por sua vez, deriva da palavra de língua francesa entrepreneur que
era usada no século XII para designar aquele que incentivava brigas. No final do século
XVIII, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia projetos e empreendimentos. Nessa
época, Cantillon (apud DOLABELA, 1999a) a definia fazendo referência às pessoas que viam
uma oportunidade de negócios e assumiam riscos.
Adam Smith (apud BERNSTEIN, 1997), enfatizando este conceito, dizia que a
propensão humana para enfrentar riscos impele ao progresso econômico.
Jean Baptiste Say (apud DOLABELA, 1999a), discípulo de Smith, corrobora as idéias
de seu inspirador afirmando que o desenvolvimento econômico é o resultado da criação de
novos empreendimentos. Para ele, empreendedor é alguém que inova e é agente de mudanças.
A teoria de Say, de 1803, calcava-se no entendimento de que é a utilidade, e não o trabalho,
que determina o valor de um bem.
13
Embora com uma visão de mundo diametralmente oposta ao laissez-faire liberal,
Keynes (apud BERNSTEIN, 1997), contribui com este entendimento ao afirmar que quando
tomamos decisões mudamos o mundo, e estas decisões distinguem o papel do empreendedor.
Na época de Keynes, durante a depressão americana de 1929, houve uma grande desconfiança
nos agentes de mercado, deprimindo o ímpeto empreendedor nos Estados Unidos, que
caracterizava o American Way of Life de anos anteriores.
Filion (1999) considera Jean Baptiste Say o pai do empreendedorismo, porém foi
Schumpeter quem deu projeção ao tema, associando-o definitivamente ao conceito de
inovação e apontando-o como o elemento que dispara e explica o desenvolvimento
econômico.
Stevenson e Sahlman (1989, apud COPE, 2005) apontam três principais vertentes
associadas ao entendimento da natureza do empreendedorismo. Primeiramente as teorias que
relacionam o conceito a uma função econômica, que pode ser classificada como a perspectiva
funcional. Depois, há teorias que associam o empreendedorismo com o indivíduo, podendo
ser chamada de visão personalística. Finalmente, a terceira vertente associa o conceito a uma
visão comportamental.
14
Mintzberg et al. (2000) comentam que a escola empreendedora (dentro da visão das
dez escolas mapeadas em Safári de Estratégia), bem como a escola de posicionamento (cujo
principal expoente é Michael Porter), nasceram da Economia.
De acordo com estes autores, havia, entretanto, economistas que consideravam o papel
secundário do empreendedor uma grande falha da Economia. A figura seminal que colocou o
empreendedor em proeminência no pensamento econômico foi Joseph Schumpeter, com sua
noção de destruição criativa, através da qual a economia dá saltos qualitativos na medida em
que se renova.
Neste sentido, Mintzberg et al. (2000), argumentam que o principal motor que sustenta
o impulso empreendedor é a visão, como uma representação mental da estratégia, que serve
como inspiração e senso daquilo que precisa ser feito.
16
No sentido da evolução do conceito do empreendedorismo, várias definições foram
ensaiadas e posteriormente criticadas, de acordo com as visões das diferentes escolas (COPE,
2005).
Estudiosos desta área, como Drucker (1970, apud MINTZBERG et al., 2000),
identificam o espírito empreendedor com a própria administração. “Central à empresa é... o
ato empreendedor, um ato de aceitação do risco econômico. A empresa é uma instituição
empreendedora...”. O empreendedor, além de lidar com o gerenciamento, cria novos sistemas
em que o gerente irá operar. Ou seja, segundo o autor, sem o empreendedor, não haverá a
função gerencial.
17
Planejamento busca informações recorre à ajuda de especialistas para elaborar
estratégias e busca informações sobre clientes,
fornecedores e concorrentes
estabelece metas fixa objetivos claros e específicos e está sempre
orientado para resultados
planeja e monitora estabelece prazos para o cumprimento das tarefas,
além de acompanhá-las de perto e busca feedback
Poder independente e autoconfiante busca autonomia, mostra-se confiante ao enfrentar
desafios e busca situações para eliminar problemas
persuasivo e mantém rede de influencia e convence pessoas, age de forma a
contatos desenvolver e manter relações comerciais, negocia e
faz as pessoas acreditarem em determinada idéia
Fonte: adaptado de McClelland (1972)
Da mesma forma, Timmons et al. (1977 apud DOLABELA, 1999a) (a), Osborne
(1995) (b), Dolabela (1999a) (c), Mintzberg et al. (2000) (d) e Johnson (2001) (e), entre
muitos outros autores, investigaram o comportamento dos empreendedores e identificaram
características que fazem deles pessoas incomuns. Complementando as proposições de
McClelland e respeitando-se a estrutura proposta por este autor (quadro 1), construiu-se o
quadro 2 com as características empreendedoras observadas pelos autores identificados por
(a), (b), (c), (d) e (e) no início deste parágrafo.
18
tolerância para ambigüidade e consegue tomar decisões em momentos de incerteza
incerteza (e)
flexibilidade na adaptação a visão é clara,porém não fechada às adaptações
estratégica (e)
saltos ousados (d) grandes saltos à frente, face à incerteza
realista (c) sabe antecipar obstáculos
orientado para o longo prazo (c) o principal é manter a visão
conhece o negócio (c) busca continuamente informações sobre o negócio
consciente do ambiente (c) usa-o para detectar oportunidade de negócios
Poder administra com responsabilidade (e) consciente de suas responsabilidades quanto ao
sucesso do empreendimento e do comprometimento
de outras pessoas
deseja controlar a organização (d) procura concentrar o poder como forma de
implementar sua visão
crescimento é a meta dominante na manifestação tangível do próprio desejo de realização
organização (d) do empreendedor
lidera e delega (c) concede liberdade, mas rege o rumo principal
Fonte: Elaboração pessoal a partir de McClelland (1972)
Dolabela (1999a) apresenta uma outra estrutura para organizar as atividades que o
empreendedor desenvolve para atingir seus objetivos, vinculando a cada uma delas as
características pessoais, competências necessárias e a aprendizagem envolvida, como ilustra o
quadro 3.
Uma característica que parece resumir a atuação empreendedora, embora não seja um
privilégio exclusivo do empreendedor, e, portanto, não definidora do seu caráter, é a
capacidade de agir com prudência. Conforme estabelece Cifuentes (1998, p. 96), “a prudência
é a capacidade que tenho para emitir um juízo acertado sobre o que tenho que fazer aqui e
agora”.
Cifuentes (1998, p. 93) argumenta que “o saber científico não capacita por si só para a
direção (...) em matéria de tarefas diretivas, não se trata de saber, mas de saber fazer”.
Sustenta então que o conhecimento prudencial desenvo lve-se em dois grandes campos:
b) O dos aspectos cognoscitivos que devem ser gerados ad hoc para esta presente e
atual situação.
O segundo campo destacado por Cifuentes (1988), dos aspectos que devem ser
gerados ad hoc, caracteriza-se pela sua singularidade, a percepção daquilo que é único na
20
situação particular. Esta vertente apresenta de forma mais marcante a potencialidade da
prudência.
b3) Previsão, que nos capacita para ver os meios que podem servir-nos para a
consecução de um fim. Este elemento é que nos abre à fertilidade de novas
possibilidades. Precaução e previsão complementam-se para que não haja nem
covardia nem temeridade na ação.
21
Confrontando-se as características apontadas por especialistas no estudo do
empreendedorismo, identificadas principalmente nos quadros 1, 2 e 3, com aquelas que
caracterizam a ação prudencial, observa-se que o espírito empreendedor vai além de uma
atitude prudente. Mintzberg et al. (2000) sustentam que a ação empreendedora é
principalmente definida pela visão, “uma representação mental da estratégia”. Segundo estes
autores, a escola empreendedora “não só focalizou o processo de formação da estratégia
exclusivamente no líder único, mas também enfatizou o mais inato dos estados e processos –
intuição, julgamento, sabedoria, experiência e critério. Isto promove uma visão da estratégia
como perspectiva, associada com a imagem e senso de direção, isto é, visão”.
Seguindo por este mesmo rumo e ampliando seus horizontes, Dolabela (1999a, p. 46)
afirma que há um consenso, ao postular que o estudo do comportamento do empreendedor é
fonte de novas formas para a compreensão do ser humano em seu processo de criação de
riquezas e de realização pessoal. A empresa é uma forma de materialização dos nossos
sonhos. É a projeção da nossa imagem interior, do nosso íntimo, do ser total. Sob este prisma,
o empreendedorismo é visto também como um campo intensamente relacionado com o
processo de entendimento e construção da liberdade humana. No entender deste autor, estão
entre as atividades do empreendedor:
22
• a concepção de adoção de políticas de apoio e suporte à criação de empresas, abrangendo
práticas legais, tributárias, de financiamento etc.;
• o estabelecimento de redes de relações com universidades e com todas as forças sociais.
Não se deve confundir pessoas que criam negócios com aquelas que apenas gerenciam
uma empresa. Para Filion (1988, p. 127), “um empreendedor está principalmente interessado
na inovação, enquanto o proprietário-dirigente é alguém que possui e administra”. Dolabela
(1999a) salienta que a inovação não se restringe ao produto ou serviço, mas também na forma
de vender, de produzir, de tratar os clientes, entre outras.
23
Quadro 4 – Agentes na empresa inovadora
Gerente Empreendedor Intra-empreendedor
Motivação Motivado pelo poder Motivado pela liberdade de Motivado pela liberdade de ação e
ação, automotivado pelo acesso aos recursos
organizacionais. Automotivado,
mas sensível às recompensas
organizacionais
Atividades Delega sua autoridade. Arregaça as mangas. Pode delegar, mas coloca a mão na
O trabalho de escritório Colabora no trabalho dos massa quando necessário
mobiliza todas as suas outros
energias
Competências Usualmente formado em Tem mais faro para os Parecido com o empreendedor,
administração. Possui negócios que habilidades mas utiliza certa habilidade
habilidades políticas gerenciais ou políticas. política
Freqüentemente tem
formação em engenharia
Centro de Sobretudo os Principalmente a tecnologia e Tudo o que acontece dentro e fora
interesse acontecimentos internos o mercado das empresas. Compreende as
à empresa necessidades do mercado
O erro e o Esforça-se para evitar os Considera que o erro e o Dissimula os projetos de risco para
fracasso erros e as surpresas fracasso são ocasiões para não macular a imagem de
aprender alguma coisa qualidade de sua empresa ou
unidade
Decisões Aprova as decisões dos Segue a própria visão. Toma Mestre na arte de convencer os
seus superiores. suas próprias decisões e outros da boa fundamentação da
Certifica-se do que eles privilegia a ação em relação à sua visão. Orientado para a ação,
querem antes de agir discussão mas pronto para o compromisso
Atitude frente Vê a burocracia com O sistema não o satisfaz, ele Acomoda-se ao sistema ou o leva
ao sistema satisfação; ela protege o rejeita para construir o seu ao curto-circuito sem o abandonar
seu status e poder
Relações com Funciona tendo a As transações e a negociação As transações sociais se processam
os outros hierarquia como são seus principais modos de dentro do respeito às pres sões
princípio básico relação hierárquicas
Fonte: Dolabela (1999a, p.38, 39)
Em consonância com Mintzberg et al. (2000), Filion (1991) afirma que “um
empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. A visão, para Filion, é
“uma imagem, projetada no futuro, do lugar que se quer ver ocupado pelos seus produtos no
mercado, assim como a imagem projetada do tipo de organização necessária para consegui-
lo”.
Este autor identifica três categorias de visão, como ilustrado na figura 1: emergente,
central (externa e interna) e complementar. A visão emergente refere-se a produtos ou
serviços que queremos lançar; a visão central resulta de uma ou mais visões emergentes e se
divide em visão externa (o lugar de mercado que se quer ver ocupado pelo produto ou
serviço), e visão interna (tipo de organização necessária para alcançar o lugar pretendido); e a
24
visão complementar, que compreende atividades de gestão definidas para sustentar a
realização da visão central.
Visões
Visões
complementares
emergentes
Externa
VISÃO CENTRAL
Interna
Visões
Visões
emergentes
complementares
25
Figura 2 – Etapas do processo visionário
Planeja r
Como suporte à formação da visão, Filion (1999) identificou alguns elementos que
são: conceito de si, energia, liderança, compreensão de um setor e relações. São elementos
que se inter-relacionam, como pode ser visto na figura 3.
Conceito
Compreensão de si
do Setor
Energia
Visão
Liderança
Relações
26
Fonte: Filion (1991)
27
A energia necessária para vencer num setor é diretamente proporcional à sua
compreensão. Para Simon (1994 apud FILION, 1999), a intuição na área de negócios é gerada
pela aprendizagem através do volume de experiências vividas. Em outras palavras, a
capacidade do empreendedor de utilizar o lado direito do cérebro para intuir a respeito dos
seus negócios será tanto maior quanto maiores forem o grau de aprendizagem e o tempo
dedicado à compreensão do setor.
No entanto, como identificar uma oportunidade real sem conhecer a área de negócios
em que se pretende atuar? Como desenvolver uma visão sem a compreensão do setor? São
perguntas que Filion (1999) sugere como decisivas para o sucesso de um empreendimento.
Abrir uma empresa sem conhecer o setor é mais aventura do que empreendedorismo.
Compreender um setor significa saber como são estruturadas e como funcionam as empresas
que atuam naquele ambiente, como os negócios se processam, quem são os clientes, como se
comportam e qual o seu potencial, conhecer os pontos fortes e fracos da concorrência, fatores
críticos de sucesso, vantagens competitivas e possíveis reações diante da entrada de novas
empresas no mercado. Significa também conhecer a tecnologia envolvida, quais as tendências
no curto e longo prazo, qual a sensibilidade do setor em relação às oscilações econômicas, às
políticas de exportação, quais as barreiras de entrada e qual a lucratividade. É indispensável
também conhecer os fornecedores dos insumos essenciais, as necessidades de recursos
humanos e as formas ideais de contratação e desenvolvimento. Na economia globalizada
deve-se saber o que acontece no mundo, ameaças e oportunidades apresentadas, tendências
tecnológicas e funcionamento do mercado concorrencial.
Filion (1999) utiliza um adágio popular para dar clareza ao conceito e à importância
das relações no processo empreendedor. Numa óptica visionária, o provérbio “diga- me com
quem andas e direi quem tu és” poderia ser modificado para “diga- me com quem pretendes
28
andar e direi quem serás”. Entre todos os elementos de suporte à visão, o sistema de relações
parece ser o mais importante, aquele que influencia com maior intensidade a criação e a
evolução de uma visão.
A década de 1990 foi marcada pelo aumento da opção pelo auto-emprego e pelo
surgimento de empreendedores involuntários, representados principalmente por recém-
formados e por trabalhadores demitidos de corporações e órgãos públicos, em virtude de
reestruturação, fechamento, privatizações, fusões etc. Tratava-se, portanto, de pessoas que,
não conseguindo colocação ou recolocação no mercado, viam-se forçadas a criar seu próprio
emprego, como única alternativa de sobrevivência.
Muitos dos empreendedores involuntários não são movidos pela inovação, portanto
não poderiam ser chamados de empreendedores no sentido schumpeteriano do termo. O
conceito de sucesso também vem sofrendo mudanças entre jovens empreendedores, que o
associam muito mais a critérios internos, como auto-realização, do que a critérios extrínsecos,
como status ou altos lucros (DOLABELA, 1999a).
2
Refere-se a algo inconcluso, como são tipicamente os diálogos de Sócrates com seus interlocutores.
30
que não podem ser ensinadas simplesmente porque não podem ser aprendidas, não podem ser
adquiridas pelo treino (como são aprendidas as artes ou as técnicas); por isso, haverá que
concluir que se trata de características inatas. Contudo, esta particular antítese não é
desenvolvida no diálogo, e por fim Protágoras e Sócrates concordam num equilíbrio entre a
importância da natureza (ou dos elementos inatos) e a importância da convenção (ou das
regras aprendidas) para o desenvolvimento humano – e ambos chegam a este conceito
“consensual” precisamente porque ambos se sentem incapazes de explicar plenamente as
características humanas de uma outra maneira” (FERNANDES, 2006).
Na mesma linha “consensual” destes debatedores, pode-se afirmar que cabe, portanto,
um esforço de ensino da atividade empreendedora, mesmo sabendo-se que parte importante
desta qualidade é inata.
31
No entanto, se observarmos os programas curriculares para a formação de um
fisioterapeuta, veremos, por exemplo, que não há disciplina que prepare para o
empreendedorismo. A escola está mais voltada para o ensino técnico de seus alunos. Quem,
então, poderá ajudá- los a desenvolver o potencial latente para transformar em riqueza o
cabedal de conhecimento adquirido? Como aprender a olhar a comunidade onde se está
inserido como oportunidade de negócios? Como saber transformar em riqueza seus
conhecimentos sem deixar para trás a realização pessoal?
32
3.2 As Ferramentas do Empreendedor
Convém aqui reforçar uma premissa adotada nesta pesquisa, já que o assunto torna-se
mais técnico a partir desse ponto. A prioridade do êxito de um empreend imento reside antes
de tudo no talento do empreendedor e na sua visão de negócio. Bhide (1994, apud
MINTZBERG et al., 2000) reproduz um depoimento que ilustra algo muito comum que
acontece nos grandes negócios.
Hisrich e Peters (2004) definem plano de negócio como “um documento preparado
pelo empreendedor em que são descritos todos os elementos externos e internos relevantes
envolvidos no início de um novo empreendimento. É com freqüência uma integração de
planos funcionais como os de marketing, finanças, produção e recursos humanos”.
Fernando Dolabela (1999b) define plano de negócio como “uma linguagem para
descrever de forma completa o que é ou o que pretende ser uma empresa”. E ainda, “é uma
forma de pensar sobre o futuro do negócio: aonde ir, como ir mais rapidamente, o que fazer
durante o caminho para diminuir incertezas e riscos”. Sob a perspectiva dos stakeholders, cita:
“é um instrumento de negociação interna e externa para administrar a interdependência com
sócios, empregados, financiadores, incubadoras, clientes, fornecedores, bancos etc”.
Um esboço do que vem a ser um plano de negócio pode ser observado no quadro 6,
que, pela sua simplicidade, pode-se considerar auto-explicativo.
34
Quadro 6 – Esboço de um plano de negócio
I. Página introdutória
A. Nome e endereço da empresa
B. Nomes e endereços dos diretores
C. Natureza do negócio
D. Declaração do financiamento necessário
E. Declaração do caráter confidencial do relatório
II. Resumo executivo – De três a quatro páginas sintetizando o plano de negócio completo
III. Análise ambiental e industrial
A. Variáveis externas que podem impactar o negócio: ameaças e oportunidades
B. Tendências e mudanças em nível nacional e internacional
C. Perspectiva e tendências futuras
D. Análise dos concorrentes
E. Segmentação de mercado
F. Previsões do setor
IV. Descrição do empreendimento
A. Produto(s)
B. Serviço(s)
C. Dimensão do negócio
D. Equipamento pessoal do escritório
E. Histórico dos empreendedores
V. Plano de produção
A. Processo de fabricação (quantia subcontratada)
B. Planta física
C. Maquinário e equipamento
D. Nomes de fornecedores de matérias-primas
VI. Plano de Marketing
A. Preços
B. Distribuição
C. Promoção
D. Previsões de produtos
E. Controles
VII. Plano Organizacional
A. Forma de propriedade
B. Identificação de sócios e principais acionistas
C. Autoridade dos diretores
D. Histórico da equipe administrativa
E. Funções e responsabilidades dos membros da organização
VIII. Avaliação dos riscos
A. Avaliação dos pontos fracos do negócio
B. Novas tecnologias
C. Planos contigentes
IX. Plano financeiro
A. Projeção de fluxo de caixa
B. Análise do ponto de equilíbrio
C. Origens e aplicações de recursos
X. Apêndice (contém material de consulta)
A. Cartas
B. Dados de pesquisa de mercado
C. Leasings ou contratos
D. Listas de preços de fornecedores
Fonte: adaptado de Hisrich e Peters, 2004
35
3.2.2 Planejamento Estratégico
Tal conceito de estratégia oferece uma contribuição à gerência. Ele provoca uma
sensibilidade constante às mudanças que ocorrem no ambiente e nos recursos da empresa. Ele
exige dos empreendedores que coloquem as idéias conflitantes na mesa e olhem para além das
oportunidades imediatas, em direção ao crescimento no longo prazo e ao desenvolvimento de
habilidades (GALBRAITH, 2001). Tal conceito reúne imaginação, inovação, risco e focaliza
o trabalho dos colaboradores.
Eficiência operacional e estratégia são ambas essenciais para o bom desempenho, mas
elas trabalham de maneiras bem diferentes. Eficiência operacional significa desempenhar
atividades melhor do que os rivais. Em contraste, posicionamento estratégico significa
desempenhar diferentes atividades comparado aos rivais, ou desempenhar atividades
similares, mas de outra forma. Formular uma estratégia competitiva tem a ver com ser
diferente. Significa escolher deliberadamente um conjunto de atividades para fornecer um mix
de valor único; de outra forma, a estratégia não seria nada mais do que um slogan de
marketing que não gera vantagem competitiva substancial (PORTER, 1996).
36
De acordo com Porter (1979, p. 2), “o estado da competição em uma indústria depende
basicamente de cinco forças” [...] “O poder coletivo dessas forças determina, em última
instância, o lucro potencial de uma indústria”.
Ameaça de
novos
entrantes
Poder de Poder de
Concorrência
barganha dos barganha dos
Interna
fornecedores clientes
Ameaças de
produtos
substitutos
Porter (1979) afirma que a ameaça de novos entrantes depende das barreiras
presentes e da reação dos competidores existentes, e enumera seis principais tipos de
proteções que podem ser apresentadas pelas empresas estabelecidas:
37
• Política governamental – que controla o acesso das pretendentes, através de processos
regulatórios.
O poder de barganha dos fornecedores pode ser exercido pelo aumento de preços ou
redução da qualidade dos bens fornecidos. Porter (1979) sugere que um grupo de
fornecedores é forte quando:
• É dominado por poucas companhias e mais concentrado do que a indústria para quem
vende;
• Seus produtos são únicos ou, pelo menos, diferenciados, ou ainda quando o custo da troca
de fornecedor é elevado;
• Existe a ameaça da integração à jusante;
• A indústria não é um importante cliente para o grupo de fornecedores.
38
tecnologia de produto, processo ou modelo de negócio, quando produtos de ruptura 3 surgem
no mercado.
Porter (1979, p. 8) afirma que “uma vez tendo acessado as forças que afetam a
competição em uma indústria e suas causas subjacentes, o estrategista corporativo pode
identificar as forças e fraquezas da companhia”, e assim posicionar estrategicamente a
empresa. “O estabelecimento desta posição pode se dar de muitas formas – consolidação de
relacionamentos com clientes favoráveis; diferenciação do produto, substantiva ou
psicologicamente, através do marketing; integração à montante ou jusante, estabelecimento de
liderança tecnológica”. Desta forma, no entender deste autor, “a estratégia pode ser vista
como a construção de defesas contra as forças competitivas ou encontrar posições na indústria
onde as forças são mais fracas”
3
Refere-se a algo significativamente novo, em termos de produto, processo ou modelo de negócio, surgido no
mercado de forma a alterar radicalmente a estrutura de uma indústria.
39
O posicioname nto não determina apenas quais atividades a empresa vai desempenhar e
como vai configurar cada uma, mas também a relação entre elas. Enquanto eficiência
operacional tem a ver com atingir a excelência em operações particulares ou funções, a
estratégia trata sobre a combinação de atividades. A importância do ajuste de políticas
funcionais é uma das idéias mais antigas em estratégia (PORTER, 1996). Este ajuste é muito
importante porque as atividades discretas afetam umas às outras, e o valor competitivo de uma
atividade individual não pode ser separado do conjunto que configura a experiência do
cliente.
• Fluxo de caixa: lucro líquido projetado, calculado a partir das receitas projetadas menos os
custos e as despesas projetados, como ilustra a tabela 1.
41
operacionais x x x x x
Lucro (prejuízo) antes
dos impostos x x x x x
Impostos x x x x x
Lucro (prejuízo) líquido x x x x x
Fonte: adaptado de Hisrich e Peters, 2004
Hertz (1964) afirma que “entre todas as decisões que os executivos de empresas
devem tomar, nenhuma é mais desafiadora – e nenhuma tem recebido maior atenção – que a
de escolher oportunidades para investimento de capital entre as várias alternativas à sua
disposição”.
42
Tabela 2 – Cálculo do Ponto de Equilíbrio
Por definição, ponto de equilíbrio é:
Receita Total (RT) = Custos Totais (CT)
(RT) = Preço de Venda (PV) x Quantidade (Q)
e (CT) = Custos Fixos Totais (CFT) * + Custos Variáveis Totais
(CVT)†
Assim: PV x Q = CFF + CVT
Onde CVT = Custos Variáveis/Unidade (CV/Unidade)‡ x Quantidade (Q)
Assim PV x Q = CFT + (CV/Unidade = CFT x Q
(PV x Q) – (CV/Unidade x Q)
Q (PV – CV/Unidade) = CFT
Q = CFT
PV – CV/Unidade
* Custos fixos são aqueles que, sem variação na atual capacidade produtiva, não são afetados por mudanças no
volume de produção.
† Custos variáveis são aqueles que são afetados por mudanças no volume de produção.
‡ O custo variável por unidade é o conjunto de todos os custos atribuíveis à produção de uma unidade. Esse
custo é constante dentro de variações definidas de produção.
Fonte: Hisrich e Peters, 2004
Em outras palavras, projetos de investimento envolvem riscos que devem ser avaliados
por ferramentas mais adequadas. Entende-se por risco a probabilidade de ocorrência de
diferentes eventos, ponderados pela magnitude das recompensas ou prejuízos envolvidos.
43
Hertz (1964) sugere que a análise de risco em investimento seja analisada por uma
ferramenta de simulação do tipo Monte Carlo 4 , que contempla a volatilidade das variáveis de
entrada do modelo e oferece como saída um perfil de risco do investimento, associando
graficamente uma medida de desempenho do projeto com suas respectivas probabilidades,
como ilustra a figura 5.
4
Simulação Monte Carlo refere-se a um tipo geral de avaliação estocástica do resultado de um modelo, cujas
variáveis de entrada são regidas por leis probabilísticas, geralmente independentes do tempo.
5
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Editora Nova Fronteira, 1986.
44
conceito inclui a necessidade de conhecer as várias determinantes do estado de saúde das
populações, apontando na direção do conceito de promoção da saúde. Esta concepção que
destaca a saúde como um componente fundamental do desenvolvimento humano, procura
resgatar e valorizar uma série de fatores que propiciem uma vida digna e de bem-estar
coletivo (LITVOC e BRITO, 2004).
Saúde ótima: estado de completo bem estar físico, mental e social experimentado
por períodos breves de tempo em razão da dinâmica social e das variáveis relativas
ao presente e ao futuro.
Saúde subótima: estados intermediários que não podem ser considerados saúde
plena, mas também não representam estados de enfermidade real.
45
A prevenção terciária é composta por ações que procurem minimizar uma seqüela ou
incapacidade residual para evitar a invalidez total. Por meio de suas ações, tenta-se devolver
autonomia ao indivíduo.
Kottke e Lehmann (1994) apresentam a prevenção por meio de um modelo que possui
valor didático e facilita a prática de todos os profissionais que trabalham com saúde, como
ilustra o quadro 7.
46
prevenção mediante as ações executadas pelos profissionais da reabilitação para a promoção
da saúde.
Outras ações preventivas podem ser adotadas no cuidado com a população idosa. O
envelhecimento populacional brasileiro cresce em ritmo acelerado. O número de idosos (com
60 ou mais anos de idade) no Brasil passou de 3 milhões em 1960 para 7 milhões em 1980 e
14 milhões em 2000 (um aumento de 500% em 40 anos), e estima-se que alcançará 32
milhões em 2020 (IBGE, 2004). Os problemas de saúde modificam-se ao longo da vida. O
desenvolvimento de doenças crônicas ocupa papel central na meia- idade. A redução da
capacidade funcional, o surgimento da dependência e de morbidades cumulativas que
acompanham o processo de envelhecimento humano podem beneficiar-se com a adoção de
medidas preventivas.
Diante dos avanços tecnológicos e das pesquisas científicas das últimas décadas, pode-
se observar atualmente a participação das atividades da fisioterapia envolvendo promoção da
47
saúde, atuando preventivamente em todos os níveis de prevenção e participando ativamente
do processo de educação para a saúde da população.
48
4. O EMPREENDIMENTO CONSCIÊNCIA – CENTRO DE REEDUCAÇÃO
POSTURAL LTDA.
Esta parte do trabalho tem por objetivo revelar a aplicação prática da pesquisa. Inicia-
se pela apresentação do negócio maior, a Consciência – Centro de Reeducação Postural,
doravante denominado apenas como Consciência, que circunscreve as demais unidades de
negócio. No item 4.1, é revelada a história do empreendimento, descreve-se o negócio e é
mostrada sua visão estratégica. No item 4.2 concentra-se o foco na unidade de negócios
Estúdio de Pilates, mostrando-se seu planejamento estratégico e plano financeiro.
Antes dessa data, eu atendia individualmente, como pessoa física, em uma clínica
particular, desde o ano de 1985, desempenhando essencialmente as mesmas atividades que
realizo, depois da abertura da firma.
49
biomecânica corporal, e educação e reeducação da atividade dinâmica corporal. Exerce suas
atividades na prevenção primária, secundária e terciária das disfunções e/ou seqüelas do
sistema musculoesquelético, inter-relacionados a vários outros sistemas corporais.
Osteopatia – Concebida no século XIX, nos EUA, pelo médico Andrew Taylor Still, a
osteopatia abraça o conceito de unidade estrutural e funcional do corpo humano tanto para a
saúde como para a doença. Tem como premissa a capacidade de auto-regulação e auto-cura
do organismo. Fundamenta-se em conceitos da medicina e estabelece correlações sistêmicas
para as disfunções neuromusculoesqueléticas, considerando estrutura e função reciprocamente
inter-relacionadas. Atua através da formulação de um diagnóstico sistêmico e de manobras
manuais específicas, atuando nos diferentes tecidos do corpo humano. Utiliza várias técnicas
denominadas estruturais, funcionais, viscerais e cranianas. Desta forma, trata o conjunto do
sistema neuromusculoesquelético, o sistema visceral, as relações crânio- mandibulares e suas
correlações neuro- meníngeas.
Pilates – Método de condicio namento físico, desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates, com a
utilização de equipamentos para auxiliar na reabilitação de militares feridos na 1ª guerra
mundial. Com o aprimoramento e desenvolvimento de novos aparelhos, o método Pilates se
presta a desenvolver, força, equilíbrio, coordenação, resistência e flexibilidade, envolvendo
todo o sistema musculoesquelético. Auxilia no controle da postura, na conscientização
corporal e colabora na reabilitação daqueles que necessitam otimizar o desempenho físico.
50
Ginástica Abdominal Hipopressiva – Terapia originária da Bélgica, desenvolvida
primariamente para o tratamento da incontinência urinária funcional. Fundamentada na
variação de pressão intra-corpórea, objetiva restituir o tônus e a força dos músculos
envolvidos na sustentação visceral abdominal. É composta de exercícios dirigidos aos
músculos da cintura pélvica, abdômen e períneo. Auxilia na reeducação abdominal e na
estabilização vertebral.
Técnica das Cadeias Musculares Leopold Busquet – Técnica de terapia manual originária da
França, desenvolvida pelo fisio terapeuta Leopold Busquet, trabalha analiticamente as cadeias
musculares posturais e dinâmicas, o sistema visceral, e o sistema crânio-sacral, envolvidos nas
disfunções corporais. A partir de um diagnóstico fisioterapêutico preciso, utiliza manobras
manuais, posturas específicas e movimentos controlados, buscando a causa da disfunção, que
muitas vezes está localizada à distância do sintoma.
51
contatos diários com eles, nasceu uma idéia, que mais tarde transformou-se na visão de um
novo negócio.
No dia-a-dia do meu trabalho ouvia com freqüência dos clientes: “por que ninguém me
ensinou isso antes? É provável que se eu tivesse controle sobre os fatores que ajudaram a criar
minhas disfunções, hoje eu não estaria nestas condições. Estaria muito melhor”. Ou então:
“Essas informações nos deveriam ser passadas quando ainda éramos crianças ou adolescentes,
pois assim poderíamos ter evitado uma série de conseqüências maléficas que contribuem para
o desenvolvimento ou agravamento da enfermidade”. Tais queixas genéricas, mas insistentes,
configuravam na minha mente uma nova oportunidade e exigiam um posicionamento calcado
nesta nova visão de prevenção.
52
A resultante da composição de valores pessoais e oportunidades específicas que se
harmonizam, configuram o que entendo como uma vocação profissional.
O próximo passo seria poder levar meus conhecimentos e habilidades a uma maior
quantidade de pessoas, já que na clínica particular os atendimentos se resumem a um número
limitado de clientes por dia.
Dentro da proposta latente da visão de empresa que eu possuía, e, pelo fato de ter
trabalhando comigo uma assistente com formação nesta técnica, pareceu- me uma excelente
oportunidade de dar início a uma nova fase no negócio.
Mais detalhes sobre a técnica pode ser revisto neste mesmo item (4.1) e sobre as
características do negócio no item (4.2).
53
Neste sentido, faz parte do meu projeto, articular fóruns de discussão e cursos sobre
temas relevantes sobre prevenção, reabilitação e assuntos afins, no âmbito do meu espaço
físico de trabalho e outros locais.
Vale aqui lembrar que a preocupação pela formação dos profissionais que trabalham
comigo nunca foi deixada de lado. Além de instruí- los continuamente em reuniões bimensais,
nas quais discutimos questões técnicas e do negócio, estimulo-os a freqüentarem cursos de
extensão profissional. Procuro incutir neles a mesma visão empreendedora que possuo e
acredito que esta generosidade em trabalhar com transparência traga mais vantagens do que
potenciais concorrentes. Esta mesma preocupação se encontra na seleção dos profissionais
colaboradores, porque entendo que suas capacitações compõem primordialmente o valor que
o cliente percebe em nossos serviços.
Leciono desde o ano de 1988 em cursos de graduação e pós- graduação latu sensu,
tendo concentrado minha atividade ultimamente apenas no curso de graduação em fisioterapia
do Centro Universitário Hermínio da Silveira Uni-IBMR, antigo IBMR, ministrando a
disciplina de Fisioterapia aplicada à Reumatologia.
Desde o início da minha carreira, entendi que a formação não termina nunca e percebo
como este esforço tem sido importante em meu sucesso profissional.
54
proporcionou importantes conhecimentos para a condução dos meus projetos. Embora tenha
deixado em espera alguns cursos de formação específica, pretendo retomá- los em breve para
poder continuar à frente com uma forte competência de liderança.
Ainda dentro desse escopo, faz parte dos meus projetos futuros organizar cursos de
extensão e aprimoramento acadêmico, voltados para o público de profissionais ou recém-
graduados em fisioterapia, que desejam atuar e disseminar a idéia de prevenção dentro da
reabilitação.
55
4.2 O Estúdio de Pilates
Pode-se considerar muito pequena esta barreira. O que se exige para entrar no negócio
de Pilates é basicamente um espaço mínimo de 40 m2 e um conjunto de equipamentos, que se
conseguem novos com um desembolso aproximado de R$ 20 mil. Naturalmente alguns outros
gastos de menor expressão são necessários para se colocar um Estúdio em atividade.
Instrutores há em fartura, o poder de atratividade de clientes é principalmente locacional.
Dificilmente os concorrentes colocarão barreiras significativas ao novo pretendente. Trata-se
praticamente de um mercado puro, como a grande maioria dos pequenos negócios de serviço.
57
As principais dificuldades para se iniciar um novo negócio residem na aquisição de
equipamentos e localização adequada. Fornecedores de equipamentos há muitos, com
posicionamentos em custo e qualidade muito diferenciados. Espaços estão sujeitos aos preços
do mercado imobiliário. Não existe, aparentemente, interesse nos fornecedores de
equipamentos verticalizarem o negócio à jusante, embora haja quem o faça. Neste aspecto,
esta também é uma força pouco expressiva neste mercado.
Um outro fornecedor importante neste serviço são os instrutores. Embora não seja
difícil a contratação de profissionais com bom potencial, sua saída do negócio pode causar
problemas, porque, se se tornarem concorrentes, podem arrastar consigo alguns alunos, já que
alguns deles se apegam ao instrutor.
Este poder é, sem dúvida grande, uma vez que o cliente possui uma relativa fartura de
opções de espaços de Pilates pela cidade. Tal como em um mercado puro, há opções de custo
e qualidade as mais variadas. O que conta desfavoravelmente a quem tem uma proposta
profissional mais séria é o contexto de desinformação do cliente que pouco conhece do
método e poucas vezes sabe avaliar o trade off custo x qualidade ao seu dispor.
Um dos condicionantes citados por Porter (1979), que favorece o cliente, é a forte
concentração do negócio em custos fixos. Praticamente toda a estrutura de custos de um
estúdio de Pilates é fixa. Este fator pode favorecer uma guerra de preços quando a oferta se
expande ou a demanda se retrai, como acontece nos meses de férias escolares, especialmente
do verão.
Outra colocação importante neste item é que o serviço oferecido pode ser considerado
caro relativamente à receita dos clientes. Existe uma formação padrão de uma seção de Pilates
que consiste em uma hora de aula com a presença de até quatro alunos, não mais do que isto.
Para cobrir os custos fixos e remunerar minimamente o profissional, os preços podem ser
considerados elevados, se comparados a uma academia de ginástica que não impõe esta
restrição.
Sem dúvida nenhuma esta força conta desfavoravelmente para o negócio de Pilates.
Devido à desinformação, muitos potenciais clientes ponderam suas decisões de investimento
58
entre Pilates, academias, ioga, massagem ou mesmo produtos sem custo, como uma
caminhada, pedalada e outras possibilidades, incluindo aí o sedentarismo.
No entanto, o padrão de uma hora aula de Pilates com até quatro participantes pode ser
considerada uma opção interessante para pessoas com restrições físicas e diante do
desconforto psicológico de uma academia, com seu perfil e quantidade de alunos praticando
simultaneamente.
Concorrência interna
Esta força depende muito da localização da instalação a ser analisada, uma vez que a
proximidade do cliente é a componente mais importante na atratividade de novos praticantes.
Há algumas regiões que já apresentam uma concorrência significativa. No entanto, o método
Pilates ainda é pouco conhecido da população e a proliferação de espaços que oferecem a
técnica gera a oportunidade de sua maior divulgação.
Acredita-se que este setor ainda tem um grande potencial de crescimento. Conta-se
desfavoravelmente na análise o fato de que a desinformação gera pouco critério na
diferenciação dos serviços oferecidos e, até por isso, o custo da troca é baixo.
59
O Estúdio de Pilates possui, como principais forças, procurando-se respeitar uma
ordem de prioridade, a inserção em um negócio maior, a clínica Consciência, que lhe gera
clientes cativos; a qualidade técnica e de relacionamento dos instrutores, que influencia a
fidelidade; a proposta de prevenção em reabilitação associada a uma prática de atividade
física adequada para este fim; a satisfação dos funcionários, que são bem remunerados em
comparação com o mercado e valorizam a oportunidade de manterem-se atualizados,
aprendendo com a proprietária; o ambiente bem cuidado, limpo, decorado, confortável e
acolhedor; a localização e o acesso, estando a unidade de Copacabana na sobreloja do mesmo
edifício onde funciona a clínica Consciência, em uma área nobre do bairro, próximo à
Estação Cantagalo do Metrô, com uma grande incidência de pessoas idosas nas proximidades,
e a unidade da Gávea localizada no térreo de um edifício totalmente dedicado a atividades
médicas e afins, em um local de grande visibilidade, em uma área muito nobre da cidade,
próximo ao Shopping da Gávea; a preocupação em manter o cliente informado sobre a técnica
Pilates e temas de saúde; e bastantes outras, algumas imponderáveis.
Vale ressaltar que muitos desses pontos são respaldados por pesquisas de satisfação
dos clientes que se realizam semestralmente no Estúdio.
60
A empresa busca se destacar por oferecer serviços de prevenção em reabilitação. Os
recursos utilizados estão entre os mais modernos e inovadores. O cliente que procura a
empresa tem um tratamento de ponta, personalizado, embora compartilhe uma aula de Pilates
com até três alunos. Cada cliente tem o seu programa preventivo, curativo ou de melhora da
sua performance postural e aptidão física acompanhado em registros e possui avaliação
postural anual com análise computadorizada.
Ao aderir ao plano, o cliente passa por uma anamnese 6 , que ajuda a identificar uma
seqüência progressiva de exercícios, e análise postural computadorizada, com avaliação do
fisioterapeuta responsável pelo acompanhamento do cliente e da proprietária da clínica. Tal
ficha de acompanhamento fica disponível aos outros instrutores, caso o cliente tenha que
efetuar aulas com outros profissionais.
O foco da empresa está nas pessoas, atualmente mais informadas, que estão buscando
manter ou melhorar o desempenho biomecânico corporal, seja estático (postura) ou dinâmico
(movimento) e naquelas que hoje não podem freqüentar academias, porque estão fisicamente
comprometidas e também as que necessitam de tratamento específico de fisioterapia nas áreas
de traumato-ortopedia, reumatologia, neurologia, gerontologia e uroginecologia.
Através desta análise, supõe-se que também as recomendações feitas por Rigby (2003)
sobre o conteúdo de um plano estratégico estejam cobertas, embora de forma desestruturada,
no texto desenvolvido.
6
Entrevista clínica através da qual o responsável procura obter, com o paciente, informações que auxiliem no
tratamento e mitiguem riscos.
61
O plano financeiro da unidade de Pilates da Gávea é apresentado no conjunto de
planilhas, na seqüência deste documento. A justificativa para esta escolha é feita no capítulo
2, Metodologia. Depois da apresentação de cada planilha é feita uma análise e interpretação
dos resultados obtidos.
A figura 6 apresenta a planilha de fluxo de caixa mês a mês para o horizonte de 1 ano.
Na figura 6, a Receita Bruta representa o valor total pago pelos alunos mensalmente.
Tais valores são estimados a partir de uma receita mensal da unidade de Copacabana,
corrigidos para o valor da mensalidade mais cara cobrada na Gávea. Considera-se a receita
obtida em Copacabana como um valor estável de ocupação, que está em torno de 50% dos
horários disponíveis. Os valores estão sazonalizados, de acordo com uma estimativa.
A rubrica Sócios compõe o valor pago aos instrutores que são também sócios do
negócio. Este valor é de 30% da receita bruta. Sócios poderia ser considerado como um custo
variável, no entanto, na planilha ele é tratado como um abatimento da Receita bruta.
A receita Líquida é o resultado da Receita bruta, descontados o valor pago aos sócios e
os Impostos.
62
supõe um funcionamento contínuo da unidade, mesmo que não haja alunos para algum
horário.
Para isso é necessário inicialmente determinar o preço da hora aula por aluno. Há três
formas de pagamentos: clientes que praticam uma vez por semana pagam um valor mais alto
por hora aula, os que praticam duas vezes por semana obtêm um desconto na hora aula e os
que praticam três vezes por semana obtêm um desconto maior. A segunda categoria de
clientes é mais comum e pode-se considerar que os valores da primeira e terceira categorias
são compensados, compondo um único bloco na segunda categoria. Os valores mensais pagos
pelos clientes da segunda categoria na unidade da Gávea é de R$ 260,00. Considerando-se
para este tipo de cliente 9 aulas mensais, o preço da hora aula é cerca de R$ 29,00.
Descontando-se o valor pago aos Sócios, de R$ 8,70 e os Impostos, de R$ 4,93, resta como
margem unitária o valor de R$ 15,73 por hora aula por aluno. Dividindo-se o total de custos
63
fixos por este valor, tem-se, como PE, a necessidade de se preencher 316 horários por mês,
ou, trazendo para um valor diário, considerando-se um mês com 22 dias úteis, teríamos 14
horas aula por dia.
Para se ter uma dimensão do que este valor representa em termos de ocupação do
espaço, pode-se considerar um total de 11 ofertas de horário diariamente. Cada horário
comporta até 4 alunos, equivalendo a um total de 44 horas aula por dia. Isto equivale a uma
ocupação média diária de 33%.
A conversão deste valor para número de alunos pode ser obtida pela consideração de
que haja uma oferta semanal de 44 horas aula vezes cinco dias úteis, que corresponde a 220
horas por semana, multiplicado pela taxa de ocupação no PE, ou seja, 33%, que resulta em um
valor de aproximadamente 72 horas aula. Como cada aluno utiliza o espaço, em média, duas
vezes por semana, o PE seria atingido com 36 alunos matriculados.
Figura 8 – Fluxo de caixa anual para um horizonte de 10 anos para a unidade de Pilates
da Gávea
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Investimentos (38.800,00) (23.800,00)
Receitas 68.643,83 108.385,00 108.385,00 108.385,00 108.385,00 108.385,00 108.385,00 108.385,00 108.385,00 108.385,00
Despesas 58.310,00 58.310,00 58.310,00 58.310,00 58.310,00 58.310,00 58.310,00 58.310,00 58.310,00 58.310,00
Depreciação 5.510,00 5.510,00 5.510,00 5.510,00 5.510,00 5.510,00 5.510,00 5.510,00 5.510,00 5.510,00
Resultado (38.800,00) 15.843,83 55.585,00 55.585,00 55.585,00 55.585,00 31.785,00 55.585,00 55.585,00 55.585,00 55.585,00
Taxa 16% a.a.
Resultados VPL TIR Fatores de Incerteza
5 anos 108.941,99 89% Ocupação ano 1 63,33% =RiskTriang(30%; 60%; 100%)
6 anos 121.987,89 90% Sucesso do Empreendimento 100,00% =RiskTriang(80%; 100%; 120%)
7 anos 141.655,51 92%
8 anos 158.610,35 92% 1
9 anos 173.226,59 93%
10 anos 185.826,80 93%
64
Receitas é calculada pelo valor de Receita líquida anual obtida da figura 6. Deve ser
lembrado que a taxa de ocupação considerada plena para o Estúdio foi estimada como sendo
de 50% da capacidade total.
Para o ano 1, considera-se que a ocupação não será plena, sendo regida por uma
distribuição de probabilidade triangular, com um valor mínimo de 30%, valor máximo de
100% e valor mais provável de 60%, como mostram as figuras 8 e 9 a). O valor esperado
desta distribuição é de 63,34%. Para os anos seguintes considera-se uma ocupação plena do
estabelecimento.
O item Despesas advém da figura 6, na rubrica de Custo total anual, sendo fixa para
todo o horizonte de 10 anos de planejamento.
65
A rubrica resultado é composta pela soma dos Investimentos (que entra com sinal
invertido), com as Receitas, descontadas as Despesas, e somada a Depreciação.
A taxa de atratividade do capital foi considerada como de 16% ao ano. Este índice foi
obtido pelo valor da CDI acumulado entre os meses de dezembro de 2005 e novembro de
2006, que representa 15,60%. Por simplificação arredondou-se para 16%.
66
Simulation Summary
Summary Information
Workbook Name GáveaRisk2.xls
Number of Simulations 1
Number of Iterations 1000
Number of Inputs 2
Number of Outputs 12
Sampling Type Latin Hypercube
Simulation Start Time 4/12/2006 20:41
Simulation Stop Time 4/12/2006 20:41
Simulation Duration 00:00:05
Random Seed 711706687
Output Statistics
Name Cell Minimum Mean Maximum x1 p1 x2 p2
5 anos / VPL B10 31.466,92 109.039,44 205.865,77 57.605,73 5% 159.653,94 95%
5 anos / TIR C10 36% 91% 185% 53% 5% 133% 95%
6 anos / VPL B11 36.166,36 122.085,18 227.486,63 64.440,64 5% 178.864,31 95%
6 anos / TIR C11 37% 92% 185% 55% 5% 134% 95%
7 anos / VPL B12 48.638,75 141.752,64 254.546,45 79.292,34 5% 203.911,72 95%
7 anos / TIR C12 40% 93% 186% 57% 5% 135% 95%
8 anos / VPL B13 59.390,80 158.707,35 277.873,88 91.543,41 5% 224.577,66 95%
8 anos / TIR C13 42% 94% 186% 58% 5% 135% 95%
9 anos / VPL B14 68.659,81 173.323,48 297.983,72 102.461,90 5% 242.644,17 95%
9 anos / TIR C14 43% 94% 186% 59% 5% 135% 95%
10 anos / VPL B15 76.650,34 185.923,59 315.319,81 112.282,20 5% 258.645,69 95%
10 anos / TIR C15 44% 94% 186% 59% 5% 135% 95%
Input Statistics
Name Cell Minimum Mean Maximum x1 p1 x2 p2
Ocupação ano 1 G10 0,313965052 0,633332847 0,987801552 0,402243048 5% 0,881226957 95%
Sucesso do Empreendimento G11 0,806637347 0,999996047 1,192757249 0,862944841 5% 1,136178613 95%
Os perfis de risco para VPL e TIR, para o horizonte de 10 anos, são exemplificados,
respectivamente, nas figuras 11 e 12. Os gráficos correspondentes aos anos de 5 a 9 são
mostrados no Anexo 1.
67
Figura 11 – Perfil de risco para o VPL, para o horizonte de 10 anos, para a unidade de
Pilates da Gávea
68
Simulation Results for
10 anos / VPL / B15
Summary Information
Distribution for 10 anos / VPL/B15 Workbook Name GáveaRisk2.xls
10 Number of Simulations 1
9 Mean=185923,6
Number of Iterations 1000
8
Values in 10^ -6
Number of Inputs 2
7
Number of Outputs 12
6
5
@RISK Student Version Sampling Type Latin Hypercube
For Academic Use Only Simulation Start Time 4/12/2006 20:41
4
Simulation Stop Time 4/12/2006 20:41
3
2 Simulation Duration 00:00:05
1 Random Seed 711706687
0
50 150 250 350
Summary Statistics
Values in Thousands Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 76.650,34 5% 112.282,20
112,2822 258,6457 Maximum 315.319,81 10% 128.475,45
Mean 185.923,59 15% 138.137,00
Std Dev 43.308,40 20% 148.580,53
Distribution for 10 anos / VPL/B15 Variance 1875617754 25% 155.748,70
1,000 Skewness 0,047021415 30% 162.678,00
Mean=185923,6
Kurtosis 2,593336216 35% 169.862,47
0,800 Median 185.052,95 40% 174.884,36
Mode 179.081,05 45% 179.238,03
0,600
@RISK Student Version Left X 112.282,20 50% 185.052,95
For Academic Use Only Left P 5% 55% 190.432,31
0,400
Right X 258.645,69 60% 196.531,88
Sensitivity
Regression Sensitivity for 10 anos / Rank Name Regr Corr
VPL/B15 #1 Sucesso do Empreendimento
0,923 / $G$11
0,948
#2 Ocupação ano 1 / $G$10
0,310 0,371
#3
Sucesso do Empreendimento/G11 ,923 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Ocupação ano 1/G10 ,31 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
69
Figura 12 – Perfil de risco para a TIR, para o horizonte de 10 anos, para a unidade de
Pilates da Gávea
70
Simulation Results for
10 anos / TIR / C15
Summary Information
Distribution for 10 anos / TIR/C15 Workbook Name GáveaRisk2.xls
2,000 Number of Simulations 1
1,800 Mean=0,9431622
Number of Iterations 1000
1,600 Number of Inputs 2
1,400 Number of Outputs 12
1,200 Sampling Type Latin Hypercube
1,000
@RISK Student Version Simulation Start Time 4/12/2006 20:41
For Academic Use Only
0,800 Simulation Stop Time 4/12/2006 20:41
0,600 Simulation Duration 00:00:05
0,400 Random Seed 711706687
0,200
0,000 Summary Statistics
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 44% 5% 59%
,5942 1,3516 Maximum 186% 10% 67%
Mean 94% 15% 71%
Std Dev 23% 20% 75%
Distribution for 10 anos / TIR/C15 Variance 0,05418586 25% 77%
1,000 Skewness 0,547159194 30% 80%
Mean=0,9431622
Kurtosis 3,235298757 35% 83%
0,800 Median 92% 40% 86%
Mode 79% 45% 89%
0,600 Left X 59% 50% 92%
@RISK Student Version Left P 5% 55% 96%
For Academic Use Only
0,400 Right X 135% 60% 98%
Right P 95% 65% 101%
0,200 Diff X 76% 70% 105%
Diff P 90% 75% 109%
0,000 #Errors 0 80% 114%
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Filter Min 85% 119%
5% 90% 5% Filter Max 90% 125%
,5942 1,3516 #Filtered 0 95% 135%
Sensitivity
Regression Sensitivity for 10 anos / Rank Name Regr Corr
TIR/C15 #1 Ocupação ano 1 / $G$10
0,684 0,731
#2 Sucesso do Empreendimento
0,656 / $G$11
0,711
#3
Ocupação ano 1/G10 ,684 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Sucesso do Empreendimento/G11 ,656 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
71
Para o VPL (figura 11), observam-se como valores mínimo, máximo e médio,
respectivamente R$ 76,7 mil; R$ 315,3 mil e R$ 185,9 mil, o que garante um negócio sem
risco de prejuízo, de acordo com as hipóteses de receitas adotadas. Esta mesma figura mostra
o gráfico de tornado (último à esquerda), que mede o impacto das variáveis de entrada no
resultado. Para o VPL, tanto o grau de sucesso do empreendimento quanto a taxa de ocupação
no ano 1 correlacionam-se positivamente o resultado, ou seja, quanto maiores estas variáveis,
maior será o VPL, sendo que o grau de sucesso impacta mais fortemente o VPL, como
mostram os valores dos coeficientes da regressão para as duas variáveis de entrada do modelo
(0,923 e 0,310; respectivamente).
Quanto à TIR (figura 12), observam-se como valores mínimo, máximo e médio,
respectivamente 44%; 186% e 94%, confirmando a ausência de risco de prejuízo, já que a
taxa de atratividade adotada é de 16%. O gráfico de tornado mostra uma correlação positiva
do grau de sucesso do empreendimento e da taxa de ocupação no ano 1 com a TIR, como já
havia mostrado o gráfico de tornado da VPL. No entanto, os impactos das variáveis de entrada
no valor da TIR invertem-se, quando comparados com o cálculo do VPL. Para a TIR, a taxa
de ocupação no ano 1 possui um coeficiente de regressão de 0,68, enquanto o coeficiente do
grau de sucesso do empreendimento é de 0,656.
O cálculo do payback não pode ser obtido diretamente pelo Excel®. No entanto, como
sugere Lapponi (2000), seu valor pode ser estimado somando-se o fluxo de caixa acumulado
até um período antes de se tornar positivo e adicionando-se a razão entre o valor do fluxo
acumulado que falta para completar o saldo positivo e o próximo valor do fluxo que torna o
saldo positivo. Desta forma, usando-se a planilha mostrada na figura 8, teremos:
Payback = 1 + (38 800,00 – 17 216,71) / 55 585,00 = 1 + 0,39 anos = 1 ano, 4 meses e 20 dias
72
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
Pode-se considerar que estes objetivos foram atendidos satisfatoriamente. No item 4.1
encontra-se detalhado o histórico da empresa e os serviços oferecidos, bem como a visão de
negócio da empreendedora e possíveis desdobramentos do negócio, obedecendo-se o mesmo
norte estratégico traçado.
A terceira proposta deste trabalho é detalhada no item 4.2. Ali se apresenta brevemente
a história do Estúdio de Pilates, sua avaliação estratégica pela ferramenta das cinco forças
propostas por Porter (1979), posiciona-se estrategicamente a unidade em análise e traça-se o
seu plano financeiro, com a determinação do Ponto de Equilíbrio, Valor Presente Líquido,
Taxa Interna de Retorno e Payback do investimento.
Acredita-se que uma análise pautada em pesquisa de campo traria mais insights para o
negócio do que a tarefa de planejamento estratégico realizada. Isto porque a informação
externa é mais isenta. A pesquisa com clientes e a realização de um benchmarking estratégico
poderiam contribuir significativamente no mapeamento do negócio.
Também nesta análise, as receitas poderiam ser mais desagregadas por tipos de alunos,
com suas respectivas quantidades e preços cobrados de cada categoria. Isto proporcionaria
uma possibilidade de variabilidade mais rica para a realização da análise de risco, decorrente
do uso da simulação. Fica também como recomendação para novas pesquisas.
Deve ser lembrado que a gestão de um negócio deste tipo deve ser ponderada na
relação de trade off esforço x ganho. Manter uma taxa de ocupação de um Estúdio de Pilates
na faixa dos 50% não é uma tarefa trivial e pode exigir outros investimentos não
contemplados na análise realizada neste trabalho. Pode-se alegar que uma ocupação de 50%
de um espaço talvez seja modesta, podendo-se conseguir muito mais que isso. Recorda-se que
ocorrem muitas remarcações de aulas e, se o aluno tiver poucas opções de horários
alternativos, aquela escolha de estúdio também pode deixar de ser interessante para ele.
Portanto, o negócio exige alguma subutilização. Dadas as características da estrutura de
custos do empreendimento, concentrada exclusivamente em valores fixos, depois de
ultrapassado o ponto de equilíbrio, qualquer receita marginal representa lucro marginal.
Algo também não realizado neste trabalho é uma análise de sensibilidade do impacto
das variáveis no resultado do negócio. Algo que pode ser trabalhado nas próximas pesquisas.
75
REFERÊNCIAS
BERNSTEIN, Peter L. Desafio aos Deuses. A fascinante história do risco. Editora Campus,
1997.
76
GALBRAITH, Jay. Designing Organizations : An executive guide to strategy, structure and
process. 2nd Edition. Jossey-Bass, 2001.
HERTZ, D. B. Risk Analysis in Capital Investment. Harvard Business Review, Vol. 42,
n.1, p. 95-106, 1964.
KIM, W. Chan e MAUBORGNE Renée. A Estratégia do Oceano Azul. Como Criar Novos
Mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante. Ed. Campus, 2005.
McCRAW, Thomas (Org.). Alfred Chandler: ensaios para uma teoria histórica da grande
empresa. FGV Editora, 1998.
77
MINTZBERG, Henry. Ascensão e Queda do Planejamento Estratégico. Ed. Bookman,
2004.
RIGBY, Darrell K. (Org.). Management Tools. An Executive’s Guide. Bain & Company,
2003.
SCARPI, Marinho Jorge (Org.). Gestão de Clínicas Médicas. Editora Futura, 2004.
YIN, Robert K. Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. 3ª edição. Ed. Bookman, 2005.
78
ANEXOS
79
Figura 1 – Perfil de risco para o VPL, para o horizonte de 5 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 5 anos / VPL/B10
Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,400 Number of Simulations 1
Mean=109039,4
1,200 Number of Iterations 1000
Values in 10^ -5
Number of Inputs 2
1,000
Number of Outputs 12
0,800 @RISK Student Version Sampling Type Latin Hypercube
0,600 For Academic Use Only Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
0,400
Simulation Duration 00:00:05
0,200 Random Seed 711706687
0,000
20 70 120 170 220
Summary Statistics
Values in Thousands Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 31.466,92 5% 57.605,73
57,6057 159,6539 Maximum 205.865,77 10% 68.333,27
Mean 109.039,44 15% 75.990,88
Std Dev 30.482,84 20% 83.117,83
Distribution for 5 anos / VPL/B10 Variance 929203354,5 25% 87.952,03
1,000 Skewness 0,094633222 30% 92.566,91
Mean=109039,4
Kurtosis 2,694667872 35% 96.619,75
0,800
Median 108.551,67 40% 100.607,63
Mode 101.561,44 45% 104.131,01
0,600
@RISK Student Version Left X 57.605,73 50% 108.551,67
For Academic Use Only Left P 5% 55% 113.050,47
0,400
Right X 159.653,94 60% 116.289,54
0,200 Right P 95% 65% 120.438,16
Diff X 102.048,20 70% 124.915,66
0,000 Diff P 90% 75% 129.949,34
20 70 120 170 220
#Errors 0 80% 134.626,67
Values in Thousands Filter Min 85% 141.244,50
5% 90% 5% Filter Max 90% 150.742,33
57,6057 159,6539 #Filtered 0 95% 159.653,94
Sensitivity
Regression Sensitivity for 5 anos / Rank Name Regr Corr
VPL/B10 #1 Sucesso do Empreendimento
0,859 / $G$11
0,892
#2 Ocupação ano 1 / $G$10
0,440 0,497
#3
Sucesso do Empreendimento/G11 ,859 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Ocupação ano 1/G10 ,44 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
80
Figura 2 – Perfil de risco para a TIR, para o horizonte de 5 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 5 anos / TIR/C10 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,800 Number of Simulations 1
Mean=0,9050519
1,600 Number of Iterations 1000
1,400 Number of Inputs 2
1,200 Number of Outputs 12
Sampling Type Latin Hypercube
1,000 @RISK Student Version
Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,800 For Academic Use Only
Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
0,600
Simulation Duration 00:00:05
0,400 Random Seed 711706687
0,200
0,000 Summary Statistics
0,2 0,65 1,1 1,55 2
Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 36% 5% 53%
,5321 1,3345 Maximum 185% 10% 61%
Mean 91% 15% 65%
Std Dev 25% 20% 70%
Distribution for 5 anos / TIR/C10 Variance 0,060959774 25% 73%
1,000 Skewness 0,483318907 30% 76%
Mean=0,9050519
Kurtosis 3,138404922 35% 79%
0,800 Median 88% 40% 82%
Mode 94% 45% 85%
0,600 Left X 53% 50% 88%
@RISK Student Version
Left P 5% 55% 92%
For Academic Use Only
0,400 Right X 133% 60% 95%
Right P 95% 65% 98%
0,200 Diff X 80% 70% 102%
Diff P 90% 75% 107%
0,000 #Errors 0 80% 111%
0,2 0,65 1,1 1,55 2
Filter Min 85% 117%
5% 90% 5% Filter Max 90% 124%
,5321 1,3345 #Filtered 0 95% 133%
Sensitivity
Regression Sensitivity for 5 anos / Rank Name Regr Corr
TIR/C10 #1 Ocupação ano 1 / $G$10
0,692 0,739
#2 Sucesso do Empreendimento
0,651 / $G$11
0,703
#3
Ocupação ano 1/G10 ,692 #4
#5
#6
@RISK Student Version
#7
For Academic Use Only
#8
Sucesso do Empreendimento/G11 ,651 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
81
Figura 3 – Perfil de risco para o VPL, para o horizonte de 6 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 6 anos / VPL/B11 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,200 Number of Simulations 1
Mean=122085,2
Number of Iterations 1000
1,000
Values in 10^ -5
Number of Inputs 2
0,800 Number of Outputs 12
0,600
@RISK Student Version Sampling Type Latin Hypercube
For Academic Use Only Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,400 Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
Simulation Duration 00:00:05
0,200
Random Seed 711706687
0,000
20 75 130 185 240
Summary Statistics
Values in Thousands Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 36.166,36 5% 64.440,64
64,4406 178,8643 Maximum 227.486,63 10% 76.987,63
Mean 122.085,18 15% 85.606,27
Std Dev 33.784,98 20% 93.851,83
Distribution for 6 anos / VPL/B11
Variance 1141424690 25% 98.500,72
1,000 Skewness 0,077382792 30% 104.451,17
Mean=122085,2
Kurtosis 2,662361829 35% 108.415,29
0,800 Median 121.015,23 40% 112.692,52
Mode 111.724,16 45% 116.839,38
0,600
@RISK Student Version Left X 64.440,64 50% 121.015,23
For Academic Use Only Left P 5% 55% 126.078,05
0,400
Right X 178.864,31 60% 130.561,68
0,200 Right P 95% 65% 135.112,92
Diff X 114.423,68 70% 139.895,66
0,000 Diff P 90% 75% 145.245,88
20 75 130 185 240
#Errors 0 80% 150.794,38
Values in Thousands Filter Min 85% 157.815,86
5% 90% 5% Filter Max 90% 167.455,14
64,4406 178,8643 #Filtered 0 95% 178.864,31
Sensitivity
Regression Sensitivity for 6 anos / Rank Name Regr Corr
VPL/B11 #1 Sucesso do Empreendimento
0,882 / $G$11
0,913
#2 Ocupação ano 1 / $G$10
0,397 0,456
#3
Sucesso do Empreendimento/G11 ,882 #4
#5
#6
@RISK Student Version
#7
For Academic Use Only
#8
Ocupação ano 1/G10 ,397 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
82
Figura 4 – Perfil de risco para a TIR, para o horizonte de 6 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 6 anos / TIR/C11 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,800 Number of Simulations 1
Mean=0,9185897
1,600 Number of Iterations 1000
1,400 Number of Inputs 2
1,200 Number of Outputs 12
Sampling Type Latin Hypercube
1,000 @RISK Student Version
Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,800 For Academic Use Only
Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
0,600
Simulation Duration 00:00:05
0,400 Random Seed 711706687
0,200
0,000 Summary Statistics
0,2 0,65 1,1 1,55 2
Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 37% 5% 55%
,5474 1,3427 Maximum 185% 10% 63%
Mean 92% 15% 67%
Std Dev 24% 20% 71%
Distribution for 6 anos / TIR/C11 Variance 0,059506608 25% 74%
1,000 Skewness 0,481917763 30% 77%
Mean=0,9185897
Kurtosis 3,150720424 35% 80%
0,800 Median 89% 40% 83%
Mode 68% 45% 86%
0,600 Left X 55% 50% 89%
@RISK Student Version
Left P 5% 55% 94%
For Academic Use Only
0,400 Right X 134% 60% 96%
Right P 95% 65% 99%
0,200 Diff X 80% 70% 103%
Diff P 90% 75% 108%
0,000 #Errors 0 80% 112%
0,2 0,65 1,1 1,55 2
Filter Min 85% 118%
5% 90% 5% Filter Max 90% 124%
,5474 1,3427 #Filtered 0 95% 134%
Sensitivity
Regression Sensitivity for 6 anos / Rank Name Regr Corr
TIR/C11 #1 Ocupação ano 1 / $G$10
0,687 0,733
#2 Sucesso do Empreendimento
0,656 / $G$11
0,709
#3
Ocupação ano 1/G10 ,687 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Sucesso do Empreendimento/G11 ,656 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
83
Figura 5 – Perfil de risco para o VPL, para o horizonte de 7 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 7 anos / VPL/B12 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,200 Number of Simulations 1
Mean=141752,6
Number of Iterations 1000
1,000
Values in 10^ -5
Number of Inputs 2
0,800 Number of Outputs 12
0,600
@RISK Student Version Sampling Type Latin Hypercube
For Academic Use Only Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,400 Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
Simulation Duration 00:00:05
0,200
Random Seed 711706687
0,000
0 100 200 300
Summary Statistics
Values in Thousands Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 48.638,75 5% 79.292,34
79,2923 203,9117 Maximum 254.546,45 10% 92.995,53
Mean 141.752,64 15% 101.202,73
Std Dev 36.682,06 20% 110.669,45
Distribution for 7 anos / VPL/B12 Variance 1345573741 25% 116.083,92
1,000 Skewness 0,065718686 30% 122.258,15
Mean=141752,6
Kurtosis 2,637836331 35% 127.553,32
0,800
Median 140.707,48 40% 131.829,59
Mode 146.235,07 45% 136.178,95
0,600
@RISK Student Version Left X 79.292,34 50% 140.707,48
For Academic Use Only Left P 5% 55% 145.942,86
0,400
Right X 203.911,72 60% 151.213,81
Sensitivity
Regression Sensitivity for 7 anos / Rank Name Regr Corr
VPL/B12 #1 Sucesso do Empreendimento
0,898 / $G$11
0,927
#2 Ocupação ano 1 / $G$10
0,365 0,426
#3
Sucesso do Empreendimento/G11 ,898 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Ocupação ano 1/G10 ,365 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
84
Figura 6 – Perfil de risco para a TIR, para o horizonte de 7 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 7 anos / TIR/C12 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,800 Number of Simulations 1
Mean=0,9312942
1,600 Number of Iterations 1000
1,400 Number of Inputs 2
1,200 Number of Outputs 12
Sampling Type Latin Hypercube
1,000 @RISK Student Version
Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,800 For Academic Use Only
Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
0,600
Simulation Duration 00:00:05
0,400 Random Seed 711706687
0,200
0,000 Summary Statistics
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 40% 5% 57%
,5696 1,348 Maximum 186% 10% 65%
Mean 93% 15% 69%
Std Dev 24% 20% 73%
Distribution for 7 anos / TIR/C12 Variance 0,057068844 25% 76%
1,000 Skewness 0,506537782 30% 79%
Mean=0,9312942
Kurtosis 3,183818842 35% 82%
0,800 Median 91% 40% 84%
Mode 70% 45% 87%
0,600 Left X 57% 50% 91%
@RISK Student Version
Left P 5% 55% 95%
For Academic Use Only
0,400 Right X 135% 60% 97%
Right P 95% 65% 100%
0,200 Diff X 78% 70% 104%
Diff P 90% 75% 108%
0,000 #Errors 0 80% 113%
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Filter Min 85% 119%
5% 90% 5% Filter Max 90% 125%
,5696 1,348 #Filtered 0 95% 135%
Sensitivity
Regression Sensitivity for 7 anos / Rank Name Regr Corr
TIR/C12 #1 Ocupação ano 1 / $G$10
0,685 0,732
#2 Sucesso do Empreendimento
0,657 / $G$11
0,710
#3
Ocupação ano 1/G10 ,685 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Sucesso do Empreendimento/G11 ,657 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
85
Figura 7 – Perfil de risco para o VPL, para o horizonte de 8 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 8 anos / VPL/B13 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,200 Number of Simulations 1
Mean=158707,3
Number of Iterations 1000
1,000
Values in 10^ -5
Number of Inputs 2
0,800 Number of Outputs 12
0,600
@RISK Student Version Sampling Type Latin Hypercube
For Academic Use Only Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,400 Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
Simulation Duration 00:00:05
0,200
Random Seed 711706687
0,000
50 112,5 175 237,5 300
Summary Statistics
Values in Thousands Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 59.390,80 5% 91.543,41
91,5434 224,5777 Maximum 277.873,88 10% 106.738,63
Mean 158.707,35 15% 114.967,28
Std Dev 39.208,66 20% 125.121,63
Distribution for 8 anos / VPL/B13
Variance 1537319048 25% 131.534,50
1,000 Skewness 0,057502014 30% 137.497,00
Mean=158707,3
Kurtosis 2,619128052 35% 143.856,59
0,800
Median 157.809,55 40% 148.354,69
Mode 146.791,00 45% 152.614,84
0,600
@RISK Student Version Left X 91.543,41 50% 157.809,55
For Academic Use Only Left P 5% 55% 163.037,81
0,400
Right X 224.577,66 60% 168.238,55
0,200 Right P 95% 65% 173.787,98
Diff X 133.034,24 70% 179.738,83
0,000 Diff P 90% 75% 186.068,36
50 112,5 175 237,5 300
#Errors 0 80% 191.939,52
Values in Thousands Filter Min 85% 199.403,88
5% 90% 5% Filter Max 90% 211.247,78
91,5434 224,5777 #Filtered 0 95% 224.577,66
Sensitivity
Regression Sensitivity for 8 anos / Rank Name Regr Corr
VPL/B13 #1 Sucesso do Empreendimento
0,909 / $G$11
0,936
#2 Ocupação ano 1 / $G$10
0,342 0,403
#3
Sucesso do Empreendimento/G11 ,909 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Ocupação ano 1/G10 ,342 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
86
Figura 8 – Perfil de risco para a TIR, para o horizonte de 8 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 8 anos / TIR/C13 Workbook Name GáveaRisk2.xls
2,000 Number of Simulations 1
1,800 Mean=0,9378326
Number of Iterations 1000
1,600 Number of Inputs 2
1,400 Number of Outputs 12
1,200 Sampling Type Latin Hypercube
1,000
@RISK Student Version
Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
For Academic Use Only
0,800 Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
0,600 Simulation Duration 00:00:05
0,400 Random Seed 711706687
0,200
0,000 Summary Statistics
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 42% 5% 58%
,5823 1,3503 Maximum 186% 10% 66%
Mean 94% 15% 70%
Std Dev 24% 20% 74%
Distribution for 8 anos / TIR/C13 Variance 0,055609162 25% 77%
1,000 Skewness 0,524741622 30% 80%
Mean=0,9378326
Kurtosis 3,207752534 35% 82%
0,800 Median 91% 40% 85%
Mode 78% 45% 88%
0,600 Left X 58% 50% 91%
@RISK Student Version
Left P 5% 55% 95%
For Academic Use Only
0,400 Right X 135% 60% 98%
Right P 95% 65% 101%
0,200 Diff X 77% 70% 104%
Diff P 90% 75% 109%
0,000 #Errors 0 80% 113%
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Filter Min 85% 119%
5% 90% 5% Filter Max 90% 125%
,5823 1,3503 #Filtered 0 95% 135%
Sensitivity
Regression Sensitivity for 8 anos / Rank Name Regr Corr
TIR/C13 #1 Ocupação ano 1 / $G$10
0,684 0,731
#2 Sucesso do Empreendimento
0,657 / $G$11
0,711
#3
Ocupação ano 1/G10 ,684 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Sucesso do Empreendimento/G11 ,657 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
87
Figura 9 – Perfil de risco para o VPL, para o horizonte de 9 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 9 anos / VPL/B14 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,200 Number of Simulations 1
Mean=173323,5
Number of Iterations 1000
1,000
Values in 10^ -5
Number of Inputs 2
0,800 Number of Outputs 12
0,600
@RISK Student Version Sampling Type Latin Hypercube
For Academic Use Only Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,400 Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
Simulation Duration 00:00:05
0,200
Random Seed 711706687
0,000
50 112,5 175 237,5 300
Summary Statistics
Values in Thousands Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 68.659,81 5% 102.461,90
102,4619 242,6442 Maximum 297.983,72 10% 118.336,59
Mean 173.323,48 15% 127.355,23
Std Dev 41.404,41 20% 137.597,14
Distribution for 9 anos / VPL/B14 Variance 1714325087 25% 144.039,58
1,000 Skewness 0,05151217 30% 150.815,38
Mean=173323,5
Kurtosis 2,604670168 35% 157.678,73
0,800 Median 172.355,34 40% 162.498,11
Mode 166.663,66 45% 166.871,94
0,600
@RISK Student Version Left X 102.461,90 50% 172.355,34
For Academic Use Only Left P 5% 55% 177.666,84
0,400
Right X 242.644,17 60% 183.010,44
0,200 Right P 95% 65% 189.581,91
Diff X 140.182,27 70% 195.115,63
0,000 Diff P 90% 75% 202.273,42
50 112,5 175 237,5 300
#Errors 0 80% 208.737,50
Values in Thousands Filter Min 85% 216.062,67
5% 90% 5% Filter Max 90% 229.415,25
102,4619 242,6442 #Filtered 0 95% 242.644,17
Sensitivity
Regression Sensitivity for 9 anos / Rank Name Regr Corr
VPL/B14 #1 Sucesso do Empreendimento
0,917 / $G$11
0,943
#2 Ocupação ano 1 / $G$10
0,324 0,385
#3
Sucesso do Empreendimento/G11 ,917 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Ocupação ano 1/G10 ,324 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
88
Figura 10 – Perfil de risco para a TIR, para o horizonte de 9 anos, para a unidade de Pilates da Gávea
Summary Information
Distribution for 9 anos / TIR/C14 Workbook Name GáveaRisk2.xls
1,800 Number of Simulations 1
Mean=0,9412922
1,600 Number of Iterations 1000
1,400 Number of Inputs 2
1,200 Number of Outputs 12
Sampling Type Latin Hypercube
1,000 @RISK Student Version Simulation Start Time 04/12/2006 20:41
0,800 For Academic Use Only
Simulation Stop Time 04/12/2006 20:41
0,600
Simulation Duration 00:00:05
0,400 Random Seed 711706687
0,200
0,000 Summary Statistics
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Statistic Value %tile Value
5% 90% 5% Minimum 43% 5% 59%
,5897 1,3512 Maximum 186% 10% 66%
Mean 94% 15% 70%
Std Dev 23% 20% 74%
Distribution for 9 anos / TIR/C14
Variance 0,054724859 25% 77%
1,000 Skewness 0,537885106 30% 80%
Mean=0,9412922
Kurtosis 3,224291858 35% 83%
0,800 Median 92% 40% 86%
Mode 79% 45% 88%
0,600 Left X 59% 50% 92%
@RISK Student Version
Left P 5% 55% 96%
For Academic Use Only
0,400 Right X 135% 60% 98%
Right P 95% 65% 101%
0,200 Diff X 76% 70% 104%
Diff P 90% 75% 109%
0,000 #Errors 0 80% 113%
0,4 0,8 1,2 1,6 2
Filter Min 85% 119%
5% 90% 5% Filter Max 90% 125%
,5897 1,3512 #Filtered 0 95% 135%
Sensitivity
Regression Sensitivity for 9 anos / Rank Name Regr Corr
TIR/C14 #1 Ocupação ano 1 / $G$10
0,684 0,731
#2 Sucesso do Empreendimento
0,657 / $G$11
0,711
#3
Ocupação ano 1/G10 ,684 #4
#5
#6
@RISK Student Version #7
For Academic Use Only
#8
Sucesso do Empreendimento/G11 ,657 #9
#10
#11
#12
-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1
#13
Std b Coefficients #14
#15
#16
89