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RESUMO DOS INFORMATIVOS - SITE DIZER O DIREITO

ECA

1. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
1.1. Impossibilidade de privação da liberdade em caso da prática de ato
infracional equiparado ao art. 28 da LD – (Infos 772 e 742) – IMPORTANTE!!!

Não é possível aplicar nenhuma medida socioeducativa que prive a


liberdade do adolescente (internação ou semiliberdade) caso ele tenha
praticado um ato infracional análogo ao delito do art. 28 da Lei de Drogas.
Isso porque o art. 28 da Lei 11.343/2006 não prevê a possibilidade de penas
privativas de liberdade caso um adulto cometa esse crime. Ora, se nem
mesmo a pessoa maior de idade poderá ser presa por conta da prática do art.
28 da LD, com maior razão não se pode impor a restrição da liberdade para o
adolescente que incidir nessa conduta.
STF. 1ª Turma. HC 119160/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 9/4/2014
(Info 742).
STF. 2ª Turma. HC 124682/SP, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
16/12/2014 (Info 772).

1.2. Princípio da insignificância e os atos infracionais

É possível a aplicação do princípio da insignificância para os atos


infracionais. Trata-se de posição pacífica no STF e no STJ.
STF. Segunda Turma. HC 112400/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 22/5/2012.

2. INTERNAÇÃO
2.1. Internação só é cabível nos casos do art. 122 do ECA – (Info 818)

O ato de internação do menor é medida excepcional, apenas cabível quando


atendidos os requisitos do art. 122 do ECA:
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I — tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência
a pessoa;
II — por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III — por descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta.
STF. 1ª Turma. HC 125016/SP, red. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão
Min. Roberto Barroso, julgado em 15/3/2016 (Info 818).
OBS:
Internação (arts. 121 e 122 do ECA): Por esse regime, o adolescente fica
recolhido na unidade de internação. A internação constitui medida privativa
da liberdade e se sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Pode ser
permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da
entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário. A medida não
comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. Em nenhuma
hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. Se o interno
completar 21 anos, deverá ser obrigatoriamente liberado, encerrando o regime
de internação.

O juiz somente pode aplicar a medida de internação ao adolescente infrator


nas hipóteses taxativamente previstas no art. 122 do ECA, pois a segregação
do adolescente é medida de exceção, devendo ser aplicada e mantida somente
quando evidenciada sua necessidade, em observância ao espírito do Estatuto,
que visa à reintegração do menor à sociedade.

A imposição de medida socioeducativa de internação deve ser aplicada apenas


quando não houver outra medida adequada: Assim, quando for aplicada a
internação, o magistrado deverá adotar uma fundamentação idônea que
apresente justificativas concretas para a escolha dessa medida socioeducativa.
No caso concreto, um adolescente recebeu a medida de internação por ter
praticado tráfico de droga (maconha). Vale ressaltar que não houve uso de
violência e que ele não possuía outros antecedentes de atos infracionais. Diante
disso, o STF concedeu habeas corpus de ofício para determinar que o
adolescente cumpra outra medida diversa da internação.

Sobre o tema, vale a pena lembrar um enunciado do STJ:

Súmula 492-STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de


drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de
medida socioeducativa de internação do adolescente.

3. CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA


3.1. Caráter não-vinculante do parecer psicossocial na progressão da medida
socioeducativa – (Info 779)

Imagine que determinado adolescente cumpre medida socioeducativa de


internação. Após seis meses de cumprimento, o parecer psicossocial
apresentado pela equipe técnica manifesta-se favoravelmente à progressão
para o regime de semiliberdade. O juiz pode decidir de forma contrária ao
parecer e manter a internação?
SIM. O parecer psicossocial não possui caráter vinculante e representa
apenas um elemento informativo para auxiliar o magistrado na avaliação da
medida socioeducativa mais adequada a ser aplicada. A partir dos fatos
contidos nos autos, o juiz pode decidir contrariamente ao laudo com base no
princípio do livre convencimento motivado.
STF. 1ª Turma. RHC 126205/PE, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 24/3/2015
(Info 779).

3.2. INTERNAÇÃO SOCIOEDUCATIVA COMO MEDIDA


EXCEPCIONAL E BASEADA NAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO
CONCRETO – (Info 733)

A imposição de medida socioeducativa de internação somente deve ser


aplicada quando não houver outra medida adequada e desde que haja
fundamentação idônea.
STF. Plenário. HC 119667/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
18/12/2013 (Info 733).

4. AUDIÊNCIA DE APRESENTAÇÃO
4.1. Realização de estudo técnico de que trata o art. 186 do ECA

O art. 186 do ECA determina que, na audiência de apresentação, o juiz irá


ouvir o adolescente, seus pais ou responsável, “podendo solicitar opinião de
profissional qualificado”.
A realização desse estudo (“opinião de profissional qualificado”) de que
trata o art. 186 do ECA é obrigatória?
NÃO. Segundo decidiu a 1ª Turma do STF, o referido estudo serve para
auxiliar o juiz, especialmente para avaliar a medida socioeducativa mais
adequada, não sendo, contudo, obrigatório. Assim, não há nulidade do
processo por falta desse laudo técnico, uma vez que se trata de faculdade do
magistrado, podendo a decisão ser tomada com base em outros elementos
constantes dos autos
STF. Primeira Turma. HC 107473/MG, rel. Min. Rosa Weber, 11/12/2012.

5. CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
5.1. Classificação indicativa e liberdade de expressão– (Info 837) –
IMPORTANTE!!!

É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida


no art. 254 do ECA.
"Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da
programação da emissora por até dois dias."
O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser
exibidos em determinados horários. Isso seria uma imposição, o que é
vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder Público
pode apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos
programas é indicativa (e não obrigatória).
STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 31/8/16 (Info 837).
OBS:
Classificação indicativa: O art. 254 do ECA prevê que os programas de rádio
e TV, com base em seu conteúdo, deverão ser classificados como apropriados
ou não, de acordo com a faixa etária.

Ex: um programa de TV que não exiba cenas de violência, sexo ou uso de


drogas é classificado como "livre para todos os públicos". Se ele tiver cenas de
nudez velada, insinuação sexual, linguagem de conteúdo sexual, simulações
de sexo etc., poderá ser classificado como "recomendado para maiores de 12
anos".

O governo estipulou horários em que cada um desses programas deverá passar


de acordo com a faixa etária que ele foi enquadrado. Ex: o programa livre para
todos os públicos poderá ser exibido em qualquer horário; por outro lado, o
programa recomendado para maiores de 12 anos somente podia ser
transmitido a partir de 20h.

Quem faz essa classificação? O Ministério da Justiça, por meio de um setor


específico que cuida do assunto. Há uma portaria que regulamenta o tema
(Portaria 368/2014-MJ).

Quais os critérios utilizados? Existe uma espécie de "manual" utilizado pelo


MJ para fazer esta classificação. Há, em resumo, três critérios de análise: a)
violência; b) sexo e nudez; c) drogas. A partir daí, o programa pode ser
classificado em seis diferentes faixas: livre, 10, 12, 14, 16 ou 18 anos. No rádio e
na TV aberta existem horários apropriados para que estes programas sejam
exibidos, de acordo com a faixa etária classificada.

A Constituição Federal trata sobre o assunto? Sim. O tema é tratado em alguns


dispositivos da CF/88. Confira:

Art. 21. Compete à União:


XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
diversões públicas e de programas de rádio e televisão;

Art. 220 (...)


§ 3º Compete à lei federal:
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo
ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as
faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários
em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à
família a possibilidade de se defenderem de programas
ou programações de rádio e televisão que contrariem o
disposto no art. 221, bem como da propaganda de
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à
saúde e ao meio ambiente.

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de


rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
(...)
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da
família.

Infração administrativa: Caso a emissora de rádio ou TV exibisse o programa


fora do horário recomendado, ela praticaria infração administrativa e poderia
ser punida com multa e até suspensão da programação na hipótese de
reincidência. Confira a redação do ECA:

Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,


espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
aviso de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
duplicada em caso de reincidência a autoridade
judiciária poderá determinar a suspensão da
programação da emissora por até dois dias.

Duplo dever: Repare que, de acordo com a redação do art. 254 do ECA, as
emissoras de rádio e TV possuíam dois deveres impostos por lei:
1) Avisar, antes de o programa começar, qual é a classificação etária do
espetáculo (aquele famoso aviso: "programa recomendado para todos os
públicos" ou "programa recomendado para maiores de 12 anos");
2) Somente transmitir os programas nos horários compatíveis com a sua
classificação etária. Ex: se o programa foi recomendado para maiores de 12
anos, ele não podia ser exibido antes das 20h.

ADI: Em 2001, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) ingressou com uma ADI
contra o art. 254 do ECA alegando que ele violou o art. 5º, IX (liberdade de
expressão), o art. 21, XVI e o art. 220, caput e parágrafos, da CF/88. Isso porque
o art. 254 do ECA extrapolou o que determina a Constituição Federal, já que
impôs que as emissoras de rádio e TV somente exibissem os programas em
determinados horários sob pena de serem punidas administrativamente.

O STF finalmente enfrentou o tema. O que foi decidido? A ADI foi julgada
procedente? SIM. O STF julgou a ADI procedente e decidiu que: É
inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no
art. 254 do ECA. STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 31/8/2016 (Info 837).

Liberdade de programação é uma forma de liberdade de expressão: A CF/88


garante a liberdade de expressão (art. 5º, IX) e a liberdade de comunicação
social, prevista no art. 220 da CF/88:

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a


expressão e a informação, sob qualquer forma, processo
ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição.

Como consectário dessa garantia, as emissoras de rádio e TV gozam de


"liberdade de programação", sendo esta uma das dimensões da liberdade de
expressão em sentido amplo. Assim, a programação das emissoras deve
permanecer como sendo uma tarefa autônoma e livre de interferências do
Poder Público.

Proteção das crianças e adolescentes: Por outro lado, a criança e o adolescente,


pela posição de fragilidade em que se colocam, devem ser destinatários, tanto
quanto possível, de normas e ações protetivas voltadas ao seu
desenvolvimento pleno e à preservação contra situações potencialmente
danosas a sua formação física, moral e mental.

Necessidade de compatibilizar tais valores: O caso em tela envolve dois


valores constitucionais que devem ser sopesados para uma correta decisão: de
um prisma, a liberdade de expressão nos meios de comunicação; de outro, a
necessidade de garantir a proteção da criança e do adolescente.

O que fez a Constituição Federal para compatibilizar esses dois valores? Ela
determinou, em seu art. 21, XVI e art. 220, § 3º, que fosse criado um sistema de
classificação indicativa dos espetáculos. Assim, os programas devem ser
classificados de acordo com faixas etárias e essa classificação deve ser
divulgada aos telespectadores a fim de que eles tenham as informações
necessárias para decidir se permitem ou não que as crianças e adolescentes
assistam tais programas. No entanto, em nenhum momento o texto
constitucional determinou que as empresas sejam obrigadas a veicular os
programas em determinados horários, sob pena de punição. O sistema de
classificação indicativa foi o ponto de equilíbrio tênue adotado pela
Constituição para compatibilizar os dois postulados, a fim de velar pela
integridade das crianças e dos adolescentes sem deixar de lado a preocupação
com a garantia da liberdade de expressão. A classificação dos produtos
audiovisuais busca esclarecer, informar, indicar aos pais a existência de
conteúdo inadequado para as crianças e os adolescentes. Essa classificação
desenvolvida pela União possibilita que os pais, calcados na autoridade do
poder familiar, decidam se a criança ou o adolescente pode ou não assistir a
determinada programação.

Classificação indicativa não se confunde com autorização para exibir os


programas: A CF/88 conferiu à União e ao legislador federal margem limitada
de atuação no campo da classificação dos espetáculos e diversões públicas. A
autorização constitucional é para que a União classifique, informe, indique as
faixas etárias e/ou horários não recomendados. Ela não pode, contudo, proibir,
vedar ou censurar os programas. A classificação indicativa deve ser entendida
como um aviso aos usuários sobre o conteúdo da programação, jamais como
obrigação às emissoras de exibição em horários específicos, especialmente sob
pena de sanção administrativa. Por essa razão, percebe-se que o art. 254 do
ECA violou a CF/88 ao instituir punição para as emissoras que transmitam
espetáculo "em horário diverso do autorizado". O uso do verbo “autorizar”
revela a ilegitimidade do dispositivo legal. O art. 255, ao estabelecer punição
às empresas do ramo por exibirem programa em horário diverso do
autorizado, incorre, portanto, em abuso constitucional.

Submissão de programa ao Ministério da Justiça: É legítimo que se exija que


as emissoras submetam os programas para serem analisados e classificados
pelo Ministério da Justiça. No entanto, a submissão de programa ao Ministério
não consiste em condição para que ele possa ser exibido, pois não se trata de
uma licença ou de autorização estatal. A CF/88 veda que se exija licença ou
autorização do governo para a exibição de programas de rádio ou TV. Dessa
forma, esta submissão ocorre, exclusivamente, com o objetivo de que a União
exerça sua competência administrativa para classificar, a título indicativo, as
diversões públicas e os programas de rádio e televisão, conforme determina o
art. 21, XVI, da CF/88.

Imposição de horários para os programas é inconstitucional: O Estado não


pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em
determinados horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto
constitucional. O Poder Público pode apenas recomendar os horários
adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória).

Censura prévia: A expressão “em horário diverso do autorizado”, contida no


art. 254 do ECA, embora não impedisse a veiculação de ideias, não impusesse
cortes nas obras audiovisuais, mas tão-somente exigisse que as emissoras
veiculassem seus programas em horário adequado ao público-alvo, implicava
verdadeira censura prévia, acompanhada de elemento repressor, de punição.
Esse caráter não se harmoniza com os arts. 5º, IX; 21, XVI; e 220, § 3º, I, todos
da CF/88.

Efeito pedagógico: A exibição do aviso de classificação indicativa deve ter


apenas efeito pedagógico, a exigir reflexão por parte do espectador e dos
responsáveis. É dever estatal, nesse ponto, conferir maior publicidade aos
avisos de classificação, bem como desenvolver programas educativos acerca
desse sistema. Além disso, o controle pelos pais e responsáveis sobre os
programas assistidos pelas crianças e adolescentes pode ser feito com o auxílio
de meios eletrônicos de restrição de acesso a determinados programas, como
já feito em outros países. Essa tecnologia, inclusive, é de uso obrigatório no
Brasil, apesar de ainda não adotada na prática, conforme previsto no art. 1º da
Lei nº 10.359/2001:

Art. 1º Os aparelhos de televisão produzidos no


território nacional deverão dispor, obrigatoriamente, de
dispositivo eletrônico que permita ao usuário bloquear a
recepção de programas transmitidos pelas emissoras,
concessionárias e permissionárias de serviços de
televisão, inclusive por assinatura e a cabo, mediante:
I - a utilização de código alfanumérico, de forma
previamente programada; ou
II - o reconhecimento de código ou sinal, transmitido
juntamente com os programas que contenham cenas de
sexo ou violência.

Permanece o dever de informar a classificação indicativa: É importante


salientar que permanece o dever das emissoras de rádio e de televisão de exibir
ao público o aviso de classificação etária, de forma antecedente e concomitante
com a veiculação do conteúdo, regra essa prevista no parágrafo único do art.
76 do ECA, sendo seu descumprimento tipificado como infração
administrativa pelo art. 254. O que foi declarado inconstitucional foi apenas a
punição caso a emissora exiba o programa fora do horário recomendado.

Responsabilização judicial em caso de abusos: As emissoras não estão livres


de responsabilidade. Será possível que elas sejam processadas e
responsabilizadas judicialmente caso pratiquem abusos ou danos à integridade
de crianças e adolescentes, tendo em conta, inclusive, a recomendação do
Ministério de Estado da Justiça em relação aos horários em que determinada
programação seria adequada. É o caso, por exemplo, de uma emissora que
exiba, reiteradamente, programas violentos ou com fortes cenas de sexo em
plena manhã ou tarde. Nesse exemplo extremo, o Ministério Público poderia
ajuizar ação civil pública contra a emissora pedindo a sua responsabilização
pelos danos causados a crianças e adolescentes. Isso porque a liberdade de
expressão não é uma garantia absoluta e exige responsabilidade no seu
exercício. Assim, as emissoras devem observar na sua programação as cautelas
necessárias às peculiaridades do público infanto-juvenil.

Outros dispositivos do ECA: O ECA possui outro dispositivo parecido que


trata sobre o tema, mas que não foi impugnado nem declarado
inconstitucional. Trata-se do art. 76, que possui a seguinte redação:
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente
exibirão, no horário recomendado para o público infanto
juvenil, programas com finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
transmissão, apresentação ou exibição.

Este dispositivo não estabelece nenhuma punição para as emissoras de rádio e


TV que exibirem programas fora de horários estipulados pelo Poder Público.
Por essa razão, não é considerado inconstitucional, já que não viola a liberdade
de expressão. Cuidado nas provas porque o enunciado da questão pode tentar
confundir você.

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