Você está na página 1de 16

Finanças Pessoais

para

Invista e construa o futuro

1
Introdução
Todos queremos o melhor para os nossos filhos, certo? Os pais têm o pa-
pel de cuidar, dar amor, educar e, claro, preparar o futuro dos pequenos.
Porém, infelizmente, no Brasil, muitas famílias não têm um plano de longo
prazo, nem investimentos, para garantir o futuro dos herdeiros.

Se você faz parte desse grupo, não se preocupe. Afinal, não temos uma
tradição que valorize a educação financeira e este assunto não faz parte
da grade curricular da maioria das escolas. Por isso, sabemos que é difícil
pensar em um plano financeiro, sobretudo quando cuidar das finanças da
casa, no dia a dia, já é um desafio.

Apesar desse cenário, fique tranquilo! Ao finalizar a leitura deste eBook,


você terá uma noção mais clara, e várias ideias, para começar um plano de
investimento para o(s) seu(s) filho(s).

O que você vai ver neste eBook:


 Como começar um plano de investimento
 O melhor investimento é...
 Educação Financeira começa em casa
 Investir para os filhos
 O risco dos investimentos
 Onde investir
 Diversificação
 Custos
 Conclusão

2
Como começar um plano de investimento
Em primeiro lugar, é preciso ter uma meta clara para seguir tal propósito.
Procure definir o valor que você deseja acumular e para que ele será usado.
Por exemplo: o plano tem como objetivo pagar a faculdade? Quanto é preciso
ter para isso, daqui a 15 anos?

Saber aonde se quer chegar é fundamental para planejar os próximos pas-


sos, manter a disciplina e não abandonar o investimento no meio do caminho.

Dessa forma, abra uma conta em um banco ou corretora para o seu herdei-
ro, mesmo que ele ainda seja um bebê: após emitir o RG e o CPF dele, que são
os documentos básicos para a abertura de uma conta em conjunto, consiga
um comprovante de endereço.

Assim, o investimento não se mistura com os seus, o controle fica separado,


e, no futuro, será preciso, apenas, passar o acesso ao seu filho. Além disso, tal
estratégia cria uma “barreira psicológica”, a qual dificulta recorrer a esse in-
vestimento para cobrir outras despesas.

3
O melhor investimento é…
Se você se interessou pelo assunto deste eBook, podemos afirmar que você
entende a importância da educação financeira. Logo, para que sua família sai-
ba como fazer bom uso do dinheiro, tomar boas decisões e administrar as fi-
nanças, é fundamental começar a usar e abusar da educação financeira den-
tro de casa. Sendo assim, é importante que, no longo caminho da educação
dos filhos, a financeira seja parte importante desse processo.

Se não for assim, qual é a garantia de que seu filho irá lidar adequadamente
com o montante acumulado ao longo de sua vida? Se o exemplo não começa
em casa, como será que seu filho irá lidar com a organização financeira de uma
maneira inteligente, usando ferramentas para controlar o orçamento e esco-
lhendo as melhores oportunidades de investir com base nos objetivos?

Precisamos preparar nossos filhos para que se tornem adultos conscientes


e independentes, inclusive nas finanças.

4
Educação Financeira começa em casa
Não é preciso ser um especialista em finanças pessoais para conversar, em
casa, sobre Educação Financeira. Para isso, busque praticar os 4 itens abaixo:

Promova o diálogo

Antigamente, era comum a soberania do “chefe de família”, responsável pela


renda e por toda decisão relacionada ao uso do dinheiro – isto, sem qualquer
participação dos outros membros da casa. No entanto, essa dinâmica tem mu-
dado com a divisão das tarefas, das contas e a maior participação das mulhe-
res no mercado de trabalho. Por isso, o diálogo dentro de casa, sobre diversos
assuntos, inclusive dinheiro, é fundamental para que todos estejam na mesma
página, ou seja, com iguais condições de contribuição.

Assim, quando um integrante pede algo caro, fora do planejado, por exem-
plo, é preciso explicar claramente o motivo de tal desejo não ser atendido
naquele momento. Não devemos inventar alguma desculpa ou apenas dizer
“não tenho dinheiro”.

Incentive a participação familiar no planejamento financeiro da casa

É importante explicar, desde cedo, que o dinheiro está sendo poupado para
algum objetivo ou que não cabe no orçamento do mês. Tal atitude ajuda a
criar consciência sobre as finanças e, com o tempo, os filhos passam a ter mais
atenção à realidade familiar antes de pedirem alguma coisa. A participação
acontece, portanto, quando todos estão envolvidos em assuntos que interes-
sam ao grupo, como a compra do carro, a escolha da próxima viagem, a festa
de aniversário, entre outros.

Utilize a mesada como ferramenta de aprendizado

A mesada pode servir como um poderoso instrumento para ensinar, na prática


e desde cedo, como lidar com o dinheiro. Estabeleça um valor compatível com a
idade e procure fornecê-lo sempre no mesmo dia do mês, para criar o hábito.

5
Deixe que a mesada sirva para comprar coisas como brinquedos, gibis, fi-
gurinhas, doces etc. – não a utilize para pagar itens básicos, como lanche da
escola ou aula de reforço, por exemplo. A ideia é deixar que os pequenos to-
mem decisões, errem e aprendam com os erros. Sempre que perceber algum
tropeço, oriente. Além disso, não reponha a mesada antes da hora.

Para filhos adolescentes, estipule um valor maior: assim, vai ser possível pa-
gar o passeio com os amigos, os jogos de videogame ou aquele smartphone
caro. Nesse caso, deixe-o juntar a mesada, a fim de que ele entenda que não é
possível ter tudo sempre que se quer. Assim, ele irá perceber que é necessário
planejar e fazer escolhas quando se tem um objetivo.

Valorize muito mais o exemplo do que o discurso

É comum observarmos pais que têm um discurso afiado, o qual não conse-
guem replicar na prática, em ações concretas, da mesma maneira que acon-
tece na teoria. Quando o assunto é dinheiro, o poder do exemplo é extrema-
mente significativo. Afinal, qual a probabilidade de um filho ser bem-sucedido
financeiramente, quando vê seus maiores exemplos, dentro de casa, sempre
gastando mais do que podem?

Esteja sempre aberto a falar sobre dinheiro em casa e tenha em mente o


quanto o envolvimento pessoal nas decisões de sua família é fundamental.

6
Investir para os filhos
Independentemente de como você tenha decidido aplicar o dinheiro, seja
em uma conta no seu nome, seja em uma que tem seu filho como titular, o im-
portante é definir um valor fixo por mês. Esse valor não deve comprometer o
orçamento da casa ou o pagamento de alguma dívida. Mesmo que seja 10% da
sua renda, não deixe de investir apenas por achar que o valor é baixo.

Lembre-se de que os juros trabalhão a favor da rentabilidade da aplicação.


Além disso, sempre que tiver a oportunidade de investir um valor adicional,
faça-o. Os aportes mais altos estão relacionados a gratificações como bônus,
ganhos extras e parte do 13º salário.

Crie o hábito de sempre investir quando receber um ganho extra. Uma dica
é dividir uma porcentagem para o investimento dos filhos e outra para o seu
investimento pessoal. Afinal, de que adianta investir no filho se não há um cui-
dado com seu próprio futuro?

Muitas pessoas ficam frustradas, porque, lá na frente, acabam passando


dificuldades por conta do desleixo que tiveram com seu planejamento finan-
ceiro. Assim, os filhos ficam obrigados a contribuir sempre, para manter o mí-
nimo de conforto para os pais.

A regra é clara: cuide do futuro dos filhos, mas não abdique da responsabi-
lidade de cuidar de si mesmo.

7
O risco dos investimentos
É preciso ter em mente que todo investimento apresenta algum risco e, nor-
malmente, o tamanho do risco está atrelado ao retorno esperado. Sendo as-
sim, em algumas circunstâncias, os investimentos de renda fixa, por exemplo,
podem oferecer retornos menores que carteiras de ações. Porém, é inegável
que os investimentos de renda fixa são as opções mais seguras, já que estão
atreladas a juros do mercado que não oscilam diariamente como os produtos
de renda variável, os quais dependem do desempenho de ações negociadas
na bolsa de valores.

Resumindo: quanto maior a rentabilidade oferecida, maior o risco. Se você


já conhece um pouco mais sobre diferentes tipos de investimento, fica a seu
critério, por exemplo, investir parte do valor mensal em ações de empresas
sólidas e com bons fundamentos. Tais informações você encontra nas corre-
toras de valores, as quais, geralmente, oferecem uma carteira recomendada.

Outro fator importante é o tempo: quanto maior é o tempo que possuímos


para investir, mais segurança temos de possíveis oscilações no mercado. Des-
sa forma, investir em ações pode ser uma ótima oportunidade para o futuro
dos filhos.

8
Onde investir
A decisão sobre o tipo de investimento deve ser baseada em pelo menos
dois critérios: boa rentabilidade e proteção contra a inflação. Outras carac-
terísticas que devem ser buscadas na hora de selecionar o investimento, para
quem está começando, são: segurança e baixo risco.

Lembre-se também de que é fundamental levar em conta algumas ques-


tões, como o motivo pelo qual o investimento é feito. Quem investe apenas
por investir, sem condicionar a escolha a algo palpável, quase sempre acaba
resgatando o dinheiro e, na primeira oportunidade de consumo, gasta-o de
maneira inconsequente.

Antes de investir, considere três aspectos básicos: (a) o valor total que você
pretende obter (objetivo financeiro), (b) o montante que poderá ser investi-
do mensalmente para chegar a esse valor e (c) o tempo necessário até que
os aportes mensais atinjam o objetivo financeiro. Ao definir esses critérios,
ficará mais fácil escolher onde investir.

Poupança

A Caderneta de Poupança é o meio mais popular para guardar dinheiro e,


infelizmente, a opção mais comum. Veja que estamos falando em “guardar”,
não em investir – isso porque o rendimento da poupança, atualmente, não é
animador. Sabe por quê? Pois a rentabilidade anual tem sido menor que a taxa
de inflação (por exemplo: quem manteve o dinheiro na poupança em 2015
teve rentabilidade de aproximadamente 7%, enquanto a inflação do mesmo
período ficou na casa dos 10%).

Contra fatos não existem argumentos: deixar o dinheiro na poupança é


perder poder de compra. Por isso, no longo prazo, fazer um plano financeiro,
com base na caderneta de poupança, é deixar de ganhar dinheiro.

9
Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um programa criado pelo Governo Federal para a com-


pra e venda de títulos públicos. Trata-se de um investimento de renda fixa e
funciona como se você emprestasse dinheiro para o governo, o qual, em troca,
paga juros, somados ao valor aplicado. Dependendo do título selecionando, a
remuneração segue (I) a taxa básica de juros, (II) a taxa de juros mais a inflação
ou (III) uma taxa de juros definida no momento da compra.

Como investir?
Para investir é bem simples, basta abrir uma conta online em uma corretora
de valores (as quais, hoje em dia, são bem acessíveis), sem obrigatoriedade de
investimento mínimo inicial. No caso do Tesouro, você pode adquirir títulos a
partir de R$ 30,00.

Como selecionar os títulos?

Você pode selecionar os títulos no site da corretora ou seguir as recomen-


dações de especialistas para tomar a melhor decisão.

Para este caso, atente-se aos títulos de longo prazo, que irão vencer em uma
data próxima daquela em que você pretende fazer o resgate. Um dos mais re-
comendados para objetivos como “educação dos filhos”, “poupança” ou “com-
pra de um imóvel” é o Tesouro IPCA+; isso porque o título paga uma taxa de
juros prefixada somada à variação da inflação (IPCA). Dessa forma, o valor
aplicado terá seu poder de compra protegido, pois sempre estará superior à
variação da inflação.

CDB

Os CDBs são certificados de depósito bancário. Trata-se de uma renda fixa


onde, ao investir, empresta-se dinheiro para o banco, que, em troca, paga o
valor do investimento mais uma remuneração.

10
Como investir?

É possível investir diretamente pelo seu banco. Porém, saiba exatamente o


prazo da aplicação e a rentabilidade. Lembre-se de que quanto maior o prazo,
maior o rendimento. A dica é buscar um CDB cuja remuneração seja, no míni-
mo, de 95% do CDI. Caso não encontre no seu banco, as corretoras de valores
oferecem CDBs de bancos menores, com taxas atrativas. Esse investimento
possui garantia do FGC, em até R$ 250 mil investidos por CPF e instituição
financeira, em caso de quebra do banco.

LCIs e LCAs

São títulos para o financiamento do setor imobiliário (LCI) ou agrário (LCA).


Como são investimentos de renda fixa, trata-se da mesma lógica que citamos
acima: ao comprar uma LCI, por exemplo, você empresta dinheiro para uma
instituição, que, em troca, pagará o valor mais o rendimento firmado na com-
pra. A grande vantagem é que, diferentemente do Tesouro Direto e do CDB,
não há incidência de imposto de renda. Esse investimento também possui ga-
rantia do FGC, em até R$ 250 mil investidos por CPF.

Como investir?

É mais comum encontrar LCI e LCA, com taxas atrativas, em corretoras de


valores. Porém, o investimento inicial costuma ser mais alto do que os outros
que citamos acima. Normalmente, as aplicações mínimas são a partir de R$ 5
mil.

É importante lembrar que esse investimento deve ser mantido até a data
do vencimento e não é possível resgatá-lo antes disso. A dica, aqui, pensando
no investimento para os filhos, é aproveitar a boa rentabilidade com a apli-
cação de um determinado valor e, depois do vencimento, reaplicá-lo em um
título do Tesouro Direto. Assim, você faz o dinheiro trabalhar duas vezes a seu
favor, com segurança e retorno.

11
E o investimento em Ações?

As sugestões dadas acima dizem respeito a alguns investimentos em ren-


da fixa e, por isso, são opções conservadoras. Porém, para o investidor que
pretende diversificar e tem um perfil mais agressivo, uma boa alternativa é
montar uma carteira de ações, selecionar fundos de ações ou até mesmo dei-
xar a seleção dos papéis por conta de profissionais, os quais poderão auxiliar
a investir com mais propriedade em renda variável.

Uma estratégia comum, recomendada por consultores de finanças pesso-


ais, é definir o quanto investir em ações de acordo com a idade. No caso dos
filhos, quanto mais novo, maior seria o percentual destinado para a aplicação.

Assim, conforme eles crescem e se aproxima o período em que o dinheiro


será resgatado, o percentual de investimento deveria ir diminuindo; daí, seria
mais interessante optar por alternativas mais conservadoras – isso porque,
quanto mais próximo do objetivo, mais cauteloso é preciso ser para que não
se perca a meta, previamente definida, e haja um tempo adequado de recupe-
ração do capital investido.

12
Diversificação
Você já deve ter ouvido a frase “nunca coloque todos os ovos numa mesma
cesta”; isso porque, se a cesta cair, a chance é de que todos os ovos se que-
brem. O mesmo vale quando o assunto é dinheiro. Com o passar do tempo,
você conhecerá melhor os vários tipos de investimento e se sentirá mais con-
fortável para diversificar.

É importante ter um bom conhecimento sobre diferentes investimentos,


para evitar prejuízos. Assim, caso um investimento não tenha um bom desem-
penho em um dado período, outro pode ir melhor e, assim, compensar uma
possível perda na rentabilidade.

Você pode diversificar investindo em produtos de renda fixa e variável ou


em produtos diferentes do mesmo grupo de investimentos. Lembre-se: antes
de investir, é fundamental entender muito bem como funciona cada tipo de
investimento.

13
Custos
É preciso atentar-se aos custos que variam de instituição para instituição.
Quanto ao imposto de renda, no caso do Tesouro Direto e do CDB, é bom lem-
brar que o IR é regressivo – ou seja, quanto maior o período de investimento,
menor será o valor a ser pago de imposto.

Ao optar por investir em Previdência Privada ou Fundos de Investimentos,


fique atento à taxa de administração – ela pode diminuir significativamente a
rentabilidade de sua aplicação.

Não tenha medo de negociar com sua instituição financeira. Se for neces-
sário, mude de banco, escolhendo opções inteligentes. As corretoras são uma
boa alternativa, na medida em que oferecem taxas mais interessantes.

Atenção!
Sempre leia os termos do contrato com cautela e, em caso de dúvida, procure
um especialista que entenda sobre o assunto e seja de sua confiança.

14
Sobre os autores

Conrado Navarro Ricardo Pereira


Sócio fundador do Dinheirama.com, Sócio fundador do Dinheirama.com, com
autor de diversos livros sobre educação vasta experiência em educação finan-
financeira e colunista de importantes ceira e no mercado financeiro, tendo
veículos. Foi eleito o “Guru Financeiro passagens por bancos de investimento e
do Ano”, em 2012, pela comunidade de também grandes organizações.
investidores ADVFN.

Giovanni Coutinho Renato De Vuono


Investidor, colaborador do Dinheirama e Apaixonado por finanças pessoais, é
praticante da educação financeira como investidor, colaborador do Dinheirama,
estilo de vida. Possui ampla experiência além de especialista em comunicação
em vendas, marketing, gestão de conteú- social e comportamento humano. Foi
do e comunicação. fundador da WEME/Galileo e do site
Café com Finanças.

15
www.dinheirama.com

facebook.com/dinheirama
@Dinheirama
youtube.com/dinheirama

16
16

Você também pode gostar