Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
Neste artigo procurou-se evidenciar os sistemas de custeios como um elemento definidor para a
tomada de decisões gerenciais. Justifica-se por tratar de um assunto diretamente ligado a um
cenário onde mudanças contínuas e rápidas conduzem a novas estratégias empresariais, sempre
com o objetivo de aumentar produtividade e reduzir custos. Foram analisados, resumidamente, os
tipos usuais de custeios e através da aplicação de um caso prático utilizando o custeio por
absorção e o custeio variável chegou-se a um determinante de quais desses dois métodos é o mais
indicado na geração de informações para tomada de decisões empresariais. O tipo de pesquisa
utilizado foi o bibliográfico e o método o indutivo, pois reduzindo-se custos haverá uma elevação
nos lucros.
Palavras chave: Custos. Tomada de Decisão. Estratégias. Produtividade. Métodos de Custeio.
ABSTRACT
This paper purpose is to evidence the systems of expenditures as a defining element for the taking
of management decisions. It is justified for where dealing with a directly on subject to a scene
continuous changes and fast they lead the new enterprise strategies, always with the objective to
increase productivity and to reduce costs. They will be analyzed, in a short way, the usual types
of expenditures and through the application of a practical case using the expenditure for
absorption and the changeable expenditure it will be arrived at determinative of which of these
two methods is indicated in the generation of information for taking of enterprise decisions. The
used type of research is bibliographical and the method the inductive one, therefore the costs will
have a rise in the profits.
Key-words: Costs. Decision making. Strategies. Productivity. Expenditure Methods.
INTRODUÇÃO
No cenário econômico atual, o mercado consumidor está cada vez mais exigente. O
ambiente competitivo em que as organizações estão inseridas, as mudanças no sistema de
produção e a introdução de novas tecnologias conduzem às empresas a responderem de forma
1
Mestre em Economia de Empresas pela UCB, Professor de Graduação e Pós-Graduação da UEG
2
Graduados pela Universidade de Goiás e Pós-Graduando em Economia de Empresas
3
Graduados pela Universidade de Goiás e Pós-Graduando em Economia de Empresas
4
Graduados pela Universidade de Goiás e Pós-Graduando em Economia de Empresas
3. MÉTODOS DE CUSTEIO
Para Dutra (2003, p. 226) o estudo do custo de produção pode ser feito sob dois enfoques:
o econômico e o contábil. Onde o primeiro diz respeito aos custos para tomada de decisões e o
segundo para apuração de resultados. Muitos são os métodos existentes, no entanto, os mais
utilizados são: por absorção, variável, baseado em atividades (ABC), o padrão e o meta.
Entende-se por método de custeio a apuração de valores de custos dos bens, mercadorias
ou serviços das entidades públicas e privadas. Tais métodos visam determinar a metodologia de
atribuição de custos aos produtos.
Com o objetivo de conhecer melhor estes métodos de custeios serão abordadas abaixo, de
forma sucinta, as suas definições, bem como as vantagens e as desvantagens.
5
Cost drivers - é o fator que causa mudança no desenvolvimento de uma atividade, mensurando os respectivos
recursos exigidos por essa atividade, ou seja, é a causa do volume de recursos consumidos pela atividade.
A gestão de custos é uma ferramenta que busca oferecer as empresas informações que
lhes permitam manter no mercado produtos de qualidade a um custo menor do que aquele
oferecido pelos concorrentes. Neste contexto a análise da relação de custo/volume/lucro e
aplicação de mecanismos como margem de contribuição, ponto de equilíbrio contábil e a
alavancagem operacional, são instrumentos que podem contribuir significativamente na tomada
de decisão.
R$
R$
Unidades Unidades
R$
R$
Unidades
Unidades
Fonte: Gestão de Custos e Formação de Preços (Bruni e Famá apud Souza, 2003, p. 38)
5.1.4. Alavancagem
Segundo Oliveira, Perez Jr. & Costa, a alavancagem ocorre quando o crescimento
percentual nos lucros é maior que o crescimento percentual das vendas, ou seja, um impulso nas
vendas provoca um impulso maior nos lucros. Fórmula utilizada para o cálculo do grau de
alavancagem (GAO):
Para Shank e Govindarajan (1997, p. 4), gestão estratégica de custos é “uma análise de
custos vista sob o contexto mais amplo, em que os elementos estratégicos tornam-se mais
conscientes, explícitos e formais. Os dados de custos são usados para desenvolver estratégias
superiores a fim de se obter uma vantagem competitiva”.
Tais estratégias visam a redução de custos e de aumento de competitividade não apenas
no ambiente interno da empresa, mas em toda a cadeia de valor, ou seja, desde os recursos
materiais, humanos, financeiros, tecnológicos até o consumidor final. Segundo Silva (1999, p.
19) “a principal preocupação da gestão estratégica de custos é o custeio em toda a cadeia de valor
para que se compreenda onde estão as oportunidades de redução dos custos e os possíveis ganhos
de competitividade”.
Na visão de Prado (2001, p. 22), o surgimento da gestão estratégica de custos resulta da
análise da cadeia de valor, do posicionamento estratégico e dos direcionadores de custos.
Conforme visto anteriormente, a cadeia de valor é o conjunto de atividades criadoras de valor,
que vai desde as matérias-primas básicas, até o produto final.
Já o posicionamento estratégico representa o poder competitivo da empresa, seja através
dos menores custos (liderança de custos) ou da diferenciação dos seus produtos. Quanto aos
direcionadores de custos, faz-se necessário entender a interação dos diversos fatores em uma
determinada atividade.
6.1. Custeio por Absorção e custeio Variável: qual o melhor método a ser adotado na
tomada de decisão?
Conforme visto anteriormente (tópicos 3.1 e 3.2), o custeio por absorção se caracteriza
Considerar:
1- Uma produção de 2.000 unidades e um total de vendas de 1.500 unidades a um preço
unitário de $ 900; e
2- Estoque inicial do produto acabado igual a zero.
A tabela 4 (ver abaixo) apresenta de forma resumida, como ficaram distribuídos os gastos
entre custos e despesas, representando um valor total de $ 1.279.700.
2º passo: Apuração do custo unitário de produção e do custo dos produtos vendidos no mês de
agosto de 2006.
Para apuração do custo unitário de produção e do custo dos produtos vendidos deve ser
considerado, conforme já visto, as unidades produzidas e vendidas, que no caso foi de 2.000 e
1.500 respectivamente, a um preço de $ 900 por unidade.
1. Apuração do custo unitário de produção
Conforme pode ser verificado abaixo (tabela 5), os valores com o custo da produção são
os seguintes:
O custo unitário é o resultado da soma dos custos fixos e variáveis, dividido pela
produção do período.
2. Apuração do custo dos produtos vendidos
Na apuração do custo dos produtos vendidos multiplica-se a quantidade de unidades
vendidas (1.500) no período, pelo o custo unitário calculado anteriormente ($ 477,50), chegando
a um resultado de $ 716.250, ou seja, CPV=Quantidade Vendida x Custo unitário.
3º passo: Demonstração do resultado do mês agosto de 2006, utilizando o método de custeio por
absorção.
1. Apuração da receita bruta
Na demonstração do resultado do exercício pelo custeio por absorção, tem início com a
apuração da receita bruta que é o resultado da multiplicação das unidades vendidas (1.500) pelo o
preço unitário de venda ($ 900), o que totaliza uma receita bruta de $ 1.350.000.
2. Apuração da receita líquida
Encontrado o total da receita bruta, o passo seguinte é calcular o valor da receita líquida,
que consiste na dedução do total dos tributos ocorridos sobre as vendas de produtos acabados, do
valor da receita bruta (ver tabela 6).
Obs.: Por não integrarem o custo dos produtos, as despesas são lançadas diretamente contra o
resultado do exercício.
3. Apuração do lucro bruto do exercício
Como pode ser constatado na tabela 7, a apuração do lucro bruto ocorre através da
dedução dos custos dos produtos vendidos da receita líquida apurada.
O saldo dos produtos acabados em estoque no período analisado, ficou da seguinte forma:
Quantidade produzida: 2.000 unidades
Custo por unidade: $ 440
Quantidade vendida: 1.500 unidades
Conseqüentemente ter-se-ão um saldo em estoque para venda em meses subseqüentes de
500 unidades e custo total de 220.000, ou seja, 500 x $ 440.
Na tabela 14 (abaixo) pode ser verificado de forma resumida, uma conciliação das
entradas e saídas de recursos no mês de agosto.
É importante ressaltar e conforme pode ser constatado na tabela 16, que a diferença de $
18.750 refere-se ao custo fixo unitário que foi incorporado ao estoque dos produtos acabados
através da adoção do custeio por absorção.
Total dos custos fixos que permaneceram nos estoques 500 unidades x $ 37,50 = $ 18.750
Tomando como premissa, que o lucro é a base para tributação do imposto de renda e
contribuição social da empresas, e tendo em vista a diferença encontrada entre os dois métodos,
percebe-se a justificativa para que o custeio variável não seja aceito pela legislação do imposto de
renda uma vez que, o lucro utilizando o custeio variável foi menor que o apurado pelo custeio por
absorção e conseqüentemente a arrecadação dos tributos também será menor.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUTRA, René Gomes. Custos uma abordagem prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 394 p.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 388 p.
OLIVEIRA, Luís Martins de; JR., José Hernandez PEREZ. Contabilidade de custos para não
contadores. São Paulo: Atlas, 2000. 280 p.
OLIVEIRA, Luís Martins de; JR., José Hernandez Perez; COSTA, Rogério Guedes. Gestão
estratégica de custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 322 p.
SAKURAI, Michiaru. Gerenciamento integrado de custos. São Paulo: Atlas, 1997. 279 p.
SOUZA, Márcio Wagner Varela de. A TOMADA DE DECISÕES ESTRATÉGICAS SOB A
ÓTICA DOS CUSTOS INDUSTRIAIS: Disponível em: <htp:\\www.ufop.br\depro\curso
\downloadMono.php?id=16>. Acesso em: 03 jun. 2006.