Uma bacia pode ser grosseiramente circular, triangular ou alongada. A geometria final
de uma bacia sedimentar depende bastante dos padrões de tectonismo que a afetam
através de falhas e dobras, durante (sindeposicionais) ou após (pós-deposicionais) a
sedimentação.
Entende-se por arcabouço sedimentar de uma bacia sedimentar as suas formas, bem
como a natureza litológica das camadas que a preenchem. Uma bacia sedimentar
contém o registro deposicional de uma área que pode estar interrompida por hiatos ou
lacunas.
Figura 2 Seção esquemática de uma bacia sedimentar de configuração subcircular em seção, com
indicação do centro (c) e do depocentro (d) ou centro deposicional ( segundo Boulin, 1977)
Sob o ponto de vista estrutural, existiriam dois tipos básicos de bacias sedimentares:
bacias intracratônicas e bacias pericratônicas. As intracratônicas também chamadas de
bacias de plataforma, situa-se no interior de áreas mais estáveis em termos tectônicos
denominadas crátons. Eles representam porções relativamente mais estáveis da crosta
terrestre, em geral ligadas a terrenos pré-cambrianos.
O território brasileiro tem praticamente à metade de seu território ocupado por terrenos
sedimentares, distribuídos por algumas dezenas de bacias de tipos e tamanhos diversos.
Figura 3 – Classificação das principais bacias sedimentares brasileiras, segundo a teoria da tectônica de
placas com base no esquema de Klemme (1971), proposta por Asmus & Porto (1972)
Mais tarde, apareceram as propostas de Szatmari & porto (1982) sintetizada na figura 4,
além da proposta de Figueiredo e Raja Gabaglia ( 1986) fundamentada em Kingstom et.
al. ( 1983).
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No ciclo brasiliano1, que ensejou a formação das três grandes sinéclises (bacias
interiores), foram também geradas bacias tectônicas intermontanas, dispersas por áreas
intensamente dobradas do Brasil.
De acordo com a teoria de tectônica de placas, a crosta terrestre seria formada por
numerosas placas litosféricas rígidas, separadas entre si por junções que são de três
tipos:
1. divergente
2. convergente e
3. direcional
Essas placas movem-se, umas em relação às outras, carreadas por lentas correntes de
convecção existentes na astenosfera. As cadeias mesoceânicas correspondem às áreas de
afastamento mútuo de duas placas, cujas bordas estão em crescimento por adição de
novos materiais litosféricos por atividade ígnea. Nas fossas submarinas, por outro lado,
uma das placas está mergulhando por baixo da outra, ao longo da zona de subducção.
Neste caso, a placa descendente esta sendo consumida, enquanto a placa acavalada esta
em crescimento pela combinação de atividade ígnea e acumulação de material
1
orogênese que ocorreu do pré-cambriano superior ao Paleozóico inferior
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As posições das bacias em relação às bordas das placas são importantes, dependendo da
natureza destes limites. As bacias de margem estável (Tipo Atlântico) associam-se às
placas divergentes. O seu substrato é composto pelas crostas: continental, transacional e
oceânica. As bacias marginais ou costeiras (continentais ou submarinas) do litoral
brasileiro são todas desse tipo. Por outro lado as bacias de margem ativa ( Tipo
Pacífico) são relacionadas às zonas de placas convergentes. Finalmente as bacias
transtensionais ou de disjunção2 estão associadas às falhas transformantes, como nas
bacias ligadas à Falha de Santo André (EUA). As bacias situadas no interior das placas
são denominadas de bacias intraplacas, que podem ser exemplificadas pela Bacia do
Paraná, que se acha situada no interior da placa continental sulamericana ou pelo
sistema de fossas tectônicas3 da África Oriental.
2
(pull-apart basins)
3
Riftes
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Figura 7 – Coluna estratigráfica geral das bacias marginais brasileiras com indicações de
idade, litologia, ambiente sedimentares e seqüências deposicionais ( segundo Ponte et. al.,
1978).