Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Abstract
The intention this work is to talk about the local identity of Camocim city and
residues of the indigenous culture, starting from its toponímia of its places, helped
by the local literature and of the imaginary constructions, that in the course of
time suffered inverse process fading of its own cultural history the indigenous
presence and its cultural traces. It doesn't the intention in this work to give a
instantaneous answer, but a historical vision of a forgetfulness process, inciting
the remembrance starting from residues in the nomenclature of the city
Como resíduo indígena usar-se aqui uma análise dos topônimos que não
é somente linguístico, mas histórico. A origem, as denominações dos lugares
evidenciam o processo político-cultural de uma localidade. Sob uma perspectiva
histórica, geográfica e cultural. Esse elemento em particular sugere diferentes
focos de pesquisa, o acaso aqui sugerido e problematizado é o nome da cidade
de Camocim, assim desenvolveremos, primeiramente, o estudo da toponímia
que serão ilustrados através de exemplos concretos: 1) Um nome e um povo.
A análise dos nomes dos lugares e cidades do Ceará, suas origens e sua
distribuição espacial, levando-se em conta as diferentes teorias sobre o nome e
a correlação entre a toponímia e o mapa como legitimador da validade dos
nomes e a localização das tribos indígenas da região e seus resíduos; 2) A
identificação de quem somos: Um pote esquecido? Uma discussão sobre
identidade indígena e da cidade e as interpretações do significado dos nomes
dos lugares no processo de construir identidades em face do simbolismo e da
iconografia do lugar que aos poucos foi sendo esquecido.
Para o autor o resíduo seria aquele elemento que pertencente a uma dada
sociedade que é posteriormente encontrado em outra cultura, com pleno vigor,
como podemos perceber pelas palavras de Raymond Williams (1979, p. 125):
Ora estado do Ceará tem origem vinculada aos povos indígenas, e sua
nomenclatura provém de "ciará" ou "siará", que significa "canto da jandaia", que
na linguagem em tupi é um tipo de papagaio. A literatura auxilia a montar esse
imaginário. Na obra de José de Alencar, Iracema, o autor além de ressaltar a
beleza do estado, traz consigo elementos indígenas e suas nomenclaturas que
dão sentido ao símbolos e aos resíduos ainda hoje presentes. Em suas notas,
José de Alencar traz o significado desses nomes, segundo a tradição e como
regra da língua:
3
ALENCAR, José de. Iracema. 2017.pp.47
Os portugueses em tempos remotos, portanto, já
observavam a existência em Camocim, de um forte e
morno vento que soprava vinha do mar e que hoje o
chamamos de “viração”, vento quente do verão que é,
sem dúvidas, o KHAMSIN, como chamado era,
naquele tempo. Por aí, por tanto, os portugueses,
batizaram o lugar que é hoje a cidade de CAMOCIM,
como o nome daquele vento. (QUEIRÓS, 2009)
4
MONTEIRO, Tobias de Melo. Camocim centenário: 1879-1979. Fortaleza: Imprensa Oficial
do Ceará, 1984.pp.22.
A identificação de quem somos hoje: Um pote enterrado?
A região do litoral oeste era povoada também por essa nação. Sabe-se
que espaço e cultura são indissociáveis, não há sociedades que vivam sem
espaço para lhes servir de suporte e sem identidade para designa-lo. Assim,
para se compreender um povo, deve-se observar o ambiente que ele habita,
seus costumes, sua história e sua origem.
5
CRUZ FILHO. Historia do Ceará - resumo didactico. São Paulo: Comp. Melhoramentos de S. Paulo,
1931.
Quando se compreende que habitar um lugar significa conhecê-lo e
transformá-lo, para que esse espaço seja também um espaço cultural, que se
determina tanto por sua dimensão geográfica, como por sua dimensão histórica
e cultural, compreende-se também como as nações indígenas – dentre elas os
Tremembé – que habitaram a região oeste, precisamente em Camocim deixaram
seus resíduos, seja nos costumes, na culinária ou como a língua, as palavras
com seus símbolos e significados.
Considerações finais
Quando temos um nome temos uma identidade, uma origem e ele carrega
em muitos significados que mesmo não explicando por inteiro o que somos, ele
monta uma das características que carregamos ao longo do tempo. O nome de
6
LUCAS, Clarinda Rodrigues. Os senhores da memória e do esquecimento. Transinformação, Campinas,
v.10, n. 1, p. 87-96, jan./abr. 1998.
uma cidade diz muito a respeito de quem a construiu e de quem a inventou, no
sentido cultural.
Referências bibliográficas.