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Exame de Qualificação
14/05/2016
Neste caderno, você encontrará um conjunto de trinta e duas páginas numeradas sequencialmente, conten-
do sessenta questões das seguintes áreas: Linguagens; Matemática; Ciências da Natureza; Ciências Humanas.
A Classificação Periódica dos Elementos encontra-se na página 31.
Não abra o caderno antes de receber autorização.

Instruções
1. Cartão-resposta
Verifique se os seus dados estão corretos no cartão-resposta.
Se houver erro, notifique o fiscal.
Nada deve ser escrito ou registrado no cartão, além de sua assinatura e da marcação das respostas. Para isso,
use apenas caneta de tinta azul ou preta.
Após ler as questões e escolher a alternativa que melhor responde a cada uma delas, cubra totalmente o
espaço que corresponde à letra a ser assinalada, conforme o exemplo a seguir.

1 A B C D

As respostas em que houver falta de nitidez ou marcação de mais de uma letra não serão registradas.
O cartão não pode ser dobrado, amassado, rasurado ou manchado.
2. Caderno de questões
Ao receber autorização para abrir este caderno, verifique se a impressão, a paginação e a numeração das
questões estão corretas.
Caso observe qualquer erro, notifique o fiscal.
As questões de números 17 a 21, da área de Linguagens, deverão ser respondidas de acordo com sua opção
de Língua Estrangeira: Espanhol ou Inglês.

Informações gerais
O tempo disponível para fazer a prova é de quatro horas. Nada mais poderá ser registrado após o término
desse prazo.
Ao terminar a prova, entregue ao fiscal este caderno e o cartão-resposta.
Nas salas de prova, os candidatos não poderão usar qualquer tipo de relógio, óculos escuros e boné, nem
portar arma de fogo, fumar e utilizar corretores ortográficos e borrachas.
Será eliminado do Simulado SAS UERJ 2016 o candidato que, durante a prova, utilizar qualquer meio de
obtenção de informações, eletrônico ou não.

BOA PROVA!

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| LINGUAGENS

O mínimo e o escondido
1 Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade
estreita e aguda que descobre o encoberto. Daí vem que, enquanto o telégrafo nos dava notícias tão graves
como a taxa francesa sobre a falta de filhos e o suicídio do chefe de polícia paraguaio, coisas que entram pelos
olhos, eu apertei os meus para ver coisas miúdas, coisas que escapam ao maior número, coisas de míopes. A
5 vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam.
[...]
ASSIS, Machado de. Obra completa: Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979.

01
QUESTÃO O texto é o primeiro parágrafo da última crônica publicada por Machado de Assis, datada de 11 de
novembro de 1897. Em seu fragmento transcrito, pela voz do narrador, apresenta a sua metodologia
de composição da narrativa, o que justifica, no texto, o predomínio da função de linguagem chamada:
( A ) fática
( B ) metalinguística
( C ) poética
( D ) referencial

02
QUESTÃO Acusada – aliás, injustamente – de ser uma observação ligeira e pouco profunda do cotidiano, a crônica
é um gênero textual que, por ser muito publicado em jornais que visam a um determinado público
leitor, abre espaço para uma linguagem que traduza algum ar de conversa, alguma informalidade,
como atesta preferencialmente a seguinte expressão da fraseologia popular contida no texto:
( A ) Daí vem que, (linha 2)
( B ) gosto de catar (linha 1)
( C ) ninguém mete o nariz, (linha 1)
( D ) curiosidade estreita e aguda (linhas 1-2)

03
QUESTÃO O presente fragmento de crônica confirma que a arte machadiana é uma expressão que se desvia
do corriqueiro, buscando desestabilizar e desconstruir. Muitas vezes, suas maneiras de dizer e de
narrar incorporam o aparente paradoxo em frases que são verdadeiras sentenças quase proverbiais,
como em:
( A ) Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. (linha 1)
( B ) Daí vem que, [...], eu apertei os meus para ver coisas miúdas, (linhas 2-4)
( C ) A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam. (linhas 4-5)
( D ) Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o
encoberto. (linhas 1-2)

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| LINGUAGENS

Considere o fragmento do texto a seguir para responder às questões de 4 a 6.

Daí vem que, enquanto o telégrafo nos dava notícias tão graves como a taxa francesa sobre a falta de filhos
e o suicídio do chefe de polícia paraguaio, coisas que entram pelos olhos, eu apertei os meus para ver coisas
miúdas, coisas que escapam ao maior número, coisas de míopes. (linhas 2-4)

04
QUESTÃO O jogo de ideias de um texto é feito pelo uso de elementos de coesão. Em negrito, no período anterior,
o conector empresta ao contexto verbal em que está inserido uma ideia de:
( A ) conformidade
( B ) oposição
( C ) proporção
( D ) simultaneidade

05
QUESTÃO No trecho, o emprego do adjetivo em negrito sugere uma das marcas machadianas. Dentro do contexto
elaborado pelo autor, essa adjetivação insinua a presença de uma figura específica, denominada:
( A ) eufemismo
( B ) hipérbole
( C ) ironia
( D ) metáfora

06
QUESTÃO Com base no fragmento, é possível afirmar que a redundância, longe de ser um empobrecimento de
estilo, revela o seu enriquecimento – tem o vigor da expressão literária, que se manifesta por:
( A ) repetição de termos opositivos
( B ) prestígio do recurso da iteração
( C ) valorização de estrutura pleonástica
( D ) requinte sintático das estruturas apositivas

07
QUESTÃO Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o
encoberto.
Na frase, os prefixos dos vocábulos descobre e encoberto comprovam que o jogo de oposição se dá
no corpo do vocábulo, ou seja, no plano da:
( A ) fonética
( B ) morfologia
( C ) semântica
( D ) sintaxe

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| LINGUAGENS

Fica o não dito por dito


1 o poema
antes de escrito
não é em mim
mais que um aflito
5 silêncio
ante a página em branco
ou melhor
um rumor
branco
10 ou um grito
que estanco
já que
o poeta
que grita
15 erra
e como se sabe
bom poeta (ou cabrito)
não berra
o poema
20 antes de escrito
antes de ser
é a possibilidade
do que não foi dito
do que está
25 por dizer
[...]
GULLAR, Ferreira. Em alguma parte alguma. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2010.

08
QUESTÃO Em seu processo de expressão, o poeta utiliza recursos que reciclam ditos gastos pela prosa de cada
dia e faz adentrar o espaço acadêmico do poema, por estilização, a fala roubada da boca popular,
como atestam os versos:
( A ) o poeta / que grita / erra (linhas 13-15)
( B ) o poema / antes de escrito / não é em mim (linhas 1-3)
( C ) e como se sabe / bom poeta (ou cabrito) / não berra (linhas 16-18)
( D ) o poema / antes de escrito / antes de ser / é a possibilidade (linhas 19-22)

09
QUESTÃO Na oração como se sabe, o caráter conformativo da ferramenta de coesão como sugere, de acordo
com o contexto verbal criado pelo autor, que existe uma referência ao ponto de vista do:
( A ) “bom poeta”
( B ) próprio poeta
( C ) saber imutável
( D ) senso comum

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| LINGUAGENS

10
QUESTÃO O título do texto insinua que o discurso poético opta por uma linguagem que:
( A ) quer ser redundante
( B ) se desvia do prosaico
( C ) repete o falar coloquial
( D ) busca o literal cotidiano

11
QUESTÃO O arranjo sintático do poema explora, em seu ritmo, o espaço em branco do papel. Essa disposição
gráfico-visual associa o autor ao passado poético:
( A ) concretista
( B ) cubista
( C ) futurista
( D ) surrealista

1 Na retórica, a elipse é uma figura do discurso que pressupõe que algo não foi dito, que algo está faltando,
que algo está oculto.
Na elipse, um eclipse. O ocultamento de uma letra, de um signo. Uma camada de sombra.
Ler um discurso elíptico, portanto, é extrair-lhe os significados, desvelar, lançar luz. Achar, enfim, aquela
5 recém-nascida figura que se esconde na voluta que se expõe na fachada.
A elipse é barrocamente uma concha. E a concha está na origem etimológica da palavra barroco, pois é de
uma pérola deformada, feia, irregular, extraída do interior da concha, que viria a origem da palavra barroco,
termo que, espiralando semanticamente seu significado, chegaria às artes e à cultura em geral.
Mas há algo intrigante e aparentemente conflitante entre o sentido geométrico e o sentido retórico da elipse.
10 Na geometria, a elipse é o excesso de círculos espiralados e rampantes, que voltam reincidentemente sobre si
mesmos. Na retórica, a elipse é falta, carência e ocultamento.
Elipse: dupla inscrição: excesso e falta. Repetição e diferença. Antíteses.
SANT'ANNA, Affonso Romano de. Barroco: do quadrado à elipse. Rio de janeiro: Rocco, 2000.

12
QUESTÃO Na retórica, a elipse é uma figura do discurso que pressupõe que algo não foi dito, que algo está
faltando, que algo está oculto.
O trecho define o que é uma elipse. O autor exemplifica o seu emprego no seguinte discurso:
( A ) Na elipse, um eclipse. (linha 3)
( B ) A elipse é barrocamente uma concha. (linha 6)
( C ) Ler um discurso elíptico, portanto, é extrair-lhe os significados, (linha 4)
( D ) Na geometria, a elipse é o excesso de círculos espiralados e rampantes, (linha 10)

13
QUESTÃO A expressão barroca tem, como qualquer estilo, suas marcas peculiares. Em Elipse: dupla inscrição:
excesso e falta, destaca-se um traço específico, que é:
( A ) a tensão dos opostos
( B ) o desprezo pela simplicidade verbal
( C ) a valorização do exagero de detalhes
( D ) o predomínio das lacunas expressivas

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| LINGUAGENS

14
QUESTÃO A argumentação pressupõe a construção de uma hipótese. O discurso do autor se vale de uma forma
verbal que sugere esse recurso estilístico, como se pode conferir na seguinte passagem transcrita:
( A ) figura que se esconde na voluta que se expõe na fachada. (linha 5)
( B ) uma figura do discurso que pressupõe que algo não foi dito, (linha 1)
( C ) é de uma pérola deformada, feia, irregular, extraída do interior da concha, que viria a origem da
palavra barroco, (linhas 6-7)
( D ) Mas há algo intrigante e aparentemente conflitante entre o sentido geométrico e o sentido
retórico da elipse. (linha 9)

Tiago Recchia

15
QUESTÃO As formas verbais apaga e é apontado, em relação aos seus respectivos sujeitos borracha e lápis,
materializam, pelo jogo da denotação/conotação, um fenômeno linguístico, chamado:
( A ) hiperonímia
( B ) homonímia
( C ) polissemia
( D ) sinonímia

16
QUESTÃO Pelo que insinua o quadrinho anterior, se o cartunista da Tribuna aceitasse a sugestão do delegado
em seu produto criativo, mesmo valorizando a linguagem não verbal, haveria o prestígio do gênero:
( A ) argumentativo
( B ) descritivo
( C ) dissertativo
( D ) narrativo

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| LINGUAGENS — INGLÊS

Divulgação

1 Young chimpanzees spend a great deal of time playing. Indeed, when they are two or three years old it often
seems that they do little else. Play is a much argued about category of behaviour in scientific circles. What is
it? What is its function? How should it be defined? And yet, despite all the discussions and speculations, most
people, whether they be trained scientists or casual observers, readily agree as to when animals are playing be
5 they watching a litter of puppies tumbling about or a young chimpanzee turning somersaults.
Perhaps some of the arguments have arisen because in human children two entirely different types of
activity are labeled “play”. The two-year old who, with intense concentration, builds ten blocks into a tower, is
said to be playing with his bricks. It is a completely different sort of behavior to that shown by the same child
when he toddles round the sofa, shrieking with laughter, whilst his father crawls after him, patting his legs. The
10 infant chimpanzee who tries, again and again, to bend a branch under him for a nest or who attempts to catch a
termite with a minute and totally inadequate piece of grass, is probably performing a behavior that is equivalent
to tower building in the human child. But most of the behavior which, in chimpanzees we refer to as playful, is of
the romping laughing type, shown by the human child when he is chased or tickled.
GOODALL, Jane. In the Shadow of Man. Boston: Houghton Mifflin, 2010.

17
QUESTÃO Young chimpanzees when they are two or three years old:
( A ) spend too much time playing
( B ) do nothing except play and cry
( C ) seem to do nothing else but cry
( D ) use their play to teach themselves about life

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| LINGUAGENS — INGLÊS

18
QUESTÃO toddles (line 9) means:
( A ) to trip up on own legs
( B ) to wander for a long time
( C ) to walk with uncertain steps
( D ) to fall on the sofa

19
QUESTÃO In scientific circles:
( A ) there is a great deal of argument about play as a category of behavior
( B ) there is a great deal of argument about the uselessness of play
( C ) it is generally agreed that play is a useless activity
( D ) the categories of behavior are much discussed

20
QUESTÃO And yet, despite all the discussions and speculations, most people, whether they be trained scientists
or casual observers, (lines 3-4).
The connectives yet and despite could be replaced by:
( A ) still and thus
( B ) however and in spite of
( C ) therefore and however
( D ) hence and thereby

21
QUESTÃO If a child's father crawls after him patting his legs, he is likely to:
( A ) ask his father to behave differently
( B ) tell his mother he is starving
( C ) be afraid of his father
( D ) shriek with laughter

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