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LEGISLAÇÃO:

CONCEITUAÇÃO
LEGISLAÇÃO
ACIDENTÁRIA

CONCEITUAÇÃO
P
ATUALIDADES
• Os acidentes de trabalho são evitáveis e causam grande sofrimento
para a sociedade, além de significativo impacto sobre a
produtividade e a economia.

• Estima-se que 4% do Produto Interno Bruto (PIB) de um país


sejam perdidos por conta de doenças e agravos ocupacionais.

• Grande maioria dos acidentes e doenças pode ser evitada com


adoção de programas de prevenção de acidentes pelas empresas.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACIDENTE
DO TRABALHO

• Surgimento da proteção do trabalhador concomitante com


o Direito do Trabalho;
• Código Comercial de 1850 – primeira legislação a tratar do
acidente do trabalho;
• Lei nº 3.724/19 – primeira lei geral – Teoria da
Responsabilidade Objetiva do empregador pelos acidentes
decorrentes de dolo, culpa ou casos fortuitos;
• CF 1934 – proteção do acidente de trabalho como prestação
previdenciária;
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACIDENTE DO
TRABALHO

• CF 1946 – Cria o SAT – Seguro Acidente do Trabalho


– obrigação do empregador;
• Lei nº 5.316/67 – Adoção da Teoria do Risco Social,
integrando seguro de Acidentes de Trabalho na
Previdência, englobando doenças profissionais;
• Lei nº 6.195/74 – estende o SAT aos rurais;
• Lei nº 6.367/76 – alterou composição do tríplice custeio
do SAT, estabelecendo acréscimo de contribuição às
empresas;
• CF 1988 – Acidente de Trabalho como RISCO SOCIAL –
SAT somente a cargo do empregador (Teoria do risco
empresarial).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACIDENTE DO
TRABALHO

 Lei nº 8.212 e 8.213/91 – regulamenta o custeio


somente pelo empregador;
 Lei nº 9.032/95 – Revoga a possibilidade de
conversão da aposentadoria por tempo de serviço e
idade em aposentadoria por invalidez acidentária;
 Lei nº 9.129/95 – altera forma de cálculo do auxílio-
acidente, passando para percentual único (50% do
salário-de-benefício que deu origem ao Auxílio-
Doença);
CONCEITO DE ACIDENTE DO TRABALHO

 É aquele decorrente do exercício do trabalho a serviço da


empresa provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause redução (permanente ou temporária)
da capacidade de desenvolver suas atividades ou morte.
 Necessário que a vítima apresente algum tipo de lesão,
podendo ser temporária ou permanente;
 O acidente de trabalho deve ser comunicado à Previdência
Social através da CAT – Comunicação Acidente de
Trabalho;
TIPOS DE ACIDENTE DO TRABALHO

 Acidente típico: ocorre no exercício do trabalho ou


em decorrência deste, podendo ser na empresa ou
fora, desde que a serviço daquela (inclusive nos
intervalos intrajornada e destinados à refeição);

 Acidente de trajeto: ocorre no caminho do


trabalhador de sua residência ao local de trabalho e
vice-versa;
DOENÇAS OCUPACIONAIS

 Deflagradas em virtude da atividade laborativa


desempenhada pelo segurado;
 Resultam de constante exposição a agentes físicos,
químicos e biológicos;
 Doenças profissionais: decorre de situações comuns
aos integrantes de determinada categoria, também
chamadas de idiopatias, tecnopatias e ergopatias;
 Doenças do trabalho: adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais cujo trabalho é
realizado e com ele se relacione diretamente. Ex:
DORT/LER.
NEXO CAUSAL E CONCAUSALIDADE

 Elementos imprescindíveis a caracterização do acidente


de trabalho;
 Nexo causal é o vínculo fático que liga o efeito
(incapacidade para o trabalho ou morte) à causa
(acidente do trabalho ou doença ocupacional);
 Realizado por médico perito ou junta médica.
 O nexo deverá ser constatado pelo Perito do INSS;
 Com causa é a causa que, embora não seja a única,
contribuiu diretamente para a incapacidade do segurado.
Causa concorrente que podem ser anteriores,
simultâneas ou posteriores ao acidente. Ex: hemofilia.
NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

O NTEP surgiu a partir do cruzamento das


informações de código da Classificação Internacional
de Doenças – CID-10 e de código da Classificação
Nacional de Atividade Econômica – CNAE e aponta
a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e
a atividade desenvolvida pelo trabalhador.
 Tem presunção legal – Decreto 3.048/99 e Lei nº
11.430/06;
COMUNICAÇÃO ACIDENTE DO
TRABALHO

 Lei nº 8.213/91 (art. 22) determina que todo acidente do trabalho ou


doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob
pena de multa em caso de omissão.
 Cabe à empresa a emissão da CAT;
 Deverá ser emitida até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e,
em caso de morte, de imediato, à autoridade competente
 A CAT deve ser entregue em cópia, obedecendo esta ordem: 1ª via – o
INSS; 2ª via – a empresa; 3ª via – o segurado ou dependen 4ª via – o
sindicato de classe do trabalhador; 5ª via – o Sistema Único de Saúde
(SUS); 6ª via – a Delegacia Regional do Trabalho
 Na falta da emissão da CAT pela empresa, o Sindicato, segurado ou
dependentes, ou médico que que assistiu o segurado ou qualquer
autoridade pública poderão emití-la;
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

 Auxílio-doença:Primeiros 30 dias de afastamento


correm pela empresa e a partir do 31º dia, a
responsabilidade é da Previdência Social, mediante
perícia médica do INSS. Se a incapacidade for total e
permanente, poderá ser aposentado por invalidez.

 Auxílio-acidente: Concedido ao segurado que sofre


acidente de trabalho, após a concessão do auxílio-
doença, para aqueles que apresentarem sequelas que
reduzam sua capacidade laboral para as funções que
habitualmente exercia. É pago após o auxílio-doença e se
estende até a aposentadoria. Não cumula.
REFLEXOS TRABALHISTAS

 Estabilidade provisória: O segurado que sofrer


acidente do trabalho e tiver afastamento por mais de
15 dias terá garantido a manutenção do contrato de
trabalho por 12 meses a contar do retorno às
atividades, independentemente de sequelas;

 Rescisão indireta: verificado descumprimento pela


empresa de normas e medidas de segurança e saúde
do trabalhador, os empregados poderão requerer a
rescisão do contrato de trabalho por culpa do
empregador.
AÇÕES REGRESSIVAS

 Art. 120 da Lei nº 8.213/91 (negligência do


empregador nas normas de segurança e saúde do
trabalhador);
 Independente da Ação de Responsabilidade civil do
empregador;
 INSS e MTE - análises de acidentes de trabalho;
 Estima-se em torno de 1.833 ações regressivas
acidentárias, com expectativa de ressarcimento de
R$ 363 milhões;
 Caráter punitivo e pedagógico;
 Visa a redução do número de acidentes e o custeio
por aqueles que deram causa.
SÚMULA TST

Súmula nº 378 - TST - Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e


25.04.2005 - Conversão das Orientações Jurisprudenciais
nº 105 e 230 da SDI-1
Estabilidade Provisória - Acidente do Trabalho -
Constitucionalidade - Pressupostos
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que
assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12
meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado
acidentado. (ex-OJ nº105 - Inserida em 01.10.1997)
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o
afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do
auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de
causalidade com a execução do contrato de emprego.
(Primeira parte - ex-OJ nº 230 - Inserida em 20.06.2001)
CONCEITO DE ATIVIDADE
PERIGOSA

Aquelas que, por sua natureza ou métodos


de trabalho, impliquem o contato
permanente com inflamáveis ou
explosivos e eletricidade,
em condições de riscos acentuado.
(Art. 193, CLT).
CONCEITO DE ATIVIDADE PENOSA

“Pode ser considerada penosa a atividade produtora de


desgaste no organismo, de ordem física ou psicológica,
em razão de repetição dos movimentos, condições
agravantes, pressões e tensões próximas do indivíduo.
Dirigir veículo coletivo ou de transporte pesado,
habitual e permanente,
em logradouros com tráfego intenso,
é exemplo de desconforto
causador de penosidade”.
MARTINEZ, Wladimir Novaes.
CONCEITO DE ATIVIDADE
INSALUBRE

Aquelas que, por sua natureza,


condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da
natureza e da atividade do agente e do
tempo de exposição aos seus efeitos
(Art. 198, CLT)
INSALUBRIDADE - AGENTES
FÍSICOS
Aqueles que podem trazer ou ocasionar danos à
saúde ou à integridade física do trabalhador nos
ambientes de trabalho, em função da sua
intensidade ou exposição:
 os ruídos;
 Vibrações;
 Calor;
 pressões anormais;
 radiações ionizantes;
 Etc.
INSALUBRIDADE – AGENTES
QUÍMICOS

Aqueles que podem trazer ou ocasionar danos à saúde ou à


integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em
razão de sua concentração, manifestados por névoas, neblinas,
poeiras, fumos, gazes, vapores de substâncias nocivas presentes
no ambiente de trabalho, absorvidos pela via respiratória ou
outras vias:

 Arbestos;
 Arsênio;
 Benzeno;
 Chumbo;
 Cloro;
 Hidrocarbonetos;
 Etc.
INSALUBRIDADE – AGENTES
BIOLÓGICOS

Aqueles que podem trazer ou ocasionar danos à


saúde ou à integridade física do trabalhador nos
ambientes de trabalho, em razão da sua natureza:
 Bactérias;
 Fungos;
 Parasitas;
 Vírus;
 Contato com pacientes portadores de doenças
infecto-contagiosas;
 Manuseio de materiais contaminados;
INSALUBRIDADE – AGENTES
AGRESSIVOS PSICOLÓGICOS

“Circunstâncias inerentes ao trabalho, principalmente


nas hipóteses de funções perigosas, mas igualmente
presentes nas penosas, devem-se à pressão (dos
circundantes), à tensão (do tráfego), ao medo do
ambiente, ao risco de acidente (perigo), à
repetitividade de gestos (tenosinovite)”.
MARTINEZ, Wladimir Novaes.
ATIVIDADES ESPECIAIS –
PERICULOSIDADE/PENOSIDADE

TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DA 4ª REGIÃO


– 25.02.2011 – FLORIANÓPOLIS/SC
IUJEF 2007.71.95.023137-9/RS - 0023137-64.2007.404.7195
ESPECIAL. AGENTE NOCIVO. PERICULOSIDADE.
PENOSIDADE. POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO
DO CARÁTER ESPECIAL DA ATIVIDADE REALIZADA
APÓS VIGÊNCIA APÓS DECRETO 2.172/97. Se a prova
técnica demonstrar que a atividade do segurado é exercida "sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física", o reconhecimento da natureza especial da
atividade é devido, mesmo que os agentes nocivos não
estejam previstos no atual Anexo IV do Decreto
3.048/1999, mesmo que o risco à integridade física se dê
pela via da periculosidade ou da penosidade. A
periculosidade permite o reconhecimento do caráter especial da
atividade realizada após a vigência do Decreto nº 2.172/1997
(05.03.1997). No caso concreto, o autor requereu a possibilidade de
enquadramento da atividade em especial por exposição à
periculosidade, somente, até 05.03.97.
REFERÊNCIA

 Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em:


http://www.mte.gov.br Acesso em: 09/01/15

 Ministério da Previdência Social. Disponível em:


http://www.mpas.gov.br Acesso em: 09/01/15

 I Seminário Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador da Saúde


(adaptado). Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde.
Acidente de Trabalho do Trabalhador da Saúde. Palestrante:
José Mota Filho, 1991.

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