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O IFN peguilado também foi testado como terapia adjuvante com potencialmente
melhor risco-benfício. O estudo de fase III EORTC 18991 comparou IFN-alfa-2b peguilado com
observação em 1256 pacientes com doença em estágio III. O regime com IFN perguilado incluiu
indução com 6 ug/kg SC por 8 semanas, seguido de manutenção com 3ug/kg SC por semana por
5 anos. O IFN peguilado melhorou a sobrevida livre de recorrência comparado com observação
(SLR em 4 anos de 45,6 vs. 38,9%, P=0,01); Entretanto, não houve diferença significativa em
sobrevida global. Baseado neste estudo, o FDA aprovou, em 2011, o uso desta estratégia no
tratamento adjuvante do melanoma com Linfonodo positivo18.
Após maior tempo de seguimento, entretanto, o efeito em sobrevida livre de
recorrência apresentava apenas significância borderlina (SLR em 7 anos: 39,1% vx. 34,6%; HR
0,87; IC 95%, 0,76-1,00; p=0,055), não havendo diferença significativa em sobrevida livre de
metástase a distância nem em sobrevida global.18
Análise de subgrupo mostrou que pacientes que mais provavelmente se
beneficiaram do IFN peguilado eram aqueles com doença nodal microscópica limitado a 1 LN
ou associado a ulceração da lesão primária.18
1.3 Bioquimioterapia
Para pacientes com doença em estágio III, a bioquimioterapia pode ser uma
estratégia adjuvante apropriada. Essa modalidade terapêutica inclui a utilização de
quimioterapia e imunoterapia, usualmente IFN e/ou Interleucita-2. 19
A Bioquimioterapia adjuvante com cisplatina, vinblastina, dacarbazina, IL2, e IFN foi
comparada com INF em altas doses monoterapia no estudo randomizado de fase III SWOG
S0008. Neste estudos os pacientes elegíveis tinham melanoma cutâneo estágio III, excetuando-
se a penas o estagio IIIA-N1a, considerado o subestágio com menor risco. Após um tempo de
seguimento de 7.2 anos, os pacientes tratados com bioquimioterapia apresentaram melhor
sobrevida livre de recorrência (4 anos vs. 1,9 anos HR:0,75 IC 0,58 – 0,97 p=0,03), mas sem
diferença significativa em Sobrevida global.19
O Estudo de fase III Chekmate 238, publicado pelo The New England Journal of
Medicine em setembro de 2017, randomizou 906 pacientes, após ressecção completa de
melanoma em estágios IIIB, IIIC ou IV para receber nivolumab 3mg/kg a cada 2 semanas (453
pacientes) ou ipilimumab na dose de 10mg/kg a cada 3 semanas por 4 doses e depois a cada 12
semanas (453 pacientes). Os pacientes foram tratados por um período de um ano ou até a
recorrência da doença. O Estudo teve como desfecho primário a sobrevida livre de recidiva na
população com intenção de tratar.22
Com um tempo de seguimento mediano de 18 meses, a sobrevida livre de recidiva
em 12 meses foi de 70,5% no grupo do nivolumab e 60,8% no grupo que recebeu ipilimumab
(HR 0,65 IC, 0,51 a 0,83; p<0,001). 22
A toxicidade G3 e G4 relacionadas ao tratamento foram relatadas em 14,4% dos
pacientes no grupo do nivolumab contra 45,9% no grupo do ipilimumab. O tratamento teve de
ser descontinuado devido evento adversos em 9,7% e 42,6% dos pacientes, respectivamente. 2
mortes por toxicidade foram reportadas no segundo grupo. 22
Neste estudo foi possivel perceber que entre pacientes com doença em estágios
IIIB, IIIC ou IV, a terapia adjuvante com nivolumab resultou em melhora significativa da sobrevida
livre de recidiva, quando comparado ao ipilimumab, aos 12 meses. O resultado positivo
favorecendo o primeiro grupo foi demonstrado em todosos subgrupos (sexo, idade, estágio da
doença, doença nodal micro ou macoscopica, ulceração do tumor primário, status BRAF e PD-
L1.22
Conclui-se, portanto, que terapia adjuvante, na população descrita, com
nivolumab consegue aumentar a sobrevida livre de recidiva com melhor perfil de toxicidade
quando comparado com ipilimumab.22