Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Introdução: O Classicismo.
Também conhecido como o século das Luzes, o século XVIII foi de imensa importância na
historia da Europa e do Mundo, no âmbito do Pensamento, Sociedade, Política e das Artes.
O Iluminismo foi o elemento chave do pensamento do século XVIII, as “luzes” eram seculares,
empíricas, praticas liberais, igualitárias e progressistas. Entre os pensadores que inspiraram
este movimento temos Rosseau, Humme, Locke, Montesquieu e Voltaire. Neste momento a
figura humana retorna ao lugar central das discussões, acreditasse que ela é fonte e fim para o
verdadeiro conhecimento, tudo passa a ser revisto em função dela, a educação, as ciências e
as artes. Para as “Luzes” o humano deve ter a possibilidade de desenvolver suas capacidades
inatas, visando o bem-estar do individuo, e por extensão da sociedade, isto inspirado nos
preceitos clássicos dos gregos, Daí o uso da palavra classicismo para evocar este período. O
pensamento dos Iluministas tem reflexos longe da Europa, na constituição norte-americana,
onde pela primeira vez o direito do individuo se equivale e rivaliza o do estado.
Temos neste ambiente o avanço das ciências, a ascensão da classe média a modificação nas
relações sociais e econômicas, relações estas que aspiram igualdade dentre os indivíduos.
O ambiente musical se desenvolve a partir daquele encontrado nos finais do Séc. XVII temos o
surgimento de companhias de concerto que promoviam concertos pagos. Num primeiro
momento muitos músicos ainda estão ligados a cortes, contudo com o passar do tempo, estes
tornasse profissionais liberais, trabalhando também a área da educação, pois, é neste período
da historia ocidental que se inicia um processo de democratização e universalização do
conhecimento. Muitos compositores vivem da edição e execução de suas obras.
No domínio da música do século XVIII (mas particularmente entre 1770 e 1830), ocorrem
mudanças na forma de ser compor e apreciar música. O caráter austero do barroco aos poucos
é abandonado em favor de um estilo mais agradável e sofisticado, este que convém mais com
a aristocracia (Estilo Rococó), ou em favor de expressões mais variadas e leves, mas de forte
expressão sentimental (estilos Galante e Empfindsamkeit), porém esta música em sua
maturidade se tornará forte e expressiva, com as Obras dos grandes mestres como Gluck,
Haydn, Mozart e Beethoven. A noção de música como um entretenimento de luxo [música
ligeira] surge neste período, algo também que será questionado mais tarde pelos próprios
compositores.
O estilo praticado pelos compositores entre os anos de 1720 a 1760 foi batizado de Rococó
("concha" em francês) ou Estilo Galante. Também é costume chamá-lo de Pré-Clássico.
1
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
Simplificação harmônica;
Construção melódica Periódica;
Novas formas de ornamentação vocal e instrumental;
Abandono das texturas polifônicas (imitação e fuga) em favor de um estilo mais linear;
Formas contrastantes entre trechos rítmicos; melodiosos e dinâmicos.
Com a ênfase na melodia faz surgir uma nova maneira de compor diferente daquela praticada
no barroco por Bach e Vivaldi. Agora ao invés de uma melodia longa combinada a um ritmo
constate que persistia por toda a peça sobre um baixo continuo onde sobre cada nota
tínhamos uma acorde diferente.
Diferente da Música do Barroco que mantinha sempre dentro da peça uma homogeneidade de
caráter, tonalidade e textura. A música pré-clássica procura uma ruptura com este expediente
através da variedade e da descontinuidade de caráter e textura.
Nesse novo estilo as melodias são organizadas em pequenos trechos chamados de motivos,
que quando reunidos formam as frases musical estas têm no máximo dois a quatro compassos
[dependendo do andamento da composição, quando mais rápido maior era o numero de
compassos e vice-versa].
2
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
3
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
A orquestra
Neste contexto a família dos violinos se tornou soberana, com o desuso gradual dos
instrumentos da família das violas. A sonoridade mais potente, a agilidade e as possibilidades
de variação dinâmica fizeram da família dos violinos a espinha dorsal da orquestra. Contudo
mo período inicial do classicismo ainda temos o uso continuo [cravo ou cravecebalo], Mas o
continuo deixa de ser usado em poucos anos.
Os instrumentos da família das madeiras [instrumentos de sopro] aparecem no uso dos oboés
nas primeiras formações orquestrais no novo estilo [como primeiras obras de Haydn], algumas
vezes os Oboés eram substituídos por Flautas. Haydn usa estes dois instrumentos juntos, mais
o fagote na instrumentação. O fagote nas primeiras partituras do século XVIII era colocado
abaixo das cordas graves. O conjunto das madeiras é completado por um instrumento que
nasce no Classicismo, o clarinete, este instrumento muito apreciado pelos compositores
Clássicos – entre eles Mozart – foi adicionado a orquestra, graças a sua grande “paleta” de
possibilidades timbre e dinâmicas.
Os metais tiveram uma admissão mais lenta no conjunto orquestral. Eles foram incluídos para
reforça as madeiras. Os primeiros instrumentos utilizados foram o trompete e a trompa.
Porém com o tempo estes instrumentos são utilizados de forma comum nas orquestras. O
trombone e a tuba tiveram sua vez apenas com Beethoven, que resgata estes instrumentos da
musica sacra. Outro dado importante, sobre os metais, é que, a partir da invenção do sistema
de válvulas, que possibilitou ampliar seus limites, tornou-os mais aptos ao uso dos
compositores em obras com tonalidades variadas.
4
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
Acima temos o concerto Brandesburgo N.1 e a Sinfonia N. 5 de Haydn, podemos observar a diferença
tanto das funções dos grupos instrumentais, como também da utilização da textura.
Na figura observamos a diferença entre duas obras de Haydn de períodos diferentes, temos acima a
sinfonia N. 13 e logo abaixo a N.103 “rufar dos tambores”, verificamos como Haydn aumenta sua paleta
instrumental, marcadamente no conjunto das madeiras e metais.
Acima temos as sinfonias N.40 de Mozart e a N.1 de Beethoven, verificamos que a instrumentação de
Mozart esta mais próxima das obras iniciais de Haydn, enquanto Beethoven tem claramente as
influencias de Haydn.
5
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
A orquestra sinfônica ("orquestra que toca sinfonias") que surgi no Barroco começa a se
padronizar na espinha dorsal da orquestra moderna no período Clássico, era passou a ser
formada pelo: quinteto de cordas, sopros de madeira aos pares, flautas, oboés, clarinetes e
fagotes, sopros de metal aos pares (trompas e trompetes) e um par de tímpanos. O número
total chegava ao máximo de 35 executantes.
Novos instrumentos apareceram: entre eles o piano (inventado em 1698 por Bartolomeo
Cristofori – 1655/1731, para que tivessem à mão um instrumento de teclado que pudesse dar
sons suaves e fortes) e o clarinete (inventado no início do século 18 por Jacob Denner -
1681/1735). Melhoraram os mecanismos e as extensões do oboé e do fagote. O violoncelo
ganhou uma ponta para apoiá-lo no chão (antes era preso entre as pernas pelo executante) e
descobriram a maravilha do seu timbre.
Joseph Haydn inventou o quarteto de cordas (dois violinos, viola e violoncelo), uma
combinação soberba de música de câmara.
6
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
Formas Musicais:
Música instrumental
Forma sonata
O termo sonata é derivado do verbo latino sonare, que significa soar. Foi a primeira grande
forma instrumental do classicismo e se tornou quase que um sinônimo deste período. Surgiu
dos desdobramentos de experiências levadas a cabo por Pergolesi e Carl Philip Emannuel Bach
e os compositores vienenses, ela é uma peça dividida em três partes conectadas assim fixadas
na tradição:
O termo forma sonata é um plano formal amplo formado por um conjunto peças
[normalmente três ou quatro, sendo a primeira chamada de allegro-sonata] com
características de semelhança e contrastante entre si na melódica e harmonia. Quando escrita
para um único instrumento solo é chamada de sonata, e para orquestra de Sinfonia [que
significa soar em conjunto]. Usamos o termo allegro-sonata para designar a primeira peça de
inicia sonata uma peça que dividida internamente em três partes.
- EXPOSIÇÃO: onde temos o primeiro tema é apresentado na tonalidade principal e depois vem
um segundo na tonalidade secundária, subordinada à primeira tonalidade;
- REEXPOSIÇÃO ou RECAPITULAÇÃO: os temas voltam, mas o segundo tema tem uma pequena
modificação, voltando na tonalidade principal, o que causa uma surpresa, e ao mesmo tempo
dá o equilíbrio musical necessário.
clareza e independência das melodias, entre os músicos germânicos três escolas se destacaram
nesta pratica:
A terceira esta no norte da Alemanha com C.P.E. Bach, J.G. Graun, J.A. Hasse e J.W. Hertel,
estes compositores trabalhavam com um único tema (monotemático), contudo, este tema
passava por um processo de transformação e desenvolvimento. O processo de uso e
desenvolvimento de temas em pouco tempo tornou-se internacional, isso fez com que nos
planos formais começassem a surgir breves períodos de desenvolvimento, nas segundas
seções das sonatas.
O Allegro-sonata como nós conhecemos, vem a ser firmar como um “padrão” apenas nas
décadas de 1770-80, a característica marcante é o crescimento do tamanho e importância da
seção de desenvolvimento, nas obras finais de Haydn e Mozart, e culmina com Beethoven.
Contudo, fala em padronização pode nos levar a um erro, pois mesmo tendo se estabilizado
num “plano fixo”, o allegro-sonata sofre adições de introduções lentas e Codas após a
reexposição.
Uma sonata escrita para ser executada por uma orquestra é sinfonia. Ela é uma peça dividida
inicialmente em movimentos, sua origem esta ligada a abertura de ópera italiana, com três
movimentos de caráter distintos, rápido-lento-rápido. Durante um logo período as sinfonias
foram escritas com três movimentos, foi praticamente norma, podemos ver que Haydn e
Mozart escreveram sinfonias em três movimentos, por exemplo, a sinfonia nº. 31 de Mozart,
em três movimentos. Mais tarde os compositores passaram a incorporar um quarto
movimento, ao final do século XVIII, a sinfonia com quatro movimentos se torna comum. O
quarto movimento incluso no antigo modelo de três movimentos podia ser: um finale ou um
movimento em ritmo de dança (o minueto ou Landler). Este ‘padrão’ de quatro movimentos
seguiu inabalável, até Beethoven, propor a substituição do minueto, por um movimento de
caráter mais rápido e incisivo, o scherzo. Beethoven também aumentou as proporções forma
sonata e do allegro-sonata.
8
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
Outras formas:
Forma-canção
- SEÇÃO A”: tema principal com alguma mudança de aspecto (melódico, instrumental, etc...)
Forma-romance
9
Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.
Tema e variações
E o modelo é:
Forma minueto-e-trio
Os compositores utilizavam-se muitas vezes do minueto para dar um caráter mais ameno e
gracioso a uma peça, criando um contraste com a tensão do primeiro movimento, apesar de
ser um ritmo de dança o minueto não se prestava pata tal.
O trio (ver explicação sobre este termo na suíte barroca) é um segundo minueto e a diferença
entre os dois é a seguinte:
Forma rondó
Esta forma foi desenvolvida, desde a Idade Média, a partir da correspondente forma poético-
musical. É uma sucessão de refrães (ou estribilhos) e estrofes (ou coplas).
ABABA
Em música, a seção A é chamada de tema principal e está sempre no tom principal. A seção B
é denominada episódio e sempre está numa tonalidade secundária. Os compositores podem
optar por colocar mais episódios, daí este esquema assume vários aspectos; por exemplo: A B
A C A B A; A B A B A C A; A B A C A D A.
10