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Apostila 11: Curso de História da Música Cenated.

Por Marcello Ferreira

Música do Classicismo I: Introdução e características; Formas musicais.

Introdução: O Classicismo.

Também conhecido como o século das Luzes, o século XVIII foi de imensa importância na
historia da Europa e do Mundo, no âmbito do Pensamento, Sociedade, Política e das Artes.

O Iluminismo foi o elemento chave do pensamento do século XVIII, as “luzes” eram seculares,
empíricas, praticas liberais, igualitárias e progressistas. Entre os pensadores que inspiraram
este movimento temos Rosseau, Humme, Locke, Montesquieu e Voltaire. Neste momento a
figura humana retorna ao lugar central das discussões, acreditasse que ela é fonte e fim para o
verdadeiro conhecimento, tudo passa a ser revisto em função dela, a educação, as ciências e
as artes. Para as “Luzes” o humano deve ter a possibilidade de desenvolver suas capacidades
inatas, visando o bem-estar do individuo, e por extensão da sociedade, isto inspirado nos
preceitos clássicos dos gregos, Daí o uso da palavra classicismo para evocar este período. O
pensamento dos Iluministas tem reflexos longe da Europa, na constituição norte-americana,
onde pela primeira vez o direito do individuo se equivale e rivaliza o do estado.

Temos neste ambiente o avanço das ciências, a ascensão da classe média a modificação nas
relações sociais e econômicas, relações estas que aspiram igualdade dentre os indivíduos.

A Europa do século XVIII é cosmopolita graça a grande quantidade de monarcas estrangeiros


nos tronos europeus, este dado importante, possibilitou um vasto intercambio de idéias por
todo o continente, internacionalizando assim a cultura e o conhecimento. Outra face do
Iluminismo é revelada no Humanismo, este incentiva as idéias de fraternidade e igualdade
encarnadas pela maçonaria, este contexto as artes rendem frutos como as obras de Goethe,
Schiller e Beethoven.

O ambiente musical se desenvolve a partir daquele encontrado nos finais do Séc. XVII temos o
surgimento de companhias de concerto que promoviam concertos pagos. Num primeiro
momento muitos músicos ainda estão ligados a cortes, contudo com o passar do tempo, estes
tornasse profissionais liberais, trabalhando também a área da educação, pois, é neste período
da historia ocidental que se inicia um processo de democratização e universalização do
conhecimento. Muitos compositores vivem da edição e execução de suas obras.

Na música ocidental período clássico é geralmente delimitado entre os anos 1750-1820. O


termo música clássica é usada para classificar os gêneros música de concerto entre os séculos
XVI ao XIX.

Estilo Galante: Período De Transição - (meados do século XVIII)

No domínio da música do século XVIII (mas particularmente entre 1770 e 1830), ocorrem
mudanças na forma de ser compor e apreciar música. O caráter austero do barroco aos poucos
é abandonado em favor de um estilo mais agradável e sofisticado, este que convém mais com
a aristocracia (Estilo Rococó), ou em favor de expressões mais variadas e leves, mas de forte
expressão sentimental (estilos Galante e Empfindsamkeit), porém esta música em sua
maturidade se tornará forte e expressiva, com as Obras dos grandes mestres como Gluck,
Haydn, Mozart e Beethoven. A noção de música como um entretenimento de luxo [música
ligeira] surge neste período, algo também que será questionado mais tarde pelos próprios
compositores.

O estilo praticado pelos compositores entre os anos de 1720 a 1760 foi batizado de Rococó
("concha" em francês) ou Estilo Galante. Também é costume chamá-lo de Pré-Clássico.
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As características fundamentais foram:

 Simplificação harmônica;
 Construção melódica Periódica;
 Novas formas de ornamentação vocal e instrumental;
 Abandono das texturas polifônicas (imitação e fuga) em favor de um estilo mais linear;
 Formas contrastantes entre trechos rítmicos; melodiosos e dinâmicos.

Podemos destacar os seguintes compositores:

 Domenico Scarlatti (1685/1757)


 Giovanni Battista Pergolesi (1710/1736)
 Wilhelm Friedmann Bach (1710/1784)
 Carl Philipp Emmanuel Bach (1714/1788)
 Johann Christoph Friedrich Bach (1732/1795)
 Johann Christian Bach (1735/1782)

Devemos acrescentar que as primeiras composições de Joseph Haydn (1732/1809) e de


Wolfgang Amadeus Mozart (1756/1791) também levam a marca deste estilo transitório.

Com a ênfase na melodia faz surgir uma nova maneira de compor diferente daquela praticada
no barroco por Bach e Vivaldi. Agora ao invés de uma melodia longa combinada a um ritmo
constate que persistia por toda a peça sobre um baixo continuo onde sobre cada nota
tínhamos uma acorde diferente.

Diferente da Música do Barroco que mantinha sempre dentro da peça uma homogeneidade de
caráter, tonalidade e textura. A música pré-clássica procura uma ruptura com este expediente
através da variedade e da descontinuidade de caráter e textura.

No inicio do Classicismo os compositores passam a organizar as melodias em pequenos


fragmentos que se completavam, ou seja, uma espécie de pergunta e resposta, criando
também variações de ritmo e andamento, assim como variações de dinâmica dentro de uma
mesma obra.

Nesse novo estilo as melodias são organizadas em pequenos trechos chamados de motivos,
que quando reunidos formam as frases musical estas têm no máximo dois a quatro compassos
[dependendo do andamento da composição, quando mais rápido maior era o numero de
compassos e vice-versa].

Já o acompanhamento deixa de ser executado pelo baixo continuo que é abandonado em


favor de uma técnica chamada baixo de Alberti. Esta técnica criada pelo compositor Dominico
Alberti consiste em “quebrar” um acorde e colocá-lo como uma melodia, tornando a harmonia
menos densa. Podemos encontrar ele em varias composições do período e acabou se
tornando uma pratica comum.

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Ilustração 1 Frase Musical e Baixo de Alberti

A dinâmica [aumento e diminuição do volume da execução] passou a ser usada como um


elemento essencial na composição. Nos períodos anteriores não se indicava objetivamente
qualquer tipo nuances da dinâmica. Na última fase do Barroco, havia somente indicações de
contrastes entre trechos "piano" e "forte". Os compositores clássicos tiveram começaram a
utilizar efeitos de "crescendo" e do "decrescendo" a dinâmica e inventando seus respectivos
sinais.

Também surgiram efeitos de aceleração de diminuição repentina do andamento, esta técnica


foi desenvolvida pelos compositores da Orquestra de Mannheim [Alemanha] e divulgada
posteriormente por Haydn e Mozart.

Accelerando ou, abreviadamente, accel. - acelera o andamento. A música se torna


gradativamente mais rápida ao longo dessa marca (em geral, a duração da alteração é indicada
por uma chave ou por uma seqüência de pontos sob a pauta (accel. . . . . . .). Ao final, pode ser
estabelecido um novo andamento (por exemplo, de andante pode acelerar até allegro e
permanecer no novo andamento).

Ritardando ou rallentando - diminui o andamento. A música se torna gradativamente mais


lenta ao longo dessa marca (em geral, a duração da alteração é indicada por uma chave ou por
uma seqüência de pontos sob a pauta (rall. . . . . . .). Ao final, pode ser estabelecido um novo
andamento (por exemplo, de allegro pode ralentar até andante).

A tempo ou Tempo primo - o andamento volta ao pulso inicial da música ou movimento.

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Tempo rubatto - literalmente, tempo roubado. A música é executada com pequenas


variações de andamento ao longo do fraseado. O intérprete escolhe a extensão da variação de
acordo com o efeito desejado.

A orquestra

As mudanças na forma de compor foram de imensa influencia sobre a maneira de se


instrumentar as obras. No novo estilo não encontramos a complexidade polifônica e textura
cheia do Barroco de J. S. Bach e Haendel. Agora a melodia solista é super valorizada, desta
forma os instrumentos passaram a se organizados em duas funções, a primeira: sustenta a
harmonia, esta função é das madeiras [Flautas, Fagotes, Oboé e Clarinete] e cordas que fazem
o “pano-de-fundo” harmônico; já a segunda: dá movimento e dinâmica rítmica a musica,
função das cordas, graças a sua agilidade e capacidade de variação de cor e dinâmica.

Neste contexto a família dos violinos se tornou soberana, com o desuso gradual dos
instrumentos da família das violas. A sonoridade mais potente, a agilidade e as possibilidades
de variação dinâmica fizeram da família dos violinos a espinha dorsal da orquestra. Contudo
mo período inicial do classicismo ainda temos o uso continuo [cravo ou cravecebalo], Mas o
continuo deixa de ser usado em poucos anos.

Os instrumentos da família das madeiras [instrumentos de sopro] aparecem no uso dos oboés
nas primeiras formações orquestrais no novo estilo [como primeiras obras de Haydn], algumas
vezes os Oboés eram substituídos por Flautas. Haydn usa estes dois instrumentos juntos, mais
o fagote na instrumentação. O fagote nas primeiras partituras do século XVIII era colocado
abaixo das cordas graves. O conjunto das madeiras é completado por um instrumento que
nasce no Classicismo, o clarinete, este instrumento muito apreciado pelos compositores
Clássicos – entre eles Mozart – foi adicionado a orquestra, graças a sua grande “paleta” de
possibilidades timbre e dinâmicas.

Os metais tiveram uma admissão mais lenta no conjunto orquestral. Eles foram incluídos para
reforça as madeiras. Os primeiros instrumentos utilizados foram o trompete e a trompa.
Porém com o tempo estes instrumentos são utilizados de forma comum nas orquestras. O
trombone e a tuba tiveram sua vez apenas com Beethoven, que resgata estes instrumentos da
musica sacra. Outro dado importante, sobre os metais, é que, a partir da invenção do sistema
de válvulas, que possibilitou ampliar seus limites, tornou-os mais aptos ao uso dos
compositores em obras com tonalidades variadas.

No grupo de figuras abaixo podemos comparar algumas formações instrumentais de Bach,


Mozart, Haydn e Beethoven, neles poderemos observar as diferenças e afinidades entre cada
um deles.

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Acima temos o concerto Brandesburgo N.1 e a Sinfonia N. 5 de Haydn, podemos observar a diferença
tanto das funções dos grupos instrumentais, como também da utilização da textura.

Na figura observamos a diferença entre duas obras de Haydn de períodos diferentes, temos acima a
sinfonia N. 13 e logo abaixo a N.103 “rufar dos tambores”, verificamos como Haydn aumenta sua paleta
instrumental, marcadamente no conjunto das madeiras e metais.

Acima temos as sinfonias N.40 de Mozart e a N.1 de Beethoven, verificamos que a instrumentação de
Mozart esta mais próxima das obras iniciais de Haydn, enquanto Beethoven tem claramente as
influencias de Haydn.
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A orquestra sinfônica ("orquestra que toca sinfonias") que surgi no Barroco começa a se
padronizar na espinha dorsal da orquestra moderna no período Clássico, era passou a ser
formada pelo: quinteto de cordas, sopros de madeira aos pares, flautas, oboés, clarinetes e
fagotes, sopros de metal aos pares (trompas e trompetes) e um par de tímpanos. O número
total chegava ao máximo de 35 executantes.

Abaixo temos a Orquestra Clássica “padrão”.

Escola de Mannheim se refere às técnicas orquestrais introduzidas pela orquestra de


Mannheim na segunda metade do século XVIII, Os compositores da Escola de Mannheim
produziram idéias inovadoras para a música orquestral:

 um tratamento mais independente dos instrumentos de sopro, um crescendo e um


decrescendo desenvolvidos através da orquestra inteira;

 o "foguete de Mannheim", uma linha melódica arpejada em rápida ascensão sobre


uma linha de baixo;

 o "suspiro de Mannheim", colocando mais ênfase sobre a primeira de um par de notas


descendentes ligadas;

 o "gorgeio de Mannheim", uma imitação de trinados de pássaros em passagens solo, e


a "grande pausa", quando todos os instrumento subitamente calam para em seguida
retomarem a música vigorosamente.

Os principais compositores da Escola de Mannheim incluem-se Johann Stamitz, Franz Xaver


Richter, Carl Stamitz, Franz Ignaz Beck, Ignaz Franzl e Christian Cannabich. Eles foram
influências para grandes compositores como: Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e
Leopold Hofmann.

Novos instrumentos apareceram: entre eles o piano (inventado em 1698 por Bartolomeo
Cristofori – 1655/1731, para que tivessem à mão um instrumento de teclado que pudesse dar
sons suaves e fortes) e o clarinete (inventado no início do século 18 por Jacob Denner -
1681/1735). Melhoraram os mecanismos e as extensões do oboé e do fagote. O violoncelo
ganhou uma ponta para apoiá-lo no chão (antes era preso entre as pernas pelo executante) e
descobriram a maravilha do seu timbre.

Joseph Haydn inventou o quarteto de cordas (dois violinos, viola e violoncelo), uma
combinação soberba de música de câmara.

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Formas Musicais:

Música instrumental

Os compositores do classicismo principalmente os austro-alemães, passaram a elaborar obras


com formas musicais cada vez maiores pautados em quatro fatores básicos:

a) a organização do sistema tonal;

b) características como clareza, proporção e equilíbrio;

c) a necessidade de expressar a filosofia iluminista, racional e científica;

d) desenvolvimento racional e expressivo das melodias.

Forma sonata

O termo sonata é derivado do verbo latino sonare, que significa soar. Foi a primeira grande
forma instrumental do classicismo e se tornou quase que um sinônimo deste período. Surgiu
dos desdobramentos de experiências levadas a cabo por Pergolesi e Carl Philip Emannuel Bach
e os compositores vienenses, ela é uma peça dividida em três partes conectadas assim fixadas
na tradição:

A forma allegro-sonata e a forma sonata

O termo forma sonata é um plano formal amplo formado por um conjunto peças
[normalmente três ou quatro, sendo a primeira chamada de allegro-sonata] com
características de semelhança e contrastante entre si na melódica e harmonia. Quando escrita
para um único instrumento solo é chamada de sonata, e para orquestra de Sinfonia [que
significa soar em conjunto]. Usamos o termo allegro-sonata para designar a primeira peça de
inicia sonata uma peça que dividida internamente em três partes.

Os primeiros esboços da forma allegro-sonata encontram-se na Itália, os compositores


italianos menos ligados às tradições contrapontísticas, encontravam-se a vontade para
trabalhar com formas mais leves e ágeis, permitidas pela melodia organizada em frases
periódicas. Podemos observar esta “liberdade” nas obras de D. Scarlatti e Sammartini, neles
encontramos maior variedade e leveza de texturas, e um ritmo harmônico mais lento.

O allegro-sonata é dividido internamente nas seguintes partes:

- EXPOSIÇÃO: onde temos o primeiro tema é apresentado na tonalidade principal e depois vem
um segundo na tonalidade secundária, subordinada à primeira tonalidade;

- DESENVOLVIMENTO: aqui os temas são modulados (mudanças de tonalidades) e trabalhados


de várias maneiras (variação melódica e mudança no ritmo entre outras coisas), normalmente
esta parte é repetida para o ouvinte poder memorizar as melodias dos temas;

- REEXPOSIÇÃO ou RECAPITULAÇÃO: os temas voltam, mas o segundo tema tem uma pequena
modificação, voltando na tonalidade principal, o que causa uma surpresa, e ao mesmo tempo
dá o equilíbrio musical necessário.

Um aspecto importante é a maneira de se usar a melodia, elas são criadas a partir de


pequenos fragmentos chamados de temas, para em seguida serem agrupados, esta forma de
compor foi desenvolvida alguns compositores alemães. Esta exploração tinha como objetivo, a
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clareza e independência das melodias, entre os músicos germânicos três escolas se destacaram
nesta pratica:

A primeira foi a dos compositores da Orquestra de Mannheim: J. Stamitz, F.X. Richter, I.


Holzbauer e K. Stamitz tinham uma predileção por temas contrastantes em seus planos
formais, estes temas tinham tanto a harmonia como o caráter contrastante entre si, porém
eles quase ou não sofriam desenvolvimento.

Os compositores de Viena como G.M. Monn e G. C. Wagenseil formaram a segunda escola


preferiam o uso de grupos temáticos em seus esquemas.

A terceira esta no norte da Alemanha com C.P.E. Bach, J.G. Graun, J.A. Hasse e J.W. Hertel,
estes compositores trabalhavam com um único tema (monotemático), contudo, este tema
passava por um processo de transformação e desenvolvimento. O processo de uso e
desenvolvimento de temas em pouco tempo tornou-se internacional, isso fez com que nos
planos formais começassem a surgir breves períodos de desenvolvimento, nas segundas
seções das sonatas.

O Allegro-sonata como nós conhecemos, vem a ser firmar como um “padrão” apenas nas
décadas de 1770-80, a característica marcante é o crescimento do tamanho e importância da
seção de desenvolvimento, nas obras finais de Haydn e Mozart, e culmina com Beethoven.
Contudo, fala em padronização pode nos levar a um erro, pois mesmo tendo se estabilizado
num “plano fixo”, o allegro-sonata sofre adições de introduções lentas e Codas após a
reexposição.

Uma sonata escrita para ser executada por uma orquestra é sinfonia. Ela é uma peça dividida
inicialmente em movimentos, sua origem esta ligada a abertura de ópera italiana, com três
movimentos de caráter distintos, rápido-lento-rápido. Durante um logo período as sinfonias
foram escritas com três movimentos, foi praticamente norma, podemos ver que Haydn e
Mozart escreveram sinfonias em três movimentos, por exemplo, a sinfonia nº. 31 de Mozart,
em três movimentos. Mais tarde os compositores passaram a incorporar um quarto
movimento, ao final do século XVIII, a sinfonia com quatro movimentos se torna comum. O
quarto movimento incluso no antigo modelo de três movimentos podia ser: um finale ou um
movimento em ritmo de dança (o minueto ou Landler). Este ‘padrão’ de quatro movimentos
seguiu inabalável, até Beethoven, propor a substituição do minueto, por um movimento de
caráter mais rápido e incisivo, o scherzo. Beethoven também aumentou as proporções forma
sonata e do allegro-sonata.

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Nas figuras acima observamos a evolução do plano formal do allegro-sonata.

Outras formas:

Forma-canção

Seguindo o modelo ternário, a forma-canção é derivada da ária-da-capo e do "lied" (um tipo


de canção folclórica alemã).

O seu esquema é o seguinte:

- SEÇÃO A: tema principal

- SEÇÃO B: tema secundário

- SEÇÃO A”: tema principal com alguma mudança de aspecto (melódico, instrumental, etc...)

Com o tempo, os compositores passaram a colocar uma introdução, pontes modulatórias,


codettas e coda final.

Forma-romance

É a ornamentação de um tema, geralmente de cárater “cantábile”, passando-o por várias


tonalidades. Muitas vezes esta forma é fundida com a forma-canção.

Mozart, Haydn, Beethoven, entre outros, a utilizaram em seus andamentos lentos.

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Tema e variações

É a modificação de um tema. Pode ocorrer em vários níveis: mudança na melodia, na


tonalidade, no arranjo harmônico, no ritmo, na expressão e no caráter, na dinâmica, no
andamento, no timbre, na articulação, na ornamentação, etc...

O tema a ser trabalhado pode ser invenção própria ou de outro compositor.

E o modelo é:

TEMA - VAR. 1 - VAR. 2 - VAR. 3 - ... - VAR. "N"

Pode haver introdução, pontes, codettas e coda.

Forma minueto-e-trio

Os compositores utilizavam-se muitas vezes do minueto para dar um caráter mais ameno e
gracioso a uma peça, criando um contraste com a tensão do primeiro movimento, apesar de
ser um ritmo de dança o minueto não se prestava pata tal.

A seqüência obedece ao esquema: MINUETO (tom principal) - TRIO (tom secundário) -


MINUETO (repetição do início)

O trio (ver explicação sobre este termo na suíte barroca) é um segundo minueto e a diferença
entre os dois é a seguinte:

- MINUETO - é vivo, forte e com orquestração cheia;

- TRIO – é calmo, leve e com poucos instrumentos.

Forma rondó

Esta forma foi desenvolvida, desde a Idade Média, a partir da correspondente forma poético-
musical. É uma sucessão de refrães (ou estribilhos) e estrofes (ou coplas).

Tem o seguinte esquema básico:

ABABA

Em música, a seção A é chamada de tema principal e está sempre no tom principal. A seção B
é denominada episódio e sempre está numa tonalidade secundária. Os compositores podem
optar por colocar mais episódios, daí este esquema assume vários aspectos; por exemplo: A B
A C A B A; A B A B A C A; A B A C A D A.

O tema principal pode reaparecer ligeiramente modificado em suas “nuances”.

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