Atenção: Artigo de 1998. O mecanismo foi incorporado ao Código Florestal em 1999, mas falta regulamentação até hoje. Resumo: Este artigo propõe incentivos econômicos para a proteção e recuperação de áreas florestais no Brasil, tomando como exemplo a Mata Atlântica no Estado da Bahia. No Brasil, a Mata Atlântica corresponde a menos de 7% de sua área original, a despeito da lei brasileira, que requer que pelo menos 20% de cada propriedade rural sejam mantidos sob floresta na região. Essas áreas são chamadas de “reservas legais”. A legislação brasileira que trata dessas reservas tem vários fatores que limitam a sua eficácia para atingir os objetivos a que se propõe: 1) ela favorece a fragmentação da floresta, 2) as reservas legais são difíceis de serem protegidas, 3) em muitas propriedades rurais a floresta já não existe mais e 4) áreas florestais que ultrapassam 20% das propriedades estão ameaçadas de redução. Este artigo parte dos conceitos básicos da economia neoclássica para discutir como um Programa de Certificados Negociáveis de Reserva Florestal (PCNRF) poderia ser implementado. No PCNRF, proprietários com mais de 20% de suas terras sob floresta (“fornecedores de floresta”) receberiam do governo certificados negociáveis de reserva legal para a área de floresta que exceder os requerimentos mínimos, e poderiam vender esses certificados, a um preço determinado pelo mercado, aos proprietários com menos do que o mínimo requerido de 20%. Estes últimos teriam duas maneiras de comprovar seu cumprimento para com a lei: 1) recuperar suas áreas de reserva legal até o mínimo de 20% da propriedade, e 2) comprar dos “fornecedores de floresta” certificados em área correspondente ao seu déficit de florestas. Se bem aplicado, o sistema proposto promoveria a proteção e recuperação da Mata Atlântica, reduziria o custo da sociedade para cumprir com o requerimento das reservas legais, aumentaria os benefícios econômicos e o valor da terra em áreas florestais, e reduziria o incentivo a invasões por sem-terras e a reforma agrária nas poucas áreas remanescentes da Mata Atlântica.
Atenção: Artigo de 1998. O mecanismo foi incorporado ao Código Florestal em 1999, mas falta regulamentação até hoje. Resumo: Este artigo propõe incentivos econômicos para a proteção e recupe…