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Instalações Elétricas

Luiz Alcides Mesquita Lara

INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
MINAS GERAIS
Campus Ouro Preto

Ouro Preto - MG
2012
Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

© Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais


Este caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais/IFMG - Ouro Preto e a Universidade Federal de
Santa Maria para a Rede e-Tec Brasil.

Equipe de Elaboração Comissão de Acompanhamento e Validação


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Colégio Técnico Industrial de Santa Maria/CTISM
de Minas Gerais/IFMG - Ouro Preto
Coordenação Institucional
Reitor Paulo Roberto Colusso/CTISM
Caio Mário Bueno Silva/IFMG-Ouro Preto
Coordenação Técnica
Direção Geral Iza Neuza Teixeira Bohrer/CTISM
Arthur Versiani Machado/IFMG-Ouro Preto
Coordenação de Design
Coordenação Institucional Erika Goellner/CTISM
Sebastião Nepomuceno/IFMG-Ouro Preto
Revisão Pedagógica
Coordenação de Curso Andressa Rosemárie de Menezes Costa/CTISM
Ney Ribeiro Nolasco/IFMG-Ouro Preto Janaína da Silva Marinho/CTISM
Marcia Migliore Freo/CTISM
Professor-autor
Luiz Alcides Mesquita Lara/IFMG-Ouro Preto Revisão Textual
Eduardo Lehnhart Varga/CTISM
Fabiane Sarmento Oliveira Fruet/CTISM
Lourdes Maria Grotto de Moura/CTISM
Vera Maria Oliveira/CTISM

Revisão Técnica
Lucas Giuliani Scherer/CTISM

Ilustração
Gabriel La Rocca Cóser/CTISM
Marcel Santos Jacques/CTISM
Rafael Cavalli Viapiana/CTISM
Ricardo Antunes Machado/CTISM

Diagramação 
Cássio Fernandes Lemos/CTISM
Leandro Felipe Aguilar Freitas/CTISM

Biblioteca Tarquínio José Barboza de Oliveira


Bibliotecário César dos Santos Moreira – CRB 6/2229 – IFMG Campus Ouro Preto

L318i LARA, Luiz Alcides Mesquita


Instalações elétricas / Luiz Alcides Mesquita Lara. – Ouro
Preto : IFMG, 2012.
130 p. : il.

Caderno elaborado em parceria entre o Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais/IFMG - Ouro
Preto e a Universidade Federal de Santa Maria para o Sistema
Escola Técnica Aberta do Brasil – Rede e-Tec Brasil.

1. Eletrotécnica. 2. Instalações elétricas. 3. Iluminação. 4.


Edificações. I. Título

CDU 621.316
Apresentação e-Tec Brasil

Prezado estudante,

Bem-vindo ao e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica
Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público,
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre
o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e
escolas técnicas estaduais e federais.

A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande


diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade e ao promover o fortalecimento
da formação de jovens moradores de regiões distantes dos grandes centros
geograficamente ou economicamente.

O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de


ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a con-
cluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de
ensino, e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integran-
tes das redes públicas municipais e estaduais.

O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus


servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!


Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Janeiro de 2010

Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br

3 e-Tec Brasil
Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de


linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o


assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao
tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão


utilizada no texto.

Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes


desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em


diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

5 e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 6 Tecnologia da Informática
Sumário

Palavra do professor-autor 9

Apresentação da disciplina 11

Projeto instrucional 13

Aula 1 – A eletricidade e suas grandezas 15


1.1 A eletricidade em nossa vida: a luz, o calor, o movimento 15
1.2 O início: o átomo, a matéria, o material 16
1.3 Produção de energia elétrica 19
1.4 Grandezas elétricas 20

Aula 2 – A luminotécnica e os tipos de lâmpadas 35


2.1 Grandezas luminotécnicas 35
2.2 Tipos de lâmpadas 39

Aula 3 – Projeto elétrico: a concepção 45


3.1 Instalação elétrica 45
3.2 Fornecimento de energia nas edificações 46
3.3 O projeto elétrico 48

Aula 4 – Nosso projeto elétrico 51


4.1 Planta baixa 51
4.2 Objetivos 52
4.3 Determinação da potência a instalar 53
4.4 Marcação dos pontos 62
4.5 Criação dos circuitos 67

Aula 5 – Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a


conclusão do projeto 75
5.1 Dimensionamento dos circuitos 75
5.2 Quadro e diagramas 119
5.3 Planta completa 122
5.4 Materiais 123
5.5 Manual do proprietário 126

7 e-Tec Brasil
Referências 129

Currículo do professor-autor 130

e-Tec Brasil
Palavra do professor-autor

Caro aluno.

Você está a poucos passos de mais uma vitória. Em breve você acumulará
competências que lhe darão condições de ser um Técnico em Edificações.
Muitos podem contribuir para isso e eu, em particular, me orgulho de tam-
bém ter participado do seu processo de formação.

Você tem se apropriado de conhecimentos em muitas fontes do saber, e a


Internet, sem dúvida, é uma das mais abundantes, oferece tudo de bom e
de ruim, por isso não acredite que tudo o que ali é colocado seja correto.
Nem mesmo os sites e filmes que recomendamos são, na nossa avaliação,
100% corretos, apesar de apresentar grande contribuição na aquisição de
conhecimentos. Você deve consultar, julgar, avaliar e decidir.

Desejamos que os novos conhecimentos lhe proporcionem condições de


crescimento na área e dos valores éticos, políticos e até espirituais; que con-
tribuam no seu bem viver dentro dos padrões dos bons costumes e que,
enfim, possa você também repassá-los às novas gerações.

Abraços e sucesso.

Luiz Alcides
Professor-autor

9 e-Tec Brasil
Apresentação da disciplina

Pretendemos com a disciplina Instalações Elétricas que você possa elaborar


o projeto elétrico de residências com área em torno de 100 m², baseado na
iluminação fluorescente.

Como se sabe, as lâmpadas incandescentes (comuns) de uso residencial estão


em fase de extinção, e os projetos elétricos fluorescentes estão em adequação
para a modalidade residencial. Enquanto a transição se faz, faremos o dimen-
sionamento para iluminação fluorescente, lembrando que nada impedirá
de, na montagem, usarem-se lâmpadas incandescentes. Até porque essas
lâmpadas nos têm atendido satisfatoriamente há muitos anos, com apenas
restrições econômicas, porque não são nocivas à saúde como as fluorescentes
que contêm mercúrio na sua composição. Acreditamos que os led’s ainda se
apresentarão como solução definitiva por suas qualidades.

Nosso projeto está baseado num conceito de iluminação tradicional clás-


sica onde os cômodos devem estar pintados com tinta clara, de preferência
na cor branca. Para projetos mais diferenciados, como o uso de luminárias
embutidas ou iluminação de ambientes mais sofisticados em uso ou aspecto,
recomenda-se um cálculo luminotécnico onde outros parâmetros, além dos
apresentados neste trabalho, deverão ser levados em conta.

Vamos relembrar inicialmente conceitos fundamentais de eletricidade sem os


quais o trabalho não se sustenta. Vamos também conhecer um pouco sobre
as lâmpadas, seus tipos, características e acessórios, para que se possam fazer
escolhas ao longo do projeto.

Como o projeto elétrico é executado sobre um projeto arquitetônico, soli-


citamos desde já a você que providencie uma planta baixa com área entre
90 e 130 m2, para nela desenvolver o seu projeto elétrico. Neste curso será
apresentado um projeto piloto (nosso projeto) que deverá servir de base e
roteiro para o seu trabalho.

Que tenham todos proveitosos estudos são nossos votos.

Um abraço e vamos em frente!

11 e-Tec Brasil
Palavra instrucional
Projeto do professor-autor

Disciplina: Instalações elétricas (carga horária: 45h).

Ementa: Grandezas elétricas. Princípios básicos de luminotécnica. Normas téc-


nicas; terminologia e simbologia. Leitura, interpretação e desenho de projeto
elétrico. Roteiro de desenvolvimento de um projeto elétrico residencial de até
80 m². SPDA e aterramento. Ligações de máquinas e motores. Sistema elétrico e
de iluminação de canteiro de obras. Medidores de consumo de energia elétrica.

CARGA
OBJETIVOS DE
AULA MATERIAIS HORÁRIA
APRENDIZAGEM
(horas)
Compreender as grandezas elétricas. Ambiente virtual:
Distinguir materiais condutores de plataforma moodle.
1. A eletricidade e
materiais isolantes de eletricidade. Apostila didática. 09
suas grandezas
Distinguir fonte de corrente contínua Recursos de apoio: links,
de fonte de corrente alternada. exercícios.
Compreender as grandezas
Ambiente virtual:
luminotécnicas.
2. A luminotécnica plataforma moodle.
Distinguir lâmpadas incandescentes
e os tipos de Apostila didática. 05
das fluorescentes.
lâmpadas Recursos de apoio: links,
Selecionar lâmpadas fluorescentes
exercícios.
conforme as necessidades do ambiente.
Entender o sistema de entrada de
Ambiente virtual:
energia em residências.
plataforma moodle.
3. Projeto elétrico: Compreender as partes de um projeto
Apostila didática. 04
a concepção elétrico com iluminação fluorescente.
Recursos de apoio: links,
Acompanhar a elaboração de um projeto
exercícios.
elétrico.
Estabelecer parâmetros para cálculo
de projeto elétrico residencial com Ambiente virtual:
iluminação fluorescente. plataforma moodle.
4. Nosso projeto
Distribuir lâmpadas e tomadas pela Apostila didática. 09
elétrico
planta baixa. Recursos de apoio: links,
Criar os circuitos de um projeto elétrico exercícios.
residencial.
5. Projeto
Dimensionar os circuitos de um projeto Ambiente virtual:
elétrico: o
elétrico residencial. plataforma moodle.
dimensionamento
Especificar materiais elétricos. Apostila didática. 18
dos circuitos e
Orientar os moradores sobre o uso da Recursos de apoio: links,
a conclusão do
instalação. exercícios.
projeto

13 e-Tec Brasil
Aula 1 – A eletricidade e suas grandezas

Objetivos

Compreender as grandezas elétricas.

Distinguir materiais condutores de materiais isolantes de eletricidade.

Distinguir fonte de corrente contínua de fonte de corrente alternada.

1.1 A eletricidade em nossa vida: a luz, o


calor, o movimento
Há cerca de 200 anos a eletricidade era completamente desconhecida da
grande maioria das pessoas instruídas e constituía apenas algum passatempo
para experimentadores e curiosos quando, às vezes, friccionavam dois materiais
como vidro e pano e viam que poderiam atrair pequenos pedaços de papel,
– fenômeno passageiro que mais parecia magia do que ciência.

Entretanto, cientistas e estudiosos debruçaram-se sobre esses experimentos


intrigantes cuja interpretação levava à compreensão de fenômenos da natureza.

Naquela época já se sabia que os materiais eram constituídos por átomos.


Entendiam esses estudiosos que os átomos eram compostos por cargas positivas
chamadas prótons e cargas negativas chamadas elétrons e que estas cargas
se movimentavam. Mas, como e por que se movimentavam?

Sem maiores esclarecimentos, porém necessitando de base para apoiar as expli-


cações, eles afirmavam que existia uma “força mágica” que fazia os elétrons se
movimentarem. E concordaram todos em batizar esta força mágica da natureza
que punha os elétrons em movimento, com o nome de força eletromotriz.

E assim, à medida que os fenômenos eram conhecidos e controlados, mudava-se


a vida das pessoas e da própria sociedade.

Hoje se sabe que a luz, os movimentos e a própria matéria em sua constituição


mais profunda são formados por eletricidade. Base das indústrias e de todo
nosso conforto atual, a eletricidade assume valor insubstituível. Basta ficarmos

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 15 e-Tec Brasil


sem luz por algumas horas para verificarmos a sua importância e imensa
dependência que temos da energia elétrica.

A energia elétrica é a modalidade de energia que se apresenta na forma


mais cômoda de utilização. Pode ser transportada a grandes distâncias, ser
subdividida, acumulada (caso de pilhas e baterias) e, o que é muito importante,
é renovável e não poluente. Dispor de energia elétrica significa basicamente
dispor de luz, calor e movimento.

1.2 O início: o átomo, a matéria, o material

Nossa história e o fundamento de toda a ciência começam aqui: no ÁTOMO.

Olhando ao redor observamos a matéria (os materiais: plástico, madeira,


vidro, tecido, água, ar, papel, pele, cabelo, etc.). Toda matéria é formada por
um grande amontoado de átomos e sabemos que existem muitos tipos de
átomos, catalogados na Tabela Periódica. Sabemos também que estes materiais
observados são diferentes porque os vários tipos de átomos que se juntam o
fazem segundo ligações químicas diferentes, (covalentes, iônicas, metálicas).
A natureza é caprichosa, e o homem também interfere forçando reações
químicas na fabricação dos produtos. Com isso, os materiais mencionados
apresentam propriedades, características e comportamentos diferentes.

1.2.1 Constituição da matéria


Toda matéria é constituída por átomos.

O átomo (Figura 1.1), denominação dada pelos filósofos gregos 2500 anos
atrás, seria o elemento indivisível na natureza. Hoje sabemos não ser bem assim
e entendemos o átomo constituído por partículas extremamente pequenas
onde distinguimos, principalmente:

• Prótons – matéria agrupada no núcleo do átomo, de maior concentra-


ção de massa cuja carga elétrica é elementar e positiva, por convenção.

• Nêutrons – matéria também agrupada no núcleo do átomo cuja carga


elétrica é nula.

• Elétrons – matéria de massa muito menor que a do próton, distribuída


ao redor do núcleo do átomo, em movimento e cuja carga elétrica é, por
convenção, elementar e negativa.

e-Tec Brasil 16 Instalações Elétricas


Figura 1.1: O átomo
Fonte: CTISM

Este é um retrato, um modelo de átomo a que estamos acostumados a observar


e que nos foi dado pelos cientistas Rutherford e Bohr em 1932.

Os átomos se diferenciam pela quantidade de prótons que formam o seu


núcleo: para cada próton existente no núcleo há um elétron orbitando ao
redor. Pelos postulados desta teoria atômica, os prótons e elétrons repelem-se
no espaço aparentemente vazio, existindo uma atração elétrica entre eles.

Esse modelo pode explicar muitos fenômenos químicos, físicos, elétricos e


eletromagnéticos, inclusive os efeitos que passarão a ser estudados a seguir.
Antes, sobre os átomos, saibamos que:

a) O átomo no estado natural apresenta igual número de prótons e elétrons


estando, portanto, eletricamente neutro (equilibrado).

b) Entretanto, muitos átomos têm na sua camada mais externa elétrons


que, por serem atraídos com menor força pelo núcleo, podem fugir dei-
xando o átomo carregado positivamente; dessa fuga são aprisionados
nas órbitas de outro átomo, deixando este outro átomo carregado nega-
tivamente. Esses elétrons que podem abandonar seus átomos podem ser
chamados de elétrons livres ou elétrons disponíveis.

c) O movimento ordenado dos elétrons livres forma uma corrente elétrica.


Apesar de serem apenas um ou dois os elétrons livres em cada átomo,
eles são muito numerosos, devido à enorme quantidade de átomos cons-
tituintes de pequenas partes de matéria.

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 17 e-Tec Brasil


1.2.2 Materiais condutores e materiais isolantes
 de eletricidade
Os materiais, como sabemos, são formados por combinações de elementos
químicos.

Estudam-se vários tipos de ligações químicas: iônica, covalente (ou molecular),


metálica, entre outras. Dessas combinações podem resultar, ou não, a presença
de elétrons livres.

Materiais como borracha, madeira, vidro, cerâmica e plástico, apresentam


fortes ligações químicas, iônicas e moleculares, não possuindo, dessa forma,
elétrons livres. Não existe, portanto, a característica de mobilidade de elétrons,
e em consequência disso, não são passíveis de formarem uma corrente elétrica.
Esses materiais são isolantes elétricos que, embora sendo maus condutores
de eletricidade, são indispensáveis em instalações elétricas por impedir fuga
de corrente elétrica para locais indesejados, protegendo inclusive as pessoas
de choques.

Outros materiais são formados pela ligação metálica, onde os átomos se


juntam aos milhares posicionando seus núcleos ordenadamente. Aqui, muitos
elétrons passam a não ser mais exclusividade de seus respectivos átomos e
formam o que se chama uma nuvem de elétrons ao redor dos núcleos. Nessa
configuração, embora cada átomo só possa contribuir com um ou dois elétrons
para a formação da nuvem, a quantidade de elétrons disponíveis é muito
grande e são eles capazes de se movimentar em distâncias muito maiores do
que em outro tipo de ligação química.

Nesses materiais, formados pela ligação metálica, a possibilidade de criação


de uma corrente elétrica é altíssima. São chamados condutores elétricos e,
como exemplo, temos os metais (aço, ferro, alumínio, cobre, ouro, prata, etc.).

Nos materiais metálicos, uma corrente elétrica a partir do fluxo de elétrons


livres é chamada de corrente eletrônica. Mas é possível também, num material
líquido, uma corrente elétrica a partir do movimento simultâneo de prótons
e elétrons que, nesse caso, é chamada de corrente iônica. Certamente você
conhece a experiência de acender a lâmpada, fazendo uma corrente elétrica
atravessar uma quantidade de água com sal.

Situado entre condutores e isolantes, existe um grupo de materiais chamado de


semicondutores, formado predominantemente de fracas ligações covalentes,

e-Tec Brasil 18 Instalações Elétricas


o que significa que seus elétrons mais externos são mais facilmente removi-
dos por excitação térmica do que o dos isolantes. Esse grupo é formado de
materiais como germânio e silício, de importantes aplicações em componentes
eletrônicos.

Observe que a classificação entre condutores e isolantes não é rígida. Um


material (ou substância) que numa condição se comporta como isolante
elétrico, em outra situação pode ser condutor. Caso da água: pura é isolante,
misturada com sal é condutora, ou o ar atmosférico que em condições normais
é isolante, mas torna-se condutor durante uma tempestade. A temperatura
em que se encontra o material também altera o seu estado de condutividade,
semicondutividade ou isolante de corrente elétrica. Geralmente a capacidade
de conduzir corrente elétrica, diminui com o aumento da temperatura.

1.3 Produção de energia elétrica


Apesar do termo produção ser usual, energia não é algo que pode ser pro-
duzido no sentido de ser criado. A energia é obtida pela transformação de
uma modalidade em outra.

O que caracteriza a produção de energia elétrica é a produção de força eletro-


motriz (fem) que, como se verá, é uma grandeza também chamada potencial
elétrico. Nesse sentido, produzir energia elétrica é criar força eletromotriz para
poder transformá-la numa aplicação útil (luz, calor e movimento), ou então,
tê-la disponível.

Encontramos fem disponível numa pilha nova, para fazer funcionar uma
lanterna, ou numa bateria que trocamos para fazer funcionar a calculadora.
Na nossa casa a fem é disponibilizada pela concessionária de energia elétrica
no padrão popularmente chamado relógio.

Uma grande quantidade de fem é produzida nas usinas hidrelétricas, termelé-


tricas e nucleares e colocada no padrão das residências. Mesmo de posse dessa
fem, falta-nos, efetivamente, a energia elétrica que, numa concepção mais
prática, é luz, calor ou movimento. Só conseguiremos essa energia elétrica a
partir de dispositivos que com a utilização da fem, possam transformá-la numa
das três modalidades de energia citadas. Esses dispositivos são as lâmpadas,
os chuveiros e os motores, pois neles são desenvolvidas as correntes elétricas,
quando corretamente inseridos em circuitos elétricos.

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 19 e-Tec Brasil


1.4 Grandezas elétricas
1.4.1 Carga elétrica (Q; q)
Vimos que os materiais são formados por um incontável número de átomos e
os elétrons da periferia têm a possibilidade de “se soltarem”, para se prende-
rem a átomos de outro material, desequilibrando a igualdade entre prótons e
elétrons. Assim, o material que perdeu elétrons, tanto quanto o material que
ganhou elétrons, transforma-se numa carga elétrica. Se elétrons abandonam
um material, este material se torna uma carga positiva, também chamada
cátion; e caso alojem noutro material tornam este outro material uma carga
negativa, também chamada ânion.

O professor, ao passar os dedos pelo giz remove elétrons; torna o giz uma carga
positiva, e enquanto ele se torna uma carga negativa. Naturalmente, embora
haja muita criação de cargas elétricas, mesmo por atrito entre materiais, como
o exemplo do pano e do vidro citado no início da aula, a grande maioria é
de valor infinitamente baixo e de praticamente nenhuma utilização técnica.

intuitivo A carga elétrica é uma grandeza que tem conceito intuitivo, como tempo e
O que se percebe por intuição, temperatura, e embora sabendo que há redundância em palavras podemos
sem definições prévias.
dizer que carga elétrica é a quantidade de eletricidade de um corpo eletrizado.

A carga elétrica do elétron é numericamente igual à do próton. Elas são conhe-


cidas como cargas elementares; são as menores cargas elétricas encontradas
na natureza. O menor corpo capaz de conservar sua carga elétrica é o elétron.
O valor dessa carga é de 1,6 × 10-19 e sua unidade no Sistema Internacional
é o coulomb (C).

Verifica-se experimentalmente que corpos eletrizados com cargas de mesmo


sinal se repelem, enquanto corpos eletrizados com cargas de sinais opostos
se atraem.

Considerando partículas em repouso eletrizadas (com excesso ou carência de


elétrons) com cargas Q e q separadas por uma distância d, haverá interação
entre elas com presença de forças eletrostáticas, fazendo com que sejam
atraídas ou repelidas (Figura 1.2).

e-Tec Brasil 20 Instalações Elétricas


Uma unidade tradicional
de carga elétrica é o
ampère-hora (Ah), usada
para identificar baterias de
veículos. (1 Ah = 3600 C).

Figura 1.2: Cargas elétricas Q e q de sinais contrários, separadas pela distância d


Fonte: CTISM

A força de atração ou repulsão entre elas é dada pela Lei de Coulomb.

Onde: k é a constante eletrostática do meio onde estão as cargas

Se as cargas estiverem no ar ou no vácuo, o valor de k é 9 × 109 Nm2/C2.

1.4.2 Campo elétrico (E)


Toda carga elétrica cria em torno de si uma região onde ela interage com outras
cargas elétricas. Essa região, caracterizada por um distúrbio nas moléculas
do meio onde a carga se encontra, é chamada de campo elétrico e pode
existir em diversos materiais como vidro, papel, água, etc. Se cargas elétricas
estiverem próximas, de modo que seus campos elétricos se superponham,
haverá interação entre elas, afastando-se ou aproximando-se.

Pela Figura 1.2 observa-se que a intensidade do campo elétrico num ponto
P qualquer criado por uma carga puntiforme Q, é verificada pela força F que
surge numa carga de prova q colocada no campo elétrico de Q, dado pela
seguinte expressão:

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 21 e-Tec Brasil


Onde: E é a Intensidade do campo elétrico (de Q) no ponto P, onde a carga
q é colocada. A unidade de E, no SI, é N/C (newton por coulomb)
F é a força que atua na carga de prova q, colocada no ponto P
k é a constante dielétrica do meio onde as cargas estão
d é a distância da carga Q ao ponto P, onde a carga de prova q é colocada

1.4.3 Potencial elétrico (voltagem) (U, V, E)


Sabemos então que uma carga elétrica Q cria em torno de si um campo elétrico.

Considerando essa carga elétrica Q fixa e, abandonando uma outra carga


q num ponto P do campo elétrico de Q, a carga q será atraída ou repelida,
ganhando energia cinética. Isso significa que, ali no ponto P, há uma energia
potencial que possibilitará que essa carga q se movimente de um ponto a
outro, devido à ação de uma força F.

Dizemos que num ponto P distante d da carga Q, surge uma grandeza deno-
Para saber mais sobre tensão minada potencial elétrico que corresponde à energia elétrica em potencial
elétrica, acesse: adquirida pela carga q.
http://www.youtube.com/watc
h?v=Sw2kuiTgmbc&feature=
related A expressão matemática que define o potencial elétrico num campo elétrico
é dada pela relação entre esta energia elétrica τ, e a unidade de carga q:

e-Tec Brasil 22 Instalações Elétricas


No SI a unidade de potencial elétrico é o J/C (joule por coulomb), conhecida
por volt e representada por V, em homenagem a Alessandro Volta, idealizador
da pilha elétrica.

Um elétron (q negativo), ao se movimentar entre dois pontos de diferentes


potenciais, ou recebe energia (e vai de um ponto de menor potencial para
outro ponto de maior potencial), ou cede energia (e vai de um ponto de maior
potencial para outro ponto de menor potencial).

Espontaneamente o elétron recebe energia e vai de um ponto de menor


potencial para outro ponto de maior potencial.

Para ilustrar, consideremos uma carga elétrica Q = 5 nC e os pontos A e B


afastados dela, respectivamente de 30 e 90 cm (Figura 1.3). Os potenciais
nos pontos A e B serão, respectivamente, dados para cada uma das situações
(a) e (b). O elétron abandonado no meio destes pontos, movimentar-se-á.

Figura 1.3: Potenciais criados pela carga Q nos pontos A e B (ddp = 100 V)
Fonte: CTISM

É esse potencial elétrico diferenciado entre dois pontos que torna possível
o movimento de elétrons. Ele é chamado de diferença de potencial elétrico
(ddp) e é graças a ele que a eletricidade passa de um corpo mais carregado
para outro menos carregado.

1.4.3.1 Gerador (bateria)


O gerador é o equipamento que produz ddp. É o dispositivo capaz de sepa-
rar em si cargas elétricas, apresentando entre dois pontos (polos positivo e
negativo), uma energia em potencial. Existem os geradores que produzem
ddp contínua como as pilhas e as baterias de automóveis e os geradores que
produzem ddp alternada como os geradores rotativos nas usinas hidrelétricas.
Para ambos, temos valores bem distintos de ddp.

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 23 e-Tec Brasil


• ddp contínua – uma pilha apresenta, quando nova, uma ddp de 1,5 V,
enquanto a bateria de automóvel apresenta entre seus terminais (polos),
12 V. Num circuito elétrico onde haja ddp contínua, os fios condutores
são designados por “positivo” e “negativo”.

• ddp alternada – numa tomada de uma instalação elétrica residencial,


tomada
devido à configuração de construção dos geradores rotativos, os polos
Dispositivo com contatos não podem ser designados como positivo e negativo, pois eles se alter-
permanentemente ligados a
uma fonte onde são acoplados nam. Os fios ligados a esses polos são chamados de “fase” e “neutro”.
os plugues dos equipamentos A concessionária de energia disponibiliza para as ligações residenciais um
de utilização de energia. As
tomadas residenciais são de 10 fio fase e um fio neutro (padrão monofásico), ou dois fios fases e um fio
e 20 A para uma tensão máxima
de 250 V, bipolar com contato
neutro (padrão bifásico), ou ainda três fios fases e um fio neutro (padrão
central para o fio terra. trifásico). Grande parte das regiões brasileiras é atendida por concessio-
nárias que garantem valores de 127 V entre um fio fase e um fio neutro,
e 220 V entre dois fios fases. Porém, muitas regiões são atendidas por
concessionárias que garantem valores de 220 V entre fase e neutro e
380 V entre fases. Dessa forma são identificadas duas modalidades de
fornecimento de tensões existentes no território nacional: 127/220 V e
220/380 V. É importante detectar o valor da voltagem na rede elétrica,
pois os equipamentos elétricos/eletrônicos são construídos e comerciali-
zados para operarem sob ddp específica, com pequenas tolerâncias bem
determinadas.

1.4.3.2 Fio terra


A Terra, nosso planeta, por ser boa condutora de eletricidade, pode receber
todos os elétrons que lhe cheguem, tendo por isso potencial zero. Para tornar
nulo o potencial elétrico de qualquer corpo carregado, basta ligá-lo à terra.
O aterramento constituirá nas redes elétricas um dispositivo de segurança
obrigatório para equipamentos e pessoas.

1.4.3.3 Atente para os seguintes nomes da mesma grandeza

Potencial elétrico = voltagem = tensão elétrica = fem (força eletromotriz) = ddp

Convencionou-se empregar a letra E para designar a fem apresentada nos


terminais de um gerador, quando o circuito está aberto. Usa-se, em geral, a
letra U para representar essa tensão quando o circuito está fechado e nele
está passando corrente elétrica. A letra V também pode ser encontrada em
vários livros para indicar essa mesma grandeza em uma ou outra situação,
tendo o inconveniente de confundir-se com sua própria unidade (volt), por
isso, vamos evitá-la.

e-Tec Brasil 24 Instalações Elétricas


A ddp é uma característica da rede elétrica.

1.4.4 Corrente elétrica (i)


Entende-se por corrente elétrica o movimento relativamente ordenado de elétrons.

Os elétrons livres dos átomos de um condutor, normalmente se deslocam


em todas as direções, aleatoriamente. Se conseguirmos fazer com que esses
elétrons se movimentem ordenadamente num dado sentido, B para A, por
exemplo, diremos que existirá nesse sentido um fluxo de elétrons (Figura 1.4).

Figura 1.4: Elétrons, de um material condutor, em movimento


Fonte: CTISM

A intensidade da corrente elétrica é caracterizada pela quantidade de elétrons


que atravessa uma determinada seção do condutor num intervalo de tempo.
Isto equivale à razão entre a carga elétrica que atravessa a seção do condutor
pelo tempo gasto em fazê-lo, conforme Equação 1.7.

O sentido convencional da corrente elétrica é o sentido contrário ao sentido


de deslocamento dos elétrons.

Foi o cientista Benjamim Franklin quem primeiro deu explicações de como


funcionava a eletricidade. Preconizava que um corpo que tivesse mais (+)
eletricidade podia passar um pouco dela para outro corpo que tivesse menos
(–) eletricidade. Desse raciocínio simples resultou, inclusive, o sentido conven-
cional da corrente elétrica que parte do polo positivo (+) e conclui-se no polo
negativo (–). Entretanto, há muito se sabe que nos condutores metálicos, onde
a corrente elétrica é dita eletrônica, o que se movimenta são os elétrons (livres),
por isso o sentido real da corrente é o sentido do movimento dos elétrons.

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 25 e-Tec Brasil


No SI a unidade da intensidade de corrente elétrica é o ampère (A), homenagem
a André Marie Ampère, cientista e matemático francês.

Para ordenar o movimento dos elétrons, é necessário um dispositivo chamado


de gerador, que ao aplicar uma diferença de potencial entre dois pontos do
condutor, obriga esses elétrons a um deslocamento organizado. A presença da
ddp estabelecida entre os pontos A e B no condutor possibilitará aos elétrons
fluírem entre eles, criando uma corrente elétrica.

1.4.4.1 Circuito elétrico

Um condutor (fio metálico) acoplado aos polos de um gerador (pilha), fica


submetido à energia em potencial (fem) deste gerador e, por ele (condutor),
graças à tensão elétrica produzida pelo gerador, pode circular uma corrente
elétrica. Se entre dois pontos do condutor inserirmos um aparelho receptor
(lâmpada, por exemplo) capaz de converter a energia elétrica em potencial
do gerador noutra forma de energia (luminosa), constataremos a existência
da corrente elétrica, entre outras grandezas elétricas que também estarão se
manifestando (Figura 1.5).

Figura 1.5: Circuito elétrico


Fonte: CTISM

A Figura 1.5 apresenta as três partes fundamentais de um circuito elétrico: o


gerador (pilha), o condutor (fio metálico) e um receptor (lâmpada incandescente).
E ainda a representação da corrente elétrica contínua em seu sentido convencional.

e-Tec Brasil 26 Instalações Elétricas


Existem dois tipos de corrente elétrica em função dos dois tipos de geradores
que a produzem:

• Corrente contínua – produzida por pilhas e acumuladores onde aconte-


ce um fluxo contínuo de elétrons do polo (–) ao polo (+). A ação química Para saber mais sobre corrente
dos componentes da pilha separa as cargas positivas num terminal e os elétrica, acesse:
http://www.youtube.com/
elétrons noutro terminal. Quando a pilha for acoplada a um circuito exis- watch?v=FksWhVL8Gs8
tirá o deslocamento (empurrão) de elétrons do terminal negativo para o
http://www.youtube.com/
terminal positivo, passando pelo condutor. À medida que os elétrons se watch?v=KWLDcAA-vMO
deslocam, equilibram-se com os correspondentes prótons no terminal
positivo, até que não haja mais ddp capaz de promover a corrente elétri-
ca, esgotando a capacidade do gerador. A pilha estará inutilizada, mas o
acumulador poderá ser recarregado.

• Corrente alternada – obtida em nossas residências em função da ddp al-


ternada disponibilizada pelas concessionárias de energia a partir dos gera-
dores rotativos da usina geradora. Nesse tipo de corrente elétrica, os elé-
trons livres do condutor não vão a lugar nenhum, mas ficam num constante
movimento vibratório de ir e vir, já que as polaridades se invertem a cada
instante, numa frequência de 60 Hz. Os equipamentos eletrônicos (TV, DVD,
som, etc.) funcionam internamente com corrente contínua e em tensões
bem mais baixas, mas como são alimentados por corrente alternada, pos-
suem dispositivos que tornam contínua a corrente (retificador) e abaixam a
voltagem para valores adequados de funcionamento (transformador).

1.4.4.2 Efeitos produzidos pela corrente elétrica

A passagem da corrente elétrica por um condutor provoca diferentes efeitos


em função da natureza do condutor e da intensidade dessa corrente. Bem
controlados esses efeitos são de grande utilidade, mas sua aplicação exige
cuidados e conhecimento.
Saiba mais sobre os efeitos
São eles: o efeito luminoso, o efeito magnético, o efeito térmico (efeito joule), produzidos pela corrente
elétrica em:
o efeito químico e o efeito fisiológico (choque). http://www.brasilescola.com/
fisica/os-efeitos-corrente-
eletrica.htm
O choque que, a cada ano causa milhares de acidentes, é provocado por falha
http://efisica.if.usp.br/
de isolamento de condutores, remoção indevida de partes isolantes ou por eletricidade/basico/corrente/
atitude imprudente de pessoas com a parte energizada (parte viva). Quando elementos_corrente_eletrica/
uma pessoa está com o corpo molhado, a resistência oferecida à passagem da
corrente elétrica diminui e a intensidade dessa corrente, aumenta, tornando
o choque mais intenso.

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 27 e-Tec Brasil


Daremos especial atenção em nosso projeto elétrico às normas regulamenta-
doras e aos dispositivos de proteção às pessoas e animais exigidos, como os
sistemas de aterramento e a instalação de disjuntores diferenciais residuais.

disjuntores 1.4.5 Resistência elétrica (R)


Dispositivos de proteção capaz O chuveiro aquece a água do banho? Por quê? A lâmpada aquece enquanto
de estabelecer e conduzir
corrente elétrica em condições ilumina? Por quê? Por que o fusível se queima?
normais do circuito e interrompê-
la automaticamente caso esta
atinja valores elevados ou caso Para obter respostas para essas perguntas, saiba que, quando uma corrente
a temperatura do condutor
ultrapasse valores toleráveis. elétrica é estabelecida através de um condutor, os elétrons do condutor em
sua movimentação sofrem choques com as partículas (núcleos de átomos e
outros elétrons) constituintes, passando a existir uma oposição ao fluxo destes
elétrons. Essa dificuldade de movimentação dos elétrons livres é chamada de
resistência elétrica do condutor.

A resistência à movimentação dos elétrons depende do tipo de material que


compõe o condutor. A ligação química, elementos químicos componentes e
quantidade de elétrons livres presentes, a temperatura em que se encontra
o condutor, e até mesmo as dimensões físicas do condutor que, entre outras
condições (defeitos porventura existentes na estrutura do material), podem
representar um verdadeiro obstáculo à movimentação dos elétrons.

1.4.5.1 1ª Lei de Ohm


Em 1827, o professor alemão George Simon Ohm verificou experimentalmente
que a resistência R dos condutores é diretamente proporcional à diferença de
potencial U estabelecida no circuito e inversamente proporcional à intensidade
i da corrente elétrica que o percorre.

Onde: R é resistência elétrica (Ω)


U é tensão elétrica (V)
i é intensidade de corrente elétrica (A)

A unidade de resistência elétrica no SI é chamada de ohm em homenagem


ao professor George. É representada pela letra grega ômega (Ω).

A resistência elétrica é uma característica do aparelho elétrico e dos condutores


elétricos.

e-Tec Brasil 28 Instalações Elétricas


Essa resistência elétrica varia com a temperatura ambiente, isolamento e grupa-
mento de condutores. No caso de fios e cabos, além da variação da resistência
a partir da composição da liga metálica, há também variações conforme a
instalação dos mesmos. Dessa forma é preocupante, num projeto elétrico,
os condutores serem colocados em eletrodutos aparentes ou embutidos
em alvenaria, ou ainda, serem instalados em calhas bem ventiladas. Essas eletrodutos
situações serão detalhadas mais à frente, no projeto elétrico. Tubulações por onde passam
os fios.

1.4.5.2 2ª Lei de Ohm


Todos os materiais, metálicos ou não, apresentam elétrons que podem se
movimentar com maior ou menor facilidade. Nos materiais condutores de
eletricidade, a resistência elétrica é relativamente pequena; nos materiais
isolantes é muito grande; e existe um grupo de materiais onde essa resistência
elétrica assume valores intermediários adequados. São os resistores.
resistores
A resistência elétrica do resistor depende da natureza do material com que ele São condutores que se aquecem
com a passagem da corrente
foi construído, do seu comprimento e da área de sua seção reta transversal. A elétrica, transformando a energia
Figura 1.6 representa um fio condutor de comprimento l e seção transversal S. elétrica em energia térmica.
São resistências numericamente
identificadas.

Figura 1.6: Condutor de eletricidade com comprimento l e seção S


Fonte: CTISM

Pela 2ª Lei de Ohm, a resistência de um resistor pode ser dada pela seguinte
expressão:

Onde: R é a resistência do resistor (Ω)


ρ é a resistividade do material de que é feito o resistor (Ω.m)
l é o comprimento do resistor (m)
S é a área da seção reta transversal do resistor (m2)

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 29 e-Tec Brasil


Perceba que enquanto a resistividade é característica dos materiais, a resistência
elétrica é característica do objeto. Assim, um metro de fio de cobre de 1,5
mm2 de seção reta transversal tem uma resistência em torno de 11 × 10-3 Ω,
enquanto outro de mesmo tamanho, porém de 2,5 mm2 (mais grosso), tem
resistência menor, em torno de 7 × 10-3 Ω; mas ambos, por serem de cobre
têm a mesma resistividade.

A Tabela 1.1 fornece a resistividade de alguns materiais.

Tabela 1.1: Resistividade (ρ) de alguns materiais a 15°C (Ω.m)


Condutores Semicondutores Isolantes
Cobre 1,7 × 10-8 Fe3O4 1 × 102 Teflon 1016
Al2O3
Alumínio 2,6 × 10-8 SiC 10 ×102 1014
(Alumina)
SiO2
Liga Ni-Cr 30 × 10-8 Germânio 50 ×102 1014
(Quartzo)

(500 a 3000)
Carvão Silício 60 ×102 Borracha 1013 – 1015
× 10-8

Fonte: autor

• Quanto mais resistivo um material, obviamente menos condutivo. A condu-


Para saber mais sobre tividade elétrica é uma grandeza inversa de resistividade elétrica. A conduti-
resistência elétrica, acesse: vidade é representada pela letra grega sigma (σ) e sua unidade é o (Ω.m)-1.
http://www.youtube.com/
watch?v=24i6N4t6zI8

• A liga Ni-Cr apresenta uma resistividade tal, que a passagem da cor-


rente elétrica produz elevada produção de calor, dissipado no ambiente
pelo efeito joule. Por isso encontra aplicações na confecção de resistência
para fornos e chuveiros.

• Para a maioria dos materiais condutores de energia elétrica o aumento


da temperatura ocasiona o aumento da resistência elétrica e da resisti-
vidade, exceção feita ao carbono (carvão ou grafita), onde o aumento
da temperatura libera mais elétrons livres que favorecem a circulação da
corrente, razão pela qual são aplicados em várias partes de motores.

• Observe a importância da resistividade de terrenos onde serão implanta-


das as hastes de aterramento das instalações para ligação do fio terra.
Cotrim (2008) apresenta na página 79, a tabela 3.6 com valores típicos
de resistividade de solos. Vale a pena conhecer.

e-Tec Brasil 30 Instalações Elétricas


1.4.6 Potência elétrica (P)
Todo equipamento elétrico (receptor) converte energia elétrica noutra forma
de energia (luz, calor ou movimento) de utilidade mais imediata para nós.

A potência elétrica é entendida como a quantidade de energia elétrica que


o equipamento é capaz de transformar na unidade de tempo, ou seja, é o
trabalho elétrico efetuado na unidade de tempo. É mais potente o equipamento
que converte maior quantidade de energia mais rapidamente.

Se, como já vimos da Equação 1.4:

E, da Equação 1.7:

Então:

Como se vê, a potência elétrica também é resultado do produto da tensão


disponível na rede elétrica pela corrente circulante e corresponde à energia Para saber mais sobre
fornecida ou consumida nos dispositivos elétricos por unidade de tempo, para potência elétrica, acesse:
http://www.youtube.com/
provocar o movimento de cargas elétricas. watch?v=ekx_r6Ha8OA

No SI, a unidade de potência elétrica é o watt (W), em homenagem a James


Watt – engenheiro e mecânico escocês (1 W = 1 V × 1 A).

Se, como já vimos na Equação 1.8:

Então, também podemos escrever que:

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 31 e-Tec Brasil


a) Perceba bem que enquanto a equação P = U × i é uma equação geral
e se aplica a todos os circuitos possíveis, a equação P = R × i2 se aplica
unicamente a circuitos resistivos, pois somente nos resistores a energia
elétrica é totalmente convertida em calor.

b) Veremos no cálculo dos circuitos de iluminação do nosso projeto que,


ele não sendo resistivo, mas indutivo, a potência que usaremos será a
potência aparente cuja unidade é o VA, não mais igual ao W, porém re-
lacionada a ele pelo fator de potência.

c) Compreenda também que potência é característica de aparelho elétri-


co, e sua unidade no SI é o watt. Não confunda com “potencial” que é
característica da rede elétrica e tem o volt como sua unidade no SI. Até
mesmo a similaridade da pronúncia das unidades pode levar à equivoca-
da troca.

d) A potência é uma característica importante dos aparelhos elétricos que,


colocados em funcionamento, influenciará diretamente no valor da
“conta de luz” do final do mês.

1.4.7 Energia elétrica (E) ou trabalho elétrico (τ)


Como se viu anteriormente, todo equipamento elétrico transforma energia
elétrica em luz (lâmpadas), calor (resistores) ou movimento (motores).

É comum utilizar como unidade Da mesma Equação 1.11, concluímos:


de energia elétrica o kWh.
1 kWh = 3,6 × 106 J
Outras unidades:
1 Wh = 860 cal
1 J = 0,239 cal
1 BTU = 252 cal.

Energia consumida ou A energia elétrica transformada é calculada pelo produto da potência (P) desen-
trabalho efetuado, isto é o volvida no equipamento, pelo tempo (t) durante o qual ele permanece ligado. Sua
que a concessionária cobra do
consumidor. unidade no SI é watt.segundo também denominado joule (J). (1 J = 1 W × 1 s).

e-Tec Brasil 32 Instalações Elétricas


Resumo
O átomo é o ponto de partida de todo conhecimento científico e a eletricidade,
juntamente com o magnetismo, constituem o suporte de toda tecnologia
onde se assenta o nosso conforto.

Veja no Quadro 1.1 algumas grandezas elétricas e suas unidades no Sistema


Internacional, cuja compreensão de conceitos muito contribuirá no desen- Para saber mais sobre energia
volvimento de seu projeto elétrico. elétrica, acesse:
http://www.youtube.com/
watch?v=G0DTyLPlbLs
Quadro 1.1: Resumo das grandezas elétricas
Grandeza Símbolo Unidade Abreviatura
Carga elétrica Q; q coulomb C
Campo elétrico E newton/coulomb N/C
Tensão elétrica (ddp) E; U; V volt V
Corrente elétrica i ampère A
Resistência elétrica R ohm Ω
Potência elétrica P watt W
Energia ou trabalho τ; E; T joule J
Resistividade elétrica ρ ohm.metro σm
Condutividade elétrica σ 1/ohm.metro (σm)-1
Fonte: autor

Não se esqueça que, ao tratar grandezas e seus sistemas de unidades, muitas


vezes necessitamos usar os múltiplos e submúltiplos decimais.

Atividades de aprendizagem
1. Marque (F) se falso ou (V) se verdadeiro para as frases seguintes.

(( ) Os elétrons são os elementos atômicos responsáveis pela criação da


energia elétrica.

(( ) Encontramos na ligação metálica os elétrons livres que são os responsá-


veis pela criação da corrente elétrica.

(( ) Campo elétrico é análogo ao campo gravitacional e ao campo magnético.

(( ) Carga elétrica e campo elétrico são duas grandezas completamente dis-


tintas e separáveis.

Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas 33 e-Tec Brasil


(( ) Para que uma corrente elétrica circule entre dois pontos de um condu-
tor, é necessário que entre esses dois pontos exista uma diferença de
potencial (ddp).

2. Complete as sentenças abaixo.

a) Os componentes essenciais de um circuito elétrico são _______________,


_______________ e _______________.

b) _______________ elétrico é uma característica da rede, enquanto


_______________ elétrica é uma característica do equipamento elétrico.

c) Os materiais apresentam _______________ elétrica, enquanto os objetos


feitos com esses materiais apresentam _______________ elétrica.

d) O aparelho que mede a tensão elétrica entre dois pontos de um circuito é


o _______________. O que mede a corrente elétrica é o _______________
e o que mede a resistência elétrica é o _______________.

e-Tec Brasil 34 Instalações Elétricas


Aula 2 – A luminotécnica e os tipos
de lâmpadas

Objetivos

Compreender as grandezas luminotécnicas.

Distinguir lâmpadas incandescentes das fluorescentes.

Selecionar lâmpadas fluorescentes conforme as necessidades do


ambiente.

2.1 Grandezas luminotécnicas

Luminotécnica é a técnica de iluminar. Vamos estudar algumas grandezas que


constituem a base da luminotécnica e as características das fontes luminosas,
principalmente as lâmpadas.

2.1.1 Fluxo luminoso (Φ)


O fluxo luminoso é a quantidade de claridade (luz) emitida por uma fonte
luminosa, considerada igual em todas as direções. Ele é um dado característico
da lâmpada que nos fornece a percepção de que ela é forte ou fraca.

A unidade do fluxo luminoso no SI é o lúmen (lm): lâmpada forte emite muitos


lúmens, lâmpada fraca, poucos lúmens.

Figura 2.1: Lâmpada incandescente emitindo seu fluxo luminoso


Fonte: CTISM

Aula 2 - A luminotécnica e os tipos de lâmpadas 35 e-Tec Brasil


Os lúmens emitidos por uma lâmpada dependem da tensão de funcionamento
da rede elétrica. Uma lâmpada incandescente de 100 W/127 V emite cerca de
1500 lúmens que aumentam para tensões maiores ou diminuem para tensões
menores. Veja no Quadro 2.1 o fluxo luminoso de algumas lâmpadas e suas
respectivas potências.

Quadro 2.1: Fluxo luminoso × potência


Lâmpada incandescente de bulbo transparente
Potência (W) 25 40 60 100 150
Fluxo (lm) 250 480 750 1500 2300
Lâmpada fluorescente compacta
Potência (W) 7/9 11/13 15 18/20 23 26 36
Fluxo (lm) 400 650 850 1200 1400 1800 2800
Lâmpada fluorescente tubular
Potência (W) 14/16 18/20 28/32 36/40 54/65 75/80 110
Fluxo (lm) 900 1200 2500 3000 4800 6500 8500
Fonte: autor

Devido à grande variedade das lâmpadas fluorescentes tubulares, adotou-se


uma média para referência. Convém sempre consultar a tabela dos fabricantes
para uma melhor especificação do produto.

2.1.2 Iluminamento (E)


O iluminamento é uma grandeza que caracterizará o ambiente onde a lâmpada
for instalada e donde teremos a sensação deste estar bem ou mal iluminado.
O iluminamento de paredes, pisos, mesas, quadros, está intimamente ligado
à quantidade de lúmens emitidos pela lâmpada e, a distância entre ela e a
superfície a iluminar.

O iluminamento é a relação entre o fluxo luminoso incidente e a área da


superfície iluminada. Sua unidade no SI é o lux (lx). (lx = lm/m²).

O iluminamento diminui com o aumento da área a iluminar e com o aumento


da distância desta área à lâmpada. Por exemplo, uma lâmpada incandescente
de 60 W pode iluminar razoavelmente um pequeno cômodo de 4 m2, mas com
certeza causará desconforto visual se for a única lâmpada de uma sala de 20 m2.

e-Tec Brasil 36 Instalações Elétricas


O iluminamento necessário a um ambiente é obtido especificamente para
cada caso de projeto elétrico, sendo função de vários parâmetros como:
tipo de serviço a ser desenvolvido, acabamento das paredes, pisos e tetos
do ambiente, tipos de lâmpadas e de luminárias que serão instaladas e até
mesmo a idade dos usuários. Para residências, adotaremos as recomendações
da ABNT/NBR-5413/92, que serão apresentadas mais adiante, no item 4.3.1.

2.1.3 Eficiência energética (η)


Eficiência energética ou rendimento luminoso é a relação entre os lúmens
emitidos pela lâmpada e a potência absorvida na rede elétrica.

Figura 2.2: Lúmens emitidos pela lâmpada e potência absorvida na rede


Fonte: CTISM

O Quadro 2.2 fornece a eficiência energética de algumas lâmpadas.

Quadro 2.2: Eficiência energética de algumas lâmpadas


Tipo de lâmpada Incandescente Fluorescente Fluorescente compacta
Eficiência (lm/W) 10 a 24 43 a 84 50 a 60
Fonte: autor

2.1.4 Índice de Reprodução de Cor (IRC)


O índice de reprodução de cor é uma grandeza que varia numericamente
de 0 a 100, representada percentualmente. Ela procura expressar o grau em
que a lâmpada consegue mostrar ou realçar as cores verdadeiras dos objetos
iluminados. O fator 100 corresponde à cor real e fiel dos objetos quando
analisados sob a luz do sol.

Aula 2 - A luminotécnica e os tipos de lâmpadas 37 e-Tec Brasil


As lâmpadas incandescentes são as que melhor reproduzem as cores dos
objetos depois do sol, e por isto, têm, por definição, IRC = 100%. Noutras
lâmpadas este índice varia de 45 a 95%, por seu tipo e processo de funcio-
namento. O Quadro 2.3 qualifica para ambientes residenciais o IRC que pode
ser recomendado na escolha das lâmpadas.

Quadro 2.3: Índice de Reprodução de Cor (IRC)


Ótimo Bom Regular
IRC – Índice de Reprodução de Cor (%) 100 – 95 95 – 85 85 – 75
Fonte: autor

2.1.5 Temperatura de Cor Correlata (TCC)


A temperatura de cor é uma grandeza que identifica a cor da luz emitida pela
lâmpada. Sua unidade é o kelvin (K) – sem referência a graus, por convenção.

A temperatura de cor das lâmpadas varia entre os limites de 2700 a 6500 K.


Os valores mais baixos correspondem à luz de cor amarelada (quente) e, os
valores mais altos, à cor azul (fria), variando em tons de branco nesse intervalo.

Como a temperatura de cor da lâmpada expressa a cor da luz, sua influência


mais significativa está na decoração do ambiente e dos efeitos que porventura
possam provocar nas pessoas que frequentam esse ambiente. O Quadro 2.4
procura relacionar adequadamente a TCC e o uso das lâmpadas com o ambiente.

Quadro 2.4: Temperatura de cor correlata


2700 3000 4000 5000 6000 6500
Cores quentes – Amarelas Cores neutras – Brancas Cores frias – Azuis
Ambientes aconchegantes Ambientes de trabalho e estudo
Situações relaxantes Situações mais excitantes
Fonte: autor

a) A luz branca natural é a luz emitida pelo sol a céu aberto ao meio dia,
cuja temperatura de cor é considerada de 5800 K.

b) Luz quente ou fria não se refere ao calor físico da lâmpada, mas à tona-
lidade de cor que ela empresta ao ambiente. Quanto mais alta a TCC,
mais clara é a tonalidade apresentada por ela. Todas as lâmpadas em
funcionamento aquecem.

e-Tec Brasil 38 Instalações Elétricas


2.2 Tipos de lâmpadas
Várias são as lâmpadas encontradas no mercado, cada uma com suas carac-
terísticas de luz e princípios de funcionamento. Elas variam em função de
suas potências, lúmens emitidos, eficiência, mas, sobretudo, pela aplicação
em cada ambiente.

2.2.1 Lâmpadas incandescentes (comuns)


Lâmpadas incandescentes são lâmpadas que funcionam pela incandescência
de um filamento muito fino de tungstênio colocado no interior de um bulbo incandescência
de vidro, que é preenchido com gás inerte, ou não (a vácuo). A corrente Propriedade de emissão
de luz por corpos em
elétrica que atravessa o filamento o aquece a valores da ordem de 3000°C, temperatura elevada.
fazendo-o emitir calor e luz.

São as lâmpadas de uso mais comum e as de menor custo. Apresentam


tonalidade amarelada e são fabricadas, para circuitos residenciais de 127 e
220 V em potências que variam de 5 a 150 W (IRC = 100%; TCC = 2700 K)
e vida útil média de 1000 horas de funcionamento.

Na prática são radiadores térmicos pois apenas 20% do que consomem de


energia são transformados em luz visível. O restante é perdido em calor.
Devido a isso têm sido contestadas no mundo inteiro e muitos países já não
as adotam. Entretanto deve-se entender que não são nocivas à saúde do
homem (pela ausência do mercúrio) e nos têm atendido confortavelmente
há mais de um século.

2.2.2 Lâmpadas fluorescentes

Figura 2.3: (a) Lâmpada fluorescente e (b) acessórios


Fonte: (a) http://revistapegn.globo.com/Revista/Pegn/foto/0,,37106408,00.jpg
(b) http://images02.olx.com.br/ui/4/33/67/1267561102_77642667_1-Fotos-de--RECEPTaCULO-PARA-LaMPADA-
FLUORESCENTE.jpg

Aula 2 - A luminotécnica e os tipos de lâmpadas 39 e-Tec Brasil


A lâmpada fluorescente é uma lâmpada que funciona através de descargas
elétricas (pequenos relâmpagos) aplicadas ao vapor de mercúrio dentro de
um tubo de vidro. As moléculas de vapor de mercúrio assim se ionizam,
emitindo radiações eletromagnéticas não visíveis, mas que são transformadas
em radiações visíveis pela fluorescência da pintura interna do tubo.
fluorescência
Propriedade que certos As lâmpadas fluorescentes são lâmpadas diversificadas em potência, emissão
materiais têm de absorverem
radiações eletromagnéticas e de lúmens, cor de luz, tamanhos e formas, o que garante sua aplicação em
de remetê-las novamente com ambientes internos para várias utilizações.
maior comprimento de ondas,
eventualmente na faixa do visível.
As lâmpadas tubulares são as mais usadas e vêm sendo fabricadas com diâmetros
cada vez menores. As tradicionais são as T-12 e T-10, encontrando-se já no
mercado T-8 e T-5. Essas especificações referem-se aos diâmetros dos tubos em
oitavos de polegada, ou seja, 38, 33, 26 e 16 mm de diâmetro, respectivamente.

A vida útil de uma lâmpada fluorescente é de 2 a 3 anos, ou um tempo


de operação de aproximadamente 30 mil horas, acesa continuamente. O
acender e apagar constante de uma lâmpada fluorescente reduz muito sua
vida útil porque as características elétricas da descarga em um gás diferem
fundamentalmente da resistência ôhmica de uma lâmpada incandescente,
levando os componentes a mais rápida deterioração. A troca de uma lâmpada
fluorescente deve ser feita antes mesmo da sua queima, porque, devido ao seu
próprio princípio de funcionamento, o fluxo luminoso diminui sensivelmente
com o passar do tempo.

As lâmpadas fluorescentes funcionam com auxílio de reatores: os eletro-


reatores magnéticos e os eletrônicos.
Equipamentos que mantêm a
estabilização da descarga elétrica
dentro do tubo e limitam a • Reatores eletromagnéticos (pesados) – são constituídos por um nú-
corrente elétrica na lâmpada. cleo de aço laminado e bobinas de fios de cobre esmaltado e durante o
funcionamento podem emitir ruídos. São os mais resistentes à umidade e
indicados para locais de baixa temperatura de trabalho ou sem condições
de aterramento. Existem os de partida convencional que necessitam de
outro equipamento, o starter; e os de partida rápida que não necessitam
do starter. Ambos, por funcionarem em frequência de 60 Hz, produzem
um fenômeno chamado efeito estroboscópico que, embora não percebi-
do pelo olho humano, é detectado pelo cérebro, causando um cansaço
visual. Esses reatores encontram-se em desuso comparativamente aos
modernos reatores eletrônicos.

e-Tec Brasil 40 Instalações Elétricas


• Reatores eletrônicos (leves) – são constituídos por componentes eletrô-
nicos e operam em alta frequência (35000 Hz) e, além de eliminarem o
efeito estroboscópico, apresentam menor perda elétrica e maior economia
de energia. Entretanto, existem complicadores no uso de reatores eletrôni-
cos, conforme ressalta Silva (2004, p. 104). Os de baixa qualidade podem
emitir sujeira na rede elétrica, que são sinais que interferem em funciona-
mento de TV, distorcendo imagens, causando ruídos estranhos em rádios
e sinais que interferem em computadores e sistemas de segurança. Para
evitá-los aconselha-se o uso de reatores eletrônicos de alta performance
cuja qualidade é verificada pela Taxa de Distorção Harmônica (THD) que
deve estar abaixo de 30%. Quanto menor a THD, melhor será o reator
eletrônico. Existem no mercado reatores eletrônicos de THD < 10%, mas
convém conferir sempre a informação que deve estar escrita no produto.

Figura 2.4: (a) Reator eletromagnético e (b) reator eletrônico


Fonte: (a) http://www.comtrel.com.br/images/reator%20eletromagnetico.jpg
(b) http://images.tray.com.br/img/editor/up/101201/REATOR_ELETRONICO_2_X.jpg

a) No conjunto lâmpada de descarga e seu reator, pelas especificidades de


funcionamento, há uma potência absorvida na rede elétrica que não é
transformada em luz, mas que é necessária para manter funcionando
este sistema de iluminação. Essa potência “perdida” deve ser compu-
tada para os cálculos da fiação, e seu conhecimento se faz através de
informações do fabricante sobre o fator de potência (ϕ) do equipamen- fiação
to. Esta é uma característica dos sistemas indutivos que será tanto pior É o condutor elétrico. Pode ser
composta por fio rígido ou cabo
quanto mais baixo for seu fator de potência. Portanto, para uma escolha flexível de cobre identificado pela
adequada de lâmpadas fluorescentes e seus reatores, prefira os de mais área de sua seção transversal em
mm² e pelo tipo de isolamento
alto fator de potência. plástico, geralmente PVC.

b) Um reator tem ainda como característica técnica o fator de fluxo lumi-


noso que pode fazer a lâmpada emitir mais lúmens (ffl > 1,00), ou me-
nos lúmens (ffl < 1,00). Devemos ter sempre em mãos catálogos dos

Aula 2 - A luminotécnica e os tipos de lâmpadas 41 e-Tec Brasil


fabricantes que contenham informações técnicas sobre seus produtos
(lâmpadas, reatores e luminárias), muitas vezes disponíveis em sites da
internet. No tocante a reator, não deixe de observar na escolha: alto fator
de potência (> 85%), baixo THD (< 30%), além da compatibilidade com
a marca e potência da lâmpada escolhida.

c) As lâmpadas fluorescentes compactas têm sido soluções imediatas para


substituição das lâmpadas incandescentes que, em breve deixarão de
ser fabricadas. Entendo que elas cumprem mais um papel de iluminação
local, mas que a evolução da tecnologia deve fazê-las evoluir para ilumi-
nação geral.

d) Lamentavelmente as lâmpadas fluorescentes de tão boas qualidades téc-


nicas têm em sua fabricação o mercúrio, altamente danoso ao meio am-
biente e à saúde dos seres vivos. Seu descarte, após inutilizadas, é feito,
muitas vezes, em lixo comum, quando deveriam seguir para estações de
reciclagem.

e) Como as lâmpadas fluorescentes são utilizadas na maioria das vezes em


luminárias (calhas) metálicas, há necessidade de ligar essas luminárias
ao fio terra para descarregar cargas elétricas estáticas produzidas entre
lâmpadas e luminárias.

2.2.3 LED’s (light emitting diodes)


Os LED’s – diodos emissores de luz – são componentes semicondutores da mesma
tecnologia utilizada nos chips de computadores que têm a propriedade de
emitir luz quando aquecidos pela passagem de uma pequena corrente elétrica.
Os LED’s são dispositivos sem filamentos que operam em extra baixa tensão
(10/24 V) e em corrente contínua. Necessitam, portanto, de um equipamento
(driver) para serem inseridos na rede elétrica residencial. Sem descarga elétrica,
consomem menos de 1 W de potência e têm longa vida útil. Funcionando
sem reator, não apresentam ruídos incômodos, não aquecem o ambiente,
nem produzem o efeito estroboscópico, se comparados com outras lâmpadas.

Atualmente são encontrados em sinais luminosos, lanternas traseiras de auto-


móveis (brake-light) e vários dispositivos de iluminação e marcadores luminosos.
Já são encontradas lâmpadas residenciais de LED’s, porém de custo ainda
elevado. Parecem promissores os avanços tecnológicos para popularização
dos LED’s e acreditamos que eles vão se tornar em breve uma solução mais
moderna para projetos de iluminação.

e-Tec Brasil 42 Instalações Elétricas


Figura 2.5: (a) LED’s e (b) lâmpada de LED’s
Fonte: (a) http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2011/03/leds.jpg
(b) http://4.bp.blogspot.com/_QTQFItWsBmY/TLw8kjvjqaI/AAAAAAAABnw/-FWtptcwP2s/s1600/1-bombilla-de-leds.jpg

Resumo
As lâmpadas são fontes luminosas cujas características são o fluxo luminoso,
o índice de reprodução de cor e a temperatura de cor. Essas grandezas iden-
tificarão lâmpadas que nos permitirão escolha em nosso projeto elétrico.

Com elas e a escolha adequada de reatores e calhas, poderemos compor


sistemas de iluminação eficiente e arquitetônico.

Atividades de aprendizagem
1. Marque (F) se falso ou (V) se verdadeiro.

(( ) A desvantagem atual das lâmpadas incandescentes é seu elevado consumo


de energia para converter em iluminação apenas 20% do que consomem.

(( ) As lâmpadas fluorescentes compactas são atualmente substituição tem-


porária das incandescentes.

(( ) Um inconveniente das lâmpadas fluorescentes é o uso de mercúrio na sua


fabricação o que recomenda descarte em lixos especializados, quando
não são mais passíveis de uso.

(( ) Os reatores são equipamentos para lâmpadas de descargas que limitam


a corrente elétrica e mantêm a estabilização da descarga dentro do tubo.

Aula 2 - A luminotécnica e os tipos de lâmpadas 43 e-Tec Brasil


2. O tipo de lâmpada mais indicado para uma área de serviço é:

a) Incandescente

b) Fluorescente

c) LED

d) Qualquer uma das anteriores

3. Complete as frases.

a) Quanto maior a tensão na rede, ________________ os lúmens emitidos


pelas lâmpadas, podendo inclusive, queimá-la.

b) Ambientes como dormitórios, requerem lâmpadas ________________,


enquanto ambientes de trabalho, lâmpadas __________________.

e-Tec Brasil 44 Instalações Elétricas


Aula 3 – Projeto elétrico: a concepção

Objetivos

Entender o sistema de entrada de energia em residências.

Compreender as partes de um projeto elétrico com iluminação fluo-


rescente.

Acompanhar a elaboração de um projeto elétrico.

3.1 Instalação elétrica


Instalação elétrica é uma associação de componentes, coordenados entre si,
para fornecer luz, calor, movimento ou transmissão de sinais. Esses compo-
nentes são as linhas elétricas e os equipamentos.

• Linhas elétricas – condutores (fios e cabos); elementos de fixação (abra-


çadeiras, eletrodutos).

• Equipamentos – alimentadores da instalação (gerador, transformador);


de comando e proteção (disjuntor, interruptor); utilizadores da instalação
(geladeira, TV, chuveiro, lâmpada, etc.).

A instalação elétrica que pretendemos projetar conterá as linhas elétricas e


os equipamentos de comando e proteção. A alimentação dessa instalação
caberá à concessionária de energia elétrica que ligará a instalação de nossa
residência aos fios disponibilizados nos postes da rede elétrica pública.

Observando a rede elétrica de sua rua, você verá na parte superior dos postes,
três fios (fases) dispostos horizontalmente. É a rede primária ou rede de alta
tensão (13800 V); nem sempre disponível em todo posteamento de rua.
Observando ainda os mesmos postes, verá quatro fios um pouco mais abaixo
dispostos em posição vertical. É a rede secundária (127/220 V) ou (220/380 V),
em baixa tensão, que é distribuída às residências. Esses fios são os três fios
fases e o fio neutro. Observe que são entregues às residências, no mínimo
dois deles, onde um é sempre o fio neutro.

Aula 3 - Projeto elétrico: a concepção 45 e-Tec Brasil


O equipamento que se observa em alguns postes e que faz a ligação da rede
de alta tensão com a rede de baixa tensão é o transformador, responsável
por baixar a tensão aos valores de uso nas residências e estabelecimentos.

Figura 3.1: Redes de alta tensão, de baixa tensão e o transformador


Fonte: autor

3.2 Fornecimento de energia nas edificações


Quem fornece energia às edificações é a concessionária, disponibilizando tensão
elétrica através de ligações que podem ser classificadas, basicamente, como:

• Provisórias – ligações que serão substituídas posteriormente por ligações


definitivas. São ligações para obras que estão em fase inicial de construção.

• Definitivas – ligações de caráter permanente. Podem ser em tensão se-


cundária (residencial) ou tensão primária (industrial/residencial, predial/
comercial).

Para se obter ligação definitiva, é necessário conhecer os regulamentos das


concessionárias antes da execução dos serviços, pois, se em desacordo com
suas prescrições normativas, elas podem não atender ao pedido de ligação.

A ligação se dará por um ramal de ligação que compreende, basicamente,


duas partes: uma externa, nos limites públicos (da rede na rua, até a entrada
da propriedade); outra interna, nos limites privados, (dentro da propriedade,
até o equipamento de medição). Ambas podem ser aéreas ou subterrâneas
em função da estética ou conveniência da edificação ou da rede.

e-Tec Brasil 46 Instalações Elétricas


Na Figura 3.2 observa-se um padrão trifásico no poste particular da residência
da esquerda (três fases e o neutro) onde os fios no ramal de ligação estão
trançados no seu suporte.

Figura 3.2: Alturas mínimas do ramal de ligação ao solo


Fonte: CTISM, adaptado de CEMIG/ND-5.1, 2009, p. 8-1

Padrão – conjunto de componentes (quadro, pontalete, isolador, roldana,


haste de aterramento, disjuntor, etc.) estrategicamente montados, onde a
concessionária instala o potenciômetro (aparelho medidor – relógio que acusará
a energia consumida através do produto tensão × corrente elétrica × tempo),
efetivando a ligação da rede elétrica pública com a residência. Na Figura 3.2
corresponde a B-C (ramal de entrada).

Toda concessionária classifica as ligações definindo tipos em função da carga


instalada, da demanda e do tipo de rede local onde estiver situada a unidade
consumidora.

Apresentamos o Quadro 3.1, parte da ND-5.1/2009 (Companhia Energética de


Minas Gerais – CEMIG), que traz interesse didático imediato para os conteúdos Para saber mais sobre a
abordados neste caderno didático. CEMIG, acesse:
http://www.cemig.com.br

Aula 3 - Projeto elétrico: a concepção 47 e-Tec Brasil


Quadro 3.1: Dimensionamento para unidades urbanas/rurais atendidas por
redes secundárias trifásicas (127/220 V) com ligações a dois ou três fios
Tipo Faixa Padrão Potência instalada (kW)
A–1 Monofásico Até 5
A
A–2 (1 F + 1 N) De 5 a 10
Bifásico
B - De 10 a 15
(2 F + 1 N)
C–1 Até 15
C–2 De 15 a 23
C–3 De 23 a 27
C–4 Trifásico De 27 a 38
C
C–5 (3 F + 1 N) De 38 a 47
C–6 De 47 a 57
C–7 De 57 a 66
C–8 De 66 a 75
Fonte: Adaptado de CEMIG, ND-5.1/2009, p 7-2 e 7-3

3.3 O projeto elétrico


Projetar a instalação elétrica numa edificação consiste em:

• Determinar as quantidades necessárias de lâmpadas e tomadas e suas


localizações.

• Criar e dimensionar os circuitos elétricos com suas respectivas fiações,


lâmpadas e tomadas.

• Definir o tipo e a localização dos dispositivos de proteção (disjuntores),


e comando (interruptores), bem como os demais acessórios (quadro de
distribuição e medição de energia).

3.3.1 Partes componentes de um projeto elétrico


• Memória de cálculo – parte escrita que contém os parâmetros do pro-
jeto: cargas, correntes, tensões de trabalho, fatores de demanda e de
proteção e as normas técnicas observadas.

• Conjunto de plantas – pranchas de desenho em escalas e formatos


adequados onde se apresentam em planta baixa arquitetônica, por sim-
bologia convencionada, a localização das lâmpadas e seus comandos,
as tomadas com as respectivas cargas, a fiação com os circuitos a que
pertencem e os dispositivos de proteção. Compõem ainda as pranchas,
o quadro de cargas, os diagramas de fases e geral, a legenda e o selo
(carimbo) e detalhes de montagem, caso necessário.

e-Tec Brasil 48 Instalações Elétricas


• Especificações e orçamento – lista dos materiais especificados e orça-
dos a serem utilizados.

Na elaboração de um projeto elétrico deve o projetista se preocupar com:

• Utilização da instalação por crianças e deficientes.

• Prevenção de reserva de cargas para eventuais pequenas alterações futuras.

• Observação às normas técnicas.

• Custo compatível, com criatividade, beleza e, sobretudo, bom senso.

a) Projetos especiais devem ser elaborados à parte e têm sido necessários


em obras de médio porte, mesmo as residenciais. É o caso de telefonia,
som, alarme, antena de TV, etc. Devem ser estudados com critérios e
montados em tubulações próprias, quando for o caso.

b) A elaboração de um projeto elétrico contribuirá plenamente no conforto


e segurança do morador. Excelente custo/benefício trará esse projeto,
juntamente com os demais projetos necessários a uma edificação, sem
que se elevem o custo.

3.3.2 Passos para a elaboração de um projeto elétrico


Montaremos nosso projeto elétrico executando, passo a passo as seguintes
etapas:

a) Planta baixa – apropriação do projeto arquitetônico com cortes e deta-


lhes construtivos.

b) Objetivos – compreensão da finalidade do projeto, disponibilidade eco-


nômica do construtor, exigências da concessionária.

c) Determinação da potência a instalar – definição do tipo de padrão.


pontos
d) Marcação dos pontos – localização das lâmpadas, interruptores e to- Termo empregado para designar
aparelho fixo de consumo,
madas. Posicionamento do Quadro de Distribuição (QD) e do Quadro de centro de luz, tomada, arandela,
interruptor, botão de campainha,
Medição (QM – relógio). etc. Pode ser útil (lâmpada
e tomada) ou de comando
(interruptor, disjuntor).

Aula 3 - Projeto elétrico: a concepção 49 e-Tec Brasil


e) Criação dos circuitos – divisão da potência instalada em circuitos. Distri-
buição dos eletrodutos e construção do quadro de circuitos.

f) Dimensionamento dos circuitos – determinação da fiação, dos elementos


de proteção e dos eletrodutos.

g) Elaboração do quadro de cargas e montagem dos diagramas.

h) Apresentação da planta completa.

i) Materiais – especificações e orçamento.

j) Elaboração do manual do proprietário.

Resumo
Nesta aula você viu que uma instalação elétrica é composta por linhas elétricas
cuja função é disponibilizar energia aos equipamentos elétricos para que eles
nos forneçam, em síntese, luz, calor e movimento. É a concessionária que faz
a introdução do elemento principal na sua instalação elétrica, a tensão (ddp),
posta no padrão de energia.

O projeto elétrico é a documentação escrita e organizada que possibilita a


montagem da instalação elétrica, com segurança, conforto e economia.

Atividades de aprendizagem
1. Faça a planta baixa arquitetônica de uma residência com área entre 90 e
130 m2, para nela desenvolver seu projeto elétrico. Não é necessário ser
de dois pavimentos.

e-Tec Brasil 50 Instalações Elétricas


Aula 4 – Nosso projeto elétrico

Objetivos

Estabelecer parâmetros para cálculo de projeto elétrico residencial


com iluminação fluorescente.

Distribuir lâmpadas e tomadas pela planta baixa.

Criar os circuitos de um projeto elétrico residencial.

4.1 Planta baixa


Nº de pavimentos – 1

Área construída – 110 m2 (PE – 1)

Custos estimativos:

• Cálculo – de 0,5 a 1,5%, do valor da edificação.

• Material elétrico – de 3,0 a 5,0% do valor da edificação.

• Mão de obra para execução – de 2,0 a 3,0% do valor da edificação.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 51 e-Tec Brasil


Figura 4.1: PE – 1 – planta baixa arquitetônica
Fonte: CTISM, adaptado do autor

4.2 Objetivos
De posse da planta baixa, procura-se compreender a expectativa e o nível de
exigência do proprietário e/ou usuários, além da funcionabilidade da própria
instalação.

É necessário conhecer o grau de compatibilidade com a rede pública e as


normas da concessionária no que diz respeito à distribuição de energia elétrica
e aos detalhes de instalação, porque pode não haver possibilidade de ligação
de padrão trifásico, por exemplo.

Nessa hora é importante compreender e prever futuras instalações para novos


e modernos equipamentos e circuitos, como TV a cabo, rede de computador,

e-Tec Brasil 52 Instalações Elétricas


telefone, entre outros, cujo planejamento deve ser feito de acordo com o
projeto elétrico, embora, muitas vezes, feito à parte.

Procedimentos como “deixar espaço” para disjuntores no quadro de distribuição


de energia e eletrodutos de reserva, evitam futuros incômodos em expansões,
sem que isso leve ao aumento no custo da instalação. Uma “arrumação”
posterior, além de não ficar bem feita, comprometerá um trabalho sério e
criterioso anteriormente desenvolvido.

a) Para obras novas principalmente, não se deve desprezar a possibilidade de


construir rede de água quente para chuveiros e/ou pias por aquecimento
solar. Ainda que o orçamento possa elevar o custo no momento, no futuro,
haverá benefícios com esse sistema, tanto financeira como ecologicamente.

b) Outras formas de aquecimento de água, como o uso de aquecedores a gás,


por exemplo, devem ser avaliadas juntamente com o proprietário, pois essa
possibilidade pode se tornar mais vantajosa que o aquecimento elétrico.

4.3 Determinação da potência a instalar


Determinar a potência elétrica a ser instalada numa edificação consiste em
calcular a soma das potências das lâmpadas e tomadas necessárias aos diversos
cômodos. Isso equivale a determinar as cargas nos pontos úteis de utilização
de energia elétrica. Essas cargas são classificadas em cargas de iluminação e
cargas de tomadas.

Iniciaremos o levantamento da potência a ser instalada, montando o quadro


de potência que está dividido em duas partes: Quadro 4.1 (iluminação) e
Quadro 4.5 (tomadas).

4.3.1 Determinação das cargas de iluminação


Acompanhe o preenchimento de cada uma das oito colunas do Quadro 4.1
com tantas linhas quanto o número de cômodos a iluminar.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 53 e-Tec Brasil


Quadro 4.1: Levantamento das cargas de iluminação
1 2 3 4 5 6 7 8
Carga nas Carga de
NBR 5413 Φ Qtd. de NBR 5410
Cômodos Área (m²) lâmpadas iluminação
E (lux) (lúmens) lâmpadas (mínimos)
(VA) (VA)
Sala 16,0 300 4800 2 × 36 111 220 220
Som/TV 12,0 200 2400 1 × 36 55 160 160
QT-1 10,0 200 2000 1 × 36 55 160 160
QT-2 12,0 200 2400 1 × 36 55 160 160
Circulação 3,5 200 700 1 × 18 28 100 100
1 × 36
Banheiro 4,5 350 1575 83 100 100
1 × 18
Garagem 13,8 200 2760 2 × 36 111 160 160
Copa/ 3 × 36
15,0 400 6000 194 220 220
cozinha 1 × 18
Serviço 7,5 300 2250 1 × 36 55 100 100
Externo - - - 7 × 100 700 - 700
Total 2080
Fonte: autor

Coluna 1 – nome dos cômodos a serem iluminados.

Coluna 2 – área dos cômodos em m2 obtida na planta baixa.

Coluna 3 – iluminamento adotado. (Conforme opção do projetista e reco-


mendação da ABNT/NBR-5413/92).

A ABNT/NBR-5413/92 detalha, conforme o apresentado no Quadro 4.2, valores


de iluminamentos (E, em lux) para ambientes específicos. Tem a vantagem de
um cálculo de iluminação funcional de acordo com a utilização do ambiente.

Para a iluminação de interiores residenciais, a referência inicial é o nível médio


para a maioria dos casos.

a) O valor de máximo iluminamento será utilizado quando a tarefa se apre-


sentar com refletâncias e contrastes baixos. O trabalho visual é crítico,
e os erros são de difícil correção. Alta produtividade ou precisão são de
grande importância. A capacidade visual do observador está abaixo da
média. O valor de mínimo iluminamento, quando as refletâncias ou con-
trastes são relativamente altos, velocidades e/ou precisão da tarefa não
são importantes. A tarefa é executada ocasionalmente.

e-Tec Brasil 54 Instalações Elétricas


b) Como exemplo de precisão, pode-se comparar a leitura simples de um
jornal com a leitura de uma receita médica; a primeira sem importância; a
segunda crítica. Refletâncias dizem respeito à cor das paredes e pisos. Se
claras, apresentam refletâncias altas; se escuras, refletâncias baixas que
exigem iluminamentos mais altos.

c) Lembre-se que com o tempo as lâmpadas fluorescentes perdem seu po-


der de emissão de lúmens e que os reatores apresentam, na maioria
dos casos, ffl < 1,00 o que quer dizer menor iluminamento. Também a
possibilidade de uso de luminária com protetor de acrílico ou de ilumina-
ção indireta vai requerer um valor de iluminamento para cálculo de 20 a
50% maior. Portanto, pode ser bom trabalhar com um valor ligeiramente
acima dos valores médios dados na tabela para o cálculo no projeto, sem
deixar de observar que alguns dos valores apresentados na coluna “má-
ximo”, são relativamente altos.

d) Como não há estabelecimento normativo sobre iluminação de ambientes


externos em residências, a definição caberá ao projetista e ao cliente.
Lembre-se de que o bom senso sempre deve estar presente.

Quadro 4.2: iluminamento (E - lux)


Ambientes residenciais Mínimo Médio Máximo
Geral 100 150 200
Sala de estar Local (leitura,
300 500 750
escrita, bordado)
Geral 100 150 200
Cozinha Local
200 300 500
(fogão, pia, mesa)
Geral 100 150 200
Quartos Local
200 300 500
(penteadeira, cama)

Hall, escada, Geral 75 100 150


dispensa, garagem Local 200 300 500
Geral 100 150 200
Banheiro
Local (espelhos) 200 300 500
Fonte: ABNT/NBR-5413/92

Coluna 4 – cálculo do fluxo luminoso necessário (coluna 2 × coluna 3).

O fluxo luminoso para cada ambiente será obtido, conforme o item 2.1.2,
pelo produto do iluminamento adotado e pela área deste ambiente.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 55 e-Tec Brasil


Coluna 5 – definição do número (quantidade) de lâmpadas necessárias.

Nesta coluna definiremos as lâmpadas que serão usadas em cada ambiente


e suas quantidades.

A escolha das lâmpadas será feita nos catálogos dos fabricantes analisando
o fluxo luminoso por ela emitido, sua TCC e seu IRC.

Para iluminação dos cômodos de uma residência, uma boa indicação pode
ser a escolha de lâmpadas fluorescentes de TCC entre 4000 e 5000 K, (luz
neutra) e IRC acima de 85%. Também podem dar melhor efeito decorativo as
lâmpadas tubulares de menores diâmetros (< 33 mm), observando sempre que
as luminárias, além de embelezar o ambiente, são responsáveis pelo melhor
aproveitamento do fluxo luminoso emitido.

Para o nosso projeto, partamos das opções apresentadas no Quadro 4.3, obtidas
nos catálogos dos fabricantes, entre muitas outras existentes no mercado.

Quadro 4.3: Quadro resultante de pesquisa em catálogos de produtos de


um fornecedor
Lâmpada P (W) (lm) TCC (K) IRC (%) Observações
1 18 1100 4100 95 (T-8; comprimento 60 cm)
2 36 2500 4100 95 (T-8; comprimento 120 cm)
3 20 1250 3800 66 (T-10; comprimento 60 cm)
4 40 2450 3800 66 (T-10; comprimento 120 cm)
Fonte: autor

Como vimos no subitem a) do item 2.2.2, em toda iluminação fluorescente,


há que se considerar o fator de potência (ϕ) do reator.

O fator de potência dos equipamentos é sempre fornecido pelo fabricante, direta


ou indiretamente, informando o valor da corrente absorvida na rede elétrica.

Não se sabendo o valor do fator de potência ϕ do sistema, podemos adotar


valores entre 0,60 a 0,80 que minimizarão erros possíveis. Quanto mais baixo
o valor de ϕ, pior o sistema, o que exigirá a instalação de uma fiação mais
grossa para o circuito.

Selecionamos para nosso projeto, do Quadro 4.3, as seguintes lâmpadas e seus


respectivos reatores cujos fatores de potência adotamos.

e-Tec Brasil 56 Instalações Elétricas


Interior
• Lâmpada fluorescente 2 + reator: P = 36 W; ϕ = 0,65 (adotado).

• Lâmpada fluorescente 1 + reator: P = 18 W; ϕ = 0,65 (adotado).

Exterior
• Lâmpadas incandescentes: P = 100 W; ϕ = 1,00.

Colocaremos em cada ambiente, o número de lâmpadas que cubra os lúmens


necessários, observando a estética e ou possibilidade de iluminação parcial do
ambiente. Assim, para a sala, precisaremos de duas lâmpadas (2500 lm) para
atender aos 4800 lm que consideramos necessários.

Não escolhemos as lâmpadas 3 e 4 por considerá-las com baixo IRC.

Coluna 6 – carga no ponto de iluminação.

A carga (potência) que desejamos conhecer é a potência aparente, dada em


volt.ampère que vale a razão entre a potência ativa, dada em watt, pelo fator
de potência (ϕ) do equipamento.

Para a sala, temos:

E, de modo análogo para os demais ambientes, preenchemos a coluna 6.

Coluna 7 – critérios mínimos de carga de iluminação para cálculos de fiação


em locais de habitação (ABNT/NBR-5410/04).

a) Para cômodos com área ≤ 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de
100 VA.

b) Para cômodos com área > 6 m2 a carga mínima prevista será de 100 VA para
os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2, inteiro.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 57 e-Tec Brasil


Assim para a nossa sala de 16 m2:

E analogamente para os demais cômodos.

Os valores apurados nesta coluna 7 correspondem apenas à determinação da


potência mínima de iluminação para efeito de cálculo da fiação do circuito
no cômodo. Não é, necessariamente, a potência nominal das lâmpadas que
serão instaladas nesse ambiente.

Coluna 8 – cargas de iluminação (para cálculo).

Se a potência de iluminação da lâmpada escolhida para o ambiente for inferior


ao mínimo normativo recomendado deverá ser substituída por este, para
efeito de cálculo da fiação do circuito. A coluna 8 conterá o maior valor entre
as colunas 6 e 7.

4.3.2 Determinação das cargas nas tomadas


As tomadas são classificadas como Tomadas de Uso Geral (TUG) e Tomada
de Uso Específico (TUE), ambas iguais (Figura 4.2); diferem apenas no projeto
elétrico pelo valor da potência que lhes é atribuída.

plugue
Dispositivo elétrico com contatos
ligados ou destinados a serem
ligados permanentemente a
condutores e que, se introduz
ou retira de uma tomada para
alimentar ou desligar um
equipamento de utilização de Figura 4.2: Tomada e plugue
energia elétrica. Fonte: http://www.blogdomenorpreco.com.br/wp-content/uploads/2010/08/novo-padr%C3%A3o-tomadas-Brasil1.jpg

e-Tec Brasil 58 Instalações Elétricas


As TUGs são as tomadas distribuídas aleatoriamente pela edificação e destinadas
a atender a grande maioria dos aparelhos elétricos/eletrônicos domésticos
que, além de possuírem menores cargas, são portáteis. A essas tomadas são
atribuídos valores de potência de 100 VA ou de 600 VA.

As TUEs são tomadas específicas para equipamentos que, além de possuí-


rem maiores cargas (geralmente acima de 1500 VA), estão mais locados
numa parte da edificação. São eles: chuveiro, máquina de lavar louça/roupa,
condicionador de ar, bombas hidráulicas entre outros. Estes necessitam de
ligações exclusivas. A carga a considerar nessa tomada é a potência nominal
do equipamento fornecida pelo fabricante ou a potência que ele absorve na
rede elétrica, calculada a partir da sua tensão de funcionamento, da corrente
elétrica e do seu fator de potência.

O Quadro 4.4 apresenta valores de potências de alguns equipamentos elétricos


usuais em residências.

Quadro 4.4: Potências típicas de alguns aparelhos eletrodomésticos


Aparelho Potências nominais (VA) Aparelho Potências nominais (VA)
Aparelho de som/DVD 40 a 60 Ferro de passar roupa 800 a 1300
Aspirador de pó 600 a 1300 Geladeira/freezer 300 a 800
Batedeiras e Forno (micro-ondas ou de
200 a 600 800 a 1500
processadores resistência)
Cafeteira 500 a 1000 Grill/torradeira 800 a 1500
Chuveiro 3500 a 6500 Lavador pratos/roupas 800 a 1500
Cortador de grama 800 a 1300 Computador + impressora 150 a 250
Ebulidor 800 a 1300 Secador de cabelos 800 a 1300
Enceradeira/ventilador 200 a 350 Secadora de roupas 1000 a 1300
Exaustor de ar 200 a 350 Televisor de 14” a 42” 60 a 350
Fonte: autor

O Quadro 4.4 de potências típicas dos equipamentos, apresentado, é para


você conhecer a potência deles e não para anexar essa potência à tomada.
Uma vez previsto na residência um montante maior desses equipamentos (TV’s,
torradeira, secadora, micro-ondas) e outros de uso já consagrado, aconselha-se
a aumentar o número de TUGs de 600 VA, de modo a aumentar a potência
instalada. Mas chuveiros, bombas hidráulicas e condicionador de ar, constituirão
TUEs e terão circuitos exclusivos.

Segundo a ABNT/NBR-5410/04, devemos estabelecer como mínimos reco-


mendados para TUG:

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 59 e-Tec Brasil


• Para varanda, garagem, circulação, sótão ou subsolo e cômodos com
área menor que 6 m2: uma tomada de 100 VA.

• Para salas e dormitórios: uma tomada de 100 VA para cada 5 m (ou fra-
ção) de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente
quanto possível.

• Para cozinhas, copas e áreas de serviços: uma tomada a cada 3,5 m (ou
fração) de perímetro. Para as três primeiras tomadas serão atribuídos va-
lores de 600 VA e para as demais, se existirem, 100 VA.

• Para banheiro, lavabo: uma tomada de 600 VA junto ao lavatório.

a) Convém que as tomadas de copa, cozinha e áreas de serviço sejam do


tipo 20 A. Estas têm orifícios ligeiramente mais grossos que recebem
tanto seus respectivos plugues como os plugues de tomadas de 10 A. As
tomadas de 10 A só recebem os plugues de 10 A.

b) Na possibilidade de uma tomada ligar mais de um equipamento, dis-


ponha no ambiente um número adequado de tomadas, evitando a uti-
lização de derivação em “Te” que, além de incômodo, é antiestético e
perigoso. Praticamente não existe custo adicional significativo quando se
distribuem tomadas com relativa abundância, se considerarmos o con-
forto, a comodidade e a segurança do usuário.

Completando o levantamento da potência a instalar com as apropriações que


julgamos convenientes para as cargas nas tomadas, teremos no Quadro 4.5:

Coluna 9 – medida do perímetro dos cômodos (obtido na planta baixa).

Coluna 10 – quantidade de tomadas em função dos números mínimos reco-


mendados por perímetro, anteriormente descritos.

Coluna 11 – definição das TUEs e TUGs.

Coluna 12 – cálculo das cargas nas tomadas (soma das potências de TUG e TUE).

Coluna 13 – total geral. Soma das cargas de iluminação e tomadas (coluna


8 + coluna 12).

e-Tec Brasil 60 Instalações Elétricas


Quadro 4.5: Levantamento das cargas nas tomadas (e carga total)
1 9 10 11 12 13

Perímetro Quantidade Tomadas Carga nas Total geral


Cômodos
(m) de tomadas TUG TUE tomadas (VA) (VA)

Sala 16,0 + de 3 4 × 100 - 400 620


Som/TV 14,0 + de 2 4 × 100 - 400 560
QT-1 12,7 + de 2 4 × 100 - 400 560
QT-2 14,0 + de 2 4 × 100 - 400 560
Circulação - Pelo -1 1 × 100 - 100 200
Banheiro - Pelo -1 1 × 600 1 × 5500 6100 6200
Garagem - Pelo -1 1 × 100 - 100 260
3 × 600
Copa/cozinha 16,0 + de 4 - 2000 2220
2 × 100
3 × 600
Serviço 11,0 + de 3 - 1900 2000
1 × 100
Externo - - - 700
Total 6300 5500 11800 13880
Fonte: autor

A potência cuja unidade é dada em VA é a potência aparente. Para a definição


da carga no padrão e sua determinação, a CEMIG apresenta no Quadro 3.1
a potência ativa cuja unidade é dada em W. A transformação é obtida pela
aplicação do coeficiente fator de potência (ϕ) na Equação 4.1 já apresentada.

Para obtenção da potência aparente (de iluminação), o fator de potência que


usamos foi de aplicação exclusiva na iluminação fluorescente (0,65). No total
da instalação temos uma grande maioria de equipamentos residenciais que
são motores de pequenas potências (< 1 HP), cuja influência no abaixamento
do fator de potência não é muito significativa. Como o fator de potência é
sempre um número abaixo da unidade, sua aplicação na expressão acima
contribuirá na diminuição da carga instalada em VA. Adotando como fator
de potência total de toda a instalação, por exemplo, 0,95 obteremos uma
potência ativa de 13186 W.

Com o valor da carga instalada e em consulta à recomendação da concessio-


nária, no nosso caso a CEMIG, temos, consultando o Quadro 3.1:

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 61 e-Tec Brasil


Quadro 4.6: Conclusão do levantamento da potência a instalar
Condutores de
Carga instalada Padrão Condutor de proteção
alimentação
13880 VA
Bifásico Fase 1/Fase 2/Neutro Terra
13186 W
Fonte: autor

4.4 Marcação dos pontos


4.4.1 Localização de lâmpadas e interruptores
Posicionaremos na planta arquitetônica, por símbolos convencionais, as lâm-
padas e seus respectivos comandos, devendo ser previsto para cada cômodo
pelo menos um ponto de luz fixo no teto comandado por um interruptor.

Nessa etapa destacamos a importância de colocar esses pontos de ilumina-


ção em posições adequadas. Além do ponto central no teto dos cômodos,
outras posições podem ser igualmente importantes, como na cabeceira da
cama, acima do fogão, acima do espelho do banheiro, arandelas pela sala
e corredores, etc. Não desprezar os modernos interruptores como sensores
sensor de presença de presença, nem mesmo os tradicionais three-way e dimer, que poderão
Dispositivo de comando a distância ainda ser utilizados por longo tempo.
que detecta fontes de calor como
pessoas e motores aquecidos,
através de sensor infravermelho, A Figura 4.3 traz somente os símbolos que utilizaremos em nosso projeto.
acionando a carga (lâmpada) e
desligando-a, após um tempo
programado de ausência.

three-way
Interruptor composto de duas
peças donde é possível o comando
de uma ou mais lâmpadas.

dimer
Interruptor que permite variar a
luminosidade de um ambiente.

Figura 4.3: Legenda 1 – iluminação


Fonte: CTISM, adaptado de ABNT/NBR-5444/89

e-Tec Brasil 62 Instalações Elétricas


Considerando os recursos gráficos disponíveis em muitos softwares, não
representaremos as peças fixas (pia, tanque, lavatório, chuveiro) e nem o
mobiliário, que poderão facilmente ser observadas na planta arquitetônica
(Figura 4.1). Entendemos que isso pode facilitar a visualização.

Figura 4.4: PE – 2 – iluminação interna e externa


Fonte: CTISM, adaptado do autor

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 63 e-Tec Brasil


4.4.2 Localização das tomadas e quadros de energia
Posicionaremos as tomadas à altura conveniente do piso, observando também
sua distribuição conforme o espaçamento mínimo recomendado em cada
cômodo. Posicionaremos, também segundo simbologia normatizada, o Quadro
de Distribuição (QD) e o Quadro de Medição (QM) de energia que deverão
ficar em pontos estratégicos e de fácil acesso.

Figura 4.5: Legenda 2 – quadros, tomadas e eletrodutos


Fonte: CTISM, adaptado de ABNT/NBR-5444/89

O quadro de medição que será parte integrante do padrão ficará na entrada da


casa, em local de fácil acesso ao leiturista da concessionária. Nele será instalado
pela concessionária, o relógio, que pode ser analógico ou digital (Figura 4.6).

Figura 4.6: Potenciômetro do quadro de medição – modelo digital


Fonte: http://energia.elster.com.br/pt/images_content/1076_Medidor-A1052_BCD-foco.JPG

e-Tec Brasil 64 Instalações Elétricas


O quadro de distribuição (Figura 4.7) ficará no interior da residência, em local
discreto, desobstruído, na posição mais central possível das cargas (centro
da construção), fora de banheiro e distante de pias e tanques. Deve possuir
identificação do lado externo e identificação dos circuitos.

Para saber mais sobre


Instalações elétricas – pontos,
acesse:
http://www.youtube.com/
watch?v=OH8hP09_Qx4

http://www.youtube.com/
watch?v=DkGOzFLlJ8Q&NR=1

Figura 4.7: Quadro de distribuição com seus disjuntores


Fonte: http://www.sotelnet.com.br/site/montagens_lista.php?id=6

Nesse quadro serão instalados os disjuntores, equipamentos de segurança


que serão estudados e detalhados na Aula 5 (5.1.3.3).

É recomendado um quadro de distribuição para cada 150 m2 de área cons-


truída, ou um quadro por andar, ou ainda um para cada área separada (ou
distinta) da edificação.

Posicionemos em nosso projeto o QD à entrada da copa/cozinha, à direita.


Sendo um trabalho acadêmico e não tendo posicionamento de lote e rua,
em princípio, consideraremos o QM próximo à entrada principal, na frente.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 65 e-Tec Brasil


Figura 4.8: PE – 3 – tomadas e quadros
Fonte: CTISM, adaptado do autor

e-Tec Brasil 66 Instalações Elétricas


Naturalmente, ao fazer a distribuição das tomadas, você o fará na mesma
planta onde já estão distribuídas as lâmpadas. Adotamos esse processo de
apresentação exclusiva de tomadas, tão somente para sua melhor compreensão.
Pelo menos, assim acreditamos.

4.5 Criação dos circuitos


Um circuito compreende um conjunto de tomadas e/ou lâmpadas, ligado ao
mesmo par ou trio de condutores e ao mesmo dispositivo de proteção (disjuntor).

Numa instalação residencial distinguimos dois tipos de circuitos:

• Circuito de alimentação.

• Circuito de distribuição/terminal.

O circuito de alimentação é formado pelos condutores que, ligados à rede da


concessionária, alimentam os circuitos do quadro de distribuição. É a fiação
entre o QM e o QD.

O circuito de distribuição é formado pelos condutores que alimentam outros


quadros. São ligações de um QD principal a outro QD. O circuito terminal é
formado por condutores que se ligam diretamente às lâmpadas e tomadas,
vindos de um quadro de distribuição.

A Figura 4.9 apresenta estes circuitos entre os quadros de distribuição de energia.

Figura 4.9: Circuitos de alimentação, de distribuição e circuitos terminais


Fonte: CTISM, adaptado do autor

Toda a instalação elétrica será dividida em um número adequado de circuitos


(de distribuição ou terminais), o que facilita a sua construção, utilização e
manutenção segura.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 67 e-Tec Brasil


A norma recomenda que os circuitos terminais sejam individualizados em função
dos equipamentos alimentados, dividindo a instalação em categorias. De um
modo geral essas categorias são as seguintes:

• Circuitos de iluminação.

• Circuitos de tomadas (TUG).

• Circuitos para motores, chuveiros, condicionadores de ar (TUE).

• Circuitos auxiliares de sinalização, sonorização, vídeo, etc.

Porque nosso projeto tem apenas um quadro de distribuição, terá apenas


circuitos de alimentação e circuitos terminais.

Criar circuitos é montar grupos de lâmpadas ou tomadas em regiões, ao redor


do quadro de distribuição, fracionando a potência total instalada equilibrada-
mente. Deve-se prever para cada circuito (região), potência não muito baixa,
de maneira que o fio que o componha não fique superdimensionado, nem
muito alta, o que criaria necessidade de fiação muito grossa.

4.5.1 Procedimentos para criação de circuitos terminais


• Quantidade de circuitos – uma indicação numérica de circuitos terminais
para uma residência pode ser a de um circuito para cada 25 m² de área
construída, mais os circuitos exclusivos (TUE). Por exemplo, uma casa de
180 m² pode ter, em princípio, sete circuitos e mais um para cada chu-
veiro (dois chuveiros), totalizando nove circuitos. Nosso projeto tendo
110 m² e um chuveiro poderá ter seis circuitos.

• Potência dos circuitos – para formar grupos de lâmpadas ou tomadas,


podemos verificar, em primeira análise, pela Figura 4.10, a relação entre
potência do circuito e a fiação usual em construções residenciais, para
circuitos terminais, em função da tensão elétrica no próprio circuito.

e-Tec Brasil 68 Instalações Elétricas


Figura 4.10: Relação entre fiação e sua potência em função da tensão na rede
Fonte: CTISM, adaptado do autor

• Os circuitos de iluminação deverão estar separados dos circuitos de to-


madas (TUG), e as TUE deverão ter circuitos individuais.

• Tomadas de copa, cozinha, áreas de serviço e locais análogos devem ser


constituídas por circuitos exclusivos.

De posse desses procedimentos iniciaremos a criação dos circuitos, dividindo


a potência total da instalação. Simultaneamente, construiremos o quadro de
circuitos (Quadro 4.7) e lançaremos na planta baixa os eletrodutos de cada
circuito, à medida que eles forem sendo criados (Figura 4.11; PE – 4).

Passo 1 – observando a planta onde estão marcadas as lâmpadas e tomadas,


PE – (2 e 3), delimito uma região da edificação, verificando o número de pontos
de consumo de energia e suas respectivas potências, procurando totalizar
algo em torno das sugestões da Figura 4.10.

Passo 2 – após decisão, marco os valores das potências desses pontos no


Quadro 4.7 (quadro de circuitos) e identifico, na planta baixa PE – 4 (Figura
4.11) os pontos de consumo de energia dessas lâmpadas e tomadas com a
numeração que corresponderá ao circuito criado.

Passo 3 – lançamento de eletrodutos. Para lançar na planta baixa (PE – 4) os


eletrodutos correspondentes ao circuito criado, traço-o, a partir do quadro de
distribuição, subindo à lâmpada mais próxima e distribuindo para as demais,
nessa região delimitada. De cada lâmpada, desço com o eletroduto para o
seu respectivo interruptor. No caso de circuitos de tomadas não desprezar a
possibilidade de trajeto pela parte baixa das paredes e/ou mesmo embutido
pelo piso.

Nesta marcação dos eletrodutos, devemos:

• Procurar os caminhos mais curtos e evitar cruzamentos dos eletrodutos


na estrutura da laje.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 69 e-Tec Brasil


• Não colocar mais de cinco eletrodutos em cada caixa embutida no teto e
mais de três nas caixas das paredes.

• Não deve haver trechos contínuos retilíneos maiores que 12 m. Em tre-


chos com curvas, essa distância deve ser reduzida a 3 m para cada curva
de 90°.

• Observar que por um mesmo eletroduto podem passar mais de um cir-


cuito, porém três, no máximo (6 a 7 fios), porque, além de dificultar a
caixa de passagem enfiação, ocorrerão influências negativas das correntes elétricas induzi-
Componente de ligação de das num circuito por outros.
eletrodutos e instalação de
pontos úteis ou de comando.
Nela é fixada tomada, • Devem ser disponibilizadas tubulações vazias (tubo cego) interligando
interruptor, arandela, para
suporte de lustre e de lâmpada, caixas de passagem que serviriam de suporte a algum circuito que ti-
ou nenhum deles, tendo como
acabamento uma tampa cega. vesse, por alguma razão, um eletroduto obstruído. Não adotaremos este
procedimento por considerar nosso projeto puramente acadêmico.

Efetivados os três passos para a montagem do primeiro circuito, repete-se a


operação, sucessivamente, até que se monte o último.

A criação de circuitos constitui uma tarefa técnica delicada, importante etapa


na elaboração do projeto. Muitas vezes, fazem-se várias tentativas até se
chegar a uma distribuição satisfatória de valores.

Quadro 4.7: Quadro de circuitos


1 14 15 16 17 18 19 20 = 13
Cômodos Circuito 1 Circuito 2 Circuito 3 Circuito 4 Circuito 5 Circuito 6 TOTAL (VA)
Sala 220 - - - - 4 × 100 620
Som/TV - 160 - - - 4 × 100 560
QT-1 160 - - - - 4 × 100 560
QT-2 160 - - - - 4 × 100 560
Circulação 100 - - - - 1 × 100 200
Banheiro - 100 1 × 5500 1 × 600 - - 6200
Garagem - 160 - - 1 × 100 - 260

Copa/ 3 × 600
- 220 - - - 2220
cozinha 2 × 100
Serviço - 100 - 1 × 100 3 × 600 - 2000
Externo 4 × 100 3 × 100 - - - - 700
Total 1040 1040 5500 2700 1900 1700 13880
Fonte: autor

e-Tec Brasil 70 Instalações Elétricas


• Circuito 1 – iluminação interna lateral direita, externa frontal e da lateral
direita.

• Circuito 2 – iluminação interna lateral esquerda e externa dos fundos.

• Circuito 3 – chuveiro.

• Circuito 4 – tomadas na copa/cozinha e banheiro.

• Circuito 5 – tomadas na área de serviço e garagem.

• Circuito 6 – tomadas nos quartos, sala e circulação.

4.5.2 Planta baixa com a marcação dos circuitos e


 seus eletrodutos
Podemos já marcar nessa planta o eletroduto dos circuitos de alimentação
e também o eletroduto que abrigará o condutor de proteção (fio terra) da
caixa de aterramento até o QD.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 71 e-Tec Brasil


Figura 4.11: PE – 4 – circuitos e eletrodutos
Fonte: CTISM, adaptado do autor

e-Tec Brasil 72 Instalações Elétricas


Resumo
Nesta aula apresentou-se a iniciação de um projeto elétrico. A partir da planta
baixa arquitetônica, das concepções preliminares, das expectativas do proprie-
tário e das possibilidades da concessionária, inicia-se o levantamento da carga
(potência) a ser instalada, escolhendo lâmpadas e quantificando tomadas.
Tudo baseado em normas técnicas.

Pela potência a ser instalada defini-se o padrão da edificação. Passa-se a


distribuir lâmpadas e tomadas pela planta baixa utilizando-se de símbolos
convencionados, dividindo-se toda a instalação em número adequado de
circuitos. Monta-se o quadro de circuitos.

Atividades de aprendizagem
1. De posse da sua planta baixa, inicie a elaboração de um projeto elétrico
como proprietário da edificação e imaginando que a concessionária te-
nha plenas condições de atender ao seu padrão de energia.

Aula 4 - Nosso projeto elétrico 73 e-Tec Brasil


Aula 5 – Projeto elétrico: o dimensionamento
dos circuitos e a conclusão do projeto

Objetivos

Dimensionar os circuitos de um projeto elétrico residencial.

Especificar materiais elétricos.

Orientar os moradores sobre o uso da instalação.

5.1 Dimensionamento dos circuitos


Os circuitos residenciais, conforme o item 4.5 (Figura 4.9), são os circuitos de
alimentação, os circuitos de distribuição e os circuitos terminais. Nosso projeto
contém seis circuitos terminais e dois circuitos de alimentação, ou seja, é ali-
mentado por duas fases e um neutro (F1, F2 e N). Na Figura 5.1 representamos
apenas os fios fases.

Figura 5.1: Nossos circuitos terminais “pendurados” nos circuitos de alimentação de


um padrão bifásico
Fonte: CTISM

Dimensionar um circuito é aplicar as recomendações das normas técnicas na escolha


da sua fiação, dos seus elementos de proteção e do eletroduto que o abrigará.

Vejamos a primeira parte do dimensionamento dos circuitos, que é o dimen-


sionamento da fiação.

5.1.1 Dimensionamento da fiação dos circuitos terminais


Os circuitos terminais são os circuitos que partem do QD e vão ligar-se dire-
tamente às tomadas e lâmpadas. Esses circuitos são alimentados pelas fases
que chegam do quadro de medição. Embora possam chegar até três fases do

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 75 e-Tec Brasil
QM, nas residências, os circuitos terminais serão monofásicos, na maioria; ou
bifásicos para chuveiros ou condicionadores de ar, como opções em padrões
bifásicos e trifásicos.

a) A maioria dos circuitos terminais de tomadas residenciais será monofá-


sica (127 V), porque a quase totalidade dos equipamentos elétricos/ele-
trônicos, disponível no mercado, é construída para operar nesta tensão
(pelo menos para a maioria das regiões brasileiras). Alguns equipamentos
modernos são providos de dispositivos automáticos de seleção de volta-
gem, podendo ser plugados, indistintamente, em tomadas de 127 V ou
de 220 V. Entretanto, a maior parte dos equipamentos opera, exclusiva-
mente, em rede de 127 V ou de 220 V. (Confira sempre nas instruções
do fabricante). Para o chuveiro pode ser vantajoso criar circuito de 220 V.

b) Circuito de 220 V deve ser ostensivamente informado porque um equi-


pamento que só opera em rede de 127 V, nele plugado, poderá ser da-
nificado imediatamente.

c) As tensões secundárias para entrega aos consumidores pelas concessio-


nárias distribuidoras de energia elétrica são reguladas pelo Decreto nº
97280 de 16/12/88. Os valores de tensão, entretanto, não são padroni-
zados em todo o país, e no site da ANEEL (www.aneel.gov.br) podem ser
consultadas as tensões disponíveis pelas concessionárias para todos os
municípios brasileiros.

Para darmos início aos cálculos desta primeira parte, é necessário fazer a
distribuição da fiação pelos eletrodutos. Para isso precisamos entender as
ligações entre os condutores e os terminais dos reatores das lâmpadas, inter-
ruptores e tomadas.

Os fios que chegam ao quadro de distribuição e dali se ligam aos circuitos


terminais, são: os fios fases, o fio neutro, e o fio terra (proteção).

Os fios fase e neutro vêm da rede da concessionária para o medidor, donde


seguem para o QD, enquanto o fio terra vem direto de uma haste de aterra-
mento e deverá fazer parte de todos os circuitos (Figura 5.2).

e-Tec Brasil 76 Instalações Elétricas


Figura 5.2: Quadros de medição, distribuição e hastes de aterramento
Fonte: CTISM, adaptado de Tamietti, 2006, p. 82

Repare na Figura 5.2 duas hastes de aterramento: uma do fio neutro no


medidor, exigência da concessionária, e outra do fio terra; ambos vão ao
quadro de distribuição.

Também com simbologia adequada representaremos as fiações nos eletrodutos


(Figura 5.3).

Figura 5.3: Legenda 3 – fiação


Fonte: CTISM, adaptado de ABNT/NBR-5444/89

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 77 e-Tec Brasil
5.1.1.1 Esquemas de ligações (apresentaremos apenas os
esquemas que compõem nosso projeto)
• Uma lâmpada fluorescente ligada a um interruptor de uma seção em
circuito monofásico (F/N/T).

Figura 5.4: (a) Lâmpada fluorescente ligada em interruptor de uma seção e (b) esque-
ma de projeto de lâmpada fluorescente ligada em interruptor de uma seção
Fonte: CTISM, adaptado do autor

e-Tec Brasil 78 Instalações Elétricas


• Duas lâmpadas fluorescentes ligadas a um interruptor de duas seções em
circuito monofásico (F/N/T).

Figura 5.5: (a) Duas lâmpadas fluorescentes ligadas em interruptor de duas seções e
(b) esquema de projeto de duas lâmpadas fluorescentes ligadas em interruptor de
duas seções
Fonte: CTISM, adaptado do autor

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 79 e-Tec Brasil
• Lâmpada fluorescente ligada a interruptores three-way em circuito mo-
nofásico (F/N/T).

Figura 5.6: (a) Lâmpada fluorescente ligada em interruptores three-way e (b) esque-
ma de projeto de uma lâmpada fluorescente ligada em interruptores three-way
Fonte: CTISM, adaptado do autor

e-Tec Brasil 80 Instalações Elétricas


• Tomadas ligadas em rede monofásica (F/N/T).

Figura 5.7: (a) Tomada ligada à rede monofásica e (b) esquema de projeto de tomada
alta, média e baixa ligadas em rede monofásica
Fonte: CTISM, adaptado do autor

Agora passaremos a marcar os fios pelos eletrodutos, a partir do QD, identi-


ficando o circuito a que eles pertencem, sem necessidade de definir agora a
fase em que essa fiação estará ligada (Fase 1 ou Fase 2).

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 81 e-Tec Brasil
Figura 5.8: PE – 5 – distribuição da fiação
Fonte: CTISM, adaptado do autor

e-Tec Brasil 82 Instalações Elétricas


Passaremos aos cálculos de dimensionamento de circuitos, isto é, à determinação
da seção dos condutores. Essa seção será obtida por três processos, sendo
admitida como seção do condutor a mais grossa encontrada em qualquer
um dos processos.

5.1.1.2 Dimensionamento da fiação pela seção mínima


Tabela 5.1: Seções mínimas para circuitos residenciais
Condutor Seção mínima # (mm²)
Para saber mais sobre ABNT/
De cobre para circuito de iluminação 1,5 NBR-5410/04 e seções mínimas
De cobre para circuito de tomada 2,5 de fiações, acesse:
http://www.youtube.com/v/
Fonte: ABNT/NBR-5410/04 wGiIBPbIsh0&hl=en_
US&fs=1&rel=0
Aplicando essas recomendações ao nosso projeto, temos:

Tabela 5.2: Dimensionamento da fiação pela seção mínima


Circuito 1 2 3 4 5 6
Iluminação/tomada I I T T T T
# (mm ) – Tabela 5.1
2
1,5 1,5 2,5 2,5 2,5 2,5
Fonte: autor

5.1.1.3 Dimensionamento da fiação pela capacidade de


condução de corrente
Capacidade de condução de corrente de um condutor é a máxima corrente
que pode ser conduzida por esse condutor em condições especificadas, sem
que sua temperatura em regime permanente ultrapasse um valor determinado.

Calculamos essa corrente, chamada corrente de projeto (i), pela Equação 5.1.

Onde: P é a potência aparente do circuito – valores determinados na última


linha do quadro de circuitos (Quadro 4.7)

U é a tensão eficaz a que o circuito fica submetido (127 ou 220 V)

f1 é o fator de correção de temperatura ambiente de trabalho do


circuito (Tabela 5.3)

f2 é o fator de correção para quantidade de circuitos agrupados no


mesmo eletroduto (Tabela 5.4).

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 83 e-Tec Brasil
Tabela 5.3: Coeficientes de correção para temperatura de trabalho dos circuitos
Temperatura ambiente de trabalho – (°C) 20 25 30 35 40 45
Fator de correção (f1) – (PVC) 1,12 1,06 1,00 0,94 0,87 0,79
Fonte: ABNT/NBR-5410/04

Tabela 5.4: Coeficientes de correção para quantidade de circuitos agrupados


no eletroduto
N° de circuitos no eletroduto 1 2 3 4
Fator de correção (f2) 1,00 0.80 0,70 0,65
Fonte: ABNT/NBR-5410/04

Essas correções no valor da corrente elétrica são necessárias, porque sabemos


que uma corrente, ao circular por um condutor, aquece-o (efeito Joule) e há
uma consequente “perda” de energia por calor. Isso eleva a temperatura
ambiente ao redor do condutor, diminuindo ainda mais a sua capacidade de
conduzir corrente. Se o ambiente já é aquecido, aumenta a dificuldade de
dissipação do calor. Se houver circuitos agrupados dentro do eletroduto, surge
outro efeito (corrente induzida) que também contribui para diminuir mais
ainda a capacidade de condução de corrente do circuito em dimensionamento.

Essas perdas de energia provocam gastos financeiros por exigir condutores de


maiores seções. Por isto a instalação elétrica, tanto em ambientes ventilados
(protegida de aquecimento) como a minimização de circuitos por eletrodutos
constituem excelentes técnicas de construção.

Para o nosso projeto, faremos:

• Circuitos 1 e 2 (iluminação), monofásicos (F/N/T).

• Circuito 3 (chuveiro), bifásico (F/F/T).

• Circuitos 4, 5 e 6 (tomadas), monofásicos (F/N/T).

Com o valor da corrente de projeto i, obtido da Equação 5.1, confirmamos


a seção necessária da fiação do circuito pela Tabela 5.5 após determinado o
número de condutores efetivamente carregado de energia (F e N) e o tipo de
linha elétrica a ser construído.

• O número de condutores efetivamente percorridos por corrente elétrica,


é 2 ou 3:

(F/N) – circuito monofásico a dois condutores – 2 condutores carregados.

e-Tec Brasil 84 Instalações Elétricas


(F/N/T) – circuito monofásico a três condutores – 2 condutores carregados.

(F/F) – circuito bifásico a dois condutores – 2 condutores carregados.

(F/F/T) – circuito bifásico a três condutores – 2 condutores carregados.

(F/F/N) – circuito bifásico a três condutores – 3 condutores carregados.

• O tipo de linha elétrica está apresentado na Figura 5.9 a seguir.

Figura 5.9: Tipos de linha elétrica


Fonte: CTISM, adaptado de ABNT/NBR-5410/04

Usaremos o número 7, referência B1, por ser usual em edificações.

Muitas outras referências são apresentadas no item da referida norma.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 85 e-Tec Brasil
Tabela 5.5: Capacidade de condução de corrente
Condutores de cobre com isolação de PVC, temperatura ambiente 30°C
Maneiras de instalar A1 B1 B2 C
N° de condutores
3 2 3 2 3 2
carregados
1,0 10 14 12 13 12 15
1,5 13,5 17,5 15,5 16,5 15 19,5
2,5 18 24 21 23 20 27
4 24 32 28 30 27 36
6 31 41 36 38 34 46
10 42 57 50 52 46 63
16 56 76 68 69 62 85
25 73 101 89 90 80 112
Fonte: ABNT/NBR-5410/04

A ABNT/NBR-5410/04 apresenta também outra tabela para determinação de


fiação, mas com isolamento de EPR/XLPE, o que conduz a condutores mais finos
devido a uma maior capacidade de condução de corrente. Não a apresentaremos,
pois os materiais com isolação de PVC são os mais encontrados no mercado
e, ainda se calculado com PVC e construído com EPR, haverá mais segurança.

Observamos em nosso projeto (Figura 5.8 – PE – 5) que:

• Os circuitos 2 e 5 saem pelo mesmo eletroduto, ficando agrupados nesse


trecho, e os demais circuitos passam isoladamente por seus respectivos
eletrodutos, não se agrupando.

• Quanto à temperatura de trabalho dos circuitos, em nossa região dificilmen-


te atingirá 30°C, isso nos leva a adotar o coeficiente para essa temperatura.

A Tabela 5.6 sintetiza o dimensionamento da fiação dos circuitos terminais pela


capacidade de condução da corrente.

e-Tec Brasil 86 Instalações Elétricas


Tabela 5.6: Dimensionamento da fiação pela capacidade de condução da corrente
Circuito 1 2 3 4 5 6
Potência (VA) – Quadro 4.7 1040 1040 5500 2700 1900 1700
Tensão (V) 127 127 220 127 127 127
Temperatura de trabalho (°C) 30 30 30 30 30 30
f1 – Tabela 5.3 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Quantidade de circuitos agrupados 1 2 1 1 2 1
f2 – Tabela 5.4 1,00 0,80 1,00 1,00 0,80 1,00
i (A) – Equação 5.1 8,2 10,2 25,0 21,3 18,7 13,4
Linha elétrica – Figura 5.9 B1 B1 B1 B1 B1 B1
N° de condutores carregados 2 2 2 2 2 2
# (mm²) – Tabela 5.5 1,0 1,0 4,0 2,5 2,5 1,0
Fonte: autor

a) Os circuitos de iluminação (n° 1 e n° 2) foram calculados para tensão de


127 V a dois fios carregados (F/N). Os reatores das lâmpadas deverão ser
compatíveis para essa tensão, embora os eletrônicos já sejam fabricados
como bivolt.

b) O circuito do chuveiro (n° 3) foi calculado como bifásico (220 V) a dois


fios carregados (F/F). Calculado como bifásico, a fiação é mais econômi-
ca, ocorre menor aquecimento e menor perda de calor nos contatos, já
que a corrente é menor. Isso aumenta a durabilidade dos componentes e
do próprio chuveiro; este deve funcionar em rede de 220 V.

Se o circuito do chuveiro fosse calculado como monofásico, teríamos:

c) Conforme se perceberá em outros cálculos futuros, os coeficientes f2 da


Tabela 5.4 são bastante rigorosos, e suas aplicações levam a um signi-
ficativo aumento da seção da fiação. Por isso, deve-se observar a nota
1 da ABNT/NBR-5410/04 (item 6.2.5.5.3): “[...] admitindo-se todos os
condutores vivos permanentemente carregados com 100% da carga.
Caso o carregamento seja inferior a 100%, os fatores de correção podem
ser aumentados [...]”. A nota não diz para quanto, mas convenhamos
que para residências, muito dificilmente os circuitos estarão plenamente
(100%) carregados. Nesse caso o bom senso e conhecimento sobre o

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 87 e-Tec Brasil
assunto nos levarão a adotar um coeficiente mais adequado. Usaremos,
entretanto, os coeficientes da tabela citada.

5.1.1.4 Dimensionamento da fiação pela queda de tensão


A queda de tensão é a diferença de potencial que, aplicada no início do
circuito, diminui ao longo dele devido à sua própria resistência e que será
tanto maior quanto maior for seu comprimento. Isso significa que uma carga
no final do circuito receberá uma tensão menor que a aplicada no início para
seu funcionamento.

Todo equipamento elétrico é fabricado para funcionar sob determinada tensão,


podendo tolerar pequenas alterações. Mas queda ou elevação de tensão
prejudicam seu funcionamento podendo danificá-lo.

Além das quedas de tensões que ocorrem naturalmente ao longo dos circuitos,
outras de natureza técnica também acontecem. É o caso do funcionamento de
equipamentos, simultaneamente ligados, principalmente chuveiros, no horário
compreendido entre 17 e 21 horas, período de pico de consumo, quando a
concessionária de energia tem dificuldade para manter a ddp garantida no padrão.

A ddp ou tensão nominal de entrada é fornecida pela concessionária no padrão


(relógio) da edificação. Para Minas Gerais, garante a CEMIG uma ddp de 127 V
entre fase e neutro e de 220 V entre fase e fase.

As quedas de tensões (e%) nos circuitos são calculadas em função da tensão


nominal de entrada e da tensão necessária no local de funcionamento do
equipamento (carga), tal qual se apresenta na Equação 5.2.

A ABNT/NBR-5410/04 recomenda que em instalações alimentadas por um


ramal de baixa tensão, a partir da rede de distribuição pública, o valor máximo
tolerável de queda de tensão seja de até 4%. Porém, a queda parcial de tensão
nos circuitos terminais para iluminação e tomadas deve ser de, no máximo,
2%. Observe na ilustração da Figura 5.10.

e-Tec Brasil 88 Instalações Elétricas


Figura 5.10: Valores de quedas de tensão permitidas pela ABNT/NBR-5410/04
Fonte: CTISM, adaptado do autor

O dimensionamento dos circuitos residenciais pela queda de tensão pode ser


feito a partir do cálculo do maior momento elétrico encontrado ao longo de
um dos ramais deste circuito. A fiação correspondente para suportá-lo está
indicada na Tabela 5.7.

Tabela 5.7: Queda de tensão (e = 2%) – momento elétrico (VA.m)


# 1,0 # 1,5 # 2,5 # 4,0 # 6,0 # 10 # 16 # 25
127 V 9355 14032 23387 37419 56129 93548 149677 233871
220 V 28072 42108 70180 112288 168432 280720 449152 701800
Fonte: autor

O momento elétrico num ponto de utilização de energia é o resultado da


multiplicação do valor da potência elétrica desse ponto pela distância em que
ele se encontra do quadro de distribuição.

Como ao longo dos circuitos aparecem, normalmente, vários pontos de


consumo de energia (lâmpadas ou tomadas), o cálculo do momento elétrico
corresponde à soma dos momentos elétricos de cada ponto.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 89 e-Tec Brasil
O dimensionamento pela queda de tensão consiste, então, em achar o maior
momento elétrico que acontece em um dos ramais. Este ramal deve, prova-
velmente, ser o mais longo do circuito ou o mais carregado.

Para o cálculo do momento elétrico de um circuito (ou ramal dele), torna-se


necessário acompanhar no projeto o caminho que será percorrido pela fiação
para alimentar os vários pontos de potência desse circuito, partindo do quadro
de distribuição até o fim do ramal. (Figura 4.11, PE – 4).

No cálculo do momento elétrico dos circuitos de tomadas, a potência a ser


considerada para cada tomada é a potência que já foi especificada e que está
anexada à própria tomada.

Para a iluminação, não é a potência da lâmpada, pois há um mínimo normativo


a considerar. Para cada ponto de iluminação, em cada cômodo, corresponderá
o valor obtido na coluna 8 (Quadro 4.1) para este cômodo, dividido pelo n°
de pontos. Não deve essa potência ser inferior a 100 VA.

Esquematizamos na Tabela 5.8 as observações referentes ao cálculo do momento


elétrico para iluminação para alguns de nossos cômodos.

Tabela 5.8: Valores de potência por pontos de iluminação para cálculo de


momento elétrico
Cômodo Coluna 8 N° de pontos Divisão Mínimos Adotar para cálculo
Sala 220 2 110 100 110
QT-1 160 1 160 100 160

Circulação 100 1 100 100 100

Copa/cozinha 220 3 74 100 100

Fonte: autor

Circuito 1 – (Iluminação)

Consideremos no circuito 1 o ramal de maior comprimento, aquele que se


inicia no QD e termina na 2ª lâmpada lateral direita.

e-Tec Brasil 90 Instalações Elétricas


Figura 5.11: Esquema de um ramal do circuito 1
Fonte: CTISM, adaptado do autor

Verificamos que neste mesmo circuito 1 há outro ramal que inicia no QD e


termina na 2ª lâmpada externa frontal, tendo o mesmo número de cargas
que estão localizadas, praticamente, às mesmas distâncias entre si. Resulta
que este ramal apresentará momento elétrico de igual valor do 1º ramal
(~ 6276 VA.m). Também há um 3º ramal (do QD até a lâmpada do quarto-2),
mas que não apresenta momento elétrico maior.

Consultando a Tabela 5.7, para:

Circuito 2 – (Iluminação)

Consideremos agora no circuito 2 o ramal que se inicia no QD e termina na


2ª lâmpada dos fundos.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 91 e-Tec Brasil
Figura 5.12: Esquema de um ramal do circuito 2
Fonte: CTISM, adaptado do autor

Considerando ainda no circuito 2 o ramal que se inicia no QD e termina na


lâmpada da sala de som/TV, passando pela lâmpada do banheiro.

Há outro ramal nesse circuito 2 que se inicia no QD e termina na lâmpada


lateral esquerda da garagem, mas que não apresenta queda de tensão maior
que os ramais anteriores.

Circuito 3 – (Chuveiro – 220 V)

Circuito 4 – (Tomadas da copa/cozinha e banheiro)

Circuito 5 – (Tomadas da área de serviço e garagem)

e-Tec Brasil 92 Instalações Elétricas


Circuito 6 – (Tomadas dos quartos, salas e circulação)

Resulta na Tabela 5.9 de dimensionamento pelo momento elétrico:

Tabela 5.9: Dimensionamento da fiação pela queda de tensão


Circuito 1 2 3 4 5 6
Momento elétrico (VA.m) 6276 4630 22000 15450 18200 6220
# (mm²) – Tabela 5.7 1,0 1,0 1,0 2,5 2,5 1,0
Fonte: autor

a) Esse método de cálculo parte do princípio de que a corrente elétrica se


distribui de forma homogênea pelo condutor, o que não ocorre na rea-
lidade. Não ocorre porque o efeito do campo magnético gerado pela
própria corrente elétrica que passa pelo condutor torna a densidade de
corrente maior na periferia do condutor. Esse método considera ainda
apenas a resistência ôhmica dos condutores, desprezando a reatância
indutiva que também influi na queda de tensão.

Entretanto, esse método de cálculo de queda de tensão produz apro-


ximação aceitável para condutores de pequenos diâmetros, típicos de
projetos residenciais, uma vez que a reatância indutiva tem influência
limitada e que, dificilmente, o processo de cálculo pela queda de tensão
será determinante exclusivo da fiação.

b) A Tabela 5.7 de queda de tensão foi construída a partir da Equação 5.5


obtida de Creder (1995, p. 82).

Onde: S = 1,5; 2,5; 4,0; ... mm²


ρ = 0,017 Ωmm²/m
e% = 2
U = 127 V ou 220 V

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 93 e-Tec Brasil
c) Todo condutor permite uma queda de tensão e, por consequência, supor-
ta um determinado momento elétrico. Quanto maior a queda de tensão
permitida, menor o momento elétrico suportado. Sendo viáveis quedas
de tensão altas, o condutor poderá ter seção menor, mas se desejamos
quedas de tensões baixas, necessitamos de condutores de maiores seções.
A Tabela 5.7 apresentada é para quedas de tensões admissíveis de 2%.

Estamos chegando ao final do dimensionamento da fiação dos circuitos termi-


nais. Basta agora comparar as seções obtidas por cada um dos três processos
e adotar como seção para fiação do circuito a mais grossa.

Tabela 5.10: Resumo do dimensionamento da fiação dos circuitos terminais


Circuito 1 2 3 4 5 6
Tabela 5.2 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5 2,5
Tabela 5.6 1,0 1,0 4,0 2,5 2,5 1,0
Tabela 5.9 1,0 1,0 1,0 2,5 2,5 1,0
Adotado (mm²) 1,5 1,5 4,0 2,5 2,5 2,5
Fonte: autor

Na Figura 5.13 é mostrado os circuitos terminais dimensionados no padrão bifásico.

Figura 5.13: Circuitos terminais dimensionados no padrão bifásico


Fonte: CTISM, adaptado do autor

Por norma devemos ainda prever circuitos reservas que futuramente poderão
ser montados, conforme Tabela 5.11. Isso influenciará na especificação para
a compra do quadro de distribuição que será determinado mais à frente.

e-Tec Brasil 94 Instalações Elétricas


Tabela 5.11: Reserva para circuitos no quadro de distribuição
Quantidade de circuitos disponíveis ≤6 7 – 12 13 – 30 > 30
Espaço de reserva, em n° de circuitos 2 3 4 15%
Fonte: ABNT/NBR-5410/04

5.1.2 Dimensionamento da fiação dos circuitos


 de alimentação
Os circuitos de alimentação são, como se vê na Figura 5.13, os fios que ligam
o quadro de medição ao quadro de distribuição. Neles os circuitos terminais
ficarão “pendurados”, controlados individualmente por seu equipamento de
proteção (disjuntor).

A potência total instalada é de 13880 VA, padrão bifásico com dois circuitos
de alimentação (Fase 1, Fase 2 e neutro).

Dimensionaremos a fiação dos circuitos de alimentação de modo a atender


aos circuitos terminais. Mas antes de aplicarmos os três processos de cálculo
de dimensionamento, devemos realizar dois procedimentos:

• Equilibrar os circuitos terminais nas fases (padrões bifásicos ou trifásicos).

• Calcular a demanda.

5.1.2.1 Equilíbrio dos circuitos terminais nas fases de


padrões bifásicos ou trifásicos
Nossos seis circuitos terminais serão alimentados por duas fases, e o procedi-
mento de agora é distribuí-los nessas duas fases, equilibradamente (onde a
maior diferença entre fases não supere 4% do total, se isso for possível). Isso
garantirá que o disjuntor geral proteja igualmente todas as fases.

Neste 1º procedimento, uma opção poderia ser:

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 95 e-Tec Brasil
Figura 5.14: Circuitos terminais equilibrados (pendurados) nas fases
Fonte: CTISM, adaptado do autor

Tabela 5.12: Circuitos anexados a suas fases


Circuito 1 Circuito 2 Circuito 3 Circuito 4 Circuito 5 Circuito 6
Fase Total
(iluminação) (iluminação) (TUE) (TUG) (TUG) (TUG)
1 1040 1040 2750 - 1900 - 6730
2 - - 2750 2700 - 1700 7150
Total 13880
Fonte: autor

Onde a diferença entre fases (7150 – 6730 = 420) corresponde a 3% do


total (13880).

Observando os circuitos terminais anexados às suas respectivas fases, não é difícil


perceber que de uma fase, provavelmente, nunca serão utilizadas todas as lâmpadas
e tomadas de todos os seus circuitos simultaneamente, embora a possibilidade
aumente para pequenas residências (pequenas cargas, poucos circuitos).

Por isso nosso 2º procedimento será aplicar um adequado processo de demanda,


de modo a reduzir a potência total estabelecida, proporcionando economia
sem perder a segurança.

5.1.2.2 Demanda
O fator de demanda é um coeficiente menor que a unidade a que se deve
multiplicar a potência total instalada (ou a potência da fase mais carregada)
de modo a se obter uma potência demandada (Pd). A partir da potência
demandada poderá se obter uma fiação para os circuitos de alimentação
econômica, segura e suficiente.

O coeficiente de demanda será aplicado na carga total instalada e dividido


pelo n° de fases, caso a distribuição dos circuitos pelas fases tenha sido bem

e-Tec Brasil 96 Instalações Elétricas


equilibrada (o que é duplamente melhor: o equilíbrio e a demanda). Ou será
aplicado na fase mais carregada, caso a distribuição de fases não pode ter
(ou não se conseguiu) um melhor equilíbrio.

Os valores dos coeficientes de demanda são influenciados por fatores como


a natureza da instalação (residencial, comercial, industrial), a época do ano,
a hora do dia e, até mesmo, os costumes e hábitos dos moradores.

Várias são as estatísticas de levantamento da possível carga máxima utilizável


(demanda). Temos exemplos diferenciados nos autores e nas normas técnicas
das concessionárias.

Para melhor compreender o que é demanda, apresentaremos algumas opções


de cálculo aplicadas ao nosso projeto, tanto na potência total, como na fase
mais carregada (Fase 2).

• Opção 1 – aplicação direta de uma porcentagem sobre a potência.

Para esta opção podem ser recomendados valores de coeficientes entre 65%
e 90%. Quanto mais baixa a carga instalada, maior deverá ser o fator de
demanda aplicado, pois aumenta a possibilidade do uso total da instalação.

• Opção 2 – demanda parcelada.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 97 e-Tec Brasil
Tabela 5.13: Fatores de demanda para iluminação (I) e tomadas de uso
geral (TUG)
Potência (VA) fd1 Potência (VA) fd1 Potência (VA) fd1
Até 1000 0,86 4000 – 5000 0,52 8000 – 9000 0,31
1000 – 2000 0,75 5000 – 6000 0,45 9000 – 10000 0,27
2000 – 3000 0,66 6000 – 7000 0,40 Acima de 10000 0,24
3000 – 4000 0,59 7000 – 8000 0,35
Fonte: Cotrim, 2008, p. 116

Tabela 5.14: Fatores de demanda por quantidades de TUE


Quantidade de TUE fd2 Quantidade de TUE fd2
1/2 1,00 7/8 0,60
3/4 0,84 9/10 0,54
5/6 0,70 11/12 0,49
Fonte: Adaptado pelo autor da tabela CEMIG, 1998

Para o nosso projeto, (consultando a Tabela 5.12), temos:

Tabela 5.15: Fatores de demanda para nosso projeto


Potência total (13880) Fase 2 (7150)
I + TUG 2080 + 6300 = 8380 0 + 4400 = 4400
TUE 1 tomada 5500 1 tomada 2750
Fonte: Adaptado pelo autor das Tabelas 5.13 e 5.14

Convém observar que esse processo pode levar ao inconveniente de se fazer


o cálculo numa fase de elevada potência onde não existam TUE. Por exemplo:
numa fase de 7800 VA de iluminação e TUG apenas, o uso exclusivo da Tabela
5.13 conduziria a uma potência de demanda de 2730 VA (7800 × 0,35), o
que muito possivelmente, não se justificaria na prática.

e-Tec Brasil 98 Instalações Elétricas


• Opção 3 – demanda escalonada.
Esta opção pode ser vista como uma variação do processo anterior onde se
faz a entrada numa única tabela em linha por linha.

Tabela 5.16: Fatores de demanda por faixas de potências


Linha Potência (kVA) % Demanda % Direta
1 Até 3 95 95%
2 3a6 85 92%
3 6a9 76 88%
4 9 a 12 70 83%
5 12 a 15 62 79%
6 15 a 20 74 77%
7 20 a 25 68 76%
8 25 a 35 72 75%
9 35 a 45 68 73%
10 45 a 55 65 72%
11 55 a 65 62 71%
12 65 a 75 60 69%
Fonte: autor

Essa opção parece mais adequada para se fazer demanda em potências acima
de 18 kVA.

A 4ª coluna da Tabela 5.16 mostra a correspondente aplicação de uma parcela


direta por faixa de potência.

• Opção 4 – pelo processo da concessionária.


Toda concessionária distribuidora de energia elétrica tem um processo que ela
própria recomenda para o cálculo de demanda. Verifique, a título de exercício,
o processo da concessionária de sua região. (Use inclusive a internet).

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 99 e-Tec Brasil
Em resumo:

Tabela 5.17: Resumo da aplicação dos processos de demanda apresentados


Opção Tipo No total Na fase mais carregada
1 % Direta 5205 5363
2 Parcelada 4049 5038
3 Escalonada 5473 6274
Fonte: autor

a) A aplicação dos vários processos de cálculos de demanda deveria conduzir


a resultados relativamente próximos. Entretanto, existe processo que pode
ser mais adequado a um determinado caso. Reforcemos que a demanda
elétrica é uma quantidade de potência máxima provável de utilização. Sua
determinação é estatística; não é, portanto, exata. As opções de cálculo
apresentadas tiveram o objetivo de facilitar sua compreensão do fenômeno.

b) Observe que potências demandadas baixas podem levar a subdimen-


sionamento de circuitos, causando riscos e incômodos de operação da
instalação. Potências demandadas altas elevam o custo da instalação.
A prática conduzirá você a um processo avaliativo criterioso dos fatores
envolvidos nos muitos métodos que ainda existem. Afinal, o bom senso
é elemento essencial no desenvolvimento do projeto.

Já que consideramos acadêmico o nosso projeto e que conseguimos um bom


equilíbrio entre fases, (< 4%), adotemos como potência demandada a média
aritmética obtida dos seis resultados encontrados:

Aplicaremos agora sobre a potência demandada, os mesmos três processos


de dimensionamento de fiação já vistos para os circuitos terminais.

• Dimensionamento da fiação pela seção mínima


Esse processo não tem sido aplicado em função da fiação necessária ser bem
superior à mínima recomendada (2,5 mm²).

e-Tec Brasil 100 Instalações Elétricas


• Dimensionamento da fiação pela capacidade de condução de corrente
Adotando isolamento de PVC a 30°C como temperatura de trabalho, (f1 =
1,00), e sabendo que são 2 circuitos agrupados no eletroduto, (f2 = 0,80),
teremos a seguinte corrente de projeto:

Pela Tabela 5.5, coluna B1, condutores carregados, 2 (F/N):

• Dimensionamento da fiação pela queda de tensão


Considerando 15 m a distância do padrão (QM) ao quadro de distribuição (QD),
127 V a tensão eficaz na linha e 2% a queda de tensão, temos pela Tabela 5.7:

Como foram usados 2% dos 4% da queda de tensão do QD aos pontos


terminais dos circuitos e, sendo de 4% a queda de tensão total tolerável do
QM aos pontos terminais, uso agora os outros 2%. (Figura 5.10).

Sendo nosso projeto puramente acadêmico, a distância hipotética de 15


metros entre os quadros de medição e distribuição foi tomada por não se
ter definidas questões pertinentes à determinação precisa da localização do
padrão, como posição de posteamento da rede e afastamento da residência
em relação ao meio-fio. Entretanto, para se adotar o fio 10 mm2 essa distância
entre os quadros poderia ser de, no máximo, 18 metros.

Adotaremos o condutor # 10 mm2

Como é prudente e recomendável por norma deixar espaço de reserva no quadro


de distribuição para novos circuitos que venham a ser criados, por mais forte
razão deve-se deixar uma fiação de alimentação que os atenda. Convenhamos
que a seção de 10 mm2 da fiação está próxima do seu limite de atendimento.
Entretanto ainda poderemos recomendar um circuito reserva (n° 7) de 1400
VA. Como a recomendação seria para deixarmos dois circuitos de reserva,
estes seriam então de, no máximo, 700 VA cada, colocados na mesma fase.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 101 e-Tec Brasil
Para comprovar, bastaria refazer a distribuição dos circuitos nas fases:

Num cálculo rápido:

Adotaremos, portanto, o condutor # 10 mm2 para os circuitos de alimentação

Resulta este diagrama de fases incompleto.

Figura 5.15: Esquema do diagrama de fases incompleto


Fonte: CTISM, adaptado do autor

Os esquemas de diagramas que estão sendo apresentados têm a finalidade


de mostrar a evolução da construção do diagrama de fases, que é único e se
apresenta completo no final do projeto (Figura 5.25).

Passaremos agora à 2ª parte do dimensionamento dos circuitos, isto é, o


dimensionamento dos seus elementos de proteção.

5.1.3 Elementos de proteção dos circuitos


Os elementos de proteção dos circuitos (fio neutro, fio terra e os disjuntores)
são os dispositivos que protegem as pessoas e os bens materiais contra os
perigos da eletricidade.

Deve-se dar atenção às instalações elétricas desde o início de sua montagem,


na distribuição dos eletrodutos e caixas de passagens que ficarão embutidas

e-Tec Brasil 102 Instalações Elétricas


nas paredes e concreto para que neles não entre água. Posteriormente, deve-se
ter cuidado com a enfiação e emendas dos condutores que devem estar firmes
e bem isoladas. Emenda mal feita que permita que a parte viva (cobre) do
circuito possa encostar-se à parte metálica ou a uma parte condutora como
parede molhada, possibilita choque nas pessoas.

Passaremos a dimensionar os elementos de proteção dos circuitos que, basi-


camente, evitam que sobrecargas, sobretensões, curto-circuitos e choques
causem danos às pessoas e a seus patrimônios.

• Sobrecorrente – se num circuito elétrico, for ligada uma carga (potência)


acima do limite para o qual o circuito foi dimensionado, criar-se-á uma
sobrecarga. Haverá, portanto, uma corrente elétrica de maior valor circu-
lando (sobrecorrente). Esta sobrecorrente poderá danificar fiações, inter-
ruptores e tomadas. Uma sobrecorrente é gerada, por uma sobrecarga.

• Sobretensão – é tensão proveniente de descargas atmosféricas e de


valor muito acima daquele disponibilizado nas redes públicas de energia;
ou proveniente da própria rede elétrica pública por avaria nos transfor-
madores.

• Curto-circuito – é um caminho intencional ou acidental mais curto que


uma corrente elétrica “encontra” para circular, mas que pode ser danoso
para as pessoas ou equipamentos.

• Choque – passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. Os perigos


causados por um choque, que podem ir de pequenos sustos até à morte,
passando por graves queimaduras, são de grande incidência, devendo
ser grande também o empenho em evitá-los.

Na montagem dos circuitos usam-se os seguintes elementos para proteger os


condutores contra curto-circuitos e sobrecorrentes, os aparelhos utilizadores
de energia contra sobretensões e os próprios usuários contra choques:

• Fio neutro.

• Aterramento (fio terra).

• Os equipamentos de proteção.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 103 e-Tec Brasil
5.1.3.1 Fio neutro
O fio neutro é um dos condutores provenientes da rede da concessionária que
estabelece o equilíbrio de cargas elétricas de todo o sistema, não devendo,
portanto, ser seccionado por qualquer dispositivo de proteção, exceto pelo DR,
que será apresentado mais adiante. O fio neutro será parte exclusiva de cada
um dos circuitos e terá sempre a mesma seção do fio fase. Para garantia da rede
pública, a concessionária exige o aterramento do fio neutro no padrão de energia.

5.1.3.2 Aterramento
O aterramento é um sistema de proteção formado por um conjunto de com-
ponentes que interligam as partes metálicas, chamadas massas da instalação,
(tomadas, caixas, tubulações, quadros, luminárias, etc.) com o solo, estabe-
lecendo com ele um referencial de potencial zero.

Figura 5.16: Haste de aterramento e fio terra conectado


Fonte: http://www.provitel.com.br/provitel/graphics/tgc1.jpg

Esse conjunto de componentes é constituído por uma haste de aço revestida


de cobre com 2,40 m de comprimento e diâmetro entre 10 e 25 mm, que
é cravada no solo. Ligado à haste, o fio terra se estende até o quadro de
distribuição. Dali ele fará parte de cada um dos circuitos residenciais, tendo
a mesma seção do fio fase. Pode, entretanto, este condutor de proteção, ser
comum a vários circuitos, se dentro do mesmo eletroduto.

Por norma, o fio terra é constituído por um condutor encapado na cor verde ou
verde-amarelo, embutido no eletroduto. No solo, entretanto, é desencapado (nu).

e-Tec Brasil 104 Instalações Elétricas


Nas residências, como se viu, já é feito um aterramento próximo ao relógio
(QM), que é o aterramento de alimentação. O fio neutro da rede pública está
ligado a esse aterramento. Pode acontecer de a concessionária permitir que
se aproveite este aterramento para nele ligar o fio terra da edificação. Nesse
caso, deveremos ter o esquema de aterramento TN-S, onde o fio neutro e o
fio terra são distintos na instalação.

A ABNT/NBR-5410/04 exige infraestrutura de aterramento confiável e eficaz,


admitindo outras opções de construções. A opção que vamos adotar é o
esquema TT, onde é cravada outra haste (ou outras) exclusiva para o fio terra
(reveja Figura 5.2). Também adotaremos como seção do fio terra a mesma
dos condutores dos seus circuitos.

No esquema TT (Figura 5.17) há aterramentos separados do fio neutro da


concessionária e das massas da instalação pelo fio terra (proteção – PE).

Figuras 5.17: Esquema TT – aterramento da concessionária distinto do aterramento


da instalação
Fonte: ABNT/NBR-5410/04

No caso de, pelo menos duas hastes de aterramento, convém que sejam
interligadas para evitar que uma eventual ddp entre elas ocasione corrente
elétrica, retornando da terra para o equipamento.

Instalar o fio terra e sua haste é trabalho para o eletricista. Um aterramento


mal feito pode ser mais prejudicial que não ter aterramento algum.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 105 e-Tec Brasil
5.1.3.3 Equipamentos de proteção
Os equipamentos de proteção dos circuitos elétricos residenciais são os disjuntores
Para saber mais sobre elementos termomagnéticos e os dispositivos diferenciais residuais. Eles oferecem proteção
de proteção, acesse: aos circuitos, desligando-se automaticamente quando ocorrem curto-circuito,
http://www.youtube.com/
watch?v=SSJ9mWLh36Y sobretensão, sobrecorrente, fuga de corrente para a terra, ou choque.

http://www.youtube.com/
watch?v=jjPcfTVcU5s • Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Os DTM’s são os dispositivos de baixa tensão mais comuns equipados com
relés térmicos que atuam em presença de sobrecorrentes moderadas e relés
magnéticos para sobrecorrentes elevadas. Agem, portanto, sob dois princípios
de funcionamento.

O primeiro, uma proteção térmica, agindo pelo princípio do bimetal, – duas


lâminas de metais distintos com coeficientes de dilatação diferentes. Se houver
uma corrente elétrica ligeiramente acima da tolerância do disjuntor por um
tempo significativo, as lâminas metálicas aquecem, curvam-se e desligam o
circuito em poucos minutos. O segundo princípio é a atuação de uma grande
sobrecorrente. Nesse caso, passa a agir uma bobina magnética que desliga
instantaneamente o disjuntor devido ao elevado campo magnético trazido
por esta elevada corrente.

a) Os DTM’s protegem a fiação e os equipamentos a ela plugados. São do


tipo mono, bi ou trifásico, onde a corrente numa fase desarma simulta-
neamente as outras. Esses equipamentos interrompem apenas o fio fase.

b) Existem disjuntores do padrão NEMA de cor escura, fixados em placas de


montagem e do padrão IEC/DIN, de cor clara, fixados em trilhos. Convém
sempre observar a padronização de disjuntores para os quadros de distri-
buição, como também as especificações desses produtos nos catálogos
dos fabricantes.

e-Tec Brasil 106 Instalações Elétricas


Figura 5.18: (a) Disjuntores termomagnéticos padrão NEMA (americano) e (b) disjun-
tores termomagnéticos padrão DIN/IEC (europeu)
Fonte: (a) http://redeseletricas.files.wordpress.com/2010/08/disjuntor-nema.jpg?w=298&h=162
(b) http://redeseletricas.files.wordpress.com/2010/08/disjuntor-din.jpg

Os disjuntores são padronizados por suas correntes nominais. No mercado


encontram-se disjuntores (DTM) de diversos fabricantes cujas correntes nominais
(In) estão grafadas na alavanca de operação liga-desliga do disjuntor.

A corrente nominal é a máxima corrente elétrica que o equipamento de


proteção pode suportar em regime ininterrupto, ao ar livre, considerando a
temperatura ambiente.

Os números da Tabela 5.18 apresentada a seguir, representam para o disjuntor


NEMA, calibragem a 25°C e para o disjuntor DIN, a 30°C; ambos de mesmo
princípio de funcionamento: quanto maior a temperatura ambiente, menor
a corrente de desarme.

Tabela 5.18: Escolha de disjuntores DTM


Padrão DIN
Padrão NEMA
(NBR-NM-IEC-60898/04) e
(RTQ do Inmetro, Portaria n° 243)
(NBR-IEC-60947-2/98)
15 – 20 – 25 – 30 10 – 16 – 20 – 25
Monofásico
35 – 40 – 50 – 60 – 70 32 – 40 – 50 – 63 – 70 – 80
Para saber mais sobre
15 – 20 – 25 – 30 – 35 10 – 16 – 20 – 25 disjuntores padrão NEMA e
Bifásico
40 – 50 – 60 – 70 – 90 – 100 32 – 40 – 50 – 63 – 70 – 80 padrão DIN, acesse:
15 – 20 – 25 – 30 – 35 10 – 16 – 20 – 25 http://www.youtube.com/
Trifásico watch?v=0wj9SXqlF7I
40 – 50 – 60 – 70 – 90 – 100 32 – 40 – 50 – 63 – 70 – 80
Fonte: Adaptado pelo autor de Cotrim, 2008, p. 211

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 107 e-Tec Brasil
Sobre disjuntores, convém ainda saber que eles têm especificações quanto à
sua corrente de curto-circuito (Icc). Quanto mais alto o valor, maior a robustez
do disjuntor. Os modelos residenciais são especificados para Icc de 3 a 5 kA.

Os disjuntores são ainda diferenciados por faixa de atuação (B, C ou D) em


função da curva que caracteriza o seu desarme. A diferença básica entre eles
está no tempo de atuação do disparador magnético devido a curto-circuito.

• B – o disparador magnético atua entre 3 e 5 vezes a corrente nominal


Para saber mais sobre curva de
(In). É destinado à proteção dos condutores que alimentam cargas de na-
desarme de disjuntores, acesse: tureza resistiva como chuveiros, aquecedores e lâmpadas incandescentes
http://www.osetoreletrico.com.
br/web/component/content/ (residencial).
article/58-artigos-e-materias-
relacionadas/99-os-guardioes-
da-instalacao.html • C – o disparador magnético atua entre 5 e 10 In. É destinado à proteção
http://www.geindustrial.
de condutores que alimentam cargas de natureza indutiva como lâmpadas
com.br/produtos/disjuntores/ fluorescentes, motores, eletrobombas e compressores (residencial e outros).
record/07.asp

• D – o disparador magnético atua entre 10 e 50 In. É destinado à proteção


de condutores que alimentam cargas de natureza fortemente indutivas
como transformadores e demais cargas com elevada corrente de partida
(acima de 10 In) (industrial).

Dimensionamento de disjuntores termomagnéticos (DTM)


Os disjuntores têm, por norma, especificações que dizem respeito à corrente
elétrica de atuação e não atuação, o que leva um disjuntor a desarmar com
precisão de 20% em torno do valor ajustado/calibrado.

Tem-se entendido que os disjuntores devem trabalhar aproximadamente a 80%


de sua capacidade nominal, ou seja, 20% próximo de sua corrente nominal.
Por isso, num circuito onde a corrente elétrica de projeto é 16 A, o disjuntor
escolhido deverá ser de 20 A, (ou 1,25 vezes a corrente de projeto). Vê-se que
a corrente nominal do disjuntor é sempre maior que a corrente elétrica em
proteção, uma vez que ele deve desarmar com 80% dessa corrente nominal.

Variando ligeiramente entre os tipos de disjuntores (veja Cotrim, 2008, p. 212),


é usual adotá-los por uma faixa de atuação compreendida entre 1,15 e 1,35
da corrente de projeto. Eles poderão ser escolhidos pelo seu valor nominal
(valor nele grafado) posicionado nessa faixa, o que significa uma atuação de
74% a 87% de sua capacidade nominal.

e-Tec Brasil 108 Instalações Elétricas


Poderemos considerar duas hipóteses no dimensionamento de disjuntores
residenciais:

a) Proteção do aparelho utilizador


Trata-se de um único aparelho utilizador de energia elétrica no circuito. Seja o
nosso circuito 3, o chuveiro que, ligado em rede de 220 V, será submetido a
uma corrente elétrica de 25 A, num fio calculado como de 4 mm2. Conforme
a Tabela 5.5, este fio permite passagem de corrente até o valor de 32 A.

Para proteger o chuveiro, devemos tomar como base de cálculo do disjuntor


a corrente no circuito (25 A). Nesse caso o valor nominal da corrente elétrica
no disjuntor (valor grafado no disjuntor) deve estar compreendido entre 1,15
e 1,35 da corrente elétrica a que ele se propõe controlar.

Dessa forma:

Como conclusão, o disjuntor de 32 A (bifásico, padrão IEC/DIN; Tabela 5.18)


preferencialmente da curva B, será o disjuntor para o nosso circuito 3, chuveiro.
E ele, protegendo o aparelho utilizador, protegerá também a fiação. (Poderia
ser um disjuntor padrão NEMA de 30 A).

b) Proteção da fiação
No caso mais comum, os circuitos residenciais contêm vários pontos utilizadores
de energia (lâmpadas ou tomadas). Cada aparelho ligado na rede elétrica
utilizará uma fração da corrente total disponibilizada pela fiação. Nesse caso
não haverá proteção individual a cada aparelho, mas à fiação.

Vejamos o caso do circuito 5 (i = 18,7 A; U = 127 V), mas que foi dimensionado
com uma fiação de 2,5 mm2.

Praticamente não há nenhuma garantia de que nas tomadas serão plugados os


aparelhos com as potências atribuídas a elas, como também não há nenhuma
garantia de que não serão usados aparelhos de potências acima das atribuídas.
De qualquer forma, a fiação do circuito é de 2,5 mm2 cuja capacidade de
corrente é de 24 A. Ou antes, seria se não estivesse este circuito agrupado
com outro (n° 2), o que lhe reduz a capacidade de condução da corrente,
conforme coeficiente f2 adotado no cálculo (Tabela 5.6).

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 109 e-Tec Brasil
Então, dimensionaremos o disjuntor para controlar a corrente elétrica na
fiação e não mais a que prevaleceu para o dimensionamento dele (18,7 A).
Mas corrigiremos a corrente (Ic) na fiação em função deste agrupamento dos
circuitos 2 e 5.

Da mesma forma, o valor nominal da corrente elétrica no disjuntor (valor


grafado no disjuntor) deve estar compreendido entre 1,15 a 1,35 da corrente
elétrica a que ele se propõe controlar.

O disjuntor de 25 A (monofásico, padrão IEC/DIN; Tabela 5.18), preferencial-


mente o da curva C, será o disjuntor para o nosso circuito 5. Ele protegerá
apenas a fiação. (Analogamente também poderia ser um disjuntor do padrão
NEMA monofásico de 25 A).

Expandindo essas considerações para os demais circuitos, inclusive para o


circuito de alimentação, teremos, considerando disjuntores padrão IEC/DIN
para o quadro de distribuição e padrão NEMA para o disjuntor geral no
quadro de medição:

Tabela 5.19: Dimensionamento dos nossos disjuntores


Circuito 1 2 3 4 5 6 Geral
Fiação (mm²) 1,5 1,5 4,0 2,5 2,5 2,5 10,0
Corrente a proteger (i) 17,5 17,5 25,0 24,0 24,0 24,0 57,0
f1 (temperatura) 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
f2 (circuitos agrupados) 1,00 0,80 1,00 1,00 0,80 1,00 0,80
Corrente corrigida
17,5 14,0 25,0 24,0 19,2 24,0 45,6
ic = i × f1 × f2
1,15 × ic 20,1 16,1 28,8 27,6 22,1 27,6 52,4
1,35 × ic 23,6 18,9 33,8 32,4 25,9 32,4 61,6
Disjuntor – DTM (A) 1 × 20 1 × 20 2 × 32 1 × 32 1 × 25 1 × 32 2 × 60
Fonte: autor

e-Tec Brasil 110 Instalações Elétricas


a) Quando o circuito for constituído de mais de uma fase, o dispositivo de
proteção deve ser multipolar. Dispositivos unipolares montados lado a
lado, apenas com suas alavancas de manobra acopladas não são consi-
derados dispositivos multipolares (ABNT/NBR-5410/04).

b) Nunca troque um disjuntor por outro de maior amperagem sem trocar a


fiação. Sempre deverá haver correspondência entre ambos.

• Dispositivos diferenciais residuais (DR’s)


Os dispositivos diferenciais residuais (Disjuntor Diferencial Residual – DDR e
Interruptor Diferencial Residual – IDR) são elementos de proteção constituídos Para saber mais sobre
por dispositivos eletrônicos de sensores de corrente e de processamento dispositivo DR, acesse:
http://www.youtube.com/
de sinais. O DR é um sensor que mede as correntes que entram e saem no watch?v=D_0tDW3oT7c
circuito. As duas, sendo de mesmo valor, mas de sinais contrários em relação
à carga, têm soma nula. Se a soma não for nula deve estar acontecendo fuga
de corrente para a terra ou alguém está levando um choque. Nesses casos,
o dispositivo desarma, desligando o circuito, e o usuário deve verificar o que
provocou o desligamento antes de energizá-lo novamente.

Os DR’s são elementos cuja principal função é proteger as pessoas contra


choques elétricos, e não a rede elétrica ou os equipamentos.

Um cuidado que se deve ter na instalação de um DR é a ausência de aterra-


mento do circuito após ele, pois se assim acontecer, havendo uma corrente
de fuga para a terra, não haverá detecção pelo DR e, portanto, não haverá
o seu desarme. Outro cuidado é que o sistema de aterramento adotado não
seja o tipo TN-C (fio terra conjugado com fio neutro).

A sensibilidade dos DR’s varia de 30 a 500 mA, e o mesmo deverá ser dimen-
sionado com cuidado, pois existem perdas para a terra inerentes à própria
qualidade da instalação.

• 30 mA – proteção contra contato direto e contato indireto.

• 100 e 300 mA – proteção contra contato indireto.

• 500 mA – proteção contra incêndios.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 111 e-Tec Brasil
A ABNT/NBR-5410/04 exige a utilização de proteção diferencial residual (disjun-
tor ou interruptor) de alta sensibilidade (30 mA) em circuitos terminais que
sirvam, a:

• Tomadas em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, pis-


cinas, garagens e a todo local interno molhado em uso normal ou sujeito
a lavagens.

• Tomadas em áreas externas.

• Tomadas que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar


equipamentos em áreas externas.

• Pontos situados em locais contendo banheiras ou chuveiros.

a) Interruptor Diferencial Residual (IDR)

Figura 5.19: Interruptor diferencial residual bipolar e tetrapolar


Fonte: http://www.mercadolibre.com.ve/jm/img?s=MLV&f=16829586_787.jpg&v=E

O IDR é um equipamento de proteção composto de um interruptor conjugado


com um dispositivo diferencial residual que protege, principalmente, as pessoas
contra choques.

Tabela 5.20: Escolha de IDR (Interruptor Diferencial Residual)


30 mA (alta sensibilidade)
Bipolar (F/N ou F/F) 25 – 40 – 63 – 80
Tetrapolar (F/F/N ou F/F/F/N) 25 – 40 – 63 – 80 – 100
Fonte: autor

e-Tec Brasil 112 Instalações Elétricas


Figura 5.20: Detalhes de especificações de um IDR
Fonte: CTISM, adaptado de http://www.pasarlascanutas.com/halogena/halogena16.JPG

b) Disjuntor Diferencial Residual (DDR)

Figura 5.21: Disjuntor diferencial residual bipolar e tetrapolar


Fonte: http://www.comofazer.org/wp-content/uploads/2011/02/disjuntor_diferencial-300x240.jpg

O DDR é um equipamento de proteção constituído de um disjuntor termomag-


nético conjugado com um dispositivo diferencial residual que protege as pessoas
contra choque; os fios do circuito e os equipamentos contra sobrecorrente,
curto-circuito e sobretensão.

Ele é mais completo que o IDR e é encontrado no mercado como DDR bipolar, com
sensibilidade de 30 mA para as correntes nominais de 6, 10, 16, 20, 25 e 32 A.

Dimensionamento de dispositivos diferenciais residuais (DR’s)


Pode-se usar para proteger os circuitos os DR’s, segundo os mesmos cálculos
aplicados aos DTM.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 113 e-Tec Brasil
No entanto, como os dispositivos DR’s são mais limitados em especificações,
não se adéquam a todas as situações, como os DTM. Nesses casos os DR’s
deverão ser instalados, obrigatoriamente, em associação com os DTM de forma
a proporcionar uma proteção completa contra sobrecargas, curto-circuitos e
fugas de corrente para a terra.

Já que haverá associação com DTM, associa-se um IDR, sem esquecer que
ambos deverão ser do mesmo padrão (DIN). A associação poderá ser feita
conforme a Tabela 5.21.

Tabela 5.21: Associação de IDR com DTM (Padrão DIN)


DTM (A) 10/16/20/25 32/40 50/63 70/80
IDR (A) 25 40 63 80
Fonte: autor

Os IDR’s são instalados em série com os DTM’s no quadro de distribuição,


tendo como característica a interrupção dos fios fase e neutro.

Para nosso projeto, por obrigações normativas, usaremos IDR para os circuitos
3, 4 e 5 associados aos DTM’s, segundo a orientação da Tabela 5.21.

Padronizaremos disjuntores DIN/IEC no quadro de distribuição e disjuntor


NEMA no quadro de medição, conforme mostra a Tabela 5.22.

Tabela 5.22: Disjuntores


Circuito 1 2 3 4 5 6 Geral
Fiação (mm )2
1,5 1,5 4,0 2,5 2,5 2,5 10,0
DTM (A) 1 × 20 1 × 20 2 × 32 1 × 32 1 × 25 1 × 32 2 × 60
IDR (A) - - 2 × 40 2 × 40 2 × 25 - -
Fonte: autor

Como se vê, já necessitou em nosso projeto de um quadro de distribuição


que tenha treze espaços para comportar os seguintes nove disjuntores:

DTM – 5 monofásicos e 1 bifásico = 7 espaços

IDR – 3 bipolares = 6 espaços

E ainda, precisamos de espaço para disjuntores reservas de mais dois circuitos,


conforme observamos na Tabela 5.11. Se cada um desses dois circuitos reservas

e-Tec Brasil 114 Instalações Elétricas


necessitar de disjuntores DTM e IDR, serão, para cada um desses circuitos 3
espaços (1 DTM monofásico e 1 IDR bipolar).

Devemos, portanto ter um quadro de distribuição com espaço que comporte


além dos nossos nove disjuntores, pelo menos mais quatro disjuntores reservas,
ou seja, um total de dezenove espaços, pelo menos.

Os quadros para maior quantidade de disjuntores devem ser providos de bar-


ramentos, tanto para as fases como para o neutro e aterramento. É necessário
ainda espaço para um disjuntor geral.

Os elementos de proteção dos circuitos (DR’s ou DTM’s) são projetados para


desarmar diante de falhas do sistema, muitas vezes provocadas por instalações
mal feitas ou danificadas. Conheça, portanto, os materiais e suas aplicações
e, sobretudo, tenha um projeto elétrico correto com sua montagem confiável.

Finalmente na conclusão do dimensionamento dos circuitos, passaremos ao


dimensionamento dos eletrodutos que os abrigarão.

5.1.4 Dimensionamento dos eletrodutos


Eletrodutos são os dutos por onde passam os condutores elétricos (Figura
5.22). Eles se destinam a proteger esses condutores contra as agressividades
químicas e mecânicas dos ambientes, como também proteger os ambientes
contra os perigos de incêndio resultantes de superaquecimento dos condutores.
Podem ser instalados externamente, mas normalmente em edificações são
embutidos nas alvenarias. Inclusive já adotamos esta situação quando optamos
pela referência nº 7 (B1) da Figura 5.9.

Figura 5.22: Eletroduto e condutores com taxa de ocupação de 40%


Fonte: CTISM

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 115 e-Tec Brasil
5.1.4.1 Relação direta diâmetro do eletroduto/quantidade
de condutores de mesma seção
Os eletrodutos são definidos normalmente por consulta à tabela dos fabri-
cantes, pela quantidade de condutores e respectiva seção, que passam por
eles. Apesar de variar ligeiramente em função dos materiais e fabricantes
a Tabela 5.23, com taxa de ocupação de 40%, serve como referência para
condutores flexíveis (cabos).

Tabela 5.23: Dimensionamento de eletrodutos em função do n° máximo de


cabos com isolamento PVC/70°C
Eletroduto PVC rígido (DN – mm)
Condutor (mm2)
16 20 25 32 40
1,5 6 11 19 32 51
2,5 4 8 13 23 36
4 3 6 10 16 26
6 2 4 7 12 19
10 1 3 4 8 13
16 1 2 3 5 8
25 0 1 2 3 5
Fonte: autor

A Tabela 5.23 é mais utilizada para cabos (condutor flexível) que têm sido
mais comuns no comércio. Entretanto pode ser utilizada para fios rígidos
(sólidos) que são ligeiramente mais finos. Nesse caso estaremos com uma
taxa de ocupação ligeiramente menor que 40%.

Figura 5.23: (a) Fio rígido (sólido) e (b) cabo flexível


Fontes: (a) http://www.hotfrog.com.br/Uploads/PressReleases2/Fio-Solido-59172_image.jpg
(b) http://www.digitronrs.com.br/site/prod/gr/cabosFios/cabo_bwf_750_02.jpg

e-Tec Brasil 116 Instalações Elétricas


O fio é um condutor rígido envolvido por isolamento plástico, enquanto
o cabo é um condutor flexível composto de vários filamentos trançados,
também isolados com plástico. Ambos são identificados pela área da seção
transversal, em mm².

5.1.4.2 Determinação do eletroduto pelas seções


equivalentes das fiações
Muitas vezes, por passarem pelos eletrodutos fios de diferentes seções, deve-
remos fazer uma conversão em seções equivalentes (Tabela 5.24), ou seja,
converter todos os fios para uma mesma seção, de maneira a se poder utilizar,
a seguir, a Tabela 5.23.

Tabela 5.24: Seções equivalentes – relações entre áreas de condutores


mm2 1 1,5 2,5 4 6 10

1 1,00 1,41 1,97 2,73 3,65 5,50

1,5 0,71 1,00 1,40 1,94 2,60 3,91


2,5 0,51 0,71 1,00 1,38 1,85 2,79
4 0,37 0,52 0,72 1,00 1,34 2,02
6 0,27 0,39 0,54 0,75 1,00 1,51
10 0,18 0,26 0,36 0,50 0,66 1,00
Fonte: autor

Exemplo
Vamos dimensionar o eletroduto por onde passam os fios e suas respectivas
seções, esquematizados pela Figura 5.24.

Figura 5.24: Esquema para dimensionamento do eletroduto do exemplo dado


Fonte: autor

Consideremos a equivalência à seção 2,5 mm² (fixar-se na linha de 2,5 da


Tabela 5.24).

mm2 1 1,5 2,5 4 6 10

2,5 0,51 0,71 1,00 1,38 1,85 2,79

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 117 e-Tec Brasil
Observe os coeficientes para cada bitola de fio.

A quantidade de fios de cada bitola.

Portanto a equivalência dos fios será a correspondente a 9,98 fios de 2,5


mm2. Digamos 10.

Em consulta à Tabela 5.23:

Observe que mesmo no eletroduto de 20 mm estes fios também caberiam,


porém com uma taxa de ocupação maior que 40%.

Retornando ao nosso projeto, dimensionemos os eletrodutos.

Consultando a planta de distribuição da fiação PE – 5 (Figura 5.8), verifica-se que:

a) A maioria dos eletrodutos comporta 3 ou 4 fios, de # 1,5 mm2 ou 2,5


mm2. Em consulta à Tabela 5.23 observamos que o eletroduto de 16 mm
de diâmetro é o suficiente, pois comporta até 6 fios de # 1,5 mm2 ou 4
de # 2,5 mm2.

b) Para o circuito do chuveiro (circuito 3), usaremos 3 fios de # 4 mm2, cuja


tabela indica eletroduto de 16 mm, também.

e-Tec Brasil 118 Instalações Elétricas


c) Do quadro de distribuição, os circuitos 2 e 5 saem pelo mesmo eletrodu-
to. Fazendo uma composição de seções equivalentes, verificamos que o
eletroduto que os atende é o de 20 mm.

Equivalência a 2,5 mm2:

d) Para o circuito de alimentação do quadro de medição ao quadro de dis-


tribuição, teremos:

Considere que, sendo previsíveis futuras ampliações, a colocação de eletrodutos


de diâmetro uma pontuação acima da necessária, pode ser indicada, assim
como a colocação de eletrodutos que a princípio não serão preenchidos, mas
que ficarão disponíveis para futuras utilizações.

5.2 Quadro e diagramas


5.2.1 Quadro de cargas
O quadro de cargas apresenta de maneira direta e clara os dados sobre cada
circuito e seus elementos. Embora possa variar de profissional para profissional,
com maior ou menor número de informações, o modelo que segue é bastante
representativo.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 119 e-Tec Brasil
Quadro 5.1: Quadro de cargas
Lâmpadas (W) Tomadas (VA) Potência Fiação (#)
Circuito Disjuntor (A)
18 36 100 100 600 5500 (VA) (mm2)

1 1 4 4 1040 1,5 – F1/N/T DTM – 1 × 20


2 2 8 3 1040 1,5 – F1/N/T DTM – 1 × 20
IDR – 2 × 40
3 1 5500 4,0 – F1/F2/T
DTM – 2 × 32
IDR – 2 × 40
4 3 4 2700 2,5 – F2/N/T
DTM – 1 × 32
IDR – 2 × 25
5 1 3 1900 2,5 – F1/N/T
DTM – 1 × 25
6 17 1700 2,5 – F2/N/T DTM – 1 × 32

Padrão 10,0 – F1/F2/N DTM – 2 × 60

Fonte: autor

5.2.2 Diagrama de fase(s)


Nesse diagrama representamos exclusivamente o(s) fio(s) fase(s) pelos qua-
dros de medição e distribuição e pelos disjuntores. Nele também se marcam
as respectivas especificações dos fios e dos disjuntores. O fio neutro não é
representado no diagrama de fases, embora passe pelas mesmas tubulações
e tenha a mesma seção do fio fase. O fio terra também não é representado
nesse diagrama.

Figura 5.25: Diagrama de fases (diagrama bifilar)


Fonte: CTISM, adaptado do autor

e-Tec Brasil 120 Instalações Elétricas


5.2.3 Diagrama geral
Representação de todos os fios (fases, neutro e terra), disjuntores e suas
conexões com os circuitos de alimentação e distribuição, inclusive o aterra-
mento. Observe, neste diagrama que os DTM’s só interrompem os fios fases,
já os DR’s interrompem tanto o fio fase como o fio neutro. O fio terra não é
interrompido por nenhum dispositivo.

Figura 5.26: Diagrama geral (esquema das ligações com todos os fios e disjuntores)
Fonte: CTISM, adaptado do autor

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 121 e-Tec Brasil
5.3 Planta completa

Figura 5.27: PE – 6 – planta completa com dimensionamentos


Fonte: CTISM, adaptado do autor

e-Tec Brasil 122 Instalações Elétricas


5.4 Materiais
5.4.1 Características de alguns materiais elétricos
Os materiais empregados em instalações elétricas são, na maioria, os metais
cobre e alumínio por serem condutores, os plásticos por serem isolantes,
e materiais cerâmicos vitrificados como bocais de lâmpadas. Outros ainda
como os eletrodutos, disjuntores, interruptores, tomadas, reatores, caixas
de embutir e complementos indispensáveis como conectores, fita isolante,
receptáculos, suportes, etc.

Os condutores são fabricados com uma liga de cobre onde se misturam


elementos diversos em pequenas quantidades, a fim de diminuir a formação
de óxido cuproso que é corrosivo e faz diminuir a seção, reduzindo a condu-
tividade do material. São revestidos por uma capa plástica, apresentando-se
em várias cores. Por norma, na construção dos circuitos, o fio neutro deve
ser o azul-claro, ficando as demais cores para os fios fases, exceto o verde ou
verde-amarelo que caberão ao fio terra.

Os plásticos são de PVC na maioria. Utilizado como revestimento dos condutores


e como caixas de embutir, quadros e eletrodutos. Eles ampliam sua utilização
em instalações elétricas devido à leveza, boa trabalhabilidade e durabilidade.

Um disjuntor é identificado por sua corrente nominal e por sua capacidade de


interrupção que representa o valor máximo da corrente de curto-circuito (Icc) que
o fabricante do disjuntor garante sem que ele sofra avarias. Suas características,
bem como sua curva de atuação devem estar grafadas no disjuntor.

Muitas peças como luminárias, espelhos de tomadas e interruptores que


ficarão à vista, são oferecidos em vários estilos e linhas, de modo a atender
aos mais variados gostos dos usuários.

Muitos materiais e equipamentos são mais confiáveis por serem testados pelo
INMETRO que os aprova segundo suas normas e favorece o selo de inspeção
e qualidade.

Em todos os projetos, é de fundamental importância a especificação técnica


dos diversos componentes. É a partir das especificações que os materiais serão
adquiridos para a montagem das instalações, devendo garantir adequado
funcionamento e segurança aos usuários e ao patrimônio. Dessa forma, na
lista de materiais, deve constar com clareza a descrição dos componentes

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 123 e-Tec Brasil
elétricos, suas características (especificações) e a quantidade a ser adquirida.
Mais completa será se vier acompanhada de preços individuais e totais.

5.4.2 Relação de materiais para o nosso projeto


1. Quadro de distribuição de embutir, com espaço para 20 disjuntores, pa-
drão IEC/DIN – 01 un.

2. Eletroduto rígido de PVC, ∅ de 16 mm – 50 tubos de 3 m.

3. Idem, ∅ de 20 mm – 10 tubos de 3 m.

4. Curva PVC rígido 90° × ∅ 16 mm – 30 un.

5. Curva PVC rígido 90° × ∅ 20 mm – 06 un.

6. Caixa de PVC retangular 4 × 2, de embutir – 49 un.

7. Caixa de PVC de fundo móvel – 13 un.

8. Interruptor completo com espelho de uma seção – 7 un.

9. Idem, de duas seções – 01 un.

10. Interruptor de três seções – 02 un.

11. Interruptor paralelo (three-way) – 02 un.

12. Sensor de presença para lâmpada 100 W/127 V – 01 un.

13. Tomada de três pinos (F/N/T) completa com espelho – 28 un.

14. Arandela com bocal (boquilha), rosca E-27 com lâmpadas incandescen-
tes 100 W/127 V – 07 un.

15. Luminária completa com lâmpada fluorescente de 36 W, TCC = 3800 K,


IRC > 95%, reator de alto fator de potência e THD < 30% – 12 un.

16. Idem, 18 W: 03 un.

e-Tec Brasil 124 Instalações Elétricas


17. Disjuntor termomagnético, padrão IEC/DIN, monofásico de 20 A – 02 un.

18. Idem, 32 A – 02 un.

19. Idem, 25 A – 01 un.

20. Disjuntor termomagnético, padrão IEC/DIN, bifásico de 32 A – 01 un.

21. Disjuntor termomagnético padrão NEMA, bifásico, 60 A – 01 un.

22. Dispositivo residual IDR, bipolar, sensibilidade 30 mA, corrente nominal


40 A – 02 un.

23. Dispositivo residual IDR, bipolar, sensibilidade 30 mA, corrente nominal


25 A – 01 un.

24. Cabo flexível, # 1,5 mm2, isolamento de PVC, 70°C, BWF, 750 V, verme-
lho – 70 m.

25. Idem, branco – 85 m.

26. Idem, azul-claro – 75 m.

27. Idem, amarelo – 30 m.

28. Idem, verde-amarelo – 25 m

29. Cabo flexível, # 2,5 mm2, isolamento de PVC, 70°C, BWF, 750 V, preto – 70 m.

30. Idem, verde-amarelo – 70 m.

31. Idem, azul-claro – 70 m.

32. Cabo flexível, # 4,0 mm2, isolamento de PVC, 70°C, BWF, 750 V, verme-
lho – 8 m.

33. Idem, verde-amarelo – 4 m.

34. Fio rígido, # 10,0 mm2, isolamento de PVC, 70°C, BWF, 750 V, preto – 30 m.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 125 e-Tec Brasil
35. Idem, azul-claro – 15 m.

36. Idem, verde-amarelo – 15 m.

37. Fita isolante, rolo de 40 m – 4 un.

38. Chuveiro, 5500 W/220 V – 01 un.

39. Padrão completo (caixas, pontaletes, duas hastes de aterramento, conec-


tores, etc.) – 01 un.

5.5 Manual do proprietário


Como os moradores normalmente são leigos em instalações elétricas, deve ser
deixado na residência o Manual do Usuário, redigido em linguagem simples,
que contenha, no mínimo, os seguintes elementos:

• Esquema do quadro de distribuição com indicação dos circuitos e respec-


tivas finalidades.

• Potências máximas que podem ser ligadas em cada circuito efetivamente


disponível.

• Potências máximas previstas nos circuitos deixados como reserva, quando


for o caso.

• Recomendações explícitas para que não sejam trocados, por tipos com
características diferentes, os dispositivos de proteção (disjuntores) exis-
tentes no quadro.

Quadros como estes podem ser de grande utilidade.

Quadro 5.2: Manual do proprietário – Dados


Endereço:
Área construída: 110 m² Padrão: BIFÁSICO Concessionária: CEMIG
Proprietário: Tel:
Responsável pelo projeto: Tel:
Eletricista: Tel:
Fonte: autor

e-Tec Brasil 126 Instalações Elétricas


Quadro 5.3: Manual do proprietário – Advertências
1. Quando um disjuntor atua, desligando algum circuito ou a instalação inteira, a causa pode ser uma sobrecarga ou
um curto-circuito. Desligamentos frequentes são sinais de sobrecarga. Por isso NUNCA troque seus disjuntores por
outro de maior corrente (maior amperagem) simplesmente. Como regra, a troca de um disjuntor por outro de maior
corrente requer, antes, a troca dos fios elétricos, por outro de maior seção.
2. Da mesma forma, NUNCA desative ou remova a chave automática de proteção contra choques elétricos (dispositivo
DR), mesmo em caso de desligamentos sem causa aparente. Se os desligamentos forem frequentes e, principalmente,
se as tentativas de religar a chave não tiverem êxito, isto significa, muito provavelmente, que a instalação elétrica
apresenta anomalias internas que só podem ser identificadas e corrigidas por profissionais qualificados. A
DESATIVAÇÃO OU REMOÇÃO DA CHAVE SIGNIFICA A ELIMINAÇÃO DE MEDIDA PROTETORA CONTRA CHOQUES
ELÉTRICOS E RISCO DE VIDA PARA OS USUÁRIOS DA INSTALAÇÃO.
3. Qualquer acréscimo de carga além da prevista (circuito 7) exigirá a substituição da fiação de alimentação do QD de
10,0 mm2 por outra de maior seção, além do pedido de aumento de carga à concessionária.
Fonte: ABNT/NBR-5410/04

Quadro 5.4: Manual do proprietário – Quadro de caracterização dos circuitos


Potência
Circuito Fase 1 Fase 2 # (mm²) Disjuntor (A) Área a que atende*
(VA)
1 1040 X - 1,5 1 × 20 DTM Iluminação lateral direita
2 1040 X - 1,5 1 × 20 DTM Iluminação lateral esquerda
2 × 40 IDR
3 5500 X X 4,0 Chuveiro
2 × 32 DTM
2 × 40 IDR Tomadas da copa-cozinha
4 2700 - X 2,5
1 × 32 DTM e banheiro

2 × 25 IDR Tomadas área de serviço


5 1900 X - 2,5
1 × 25 DTM e garagem

Tomadas das salas, quartos


6 1700 - X 2,5 1 × 32 DTM
e circulação
7 Reserva** 1400 - - - - -
Geral 13880 6730 7150 10,0 2 × 60 DTM Toda a instalação
* Posicione-se de frente para o quadro de distribuição.
** No caso da criação do circuito 7 (1400 VA), haverá redistribuição dos circuitos nas fases, assim ficando:
Fase 1: 1 + 2 + 3/2 + 4 = 7530 VA Fase 2: 3/2 + 5 + 6 + 7 = 7750 VA
Fonte: autor

Resumo
Dimensionar circuitos corresponde a dimensionar fiação, disjuntores e ele-
trodutos. Na complementação do projeto elétrico, o quadro de carga e os
diagramas sintetizam em leitura rápida e fácil os elementos do projeto e suas
ligações. A relação de material é componente essencial de um projeto.

Informações complementares deixadas na residência com os moradores,


facilitam o conhecimento da instalação para manutenção e futuros acréscimos,
oferecendo segurança e confiabilidade.

Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusão do projeto 127 e-Tec Brasil
Atividades de aprendizagem
1. Efetue no seu projeto os cálculos pertinentes e complete-o com os qua-
dros e diagramas necessários para a complementação do projeto elétrico.

e-Tec Brasil 128 Instalações Elétricas


Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC-60947-2: dispositivo de
manobra e comando de baixa tensão. Parte 2: disjuntores. Rio de Janeiro, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM-60898: disjuntores para


proteção de sobrecorrentes para instalações domésticas e similares. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-5410: instalações elétricas de


baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-5413: iluminância de


interiores. Rio de Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-5444: símbolos gráficos para


instalações elétricas prediais. Rio de Janeiro, 1989.

COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS (CEMIG). ND-5.1: fornecimento de


energia elétrica em tensão secundária. Rede de distribuição aérea – edificações
individuais. Belo Horizonte, 2009.

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações elétricas. São Paulo: Makron Books, 2008.

CREDER, Hélio. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 1995.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA. Regulamento Técnico da Qualidade – RTQ


da Portaria 243: disjuntor de baixa tensão para uso residencial. Rio de Janeiro, 2006.

SILVA, Mauri Luiz. Luz, lâmpadas e iluminação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2004.

TAMIETTI, Ricardo Prado. Projeto de instalações elétricas residenciais. Belo


Horizonte: Vert Engenharia, 2006.

129 e-Tec Brasil


Currículo do professor-autor

Luiz Alcides Mesquita Lara nasceu a 14/04/1954, no Rio de Janeiro. Estudou o


curso secundário no Colégio Estadual Professor Soares Ferreira em Barbacena-MG
e se formou em Engenharia Civil pela Escola de Minas e Metalurgia da Uni-
versidade Federal de Ouro Preto em julho de 1979. Desenvolveu, a partir de
então atividades de engenheiro na Prefeitura Municipal de Mariana-MG e na
construção do campus da Universidade Federal de Ouro Preto até 1990, quando
foi admitido na carreira de docente para o curso de Edificações da então Escola
Técnica Federal de Ouro Preto, hoje, Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia de Minas Gerais, campus Ouro Preto. Professor de Ensino Básico,
Técnico e Tecnológico tem curso de Licenciatura Plena pelo Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais e Especialização em Materiais para a
Construção Civil pelo mesmo instituto. Entre outras disciplinas, ministra aulas
de Instalações Elétricas e Materiais de Construção.

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Apostila de Projeto de Instalações


Elétricas Residenciais e Prediais
(Parte III)

2010

Prof. Edson Watanabe, edsonh@ifsc.edu.br, www.joinville.ifsc.edu.br/~edsonh

1
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Conteúdo
3. Introdução
3.1 Simbologia Gráfica de Projeto de Instalações Elétricas – Desenho e Representação
3.1.1 Símbolos
3.1.1.1 Traço
3.1.1.2 Círculo
3.1.1.3 Triângulo Eqüilátero
3.1.1.4 Quadrado
3.1.1.5 Quadros de Distribuição
3.1.1.6 Dutos
3.1.1.7 Interruptores
3.1.1.8 Tomadas
3.1.1.9 Pontos de Luz
3.1.1.10 Outros Símbolos
3.1.1.11 Exercícios
3.1.2 Diagramas
3.1.2.1 Diagrama Unifilar.
3.1.2.2 Diagrama Multifilar
3.1.2.3 Diagrama Funcional.
3.1.2.4 Diagrama de Ligação
3.1.2.5 Comparativo
3.1.2.6 Principais diagramas de ligação
3.1.2.6.1 Circuito de Iluminação
3.1.2.6.2 Circuito de Iluminação Externa
3.1.2.6.3 Circuito de Tomadas de Uso Geral (TUG)
3.1.2.6.4 Circuito de Tomadas de Uso Específico (TUE)3.1.2.6.5 Interruptores
3.1.2.7 Exercícios

3.2 Projetos de Instalações Elétricas Residenciais


3.2.1 Introdução
3.2.1.1 Partes Componentes de um Projeto de Instalações Elétricas
3.2.1.2 Normas técnicas a serem Consultadas
3.2.1.3 Etapas da Elaboração do Projeto
3.2.1.4 Fluxograma Geral de Desenvolvimento do Projeto
3.2.1.5 Exercícios
3.2.2 Dimensionamento
3.2.2.1 Dimensionamento da potência de iluminação
3.2.2.1.1 Tabela prático para dimensionarmento de pontos de luz e relação de potências entre tipos direferentes
de lâmpadas:
3.2.2.2 Dimensionamento da potência de tomadas
3.2.2.3 Dimensionamento de Tomadas de Uso Geral (TUGs)
3.2.2.3.1 Tabelas práticas para dimensionamentos de Tomadas de Uso Geral (TUG).
3.2.2.3.1.1 Tomadas para Copa, Cozinha e Áreas de Serviços:
3.2.2.3.1.2 Tomadas para Banheiros:
3.2.2.3.1.3 Tomadas para Subsolos, Varandas, Garagens e Sotãos:
3.2.2.3.1.4 Tomadas para os demais Cômodos e Depêndencias:
3.2.2.4 Dimensionamento de tomadas de uso específico (TUEs)
3.2.2.5 Exercícios
3.2.3 Divisão dos Circuitos
3.2.3.1 Cálculo da Corrente Elétrica dos Circuitos
3.2.3.2 Condutores e Eletrodutos, e seu Dimensionamento
3.2.3.2.1 Isolação
3.2.3.2.2 Seção Mínima dos Condutores
3.2.3.2.2.1 Cálculo da Corrente no Circuito
3.2.3.2.2.2 Condutores Carregados conforme o Tipo de Circuito
3.2.3.2.3 Cálculo da Corrente de Projeto
3.2.3.2.4 Fator de Correção de Agrupamento (FCA)
3.2.3.2.5 Fator de Correção de Temperatura (FCT)
3.2.3.2.6 Cálculo da Corrente de Projeto Corrigida
3.2.3.2.7 Capacidade de Condução de Corrente dos Condutores
3.2.3.2.8 Critério do Limite da Queda de Tensão
3.2.3.2.9 Dimensionamento de Eletrodutos
2
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3.2.3.2.9.1 Dimensionamento de Eletroduto com a ajuda de uma Tabela


3.2.3.2.9.2 Dimensionamento de Eletroduto Calculando-se a Seção dos Condutores
3.2.3.2.10 Demanda de Energia de uma Instalação Elétrica
3.2.3.2.10.1 Critérios para a determinação do fator de demanda para residências individuais
3.2.3.2.10.2 Demanda Total de um Edifício de Uso Coletivo
3.2.3.2.10.3 Demanda Individual de Unidades Consumidoras Não Residenciais
3.2.3.2.10.4 Demanda de um Edifício com Unidades Consumidoras Residenciais e Comerciais
3.2.3.2.11 Dispositivos de Proteção
3.2.3.2.11.1 Dimensionamento do Dispositivo de Proteção
3.2.3.2.11.2 Dispositivo de proteção da Entrada de Serviço.2.3.2.12 Quadro Geral de Força e Luz
3.2.3.2.12 Quadro Geral de Força e Luz
3.2.3.2.13 Exercícios

3.3 Dispositivos de Proteção


3.3.1 Dispositivo Diferencial Residual (DR)
3.3.1.1 Principais Aplicações
3.3.2 Disjuntores
3.3.2.1 Principais Características Técnicas

3.4 Bibliografia

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3. Introdução

3.1 Simbologia Gráfica de Projeto de Instalações Elétricas – Desenho e Representação

No projeto de instalações elétricas, vários dados devem estar claramente locados na planta:
localização das tomadas, pontos de iluminação, quadros, percursos da instalação, condutores,
distribuição da carga, proteções, etc... Portanto, na planta baixa devemos no mínimo representar:

 a localização dos pontos de consumo de energia elétrica, seus comandos e indicações dos
circuitos a que estão ligados;
 a localização dos quadros e centros de distribuição;
 o trajeto dos condutores (inclusive dimensões dos condutos e caixas);
 um diagrama unifilar discriminando os circuitos, seção dos condutores, dispositivos de
manobra e proteção; indicar o material a ser utilizado

3.1.1 Símbolos - Seria muito complicado reproduzir exatamente os componentes de uma instalação,
por isso, utiliza-se de símbolos gráficos onde todos os componentes estão representados. Existem
muitos padrões para simbologia de projeto de instalações elétricas: ABNT, Dim, ANSI, JIS, ... e aqui
no Brasil também vemos a adoção de padrões personalizados que ficam estampados nas legendas,
alguns com a finalidade de simplificar o entendimento do projeto. A norma técnica que especifica os
símbolos padrões em nosso país é a NBR 5444 sb2/89. A simbologia apresentada nesta Norma é
baseada em Figurauras geométricas simples para permitir uma representação clara dos dispositivos
elétricos. Os símbolos utilizados baseiam-se em quatro elementos geométricos básicos: o traço, o
círculo, o triângulo eqüilátero e o quadrado.

3.1.1.1 Traço - O traço representa o eletroduto, os diâmetros devem ser anotados em milímetros e
seguem a tabela de conversão ao lado.

3.1.1.2 Círculo - Representa o ponto de luz, o interruptor e a indicação de qualquer dispositivo


embutido no teto. Nesse ponto, particularmente, recomendo não seguir a norma. Costumo utilizar o
símbolo S para interruptor para não confundir o desenho.

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3.1.1.3 Triângulo Eqüilátero - Representa tomada em geral. Variações acrescentadas a ela indicam
mudança de significado e função (tomadas de luz e telefone, por exemplo), bem como modificações
em sua altura na instalação (baixa, média e alta).

3.1.1.4 Quadrado - Representa qualquer tipo de elemento no piso.

A seguir são mostradas tabelas dos símbolos mais utilizados, segundo a NBR 5444.

3.1.1.5 Quadros de Distribuição

Tabela 2 - Símbolo de Quadros de Distribuição

3.1.1.6 Dutos

Tabela 3 - Símbolo de Dutos

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3.1.1.7 Interruptores

Tabela 3 - Símbolo de Interruptores

3.1.1.8 Tomadas

Tabela 4 - Símbolo de Tomadas

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3.1.1.9 Pontos de Luz

Tabela 5 - Símbolo de Pontos de Luz

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3.1.1.10 Outros Símbolos

Tabela 6 - Símbolo de Tipos de Condutores

3.1.1.11 Exercícios
1. Qual a bitola do circuito 1 e o diâmetro dos eletrodutos no desenho a seguir:

Figura 3.1 – Planta Baixa de Cômodo

2. Considerando a planta a seguir:


a. Crie uma legenda para a mesma.
b. Quantos quadros de luz há e de que tipo ele é?
c. Quantas luminárias fluorescentes e quantas incandescentes estão na planta?
d. Tem alguma tomada destinada a chuveiro elétrico?
e. Tem alguma tomada para motor ou bomba?
f. Existem eletrodutos com mais de 15 mm de diâmetro?
3. Quando não vem indicada, qual a potência nominal de uma tomada.
4. Desenhe ao lado os respectivos símbolos:
a. Ponto de luz incandescente na parede
b. Campainha
c. Ponto de luz incandescente no teto
d. Tomada baixa
e. Interruptor de 3 seções

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Figura 3.2 – Planta Baixa de uma Residência

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3.1.2 Diagramas
Os diagramas representam a instalação elétrica como um todo. Possuem diversos modelos. Os mais
utilizados são: Unifilar e a Multifilar.

3.1.2.1 Diagrama Unifilar.


É o que comumente vimos nas plantas de instalações elétricas prediais. Define as principais partes do
sistema elétrico permitindo identificar o tipo de instalação, sua dimensão, ligação, o número de
condutores, modelo do interruptor, e dimensionamento de eletrodutos, condutores, lâmpadas e
tomadas. Esse tipo de diagrama localiza todos os componentes da instalação. O diagrama a abaixo
indica a ligação de um ponto de luz no teto com 1 lâmpada de 100 watts ligado por um interruptor
simples e pertencente ao circuito 2.

Figura 3.3 – Ilustração de Representação do Diagrama Unifilar.

O trajeto dos condutores é representado por um único traço. Esse tipo de diagrama geralmente
representa a posição física dos componentes da instalação, porém não representa com clareza o
funcionamento e a seqüência funcional dos circuitos. Também pode ser representado da forma ao
lado quando indicar uma única instalação.

O diagrama unifilar deve indicar para cada carga (ponto de luz, tomada, ou aparelho específico), os
seguintes elementos básicos:

 fonte (ponto de suprimento ou quadro de distribuição);


 circuito ao que pertence;
 pontos de comando (interruptores e chaves associados);
 condutores associados.
No exemplo ao lado ligação de uma lâmpada a um interruptor:

O Condutor com função retorno e ora está no potencial do neutro quando a lâmpada esta desligada,
ora está no potencial da fase quando a lâmpada estiver acesa.

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Figura 3.4 – Ilustração de Representação do Diagrama Unifilar.


Estes e outros símbolos são normalizados pela ABNT através de normas específicas. Este esquema
unifilar é somente representado em plantas baixas, mas o eletricista necessita de um outro tipo de
esquema chamado multifilar, onde se mostram detalhes de ligações e funcionamento, representando
todos os seus condutores, assim como símbolos explicativos do funcionamento.

3.1.2.2 Diagrama Multifilar


Representa todo o sistema elétrico, indicando todos os condutores detalhadamente. Cada condutor é
representado por um traço que será utilizado na ligação dos componentes.

Figura 3.5 – Ilustração de Representação do Diagrama Multifilar.

3.1.2.3 Diagrama Funcional.


É mais utilizado para fins didáticos pois representa o esquema funcional de forma clara e acessível.

Figura 3.6 – Ilustração de Representação do Diagrama Funcional.

3.1.2.4 Diagrama de Ligação.


Representa exatamente como uma instalação é executada na prática. Também é utilizado para fins
didáticos.

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Figura 3.7 – Ilustração de Representação do Diagrama de Ligação

3.1.2.5 Comparativo

Figura 3.8 – Ilustração de todos os Diagramas

3.1.2.6 Principais diagramas de ligação


(*) imagens retiradas do Manual da Pirelli – Instalações Elétricas Prediais

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3.1.2.6.1 Circuito de Iluminação

Figura 3.9 – Ilustração de Ligação do Circuito de Iluminação

3.1.2.6.2 Circuito de Iluminação Externa

Figura 3.10 – Ilustração de Ligação do Circuito de Iluminação Externa

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3.1.2.6.3 Circuito de Tomadas de Uso Geral (TUG)

Figura 3.11 - Ilustração de Ligação do Circuito de Tomada de Uso Geral

3.1.2.6.4 Circuito de Tomadas de Uso Específico (TUE)

Figura 3.12 – Ilustração de Ligação do Circuito de Tomada de Uso Específico

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3.1.2.6.5 Interruptores

Interruptor de 1 seção: Interruptor de 2 seções:

Figura 3.13 – Ilustração de Ligação de Interruptor de 1 e 2 Seções.

Interruptor Three Way Interruptor Four Way

Figura 3.14 – Ilustração de Ligação de Interruptores Three e Four Way..

3.1.2.7 Exercícios
Mão à obra. Tente fazer as ligações indicadas. Nunca se esqueça de desligar o disjuntor
correspondente.

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3.2 Projetos de Instalações Elétricas Residenciais


Projetar uma instalação elétrica de uma edificação consiste em:
 Quantificar, determinar os tipos e localizar os pontos de utilização de energia elétrica;
 Dimensionar, definir o tipo e o caminhamento dos condutores e condutos;
 Dimensionar, definir o tipo e a localização dos dispositivos de proteção, de comando, de
medição de energia elétrica e demais acessórios.

3.2.1 Introdução
3.2.1.1 Partes Componentes de um Projeto de Instalações Elétricas
É a documentação técnica de instalação, com todos os seus detalhes, a localização dos pontos de
utilização da energia elétrica, comandos, trajeto dos condutores, divisão em circuitos, seção dos
condutores, carga de cada circuito e carga total, etc. O projeto é a representação escrita/gráfica da
instalação e deve conter no mínimo:
 Distribuição e Circuitos nas plantas baixas com a representação dos pontos de luz das
tomadas, os fios fase, neutro e retorno, etc (em caso de construção nova, indicar detalhes de
entrada e, em ampliação ou reforma, indicar o ponto de derivação do sistema) Indicação de
localização da edificação (Planta de situação em escala 1:500/1:200/1:100 com a
representação dos pontos de conexão com a rede pública)
 Legenda e Carimbo (indicando Responsável Técnico, Proprietário, Tipo de Obra, Local da
Obra, escala Nº da prancha e data)
 Elevações (quando necessário)
 Esquemas (unifilares e outros que se façam necessários);
 Detalhes de montagem, quando necessários;
 Quadros de cargas
 Memorial descritivo – justificação e descrição da solução apresentada
 Especificações técnicas - Onde se descreve o material a ser utilizado.
 Memória de cálculo (dimensionamento de condutores, condutos e proteções);

3.2.1.2 Normas técnicas a serem Consultadas


O projeto de instalações elétricas deve atender as prescrições:
 NBR 05410-2004 - Instalações elétricas de baixa tensão
 NBR 05413-1992 - Iluminância de interiores
 NBR 05444-1968 – SB02 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais
 NBR 09050- 2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
 Livro de instruções gerais – baixa Tensão – Eletropaulo ou norma da concessionária local,
caso o projeto não esteja sob a área de atuação da Eletropaulo.
Existem muitas outras normas correlatas à instalação elétricas relacionadas à símbolos gráficos e
componentes elétricos: NBRs 5112; 5259; 5261; 5280; 5311; 5419;5456; 5471;5597; 5598; 5624;
6014; 6148; 6150; 6513; 6880; 8346; 12519; 12520; 12521; 12522; 12523; 13057; NBR IEC 50 (826)
O projeto também deverá ser:
 Flexível – prever possibilidades de alterações, ampliações, reserva de carga, uso de novos
equipamentos.
 Acessível – seguir as normas de acessibilidade
 Confiável – deverá seguir todas as normas técnicas para seu perfeito funcionamento e
segurança e quando da implantação, deverá utilizar componentes de qualidade para não
comprometer o projeto por uma execução inadequada.

3.2.1.3 Etapas da Elaboração do Projeto


Obter:
 Informações preliminares
 Plantas de situação
 Projeto arquitetônico
 Projetos complementares
 Informações obtidas do proprietário

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Realizar:
 Quantificação do sistema
 Levantamento da previsão de cargas (quantidade e potência nominal dos pontos de utilização
– tomadas, iluminação, elevadores, bombas, arcondicionado, etc)
 Desenho das plantas
 Desenho dos pontos de utilização
 Localização dos Quadros de Distribuição de Luz (QLs) e da localização dos Quadros de Força
(QFs)
 Divisão das cargas em circuitos terminais
 Desenho das tubulações de circuitos terminais e de circuitos alimentadores
 Localização das Caixas de Passagem dos pavimentos e da prumada,
 Medidores, Ramal Alimentador e Ponto de Entrega (quando for o caso)
 Desenho do Esquema Vertical (prumada), se for o caso
 Traçado da fiação dos circuitos alimentadores
 Dimensionamento de todos os componentes do projeto, com base nos dados registrados nas
etapas anteriores + normas técnicas + dados dos fabricantes
 Quadros de distribuição – desenho de distribuição
 Quadros de distribuição de carga (tabelas)
 Diagramas unifilares
 Memorial descritivo: descreve o projeto sucintamente, incluindo dados e documentação do
projeto
 Memorial de cálculo, contendo os principais cálculos e dimensionamentos: cálculo das
previsões de cargas; determinação da demanda provável; dimensionamento de condutores,
eletrodutos e dispositivos de proteção
 Especificações técnicas e lista de materiais
 ART junto ao CREA local, (se for o caso)
 Análise e aprovação da concessionária (possíveis revisões), (se for o caso)

Observações:
Segundo a NBR5410 a distribuição dos pontos de luz e tomadas dentro de um ambiente deve
obedecer aos seguintes critérios:
I – Cada ambiente deve ter pelo menos 1 ponto de luz no teto comandado por um interruptor de
parede;
2
II - Para cada cômodo com área igual ou inferior a 6,00 m deve haver pelo menos 1 tomada;
2
III - Para cômodos com área maior do que 6,00 m deve haver pelo menos uma tomada para 5m
de perímetro ou fração;
IV - Para cozinhas, copas, áreas de serviço e banheiros deve haver pelo menos uma tomada
para cada 3,50 m ou fração;
V - Para subsolos, garagens, varandas e sótão deve haver pelo menos uma tomada.
No entanto, arquitetos devem sempre projetar pensando no máximo conforto e segurança.
Listar todos os equipamentos, fontes iluminantes e tomadas de serviço que sejam necessárias
para atender perfeitamente às necessidades do cliente.

O projeto será tão mais adequado, quanto maior for a sua interação com o cliente, que deverá lhe
passar as informações sobre suas necessidades energéticas cotidianas. Assim, o projeto deverá
conter 3 etapas:
1) Avaliação das necessidades/anseios do cliente
São feitas reuniões entre o arquiteto e o cliente para estabelecer as definições gerais de projeto: tipo
de iluminação e dos condutos e a maneira em que serão instalados, forma de alimentação, pontos de
consumo e cargas a serem previstas, equipamentos especiais, etc.
2) Estudo preliminar
As primeiras plantas são geradas contendo a marcação dos pontos, levando em conta:

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 Locação de todos os pontos de consumo - Consiste na marcação emplantas, em escalas


adequadas, dos quadros de distribuição, pontos de iluminação, tomadas de uso geral,
tomadas para aparelhos específicos e interruptores.
 Adequação dos pontos de luz: devem ser locados com base no projeto luminotécnico. Caso o
mesmo não tenha sido elaborado, toma-se em conta que para residências adota-se: Em
dependências com área inferior a 6 m2 prever carga mínima de 100VA. Em dependências com
2 2 2
mais de 6 m prever 100Va para os primeiros 6 m e mais 60 VA para cada 4 m excedente.
 Locação de tomadas específicas – destinadas a alimentar equipamentos não portáteis:
chuveiros, aparelhos de ar condicionado, geladeira, máquina de lavar roupa, secadora,..
devem ser instaladas no máximo a 1,5 m do local previsto para o equipamento a ser
alimentado. As demais tomadas são chamadas de tomadas gerais: além das especificadas na
pág. anterior deve-se prever:
 em banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório e sempre a uma distância
de mais de 60 cm do Box.
 em cozinhas e copas acima de cada bancada com largura igual ou superior a 0,30 m
pelo menos uma tomada;
2
 nos demais cômodos e dependências, se a área for igual ou inferior a 6m , pelo
2
menos uma tomada; se a área for superior a 6m , pelo menos uma tomada para cada
5m, ou fração, de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível. Para as
tomadas de uso geral em banheiros, cozinhas, copas áreas de serviço, lavanderias e
locais análogos, no mínimo 600 VA por tomada, até 3 tomadas e 100 VA por tomada,
para as excedentes; para as tomadas de uso geral nos demais cômodos ou
dependências, no mínimo 100 VA por tomada.
 Interruptores – para locação dos interruptores levar em conta a posição e sentido de abertura
das portas e o caminho a ser percorrido pelo usuário.

3) Projeto Executivo
Projeto completo, acrescido dos desenhos de detalhados da instalação e que possibilitam a
integração da instalação elétrica com os demais projetos complementares, compatibilizando as
interferências entre os mesmos. Esta etapa envolve a definição do percurso dos eletrodutos, dos
circuitos terminais e elaboração dos diagramas unifilares.
Traçado dos eletrodutos: deverá minimizar as quantidades de materiais a serem utilizados, e evitar
interferências com as outras instalações prediais (água, esgoto, gás, etc) e elementos estruturais da
construção. No entanto, a economia não deverá provocar problemas futuros de instalação e
manutenção. Evitar: excesso de eletrodutos e de condutores em caixas de derivação, muitos
cruzamentos de eletrodutos no interior das paredes e lajes, caixas em lugares de difícil acesso, etc.

3.2.1.4 Fluxograma Geral de Desenvolvimento do Projeto


Segundo Domingos Leite Lima Filho no livro “Projeto de Instalações Elétricas Prediais”- um projeto
segue sempre o fluxograma a seguir.

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Figura 3.15 – Ilustração do Fluxograma de Desenvolvimento de Projeto.


3.2.1.5 Exercícios

Formem duplas, um será o cliente e o outro o projetista. Considerando a edificação abaixo, criar uma
tabela de necessidades, e crie um layout localizando os equipamentos.

Monte o estudo preliminar seguindo a simbologia da NBR

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Figura 3.16 – Ilustração de uma Planta de Residência.

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3.2.2 Dimensionamento

Como já foi citado no capítulo anterior, a quantificação do sistema é feito através de:

 levantamento da previsão de cargas


 divisão das cargas em circuitos
 Dimensionamento de todos os componentes do projeto.
Através de cálculos simples pode-se definir elementos que nos permite escolher adequadamente o
melhor método de instalação, a seção e o material do eletroduto, a seção e tipo de isolação de
condutores e cabos e os dispositivos de proteção (disjuntores).
A prática indica a seqüência de dimensionamento, que é a seguinte:
1 – Estabelecer a quantidade de pontos de iluminação
2 – Dimensionar da potência de iluminação.
3 – Estabelecer a quantidade de tomadas, de uso geral e específico.
4 – Dimensionar da potência das tomadas de uso geral e específico.
5 – Dividir a instalação em circuitos terminais.
6 – Calcular a corrente dos circuitos.
7 – Dimensionar os condutores.
8 – Dimensionar os eletrodutos.
9 – Dimensionar os dispositivos de proteção dos circuitos.
10 – Dimensionar o quadro de distribuição de acordo com a quantidade de circuitos da instalação.

3.2.2.1 Dimensionamento da potência de iluminação


Pela NBR5410/04 a quantidade mínima de pontos e a potência instalada mínima por ambiente é :

Cada ambiente deve possuir pelo menos um ponto de luz no teto, controlado por um interruptor
de parede.
Nos banheiros, as arandelas devem ficar a 60 cm, no mínimo, do limite do boxe.
A potência mínima de iluminação deve ser considerada em função da área de cada ambiente, ou
seja:
 Para áreas externas em residências não há critérios definidos na NBR 5410, portanto,
os pontos de iluminação vão ser determinados de acordo com as necessidades do
cliente;
 Em ambientes internos com área de até 6 m², o valor mínimo é de 100VA;
 Para ambientes internos acima de 6m², o valor mínimo de 100VA é válido para os
primeiros 6m². A partir daí, são acrescentados 60VA a cada 4m² inteiros considerados.

Obs: a NBR5410/04 define como “pontos” as localizações de aparelhos fixos de consumo destinado à
iluminação e tomadas de corrente, os locais onde são alimentados os aparelhos eletrodomésticos e
demais equipamentos.

Exemplos:

1) Para uma sala com dimensões 2,5 (Largura) x 3,0 (comprimento) m. Calculando a Área A=L x C =
2,5 x 3,0 = 7,5 m2. Esse valor é maior do que os 6 m2 indicados na norma, no entanto a área que
sobra não chega a 4 m2, então não há necessidade de acrescentar mais 60VA, apenas os 100VA , já
antendem ao valor mínimo estabelecido pela norma.

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Três observações:
 a potência total poderá ser divida em diversas lâmpadas, por exemplo 2 de 25VA e uma de 50
VA, contanto que a somatória seja o valor indicado.
 Essa é a potência mínima, porém por razões estéticas pode-se acrescentar outros pontos ou
maior potência em cada ambiente, dependendo do uso e das preferências dos moradores da
residência.
 Para o dimensionamento de iluminação em prédios de escritório, comerciais ou industriais,
usa-se o método de lumens, descrito pela própria NBR 5413 – Iluminação de interiores –
procedimentos.
2) Para uma outra sala com 3,2 x 3,5 m, a área é de 11,20 m2. Tem-se então: para os primeiros 6m², a
2 2
potência mínima de 100VA. Fora esses 6 m a área que sobra é de : 11,20 – 6.00 = 5,20 m como
2 2 2
esse valor é maior do que 4 m então tem-se mais 60 VA aí sobram 1,20 m que não atingem 4 m e
não precisam ser quantificados = 100 + 60 = 160VA.
Admite-se que o ponto de luz seja instalado na parede (em forma de arandela) em espaços sob a
escada, depósitos, despensas, lavabos e varandas, desde que suas dimensões sejam pequenas e a
colocação do ponto de luz no teto seja difícil execução.

3.2.2.1.1 Tabela prático para dimensionarmento de pontos de luz e relação de potências entre
tipos direferentes de lâmpadas:

Tabela 7 – Tipos de Lâmpadas no Ponto de Luz: Incandescente e Fluorescente

3.2.2.2 Dimensionamento da potência de tomadas


Da mesma forma como no dimensionamento dos pontos de iluminação, a quantificação de tomadas
tem relação direta com o tamanho do ambiente. Atualmente a demanda de energia elétrica por
equipamentos de som/vídeo/informática e eletrodomésticos em geral é muito grande. Por isso, faz-se
necessário dimensionar corretamente o projeto de instalações elétricas.
A NBR 5410 estabelece que as tomadas dividem-se em dois tipos:
 TUG -Tomadas de Uso Geral - podem ser ligados os aparelhos móveis ou portáteis que
funcionam algum tempo e depois são removidos: carregador de celular, liquidificador,
batedeira, ....
 TUE - Tomada de Uso Específico – destinadas a alimentar os equipamentos fixos: chuveiro,
torneira elétrica, geladeira, maquina de lavar roupa, e outros.

3.2.2.3 Dimensionamento de Tomadas de Uso Geral (TUGs)


Segundo a NBR 5410/04, a quantidade mínima de tomadas de uso geral, deve atender aos seguintes
requisitos:

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 Em subsolos, varandas, garagens e sótãos, recomenda-se pelo menos uma tomada por
ambiente.
 Para ambientes com área até 6m² deve-se instalar, no mínimo, uma tomada.
 Para ambientes gerais com área maior que 6m², calcula-se o perímetro, e divide-se o valor
resultante por 5 (uma tomada a cada 5m). O resultado corresponde à quantidade de
tomadas do ambiente. Elas devem ser espalhadas o mais uniformemente possível;
 Em copas, cozinhas ou combinação delas, deve-se ter uma tomada de uso geral a cada
3,5m de perímetro ou fração de perímetro. Acima da bancada da pia devem ser previstas,
no mínimo, duas tomadas de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos.
(particularmente eu adoto isso também para áreas de serviço).Nos banheiros deve haver,
no mínimo, uma tomada junto ao lavatório a uma distância de 60cm do limite do boxe.

Observação IMPORTANTE:
Para ambientes tais como banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias
e locais semelhantes, deve-se atribuir, no mínimo, 600VA por tomada, com limite máximo de até 3
tomadas, adotando-se 100VA para as tomadas excedentes.
Exemplos:

1) Para uma sala com dimensões 2,5 (Largura) x 3,0 (comprimento) m. Calculando a Área A=L x C =
2
2,5 x 3,0 = 7,5 m . Calculando o Perímetro P= L+L+C+C = 2,5+2,5+3,0+3,0 = 11,00 m. Em seguida,
divide-se o valor obtido por 5: n = 11/5 = 2. Esse resultado indica que devem ser instaladas 2
tomadas: uma a cada cinco metros. Porém, como ainda sobram 1m, mais uma tomada deve ser
instalada, totalizando assim três TUGs.

ATENÇÃO: no caso de tomadas sempre que houver sobra de perímetro deve se adicionar mais
uma tomada (diferente do cálculo de iluminação).

Distribuir, se possível uma TUG por parede, no mínimo, para possibilitar alterações de layout. Então, o
ideal é colocar pelo menos 4 tomadas, uma em cada parede.
Este número estimado de tomadas é o valor mínimo admissível para esta área, isso não quer dizer
que não podemos adicionar mais tomadas conforme a necessidade ou determinação do cliente ou do
arquiteto. Para ambientes gerais prever potência mínima de 100VA = potência total = 400 VA
2
2) Para uma cozinha de 3,2 x 3,5 m, a área é de 11,20 m . O perímetro P= 3,2+3,2+3,5+3,5 =13,40m.
Em relação a cozinhas, a NBR 5410 orienta que as tomadas sejam instaladas a cada 3,5m ou fração
de perímetro. Assim, n = 13,6 /3,5 =3,83 Isso indica que haverá uma tomada para cada um dos três
primeiros 3,5 do perímetro e mais uma tomada para os 0,83 m – fração restante – 4 TUGS na
cozinha, sendo que três terão potência 600VA e a outra 100VA. A potência total fica: P = (3 x 600) +
100 = 1900VA

Observação: Sempre que possível, deve-se instalar uma quantidade maior de pontos de tomada
de uso geral. Assim, evita-se a utilização de extensões e benjamins, reduzindo o desperdício de
energia e evitando comprometer a segurança da instalação.

3.2.2.3.1 Tabelas práticas para dimensionamentos de Tomadas de Uso Geral (TUG).


As tabelas indicam as quantidades mínimas de tomadas.

3.2.2.3.1.1 Tomadas para Copa, Cozinha e Áreas de Serviços:

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Tabela 8 – Quantidade de Tomada TUG por Perímetro

3.2.2.3.1.2 Tomadas para Banheiros:


Tabela 9 – Quantidade de Tomada TUG no Banheiro

3.2.2.3.1.3 Tomadas para Subsolos, Varandas, Garagens e Sotãos:


Tabela 10 – Quantidade de Tomada TUG nas Áreas Extras

3.2.2.3.1.4 Tomadas para os demais Cômodos e Depêndencias:


Tabela 11 – Quantidade de Tomada TUG na Área Social

3.2.2.4 Dimensionamento de tomadas de uso específico (TUEs)


O dimensionamento e a quantidade de aparelhos que necessitam de tomadas de uso específico têm
relação direta com o numero de aparelhos que serão instalados em cada ambiente. A potência
nominal é a potência indicada na identificação do aparelho, ou em sua especificação contida no
manual de instalação.
Em geral no mínimo tem-se:
 Um chuveiro: 5.600W a 6.500W
 Uma torneira elétrica: 3.000W a 5000W
 Uma geladeira: 500W a 800W
 Máquina de Lavar: 600W a 2.000W

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 Ferro de passar roupa: 400W a 1.600


Estes aparelhos já possuem locais pré-determinado, e suas tomadas devem ser instaladas a, no
máximo, 1,5 m de cada equipamento. Devemos sempre deixar uma potência maior (folga) para
equipamentos com potência alta por que constantemente são lançados novos modelos com maior
potência e os usuários tendem a trocá-los.
A norma prevê que aquecedores de água sejam conectados diretamente sem utilização de tomada e
que tenham um circuito próprio.
Tabela dos principais equipamentos e potências relativas:
Tabela 12: Potência de Aparelhos Elétricos

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Continuação da Tabela 12: Potência de Aparelhos Elétricos

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Continuação da Tabela 12: Potência de Aparelhos Elétricos

3.2.2.5 Exercícios

Figura 3.17 – Ilustração do Diagrama Unifilar em uma Residência.

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1. Considerando a planta anterior:


 listar os ambientes da residência e indicar quantos e quais são os componentes instalados em
cada um.
 quais são os condutores indicados a passarem pelo eletroduto indicado pela letra A? e pela
letra B?
 quais são os erros verificados no projeto?
 o que poderia ser melhorado?
 preencha a seguinte tabela:

Tabela 13: Potência Instalada

2. Considerando a planta a seguir:

Figura 3.18 – Ilustração de uma Planta Baixa de uma Residência.

Dimensionar seguindo a NBR 5410/04 a quantidade e potência de pontos de iluminação, TUGs e


TUEs. Preencha a tabela seguindo modelo a seguir:

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Tabela 14: Potência Instalada

Depois elabore uma segunda tabela incluindo mais itens que considerem necessários.

3. Seguindo a planta abaixo dimensionar seguindo a NBR 5410/04 a quantidade e potência de pontos
de iluminação, TUGs e TUEs. Preencha a tabela seguindo modelo da página anterior.

Figura 3.19 – Ilustração de uma Planta Baixa de uma Residência.

Depois elabore uma nova sugestão de quantidade de pontos e potências segundo as necessidades
de uma casa de alto padrão.

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3.2.3 Divisão dos Circuitos


Pode-se considerar circuito elétrico como o conjunto de componentes, condutores e cabos, ligados ao
mesmo equipamento de proteção (disjuntor). Então, cada circuito será composto pôr todos os
condutores, eletrodutos, tomadas, luminárias ligados a um mesmo disjuntor.
Tem-se dois tipos básicos de circuito:
 Circuito de Distribuição – liga o quadro do medidor ao quadro de distribuição.
 Circuito Terminal – é aquele que parte do quadro de distribuição e alimenta diretamente
lâmpadas, tomadas de uso geral(TUG) e tomadas de uso específico(TUE).

Segundo a NBR 5410/04, deve-se :


 Prever circuitos de iluminação separados dos circuitos de TUGs, procurando limitar a corrente
total do circuito a 10A.
 Prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento que possua corrente
nominal superior a 10A.
 Limitar a potência total para 1.270VA em instalações 127V e 2.200 VA em 220V.

Isso pressupõe que, para uma instalação predial residencial, tem-se, no mínimo, três circuitos
terminais: um para iluminação, um para uso geral e um para uso específico (chuveiro).
No entanto,um bom projeto de circuitos terminais levará em conta:
Recomenda-se para os circuitos de iluminação, separá-los em:
 Área Social: sala, dormitórios, banheiro, corredor e hall.
 Área de Serviço: copa, cozinha, área de serviço e área externa.

E para os circuitos de tomada de uso geral, separa-los em:


 Área Social: sala, dormitórios, banheiro, corredor e hall.
 Área de Serviço 1: Copa.
 Área de Serviço 2: Cozinha.
 Área de Serviço 3: Área de serviço.

Com relação aos circuitos de tomada de uso específico, deve-se ter um circuito independente para
cada carga que possua uma corrente nominal superior a 10 A, portanto um disjuntor para cada
tomada que alimentará o equipamento específico. Nas instalações alimentadas com duas ou três
fases, as cargas devem ser distribuídas entre as fases de modo que se obtenha o maior equilíbrio
possível.
Exemplo : cada caso é um caso, mas segue um pequeno exemplo: Para uma casa básica com sala,
cozinha, dois dormitórios, uma área de serviço e um banheiro, para o qual faremos um projeto dentro
da Norma técnica , sem preocupação com economias que trazem prejuízos futuros.

Solicitações:
 Nos dormitórios haverá um aparelho de ar condicionado em cada um (220V, 5A) e um
computador (127V, 4A) em um deles.
 Na sala não haverá nenhuma tomada de uso específico.
 Na cozinha haverá uma geladeira (127V, 4A), um forno de microondas (127V, 6A) e uma
torneira elétrica (220V, 15A).
 Na área de serviço serão instaladas uma lavadora (127V, 6A) e uma secadora (127V, 12A).
 No banheiro haverá um aquecedor para a torneira da pia (220V, 20A) e um chuveiro (220V,
25A).
Com relação às tomadas de uso específico, a NBR 5410, prevê um circuito para cada equipamento
que possua corrente acima de 10A, ou seja, no exemplo têm-se:
 Circuito 1 - Torneira elétrica da cozinha (15A);220V
 Circuito 2 - Chuveiro elétrico no banheiro (25A);220V
 Circuito 3 - Aquecedor para a torneira da pia do banheiro (20A);220V
 Circuito 4 - Secadora (12A);

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Os circuitos restantes foram assim agrupados:


 Circuito 5 – Dois aparelhos de ar condicionado para os dormitórios (2 x 5A);
 Circuito 6 – Uma geladeira (4A) e um forno de microondas (6A) na cozinha.
 Circuito 7 - Lavadora (6A), na lavanderia e demais TUGs da lavanderia
 Circuito 8 – Computador (4A) e demais TUGs dos dormitórios;
 Circuito 9 – TUGs da sala e copa.
 Circuitos 10 em diante – Iluminação

3.2.3.1 Cálculo da Corrente Elétrica dos Circuitos


Sabe-se que existe uma relação direta entre a Potência elétrica, tensão e a corrente através da
fórmula: P = V x I, onde P = Potência elétrica; V = Tensão elétrica; e I = Corrente elétrica, isto é, para
se obter a potência, é só multiplicar a tensão pela corrente. Cada circuito é responsável pôr alimentar
certa carga (potência). Normalmente nos equipamentos, encontra-se o valor da Potência e da tensão,
então para encontrar a corrente basta inverter a fórmula _ I = P/V. Por exemplo, se o cliente tiver um
forno elétrico que consome 1100W, com tensão de 127V, a corrente elétrica será: I = P/V = 1100/127
= 8,66 A. A bitola do condutor e o dispositivo de proteção (disjuntor) são dimensionados a partir do
valor da corrente. Então: soma-se a potência de um dado circuito, divide-se pela tensão do mesmo e
chega-se à corrente.

3.2.3.2 Condutores e Eletrodutos, e seu Dimensionamento


É através dos condutores elétricos que a corrente elétrica circula, dissipando uma quantidade de calor
(efeito Joule). Esse efeito, apesar de não poder ser evitado, pode ser minimizado através da escolha
correta do tipo e bitola do condutor. Fabricados com materiais condutores, entre os quais os mais
utilizados são o cobre e o alumínio. Cada um desses materiais apresentam vantagens e desvantagens
em sua utilização. Atualmente o condutor de cobre é o mais utilizado nas instalações elétricas
residenciais, comerciais e industriais, e o condutor de alumínio é mais empregado em linhas de
transmissão pôr ser mais leves, gerando maior economia estrutural. Como já foi explanado, quando o
condutor é constituído de apenas um fio é denominado de fio rígido, quando é constituído de vários
fios, chama-se cabo e é bem mais flexível do que um fio de mesma seção, facilitando a instalação. A
NBR5410/04 determinou que os fios e cabos:
2
 usem nova escala de seções padronizadas em mm e
 empreguem materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60 ºC para 70
ºC.
Materiais isolantes com resistência maior a temperatura permitem o aumento da densidade de
2
corrente (ampères por mm ).

3.2.3.2.1 Isolação
Para a proteção do condutor contra choques mecânicos, umidade e elementos corrosivos, é utilizada
uma capa de material isolante denominada isolação, que tem como principal propriedade a separação
entre os diversos condutores. A camada isolante deve suportar a diferença de potencial entre os
condutores e terra e à temperaturas elevadas. Alguns condutores possuem duas camadas de
materiais diferentes, nesse caso, a camada interna (isolação) é constituída por um composto com
propriedades de proteção elétricas, e a externa (cobertura) é constituída por um material com
características de proteção mecânicas elevadas.
Tabela 15 – Tipo de Isolação de Condutores.

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Abaixo tabela que mostra o limite de condução elétrica pelos condutores com relação ao diâmetro da
seção.

Tabela 16 – Limites de Condução Elétrica de Condutores.

Como já se sabe, os condutores devem estar protegidos contra sobrecargas e curtos circuitos através
de disjuntores adequados que também são dimensionados de acordo com sua capacidade de
condução de corrente, especificada pelo fabricante.

Dimensionar o condutor (fio ou cabo) de um circuito é definir a bitola seção nominal) dos cabos
alimentadores do circuito de forma que seja garantido que a corrente que circular por ele, durante um
tempo ilimitado, não provocará superaquecimento.

3.2.3.2.2 Seção Mínima dos Condutores


A NBR 5410/04 estabelece as seções mínimas dos condutores de um circuito em função do uso e
2
determina a unidade da seção em mm . Para circuitos de iluminação, a seção mínima de um condutor
2
de cobre é de 1,5mm e para circuitos de tomadas (TUE E TUG) a seção mínima de um condutor de
cobre é de 2,5 mm2. Também especifica a seção mínima dos condutores neutro e de aterramento
para circuitos monofásicos e bifásicos.
Tabela 17: Seção Mínima do Condutor de Proteção

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Para o dimensionamento dos condutores, a NBR 5410/04 estabelece dois métodos:

 Dimensionamento pelo critério da máxima condução de corrente;


 Dimensionamento pelo critério da queda de tensão admissível nos condutores.
 Critério da máxima condução de corrente é o método mais utilizado em projetos elétricos prediais
e residenciais.
 Segundo esse método deve-se :
- Calcular a corrente elétrica de cada circuito (corrente de projeto);
- Determinar o fator de agrupamento de cada circuito;
- Calcular a corrente corrigida de cada circuito;
- Determinar o condutor em função da máxima capacidade de condução de corrente.

3.2.3.2.2.1 Cálculo da Corrente no Circuito

- Circuito Monofásico (Fase e 1 Neutro)


Pn
IB 
v  Cos  

IB: Corrente de Projeto do circuito, em ampères (A)


Pn: Potência nominal do circutio, em Watts;
v: Tensão entre fase e neutro, em Volts;
Cosφ: Fator de Potência
η : Rendimento, isto é, a relação entre a Potência de saída Ps (η =Ps/Pe) e a Potência de entrada Pe de
um equipamento.

- Circuitos Bifásicos (2 Fases e 1 Neutro)

Pn
IB 
V  Cos  
V: Tensão entre fases, em Volts;

- Circuitos Trifásicos (3 Fases e 1 Neutro)

Pn
IB 
3  v  Cos 

- Circuitos Trifásicos Balanceados (3 Fases)

Pn
IB 
3 V  Cos 

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3.2.3.2.2.2 Condutores Carregados conforme o Tipo de Circuito

Tabela 18: Número de Condutores Carregados

3.2.3.2.3 Cálculo da Corrente de Projeto


Como já foi citada a corrente de projeto (IB) é obtida dividindo-se a potência do circuito (em VA ou W)
pela Tensão do circuito (em V) IB = P/V
Por exemplo: uma máquina de lavar com Potência de 1200 w alimentado por uma tensão de 127V:
P 1200
IB    9,45 A  I B  9,45 A .
V 127

P 5400
Para um chuveiro de 5400W com 220V. I B    24,54 A  I B  24,54 A
V 220
3.2.3.2.4 Fator de Correção de Agrupamento (FCA)
A corrente de projeto indica a corrente elétrica que será transportada pelo condutor até o equipamento
que está sendo alimentado pelo sistema elétrico. Essa corrente elétrica que passa pelo condutor
localizado dentro do eletroduto provoca um aquecimento. Esse aquecimento é dissipado dentro do
eletroduto e quanto maior for a quantidade de circuitos dentro do eletroduto, menor será a capacidade
desse eletroduto de dissipar esse calor, o que causa o superaquecimento do circuito. Pôr causa desse
aquecimento, os condutores ficam com sua capacidade de condução de corrente prejudicada. Para
solucionar este problema, a NBR 5410/04 estabelece que seja feita a correção da corrente elétrica em
função do número de circuitos agrupados no interior de cada eletroduto. Essa correção é feita
utilizando-se um fator de agrupamento de condutores. O fator de correção de agrupamento é um valor
numérico estabelecido em função do agrupamento de circuitos no pior trecho do projeto. Veja tabela a
seguir:
Tabela 19: Fator de Correção de Agrupamento.

Para efetuar o cálculo, escolha um circuito, diga todo o caminho de ligação desse circuito para
identificar em qual trecho há um maior agrupamento de circuitos. Depois contar quantos circuitos se
acumulam no trecho de maior densidade e consultar na tabela acima o fator de agrupamento que
deverá ser utilizado.

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3.2.3.2.5 Fator de Correção de Temperatura (FCT)


As características dos condutores são obtidas em certa temperatura pelos fabricantes, por isto caso o
ambiente em que ele será instalado operar com uma temperatura diferente ao do ensaio, deve-se
aplicar um fator de correção de temperatura (FCT). A tabela 14 é aplicável a temperaturas ambientes
o o
diferentes de 30 C para condutores embutidos na parede e de 20 C (temperatura do solo) para
condutores enterrados.
Tabela 20: Fator de Correção de Temperatura.

3.2.3.2.6 Cálculo da Corrente de Projeto Corrigida


A corrente corrigida de um circuito é o valor da corrente de projeto dividido pelo fator de agrupamento.
IB
Então, o valor da corrente de projeto corrigida (IBC) de um circuito é igual a: I B C  .
FCA  FCT
Onde, IBC é a corrente de projeto corrigida; IB é a corrente de projeto e FCA é o fator de Correção de
agrupamento e FCT é o fator de Temperatura.

Exemplo: Numa residência, o circuito 2 alimenta o circuito de alimentação da área social com 800VA
de potência elétrica. Ao acompanharmos o caminho que o circuito faz na instalação, notamos que
num dado trecho, onde se encontra a maior concentração, este circuito do projeto elétrico está
instalado junto com dois outros circuitos no mesmo eletroduto. Temos que, a corrente corrigida deste
circuito será de: Lembre-se primeiro de calcular a corrente de projeto (IB), considere a temperatura do
o
local da instalação de 30 C, assim FCT=1.
P 800
I B   6,30 A  I B  6,30 A
V 127
Observando a tabela anterior, vemos que o fator de Correção de agrupamento (FCA) para um circuito
que encontra com outros dois é de FCA = 0,70.
Pela fórmula de correção de corrente de projeto, tem-se:
IB 6,30
I BC    9,00 A  I B C  9,00 A
FCA 0,70

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3.2.3.2.7 Capacidade de Condução de Corrente dos Condutores


Para o correto dimensionamento dos condutores que serão utilizados na instalação, não basta
conhecer a corrente corrigida do projeto por circuito. É necessário conhecer qual é a maior corrente
elétrica que o condutor suporta, sem que haja um sobreaquecimento capaz de danificar a sua
isolação. A NBR 5410/04, estabelece os valores de corrente para os condutores em função do modo
como serão instalados. Na tabela a seguir, os valores nominais de capacidade de condução de
corrente, para condutores isolados, são fornecidos para os instalados no interior de eletrodutos
plásticos, os embutidos em alvenaria ou para eletrodutos metálicos aparentes.
Tabela 21: Método de Instalação dos Condutores

Tabela 22: Seção pela Capacidade de Condução de Corrente dos Condutores

Portanto, para determinar a correta seção do condutor basta respeitar a equação:

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I Z  I BC , isto é, o condutor escolhido deve possuir uma capacidade de condução de corrente maior
ou igual à corrente corrigida. Nela, I BC é a corrente corrigida e IZ é a capacidade de condução de
corrente para uma dada seção.
Exemplo: Para uma residência que possui um circuito de iluminação com potência 1100VA, tensão do
circuito 127V; e acúmulo de 3 circuitos no trecho mais denso da instalação, considere a temperatura
o
do local da instalação de 30 C, assim FCT=1:
P 1100
O primeiro passo é calcular a corrente de projeto: I B    8,66 A  I B  8,66 A
V 127
Depois é necessário encontrar o fator de Correção de agrupamento deste circuito na tabela:
Fator de Correção de agrupamento para 3 circuitos = 0,70 , FCA = 0,70
IB 8,66
Aplicando a fórmula tem-se: I B C    12,37 A  I B C  12,37 A
FCA 0,70
Pela NBR 5410/04, não é permitido utilizar num circuito de iluminação, um condutor com seção menor
que 1,5mm2, que, pela tabela de capacidade de condução de corrente de condutores, suporta até
15,5A. Então, o condutor a ser utilizado é o de 1,5 mm2. Para facilitar os cálculos monte para cada um
dos projetos, uma tabela semelhante a que vem a seguir:
Tabela 23: Demanda Instalada Total.

3.2.3.2.8 Critério do Limite da Queda de Tensão

A queda de tensão provocada pela passagem de corrente elétrica nos condutores dos circuitos de
uma instalação deve estar dentro de determinados limites máximos, a fim de não prejudicar o
funcionamento dos equipamentos de utilização ligados aos circuitos terminais.

Os efeitos de uma queda de tensão acentuada nos circuitos alimentadores e terminais de uma
instalação levarão os equipamentos a receber em seus terminais, uma tensão inferior aos valores
nominais. Isto é prejudicial ao desempenho dos equipamentos, que além de não funcionarem
satisfatoriamente (redução de iluminância em circuitos de iluminação, redução de torque ou
impossibilidade de partida de motores, etc) poderão ter a sua vida útil reduzida.

Limite de Quedas de Tensão


Em qualquer ponto de utilização da instalação, a queda de tensão verificada não deve ser superior
aos seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação:
a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de
transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s);
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa
distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí localizado;
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com
fornecimento em tensão secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador próprio.

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Figura 3.20 – Limites de Queda de Tensão – NBR-5410.

Roteiro para Dimensionamento pela Queda de Tensão


Passo 1: Dados Necessários
 Maneira de Instalar do Circuito;
 Material do Eletroduto (Magnético ou não Magnético);
 Tipo do Circuito (Monofásico, ou Trifásico);
 Corrente de Projeto, IB, em Ampères;
 Fator de Potência Média, Cosφ do circuito;
 Comprimento, l do Circuito em Km;
 Tipo de isolação do condutor;
 Tensão, V, do circuito em Volts;
 Queda de Tensão, e(%), admissível.

Passo 2: Cálculo da queda de Tesnsão Unitária


A queda de Tensão Unitária, ΔVunit, em Volts/Ampère.Km, do circuito, é calculada pela expressão:

e(%)  V
Vunit 
IB l

Passo 3: Escolha do Condutor


Com o valor de ΔVunit calculado, entramos em uma das tabelas de queda de tensão para condutores
que apresente as condições de instalação indicadas no item "a", e nesta encontramos o valor cuja
queda de tensão seja igual ou imediatamente inferior à calculada, encontrando daí a bitola nominal do
condutor correspondente.
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OBS: O processo de cálculo indicado acima é usado para circuitos de distribuição e para circuitos
terminais que servem a uma única carga, sendo "I" o comprimento do circuito, desde a origem até a
carga (ou ao quadro de distribuição).
Em circuitos com várias cargas distribuídas, teremos que calcular a queda de tensão trecho a trecho,
ou aplicar o Método Simplificado Watts x metros, conforme veremos adiante.

IMPORTANTE: a chamada "queda de tensão unitária", dada em V/A.Km é tabelada pelos


fabricantes de cabos para diversos tipos de circuitos e diversos valores do fator de potência.

Tabela 24: Seção pela Queda de Tensão em V/A.km

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Correntes Máximas de Curto Circuito do Condutor

Gráfico 1 – Corrente Máxima de Curto circuito.

Passo 4: Cálculo da queda de Tensão pelo Método do Watts x metro


Podemos utilizar um método simplificado para calcular a queda de tensão em circuitos com pequenas
cargas. Este método pode ser aplicado a circuitos terminais de instalações de casa e apartamentos,
nos quais temos diversas cargas (lâmpadas e tomadas) distribuídas ao logo dos mesmos.

Este método considera apenas a resistência ôhmica dos condutores, não considerando a reatância
indutiva, que também influi na queda de tensão. Também parte do princípio de que a corrente elétrica
distribui-se de forma homogênea pelo condutor, o que não ocorre na realidade, devido ao efeito
pelicular, criado pelo campo magnético gerado pela própria corrente elétrica que passa pelo condutor.
Para condutores com diâmetros relativamente pequenos, a reatância indutiva e o efeito pelicular têm
influência limitada e este método produz uma aproximação aceitável.

Fundamento do Método:
 A queda de tensão percentual pode ser expressa por:

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RI
V(%)   100
V
 Para circuitos a dois condutores temos:
2l
R
 S
 Substituindo I e R na primeira equação, teremos:
2l P

V(%)    S V  100  200  l  P
V   S V 2
 Logo:

  S  V 2  V(%)
Pl 
200
Tabela 25: Seção pela somatória de (P(W) x L(m)) com a Tensão de Rede 110 volts

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Tabela 26: Seção pela somatória de (P(W) x L(m)) com a Tensão de Rede 220 volts

3.2.3.2.9 Dimensionamento de Eletrodutos


Para dimensionar corretamente os eletrodutos de uma instalação elétrica, é preciso determinara a
taxa de ocupação do eletroduto, isto é o percentual máximo de área do eletroduto que pode ser
ocupada pelos condutores. A taxa de ocupação varia entre 40% e 53%, e é determinada em função
da quantidade de condutores que serão instalados. Quando são instalados 3 ou mais condutores no
interior do eletroduto, a taxa utilizada é de 40%, portanto, essa é a taxa mais utilizada.

3.2.3.2.9.1 Dimensionamento de Eletroduto com a ajuda de uma Tabela


Para facilitar o dimensionamento, utiliza-se uma tabela, que a partir do número de condutores e a
seção do maior condutor de cada trecho, fornece o tamanho nominal do eletroduto. Veja a seguir:

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Tabela 27: Diâmetro do Eletroduto pelo Número de Condutores Internos.

Tabela 28: Medida do Diâmetro de Eletroduto em Polegada

Exemplo:
2
Qual o diâmetro do eletroduto que tem que comportar condutores fase e neutro de 1,5 mm e duas
2
fases e um terra de 4mm . Neste trecho de eletroduto passam cinco condutores e a seção do maior
condutor é 4mm2.
Consultando a a tabela vemos que o eletroduto indicado é de 20mm.

3.2.3.2.9.2 Dimensionamento de Eletroduto Calculando-se a Seção dos Condutores


Uma outra formas de dimensionamento dos eletrodutos segue o seguinte roteiro:
a) determinar a seção dos condutores que irão passar no interior do eletroduto;
b) determinar a seção total de cada condutor (considerando a camada de isolação) na tabela A;
c) efetuar a somatória das seções totais, obtida no item anterior;
d) com o valor da somatória, determinar na tabela B ou C (na coluna 40% da área) o valor
imediatamente superior ao valor da somatória e o respectivo diâmetro do eletroduto a ser
utilizado;
e) em uma instalação elétrica, o eletroduto deve ter um diâmetro mínimo de 20mm, estes
eletrodutos não são cotados na planta.

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Tabela 29: Diâmetro de Fios e Cabos (A), Diâmetro do Eletroduto de PVC (B) e Diâmetro do Eletroduto de Aço
Galvanizado (C)

n (  Dn2 )
S   (N 
1 )(mm 2 )
4
Onde:
S é a seção total dos condutores no Eletroduto;
D é o diâmetro do maior condutor do circuito;
N o Número de condutores do circuito;
n é a quantidade de circuitos.

RECOMENDAÇÕES PARA A REPRESENTAÇÃO DA TUBULAÇÃO E DA FIAÇÃO

Uma vez concluída a locação dos pontos na planta baixa e identificados os circuitos terminais, o próximo passo
consiste em interligar os mesmos, representando o sistema de tubulação e a fiação correspondente:
1) Locar o Quadro de Distribuição (próximo ao centro de cargas, etc.);
2) A partir do Quadro de Distribuição iniciar o traçado dos eletrodutos, procurando os caminhos mais curtos e
evitando o cruzamento de tubulações (levar em conta detalhes do projeto estrutural, hidro-sanitário, etc.);
3) Interligar inicialmente os pontos de luz (tubulações embutidas no teto), percorrendo e interligando todos os
recintos;
4) Interligar os interruptores e tomadas aos pontos de luz de cada recinto (tubulações embutidas nas paredes);
5) Evitar que caixas embutidas no teto (octogonais 4”x4”x4”de fundo móvel, octogonais 3”x3”x2” fundo fixo)
estejam interligadas a mais de 6 eletrodutos, e que as caixas retangulares 4”x4”x2” e 4”x2”x2” embutidas nas
paredes se conectem com mais de 4 eletrodutos (ocupação, emendas);
6) Evitar que em cada trecho de eletroduto passe quantidade elevada de circuitos (limitar em max. 5), visando
minimizar bitola de eletrodutos (comentar conseqüências estruturais) e de fios e cabos (comentar Fator de
Correção de Agrupamento) -> principalmente na saída dos quadros, prever quantidade apropriada de saídas de
eletrodutos em função do número de circuitos existentes no projeto;
7) Avaliar a possibilidade de utilizar tubulação embutida no piso para o atendimento de circuitos de tomadas baixas
e médias;
8) Os diâmetros nominais das tubulações deverão ser indicados;
9) Concluído o traçado de tubulações, passar à representação da fiação, indicando o circuito ao qual pertence cada
condutor e as seções nominais dos condutores, em mm2.
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3.2.3.2.10 Demanda de Energia de uma Instalação Elétrica


Observando o funcionamento de uma instalação elétrica residencial, comercial ou industrial, pode-se
constatar que a potência elétrica consumida é variável a cada instante. Isto ocorre porque nem todas
as cargas instaladas estão todas em funcionamento simultâneo. A potência total solicitada pela
instalação da rede a cada instante será, portanto, função das cargas em operação e da potência
elétrica absorvida por cada uma delas a cada instante (comentar refrigerador e motores em geral). ->
Por isso, para realizar o dimensionamento dos condutores elétricos que alimentam os quadros de
distribuição, os quadros terminais e seus respectivos dispositivos de proteção, não seria razoável nem
tecnica nem economicamente a consideração da demanda como sendo a soma de todas as potências
instaladas.
Carga ou Potência Instalada: é a soma de todas as potências nominais de todos os aparelhos
elétricos pertencentes a uma instalação ou sistema.
Demanda: é a potência elétrica realmente absorvida em um determinado instante por um aparelho ou
por um sistema.
Demanda Média de um Consumidor ou Sistema: é a potência elétrica média absorvida durante um
intervalo de tempo determinado (15min, 30min)
Demanda Máxima de um Consumidor ou Sistema: é a maior de todas as demandas ocorridas em
um período de tempo determinado; representa a maior média de todas as demandas verificadas em
um dado período (1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 ano)
Potência de Alimentação, Potência de Demanda ou Provável Demanda: é a demanda máxima da
instalação. Este é o valor que será utilizado para o dimensionamento dos condutores
alimentadores e dos respectivos dispositivos de proteção; será utilizado também para classificar
o tipo de consumidor e seu padrão de atendimento pela concessionária local
Fator de Demanda: é a razão entre a Demanda Máxima e a Potência Instalada FD = Dmáx / Pinst
Exemplo do cálculo de demanda de um apartamento típico com as seguintes
cargas:
 10 lâmpadas incandescentes de 100W 1000W
 lâmpadas incandescentes de 60W 300W
 1 TV de 100W 100W
 1 aparelho de som de 60W 60W
 1 refrigerador de 300W 300W
 1 ferro elétrico de 1000W 1000W
 1 lava-roupa de 600W 600W
 1 chuveiro elétrico de 3700W 3700W
TOTAL 7060W
Maior demanda possível = 7060W

Admitindo que as maiores solicitações sejam:


 Demanda diurna
o Lâmpadas 200W
o Aparelho de som 60W
o Refrigerador 300W
o Chuveiro elétrico 3700W
o Lava-roupa 600W
 TOTAL 4860W

 Demanda noturna
o Lâmpadas 800W
o TV 100W
o Refrigerador 300W
o Chuveiro elétrico 3700W
o Ferro elétrico 1000W
 TOTAL 5900W

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Fatores de demanda
 Diurno -> Fd = 4860 / 7060 = 0,69 ou 69%
 Noturno -> Fd = 5900 / 7060 = 0,84 ou 84%

Curva diária de demanda

Gráfico 2 – Curva Diária de Demanda.

As diversas demandas de uma instalação variam conforme a utilização instantânea de energia


elétrica, de onde se pode traçar uma curva diária de demanda:
 Pinst = valor fixo
 Demanda = varia a cada instante
 Dmax = valor máximo de demanda -> potência de alimentação, demanda total da instalação -
> será utilizado como base de cálculo para o dimensionamento da entrada de serviço da
instalação.

Os valores de demanda são influenciados por diversos fatores, dentre os quais a natureza da
instalação (residencial, comercial, industrial, mista), o número de consumidores, a estação do ano, a
região geográfica, a hora do dia, etc.

NOTA: A demanda deverá sempre ser expressa em termos de potência absorvida da rede
(normalmente expressa em VA ou kVA). Deve-se estar sempre atento ao FATOR DE POTÊNCIA das
cargas, observando a relação entre potência aparente (VA) e potência ativa (W). Assim:

P 2 2 2
S S =P +Q
Cos
Onde:
S = potência aparente (VA) P = potência ativa (W)
Q = potência reativa (VAR) Cos  = fator de potência

Em instalações de residências e apartamentos, a maioria das cargas (iluminação incandescente e


aparelhos de aquecimento) são puramente resistivas. Nestes casos, podemos considerar W = VA,
pois o fator de potência é igual à unidade.

3.2.3.2.10.1 Critérios para a determinação do fator de demanda para residências individuais

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Provável demanda -> PD = (g1 . P1) + (g2. P2)

PD = provável demanda = potência de alimentação (em kW)


G1 = fator de demanda (tabelado) para a soma de potências de Iluminação e TUGs
P1 = soma das potências nominais de iluminação e TUGs (em kW)
G2 = fator de demanda (tabelado) para a potência das TUEs
P2 = soma das TUEs (em kW)

Tabela 30: Fatores de Demanda para Iluminação, Tomada TUG e tomada TUE

3.2.3.2.10.2 Demanda Total de um Edifício de Uso Coletivo


Em edifícios coletivos o cálculo de demanda, que resulta no dimensionamento da Entrada de
Serviço, transformador e proteção geral, deve obedecer a critérios mais rigorosos do que em
instalações residenciais unifamiliares, visto que as imprecisões entre demanda estimada e real se
multiplicam no caso de edifícios de uso coletivo.
O cálculo da demanda de um edifício de uso coletivo é um processo de aproximação e é, portanto,
limitado visto que se baseia em probabilidades e estatísticas locais. É fundamental que os
componentes da entrada de serviço estejam corretamente dimensionados para poder acomodar a
Provável Demanda Máxima.

O Cálculo da Demanda Total de um Edifício Residencial de Uso Coletivo (CODI – Comitê de


Distribuição de Energia Elétrica):
 critérios definidos pelas concessionárias locais e que muitas vezes diferem de uma para outra,
conduzindo a resultados diferentes para uma mesma instalação
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 as recomendações da RTD 027-CODI (recomendação técnica de distribuição) são aplicáveis


a edifícios residenciais, contendo de 4 a 300 apartamentos, independente da área útil ou
padrão Demanda total do edifício :
Dedif = 1.20 (Daptos + Dcondom)
Daptos (Demanda dos apartamentos): é função do número de apartamentos e de sua área Daptos
Daptos = F1 x F2
F1 = fator de diversidade em função do número de apartamentos (tabelado): representa o fato de que
as demandas máximas de cada unidade tomada individualmente ocorrem em instantes diferentes -> a
demanda máxima de um conjunto de consumidores é menor do que a soma das demandas máximas
de cada consumidor
F2 = Fator de demanda em função da área útil do apartamento (tabelado): desconsiderar áreas de
garagens e outras áreas comuns dos edifícios, algumas vezes incluídas como pertencentes aos
apartamentos.
2
Para apartamentos com área útil > 400m :
0.895075 2
F2 = 0.034939 x A sendo “A” a área útil em m

Dcondom (Demanda do condomínio): corresponde à soma de todas as cargas de iluminação, de


tomadas e de motores instalados nas áreas do condomínio. Os seguintes critérios se aplicam:
 cargas de iluminação – 100% para os primeiros 10kW e 25% ao excedente
 cargas de tomadas – 20% da carga total
 motores - aplicam-se tabelas de demanda para motores mono e trifásicos

Dcondom = I1 + 0.25 x I2 + 0.20 x T + M

I1 = parcela da carga de iluminação do condomínio até 10kW


I2 = parcela da carga de iluminação do condomínio acima de 10kW
T = carga total de tomadas do condomínio
M = demanda total de motores do condomínio (tabelas)

3.2.3.2.10.3 Demanda Individual de Unidades Consumidoras Não Residenciais


Apresentação de tabelas com os fatores de demanda específicos

3.2.3.2.10.4 Demanda de um Edifício com Unidades Consumidoras Residenciais e Comerciais


Em casos de edifícios que possuam unidades residenciais e comerciais o procedimento é o mesmo
utilizado no caso de edifícios residenciais puros, acrescido da parcela referente à demanda das
unidades comerciais. A demanda total do edifício pode ser determinada por:

Dedif = 1.20 x (Daptos + Dcondom + Dun.comerc)

3.2.3.2.11 Dispositivos de Proteção


Segundo a NBR 5410/04 “os condutores devem ser protegidos por um ou mais dispositivos de
seccionamento automático contra sobrecargas e curto-circuitos”. Após dimensionar os condutores dos
circuitos e os eletrodutos, faz-se necessário determinar a proteção dos circuitos devido à
probabilidade de ocorrerem sobrecorrentes e curtocircuitos. Os dispositivos de proteção de circuitos
são os fusíveis e os disjuntores.
O dispositivo mais utilizado atualmente nas instalações elétricas residenciais são os disjuntores
termomagnéticos (DIM), e esse modelo será utilizado como referencia para o dimensionamento.

3.2.3.2.11.1 Dimensionamento do Dispositivo de Proteção


É muito simples dimensionar o correto disjuntor que irá proteger um circuito. Segundo a NBR 5410/04,
basta respeitar a equação: I B  I N  I Z , onde IB é a corrente de projeto do circuito; IN é a corrente
nominal do disjuntor e IZ é a capacidade de condução de corrente do condutor. Isso significa que a

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corrente do disjuntor tem que ser maior ou igual à corrente corrigida e ao mesmo tempo, ser menor ou
igual à capacidade de condução de corrente do condutor.

Tabela 31: Apresentação de Dados de Dimensionamento dos Circuitos.

Quando é necessário aplicar os fatores de correções, FCT e FCA, obteremos a corrente de projeto
corrigida (IBC), o qual define que a corrente nominal do dispositivo de proteção (IN) não pode ser menor
que a corrente de projeto corrigida, portanto na pior hipótese IN=IBC. Por isto substituímos na equação
I B  I N  I Z o IN pelo valor calculado de IBC.
Tomando como base a tabela acima, percebe-se que o disjuntor a ser escolhido deverá ter uma
corrente superior ou igual a 1,57A (IB) e menor ou igual a 15,5 (IZ) e levar em consideração que: IN =
IBC. Montando a equação: 1,57  1,69  15,5 . Nesse caso, pode-se especificar um disjuntor de 10A
ou 15A, porém sempre se deve dar uma folga ao circuito para proteger melhor os condutores, por
isso, determina-se o uso de um disjuntor de 15A. No circuito 2: 2,36  2,36  21 , o disjuntor será o
de 20A. No circuito 3: 20  25  28 , o disjuntor será o de 25A, pois não são fabricados disjuntores de
26A, 27A ou 28A. O valor de IN deve ser adequado a um valor mais próximo comercial e assim
verificar se a equação I B  I N  I Z ainda é válida. Caso I Z fique menor que IN, deve-se migrar para
o condutor maior mais próximo, consultar tabela 16.

3.2.3.2.11.2 Dispositivo de proteção da Entrada de Serviço


A tabela a seguir é utilizada para a definição do dispositivo de proteção, condutor e o eletroduto da
Entrada de Serviço da unidade consumidora. As informações da tabela podem variar conforme a
Concessionária de energia local.
Tabela 32: Informações da Concessionária sobre as Condições do Fornecimento de Energia

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3.2.3.2.12 Quadro Geral de Força e Luz

O quadro de distribuição, também chamado de quadro de luz ou quadro geral de força e luz, é o
centro de distribuição da instalação elétrica, pôr que recebe os condutores que vêm do medidor,
contém os dispositivos de proteção (disjuntores); distribui os circuitos terminais que farão a
alimentação de toda a instalação.

O quadro de distribuição deverá:

 conter um dispositivo de proteção Diferencial Residual contra choques elétricos;


 ser instalado em lugar de fácil acesso, com proteção adequada às influências externas e o
mais próximo possível do centro de cargas da residência (local onde haja maior concentração
de cargas de potências elevadas: cozinha, área de serviço, banheiro, etc.);
 possuir identificação dos circuitos.
 possuir uma reserva para ampliações futuras, compatível com a quantidade e tipo de circuitos
previstos inicialmente.

Figura 3.20 – Ilustração de um Quadro de Distribuição.

De acordo com a NBR5410/04, esta previsão de reserva deverá obedecer aos seguintes critérios:

Tabela 33: Número de Circuitos no Quadro de Distribuição

3.2.3.2.13 Exercícios

1. Considerando a planta da página 40, e com conhecimento de como dividir e dimensionar os


circuitos apresente uma sugestão para alterar/corrigir o projeto apresentado.

2. Dimensionar corretamente a corrente corrigida, os condutores, disjuntores e quadros de luz para os


projetos apresentados nas paginas 41 e 42.

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3.3 Dispositivos de Proteção


Apesar do dimensionamento ter sido feito utilizando os disjuntores DTM (termomagnético), faz-se
necessário explanar um pouco mais sobre os tipos de dispositivos de proteção dos circuitos elétricos
existentes:
 interruptores de corrente de fuga;
 disjuntores;

3.3.1 Dispositivo Diferencial Residual (DR)


A partir de dez/1997, é obrigatório, em todas as instalações elétricas de baixa tensão no Brasil, o uso
do chamado dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos elétricos que atendam aos seguintes
locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço e áreas externas.
Esse dispositivo protege contra choques elétricos e incêndios, desligando o circuito elétrico caso
ocorra uma fuga de corrente que poderia colocar em risco a vida de pessoas e animais domésticos e
a própria instalação elétrica, portanto é um interruptor de corrente de fuga.
O interruptor de corrente de fuga é constituído por um transformador de corrente, um disparador e um
mecanismo liga-desliga, e é acionado pela comparação da corrente de entrada com a de saída,
chamada de “corrente diferencial Residual “ (IDR).

Figura 3.21 – Ilustração de Dispositivo de Proteção IDR.

A situação ideal é a de que IDR = 0, no entanto na realidade IDR _ 0 (correntes naturais de fuga)
Atuação: IDR = IDn (corrente diferencial residual nominal de atuação) (Figuraura 6)
Tipos de disjuntores ou interruptores DR:
 alta sensibilidade: < 30mA
 baixa sensibilidade: > 30mA
 500mA – só protegem contra risco de incêndio, não oferecendo proteção contra riscos
pessoais.

Figura 3.22 – Ilustração de Dispositivo de Proteção DDR.


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Deve-se ligar de modo que todos os condutores do circuito, inclusive o neutro, passem pelo interruptor
DR, só assim é possível comparar as correntes de entrada e de saída e desligar a alimentação do
circuito em caso de fuga de corrente. O uso do disjuntor DR não substitui o uso das proteções contra
sobrecorrentes (DISJUNTORES) e nem libera a instalação de necessidade de aterramento.

3.3.1.1 Principais Aplicações


 falha em aparelhos elétricos (eletrodomésticos);
 falha na isolação de condutores;
 circuitos de tomadas em geral;
 laboratórios, oficinas, áreas externas;
 proteção contra riscos de incêndios de origem elétrica;
 canteiros de obra.

3.3.2 Disjuntores
Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção com capacidade de ligação e interrupção de
corrente quando surgem no circuito condições anormais de trabalho, como curto-circuito ou
sobrecarga.

Figura 3.23 – Ilustração de um Dispositivo de Proteção DTM.

O disjuntor é composto das seguintes partes:


 caixa moldada feita de material
 isolante na qual são montados os componentes;
 alavanca (interruptor) por meio da qual se liga ou desliga manualmente o disjuntor;
 mecanismo de disparo que desliga automaticamente o disjuntor em caso de anormalidade no
circuito;
 relê bimetálico que aciona o mecanismo de disparo quando há sobrecarga de longa duração;
 relê eletromagnético que aciona o mecanismo de disparo quando há um curto-circuito.
O disjuntor funciona como um interruptor. Como o relê bimetálico e o relê eletromagnético são ligados
em série dentro do disjuntor, ao ser acionada a alavanca ligadesliga, fecha-se o circuito que é travado
pelo mecanismo de disparo e a corrente circula pelos dois relês. (ligado). Havendo uma sobrecarga de
longa duração no circuito, o relê bimetálico atua sobre o mecanismo de disparo abrindo o circuito.

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Figura 3.24 – Ilustração Interna de um Dispositivo de Proteção DTM.

Da mesma forma, se houver um curto-circuito, o relê eletromagnético é que atua sobre o mecanismo
de disparo abrindo o circuito instantaneamente. (desligado)
Quando ocorrer o desarme do disjuntor, basta acionar a alavanca de acionamento para que o
dispositivo volte a operar, não sendo necessária sua substituição como ocorre com os fusíveis, no
entanto, convém corrigir o problema que causou a queda do disjuntor, se não o mesmo voltará a
desligar. Os disjuntores podem ser unipolar, bipolar e tripolar.

3.3.2.1 Principais Características Técnicas


 Corrente nominal (In): valor eficaz da corrente de regime contínuo que o disjuntor deve
conduzir indefinidamente, sem elevação de temperatura acima dos valores especificados.
Corrente convencional de não atuação (Ina): valor especificado de corrente que pode ser
suportado pelo disjuntor durante um tempo especificado.
 Temperatura de calibração: temperatura na qual o disparador térmico é calibrado.
Normalmente são utilizadas as temperaturas de 20, 30 ou 40ºC.
 Tensão nominal (Un): valor eficaz da tensão pelo qual o disjuntor é designado e no qual são
referidos outros valores nominais. Esse valor deve ser igual ou superior ao valor máximo da
tensão do circuito no qual o disjuntor será instalado.
 Capacidade de interrupção (Icn): valor máximo que o disjuntor deve interromper sob
determinadas condições de emprego. Esse valor deverá ser igual ou superior à corrente
presumida de curto-circuito no ponto de instalação do disjuntor.
 Curvas de disparo: as curvas de disparo correspondem à característica de atuação do
disparador magnético, enquanto que a do disparador térmico permanece a mesma.

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3.4 Bibliografia

MÁXIMO, Antonio e ALVARENGA, Beatriz – Curso de Física vol 3 – Editora Scipione – SP- 1997

CREDER, Hélio – Instalações Elétricas – 13º Ed. – Rio de Janeiro LTC 1999

LIMA Fº, Domingos Leite -Projeto de Instalações Elétricas Prediais-6º Ed. Érika

BERTONCEL, Andréa B. Apostila de Instalações Elétricas Prediais, 2008.

Sites:

http://www.eletropaulo.com.br/

http://www.aneel.gov.br/

http://www.ons.com.br/home/

Recomendo aos alunos:

http://www.instalacoeseletricas.com/

http://www.finder.com.br/

http://www.aureside.org.br/

www.luz.philips.com ou telefone 0800.9791925 e (11) 2125.0635

www.legrand.com.br ou telefone 0800 -11 – 8008

http://www.osram.com.br/download_center/index.html

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APOSTILA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Engenharia Elétrica - UniFOA

7° Período

Professor Paulo André Dias Jácome


Engenheiro Eletricista
CREA-RJ – 168734/D
Bibliografia:

Básica:

- Instalações Elétricas – Hélio Creder 15ª edição

Complementar:

- Instalações Elétricas – Ademaro Cotrim

- Instalações Elétricas Prediais – Geraldo Cavalin & Severino Cervelin

- RECON – BT 2007 – Light

- Normas Técnicas
Ementa:

1. Previsão de Cargas em Instalações Elétricas

1.1. Símbolos

1.2. Previsão de Carga

1.3. Avaliação de Demanda em BT

1.4. Divisão das Instalações

1.5. Dispositivos de Comando

1.6. Corrente de Projeto

1.7. Dimensionamento de Condutores

2. Luminotécnica

2.1. Método dos Lumens

3. Dispositivos de Proteção e Aterramento

3.1. Disjuntores

3.2. Disjuntor DR

3.3. Esquemas de Aterramento e Proteção

3.4. Esquema TN

3.5. Esquema TT

3.6. Esquema IT

4. Fator de Potência

4.1. Correção do Fator de Potência


5. Proteção Contra Descargas Atmosféricas

5.1. Método Franklin

5.2. Método Faraday

5.3. Equipotencialização

5.4. Dispositivo de Proteção contra Surtos - DPS

6. Projetos de Instalações Elétricas em Baixa Tensão

6.1. Planta de Instalações Elétricas

6.2. Quadro de Cargas

6.3. Diagrama Unifilar

6.4. Diagrama Multifilar

6.5. Aprovação de Projeto junto a Concessionária de Energia


1. Projeto de Instalações Elétricas

O projeto é a previsão escrita da instalação, com todos os seus detalhes,


localização dos pontos de utilização de energia elétrica, comandos, trajeto dos
condutores, divisão dos circuitos, seção dos condutores, dispositivos de manobra,
carga de cada circuito, carga total da instalação e etc.

Conceitos Básicos:

I) Sistema Elétrico:

“ Circuito ou conjunto de circuitos interligados, destinado a levar energia elétrica


gerada no sistema, ou recebida de outros sistemas, até os pontos de utilização
e/ou até os pontos em que essa energia é transferida para outros sistemas, e
incluindo os circuitos e equipamentos auxiliares destinados ao seu
funcionamento.”

II) Instalação Elétrica:

“ Parte determinada de um sistema elétrico, juntamente com as estruturas de


montagem, obras civis e demais auxiliares necessários ao funcionamento dessa
parte do sistema”

III) Equipamento Elétrico:

“ Cada uma das partes constituintes do esquema de uma instalação elétrica,


distintas entre si e essenciais ao funcionamento da instalação. Este termo é
também usado para designar o conjunto das partes acima referida.”
IV) Carga:

“ Conjunto dos valores das grandezas físicas que caracterizam as solicitações


impostas em dado instante a um sistema ou equipamento elétrico, ou a um
componente, por um sistema ou equipamento, elétrico ou não, a ele ligado. A
carga pode ser expressa em termos de impedância, de corrente, de potência ativa,
reativa ou aparente, ou de uma característica não elétrica, conforme as
circunstâncias peculiares a cada caso.”

“CARGA: Qualquer equipamento ou conjunto de equipamentos ligados a um


sistema elétrico e absorvendo potência desse sistema.”

V) Entrada:

“É o conjunto de condutores que se estende desde a linha de distribuição da


concessionária de energia elétrica até o dispositivo de seccionamento do sistema,
ou até o equipamento de medição, ou até o centro de distribuição principal do
sistema.”

VI) Ponto de Entrega:

“É o ponto de junção entre as linhas da concessionária e do consumidor.”

VII) Carga Instalada:

“ Somatório das potências nominais de todos os equipamentos elétricos e dos


pontos de luz instalados na unidade consumidora.”

VIII) Seccionador:

“ Chave cuja finalidade é interromper um circuito pelo qual não circula corrente de
carga.”

IX) Disjuntor:

“ Dispositivo que tem a capacidade de interromper circuitos pelos quais pode


circular uma corrente cujo valor pode elevar-se até o da corrente de curto circuito.”
Tipos de Cargas:

I) Industriais: Motores, fornos, caldeiras, máquinas de solda e etc.

II) Não Industriais: Iluminação, aquecimento, ventilação, ar condicionado,


equipamentos de cozinha e lavanderia e etc.

Demanda (D)

“ É o valor médio da carga em um intervalo de tempo especificado” –


geralmente 15 minutos.

t + ∆t
D=∫ P (t ) dt
t
Demanda

DMAX

Tempo

Planejamento de uma Instalação

NBR 5410

RECON – BT

No projeto de uma instalação elétrica deverá constar:

a) Localização dos pontos de consumo de energia elétrica, com respectivas


cargas, seus comandos e indicações dos circuitos a que estão ligados;

b) Localização dos quadros e centros de distribuição;

c) O trajeto dos condutores e sua proteção mecânica, inclusive dimensões dos


condutos e caixas;

d) Um Diagrama Unifilar discriminando os circuitos, seção dos condutores e


dispositivos de manobra e proteção;
e) Quadro de Cargas, indicando os circuitos e respectivas cargas, fases em
que serão ligados os diversos circuitos, número de pontos ativos, etc.

f) As características do material a empregar;

g) Detalhes da Instalação, quando for o caso.

Etapas a Serem Consideradas no Desenvolvimento de um Projeto

1ª – de posse das plantas de arquitetura (plantas baixas, cortes, fachadas e


situação), geralmente na escala 1:50, localizar os pontos de luz, interruptores,
tomadas e quadros de distribuição;

2ª – avaliação da potência(carga) de cada ponto;

3ª – cálculo de demanda;

4ª - entendimento com a concessionária, visando projeto de entrada de energia;

5ª – marcação dos pontos para instalações especiais, se houver ou for o caso,


sistemas de sonorização, alarme, sinalização, etc.

6ª – divisão da carga em circuitos parciais;

7ª – Traçado da tubulação (distribuição interna);

8ª – fiação, isto é, traçado e dimensionamento dos condutores elétricos;

9ª – dimensionamento dos eletrodutos;

10ª – dimensionamento dos alimentadores;

11ª – dimensionamento da proteção dos circuitos;

12ª – diagrama unifilar dos quadros de distribuição;

13ª – listagem de material.


Constituição de um Projeto de Instalações Elétricas

• Memória Justificativa

• Memória Descritiva

• Memória de Cálculo

• Especificação (de material e serviço)

• Orçamento

• Desenhos e anexos necessários

- Memória Justificativa

Esta parte tem o objetivo de dizer quem determinou a elaboração do projeto,


sua necessidade, seu destino, sua suficiência e algumas exigências particulares,
caso existam.

- Memória Descritiva

Parte do projeto onde se descreve, sucintamente, a obra projetada. Compõe-


se dos tópicos que se seguem:

I) Introdução

- Parte escrita:

a) Memórias justificativa e descritiva;

b) memória de cálculo;

c) especificações e orçamento.
- Parte Gráfica

a) desenhos de projeto;

b) anexos elucidativos.

II) Sistema Elétrico

Explicar sobre o tipo de alimentação disponível e pela qual se optou utilizar.


Fornecer as características do projeto, quanto a número de fases, freqüência,
tensão e demais detalhes do sistema a ser utilizado.

III) Regime de Execução

Deve mencionar o regime de execução previsto para a obra.

IV) Características Especiais

Neste sub-item, o projetista poderá tecer comentários a respeito dos métodos


adotados na concepção do projeto.

- Memória de Cálculo

Sob o ponto de vista puramente técnico, a parte mais importante do projeto.


Descreve os procedimentos adotados para o dimensionamento dos diversos
componentes da instalação. Deve constar nela todas as considerações julgadas
importantes para a compreensão e eventual verificação de procedimentos.

- Especificações de Material

Devem definir, de forma inequívoca, todos os componentes que o projetista


preconiza para a execução da obra projetada.
- Especificação de Serviço

Descrevem os pontos principais a observar, cuidados a ter com o manuseio do


material, alguma norma de execução que se considere importante de ser
ressaltada e outros tópicos. Cabe ressaltar que existe uma forte tendência dos
responsáveis pela execução da obra em abandonar os documentos escritos,
orientando-se somente pelos desenhos do projeto.

- Orçamento

Item de capital importância dentro de um projeto de instalações elétricas


prediais. A avaliação de preços, quer seja do material empregado ou da mão de
obra, não é uma tarefa simples. O orçamento deve ser claro e deve apresentar
cada um dos custos envolvidos completamente discriminados.

- Desenhos

Como, em geral, os responsáveis pela execução da obra apresentam uma


forte tendência em orientarem-se exclusivamente pelos desenhos do projeto,
abandonando os documentos escritos, aumenta a responsabilidade do projetista
com a elaboração dos desenhos. Os desenhos devem constituir um conjunto
completo, claro, correto, e desprovido de ambigüidades ou conflitos com as
especificações escritas.

Deve haver simbologia adequada e homogenia.

O projetista deve efetuar uma rigorosa e minuciosa conferência de seus


desenhos, pois pequenos erros em desenhos podem invalidar inteiramente um
bom projeto.
1.1. Símbolos

Dutos e Distribuição
Quadros de Distribuição
Interruptores
Interruptores
Luminárias, Refletores e Lâmpadas
Tomadas
Motores e Transformadores
1.2. Previsão de carga

Carga de Iluminação

Os parâmetros estabelecidos para potência destinados a iluminação são


apenas para efeito de dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à
potência nominal das lâmpadas.

I) Para cada cômodo deverá ser previsto pelo menos um ponto de 100VA;

II) Em cômodos com área igual ou superior a 6m2 deverá ser prevista uma
carga mínima de 100VA para os primeiros 6m2, acrescida de 60VA para
cada aumento de 4m2.

Tomadas de Uso Geral (TUG)

- Quanto à quantidade;

I) Em banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório;

II) Em cozinhas, copas, área de serviço, lavanderias e locais análogos,


no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5m, ou fração de
perímetro, sendo que, acima de cada bancada de largura igual ou
superior a 0,3m, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;

III) Em subsolos, garagens, sótões, halls de escadaria e em varandas,


salas de manutanção ou localização de equipamentos, tais como, casa
de máquinas, salas de bombas e locais análogos, deve ser previsto um
ponto de tomada;

IV) Nos demais cômodos, se a área for inferior a 6m2, pelo menos um ponto
de tomada, se a área for superior a 6m2, pelo menos um ponto de
tomada para cada 5m, ou fração de perímetro.
- Quanto à potência;

I) Em banheiros, cozinhas, copas e locais análogos, no mínimo 600VA por


ponto, até três pontos de tomada, e 100VA por ponto de tomada, para
os excedentes, considerando cada um dos ambientes separadamente;

II) Nos demais cômodos, no mínimo 100VA por ponto de tomada;

Tomadas de Uso Específico (TUE)

Aos pontos de TUE deverá ser atribuída uma potência igual à potência nominal do
equipamento a ser alimentado, devendo ser instalada no máximo a 1,5m do local
previsto para o equipamento.

1.2.1. Carga Instalada

A carga instalada é determinada a partir do somatório das potências


nominais dos aparelhos, dos equipamentos elétricos e das lâmpadas existentes
nas instalações.

1) Exemplo de determinação de carga instalada:

Unidade consumidora residencial (220/127 V)


Carga instalada total em “kVA” = CI kVA = 12,28 kVA

Para efeito de atendimento das condições definidas na Resolução nº 456


da ANEEL, demais resoluções e legislação atinentes, a carga instalada em kVA
(CI kVA,) deve ser expressa em kW (CI kW), considerando a expressão (CI kW) =
CI kVA x 0,92, onde 0,92 é o fator de potência médio que o Consumidor pode
admitir em suas instalações sem estar sujeito a multas, conforme Resolução nº
456 da ANEEL.

Carga instalada total em “kW” = CI (kW) = 12,28 kVA x 0,92 = 11,3 kW


1.3. Avaliação de Demanda em Baixa Tensão

A avaliação da demanda deve ser obrigatoriamente efetuada a partir da carga


total instalada ou prevista para a instalação, qualquer que seja o seu valor.

Esta avaliação será utilizada na definição da categoria de atendimento e no


dimensionamento dos equipamentos e materiais das instalações de entradas de
energia elétrica, monofásicas e polifásicas, itens fundamentais para elaboração do
projeto de instalações elétricas.

Campo de Aplicação – Seção A:

1) Entradas individuais

- Avaliação e dimensionamento de entrada individual, isolada, (residencial e


não residencial), com atendimento através de ramal de ligação independente;

- Avaliação e dimensionamento do circuito dedicado a cada unidade


consumidora individual (apartamento, loja, sala etc.) derivada de ramal de entrada
coletiva.

2) Entradas coletivas

- Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso coletivo em entrada


coletiva residencial, com até 4 (quatro) unidades consumidoras;

- Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso coletivo em entrada


coletiva não residencial;

- Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso coletivo dedicado às


cargas não residenciais, em entrada coletiva mista;
- Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso coletivo em vilas e
condomínios horizontais com até 4 (quatro) unidades consumidoras.

Circuitos de serviço dedicados ao uso de condomínios;

- Avaliação e dimensionamento da carga de circuito de serviço de uso do


condomínio, em entrada coletiva residencial;

- Avaliação e dimensionamento da carga de circuito de serviço de uso do


condomínio, em entrada coletiva não residencial.

Expressão Geral: D (KVA) = d1 + d 2 + d 3 + d 4 + d 5 + d 6

Onde;

• d1: Demanda de iluminação e tomadas, Tabela 1, FP = 1,0.

• d2: Demanda para aparelhos de aquecimento de água, Tabela 2, FP =


1,0.

• d3: Demanda para aparelhos de ar condicionado, Tabelas 3 e 4.

• d4: Demanda para centrais de condicionamento de ar,calculada a partir


de correntes máximas fornecidas pelos fabricantes, considerar demanda
individual 100%.

• d5: Demanda de motores e máquinas de solda tipo motor-gerador,


Tabela 5.

• d6: Demanda de máquinas de solda a transformador e aparelhos de raio


X, Tabela 6.
Avaliação de demandas de entradas coletivas com um único agrupamento de
medidores.

Avaliação de demandas de entradas coletivas com mais de um agrupamento


de medidores.

A demanda referente a cada agrupamento de medidores (DAG), será


determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos
anteriormente para a carga total instalada das unidades consumidoras (UC’s)
pertencentes ao agrupamento analisado. Essa demanda deve ser também
utilizada para dimensionamento de equipamento de proteção do circuito dedicado
a cada agrupamento existente.
Potência (CV) 1/6 1/4 1/3 1/2 3/4 1 1½ 2 3

(1φ) 0,45 0,66 0,77 1,18 1,34 1,56 2,35 2,97 4,07
Carga
(KVA)
(3φ) ---- ---- 0,65 0,87 1,26 1,52 2,17 2,70 4,04

Potência (CV) 5 7½ 10 15 20 25 30 40 50

(1φ) 6,16 8,84 11,91 16,94 ---- ---- ---- ---- ----
Carga
(KVA)
(3φ) 6,02 8,65 11,54 16,65 22,10 25,83 30,52 39,74 48,73
OBS.: Quando o cálculo de demanda dos motores for menor que a potência do
maior motor, deve-se utilizar a potência do maior motor como demanda para
aquela instalação.
Exercício 1:

Residência isolada com 200m2 de área útil.

Características da Carga Instalada:

Iluminação e Tomadas - 8.000 W


Chuveiros Elétricos: - 2.500 W
Aparelhos de ar condicionado - 2 x 1 CV
Motor monofásico (1φ) - 1 x 1/2 CV

Resposta:

D1: 4,5 KVA


D2: 2,5 KVA
D3: 3 KVA
D5: 1,18 KVA

Dtotal: 11,18 KVA


Exercício 2:

Resposta:
Exercício 3:

Resposta:
Exercício 4:

Escola com 1.000 m2 de área útil

Características da Carga Instalada:

Iluminação e Tomadas - 32.000 W


Chuveiros Elétricos: - 3 x 2.500 W
Aparelhos de ar condicionado - 3 x 1 CV
Motores - 2 x 3CV – bomba trifásica (1 reserva)
Elevadores - 2 x 10CV - trifásico

Resposta:

D(KVA) = 46,59 KVA


Campo de Aplicação – Seção B:

1) Entradas Coletivas Residenciais

- Avaliação da demanda e dimensionamento dos circuitos de uso coletivos,


exclusivamente residenciais, compostas de 5 a 300 unidades
consumidoras.

Na Tabela 8A constam as demandas para unidades de consumo que utilizem


equipamentos elétricos individuais para aquecimento de água (4,4 KVA).

Na Tabela 8B constam as demandas para unidades de consumo que não


utilizem equipamentos elétricos individuais para aquecimento de água.

Na Tabela 9 fatores para diversificação de cargas em função do número de


apartamentos.
Para equipamentos elétricos de aquecimento com potência diferente de 4,4
KVA, aplica-se um fator de segurança no cálculo de demanda.

Nos casos em que são utilizados aparelhos de aquecimento, com potências


diferentes, em uma mesma unidade consumidora devemos fazer uma média
ponderada para determinação da potência P, para então, aplicar o fator de
segurança.

As Tabelas 8A, 8B e 9 serão utilizadas para cálculo de demanda da seção


B. Como as Tabela 8A e 8B são aplicáveis para apartamentos de até 400m2,
devemos utilizar a seguinte expressão para determinarmos a demanda de
unidades consumidoras com área maior que 400m2:
Nos casos em que as unidades consumidoras possuírem áreas totais
diferentes, deve-se realizar o cálculo da área total equivalente para determinação
da demanda geral.
Exercício 1:
Resposta:

Seção A:

Demanda por apartamento de 70m2 = 7,54 KVA

Demanda por apartamento de 90m2 = 10,45 KVA

Demanda do Serviço = 29,86 KVA

Seção B:

Demanda do Agrupamento 1(Apto 70m2) = 20,44 KVA

Demanda do Agrupamento 2(Apto 90m2) = 25,64 KVA

Demanda da Proteção Geral (DPG) = 41,50 KVA

Demanda do Ramal de Ligação (DR) = 57,09 KVA


Exercício 2:
Resposta:

Seção A:

Demanda por apartamento (60 m2 ) = 7,21 KVA

Demanda por loja (30 m2) = 6,96 KVA

Demanda do Serviço Não-Residencial = 55,73 KVA

Demanda do Serviço Residencial = 26,48 KVA

Demanda do Agrupamento 2 (12 Lojas) = 54,48 KVA

Seção B:

Demanda do Agrupamento 1 (20 Aptos) = 32,09 KVA

Demanda da Proteção Geral (DPG) = 69,26 KVA

Demanda do Ramal de Ligação (DR) = 121,18 KVA


I NSTALAÇÕES
E LÉTRICAS
R ESIDENCIAIS

GARANTA UMA
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I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Í NDICE

A PRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
I NTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
T ENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA ...................................6
P OTÊNCIA ELÉTRICA ..........................................7
FATOR DE POTÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
L EVANTAMENTO DE CARGAS ELÉTRICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
T IPOS DE FORNECIMENTO E TENSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
PADRÃO DE ENTRADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Q UADRO DE DISTRIBUIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
D ISJUNTORES TERMOMAGNÉTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
D ISJUNTOR DIFERENCIAL- RESIDUAL (DR) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
I NTERRUPTOR DIFERENCIAL- RESIDUAL (IDR) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
C IRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
C IRCUITOS TERMINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
S IMBOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
CONDUTORES ELÉTRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
CONDUTOR DE PROTEÇÃO ( FIO TERRA ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
O USO DOS DISPOSITIVOS DR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
O PLANEJAMENTO DA REDE DE ELETRODUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
E SQUEMAS DE LIGAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
R EPRESENTAÇÃO DE ELETRODUTOS E CONDUTORES NA PLANTA . . . . . . . . . . . . . . . . 83
C ÁLCULO DA CORRENTE ELÉTRICA EM UM CIRCUITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
C ÁLCULO DA POTÊNCIA DO CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
D IMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO E DOS DISJUNTORES DOS CIRCUITOS . . . . . . . . . 91
D IMENSIONAMENTO DO DISJUNTOR APLICADO NO QUADRO DO MEDIDOR . . . . . . 98
D IMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
S EÇÃO DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO ( FIO TERRA ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
D IMENSIONAMENTO DE ELETRODUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
L EVANTAMENTO DE MATERIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
O SELO DO INMETRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119

1
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

APRESENTAÇÃO

A importância da eletricidade em nossas vidas é inquestionável.


Ela ilumina nossos lares, movimenta nossos eletrodomésticos, permite o
funcionamento dos aparelhos eletrônicos e aquece nosso banho.
Por outro lado, a eletricidade quando mal empregada, traz alguns perigos como
os choques, às vezes fatais, e os curto-circuitos, causadores de tantos incêndios.
A melhor forma de convivermos em harmonia com a eletricidade é conhecê-la,
tirando-lhe o maior proveito, desfrutando de todo o seu conforto com a máxima
segurança.
O objetivo desta publicação é o de fornecer, em linguagem simples e acessível,
as informações mais importantes relativas ao que é a eletricidade, ao que é uma insta-
lação elétrica, quais seus principais componentes, como dimensioná-los e escolhê-los.
Com isto, esperamos contribuir para que nossas instalações elétricas possam ter
melhor qualidade e se tornem mais seguras para todos nós.
Para viabilizar esta publicação, a Pirelli Energia Cabos e Sistemas S.A., a Elektro
Eletricidade e Serviços S.A. e o Procobre - Instituto Brasileiro do Cobre reuniram
seus esforços.
A Pirelli tem concretizado ao longo dos anos vários projetos de parceria que,
como este, têm por objetivo contribuir com a melhoria da qualidade das instalações
elétricas por meio da difusão de informações técnicas.
A Elektro, sempre preocupada com a correta utilização da energia, espera que
esta iniciativa colabore com o aumento da segurança e redução dos desperdícios
energéticos.
O Procobre, uma instituição sem fins lucrativos e voltada para a promoção do
cobre, esta empenhada na divulgação do correto e eficiente uso da eletricidade.
Esperamos que esta publicação seja útil e cumpra com as finalidades a que
se propõe.

São Paulo, julho de 2003

2
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Vamos começar
falando um pouco
a respeito da
Eletricidade.

Você já parou para


pensar que
está cercado de
eletricidade
por todos os lados ?

3
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Pois é !
Estamos tão
acostumados
com ela que
nem percebemos
que existe.

4
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Na realidade, a eletricidade é invisível.


O que percebemos são seus efeitos, como:

C ALOR

L UZ

C HOQUE
ELÉTRICO

e... esses efeitos são possíveis devido a:

C ORRENTE ELÉTRICA T ENSÃO ELÉTRICA P OTÊNCIA ELÉTRICA

5
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

T ENSÃO E C ORRENTE E LÉTRICA

Nos fios, existem partículas Para que estes elétrons livres


invisíveis chamadas elétrons passem a se movimentar de
livres, que estão em cons- forma ordenada, nos fios, é
tante movimento de forma necessário ter uma força que os
desordenada. empurre. A esta força é dado o
nome de tensão elétrica (U).

Esse movimento ordenado dos


elétrons livres nos fios, provoca-
do pela ação da tensão, forma
uma corrente de elétrons. Essa
corrente de elétrons livres é
chamada de corrente elétrica (I).

Pode-se dizer então que:

T ENSÃO C ORRENTE ELÉTRICA

É a força que É o movimento


impulsiona os ordenado dos
elétrons elétrons livres
livres nos nos fios.
fios. Sua unidade
Sua unidade de medida
de medida é o ampère (A).
é o volt (V).

6
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

P OTÊNCIA E LÉTRICA

Agora, para entender


potência elétrica,
observe novamente o
desenho.

A tensão elétrica faz movimentar os elétrons de forma


ordenada, dando origem à corrente elétrica.

Tendo a corrente
elétrica, a lâmpada
se acende e se aquece
com uma certa
intensidade.

Essa intensidade de luz


e calor percebida por nós
(efeitos), nada mais é do que
a potência elétrica que foi
trasformada em potência
luminosa (luz) e potência
térmica (calor).

É importante gravar:
Para haver potência elétrica, é necessário haver:

Tensão Corrente
elétrica elétrica

7
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Agora... qual é a unidade de medida


da potência elétrica ?

a intensidade da tensão é
medida em volts (V).

Muito
simples !

a intensidade da corrente é
medida em ampère (A).

Então, como a potência é o produto da ação


da tensão e da corrente, a sua unidade de medida
é o volt-ampère (VA).

A essa potência dá-se o nome de potência aparente.


8
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

A potência aparente P OTÊNCIA ATIVA


é composta por
duas parcelas: P OTÊNCIA R EATIVA

A potência ativa é a parcela efetivamente


transformada em:

P OTÊNCIA
M ECÂNICA

P OTÊNCIA
T ÉRMICA

P OTÊNCIA
L UMINOSA

A unidade de medida da potência ativa é o watt (W).


9
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

A potência reativa é a parcela transformada em campo


magnético, necessário ao funcionamento de:

M OTORES T RANSFORMADORES

R EATORES

A unidade de medida da potência reativa


é o volt-ampère reativo (VAr).

Em projetos de instalação elétrica


residencial os cálculos efetuados são
baseados na potência aparente e potência
ativa. Portanto, é importante conhecer
a relação entre elas para que se entenda
o que é fator de potência.
10
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

FATOR DE P OTÊNCIA
Sendo a potência ativa uma parcela da potência
aparente, pode-se dizer que ela representa uma
porcentagem da potência aparente que é transformada
em potência mecânica, térmica ou luminosa.
A esta porcentagem dá-se o nome de fator de potência.

Nos projetos elétricos


1,0 para iluminação
residenciais, desejando-se
saber o quanto da
potência aparente foi
transformada em
potência ativa, aplica-se
os seguintes valores 0,8 para tomadas
de fator de potência: de uso geral

potência fator de potência ativa


de potência de
iluminação a ser iluminação (W) =
(aparente) = aplicado = 1x660 VA =
660 VA 1 660 W
Exemplos
potência fator de potência ativa
de tomada potência de tomada de
de a ser uso geral =
uso geral = aplicado = 0,8x7300 VA =
7300 VA 0,8 5840 W

Quando o fator de potência é igual a 1, significa que


toda potência aparente é transformada em potência
ativa. Isto acontece nos equipamentos que só possuem
resistência, tais como: chuveiro elétrico, torneira
elétrica, lâmpadas incandescentes, fogão elétrico, etc.
11
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Os conceitos vistos anteriormente possibilitarão


o entendimento do próximo assunto: levantamento das
potências (cargas) a serem instaladas na residência.

O levantamento das potências


é feito mediante uma
previsão das potências
(cargas) mínimas
de iluminação e tomadas
a serem instaladas,
possibilitando, assim,
determinar a potência total
prevista para a instalação
elétrica residencial.

A previsão de carga deve obedecer às prescrições


da NBR 5410, item 4.2.1.2

A planta a seguir servirá


de exemplo para o levantamento
das potências.

12
3,40 3,05

A. SERVIÇO
1,75

COZINHA
3,40

3,75
DORMITÓRIO 2

3,05
3,15

2,30
COPA

BANHEIRO
1,80

3,10

3,40 3,05

DORMITÓRIO 1 SALA
3,25

3,25

13
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

R ECOMENDAÇÕES
DA NBR 5410 PARA
O LEVANTAMENTO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO

1. Condições para se estabelecer a quantidade


mínima de pontos de luz.

prever pelo menos um arandelas no banheiro


ponto de luz no teto, devem estar distantes,
comandado por um no mínimo, 60 cm
interruptor de parede. do limite do boxe.

2. Condições para se estabelecer a potência


mínima de iluminação.

A carga de iluminação é feita em função da área do


cômodo da residência.

atribuir um mínimo
para área de 100 VA para os
para área
igual atribuir um primeiros 6 m 2,
superior
ou inferior mínimo de 100 VA acrescido de 60 VA
a 6 m2
a 6 m2 para cada aumento
de 4 m 2 inteiros.

NOTA: a NBR 5410 não estabelece critérios para


iluminação de áreas externas em residências, ficando
a decisão por conta do projetista e do cliente.
14
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Prevendo a carga de iluminação da planta residencial


utilizada para o exemplo, temos:

Dimensões Potência de iluminação


Dependência
área (m 2) (VA)
9,91m2 = 6m2 + 3,91m2
sala A = 3,25 x 3,05 = 9,91 | 100 VA
100VA

9,45m2 = 6m2 + 3,45m2


copa A = 3,10 x 3,05 = 9,45 | 100 VA
100VA

11,43m2 =6m2 + 4m2 + 1,43m2


cozinha A = 3,75 x 3,05 = 11,43 | | 160 VA
100VA + 60VA

11,05m2 = 6m2 + 4m2 + 1,05m2


dormitório 1 A = 3,25 x 3,40 = 11,05 | | 160 VA
100VA + 60VA

10,71m2 = 6m2 + 4m2 + 0,71m2


dormitório 2 A = 3,15 x 3,40 = 10,71 | | 160 VA
100VA + 60VA

banho A = 1,80 x 2,30 = 4,14 4,14m2 => 100VA 100 VA

área de serviço A = 1,75 x 3,40 = 5,95 5,95m2 => 100VA 100 VA

hall A = 1,80 x 1,00 = 1,80 1,80m2 => 100VA 100 VA

área externa — — 100 VA

15
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

R ECOMENDAÇÕES
DA NBR 5410
PARA O LEVANTAMENTO DA CARGA DE TOMADAS

1. Condições para se estabelecer a quantidade mínima


de tomadas de uso geral (TUG’s).

cômodos ou
dependências no mínimo uma
com área igual tomada
ou inferior
a 6m 2

subsolos,
varandas, pelo menos uma
no mínimo uma tomada
garagens ou
tomada para cada sotãos
cômodos ou 5m ou fração de
dependências perímetro,
com mais espaçadas tão
de 6m 2 uniformemente
quanto possível no mínimo uma
tomada junto
ao lavatório com
banheiros uma distância
uma tomada para
mínima de 60cm
cada 3,5m ou
cozinhas, do limite do boxe
copas, fração de
copas-cozinhas perímetro,
independente
da área

NOTA: em diversas aplicações, é recomendável prever


uma quantidade de tomadas de uso geral maior
do que o mínimo calculado, evitando-se, assim,
o emprego de extensões e benjamins (tês) que,
além de desperdiçarem energia,
podem comprometer a segurança da instalação.
16
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

T OMADAS DE U SO G ERAL (TUG’ S )

Não se destinam à ligação de equipamentos específicos


e nelas são sempre ligados:
aparelhos móveis ou aparelhos portáteis.

2. Condições para se estabelecer a potência mínima


de tomadas de uso geral (TUG’s).

banheiros,
- atribuir, no mínimo,
cozinhas, copas,
600 VA por tomada,
copas-cozinhas,
áreas de serviço, até 3 tomadas.
lavanderias - atribuir 100 VA para
e locais os excedentes.
semelhantes

demais
cômodos
- atribuir, no mínimo,
ou
100 VA por tomada.
dependências

17
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

3. Condições para se estabelecer a quantidade de


tomadas de uso específico (TUE’s).
A quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo
com o número de aparelhos de utilização
que sabidamente vão estar fixos em uma dada
posição no ambiente.

T OMADAS DE U SO E SPECÍFICO (TUE’ S )


São destinadas à ligação de equipamentos fixos
e estacionários, como é o caso de:

C HUVEIRO T ORNEIRA
ELÉTRICA

S ECADORA
DE ROUPA

NOTA: quando usamos o termo “tomada” de uso


específico, não necessariamente queremos dizer que a
ligação do equipamento à instalação elétrica
irá utilizar uma tomada. Em alguns casos, a ligação
poderá ser feita, por exemplo, por ligação direta
(emenda) de fios ou por uso de conectores.
18
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

4. Condiçõespara se estabelecer a potência de


tomadas de uso específico (TUE’s).

Atribuir a potência nominal do equipamento


a ser alimentado.

Conforme o que foi visto:

Para se prever a carga de tomadas é necessário,


primeiramente, prever a sua quantidade.
Essa quantidade, segundo os critérios, é estabelecida
a partir do cômodo em estudo,
fazendo-se necessário ter:

• ou o valor da área
• ou o valor do perímetro
• ou o valor da área
e do perímetro

Os valores das áreas dos cômodos da planta do


exemplo já estão calculados, faltando o cálculo do
perímetro onde este se fizer necessário, para se
prever a quantidade mínima de tomadas.
19
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Estabelecendo a quantidade mínima de tomadas


de uso geral e específico:
Dimensões Quantidade mínima
Dependência Área Perímetro TUG’s TUE’s
(m 2) (m)
5 + 5 + 2,6 —
sala 9,91 3,25x2 + 3,05x2 = 12,6
(1 1 1) = 3
3,5 + 3,5 + 3,5 + 1,8 —
copa 9,45 3,10x2 +3,05x2 = 12,3
(1 1 1 1) = 4
3,5 + 3,5 + 3,5 + 3,1 1 torneira elétr.
cozinha 11,43 3,75x2 + 3,05x2 = 13,6
(1 1 1 1) = 4 1 geladeira
5 + 5 + 3,3 —
dormitório 1 11,05 3,25x2 + 3,40x2 = 13,3
(1 1 1) = 3
5 + 5 + 3,1 —
dormitório 2 10,71 3,15x2 + 3,40x2 = 13,1
(1 1 1) = 3

banho 4,14 OBSERVAÇÃO 1 1 chuveiro elétr.

Área inferior a 6m2: 1 máquina


área de serviço 5,95 2
não interessa lavar roupa
hall 1,80 o perímetro 1 —

área externa — — — —

Prevendo as cargas de tomadas de uso geral e específico.


Dimensões Quantidade Previsão de Carga
Dependência Área Perímetro
(m 2) (m) TUG’s TUE’s TUG’s TUE’s

sala 9,91 12,6 4* — 4x100VA —


3x600VA —
copa 9,45 12,3 4 —
1x100VA
3x600VA 1x5000W (torneira)
cozinha 11,43 13,6 4 2
1x100VA 1x500W (geladeira)

dormitório 1 11,05 13,3 4* — 4x100VA —

dormitório 2 10,71 13,1 4* — 4x100VA —

banho 4,14 — 1 1 1x600VA 1x5600W (chuveiro)

área de serviço 5,95 — 2 1 2x600VA 1x1000W (máq.lavar)

hall 1,80 — 1 — 1x100VA —

área externa — — — — — —

Obs.: (*) nesses cômodos, optou-se por instalar uma


quantidade de TUG’s maior do que a quantidade mínima
calculada anteriormente.
20
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Reunidos todos os dados obtidos, tem-se


o seguinte quadro:
Dimensões Potência de TUG’s TUE’s
Dependência Área Perímetro iluminação Quanti- Potência Discrimi- Potência
(m 2) (m) (VA) dade (VA) nação (W)
sala 9,91 12,6 100 4 400 — —

copa 9,45 12,3 100 4 1900 — —

torneira 5000
cozinha 11,43 13,6 160 4 1900 geladeira 500

dormitório 1 11,05 13,3 160 4 400 — —

dormitório 2 10,71 13,1 160 4 400 — —

banho 4,14 — 100 1 600 chuveiro 5600

área de serviço 5,95 — 100 2 1200 máq. lavar 1000

hall 1,80 — 100 1 100 — —

área externa — — 100 — — — —

TOTAL — — 1080VA — 6900VA — 12100W

potência potência
aparente ativa

Para obter a potência total da instalação,


faz-se necessário: a) calcular a potência ativa;
b) somar as potências ativas.
21
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

L EVANTAMENTO DA P OTÊNCIA T OTAL

Potência de iluminação
1080 VA
Fator de potência a ser
adotado = 1,0
1080 x 1,0 = 1080 W
Cálculo da
potência ativa
de iluminação
e tomadas
de uso geral Potência de tomadas de uso
(TUG’s) geral (TUG’S) - 6900 VA
Fator de potência a ser
adotado = 0,8
6900 VA x 0,8 = 5520 W

potência ativa
Cálculo de iluminação: 1080 W
da potência ativa
potência de TUG’s: 5520 W
ativa potência ativa
total de TUE’s: 12100 W
18700 W

Em função da potência ativa total prevista para


a residência é que se determina:
o tipo de fornecimento, a tensão de alimentação
e o padrão de entrada.
22
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

T IPO DE F ORNECIMENTO E T ENSÃO


Nas áreas de concessão da ELEKTRO, se a
potência ativa total for:
Até 12000 W

Fornecimento monofásico
- feito a dois fios:
uma fase e um neutro
- tensão de 127 V

Acima de 12000 W até 25000 W

Fornecimento bifásico
- feito a três fios: duas
fases e um neutro
- tensões de
127V e 220V

Acima de 25000 W até 75000 W

Fornecimento trifásico
- feito a quatro fios:
três fases e um neutro
- tensões de 127 V e 220 V

23
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

No exemplo, a potência ativa total foi de:

Portanto:
têm-se
fornecimento
Sendo disponíveis
bifásico, pois
18700 W fornecimento dois valores
fica entre
bifásico de tensão:
12000 W
127 V e 220 V.
e 25000 W.

NOTA: não sendo área de concessão da ELEKTRO,


o limite de fornecimento, o tipo de fornecimento e os
valores de tensão podem ser diferentes do exemplo.
Estas informações são obtidas na companhia
de eletricidade de sua cidade.
Uma vez determinado
o tipo de fornecimento,
pode-se determinar
também o padrão
de entrada.

Voltando ao exemplo: Conseqüentemente:

Potência ativa
total: O padrão de
18700 watts entrada deverá
atender ao
Tipo de fornecimento
fornecimento: bifásico.
bifásico.

24
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

E... o que vem a ser padrão de entrada?

Padrão de entrada nada


mais é do que o poste
com isolador de
roldana, bengala, caixa
de medição e haste de
terra, que devem estar
instalados, atendendo
às especificações
da norma técnica da
concessionária para
o tipo de fornecimento.

Uma vez pronto o padrão de entrada,


segundo as especificações da norma
técnica, compete à concessionária
fazer a sua inspeção.

25
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Estando tudo
certo, a
concessionária
instala e liga
o medidor e
o ramal de
serviço,

A norma técnica referente à instalação do padrão


de entrada, bem como outras informações a esse
respeito deverão ser obtidas junto à agência local da
companhia de eletricidade.

Uma vez pronto o padrão de


entrada e estando ligados
o medidor e o ramal de serviço,
a energia elétrica entregue pela
concessionária estará disponível
para ser utilizada.

26
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

R EDE P ÚBLICA DE B AIXA T ENSÃO

Ramal de
ligação

Quadro de
distribuição
Circuitos terminais

Medidor

Circuito de
distribuição

Aterramento

Através do circuito de distribuição, essa energia


é levada do medidor até o quadro de distribuição,
também conhecido como quadro de luz.
27
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O que vem Quadro de distribuição


a ser é o centro de
quadro de distribuição de toda
distribuição? a instalação elétrica de
uma residência.

Ele é o centro de distribuição, pois:


recebe os fios que vêm do medidor.

nele é que se
encontram os
dispositivos de
proteção.

dele é que partem os circuitos terminais


que vão alimentar diretamente as
lâmpadas, tomadas e aparelhos elétricos.

C IRCUITO 1 C IRCUITO 2 C IRCUITO 3 (TUG’s)


Iluminação Iluminação de Tomadas de
social serviço uso geral

C IRCUITO 4 (TUG’s) C IRCUITO 5 (TUE) C IRCUITO 6 (TUE)


Tomada de uso Tomada de uso
Tomadas de
específico específico
uso geral
(ex. torneira elétrica) (ex. chuveiro elétrico)

28
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O quadro de distribuição deve estar localizado:


em lugar de
fácil acesso

e o mais
próximo possível
do medidor

Isto é feito para se evitar gastos


desnecessários com os fios do circuito
de distribuição, que são os mais grossos
de toda a instalação e, portanto, os mais caros.

Através dos desenhos a seguir, você poderá enxergar os


componentes e as ligações feitas no quadro de distribuição.
29
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Este é um exemplo de quadro de distribuição


para fornecimento bifásico.
Fase
Proteção
Neutro

Disjuntor
diferencial
residual geral

Barramento Barramento de neutro.


de proteção. Faz a ligação dos fios
Deve ser ligado Barramento neutros dos circuitos
eletricamente de interligação terminais com o neutro
à caixa do QD. das fases do circuito de
Disjuntores distribuição, devendo ser
dos circuitos isolado eletricamente
terminais bifásicos. da caixa do QD.
Recebem a fase do Disjuntores
disjuntor geral dos circuitos
e distribuem para terminais
os circuitos monofásicos.
terminais.

Um dos dispositivos de proteção que se encontra no


quadro de distribuição é o disjuntor termomagnético.
Vamos falar um pouco a seu respeito.
30
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Disjuntores termomagnéticos são dispositivos que:


oferecem proteção aos
Desligando-o
fios do circuito
automaticamente
quando da ocorrência
de uma sobrecorrente
provocada por um
curto-circuito
ou sobrecarga.

permitem
manobra manual Operando-o como
um interruptor,
secciona somente o
circuito necessário
numa eventual
manutenção.

Os disjuntores termomagnéticos têm a mesma


função que as chaves fusíveis. Entretanto:
O fusível se queima O disjuntor desliga-se
necessitando ser trocado necessitando religá-lo

No quadro de distribuição, encontra-se também:


- o disjuntor diferencial residual ou, então,
- o interruptor diferencial residual.
31
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

D ISJUNTOR D IFERENCIAL R ESIDUAL


É um dispositivo constituído de um disjuntor
termomagnético acoplado a um outro
dispositivo: o diferencial residual.
Sendo assim, ele conjuga as duas funções:

a do disjuntor e a do dispositivo
termomagnético diferencial residual

protege as pessoas
contra choques
protege os fios do elétricos provocados
circuito contra por contatos diretos
sobrecarga e e indiretos
curto-circuito

Pode-se dizer então que:


Disjuntor diferencial residual é um dispositivo que protege:
- os fios do circuito contra sobrecarga e curto-circuito e;
- as pessoas contra choques elétricos.
32
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

I NTERRUPTOR D IFERENCIAL R ESIDUAL


É um dispositivo composto de um interruptor acoplado
a um outro dispositivo: o diferencial residual.

Sendo assim, ele conjuga duas funções:

a do interruptor
que liga e desliga,
manualmente,
o circuito

a do dispositivo diferencial
residual (interno)
que protege as pessoas
contra choques elétricos
provocados por contatos
diretos e indiretos

Pode-se dizer então que:

Interruptor diferencial residual é um dispositivo que:


liga e desliga, manualmente, o circuito e
protege as pessoas contra choques elétricos.
33
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Os dispositivos vistos anteriormente têm em comum


o dispositivo diferencial residual (DR).

proteger as pessoas contra


Sua função é: choques elétricos provocados por
contato direto e indireto

É o contato acidental,
seja por falha de
isolamento, por ruptura
ou remoção indevida
de partes isolantes:
ou, então, por atitude
imprudente de uma pessoa
com uma parte elétrica
Contato normalmente
direto energizada (parte viva).

É o contato entre uma


pessoa e uma parte
metálica de uma instalação
Contato ou componente, normal-
indireto mente sem tensão, mas que
pode ficar energizada
por falha de isolamento
ou por uma falha interna.

34
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

A seguir, serão apresentados:


• tipos de disjuntores termomagnéticos;
• tipos de disjuntores DR de alta sensibilidade;
• tipo de interruptor DR de alta sensibilidade.

T IPOS DE D ISJUNTORES T ERMOMAGNÉTICOS


Os tipos de disjuntores termomagnéticos existentes no
mercado são: monopolares, bipolares e tripolares.

Tripolar
Bipolar
Monopolar

NOTA: os disjuntores termomagnéticos somente devem


ser ligados aos condutores fase dos circuitos.
35
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

T IPOS DE D ISJUNTORES D IFERENCIAIS R ESIDUAIS


Os tipos mais usuais de disjuntores residuais de alta
sensibilidade (no máximo 30 mA) existentes no mercado são:

Bipolar Tetrapolar

NOTA: os disjuntores DR devem ser ligados


aos condutores fase e neutro dos circuitos, sendo que
o neutro não pode ser aterrado após o DR.

T IPO DE I NTERRUPTOR D IFERENCIAL R ESIDUAL


Um tipo de interruptor
diferencial residual
de alta sensibilidade
(no máximo 30 mA)
existente no mercado
é o tetrapolar
(figura ao lado), existindo
ainda o bipolar.

NOTA: interruptores DR devem ser utilizados nos


circuitos em conjunto com dispositivos a sobrecorrente
(disjuntor ou fusível), colocados antes do interruptor DR.
36
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Os dispositivos vistos são empregados na proteção dos


circuitos elétricos. Mas... o que vem a ser circuito elétrico?

C IRCUITO E LÉTRICO
É o conjunto de Em uma instalação elétrica
equipamentos e fios, residencial, encontramos
dois tipos de circuito:
ligados ao mesmo o de distribuição
dispositivo de proteção. e os circuitos terminais.

C IRCUITO DE D ISTRIBUIÇÃO
Liga o quadro do medidor ao quadro de distribuição.
Rede pública de
Ponto de baixa tensão
derivação

Ramal de
ligação
(2F + N)
Circuito de distribuição
(2F + N + PE)
Caixa de Vai para
Origem da
medição o quadro de
instalação
Medidor distribuição

Dispositivo geral de
Ramal de comando e proteção
entrada
Terminal de
Ponto de aterramento
entrega principal

Condutor de aterramento

Eletrodo de aterramento

37
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C IRCUITOS T ERMINAIS
Partem do quadro de distribuição e alimentam
diretamente lâmpadas, tomadas de uso geral
e tomadas de uso específico.
NOTA: em todos os exemplos a seguir, será admitido que a
tensão entre FASE e NEUTRO é 127V e entre FASES é 220V.
Consulte as tensões oferecidas em sua região

(F + N + PE)
Disjuntor
diferencial
residual geral

Fases (F + N + PE)

(2F+N+PE) (2F + PE)

Neutro (F + N + PE)
Proteção
(PE)

Quadro de
distribuição (F + N + PE)

(2F + PE)

38
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Exemplo de circuitos terminais protegidos por


disjuntores termomagnéticos:
C IRCUITO DE I LUMINAÇÃO (FN)
Disjuntor
DR (*) (*)
Neutro
Fase

Barramento Barramento
de proteção de neutro

Retorno

Disjuntor
monopolar
* se possível, ligar o condutor de proteção (terra) à carcaça da luminária.

Exemplos de circuitos terminais protegidos


por disjuntores DR:
C IRCUITO DE I LUMINAÇÃO E XTERNA (FN)

Barramento
de proteção Neutro Proteção
Fase

Retorno
Disjuntor diferencial
residual bipolar

39
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C IRCUITO DE T OMADAS DE U SO G ERAL (FN)

Barramento Neutro Proteção


de proteção Fase

Disjuntor diferencial
residual bipolar

Exemplos de circuitos terminais protegidos por disjuntores DR:

C IRCUITO DE TOMADA DE U SO E SPECÍFICO (FN)

Barramento Neutro Proteção


de Fase
proteção

Disjuntor diferencial
residual bipolar

40
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C IRCUITO DE TOMADA DE U SO E SPECÍFICO (FF)

Fase Proteção
Barramento Fase
de
proteção

Disjuntor diferencial residual bipolar

Exemplos de circuitos protegidos por interruptores DR:

C IRCUITO DE TOMADA DE U SO E SPECÍFICO (FN)

Neutro Proteção
Barramento Fase
de proteção

Disjuntor
termomagnético

Interruptor DR

41
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C IRCUITO DE TOMADA DE U SO E SPECÍFICO (FF)

Fase Proteção
Fase

Barramento
de proteção

Disjuntor
termomagnético

Interruptor DR
Ligação
bifásica ou
trifásica
Fases
Neutro

Exemplo
de circuito
de distribuição
bifásico
ou
trifásico
protegido por
disjuntor Proteção
termomagnético:
Disjuntor ou
interruptor DR
tetrapolar

Quadro de
distribuição
42
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

A instalação elétrica de uma residência deve


ser dividida em circuitos terminais.
Isso facilita a manutenção e reduz a interferência.

(F + N + PE)

Fases

(F + N + PE)

(2F + PE)

(F + N + PE)
Neutro Proteção
(PE)
Quadro de
distribuição
(F + N + PE)

(2F + PE)

A divisão da instalação elétrica


em circuitos terminais segue critérios
estabelecidos pela NBR 5410,
apresentados em seguida.
43
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C RITÉRIOS ESTABELECIDOS PELA NBR 5410

• prever circuitos de iluminação


separados dos circuitos de
tomadas de uso geral (TUG’s).
• prever circuitos independentes,
exclusivos para cada
equipamento com corrente
nominal superior a 10 A.
Por exemplo, equipamentos
ligados em 127 V com
potências acima de 1270 VA
(127 V x 10 A) devem ter um
circuito exclusivo para si.

Além desses critérios, o projetista considera também as


dificuldades referentes à execução da instalação.

Se os circuitos
ficarem muito • a instalação dos fios
carregados, os fios nos eletrodutos;
adequados para suas
ligações irão resultar • as ligações terminais
numa seção nominal (interruptores e
(bitola) muito grande, tomadas).
dificultando:

Para que isto não ocorra, uma boa recomendação é,


nos circuitos de iluminação e tomadas de uso geral,
limitar a corrente a 10 A, ou seja, 1270 VA em
127 V ou 2200 VA em 220 V.
44
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Aplicando os critérios no exemplo em questão (tabela da


pág. 22), deverá haver, no mínimo, quatro circuitos terminais:
• um para iluminação;
• um para tomadas de uso geral;
• dois para tomadas de uso específico
(chuveiro e torneira elétrica).
Mas, tendo em vista as questões de ordem prática,
optou-se no exemplo em dividir:

OS CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO EM 2:

sala
copa
dormitório 1
Social Serviço cozinha
dormitório 2
área de serviço
banheiro
área externa
hall

OS CIRCUITOS DE TOMADAS DE USO GERAL EM 4:


sala
dormitório 1
Social dormitório 2 Serviço cozinha
banheiro
hall

Serviço copa Serviço área de


serviço

Com relação aos circuitos de tomadas de uso específico,


permanecem os 2 circuitos independentes:

Chuveiro elétrico Torneira elétrica

45
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Essa divisão dos circuitos, bem como suas respectivas


cargas, estão indicados na tabela a seguir:

Circuito Potência nº de Seção dos Proteção


Tensão Corrente
Local Quantidade x Total circuitos condutores nº de Corrente
nº Tipo (V) (A) Tipo
potência (VA) (VA) agrupados (mm 2) pólos nominal
Sala 1 x 100
Dorm. 1 1 x 160
Ilum.
1 127 Dorm. 2 1 x 160 620
social
Banheiro 1 x 100
Hall 1 x 100
Copa 1 x 100
Cozinha 1 x 160
Ilum.
2 127 A. serviço 1 x 100 460
serviço
A. externa 1 x 100

Sala 4 x 100
3 TUG’s 127 Dorm. 1 4 x 100 900
Hall 1 x 100

Banheiro 1 x 600
4 TUG’s 127 1000
Dorm. 2 4 x 100

5 TUG’s 127 Copa 2 x 600 1200

1 x 100
6 TUG’s 127 Copa 700
1 x 600

7 TUG’s 127 Cozinha 2 x 600 1200

1 x 100
TUG’s
8 127 Cozinha 1 x 600 1200
+TUE’s
1 x 500

9 TUG’s 127 A. serviço 2 x 600 1200

10 TUE’s 127 A. serviço 1 x 1000 1000

11 TUE’s 220 Chuveiro 1 x 5600 5600

12 TUE’s 220 Torneira 1 x 5000 5000

Quadro de
distribuição
Distribuição 220
Quadro de
medidor

estes campos serão preenchidos


no momento oportuno
46
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Como o tipo de fornecimento determinado para


o exemplo em questão é bifásico, têm-se duas fases e
um neutro alimentando o quadro de distribuição.
Sendo assim, neste projeto foram adotados os
seguintes critérios:

O S CIRCUITOS DE Foram ligados na menor


ILUMINAÇÃO E TOMADAS tensão, entre fase e
DE USO GERAL (TUG’ S ) neutro (127 V).

O S CIRCUITOS DE TOMADAS
DE USO ESPECÍFICO (TUE’ S ) Foram ligados na maior
COM CORRENTE MAIOR tensão, entre fase e
QUE 10 A fase (220 V).

Quanto ao circuito de distribuição,


deve-se sempre considerar a maior tensão (fase-fase)
quando este for bifásico ou trifásico. No caso, a tensão
do circuito de distribuição é 220 V.

Uma vez dividida a instalação elétrica


em circuitos, deve-se marcar, na planta,
o número correspondente a cada
ponto de luz e tomadas.
No caso do exemplo, a instalação ficou
com 1 circuito de distribuição
e 12 circuitos terminais que estão
apresentados na planta a seguir.
47
48
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

S IMBOLOGIA G RÁFICA

Sabendo as quantidades de pontos de luz,


tomadas e o tipo de fornecimento,
o projetista pode dar início ao desenho do
projeto elétrico na planta residencial,
utilizando-se de uma simbologia gráfica.

Neste fascículo, a simbologia apresentada é a


usualmente empregada pelos projetistas.
Como ainda não existe um acordo comum a respeito
delas, o projetista pode adotar uma simbologia própria
identificando-a no projeto, através de uma legenda.
Para os exemplos que aparecem neste Manual,
será utilizada a simbologia apresentada a seguir.

S ÍMBOLO
Quadro de
distribuição

49
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

S ÍMBOLO
100 Ponto de luz no teto
2 a

100 - potência de iluminação


2 - número do circuito
a - comando

S ÍMBOLO
Ponto de luz na parede

S ÍMBOLOS
Tomada baixa monofásica
com terra

Tomada baixa bifásica


com terra

50
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

S ÍMBOLOS
Tomada média monofásica
com terra

Tomada média bifásica


com terra

S ÍMBOLOS
Caixa de saída alta
monofásica com terra

Caixa de saída alta bifásica


com terra

S ÍMBOLO
Interruptor
simples

51
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

S ÍMBOLO
Interruptor
paralelo

S ÍMBOLO
Campainha

52
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

S ÍMBOLO
Botão de campainha

S ÍMBOLO
Eletroduto embutido
na laje

S ÍMBOLO
Eletroduto embutido
na parede

53
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

S ÍMBOLO
Eletroduto embutido
no piso

S ÍMBOLO
Fio fase

S ÍMBOLO
Fio neutro
(necessariamente azul claro)

54
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

S ÍMBOLO
Fio de retorno

S ÍMBOLO Condutor de proteção


(fio terra necessariamente
verde ou verde-amarelo)

55
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C ONDUTORES E LÉTRICOS
O termo condutor elétrico é usado para designar um
produto destinado a transportar corrente (energia) elétrica,
sendo que os fios e os cabos elétricos são os tipos mais
comuns de condutores. O cobre é o metal mais utilizado
na fabricação de condutores elétricos para instalações
residenciais, comerciais e industriais.
Um fio é um condutor sólido, maciço, provido de
isolação, usado diretamente como condutor de energia
elétrica. Por sua vez, a palavra cabo é utilizada quando
um conjunto de fios é reunido para formar um condutor
elétrico.
Dependendo do número de fios que compõe um cabo
e do diâmetro de cada um deles, um condutor apresenta
diferentes graus de flexibilidade. A norma brasileira NBR
NM280 define algumas classes de flexibilidade para os
condutores elétricos, a saber:
Classe 1 Classes 2, 4, 5 e 6

são aqueles condutores são aqueles condutores formados


sólidos (fios), os quais por vários fios (cabos), sendo que,
apresentam baixo grau quanto mais alta a classe, maior
de flexibilidade durante a flexibilidade do cabo durante
o seu manuseio. o manuseio.

E qual a importância da flexibilidade de um condutor


nas instalações elétricas residenciais ?
Geralmente, nas instalações residenciais, os condutores
são enfiados no interior de eletrodutos e passam por
curvas e caixas de passagem até chegar ao seu destino
final, que é, quase sempre, uma caixa de ligação
5 x 10 cm ou 10 x 10 cm instalada nas paredes ou uma
caixa octogonal situada no teto ou forro.
56
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Além disso, em muitas ocasiões, há vários condutores de


diferentes circuitos no interior do mesmo eledroduto, o
que torna o trabalho de enfiação mais difícil ainda.
Nestas situações, a experiência internacional vem
comprovando há muitos anos que o uso de cabos
flexíveis, com classe 5, no mínimo, reduz significativa-
mente o esforço de enfiação dos condutores nos
eletrodutos, facilitando também a eventual retirada dos
mesmos.
Da mesma forma, nos últimos anos
também os profissionais brasileiros
têm utilizado cada vez mais os
cabos flexíveis nas instalações
elétricas em geral e nas residenciais
Cabos
em particular.
flexíveis
Fios sólidos

57
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C ONDUTOR DE P ROTEÇÃO - PE (F IO T ERRA )


Dentro de todos os aparelhos
elétricos existem elétrons que
querem “fugir” do interior
dos condutores. Como o corpo
humano é capaz de conduzir
eletricidade, se uma pessoa encostar
nesses equipamentos, ela estará
sujeita a levar um choque,
que nada mais é do que a
sensação desagradável
provocada pela passagem
dos elétrons pelo corpo.
É preciso lembrar que
correntes elétricas de
apenas 0,05 ampère já podem
provocar graves danos ao organismo !

Sendo assim, como podemos fazer para evitar


os choques elétricos ?

O conceito básico da proteção contra


choques é o de que os elétrons devem
ser “desviados” da pessoa.
Sabendo-se que um fio de cobre é
um milhão de vezes melhor condutor do
que o corpo humano, fica evidente que,
se oferecermos aos elétrons dois
caminhos para eles circularem,
sendo um o corpo e o outro um
fio, a enorme maioria deles irá
circular pelo último,
minimizando os efeitos do
choque na pessoa. Esse fio
pelo qual irão circular os
elétrons que “escapam” dos
aparelhos é chamado de fio terra.
58
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Como a função do fio terra é “recolher” elétrons


“fugitivos”, nada tendo a ver com o funcionamento
propriamente dito do aparelho, muitas vezes as pessoas
esquecem de sua importância para a segurança.
É como em um automóvel: é possível fazê-lo funcionar
e nos transportar até o local desejado, sem o uso do
cinto de segurança. No entanto, é sabido que os riscos
relativos à segurança em caso de acidente aumentam
em muito sem o seu uso.
C OMO I NSTALAR O F IO T ERRA
A figura abaixo indica a maneira mais simples
de instalar o fio terra em uma residência.
Observe que a bitola do fio terra deve estar conforme
a tabela da página 102. Pode-se utilizar um único fio
terra por eletroduto, interligando vários aparelhos
e tomadas. Por norma, a cor do fio terra é obrigatoria-
mente verde/amarela ou somente verde.

59
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O S A PARELHOS E AS T OMADAS
Nem todos os aparelhos elétricos precisam de fio terra.
Isso ocorre quando eles são construídos de tal
forma que a quantidade de elétrons “fugitivos” esteja
dentro de limites aceitáveis.
Nesses casos, para a sua ligação, é preciso apenas levar
até eles dois fios (fase e neutro ou fase e fase), que são
ligados diretamente, através de conectores apropriados
ou por meio de tomadas de dois pólos (figura 2).
Por outro lado, há vários aparelhos que vêm com o fio
terra incorporado, seja fazendo parte do cabo de ligação
do aparelho, seja separado dele.
Nessa situação, é preciso utilizar uma tomada com três
pólos (fase-neutro-terra ou fase-fase-terra) compatível
com o tipo de plugue do aparelho, conforme a figura 1
ou uma tomada com dois pólos, ligando o fio terra do
aparelho diretamente ao fio terra da instalação (figura 3).
Como uma instalação deve estar preparada para receber
qualquer tipo de aparelho elétrico, conclui-se que,
Fig. 1 conforme prescreve a norma brasileira
de instalações elétricas NBR 5410,
todos os circuitos de
iluminação, tomadas
de uso geral e
também os que
servem a
Fig. 3 aparelhos específicos
Fig. 2
(como chuveiros,
ar condicionados,
microondas, lava
roupas, etc.)
devem possuir
o fio terra.

60
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O U SO DOS D ISPOSITIVOS DR

Como vimos anteriormente,


o dispositivo DR é um interruptor
automático que desliga correntes elétricas
de pequena intensidade (da ordem de
centésimos de ampère), que um disjuntor
comum não consegue detectar, mas que podem
ser fatais se percorrerem o corpo humano.
Dessa forma, um completo sistema
de aterramento, que proteja as pessoas
de um modo eficaz, deve conter,
além do fio terra, o dispositivo DR.

Bipolar Tetrapolar

61
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

R ECOMENDAÇÕES E E XIGÊNCIAS DA NBR 5410

A NBR 5410
exige,
desde1997:

A utilização de proteção
diferencial residual (disjuntor ou interruptor)
de alta sensibilidade em
circuitos terminais que sirvam a:

• tomadas de corrente em cozinhas,


copas-cozinhas, lavanderias, áreas de
serviço, garagens e, no geral, a todo
local interno molhado em uso normal
ou sujeito a lavagens;
• tomadas de corrente em áreas externas;
• tomadas de corrente que, embora insta-
ladas em áreas internas, possam
alimentar equipamentos de uso em
áreas externas;
• pontos situados em locais contendo
banheira ou chuveiro.

NOTA: os circuitos não relacionados nas recomendações


e exigências acima poderão ser protegidos apenas
por disjuntores termomagnéticos (DTM).
62
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Aplicando-se as recomendações e exigências da


NBR 5410 ao projeto utilizado como exemplo, onde já
se tem a divisão dos circuitos, o tipo de proteção a ser
empregado é apresentado no quadro abaixo:
Circuito Potência nº de Seção dos Proteção
Tensão Corrente
Local Quantidade x Total circuitos condutores nº de Corrente
nº Tipo (V) (A) Tipo
potência (VA) (VA) agrupados (mm 2) pólos nominal
Sala 1 x 100
Dorm. 1 1 x 160
Ilum.
1 127 Dorm. 2 1 x 160 620 DTM 1
social
Banheiro 1 x 100
Hall 1 x 100
Copa 1 x 100
Ilum. Cozinha 1 x 160 DTM 1
2 serviço 127 A. serviço 1 x 100 460 + IDR 2
A. externa 1 x 100

Sala 4 x 100
3 TUG’s 127 Dorm. 1 4 x 100 900 DTM 1
Hall 1 x 100 + IDR 2

Banheiro 1 x 600 DTM 1


4 TUG’s 127 1000
Dorm. 2 4 x 100 + IDR 2

DTM 1
5 TUG’s 127 Copa 2 x 600 1200
+ IDR 2
1 x 100 DTM 1
6 TUG’s 127 Copa 700
1 x 600 + IDR 2
DTM 1
7 TUG’s 127 Cozinha 2 x 600 1200
+ IDR 2

1 x 100
TUG’s DTM 1
8 127 Cozinha 1 x 600 1200
+TUE’s + IDR 2
1 x 500

DTM 1
9 TUG’s 127 A. serviço 2 x 600 1200
+ IDR 2
DTM 1
10 TUE’s 127 A. serviço 1 x 1000 1000
+ IDR 2
DTM 2
11 TUE’s 220 Chuveiro 1 x 5600 5600
+ IDR 2
DTM 2
12 TUE’s 220 Torneira 1 x 5000 5000
+ IDR 2
Quadro
distribuição
Distribuição 220 DTM 2
Quadro
medidor

(DTM = disjuntor termomagnético. IDR = interruptor diferencial-residual)

63
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

D ESENHO E SQUEMÁTICO DO Q UADRO DE D ISTRIBUIÇÃO

A NBR 5410 também prevê a possibilidade de optar


pela instalação de disjuntor DR ou interruptor DR
na proteção geral. A seguir serão apresentadas as regras
e a devida aplicação no exemplo em questão.
64
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O PÇÃO DE U TILIZAÇÃO DE I NTERRUPTOR DR


NA P ROTEÇÃO G ERAL
No caso de instalação de interruptor DR na proteção
geral, a proteção de todos os circuitos terminais pode
ser feita com disjuntor termomagnético. A sua instalação
é necessariamente no quadro de distribuição e deve ser
precedida de proteção geral contra sobrecorrente
e curto-circuito no quadro do medidor.
Esta solução pode, em alguns casos, apresentar
o inconveniente de o IDR disparar com mais freqüência,
uma vez que ele “sente” todas as
correntes de fuga naturais da instalação.

65
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Uma vez determinado o número de circuitos elétricos


em que a instalação elétrica foi dividida e já definido
o tipo de proteção de cada um, chega o momento
de se efetuar a sua ligação.

Essa ligação,
entretanto, precisa
ser planejada
detalhadamente,
de tal forma que
nenhum ponto
de ligação fique
esquecido.

Para se efetuar esse


planejamento,
desenha-se na planta
residencial o caminho
que o eletroduto deve
percorrer, pois é através
dele que os fios
dos circuitos
irão passar.

66
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Entretanto, para o planejamento do caminho


que o eletroduto irá percorrer, fazem-se necessárias
algumas orientações básicas:

A Locar, primeiramente, o quadro


de distribuição, em lugar de
D EVE - SE : fácil acesso e que fique o mais
próximo possível do medidor.

B Partir com o eletroduto do quadro de distribuição,


traçando seu caminho de forma a encurtar as
distâncias entre os pontos de ligação.

C Utilizar a simbologia gráfica para representar, na


planta residencial, o caminhamento do eletroduto.

Eletroduto
embutido na laje
Quadro de embutido na parede
distribuição embutido no piso

D Fazer uma legenda da simbologia empregada.

E Ligar os interruptores e tomadas ao ponto de luz de


cada cômodo.

67
68
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Para se acompanhar o desenvolvimento do caminhamento


dos eletrodutos, tomaremos a planta do exemplo
(pág. 68) anterior já com
os pontos de luz e
tomadas e os respectivos
números dos circuitos
representados. Iniciando
o caminhamento dos Quadro
de
eletrodutos, seguindo as distribuição
orientações vistas
anteriormente, deve-se
primeiramente:

D ETERMINAR O Quadro
do
LOCAL DO medidor
QUADRO DE
DISTRIBUIÇÃO

Uma vez determinado o local para o quadro de


distribuição, inicia-se o caminhamento partindo dele
com um eletroduto em direção ao ponto de luz no teto
da sala e daí para os interruptores e tomadas desta
dependência. Neste momento, representa-se também o
eletroduto que conterá o circuito de distribuição.

69
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Ao lado vê-se, em três


dimensões, o que foi
representado na planta
residencial.

Do ponto de luz no
teto da sala sai um
eletroduto que vai até o
ponto de luz na copa e,
daí, para os interrup-
tores e tomadas. Para a
cozinha, procede-se da
mesma forma.

70
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Observe, novamente,
o desenho em
três dimensões.

Para os demais cômodos da residência,


parte-se com outro eletroduto do quadro
de distribuição, fazendo as outras
ligações (página a seguir).
71
72
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Uma vez representados os eletrodutos, e sendo através


deles que os fios dos circuitos irão passar, pode-se fazer
o mesmo com a fiação: representando-a graficamente,
através de uma simbologia própria.

FASE N EUTRO P ROTEÇÃO R ETORNO

Entretanto, para empregá-la, primeiramente


precisa-se identificar:

quais fios estão passando dentro de cada


eletroduto representado.

P ROTEÇÃO

Esta identificação
é feita com
FASE
facilidade desde
que se saiba
como são ligadas
as lâmpadas,
interruptores e
N EUTRO
tomadas.

R ETORNO

Serão apresentados a seguir


os esquemas de ligação mais
utilizados em uma residência.

73
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

1. Ligação de uma lâmpada comandada por


interruptor simples.

Ponto
de luz

Disco
central

Luminária
(metálica)

Base
rosqueada

Retorno

Interruptor
simples

Ligar sempre: - a fase ao interruptor;


- o retorno ao contato do disco central da lâmpada;
- o neutro diretamente ao contato da base
rosqueada da lâmpada;
- o fio terra à luminária metálica.
74
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

2. Ligação de mais de uma lâmpada com


interruptores simples.

Neutro
Fase

Retorno

Interruptor
simples

75
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

3. Ligação de lâmpada comandada de dois pontos


(interruptores paralelos).

I NTERRUPTOR PARALELO

N EUTRO

P ROTEÇÃO

FASE

R ETORNO

R ETORNO

R ETORNO

76
Esquema equivalente
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

4. Ligação de lâmpada comandada de três ou mais


pontos (paralelos + intermediários).

Esquema equivalente N EUTRO

P ROTEÇÃO

FASE

R ETORNO

R ETORNO R ETORNO

R ETORNO R ETORNO

I NTERRUPTOR
PARALELO I NTERRUPTOR
I NTERRUPTOR PARALELO
INTERMEDIÁRIO
77
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

5. Ligação de lâmpada comandada por interruptor


simples, instalada em área externa.

Fase

Neutro

Proteção

Interruptor
simples

Retorno

Neutro
Fase
Proteção

Retorno

78
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

6. Ligação de tomadas de uso geral (monofásicas).

Fase
Neutro Proteção

Tomadas universais
2P + T

Esquema equivalente

Neutro Fase

Proteção

79
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

7. Ligação de tomadas de uso específico.

M ONOFÁSICA
Fase

Neutro

Proteção

B IFÁSICA
Fase 1

Fase 2

Proteção

80
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Sabendo-se como as ligações elétricas são feitas,


pode-se então representá-las graficamente na
planta, devendo sempre:
• representar os fios que passam dentro de cada
eletroduto, através da simbologia própria;
• identificar a que circuitos pertencem.

A representação gráfica da
Por quê fiação é feita para que, ao
a representação consultar a planta, se saiba
gráfica da quantos e quais fios estão
fiação passando dentro de cada
deve ser feita ? eletroduto, bem como a
que circuito pertencem.

R ECOMENDAÇÕES

Na prática, não se recomenda


instalar mais do que 6 ou 7
condutores por eletroduto,
visando facilitar a enfiação e/ou
retirada dos mesmos, além de
evitar a aplicação
de fatores de correções por
agrupamento muito rigorosos.

Para exemplificar a representação


gráfica da fiação, utilizaremos a planta
do exemplo a seguir, onde os eletrodutos
já estão representados.
81
82
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Começando a
representação gráfica
pelo alimentador: os
dois fios fase, o neutro
e o de proteção (PE)
partem do quadro do
medidor e vão até o
quadro de distribuição.

Do quadro de
distribuição saem
os fios fase, neutro
e de proteção do
circuito 1, indo
até o ponto de
luz da sala.

Do ponto de luz
da sala, faz-se
a ligação da
lâmpada que será
comandada
por interruptores
paralelos.

83
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Para ligar as tomadas


da sala, é necessário
sair do quadro de
distribuição com os
fios fase e neutro do
circuito 3 e o fio de
proteção, indo até o
ponto de luz na sala
e daí para as tomadas,
fazendo a sua ligação.

Ao prosseguir com a instalação é necessário levar


o fase, o neutro e o proteção do circuito 2 do quadro
de distribuição até o ponto de luz na copa.
E assim por diante, completando a distribuição.

Observe que, com a alternativa apresentada, os eletrodutos


não estão muito carregados. Convém ressaltar que esta
é uma das soluções possíveis, outras podem ser estudadas,
inclusive a mudança do quadro de distribuição mais
para o centro da instalação, mas isso só é possível enquanto
o projeto estiver no papel. Adotaremos para este projeto
a solução apresentada na página a seguir.
84
85
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C ÁLCULO DA C ORRENTE
A fórmula P = U x I permite o cálculo da corrente,
desde que os valores da potência e da tensão
sejam conhecidos.

Substituindo na fórmula as
letras correspondentes P = U x I
à potência e tensão pelos 635 = 127 x ?
seus valores conhecidos:

Para achar o valor da


corrente basta dividir os I = ?
valores conhecidos, I = P ÷ U
ou seja, o valor da potência I = 635 ÷ 127
pela tensão: I = 5A

Para o cálculo
da corrente: I = P ÷ U

No projeto elétrico desenvolvido como exemplo, os


valores das potências de iluminação e tomadas
de cada circuito terminal já estão previstos e a tensão
de cada um deles já está determinada.

Esses valores se
encontram registrados
na tabela a seguir.
86
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Circuito Potência nº de Seção dos Proteção


Tensão Corrente
Local Quantidade x Total circuitos condutores nº de Corrente
nº Tipo (V) (A) Tipo
potência (VA) (VA) agrupados (mm 2) pólos nominal
Sala 1 x 100
Dorm. 1 1 x 160
Ilum.
1 127 Dorm. 2 1 x 160 620 4,9 DTM 1
social
Banheiro 1 x 100
Hall 1 x 100
Copa 1 x 100
Ilum. Cozinha 1 x 160 DTM 1
2 serviço 127 A. serviço 1 x 100 460 3,6 + IDR 2
A. externa 1 x 100

Sala 4 x 100
3 TUG’s 127 Dorm. 1 4 x 100 900 7,1 DTM 1
Hall 1 x 100 + IDR 2

Banheiro 1 x 600 DTM 1


4 TUG’s 127 1000 7,9
Dorm. 2 4 x 100 + IDR 2

DTM 1
5 TUG’s 127 Copa 2 x 600 1200 9,4
+ IDR 2
1 x 100 DTM 1
6 TUG’s 127 Copa 700 5,5
1 x 600 + IDR 2
DTM 1
7 TUG’s 127 Cozinha 2 x 600 1200 9,4
+ IDR 2

1 x 100
TUG’s DTM 1
8 127 Cozinha 1 x 600 1200 9,4
+TUE’s + IDR 2
1 x 500

DTM 1
9 TUG’s 127 A. serviço 2 x 600 1200 9,4
+ IDR 2
DTM 1
10 TUE’s 127 A. serviço 1 x 1000 1000 7,9
+ IDR 2
DTM 2
11 TUE’s 220 Chuveiro 1 x 5600 5600 25,5
+ IDR 2
DTM 2
12 TUE’s 220 Torneira 1 x 5000 5000 22,7
+ IDR 2
Quadro de
distribuição
Distribuição 220 12459 56,6 DTM 2
Quadro de
medidor

Para o cálculo da corrente do circuito de distribuição,


primeiramente é necessário calcular a
potência deste circuito.

87
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

C ÁLCULO DA P OTÊNCIA DO C IRCUITO


DE D ISTRIBUIÇÃO
1. Somam-se os valores das potências ativas de
iluminação e tomadas de uso geral (TUG’s).
Nota: estes valores já foram calculados na página 22

potência ativa de iluminação: 1080 W


potência ativa de TUG’s: 5520W
6600W

2. Multiplica-se o valor calculado (6600 W) pelo


fator de demanda correspondente a esta potência.
Fatores de demanda para iluminação e
tomadas de uso geral (TUG’s)
Potência (W) Fator de demanda
0 a 1000 0,86
1001 a 2000 0,75
2001 a 3000 0,66
3001 a 4000 0,59
4001 a 5000 0,52
5001 a 6000 0,45
potência ativa de
iluminação e
6001 a 7000 0,40 TUG’s = 6600W
7001 a 8000 0,35
fator de demanda:
8001 a 9000 0,31 0,40
9001 a 10000 0,27
Acima de 10000 0,24 6600 x 0,40 = 2640W

Fator de demanda representa uma porcentagem


do quanto das potências previstas serão utilizadas
simultaneamente no momento de maior solicitação da
instalação. Isto é feito para não superdimensionar
os componentes dos circuitos de distribuição, tendo
em vista que numa residência nem todas as lâmpadas
e tomadas são utilizadas ao mesmo tempo.
88
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

3. Multiplicam-se as potências de tomadas de uso


específico (TUE’s) pelo fator de demanda
correspondente.

O fator de demanda para as TUE’s é obtido em função


do número de circuitos de TUE’s previstos no projeto.

nº de circuitos FD
TUE’s
01 1,00
nº de circuitos de TUE’s
02 1,00 do exemplo = 4.
03 0,84
Potência ativa de TUE’s:
04 0,76
1 chuveiro de 5600 W
05 0,70 1 torneira de 5000 W
06 0,65 1 geladeira de 500 W
07 0,60 1 máquina de
08 0,57 lavar de 1000 W
12100 W
09 0,54
fator de demanda = 0,76
10 0,52
11 0,49
12 0,48 12100 W x 0,76 = 9196 W
13 0,46
14 0,45
15 0,44
16 0,43
17 0,40
18 0,40
19 0,40
20 0,40
21 0,39
22 0,39
23 0,39
24 0,38
25 0,38

89
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

4. Somam-se os valores das potências ativas de


iluminação, de TUG’s e de TUE’s já corrigidos pelos
respectivos fatores de demandas.

potência ativa de iluminação e TUG’s: 2640W


potência ativa de TUE’s: 9196 W
11836W

5. Divide-se o valor obtido pelo fator de potência


médio de 0,95, obtendo-se assim o
valor da potência do circuito de distribuição.

potência do circuito
11836 ÷ 0,95 = 12459VA
de distribuição: 12459VA

Uma vez obtida a potência do circuito


de distribuição, pode-se efetuar o:

C ÁLCULO DA C ORRENTE DO C IRCUITO


DE D ISTRIBUIÇÃO
P = 12459VA
U = 220 V
Fórmula: I = P ÷ U
I = 12459 ÷ 220
I = 56,6A

Anota-se o valor da potência e da corrente do


circuito de distribuição na tabela anterior.
90
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

D IMENSIONAMENTO DA F IAÇÃO
E DOS D ISJUNTORES DOS C IRCUITOS

• Dimensionar a fiação de um circuito é determinar


a seção padronizada (bitola) dos fios deste circuito,
de forma a garantir que a corrente calculada para
ele possa circular pelos fios, por um tempo ilimitado,
sem que ocorra superaquecimento.
• Dimensionar o disjuntor (proteção) é determinar
o valor da corrente nominal do disjuntor de tal forma
que se garanta que os fios da instalação não sofram
danos por aquecimento excessivo provocado por
sobrecorrente ou curto-circuito.

Para se efetuar o dimensionamento dos


fios e dos disjuntores do circuito,
algumas etapas devem ser seguidas.

Consultar a planta com a representação


gráfica da fiação e seguir o caminho
1ª E TAPA que cada circuito percorre, observando
neste trajeto qual o maior número de
circuitos que se agrupa com ele.

O maior agrupamento para cada um dos


circuitos do projeto se encontra em
destaque na planta a seguir.
91
92
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O maior número de circuitos agrupados para


cada circuito do projeto está relacionado abaixo.
nº do nº de circuitos nº do nº de circuitos
circuito agrupados circuito agrupados
1 3 7 3
2 3 8 3
3 3 9 3
4 3 10 2
5 3 11 1
6 2 12 3
Distribuição 1

Determinar a seção adequada e o


disjuntor apropriado para cada um
dos circuitos.
Para isto é necessário apenas saber
2ª E TAPA o valor da corrente do circuito e,
com o número de circuitos agrupados
também conhecido, entrar na tabela 1
e obter a seção do cabo e o valor
da corrente nominal do disjuntor.

Exemplo Circuito 3
Corrente = 7,1 A, 3 circuitos agrupados por
eletroduto: entrando na tabela 1 na coluna
de 3 circuitos por eletroduto, o valor de
7,1 A é menor do que 10 A e, portanto, a
seção adequada para o circuito 3 é 1,5mm 2
e o disjuntor apropriado é 10 A.

93
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Exemplo Circuito 12
Corrente = 22,7 A, 3 circuitos agrupados
por eletroduto: entrando na tabela 1 na
coluna de 3 circuitos por eletroduto, o
valor de 22,7 A é maior do que 20 e,
portanto, a seção adequada para o circuito
12 é 6mm 2 o disjuntor apropriado é 25 A.

Tabela 1
Seção dos Corrente nominal do disjuntor (A)
condutores 1 circuito por 2 circuitos por 3 circuitos por 4 circuitos por
(mm 2 ) eletroduto eletroduto eletroduto eletroduto
1,5 15 10 10 10
2,5 20 15 15 15
4 30 25 20 20
6 40 30 25 25
10 50 40 40 35
16 70 60 50 40
25 100 70 70 60
35 125 100 70 70
50 150 100 100 90
70 150 150 125 125
95 225 150 150 150
120 250 200 150 150

Exemplo do circuito 3 Exemplo do circuito 12

94
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

nº do Seção adequada Disjuntor


circuito (mm 2 ) (A)
1 1,5 10
2 1,5 10
Desta forma,
3 1,5 10
aplicando-se
4 1,5 10
o critério 5 1,5 10
mencionado 6 1,5 10
para todos 7 1,5 10
os circuitos, 8 1,5 10
temos: 9 1,5 10
10 1,5 10
11 4 30
12 6 25
Distribuição 16 70

Verificar, para cada circuito, qual o valor


da seção mínima para os condutores
3ª E TAPA
estabelecida pela NBR 5410 em função
do tipo de circuito.

Estes são os tipos de cada um dos circuitos do projeto.

nº do Tipo nº do Tipo
circuito circuito
1 Iluminação 7 Força
2 Iluminação 8 Força
3 Força 9 Força
4 Força 10 Força
5 Força 11 Força
6 Força 12 Força
Distribuição Força

95
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

A NBR 5410 estabelece as


seguintes seções mínimas de
condutores de acordo
com o tipo de circuito:

Seção mínima de condutores

Tipo de circuito Seção mínima (mm 2 )


Iluminação 1,5
Força 2,5

nº do Seção mínima
Tipo
Aplicando circuito (mm 2 )
o que a 1 Iluminação 1,5
NBR 5410 2 Iluminação 1,5
estabelece, 3 Força 2,5
as seções 4 Força 2,5
mínimas dos 5 Força 2,5
condutores 6 Força 2,5
para cada um 7 Força 2,5
dos circuitos 8 Força 2,5
do projeto 9 Força 2,5
são: 10 Força 2,5
11 Força 2,5
12 Força 2,5
Distribuição Força 2,5

96
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

A tabela abaixo mostra as bitolas


encontradas para cada circuito
após termos feito os cálculos e termos
seguido os critérios da NBR 5410

nº Seção Seção nº Seção Seção


do adequada mínima do adequada mínima
circuito (mm 2 ) (mm 2 ) circuito (mm 2 ) (mm 2 )

1 1,5 1,5 7 1,5 2,5


2 1,5 1,5 8 1,5 2,5
3 1,5 2,5 9 1,5 2,5
4 1,5 2,5 10 1,5 2,5
5 1,5 2,5 11 4 2,5
6 1,5 2,5 12 6 2,5
Distribuição 16 2,5

Exemplo Circuito 3

1,5mm 2 é menor que 2,5mm 2


seção dos condutores:
2,5mm 2

Exemplo Circuito 12

6mm 2 é maior que 2,5mm 2


seção dos condutores:
6mm 2

97
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Comparando os valores das seções


adequadas, obtidos na tabela 1 (pág. 94),
com os valores das seções mínimas estabelecidas pela
NBR 5410 adotamos para a seção dos condutores
do circuito o maior deles.

nº do Seção dos nº do Seção dos


circuito condutores (mm 2 ) circuito condutores (mm 2 )
1 1,5 7 2,5
2 1,5 8 2,5
3 2,5 9 2,5
4 2,5 10 2,5
5 2,5 11 4
6 2,5 12 6
Distribuição 16

D IMENSIONAMENTO DO D ISJUNTOR A PLICADO


NO Q UADRO DO M EDIDOR
Para se
dimensionar o
• a potência total instalada
disjuntor
que determinou o tipo de
aplicado no
fornecimento;
quadro do
medidor, • o tipo de sistema de
primeiramente distribuição da companhia
é necessário de eletricidade local.
saber:

De posse desses dados, consulta-se a norma de


fornecimento da companhia de eletricidade local para
se obter a corrente nominal do disjuntor a ser empregado.

Nota: no caso da ELEKTRO, a norma de


fornecimento é a NTU-1.
98
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Exemplificando o dimensionamento do disjuntor


aplicado no quadro do medidor:

a potência total instalada: 18700 W ou 18,7k W


sistema de distribuição: estrela com neutro aterrado

Consultando a NTU-1:

Tabela 1 da NTU-1- Dimensionamento do ramal de


entrada - Sistema estrela com neutro -
Tensão de fornecimento 127/220 V (1)
Demanda Limitação (2) Condutor Proteção Eletroduto Aterramento
Carga tam. nomi- Cond.
Cate- calcu- Medi- motores (cv) ramal de Disjuntor Eletroduto tam.
instalada
goria lada ção entrada termomag. Chave Fusível nal mm (pol) (mm2) nom. mm (pol)
(kW) FN FF FFFN (A) (8) (A) (4)
(kVA) (mm2) (3) (A) PVC Aço (7) (3) PVC Aço (7)
A1 C≤ 5 1 - - 6 40 30 30 25 20 20 15
- Direta (3/4) (3/4) 6 (1/2) (1/2)
A2 5 < C ≤ 10 2 - - 16 70 100 70 25 20 20 15
(3/4) (3/4) 10 (1/2) (1/2)
B1 (9) C ≤ 10 1 2 - 10 40 60 40 32 25 20 15
(1) (1) 10 (1/2) (1/2)
- Direta
32 25 20 15
B2 10 < C≤ 15 2 3 - 16 60 60 60 (1) (1) 10 (1/2) (1/2)
32 25 20 15
B3 15 < C≤ 20 2 5 - 25 70 100 70 (1) (1) 10 (1/2) (1/2)

18,7 kW é maior que 15 kW e menor do que 20 kW.


A corrente nominal do disjuntor será 70 A.

D IMENSIONAMENTO DOS D ISPOSITIVOS DR

Dimensionar o dispositivo DR é determinar o valor


da corrente nominal e da corrente diferencial-residual
nominal de atuação de tal forma que se garanta
a proteção das pessoas contra choques elétricos que
possam colocar em risco a vida da pessoa.
99
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Corrente
diferencial-residual Corrente
nominal de atuação nominal

De um modo geral, as
A NBR 5410 estabelece correntes nominais típicas
que o valor máximo para disponíveis no mercado,
esta corrente é de 30 mA seja para Disjuntores DR
(trinta mili ampères). ou Interruptores DR são:
25, 40, 63, 80 e 100 A.

Assim temos duas situações:


Devem ser escolhidos com base
na tabela 1 (pág. 94).
Note que não será permitido
usar um Disjuntor DR de 25 A,
por exemplo, em circuitos que
D ISJUNTORES DR utilizem condutores de 1,5
e 2,5mm 2 .
Nestes casos, a solução é
utilizar uma combinação de
disjuntor termomagnético +
interruptor diferencial-residual.

I NTERRUPTORES DR (IDR)

Devem ser Corrente nominal Corrente nominal


do disjuntor (A) mínima do IDR (A)
escolhidos com
base na corrente 10, 15, 20, 25 25
nominal dos 30, 40 40
disjuntores
50, 60 63
termomagnéticos,
a saber: 70 80
90, 100 100

100
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Aplicando os métodos de escolha de disjuntores e


dispositivos DR vistos anteriormente, temos:

Circuito Potência nº de Seção dos Proteção


Tensão Corrente
Local Quantidade x Total circuitos condutores nº de Corrente
nº Tipo (V) (A) Tipo
potência (VA) (VA) agrupados (mm 2) pólos nominal
Sala 1 x 100
Dorm. 1 1 x 160
Ilum.
1 127 Dorm. 2 1 x 160 620 4,9 3 1,5 DTM 1 10
social
Banheiro 1 x 100
Hall 1 x 100
Copa 1 x 100
Ilum. Cozinha 1 x 160 DTM 1 10
2 serviço 127 A. serviço 1 x 100 460 3,6 3 1,5 + IDR 2 25
A. externa 1 x 100

Sala 4 x 100
3 TUG’s 127 Dorm. 1 4 x 100 900 7,1 3 2,5 DTM 1 10
Hall 1 x 100 + IDR 2 25

Banheiro 1 x 600 DTM 1 10


4 TUG’s 127 1000 7,9 3 2,5
Dorm. 2 4 x 100 + IDR 2 25

DTM 1 10
5 TUG’s 127 Copa 2 x 600 1200 9,4 3 2,5
+ IDR 2 25
1 x 100 DTM 1 10
6 TUG’s 127 Copa 700 5,5 2 2,5
1 x 600 + IDR 2 25
DTM 1 10
7 TUG’s 127 Cozinha 2 x 600 1200 9,4 3 2,5
+ IDR 2 25

1 x 100
TUG’s DTM 1 10
8 127 Cozinha 1 x 600 1200 9,4 3 2,5
+TUE’s + IDR 2 25
1 x 500

DTM 1 10
9 TUG’s 127 A. serviço 2 x 600 1200 9,4 3 2,5
+ IDR 2 25
DTM 1 10
10 TUE’s 127 A. serviço 1 x 1000 1000 7,9 2 2,5
+ IDR 2 25
DTM 2 30
11 TUE’s 220 Chuveiro 1 x 5600 5600 25,5 1 4
+ IDR 2 40
DTM 2 25
12 TUE’s 220 Torneira 1 x 5000 5000 22,7 3 6
+ IDR 2 25
Quadro de
distribuição
Distribuição 220 12459 56,6 1 16 DTM 2 70
Quadro de
medidor

101
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Nota: normalmente, em uma instalação, todos os


condutores de cada circuito têm a mesma seção, entre-
tanto a NBR 5410 permite a utilização de condutores
de proteção com seção menor, conforme a tabela:

Seção dos condutores Seção do condutor


fase (mm 2 ) de proteção (mm 2 )
1,5 1,5
2,5 2,5
4 4
6 6
10 10
16 16
25 16
35 16
50 25
70 35
95 50
120 70
150 95
185 95
240 120

A partir desse momento, passaremos para o


dimensionamento dos eletrodutos.

M AS ... O QUE É DIMENSIONAR ELETRODUTOS ?

Dimensionar eletrodutos Tamanho nominal do


é determinar o tamanho eletroduto é o diâmetro
nominal do eletroduto externo do eletroduto
para cada trecho da expresso em mm,
instalação. padronizado por norma.

102
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O tamanho dos eletrodutos deve ser de um diâmetro


tal que os condutores possam ser facilmente
instalados ou retirados.
Para tanto é obrigatório que os condutores não ocupem
mais que 40% da área útil dos eletrodutos.

60%
Diâmetro
interno
40%

Condutores

Considerando esta recomendação, existe uma tabela que


fornece diretamente o tamanho do eletroduto.
Seção Número de condutores no eletroduto
nominal 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Para dimensionar (mm2)
os eletrodutos de Tamanho nominal do eletroduto (mm)
um projeto, basta 1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
saber o número de 2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
condutores no 4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
eletroduto e a
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
maior seção deles.
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
Exemplo:
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
nº de condutores
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
no trecho do
eletroduto =6 35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
maior seção dos 50 32 40 40 50 50 60 60 60 75
condutores =4mm2 70 40 40 50 60 60 60 75 75 75
O tamanho nominal 95 40 50 60 60 75 75 75 85 85
do eletroduto 120 50 50 60 75 75 75 85 85 -
será 20mm.
150 50 60 75 75 85 85 - - -
185 50 75 75 85 85 - - - -
240 60 75 85 - - - - - -

103
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Para dimensionar os eletrodutos de um projeto


elétrico, é necessário ter:

a planta com a
e a tabela específica
representação gráfica da
que fornece o tamanho
fiação com as seções
do eletroduto.
dos condutores indicadas.

Como proceder:


Na planta do Contar o número de
projeto, para condutores contidos
cada trecho de no trecho;
eletroduto 2º
deve-se: Verificar qual é a maior
seção destes condutores.

De posse destes
dados, deve-se:

Consultar a tabela
específica para se obter
o tamanho nominal do
eletroduto adequado a
este trecho.

104
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

D IMENSIONAMENTO DE A LGUNS T RECHOS DOS


E LETRODUTOS DO P ROJETO

Dimensionando os
eletrodutos do circuito
de distribuição e botão
da campainha.

Trecho: do QM até QD
nº de condutores: 4
maior seção dos condutores: 16mm 2

Seção Número de condutores no eletroduto


nominal 2 3 4 5 6 7 8
(mm2) Tamanho nominal do eletroduto (mm)
1,5 16 16 16 16 16 16 20
2,5 16 16 16 20 20 20 20
4 16 16 20 20 20 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25
10 20 20 25 25 32 32 32
16 20 25 25 32 32 40 40

Para este trecho:


eletroduto de 25 mm.

105
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Trecho: do QM até botão da campainha


nº de condutores: 2
maior seção dos condutores: 1,5 mm 2

Seção Número de condutores no eletroduto


nominal 2 3 4 5 6 7 8
(mm 2)
Tamanho nominal do eletroduto (mm)
1,5 16 16 16 16 16 16 20

2,5 16 16 16 20 20 20 20

4 16 16 20 20 20 25 25

6 16 20 20 25 25 25 25

10 20 20 25 25 32 32 32

16 20 25 25 32 32 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50

35 25 32 40 40 50 50 50

Para este trecho:


eletroduto de 16 mm.

Repetindo-se, então,
este procedimento
para todos os trechos,
temos a planta
indicada a seguir :

106
ø16

#1,5

8
#1,5

2
#1,5

ø16

Os condutores e eletrodutos sem indicação


na planta serão: 2,5 mm 2 e ø 20 mm, respectivamente.
107
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

L EVANTAMENTO DE MATERIAL
Para a execução do projeto elétrico residencial,
precisa-se previamente realizar o levantamento do
material, que nada mais é que:

medir, contar, somar e relacionar


todo o material a ser
empregado e que aparece
representado na planta residencial.

Sendo assim, através da planta pode-se:

medir e determinar quantos metros


de eletrodutos e fios,
nas seções
indicadas,
devem ser
adquiridos
para
a execução
do projeto.

108
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Para se determinar a medida dos eletrodutos


e fios deve-se:

medir,
diretamente
na planta, os
eletrodutos
representados
no plano
horizontal e...

Somar, quando for


o caso, os eletrodutos
que descem ou sobem
até as caixas.

109
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

M EDIDAS DO E LETRODUTO NO P LANO


H ORIZONTAL

São feitas com o auxílio de uma régua, na própria


planta residencial.
Uma vez
efetuadas,
estas medidas
devem ser
convertidas
para o valor
real, através
da escala em
que a planta
foi desenhada.
A escala
indica qual é
a proporção
entre a medida
representada
e a real.

Escala 1:100
Significa que a cada 1 cm
no desenho corresponde
a 100 cm nas dimensões
reais.
Exemplos
Escala 1:25
Significa que a cada 1 cm
no desenho corresponde
a 25 cm nas dimensões
reais.

110
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

M EDIDAS DOS E LETRODUTOS QUE D ESCEM


ATÉ AS C AIXAS
São determinadas descontando da medida do
pé direito mais a espessura da laje da residência
a altura em que a caixa está instalada.

espessura da
laje = 0,15 m

pé direito = 2,80 m

Exemplificando
Caixas para Subtrair
pé direito = 2,80 m
saída alta 2,20 m esp. da laje = 0,15 m
2,95 m
interruptor e caixa para saída alta
1,30 m
tomada média
subtrair 2,20 m =
tomada baixa 0,30 m 2,95 m
-2,20 m
quadro de 0,75 m
1,20 m
distribuição
(medida do eletroduto)
111
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

M EDIDAS DOS E LETRODUTOS QUE S OBEM


ATÉ AS C AIXAS
São determinadas somando a medida da altura da caixa
mais a espessura do contrapiso.

espessura do
contrapiso = 0,10m

Exemplificando
Caixas para Somar

interruptor e espessura do
1,30 m
tomada média contrapiso = 0,10 m
tomada baixa 0,30 m 1,30 + 0,10 = 1,40 m
0,30 + 0,10 = 0,40 m
quadro de 1,20 m 1,20 + 0,10 = 1,30 m
distribuição

Nota: as medidas apresentadas são sugestões do que


normalmente se utiliza na prática. A NBR 5410
não faz recomendações a respeito disso.
112
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Como a medida dos eletrodutos é a mesma dos fios


que por eles passam, efetuando-se o levantamento
dos eletrodutos, simultaneamente estará se
efetuando o da fiação.
Exemplificando o levantamento dos eletrodutos e fiação:

Mede-se o trecho escala utilizada = 1:100


do eletroduto no pé direito = 2,80 m
espessura da laje = 0,15 m
plano horizontal.
2,80 + 0,15 = 2,95

Chega-se a um
valor de 3,8 cm: Para este trecho da instalação, têm-se:
converte-se o
valor encontrado eletroduto de 20 mm = 3,80m
para a medida real (2 barras)
fio fase de 2,5 mm 2 = 3,80m
fio neutro de 2,5 mm 2 = 3,80m
3,8 cm fio de proteção de 2,5 mm 2 = 3,80m
x 100 fio fase de 1,5 mm 2 = 3,80m
380,0 cm fio neutro de 1,5 mm 2 = 3,80m
ou 3,80 m

113
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Agora, outro trecho da instalação. Nele, é necessário somar a


medida do eletroduto que desce até a caixa da tomada baixa.

Medida do
eletroduto no 2,2 cm x 100 = 220 cm ou 2,20 m
plano horizontal

Medida do
eletroduto que (pé direito + esp. da laje) - (altura da caixa)
desce até a caixa 2,95 m - 0,30 m = 2,65 m
da tomada baixa

Somam-se
(plano horizontal) + (descida até a caixa)
os valores
encontrados 2,20 m + 2,65 m = 4,85 m

Adicionam-se os valores encontrados aos da relação anterior:

eletroduto de 20 mm = 3,80m (2 barras)


eletroduto de 16 mm = 4,85 m (2 barras)
fio fase de 2,5 mm 2 = 3,80 m + 4,85 m = 8,65 m
fio neutro de 2,5 mm 2 = 3,80 m + 4,85 m = 8,65 m
fio de proteção de 2,5 mm 2 = 3,80 m + 4,85 m = 8,65 m
fio fase de 1,5 mm 2 = 3,80m
fio neutro de 1,5 mm 2 = 3,80m

114
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Tendo-se medido e relacionado os eletrodutos e fiação,


conta-se e relaciona-se também o número de:

• caixas, curvas, luvas, arruela e buchas;


• tomadas, interruptores, conjuntos
e placas de saída de fios.

C AIXAS DE D ERIVAÇÃO
retangular
4” x 2” quadrada
4” x 4”

octogonal
4” x 4”

C URVAS , L UVA , B UCHA E A RRUELA

curva
45° curva
90°

luva

arruela
bucha

115
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

T OMADAS ,
I NTERRUPTORES
E C ONJUNTOS

Observando-se a planta do exemplo...

... conta-se

2 caixas octogonais 4” x 4”
4 arruelas de ø 20
4 caixas 4” x 2”
4 buchas de ø 20
3 tomadas 2 P + T
3 curvas 90° de ø 16
1 interruptor simples
6 buchas de ø 16
1 curva 90° de ø 20
6 arruelas de ø 16
1 luva de ø 20

116
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

O desenho abaixo mostra a localização


desses componentes.

caixa de derivação
curva 90° octogonal 4” x 4”
ø 20°
luva ø 20° curva
90°
caixa de derivação ø 16°
octogonal 4” x 4”

caixa de
derivação
4” x 2”

curva
90°
ø 16°

NOTA: considerou-se no levantamento que cada curva


já vem acompanhada das respectivas luvas.

Considerando-se o projeto elétrico indicado


na página 107 têm-se a lista a seguir:

117
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

Preço
Lista de material
Quant. Unit. Total
Condutores
Proteção 16 mm 2 7m
Fase 16 mm 2 13 m
Neutro 16 mm 2 7m
Fase 1,5 mm 2 56 m
Neutro 1,5 mm 2 31 m
Retorno 1,5 mm 2 60 m
Fase 2,5 mm 2 159 m
Neutro 2,5 mm 2 151 m
Retorno 2,5 mm 2 9m
Proteção 2,5 mm 2 101 m
Fase 4 mm 2 15 m
Proteção 4 mm 2 8m
Fase 6 mm 2 22 m
Proteção 6 mm 2 11 m
Eletrodutos
16 mm 16 barras
20 mm 27 barras
25 mm 4 barras
Outros componentes da distribuição
Caixa 4” x 2” 36
Caixa octogonal 4” x 4” 8
Caixa 4” x 4” 1
Campainha 1
Tomada 2P + T 26
Interruptor simples 4
Interruptor paralelo 2
Conjunto interruptor simples e tomada 2P + T 2
Conjunto interruptor paralelo e tomada 2P + T 1
Conjunto interruptor paralelo e interruptor simples 1
Placa para saída de fio 2
Disjuntor termomagnético monopolar 10 A 10
Disjuntor termomagnético bipolar 25 A 1
Disjuntor termomagnético bipolar 30 A 1
Disjuntor termomagnético bipolar 70 A 1
Interruptor diferencial residual bipolar 30 mA/25 A 10
Interruptor diferencial residual bipolar 30 mA/40 A 1
Quadro de distribuição 1

118
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS

ATENÇÃO:
Alguns materiais utilizados em
instalações elétricas devem
obrigatoriamente possuir o selo
INMETRO que comprova a qualidade
mínima do produto.

Entre estes materiais, estão os


fios e cabos elétricos isolados em PVC até 750 V,
cabos com isolação e cobertura 0,6/1kV,
interruptores, tomadas, disjuntores até 63 A,
reatores eletromagnéticos e eletrônicos.

NÃO COMPRE
estes produtos sem o selo do INMETRO
e DENUNCIE aos órgãos de defesa do consumidor
as lojas e fabricantes que estejam
comercializando estes materiais sem o selo.

Além disso, o INMETRO divulga regularmente


novos produtos que devem possuir o seu selo de
qualidade através da internet:

www.inmetro.gov.br

119
I NSTALAÇÕES E LÉTRICAS R ESIDENCIAIS
Julho de 2003

Esta edição foi baseada nos Manuais de Instalações Elétricas Residenciais -


3 volumes, 1996 © ELEKTRO / PIRELLI complementada, atualizada e
ilustrada com a revisão técnica do
Prof. Hilton Moreno, professor universitário e secretário da
Comissão Técnica da NBR 5410 (CB-3/ABNT).

Todos os direitos de reprodução são reservados


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internet: www.elektro.com.br internet: www.pirelli.com.br

REALIZAÇÃO:
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CEP 01451-903 - São Paulo - SP
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