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edgar: da textura arenosa, é possível deslizar uma imaginação que, numa fluência
áspera e fluída, não há ruínas tragas em si, há constructos de, ao menos um novo
princípio. há ruptura com o disforme anterior para impulsionar outra anamorfose mais
intensa de liberdade existencial em múltiplos planos. dos rastro que traçam minha vista,
há valor nos fundos vazios que, se me são dialeticamente expressivos, pois permitem
transcender arquiteturas, engenharias e designs. há algo que surgi como situações-limite
que não se deixa sistematizar. nem tudo pode ser calculado. do vazio obtemos
indicações do ser: a flutuação. acesso direto à transcendência, anúncio e cifra da
transcendência.
gazy: qualquer tentativa de adestrar esse fantástico relampejar e metrificar seu ser é
inócua. os desenho que se articulam diante meus olhos me são um privilégio
ontológico: quando tudo à volta está frio e congelado, o pulso, até então inacessível,
subsiste. há muita fantasia dinâmica e inquieta para enchermos de filosofia e poesia. o
que vejo diante de mim, posso certamente filosofar: o ser está nu!
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para o ser por ele revelado: ao invés de duplicar o ser, é, ao contrário, o senti-lo como
uno.
edgar: sua tendência, ou trans-tendência é mística. não é o “está por trás” do fascínio,
mas sim é o que “está diante” dele: o fascínio nos desperta. tenha a pós-natureza que
tiver, não há mais satisfação diante da ruína do humano. não há aquele sorriso de alívio
iluminando nossa perversão para com o fim de tudo. como posso não me sentir bem
perante a devastação do todo, já que eu mesmo findarei? como posso olhar para as
ruínas do humano e não sentir paz? pois bem, as respostas dadas aqui conduzem ao não,
já que todo o pós-humano desses traços conduzem a seguinte declaração: há, sim, um
sentir-se bem e uma paz nas ruínas e na devastação, a de que tais são mera antessala da
transcendência: uma fonte de alegria, júbilo e de satisfação já se encontra no mero fato
de que deixarei de existir desta maneira aqui presente.
que delícia de labirinto: passos labirínticos para labirintos que se bifurcam. meu pés riscam as poeiras das
estrelas que ambos forjaram com pena, tinta e grafite. atos de forja que nos livram de qualquer
hegemonização da expressão. desenhos capazes de aberturas para outras visões de mundo e para outras
criações de cosmos.