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Biologia e controle de abelhas e vespas

- Abelhas – ordem hymenoptera – mesma das formigas


introduzidas no Brasil em 1839 – melífera melífera
em 1870 – melífera ligustica

Em 1956 – abelhas africanas para produção de produtos

Lei 5697/67 proibe o extermínio das espécies nativas

IN IBAMA 141/06 regulamenta o controle e manejo ambiental das abelhas

Um ninho de apis melífera pode ter até 60 mil abelhas – operárias, rainha e zangões

Passam por todos os estágios da metamorfose (metamorfose completa) – ovo, larva, pupa e adulto

Rainha põe de 2500 a 3000 ovos/dia

Fases da pupa : POB (olho branco) – despigmentada

POR (olho rosa) – início da pigmentação


POP (olho preto) – viverá 30 a 40 dias alimentando-se nas flores e ingerindo polen

 Principais espécies :
- apis mellifera scutellata – africana
- apis mellifera ligustica – italiana
- apis mellifera mellifera – alemã
- bombus morfo – mamangava – brasileira e não perde ferrão
- irapuã – arapuá ou abelha cachorro (trigona spinipes) – problema na produção de citros,
atacam a planta para a obtenção de resina para construção dos ninhos. Na floração, atacam
os botões florais, prejudicando a frutificação.

 Abelhas africanas e europeias : se assemelham no aspecto, as africanas tendem a atacar em


enxames; estabelecem as colmeias em pequenas cavidades
- o veneno das abelhas apresenta 3 principais efeitos ( neurotóxico – atua sobre o sistema
nervoso; hemorrágico – aumenta a permeabilidade dos capilares sanguínos; hemolítico –
destrói os glóbulos vermelhos do sangue)

Vespas:

Conhecidas também como marimbondos e cabas – mais de 24 espécies descritas, mas apenas 806
são sociais – encontradas em todo brasil – apresentando 304 espécies da subfamília Polistinae

Polinizam as plantas e são importantes por fazerem o controle de pragas agrícolas, alimentando-se
destas, por serem carnívoras

- Grande capacidade predatória, atacando lagartas, larvas, ovos, abelhas, percevejos, etc.
- Constroem seus ninhos próximos a lavouras e matas; atacam as cascas dos frutos para sugar o suco
(atraindo abelhas)

- Seus ninhos são feitos de celulose, obtidos através de fibras de madeiras decompostas;
- Ciclo de vida bastante semelhante ao das abelhas;

- Principais espécies: marimbondo tatu (synoeca cyanea)

Marimbondo cavalo (pepsis patricius)

Gênero polistes e polybia

 Danos das abelhas e vespas: Venenos complexos com várias substâncias tóxicas
- 75% : de sua composição é de ato bloqueador neuromuscular; podendo provocar paralisia
respiratória e danos a membranas biológicas como hemácias; as reações são variáveis,
dependendo do local da picada, sensibilidade do indívuo e número de ferroadas.
- Os efeitos gerais são dores agudas locais, vermelhidão, prurido e edema por dias ou horas;
- Em acidentes por ataques múltiplos, desenvolve-se um quadro tóxico generalizado
chamado síndrome de envenenamento.
- Os danos podem ser desde dores de cabeça, febre, vertigens e calafrios, até o coma
e óbito.

* Diferenças entre ferrões abelhas x marimbondos : abelhas não costumam recolher os ferrões, pois
o processo de ferroada, em geral, é uma autoamputação (exceto nas abelhas rainhas, que podem dar
sucessivas ferroadas). Os marimbondos, por sua vez, podem dar diversas ferroadas em um mesmo
ataque.

* Os ferrões da abelha possuem mais veneno numa glândula que fica na extremidade do ferrão de
fora da pele. Ao remover com uma pinça, libera-se mais veneno. ** O esmagamento de abelhas e
vespas libera um ferormônio capaz de atrair mais insetos

 Medidas Preventivas: evitar roupas escuras próximos a colmeias; evitar ruídos altos
(principalmente agudos); Não atear fogo nas colmeias, nem remover fisicamente.
 Para a remoção de colmeias, deve-se chamar os bombeiros, apicultores, órgãos municipais
ou firmas especializadas (astral)

Aranhas – Biologia e Controle

Filo artrópodes – aracnídeos – maior e mais representativa classe de quelicerados

Corpo dividido em cefalotórax (prossoma) e abdome (opistossoma). São os únicos aracnídeos que
inoculam veneno pelas quelíceras. Divididos em duas ordens principais: Mesothelae e Opisthothelae.

Em geral habitam o ambiente superficial (solo, árvores, cavernas), mas podem ser encontradas no
subsolo ou até mesmo na água (Argyroneta aquática);

Exitem mais de 44 mil espécies de aranhas espalhadas pelo mundo, que são importantes no controle
ambiental de pragas (em geral insetos). Nem todas tecem teias, mas, as que tecem, o fazem para a
captura de insetos. Das que não tecem teias, pode-se citar a spp. Scytodes thoracica que solta uma
secreção adesiva. Já outras, caçam pulando sobre sobre suas vítimas, sendo conhecidas como
aranhas errantes.
As aranhas matam suas presas pelas quelíceras e podem realizar parte da digestão fora do corpo.
Após se alimentarem, podem ficar longos períodos sem alimento (até 18 meses);

Podem ser transportadas pelo vento; Se utilizam do mimetismo e da camuflagem para manterem-se
fora de perigo;

Em geral,machos e fêmeas se assemelham, mas, quando há dimorfismo sexual, ocorre das fêmeas
serem maiores. De forma geral, as fêmeas possuem maior números de ecdises. Na última muda, os
indivíduos atingem sua maturidade sexual (nos machos surgem os bulbos copuladores)

 Reprodução

- A reprodução ocorre quando o macho tece uma teia espermática onde deposita seu esperma,
posteriormente, ele se exibe para a fêmea e, quando há a aproximação desta, o processo se
completa. * Em algumas espécies a fêmea mata o macho após a reprodução e se alimenta dele
(caranguejeiras). ** O número de postura e ovos varia entre as spp. *** Aranhas que não fazem teias
carregam os ovos em ootecas ou os abandonam em locais definidos.

*Início de vida: As jovens aranhas quebram o ovo através do “dente de ovo”; muitas fazem sua
primeira refeição se alimentando do próprio ovo quebrado.

 Espécies de Importância:

- No Brasil, as espécies mais perigosas são as dos gêneros:

1. Phoneutria (armadeiras)

2. Loxoceles (aranha marrom)

3. Latrodectus (viúva-negra)

4. Lycosa (aranha de grama ou aranha de jardim)

 Armadeiras

Conhecidas assim porque levantam suas patas dianteiras armando o bote quando se sentem
ameaçadas – Não fazem teias.

Armadeiras adultas possuem o ventre preto e vermelho. O corpo é castanho com manchas claras.
Possuem hábitos noturnos e são encontradas em vegetações ou até mesmo no meio urbano.

As fêmeas em geral são maiores que os machos. Os olhos são dispostos em grupos de dois e quatro
(8 no total).

 Aranha marrom

Aranhas pequenas (tronco de 1cm, pernas 1,3 cm, aprox.). Olhos formar três pares; sedentárias e de
hábitos noturnos. Se escondem em pequenos orifícios e cascas de árvores; teias finas que se
assemelham ao algodão; acidentes com elas são bem comuns no verão.
Não são agressivas e só atacam quando pressionadas. A pica tem dor leve e se acentua após 12-24hs,
onde ocorre inchaço e vermelhidão – ocorrência de mal estar generalizado; febre; surgem manchas
hemorrágicas e bolhas; necrose, ulceração, insuficiência renal e hemólise – O tratamento deve ser
feito com soro antiaracnídeo.

 Viúva Negra

Possuem abdômen volumoso, podendo atingir 12mm (mesma medida das pernas); São pretas com
manchas vermelhas, encontradas em vegetação rasteira, perto do mar ou em locais isolados.

Olhos dispostos em duas fileiras transversais com quatro olhos cada.

- Espécies: Latrodectus mactans; Latrodectus geometricus (14 manchas amareladas, dispostas


geometricamente); Latrodectus curacaviensis ( flamenguinha – predomínio da cor vermelha sobre a
preta)

- Veneno em geral neurotóxico; dependendo da quantidade de veneno e da sensibilidade do


acidentado, pode levar ao óbito.

 Aranha de Jardim

No Brasil existem mais de 100 spp.; Porte um pouco menor que o das armadeiras; são acizentadas e
habitam em gramados e jardins quando a grama permanece alta; carregam seus filhotes nas costas
quando estes nascem. Originou a dança da tarantella na Itália.

O corpo mede aprox. 2cm e as pernas entre 2,5 e 3cm. O tórax é esbranquiçado, de onde partem
desenhos de raios. Hábitos diurnos e os acidentes ocorrem quando são pisadas. Queliceras e palpos
possuem cerdas alaranjadas ou avermelhadas. Possuem três fileiras de olhos, uma com quatro e as
outras duas com dois olhos cada.

Provoca acidentes benignos sem por em risco a vida do paciente. A região atingida mostra
vermelhidão e pode ocorrer infecções secundárias.

- Prevenção:

Emqualquer caso de acidente com animais peçonhentos, deve-se medicar o paciente o mais rápido
possível; O soro antiveneno é o tratamento mais indicado.

- Tipos de soro:

1. Soro antiaracnídeo – usado para os gênetros Loxosceles (aranha marrom) e Phoneutria


(armadeiras)

2. Soro antilatrodético – usado para aranhas do gênero Latrodectus (viúvas negras).

 Medidas preventivas:
- Não plantas bananeiras próximo a residências
- Em local arborizado fechar portas e janelas ao anoitecer
-Manter fechados armários e gavetas (que funcionam de abrigo)
- Observar previamente a presença de aranhas em objetos fora de uso

 Jardins e Quintais

-Mantê-los limpos e com grama aparada; evitar manter materiais capazes de abrigar aranhas
(como entulhos) próximos as residências; ao usar inseticidas, fazê-lo com o auxílio de uma
empresa autorizada, para evitar danos a saúde e ambientais;

 Em casos de acidentes:

- Lave o local da picada;

- Mantenha a vítima deitada e evite que ela se movimente para não auxiliar na prevenção do
veneno;

- Se a picada por no braço ou perna, manter em elevação;

- Não fazer torniquete, pois pode causar gangrena ou necrose;

- Não tente intervir na relação veneno-corpo e encaminhe a vitma ao posto de saúde, de


preferência com o animal (mesmo morto), para facilitar a identificação.

 Biologia e Controle de Escorpiões

São artrópodes - aracnídeos, juntamente com as aranhas, ácaros e carrapatos. O grupo possui aprox.
1600 espécies e subsespécies, são encontrados em todos os continentes, exceto na Antártida. No
Brasil há cerca de 140 spp. Quanto maior a latitude, menor o número de escorpiões ( maior número
próximos aos trópicos) – Muitos confundem os insetos da ordem dermaptera (tesourinhas) com os
escorpiões.

- Anatomia

Possuem pulmões foliáceos (ar entra por abertura ventral) – pernas com palpos terminais (não
conseguem subir em locais muito lisos).

1. Prossoma – cefalotórax; de onde partem as primeiras pernas e os pedipalpos


2. Mesossoma- primeiros 7 segmentos do abdomem (pré-abdomen) / saem os restante das
pernas.
3. Metassoma – pós abdômen com 5 segmentos
4. Télson – Extremidade do metassoma (cauda) onde há a vesícula de veneno e o aguilhão
(ferrão)
5. Pedipalpos- que possuem as pinças (quelas)
6. Quelíceras – com pequenas pinças que trituram a presa e levam-na até a boca.

São geralmente amarelos, castanhos, marrons e pretos (além das variações destas) – possuem
cutículas fluorescentes quando submetidos a luz ultiravioleta

- Hábitos
Sua dieta predileta são baratas, aranhas, grilos e outros artrópodes;

Se a vítima resistir a picada dos pedipalpos, eles usam o veneno para parasisá-la ;

Habitam desertos, caatingas, cerrados, florestas temperadas e pluviais; algumas espécies vivem em
áreas de marés e podem ficar submersas temporariamente; o tamanho geral dos escorpiões varia de
13mm a 23cm.

Abrigam-se em buracos, sob pedras, em cascos de arvores, pilhas de entulho; se alimentam muito
lentamente.

São capazes de emitir sons através do atrito no corpo; possui espécies altamente resistentes as
adversidades

- Ciclo Biológico

Há espécies hermafroditas; os machos não possuem órgãos sexuais transmissores de espermas


permanentes. A fecundação ocorre de maneira semelhante a das aranhas;

Após nascerem os filhotes libertam-se de um envoltório embrionário e se alojam nas costas da mãe
por aprox. 20 dias. Sofrem de 4 a 7 mudas na vida e o tempo de vida é variável quanto a espécie e
ambiente. A espécie Tityus serrulatus é capaz de realizar partenogênese. Nunca foi encontrado um
macho desta espécie.

- Espécies mais comuns

1. Tityus serrulatus – 60 a 65mm; cor amarelada; ocorrência na região sudeste do Brasil; responsável
por 98% dos óbitos brasileiros por picada de escorpião

2. Tityus bahiensis – 60 a 64mm; cor parda escura; podem viver até 2m abaixo da terra; ocorrência
nas regiões sudente, centro oeste e sul; menor incidência de mortes

3. Tityus stigmurus - 65mm; amarelos com triangulo preto no dorso; região nordeste e raramente
levam a morte

4. Tityus cambridgei – 80 a 84mm; castanho escuro, quase preto; região norte

- Medidas Preventivas

Medicar o paciente logo nas primeiras horas após o ataque; o soro antiveneno é o único tratamento
eficaz – os cuidados são semelhantes aos dados para evitar aranhas

Nas portas, cobrir as frestas com borracha ou com rolinhos de pano com areia

Em caso de grandes infestações, utilizar inseticidas, desde que acompanhados por uma empresa
responsável

O uso de degrau azulejado em torno da residência também evita a entrada de escorpiões;

Os cuidados pós acidentes são os mesmo dos dados aos ataques de aranhas.

 Biologia e controle de serpentes peçonhentas


Animais peçonhentos: são as que possuem glândulas de veneno se comunicando com dentes
ocos, ferrões etc. Ex.: aranhas, escorpiões, serpentes, arraias.

Animais venenosos: produzem veneno, mas não possuem aparato inoculador. O veneno ataca
através do contato, compressão ou ingestão.

Nas serpentes o veneno é, basicamente, um complexo enzimático utilizado na digestão e


também para defesa quando ameaçados.

+ As serpentes são praticamente surdas, e percebem a presença de outros através das


vibrações captadas pela columela
+ Possuem também eficiente olfato, que é complementado pela língua que capta as
partículas do ar, que são analisadas posteriormente dando as informações
+ Através da fosseta loreal (cavidade localizada entre a narina e a boca), as serpentes
recebem informações térmicas através das variações de temperatura emitidas pelos animais
homeotérmicos. Desta forma, recebem informações variadas sobre outros animais e assim
podem predar de maneira mais eficiente ou se defender.

- A identificação de uma cobra peçonhenta é feita através da associação da fosseta loreal e a


dentição. Pode-se dizer que uma espécie é peçonhenta se ela possuir fosseta loreal e, na parte
anterior da boca, tiver dentes inoculadores de veneno ou ainda quaisquer cobras como as corais (que
não possuem fosseta loreal), exceto a falsa coral que não possui dente inoculador.

- Quanto a cauda: causa lisa – gênero Bothrops

Cauda com guizo ou chocalho – gênero Crotalus

Cauda com escamas eriçadas – gênero Lachesis

 Tipos de dentição

- Aglifa:Dentes todos iguais, sem especialização para venenos (Jiboia, sucuri)


- Opistóglifa: Dentes inoculadores ao final da boca, sem canal interno, mas com parte
escavada como uma calha, por onde o veneno escorre.
-Proteróglifa: Não muito eficiente, dentes pequenos e fixos na parte anterior superior.
(Corais verdadeiras, najas, mambas e serpentes marinhas)
-Solenóglifa: Dentição altamente especializada, o mais eficiente tipo. Canal vem vazado que
libera o veneno na vítima como se fosse uma injeção intra-muscular, o dente é projetado
para frente na hora do bote (Surucucu; jararaca, casvavel)

Principais grupos de serpentes peçonhentas

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