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CLÍNICA NEFROLÓGICA DO HOSPITAL

GETÚLIO VARGAS

MANUAL DE ROTINAS MÉDICAS

Teresina, Março de 2012.

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SUMÁRIO

1. Abordagem da Anemia em paciente renal crônico em Hemodiálise ..... 03

2. Intercorrências em Hemodiálise ............................................................ 08

3. Rotina de passagem e retirada de cateter venoso para Hemodiálise ... 15

4. Manejo do paciente diabético em diálise .............................................. 16

5. Tratamento da hipertensão arterial ...................................................... 17

6. Manejo da Doença Cardiovascular ........................................................ 18

7. Doença Óssea ......................................................................................... 18

7.1 Objetivo ........................................................................................... 18


7.2 Controle de Hiperfosfatemia ........................................................... 18

8. Procedimentos ....................................................................................... 20
Coleta de sangue antes do trtamento – FAV ......................................... 20
Reuso de dialisadores ............................................................................ 21
Descarte de dialisadores e linhas ........................................................... 23
Rotina de processamento dos artigos .................................................... 24
Limpeza de artigos e máquinas .............................................................. 25
Iniciar Hemodiálise com cateter duplo lúmen ....................................... 26
Curativo de cateter duplo lúmen ........................................................... 28
Término da Diálise com cateter de duplo lúmen ................................... 30
Início da transfusão de sangue .............................................................. 32
Reação a transfusão de sangue ............................................................. 34
Rotinas para paciente com vírus HIV + .................................................. 35
Recursos Humanos ................................................................................. 36
Seleção de pacientes para DPAC ............................................................ 40

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1. ABORDAGEM DA ANEMIA EM PACIENTE RENAL CRÔNICO EM HEMODIÁLlSE

→ Objetivo: Identificar e investigar em todo paciente em diálise a presença de


anemia.
→ Conhecimento Prévio: A anemia é um achado frequente nos pacientes em
hemodiálise. Sua presença se associa a uma pior qualidade de vida e menor
sobrevida, assim como seu tratamento com medicamentos estimuladores da
eritropoiese (MEE) pode elevar o nível de hemoglobina para valores acima
do recomendado.

→ Diagnóstico: O diagnóstico de anemia em pacientes adultos (acima de 18


anos) em hemodiálise, deve obedecer aos critérios diagnósticos recomendados
para a população geral.
Homens: Hb < 13,0g/dl
Mulheres e homens acima de 65 anos: Hb < 12,0g/dl
Lembrar que este é um critério diagnóstico e não de intervenção;
A - Avaliação laboratorial inicial
→ Na admissão do paciente
1. Hb/Ht (com índices hematimétricos)
2. Reticulócitos
3. Ferro sérico
4. Transferrina (capacidade de ligação do ferro)
5. Saturação de transferrina = (FeS ITransf.) x1 00

B - Avaliações laboratoriais subseqüentes


1. Mensal: Hb / Ht (com índices hematimétricos)
2. Trimestral: Fé sérico, transferrina, reticulócitos, saturação de
transferrina
3. Após pulso de Ferro - EV (colher 2 semanas após o término) Ht, Fé
sérico, transferrina, saturação

C - Reposição de Ferro:
→ Dar sempre preferência a reposição endovenosa de Ferro
1. Pulso de Ferro-EV :
Quando: sempre que a saturação de transferrina estiver < 20%
Como: 100 mg de Fe por sessão de HO até completar 1.000mg
(10 sessões)
De que forma: Noripurum 1 amp EV em 15 min
SF 0,9%----100ml durante/após HD
2. Manutenção precoce ou intensiva
Quando: sempre que a saturação de transferrina estiver entre 20 e 50%
e Ht < 30%
Como: 100 mg de Fe por semana até completar 10 semanas
De que forma: Noripurum 1 amp EV em 15 min
SF 0,9%----100ml durante/após HD

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3. Manutenção tardia
Quando: saturação de transferrina > 20% com Ht > 30%
Após pulso ou manutenção tardia
Como: de 25 a 100 mg de Fe por semana por tempo indeterminado
De que forma: a critério médico. Ex: em semanas alternadas.

4. Suspensão
Quando: sempre que saturação> 50% com Ht > 30%
Como: manter 3 meses sem reposição e repetir exames após este
período.

5. Reações adversas
Agudas: hipotensão-reduzir a velocidade de infusão.
Reação anafilática - suspender a infusão + epinefrina + Corticóide.
Tardias: artralgias e/ou mialgias - reduzir dose por infusão ( dose total
ou freqüência de infusões).

D - Administração de Eritropoietina
1. Quando iniciar:
- saturação :2: 50% e Ht < 30%
- Ht < 25%
- após pulso e manutenção intensiva de Fé-EVe Ht<30% com saturação>
20%

2. Como iniciar:
- Via: EV, dividida pelo menos em 2 doses/semana
- Dose: 80-120 U/Kg/semana ( média 6.000Ulsemana)

3. Quando aumentar a dose:


- mesmas indicações de iniciar em paciente que já faz uso
- como: aumentar 1/3 da dose que está usando

4. Quando reduzir a dose:


- Ht > 35%
- como: reduzir 1/3 da dose

Darbepoétina:
Dose inicial: 0,45ug/kg/semana ou 0,75ug/kg a cada 2 semanas
Dose manutenção: 20% - 30% menor que a dose usada na fase de
correção.

C.E.R.A:
Dose inicial: 0,6ug/kg, a cada 2 semanas
Dose manutenção: 60 -180ug a cada duas semanas ou 120 – 320ug a
cada mês.

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E - Transfusão de sangue
1. Indicação absoluta: Ht < 18%
2. Indicações relativas:
- Ht entre 18 e 24%
- Se: ICC ou ICO grave
OPOC
Sintomatologia - adinamia, dispnéia, vertigens
Em vigência de quadro infeccioso

F - Mudança na Anticoagulação

- É frequente a melhora da coagulação a medida que o hematócrito se


eleva acima de 30%, ocorrendo conseqüente queda no reuso e aumento das
perdas sanguíneas.
Deste modo pode ser necessária mudança na dose de heparina e/ou
introdução de anti-agregante plaquetário.

-Quando: quando ocorrer queda significante no reuso ou coagulação do


sistema.
-Como: 1° fazer uma curva de TCA ( tempo de coagulação ativado) e, se
necessário,
corrigir a curva aumentando a dose de heparina ou fracionando o bolus.

2° se a curva de TCA estiver adequada, deve-se introduzir um anti-agregante


plaquetário
(AAS 200mg/dia).

G - Resistência a Eritropoietina

- Quando: apesar da literatura considerar não resposta a EPO apenas quando se


alcança a dose de 300 U/Kg/semana e não há elevação do Ht em 4 a 6 semanas
em paciente com estoque de Ferro adequado, optamos por investigação mais
precoce pela dificuldade em se alcançar esta dose em nosso meio. Assim
sugerimos iniciar a investigação quando alcançada a dose de 12.000 U/semana
e não houver elevação do Ht em 4 a 6 semanas, em pacientes com saturação>
20%.

- Como investigar (triagem)

1. Infecção / inflamação crônica: hemograma + VHS

2. Perda crônica de sangue: paciente que mantém saturação de


transferrina sempre baixa apesar de reposição adequada de ferro.
- checar reuso
- pesquisar sangue oculto nas fezes
- avaliar perda menstrual
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3. Osteíte fibrosa: Ca, P, FA, PTH, Biópsia óssea

4. Intoxicação por alumínio - Ca,P, FA, PTH, teste de desferroxamina,


Biópsia óssea.

5. Outras causas: hipotireoidismo, neoplasias, hemoglobinopatias,


hemólise (hiperesplenismo), desnutrição.

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ALGORÍTIMO PARA ABORDAGEM DA ANEMIA (Ht < 30%)

SATURAÇÃO DE
TRANSFERRINA

SAT < 20% SAT entre 20 e 50% SAT > 50%

PULSO MANUTENÇÃO INTENSIVA INICIAR EPO OU


1/3 DA DOSE

HEMOTÓCRITO MANUTENÇÃO
APÓS 30 DIAS TARDIA

ELEVAÇÃO QUEDA OU ESTABILIDADE

HT > 30% HT < 30%


NOVA SATURAÇÃO
INVESTIGAR PERDAS

MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO
TARDIA INTENSIVA

HT > 30% HT < 30%

MANUTENÇÃO INICIAR EPO OU 1/3 DA DOSE


TARDIA + MANUTENÇÃO TARDIA

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2. INTERCORRÊNCIAS EM HEMODIÁLlSE

A - HIPOTENSÃO

→Causas relacionadas à excessiva redução no volume


sangüíneo
- flutuações na taxa de UF
- altas taxas de UF (para tratar grandes ganhos de peso interdialítico)
- peso seco almejado muito baixo
- solução de diálise com concentração de Na muito baixa

→ Causas relacionadas à perda de vasoconstricção


- solução de diálise contendo acetato
- solução de diálise muito quente
- ingestão alimentar (vasodilatação esplâncnica)
- isquemia tecidual (agravada por baixo hematócrito )
- Neuropatia autonômica (diabético)
- medicações antihipertensivas

→ Causas relacionadas a fatores cardíacos


- débito cardíaco dependente do enchimento cardíaco
(disfunção diastólica devido à HVA, doença cardíaca isquêmica)
- falha em aumentar a FC
(uso de β-bloqueador, neuropatia autonômica urêmica, idosos)
- inabilidade de aumentar a DC por outras razões
(contratilidade miocárdica t pela idade, hipertensão,arteriosclerose,
calcificação miocárdica, doença valvar, etc.).

→ Causas incomuns
- Tamponamento cardíaco
- Infarto do miocádio
- Hemorragia oculta
- Sepse
- Arritmia
- Reação ao dializador
- Hemólise
- Embolia gasosa

→ Tratamento
- colocar o paciente em posição de trendelemburg
- bolus de solução salina 0,9% na linha venosa ( 100 - 500 ml)
- reduzir a taxa de UF
- solução hipertônica de sódio ( NaCI 10 ou 20% ) ou glicose
(benefício quando houver cãibra associada)
- redução do fluxo sangüíneo (quando hipotensão severa e sem resposta às
medidas anteriores).
- diminuir temperatura do banho de diálise.

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→ Estratégias para prevenir hipotensão durante hemodiálise
- Usar máquinas de diálise com controle de UF sempre que possível
- Orientar o paciente a limitar a ingestão de sal e o ganho de peso
interdialítico, idealmente < 1 Kg/dia.
- Não ultrafiltrar quando o paciente estiver abaixo do peso seco.
- Manter o Na da solução de diállse igualou acima do nível sérico de Na ou
utilizar diálise com gradiente de Na (controverso)
- Administrar medicações antihipertensivas após a diálise e não antes
- Uso de solução de diálise com bicarbonato
- Assegurar o Hematócrito > 33% antes da diálise
- Não administrar alimentos ou glicose oral durante diálise em pacientes que
tendem à hipotensão.
- Considerar o uso de agonista adrenérgico durante a diálise.

B - CÃIBRAS MUSCULARES

→ Fatores Predisponentes
- hipotensão
- paciente abaixo do peso seco
- uso de soluções de diálise com concentrações de Na baixas
- cãibras crônicas das pernas

→ Tratamento
- dilatação do leito vascular com soluções hipertônicas
- glicose hipertônica é preferida em não-diabéticos
- NaCI 10 ou 20% - 10-20 mL ou glicose 50% 5-10 mL

→ Prevenção
- Aumento do Na na solução de diálise para 145 mEq/L
- Estratégias de variação de Na em pacientes com cãibras refratárias
(150-155 mEq/L no início com redução linear para135-140 mEq/L no final
do tratamento.
- Vitamina E 4000U à noite, suplementação com carnitina, exercícios de
alongamento.

C - SíNDROME DAS PERNAS INQUIETAS

→ queixa subjetiva, sensação irritante e profunda nos músculos dos membros


inferiores, especialmente panturrilhas, aparece em repouso, com alívio durante
movimentação das pernas.

→ Tratamento
- agonistas da dopamina como L-dopa (Sinemet)
- benzodiazepínicos - Clonazepan

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D - NÁUSEAS E VÔMITOS

→ Causas
- ocorrem em > 10% dos tratamentos
- maioria dos episódios relacionados com hipotensão
- síndrome de desequilíbrio
- reações ao dialisador
- manifestações não relacionadas com a diálise ( hipercalcemia)

→ Tratamento
- Tratar a hipotensão
- Antiemético (plasil 2cc EV diluído ou Dramin 86 1 ampola EV)

E - CEFALÉIA
→ Causas
- sintoma comum durante hemodiálise
- síndrome de desequilíbrio
- abstinência da cafeína ( por retirada na diálise, em pacientes que ingerem
grandes quantidades de café)
- pico hipertensivo
- sangramento intracraniano
→ Tratamento
- aferir a pressão arterial
- antihipertensivo se necessário
- analgésico VO ( dipirona, acetaminofen ) ou EV dependendo da intensidade da
dor.
- Se houver suspeita de sangramento intracraniano - Tomografia computadorizada de
crânio; reduzir ou até não administrar heparina na diálise.

F - DOR TORÁCICA
→ Dor torácica leve ocorre em 1-4 % das diálises

→ Causas
- hipotensão
- arritmia
- angina
- hemólise
- embolia gasosa
- causa desconhecida

→ Tratamento
- aferir a pressão arterial
- oxigênio nasal 3L1min
- reduzir o fluxo dede sangue ( ? )
- reduzir a UF para zero
- tratar a hipotensão imediatamente
- Isordil SL se não houver hipiotensão e se a dor sugere angina
- SE PERSISTIREM OS SINTOMAS DESLIGAR A HEMODIÁLlSE

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G - PRURIDO

→ comum em pacientes em diálise e algumas vezes durante a diálise

→ Causas
- hipersensibilidade em baixo grau ao capilar ou a componentes do circuito
sanguíneo ( acompanhado de outros sintomas alérgicos)
- xeratodermia
- hiperfosfatemia,produto Cálcio x Fósforo elevado
→ Tratamento
- anti-histamínico ( polaramine VO, allegra 120 mg 1 cp/dia )
- esteróide ( evitar uso freqüente)
- hidratação e lubrificação da pele com hemolientes
- uso de sabonete de glicerina
- Se hiperfosfatemia - uso de quelantes de fósforo VO
- maior dose de diálise ( ? )

H - HIPERTENSÃO ARTERIAL

→ Causas
- hipervolemia (principal causa)
- ingestão excessiva de sal
- elevação do hematócrito ( uso de eritrropoietina em doses elevadas)
- remoção das medicações antihipertensivas

→ Tratamento

1. Modificações no estilo de vida: moderar ingestão de sal, aumentar atividade


física, limitar ingestão de álcool, evitar tabagismo, reduzir ingestão de gorduras saturadas e
colesterol.
2. Atingir o peso seco com diálise e/ou diurético

1. Insistir no peso seco e modificações do estilo de vida


2. Iniciar tratamento farmacológico: antagonistas de canal de cálcio, inibidores da ECA,
betabloqueadores, agentes antiadrenérgicos
3. Titular a dose máxima.

1. Adicionar uma segunda droga

1. Avaliar causas de hipertensão resistente: não adesão ao tratamento, interação


de drogas, administração de eritropoietina, hipertensão secundária
2. Considerar CAPD
3. Considerar nefrectomia ( cirúrgica x embolização )

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I - SíNDROME DE DESEQUILÍBRIO
→ conjunto de sintomas sistêmicos e neurológicos que podem ocorrer durante ou
após a hemodiálise , geralmente nas primeiras sessões, usualmente nas primeiras 24
horas após diálise e duram algumas horas

→ Manifestações clínicas
- náuseas, vômitos, fadiga, hipertensão, tremores, cefaléia, agitação, convulsões, delírio e
coma.

→ Causas
- redução rápida dos solutos plasmáticos durante a diálise
- alterações agudas no pH do líquido cérebro-espinhal durante a HD

→ Condições que mimetizam


- hemorragia intracraniana - subdural, subaracnóide ou intracraniana
- alterações metabólicas = estados hiperosmolares, hipercalcemia,
hipoglicemia, hiponatremia.
- infarto cerebral
- hipotensão - excessiva UF, arritmia cardíaca, infarto do miocádio,
anafilaxia
- intoxicação por alumínio ( subaguda )
→ Tratamento
- Desequillbrio leve: Tratamento sintomático
Reduzir o fluxo sanguíneo
Interromper a diálise mais precocemente

- Desequillbrio severo (com covulsões): Interromper a diálise


Suporte clínico
Manitol EV pode ser útil

→ Prevenção

- Não prescrever tratamento muito agressivo nas primeiras sessões de HD


- Em paciente hipernatrêmico, usar Na em concentração próxima' à do sangue,
para reduzir lentamente o Na.

J - REAÇÕES AO DIAlISADOR

→ antigamente eram conhecidas como" síndrome do primeiro uso" pois ocorriam mais
freqüentemente quando capilares novos eram usados.

→ Tipo A : reação severa tipo anafilactóide. Sensação de calor/queimação no local da


FAV ou através do corpo, dispnéia. Casos mais leves podem ter somente prurido,
tosse ,sibilos, urticária, lacrimejamento.

→ Causa: relacionada ao uso de óxido de etileno, solução de diálise contaminada,


Água contaminada, heparina.

→ Tratamento: interromper a diálise imediatamente


Desprezar capilar e linhas sem devolver o sangue
Suporte cardiorrespiratório imediato
Hidrocortisona 0,5 - 1 9 EV
Aminofilina EV (se broncoespasmo)
Utilizar capilares novos previamente reprocessados
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→ Tipo B: dor torácica é a principal manifestação. Sintomas podem iniciar nos
primeiros minutos da diálise ou mais tardiamente. Geralmente a diálise pode ser
continuada.

→ Tratamento: Suporte clínico


Oxigênio nasal
Reduzir fluxo sanguíneo
Recirculação do sistema
Prosseguir a diálise

L- HEMÓllSE

→ HEMÓLISE AGUDA DURANTE HEMODIÁLISE É UMA EMERGÊNCIA

→ Sintomas
- dor lombar
- opressão torácica
- dificuldade para respirar
- sangue na linha venosa com aspecto de “vinho do porto"
- queda importante no hematócrito
- hipercalemia com repercussões cardíacas, fraqueza muscular podendo
haver parada cardíaca.

→ Causas
- alterações nas linhas e conexões que levam a excessivo trauma dos eritrócitos
- alterações na solução de diálise ( superaquecimento, solução hipotônica,
contaminação com formaldeído, hipoclorito ou nitratos.
→ Tratamento
- Parar a bomba de sangue imediatamente
- Não devolver o sangue - desprezar o sistema completo.
- avaliar e tratar a hiperpotassemia e possível queda de hematócrito
- internar o paciente
- ficar atento para a possibilidade de hemólise tardia.

M - EMBOLlA GASOSA

→ SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
→ passagem de ar através de capilares pulmonares e o VE pode resultar em embolização do
ar para artérias do cérebro e coração, com disfunção neurológica e cardíaca.
→ locais mais comuns de entrada de ar : agulha arterial, linha arterial pré-bomba,
cateter venoso central inadvertidamente aberto.

→ Sintomas
- dor torácica, dispnéia súbita e progressiva com sensação de sufocação,
cianose

→ Tratamento
- clampear a linha venosa e desligar imediatamente a bomba sanguínea
- colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo, com tórax e cabeça inclinados
para baixo
- suporte cardiorrespiratório
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N- ARRITMIAS

→ Risco elevado: presença de alterações cardiovasculares como HVE, doença


cardíaca isquêmica, idosos

→ Tratamento :
- se arritmia severa = suspender hemodiálise
- tratamento farmacológico
- considerar diálise peritoneal se ocorrência freqüente.

O - EDEMA AGUDO DE PULMÃO


→ Sintomas
- opressão torácica
- dispnéia intensa, cianose
- pico hipertensivo associado
- secreção rósea na via aérea
→ Causas
- hipervolemia
- insuficiência cardíaca
- hipertensão severa, geralmente associada a hipervolemia

→ Tratamento
- assistência ventilatória imediata - oxigênio sob cateter nasal ou máscara
4-5 litros/min
- manter o paciente sentado com os pés pesdentes
- aferir a pressão arterial
- Medicações:
- furosemida EV - 20 40 mg EV. Manutenção 0,1 a 0,4 mg/Kg/hora.
- vasodilatadores
- nitroprussiato de sódio =1 ampola 50mg + SG 5% 250 ml
- dinitrato de isossorbida ( isordil ) - 5 mg SL a cada 15 -30
minutos
- propatilnitrato ( sustrate ) - 10 mg SL a cada 15-30 minutos
- broncodilatadores
- aminofilina - 1 ampola + 50 ml de SG 5% em 5 minutos, a
seguir infusão contínua de 0,5 mg/hora
- cedilanide - meia ampola EV diluída em AO
- Enquanto é feita estabilização do quadro deve ser providenciado acesso
vascular para hemodiálise naqueles pacientes virgens de tratamento dialítico,
de preferência punção femural, em virtude do quadro de dispnéia geralmente
intensa.

- Ultrafiltração mais acentuada nas primeiras horas de tratamento deve ser


instituída
- à medida em que a ultrafiltração ocorrer deve ser reduzida progressivamente
a dose do nitroprussiato de sódio, para evitar hipotensão severa.

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3. ROTINA DE PASSAGEM E RETIRA DA DE CATETER VENOSO PARA HEMODIÁLlSE

A. O paciente deve toma banho previamente a passagem do cateter


B. Assepsia rigorosa: lavar e escovar as mãos, usar máscara, avental e campos.
Pintar uma área grande adjacente à região a ser canulada

C. Escolha do acesso

PRIMEIRA OPÇÃO: v. jugular interna direita

SEGUNDA OPÇÃO: não estabelecida

- v. subclávia : risco de estenose ( ± 50% ). Puncionar contra-lateral ao


acesso vascular presente ou planejado.
- v. jugular interna esquerda: obstrução mecânica freqüente

*
- v. femural : PERMANÊNCIA < 48 HORAS. Utilizar cateteres longos
(>20 cm) . RECIRCULAÇÃO IMPORTANTE.
v. jugular interna direita: para quem tenha EXPERIÊNCIA.

OBSERVAÇÕES: a) Observar fluxo testando com uma seringa de 20 ml


b) Orientar a posição dos furos quando em posição Subclávia
(azul para cima)

D. verificar posição intratorácica da ponta do cateter por radiologia (Rx ou radioscopia)


SEMPRE.!!

E. Dialisar imediatamente se possível

F. Após o término da diálise, realizar flush com soro fisiológico 20ml,


3 vezes em cada via.

G. HEPARINIZAR o cateter adequadamente: de acordo com a indicação no


cateter. Não esquecer de aspirar na próxima sessão de hemodiálise.

H. FIXAÇÂO com fio mononylon 3-0. Não estrangular o cateter.


I. UTILIZAR povidine tópico no local de saída, gaze seca. TROCAR o curativo a cada sessão de
hemodiálise.

J.ORIENTAR o paciente em relação aos cuidados com o cateter.

L. INFECÇÃO LOCAL

- somente hiperemia =iniciar tratamento tópico com mupirocina ou ácido fusídico


(7-10 dias)
- celulite ou presença de secreção = colher cultura da secreção
iniciar antibiótico VO - cipro
avaliar resposta após 48-72 horas
checar cultura - tratar 7 -14 dias
- se tiver febre - colher hemocultura

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- RETIRAR O CATETER SE :

BACTEREMIA I FUNGEMIA I INFECÇÃO DE TÚNEL I


SINAIS DE INFECÇÃO SISTÊMICA

M - BACTEREMIA relacionada ao cateter:

- colher hemocultura
- RETIRAR cateter imediatamente se : ( enviar para cultura)
- INFECÇÃO NO LOCAL DE SAíDA I TÚNEL
- AUSÊNCIA DE OUTRO FOCO SECUNDÁRIO
- INFECÇÃO POR GRAM POSITIVO (especialmente S. aureus)

- iniciar antibioticoterapia pareriteral ( vancomicina + amicacina )


manter por 14-21 dias dependendo da evolução e da bacteriologia
→ SE PERSISTIR FEBRE e/ou HEMOCUL TUIRAS POSITIVAS após 3 dias
da retirada do cateter: Ecocardiograma trans-esofágico
Pesquisar outros focos metatáticos

OBSERVAÇÃO: após a retirada do cateter e início do tratamento, NÃO está


contra- indicada a passagem de outro cateter num outro sítio. NÃO há
necessidade de se utilizar acesso femoral. NÃO traçar cateter com fio guia;
realizar tal procedimento somente quando houver obstrução mecânica e
ausência de infecção local.

4. MANEJO DO PACIENTE DIABÉTICO EM DIÁLISE

→ Objetivo: Estabelecer padrões de conduta para otimizar o controle glicêmico nos


diabéticos em tratamento dialítico. O controle glicêmico intensivo está associado à redução e
ao retardo da progressão da microangiopatia diabética, inclusive em portadores de doença
renal crônica.

Recomendações:

a) Tratamento não medicamentoso:


• Restrição hídrica de acordo com o volume urinário
• Rígida orientação dietética
• Exercício físico
• Abandono do tabagismo
• Moderação no consumo de bebidas alcoólicas

b) Tratamento medicamentoso com Insulinoterapia: As insulinas que serão utilizadas


são a NPH e a insulina rápida ou simples, com possibilidade de prescrevermos análogos
basais ou de ação ultra-rápida em pacientes que não consigam obter um bom controle ou que
apresentem variabilidade glicêmica importante, ou mesmo hipoglicemias freqüentes.
(tabela 2)
A diálise interfere não apenas com os horários de alimentação do paciente, mas
diretamente com os níveis da glicose sanguínea, já que esta é dializada, propiciando maior
chance de hipoglicemias. Assim, do ponto de vista prático, devemos estabelecer dois esquemas

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de insulinoterapia , ou seja, para os dias de diálise e para os sem diálise. Outro ponto importante
é não suspender a insulina nos portadores de DM1, devido ao risco da cetoacidose.

5. TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL


→ Objetivo: Estabelecer padrões de conduta que otimizem o manejo clínico dos
indivíduos portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em tratamento dialítico. A
principal relevância da identifcação e controle da HAS reside na redução das suas complicações,
tais como:
• Doença cérebro-vascular
• Doença arterial coronariana
• Insufciência cardíaca
• Doença arterial periférica
→ Recomendações
a) Tratamento não medicamentoso:
• Restrição hídrica de acordo com o volume urinário
• Controle do peso: instruir o paciente a não ganhar mais que 3% de seu peso
corporal entre as sessões de diálise
• Redução do consumo de sal: abaixo de 5,0 g (85 mEq/dia) de sal por dia
• Controle na prescrição do sódio no dialisato
• Exercício físico
• Abandono do tabagismo
• Moderação no consumo de bebidas alcoólicas
• Controle do estresse psicoemocional
b) Tratamento medicamentoso: Os objetivos principais do tratamento da
hipertensão arterial são: diminuição da pressão arterial para níveis normais e diminuição
dos riscos cardiovasculares.

Fármacos anti-hipertensivos da relação nacional de medicamentos essenciais


A. Diuréticos via oral: a maioria dos pacientes portadores de DRC devem ser tratados
com diurético de alça caso apresentem diurese.
• Furosemida 40 mg

B. Bloqueadores adrenérgicos
• Atenolol 50 e 100 mg
• Cloridrato de propanolol 10 e 40 mg
• Metildopa 250 mg

C. Bloqueadores de canais de cálcio


• Besilato de amlodipina 5 e 10 mg
• Nifedipina Retard 10 e 20 20mg
• Cloridrato de verapamil 80 e 120 mg

D. Vasodilatadores
• Cloridrato de hidralazina 25 mg

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E. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA):
• Captopril 25 mg
• Maleato de enalapril 5 e 20 mg

6. MANEJO DA DOENÇA CARDIOVASCULAR

→ Objetivo: Estabelecer padrões de conduta que otimizem o manejo clínico das doenças
cardiovasculares (DCV) em pacientes em diálise, focando em identificação precoce, modificação
de fatores de risco e intervenção.
Recomendações:
→ Identificação de DCV
• Ecocardiograma doppler – anual .
• Avaliação Cardiológica
- Alteração na motilidade segmentar no ECO
- 3 dos fatores de risco tradicionais.
- História de insuficiência vascular periférica e AVC
- Pacientes com sinais e sintomas de insuficiência coronariana
Fatores de riscos: Idade avançada, sexo masculino, raça branca, hipertensão arterial, LDL
elevado, HDL diminuído, diabetes, menopausa, fumo, sedentarismo, história familiar de DCV,
estresse psico-emocional, etc

7. DOENÇA ÓSSEA

7.1 Objetivo: Prevenção e detecção precoce da doença óssea em pacientes submetidos


à diálise. Além dos efeitos deletérios sobre os ossos, este distúrbio mineral se associa com cal-
cificação cardiovascular e mortalidade.
7.2 Controle de Hiperfosfatemia:

RECOMENDAÇÕES:
• Níveis e freqüência: fósforo (P) de 3,5 a 5,5 e deve ser dosado mensalmente.
• Avaliação da ingestão dietética: ingestão dietética de P: entre 800 e 1.000mg/dia,
respeitando a recomendação de pelo menos 1,0g de proteína/kg/dia (50% de proteína
de alto valor biológico), desde que o P sérico não esteja abaixo de 3,5mg/dl;
• Uso de quelantes de fósforo: Quelantes à base de Ca ou cloridrato de sevelamer,
pode-se utilizar uma combinação de ambos os quelantes. Ex: Carbonato de cálcio, acetato
de cálcio e sevelamer.

-Dose de diálise: aumento da freqüência.

Hipercalcemia associada a:

PTH< 300pg/mL: dialisato com Ca de 2,5mEq/L


Interromper tratamento com Vit. D
Mudar quelante à base de Ca

18
PTH > ou= 300pg/mL: Mudar quelante à base de Ca
Dialisato com Ca 2,5mEq/L por 2 meses
Avaliar necessidade de PTX

Prevenção e tratamento do Hiperparatireoidismo secundário

- Dose inicial do calcitriol:

PTH I pg/ml Ca total p mg/dl caxp Calcitrol oral Calcitrol


MG/dl ug venoso ug
300 – 600 < 9,5 <5 <55 0,5 – 1,5 0,5 – 1,5
600 – 1000 < 9,5 <5 <55 1–4 1–3
> 1000 < 10 <5 <55 3-7 3-5

Biópsia óssea: Padrão ouro para ODR


Indicação: incongruência dos parâmetros bioquímicos; Fx óssea atraumatica; calcificação
vascular; hipercalcemia de causa indeterminada; intoxicação por alumínio, etc.

Paratireoidectomia
Indicaçções: - Hiperparatireoidismo secundário grave
- Persistência HPS após um ano de transplante

Intoxição por alumínio


Prevenção: - Evitar quelantes de fósforo à base de alumínio
- Monitorisar concentração de Al na água semestralmente

Diagnóstico: Teste com desferoxamina (Desferal - DFO)

Tratamento: DFO 5 mg/kg, EV, diluído em 100ml de SF 0,9% ou SG 5% , durante 30 min,


uma vez por semana, após o término da primeira sessão de HD da semana.

Em CAPD, DFO deve ser administrado, via intraperitoneal na troca noturna.

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
COLETA DE SANGUE ANTES DO TRATAMENTO – FAV

PROPÓSITO: Coletar amostras de sangue para realização dos


exames.

COMPETÊNCIA: Téc. enfermagem

MATERIAL: > Tubos de coleta apropriados, identificados com o nome do


paciente
> Luvas de procedimentos
> Agulhas de F AV
> Algodão embebido em álcool a70%

PROCEDIMENTO LÓGICA

1. Puncionar o paciente, fixar a Certifique-se que a punção foi


agulha arterial ao membro satisfatória
do paciente
2. Retire a tampa do tubo de
amostra
3. Retire a tampa da linha da Tire o clamp da agulha e encha o
agulha e coloque a tubo até o nível adequado
extremidade no tubo de Tome cuidado para não contaminar a
amostra extremidade da linha da agulha
4. Clampeie novamente a Tampe a extremidade da agulha da
agulha FAV
5. Tampe os tubos,
balançando-os levemente
para misturar o sangue com
a solução anticoagulante.
6. Coloque os tubos em local
destinado.

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
REUSO DE DIALISADORES

PROCEDIMENTO: Retirada de sangue do dialisador e preparar o próximo


reuso

COMPETÊNCIA: Deixar o sistema pronto para o próximo uso

MATERIAL: Proveta graduada


Pêra
Equipamento de proteção individual

PROCEDIMENTO LÓGICA

1. Receber o dialisador da sala,


desconectar sets artéria e
venosa
2. Lavar o compartimento de
sangue com um jato de água
pelo lado arterial e venoso
Pressão 25 a 30 PSI
3. Preencher o compartimento
de banho com água, fechar
a saída com garra hansen,
colocando o dialisador sob
pressão (ultrafiltração
reversa, em posição
horizontal
4. As linhas devem ser lavadas Usar o mesmo compartimento
com água sob pressão, para onde se encontra o dialisador do
retirar todo o reísduo de paciente
sangue
5. Deixar o dialisador na Em torno de 20 minutos
pressão até a limpeza das
fibras
6. Dar novo jato no Abre as fibras
compartimento de sangue
7. Aferir o priming das fibras, O dialisador será reutilizado no
usando uma proveta máximo até 12 vezes e será
graduada e uma pêra desprezado antes, casa haja:
Priming abaixo de 80%, ruptura
das fibras ou coagulação das
fibras.
O número de reuso poderá ser
alterado de acordo com a portaria
vigente. Anotar o priming no
controle mensal de reuso

21
Continuação - REUSO DE DIALISADORES

PROCEDIMENTO LÓGICA

8. Se o volume das fibras for Quando o volume de fibras estiver


maio ou igual a 80% do próximo a 80% preenche-lo com
volume inicial, montar o desinfetante e colocá-lo novamente
dialisador deixando o na pressão e realizar nova retirada de
sistema fechado na entrada priming
do soro, abrir a pinça e
deixar por gravidade o
esterilizante chegar o meio
do catabolhas
9. Retirar o restante do ar Deixando o sistema recircular e abrir
pelas linhas catabolhas as pinças do catabolha
Com a outra linha de catabolhas
10. Fechar uma linha do preencher o compartimento de
catabolha com conexão banho
apropriada
11. Desligar a bomba de sangue,
caso esteja sendo usada,
fechar o compartimento de
banho
12. Pinçar a linha do soro e com
as conexões fechar as linhas
do soro e do catabolhas
13. Conferir o sistema e a
depósito do paciente,
guardando-o em local
designado

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
DESCARTE DE DIALISADORES E LINHAS

PROPÓSITO: RESPONSÁVEL: Reduzir o risco de contaminação


ambiental

RESPONSÁVEL: Técnico de Enfermagem

MATERIAL: Seringa de 20 ml:


Hipoclorito de sódio a 1 %

PROCEDIMENTO LÓGICA

1. Descarte após 20 utilizações Segundo portaria 082/MS


ou priming menor que 80%
2. Preencher o sistema com Reduzir contaminação
20ml de hipoclorito a 1%
através do catabolhas e
recircular por 3 minutos

3. Desprezar em lixo
contaminado
4. Procedimento deve ser
realizado para descarte de
capilares e linhas de todos
os pacientes, independentes
da sorologia

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
ROTINA DE PROCESSAMENTO DOS ARTIGOS

ARTIGO PERIODICIDADE PROCESSAMENTO

Tampas de CDL Estéril a cada diálise Autoclavação


Conexões de linha Estéril sempre que Autoclavação
para recirculação for usar
Pinças de Reynald Após cada turno Limpeza prévia com
Final dos turnos e água e sabão e
sempre que houver emergir em solução
contaminação de hipoclorito de
sódio a 6% e
desincrustação com
ácido a 30%
Capilares e linhas Após cada paciente Descartável
de paciente HIV+
ECG Após cada uso Limpeza mecânica
Semanalmente com álcool a 70%
Jogo de Após cada uso Fricção mecânica
laringoscópio Semanalmente com álcool a 70%
Tubos do Após cada uso Limpeza prévia +
aspirador Semanalmente imersão no
hipoclotito por 30
minutos

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
LIMPESA DE ARTIGOS E MÁQUINAS

PROPÓSITO: Redução de infecções

RESPONSÁVEL: Técnica (o) de Enfermagem

PROCEDIMENTO LÓGICA

1. Executar a limpeza: máscara Em presença de sangue:


de nebulização, ambú e Lavar com água e sabão
pinças Colocar no hipoclorito a 1%

2. Executar a limpeza dos Semanalmente lavar as
depósitos dos dializadores caixas com detergente,
enxaguar e imergir em
solução de hipoclorito a 1%
Entre os turnos limpar roda
3. Executar limpeza das a máquina com solução
máquinas detergente ou hipoclorito
de sódio a 1% na presença
de sangue. Entre os turnos
deverá ser feito o enxágüe
em todas as máquinas.
Após a última diálise fazer
desinfecção com
hipoclorito de sódio.

25
SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
INICIAR HEMODÍÁLISE COM CATETER DUPLO LÚMEN

COMPETÊNCIA: Técnico de Enfermagem

PROPÓSITO: Iniciar o tratamento de diálise com segurança, usando


o cateter como acesso vascular

MATERIAL: luva estéril, gases estéril, seringa e 5cc, álcool a 70% e


esparadrapo

PROCEDIMENTO LÓGICA

1. Informar ao paciente o que Evita contaminação


será realizado e lavar as
mãos e usar EPI
2. Coloque o paciente em Facilita o trabalho e garante o
posição supina funcionamento adequado do
cateter

3. Preparar todo o material


necessário

4. Retirar o curativo das


ponteiras do CDL

5. Abrir todo o material. Evita contaminação. Protege a


Colocar as luvas área do trabalho e a roupa do
paciente

6. Realizar esfregaço das Manter técnica asséptica.


pontas do CDL, com 03 Eliminação de bactérias
gases embebidas em álcool
a 70%

7. Certifique-se de que os Evitar embolia


clamps estão afixados ao
cateter e fechados

8. Retirar as tampas protetoras As tampas devem ser trocadas


do CDL a cada hemodiálise

9. Procure sinais de
contaminação e limpe com
gases embebidas em álcool
a 70%

26
Continuação - INICIAR HEMODÍÁLISE COM CATETER DUPLO LÚMEN

PROCEDIMENTO LÓGICA

10. Aspirar 02 ml de sangue das Retirar toda heparina instalada


vias venosa e arterial e no final da hemodiálise
desprezar anterior
11. Conectar as linhas ao
cateter e proteger as
conexões com gases
embebidas em álcool a 70%

12. Prenda as linhas no corpo Evitar deslocamento do


do paciente, de modo que cateter
não tracione o cateter

13. Sentir resistência ou baixo


fluxo do cateter, reposicione
ligeiramente o paciente,
pois é possível que o cateter
tenha se alojado na parede
do vaso sanguíneo

14. Ao término do
procedimento manter área
limpa e organizada

27
SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
CURATIVO DE CATETER DUPLO LÚMEN

COMPETÊNCIA: Enfermeira (o)


PROPÓSITO: Manter área livre de infecção
MATERIAL: Pacote de curativo, solução anti-séptica, soro
fisiológico e bactobran

PROCEDIMENTO LÓGICA

1. Lavar as mãos antes do Diminui o risco de


procedimento e explicar ao contaminação
paciente o que será feito
2. Colocar o material em mesa
auxiliar

3. Retirar o curativo sujo com Diminui o risco de


auxílio da pinça anatômica, contaminação
desprezando este em lixo
contaminado

4. Observar ponto e a área em Comunicar ao médicoualquer


torno deste local. Procurar sinal de infecção
sinais de irritação,
hiperemia, secreção, edema
e dor

5. Limpar o orifício de saída Usar povidine tópico, fazendo


movimentos rotatórios do
ponto e inserção para fora por
aproximadamente03 minutos.
Retirar todo o povidine com
soro fisiológico e secar com
gases estéril. Desengordurar a
pele próxima ao orifício com
éter, a seguir, cobrir com gases
e esparadrapo

28
Continuação - CURATIVO DE CATETER DUPLO LÚMEN

6. Arrumar todo o material,


deixando o ambiente limpo
e organizado

7. Lavar as mãos após o


procedimento

8. O uso do bactobran só é
indicado na presença de
infecção do orifício

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
TÉRMINO DA DIÁLISE COM CATETER DE DUPLO LUMEN

PROPÓSITO: Encerrar com segurança o tratamento de diálise usando o


cateter de duplo lúmen como acesso vascular

COMPETÊNCIA: Enfermeira (o) / Técnica (o) de Enfermagem

MATERIAL: Gases, seringa de 5cc com heparina 1,5 de h e 1,5 de


soro fisiológico, tampas estéreis, luvas e esparadrapo

PROCEDIMENTO LÓGICA

1. Verificar pressão

2. Coloque as luvas de Evita contaminação


procedimento
Evita interromper a bomba de
3. Certifique-se que há pelo sangue para a troca do soro
menos 300 ml de SF

4. Manter fluxo de sangue

5. Retire o clamp de SF e
coloque-a na linha vertical.
Iniciar a devolução da linha
venosa
A devolução é o processo que
6. Durante a devolução ocorre desde a desconexão da
observe linha arterial até a devolução
de todo o sangue do paciente
pelo soro fisiológico,
clampeamento da linha venosa
e o desligar da bomba de
Sintoma de sobrecarga, sangue
hipotensão Dispnéia, cefaléia, problemas
respiratórios
A cor do catabolha venoso e Rosa claro indica que o sangue
arterial foi totalmente devolvido

7. Clampeie a loinha venosa.


Desligue a bomba de
sangue. clampeie o acesso
venoso do cateter

30
Continuação - TÉRMINO DA DIÁLISE COM CATETER DE DUPLO LUMEN

PROCEDIMENTO LÓGICA

8. Solte o clamp da linha Devolver o sangue nesta parte


venosa. Desligue a bomba da linha arterial
de sangue. Clampeie o
acesso venoso do cateter
9. Faça a limpeza da conexão Remover o sangue coagulado
entre as linhas e o acesso da conexão. Desinfecção das
arterial e venoso com gases conexões
embebidas em álcool a 70%

10. Após confirmar o A heparina a deve permanecer


fechamento de todos os até a próxima diálise
clamps, desconectar as
linhas de sangue do cateter
e substitua-o por uma
seringa contendo heparina
Preservar a esterilidade das
11. Retire a seringa e coloque saídas. Não tocar no interior
novas tampas esterilizadas das tampas
na saída do cateter

12. Descarte o material utilizado

13. Verificar os sinais vitais O paciente somente será


liberado quando seus sinais
vitais estabilizarem

14. Registrar a temp. e a PA na


folha de controle de HD

31
SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
INÍCIO DA TRANSFUSÃO DE SANGUE

PROPÓSITO: Aumentar o volume de sangue e o número de glóbulos


vermelhos na circulação.
Nas unidades de diálise a determinação da transfusão
de sangue depende de diversos fatores, incluindo o
hematócrito do paciente, outros problemas clínicos e a
natureza dos sintomas.
MATERIAL: Bolsa de sangue, equipo de administração com filtro,
luvas e termômetro.

COMPETÊNCIA: Enfermeira (o) / Técnica (o) de Enfermagem

PROCEDIMENTO LÓGICA

Identificar o sangue conforme o Garante a administração do


procedimento usual sangue compatível com o
paciente
Colocar as luvas Evita auto-contaminação

Verificar e registrar a Funciona como base em caso


temperatura do paciente de reação ao sangue

Posicionar a bolsa de sangue no Permite visualizar o nível de


suporte com o rótulo virado sangue
ppara o outro lado

Feche todos os clamps do equipo


de administração. Após a
retirada protetora da saída de
sangue, insira cuidadosamente o
equipo na bolsa de sangue

Abra o clamp permitindo o fluxo


de sangue para retirada do ar do
equipo

Conecte o equipo de sangue no


injetor do set arterial

Abra lentamente o equipo de Permite o fluxo de sangue


sangue

32
Continuação - INÍCIO DA TRANSFUSÃO DE SANGUE

PROCEDIMENTO LÓGICA

Mantenha o fluxo lento por Se ocorrer alguma reação


pelo menos 15 minutos, após o anormal, suspenda a
início da transfusão, permitindo transfusão e consulte o médico
a detecção precoce de sintomas
de incompatibilidade
Após passados os 15 minutos
iniciais, administrar o sangue
em bolus

Observações:

Durante a transfusão de sangue, o enfermeiro deve:

Controlar o fluxo de sangue, durante a transfusão.


Observar atentamente o paciente para detectar sinais e sintomas adversos
Interromper a transfusão em caso de dúvida e buscar esclarecimento
Verificar se o fluxo de administração está muito rápido
Evitar misturar qualquer medicamento ao sangue ou evitar a infusão de
qualquer medicação intravenosa no sistema extracorpóreo durante a
transfusão de sangue

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
REAÇÃO A TRANSFUSÃO DE SANGUE

PROPÓSITO: Identificar e tratar os sinais e sintomas de reação à


transfusão de sangue.

TIPOS DE REAÇÃO:

• PIROGÊNICA: Este tipo de reação pode ser causado por contaminação


bacteriana do sangue.
SINTOMA: calafrio, febre, hipotensão e eventualmente, choque. As reações
febris menos graves, caracterizam-se por calafrios, febre, dores musculares,
náusea e vômitos. Dor de cabeça e rubor facial. Em geral as reações são
graduais, só sendo percebidas em estado adiantado da transfusão.

• HEMOLÍTICA: Normalmente, as reações hemolíticas têm início brusco


devido à incompatibilidade do sangue do doador com o do paciente.
SINTOMA: Falta de ar, dor lombar, dor no peito, náuseas e vômito, dor de
cabeça febre alta com calafrios.

• ALÉRGICA: As reações alérgicas podem ser provocadas por respostas aos


alérgenos no sangue do doador.
SINTOMA: Coceira, que pode ser acompanhada de erupção cutânea ou
urticária.

• SOBRECARGA HÍDRICA: Se o sangue for administrado muito rápido, podem


surgir sintomas de sobrecarga hídrica, pois o coração não suporta o volume
na velocidade em que é administrado. Em geral, os sintomas diminuem com
a redução do fluxo de infusão.

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
ROTINAS PARA PACIENTES COM VÍRUS HIV +

PROPÓSITO: Evitar contaminação cruzada

COMPETÊNCIA: Técnica (o) de Enfermagem

PROPÓSITO LÓGICA

Realizar hemodiálise em último Evitar contaminação cruzada


turno ou em máquina separada
identificada HIV +

Pinças identificadas e separadas

Ao realizar a punção arterial ou


manipular fluídos usar
equipamentos de proteção
individual

A cada troca o paciente deve


O capilar e as linhas são de uso assinar a ficha
único

Ao desprezar o sistema,
preenche-lo com solução de
hipoclorito a 1% recirculá-lo e
coloca-lo em saco branco
leitosos identificado (HIV +)

As amostras de sangue devem


ser identificadas HIV +

Realizar descontaminação Hipoclorito a 1%


externa da máquina

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
RECURSOS HUMANOS

EQUIPE

O tratamento dialítico em DP AC exige para seu bom desenvolvimento, uma


equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos,
nutricionistas, assistentes sociais e secretária.
A experiência tem demonstrado que a terapia de substituição renal é um
processo dinâmico; muito freqüentemente os pacientes irão utilizar mais
que uma opção terapêutica no curso de seu tratamento. Dessa forma, é
fundamental que os profissionais tomem disponíveis ao paciente, as
modalidades de diálise peritoneal e hemodiálise, apresentando ambos os
métodos de forma inequívoca e didática a este.
A condução multidisciplinar dessa terapêutica dialítica será exerci da pelo
médico, entretanto, em determinadas situações, a responsabilidade direta
sobre as ações que influenciem ou modifiquem a condução terapêutica
pode, e deverá ser naturalmente exercida por qualquer outro membro da
equipe.
As características dessa modalidade diferem das demais por exigir um grau
maior de auto-cuidado, disciplina e método, o que obriga a equipe a orientá-
-lo, estimulá-lo e muito raramente, conduzi-lo.

36
SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
DESCRIÇÃO DOS PAPÉIS

MÉDICA (O)

Haverá sempre um médico responsável pela condução de determinado


paciente e a ele caberá:

• Avaliação inicial do paciente com detalhamento da patologia de


base e seu histórico pregresso

• Participar da decisão sobre a opção de terapia dialítica

• Iniciar o treinamento do paciente, apresentando-o à equipe e


transmitindo-lhe as primeiras informações sobre sua patologia renal e
diversas modalidades terapêuticas.

• Avaliações periódicas.

• Análise das evoluções do paciente, adequando o tratamento.

• Avaliação e condução dos estudos visando transplante renal,


quando indicado.

• Decisão sobre internações, bem como sugestões iniciais para


condução do caso.

Aos demais médicos da disciplina/serviço:

• Participar da decisão de opção de terapia dialítica.

• Atender intercorrências, em regime de plantão, conforme rotina do


serviço.

• Condução clínica dos pacientes internados, em regime de plantão.

• Sugestões para condução específica de determinado paciente.

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
DESCRIÇÃO DOS PAPÉIS

ENFERMEIRA (O)

• Participar da avaliação inicial do paciente


• Participar da decisão sobre a terapia dialítica
• Visita domiciliar aos pacientes
• Treinamento teórico-prático sobre a técnica, identificando habilidades e
limitações
• Acompanhamento na sala cirúrgica do implante de cateter
• Acompanhamento do período de "break-in"
• Abertura do sistema e troca de equipo
• Avaliações periódicas da evolução do paciente
• Coleta de informações para manutenção do banco de dados do serviço
• Primeiro atendimento às urgências e emergências
• Participação na análise periódicas da evolução dos pacientes
• Controle de estoque e materiais de DP AC
• Preencher registro e pedido de material de implante junto ao fornecedor
• Em situações excepcionais, proceder a toca de bolsas com paciente
internado
• Reciclagem periódica dos pacientes
• Treinamento do pessoal de enfermagem do hospital

ASSISTENTE SOCIAL

• Avaliação sócio-econômica do paciente


• Participar da visita domiciliar
• Identificação de necessidades de suporte
• Encaminhamento para exames subsidiários fora da unidade
• Manter, juntamente com o enfermeiro, cadastro atualizado dos pacientes

PSICÓLOGA (O)

• Avaliação psico-social dos pacientes


• Identificação do perfil psicológico dos pacientes e familiares, com prós e
contras á opção de terapia dialítica
• Suporte psicológico durante alterações relacionadas as áreas da emoção e
do comportamento associadas à terapia dialítica
• Promover reuniões de grupo de pacientes, detectando necessidades
emocionais que possam ser resolvidas ou amenizadas por outros
componentes do grupo ou da equipe

38
SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
DESCRIÇÃO DOS PAPÉIS

NUTRICIONISTA

• Avaliação do estado nutricional do paciente ao início do tratamento


dialítico.
• Reavaliação semestral, concomitante as analises de adequação do
tratamento dialítico.
• Aconselhamento dietético genérico e específico, devendo realizar reuniões
com grupo de pacientes visando desfazer mitos e tabus alimentares. Repasse
de conceitos sobre o que deve ser evitado ou priorizado na dieta.
• Apresentação à equipe dos "casos-problemas" com sugestões de solução.
• Realizar inquérito nutricional de três dias nos pacientes desnutridos ou
com osteodistrofia renal.

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SERVIÇO DE NEFROLOGIA - HGV
SELEÇÃO DE PACIENTES - DPAC

SELEÇÃO DE PACIENTES

Havendo a opção ou a possibilidade de opção pela DPAC, no caso de


paciente cuja descrição do domicílio seja precária, assim como do restante
da família, rivalizar-se-á a visita domiciliar com a participação do enfermeiro
e/ou assistente social.
Encerrada esta etapa inicial, as conclusões serão apresentadas à
Equipe, que decidirá levando em consideração a opção do paciente e a
possibilidade do mesmo vir a ser submetido a essa ou aquela modalidade
dialítica. Caso a opção final seja por DPAC, o paciente será avaliado pelo
médico que analisará a viabilidade da opção e estabelecerá a data do início
do treinamento de acordo com a enfermagem.

PERFIL BÁSICO DO PACIENTE COM MAIOR CHANCE DE SUCESSO DPAC

• Possuidor de auto-estima e bom nível de autocuidado


• Capacidade de compreender os conceitos básicos da técnica
• Disciplina para executar tarefas em horários rígidos, de maneira
automatizada
• Motivado com a técnica e possuidor de boa destreza manual
• Executa as trocas de bolsa pessoalmente
• Família participante
• Condições domiciliares mínimas
• Facilidade de comunicação e locomoção para unidade
• Instabilidade cardiovascular
• Pacientes geriátricos
• Dificuldade de acesso
• Crianças abaixo de 5 anos
• Diabéticos jovens
• Forte necessidade pessoal de independência
• Distância do centro
• Pacientes HIV + e/ou HbsAg positivo
• Motivos religiosos que impeçam transfusão
• Crianças em idade escolar

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