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3. OS SERVIÇOS QUE COMPÕEM O CACIA/CDSM

3.1.Acolhimento
O Acolhimento é o serviço de porta de entrada para o CACIA, ocorre nas
entrevistas iniciais e tem por objetivo acolher e escutar a demanda dos
pacientespara construir, junto à equipe, um projeto terapêutico inicial(PTI) para
o usuário. Este deve ser elaborado em reunião geral, corroborado com o
paciente e/ou suas famílias após o referenciamento.
Os acolhimentos dos pacientes do HEINSG são feitos na própria
instituição pela psicóloga Eneida vonEckhardt, às 2ª e 4ª feiras. Pode ocorrer
um retorno no hospital, com a finalidade de melhorar a adesão ao tratamento e
acolhimento familiar.Os pacientes geralmente saem com o referenciamento
agendado no CACIA com a equipe da oficina terapêutica para o qual o paciente
foi pré-encaminhado.
Os pacientes das outras parcerias são acolhidos por outros membros da
equipe, designados em reunião geral.
O acolhimento inaugura o percurso do paciente no CACIA/ CDSM
ocorrendo desde o encaminhamento pelo profissional do HEINSG que também
atua no CACIA/CDSM. Quando se trata da comunidade universitária, esta
demanda chega geralmente pela equipe psicossocial do Departamento de
Assistência à Saúde(DAS), registrada pelo e-
mailagendamento.cacia@gmail.comou, ainda, espontaneamente. Segue,
então, sua inserção nos serviços (Acolhimento, Referenciamento, Oficinas
Terapêuticas, Atendimento Familiar e atendimento individual) que são
construídos, caso por caso, nos PTIs, discutidos em equipe interdisciplinar.
Foram realizados até 19 de dezembro de 2016, sessenta e cinco (65)
acolhimentos, fora os vinte e sete (27)agendamentos que não houve
comparecimento no HEINSG.

3.2. Referenciamento de pacientes


Após o acolhimento, o paciente dá sequencia a entrada no programa
realizando o Referenciamento. Ele é fundamental para o aprofundamento da
compreensão da demanda do tratamento, procurando o esclarecimento da
construção do sintoma que trouxe o sujeito ao serviço.
Ao longo do ano foram realizados quarenta e oito (48)
referenciamentos. Este é um ponto positivo, pois o número tem se mantido
estável e com intervalo aceitável entre o acolhimento e início de tratamento.

3.3.Atendimento Psicoterapêutico Individual no CDSM


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As crianças, jovens, adultos, idosos sãosujeitos que estruturam seu


psiquismo em relação com o outro. Em determinada época e contextos
culturais, elestêm que lidar com seus sintomas e escolhas, pois a vida,
inevitavelmente, coloca-os diante de situações que despertam angústia e os
obrigam à construção de defesas que podem produzirdificuldades na esfera
afetiva, na socialização, na aprendizagem, na produtividade;estas dificuldades
aparecem emfenômenos psicossomáticos etc.
Se o sujeito entra em sofrimento, seas suas defesas falham, este
momentoé profícuo para uma intervenção psicoterapêutica. A intervenção
poderá libertar o sujeito para seguir seu desenvolvimento mais autônomo, e
produtivo, evitando que seus paradigmas se perpetuem nas próximas
gerações. A psicoterapia individual constitui-se como um devir preventivo e
coletivo para proles futuras, promovendo, assim uma saúde ampliada.
O serviço de atendimento psicoterapêutico individual do CDSM/CACIA
oferece uma escuta individualizada, na qual opaciente possa se debruçar sobre
suas questões, acalmar sua angústia e analisar suas histórias singulares, a fim
de buscar outras saídas mais saudáveis, melhorar a sua saúde mental e
(re)construir seus laços sociais.Os resultados analisados ao longo dos trinta e
dois anos do ProgramaCDSM permitem verificar que os pacientes em
atendimento individual e nas oficinas terapêuticas alcançam resultados
eficazes.Além do benefício direto oferecido ao cidadão, resgatando-o do
sofrimento que o prejudicava, esse serviço em particular, apresenta uma tripla
contribuição: ao sujeito da comunidade universitária, ao espaço público da
saúde do Espírito Santo e à formação do extensionista.
Este serviço está inserido nos atendimentos do CACIA que funciona no
Campus das Ciências da Saúde, em Maruípe, Vitória, ES. Os pacientes que
necessitam desse tipo de atendimento são contemplados quando se constrói
ou se revisa os projetos terapêuticos.
Foram feitos 64 (sessenta e quatro)atendimentos individuais neste ano.

3.3.1. Objetivos:
a) Oferecer à comunidade um serviço de saúde mental de qualidade, de
difícil acesso na rede pública que, juntamente comas outras atividades do
projeto terapêutico, visaram atender as especificidades de cada caso;
b) Proporcionar ao extensionista que deseja atuar na área de psicologia
clínica, psicanalítica e de saúde mental, uma experiência supervisionada de
experiência psicoterapêutica individual;
c) Oferecer ao extensionista a experiência da articulação da psicoterapia
individual aos outros atendimentos recebidos no CACIA; competência
importante para a construção de projetos terapêuticos e para o trabalho em
equipe no serviço público.
Assim, é um trabalho sob a égide ideológica da extensão universitária
realizando aindissociabilidade da extensão-ensino-pesquisa. Vale lembrar que
àcomunidade presta-se um atendimento de qualidade, principalmente, à
universitária, que tem atendimento dentro de sua própria casa, tanto para
osfuncionários, quanto para alunos e seus dependentes. Colabora-se, dessa
maneira, com o papel que a extensão se propõe em alavancar benefícios à
população.
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3.3.2. Atividades
a) Após o acolhimento dos pacientes ou durante a avaliação do tratamento
(pelo referenciamento de acompanhamento), em reunião clínica, constroem-
seou revisam-se os projetos terapêuticos dos pacientes. Quando é avaliada a
relevância do atendimento psicoterapêutico individual encaminha-se o paciente
ao serviço. O início do atendimento individual depende da disponibilidade de
vaga.
b) Realização dos atendimentoscom supervisão;
c) Discussão dos casos nas reuniões clínicas;
d) Realização de Grupo de estudos sobre os referenciais teóricos que
embasaram os atendimentos;
e) Levantamento mensal dos atendimentos realizados e produção de
relatório anual do projeto.

3.3.3. Resultados
Durante o ano de 2016 manteve-se o investimento na formação dos
extensionistas, visando que eles alcancem os requisitos necessários para
executarem um serviço que exige uma formação mais avançada. Grupos de
estudos, tutoramentos e supervisões foram realizados abarcando essa
proposta. Este serviço deseja ampliar o número de pacientes atendidos e de
extensionistas em formação.
Até hoje, os casos atendidos pelo serviço de atendimento individual do
CACIA/CDSM priorizou atendimento para demandas graves que atingiram
sujeitos em pleno florescer da vida que estavam com seu viço apagado pelos
transtornos mentais e corriam o risco de assim permanecer ou até mesmo,
agravarem-se.
Aos alunos e profissionais extensionistas ofereceu-se uma formação
profissional na área de psicologia clínica, psicanalítica e de saúde
mentalcomposta pela prática, aprendizagem deprojetos terapêuticos
fundamentados em estudose supervisões clínicas, além da experiência em
gestão de serviço público em saúde mental, em equipe interdisciplinar.
Este ano o serviço de atendimento individual se debruçou em apoiar
pacientes de longa data de atendimento em oficinas terapêuticas que
demandavam uma atenção a determinadas gravidades: crianças de tenra idade
que apresentavam grave risco de psicose; adolescentes que enfrentavam uma
repetição crônica de padrões familiares que aprisionavam o livre
desenvolvimento e crescimento salutar para a vida, necessitando de apoio
indispensável para o preparo do vestibular; adultos com restrições em sua
autoestima, muito voltados em si mesmos e com uma inserção social de má
qualidade, outros, vítimas de injúrias familiares com repercussões graves de
longa duração.
Foram realizados 19 (dezenove)atendimentos da parceria com o
HEINSG/SESA, da faixa de 4 a 5 (quatro a cinco) anos e 16 a 20 (dezesseis
a vinte)anos; 15 (quinze) atendimentos de alunos da UFES da faixa etária
entre 31 a 35(trinta e um a trinta e cinco) anos e 15 (quinze) atendimentos
para a comunidade em geral, na faixa etária de 51 a 55(cinquenta e um e
cinquenta e cinco) anos.
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3.3.4. Fatores Positivos e Negativos


A equipe começou a se decompor após a perda de psicólogas voluntárias
ao longo de 2013 e 2014 e à divisão de carga horária de Eneida vonEckhardt, a
partir de outubro de 2014, entre o HEINSG e CDSM. Isso impactou a oferta de
vaga do serviço.Em 2016, houve uma ampliação no número de atendimentos
oferecidos em relação a 2014 e 2015.
Mas, pode-se, também afirmar que, a clínica das oficinas terapêuticas
conseguiu mantera sustentação terapêutica aos pacientes do CACIA durante
2016, o que diminuiu a necessidade dos atendimentos individuais.

3.3.5. Recursos Humanos


Os critérios para compor o serviço de atendimento psicoterapêutico
individual são: ser profissional de Psicologia ou Medicina devidamente
registrado no seu Conselho; ser estudante do curso de Psicologia ou Medicina
a partir do oitavo período, estar em análise pessoal e em supervisão clínica. O
serviço é composto por um coordenador, supervisores clínicos, alunos e
profissionais extensionistas voluntários para os atendimentos. São critérios
exigentes, mas necessários para uma clínica responsável.

Supervisores: Tânia Mara Alves Prates, Geraldo Alberto Murta e Eneida


vonEckhardt.
Extensionista bolsista: MarianyReinholzCorteletti
Profissionais voluntários: Anna Carolina Guimarães Gauderetto
Humberto Henrique

4. PROJETO ATENDIMENTO FAMILIAR NO PROGRAMA NO CDSM

No atendimento psicoterapêutico familiar, os membros são chamados a


compreender as suas implicações no sintoma daquela criança/adolescente que
se acolheu. O foco central é o funcionamento, a dinâmica (como cada um se
relaciona com o sintoma), buscando promover mudanças e ressignificações.
Têm sido atendidas as mais variadas demandas, a saber, tentativa de
suicídio, psicoses, risco social, doenças psicossomáticas, inadaptação social,
autismo, diversas dificuldades de aprendizagem, doenças crônicas, transtornos
psíquicos, cujo sofrimento de um membro da família gera tensão, estimula
sentimento de impotência e produz angústia.
Outro aporte do Serviço de Família é o Grupo de Pais. Enquanto os
familiares aguardam a realização das oficinas terapêutica na sala de espera,
eles são atendidos por profissionais e extensionistas. Utiliza-se uma escuta
livre sobre as questões que são trazidas espontaneamente e orientados pelos
fundamentos de grupos operativos. Observou-se que esta escuta é importante
no tratamento porque auxilia nas elaborações das histórias e papéis familiares,
na elucidação de sintomas e às expectativas quanto ao tratamento proposto,
melhorando a adesão ao mesmo.
Neste ano, pela primeira vez o serviço apresentou uma “Das Ding” sobre
os atendimentos realizados com a família deuma paciente que foi encaminhada
pelo HEINSGapresentando um transtorno psíquico grave (mutismo,
autoagressão, quadro de cefaleia intensa, ideações suicidas e outros distúrbios
psicossomáticos).O objetivo foi demonstrar a importânciae a eficácia da
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interação dos serviços atendimento familiar, atendimento individual, oficina


terapêutica e atendimento psicofarmacológico na redução dos sintomas e na
melhora da qualidade de vida do paciente.
Aos extensionistas, o atendimento familiar e o grupo de pais, oferecem
uma experiência que, certamente, os capacitarão para uma prática eficaz em
saúde mental, em todos os espaços públicos ou privados possíveis de atuação
profissional.Os espaços oferecidos pelo CDSM/CACIA garantem a
oportunidade da experiência supervisionada e a possibilidade prática de
entender o contexto no qual o paciente vive e expressa o sintoma.
Reconhecendo a família como uma unidade de cuidado, é a partir da
sua inserção no projeto terapêutico que ela será implicada no processo, como
agente ativo de transformação. Esta é uma condição fundamental na adesão
ao tratamento.

4.1 Objetivos
a) Proporcionar ao extensionista que deseja atuar na área de Psicologia
clínica, psicanalítica e familiar sistêmica uma experiência supervisionada e com
a possibilidade de entender a dinâmica de um serviço de saúde mental que
necessita deste tipo de atendimento;
b) Oferecer à comunidade um serviço de qualidade, de difícil acesso na
rede pública, compondo junto ao projeto terapêutico, outros atendimentos que
atenderam as especificidades que os casos em saúde mental geralmente
requisitaram.

4.2 Atividades
A história dos pacientes acolhidos foi apresentada durante a reunião
clínica, onde foi construído o seu primeiro projeto terapêutico.
Os atendimentos foram realizados por um profissional e um
extensionista que frequentou o Grupo de Estudos de Família.
Os casos atendidos foram discutidos e reavaliados nas revisões de
projetos terapêuticos realizadas nas reuniões clínicas do CDSM/CACIA.

4.3 Resultados
Este serviço, junto às oficinas terapêuticas, proporcionou uma dinâmica
importante no percurso dos pacientes.
Os extensionistas tiveram a oportunidade de participar de um atendimento
que compõe, junto às oficinas e atendimento individual, os pilares do projeto
terapêutico do paciente. Foi notável, como este olhar ampliado da clínica,
tornou-se uma experiência importante no entendimento da disfunção familiar.
Neste ano não houve disponibilidade de profissionais e extensionistas
necessários para o funcionamento do grupo de pais.
Este ano, em um total de 17 (dezessete) atendimentos, 4
(quatro)atendimentos para pacientes masculinos,13 (treze) para pacientes
femininos. Destes atendimentos, 12 (doze)foram da parceria da SESA, 5
(cinco)da comunidade em geral, na faixa etária entre 5 a 60 (cinco a
sessenta)anos.
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4.4 Fatores Positivos/ Negativos


Como fatores negativos, consideramos que neste ano de 2016 houve
dificuldades na conciliação dos horários de jornada laboral do profissional, do
extensionista e dos pais, destacando-se a presença do genitor como a razão
de cancelamento de vários atendimentos de família.
O serviço funcionou com um número reduzido de extensionistas, o que
dificultou a disponibilidade para os atendimentos familiares.
Houveram cancelamento de atendimentos devido àgreve dos servidores da
UFES e ocupação pelos alunos dos espaços destinados às atividades clínicas.
Tais transtornos também afetaram a mobilidade de profissionais e pacientes.
Fatores positivos foram observados na maioria dos casos atendidos.Houve
mudanças no funcionamento e a dinâmica familiar, que
repercutiramfavoravelmente no desenvolvimento emocional e social dos
pacientes.

Coordenação:Rita Eloah de AraújoPena


Supervisores: Rita Eloah de Araújo Pena e Eneida vonEckhardt
Extensionistas:MarianyReinholzCorteletti, Amanda Ribeiro Loureiro, Isabela
Medeiros de Almeida, Amanda AlcureDemuner, Anallu Guimarães Firme
Lorenzon, Weslane da Silva Santos, Yasmin dos Santos Coelho, Miriã Dias.
Profissionais voluntários: Ângela Pimentel Pinheiro da Cunha, Vera Maria
RezendeVieira,Poliana Ferreira Vasconcelos Moreira

5. ATENDIMENTO PSICOFARMACOLÓGICO

O uso de medicamentos como auxiliar no tratamento de quadros clínicos


tem mostrado resultados positivos. Este recurso foi utilizado no serviço sempre
que se fez necessário dentro de critérios discutidos entre as equipes e
usuários. Foram feitos três atendimentos deste tipo, de paciente da SESA, da
faixa etária de dezoitoanos do sexo feminino.

6. OFICINAS TERAPÊUTICAS

As produções são terapêuticas, pois advém de um sujeito que ao produzir


é libertado pela sua produção. Ele se identifica e se reconstrói com o resultado
do seu trabalho, permitindo surgir o que lhe é mais particular –seu desejo.
Conclui-seque as oficinas terapêuticas, em suas atuações, buscando unir
saúde, convívio social e cultura, transformaram os conceitos de saúde mental,
qualidade de vida e inclusão, dando condições para a transformação do sujeito
em desejante e produtivo, digno de respeito e com melhor qualidade de vida.
Muitas ferramentas terapêuticas foram criadas ao longo dessa história. As
oficinas terapêuticas de Jornal, Vídeo, Passeio, Músicas e Letras, Imaginação
são exemplos, desenvolvendocapacitação para profissionais de diversas áreas
do conhecimento, experiência de propostas terapêuticas interdisciplinarese de
trabalho de equipecom ênfase em gestão e subjetividade.
Nas oficinas terapêuticas, o paciente tem a possibilidade de entrar em
contato com seu desejo e sua angústia, bem como tratar seu corpo por
meio de suas produções e expressões livres. Tudo isso é possibilitado pela
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criação de um ambiente que é fundamental na clínica, a confiança


construída aos poucos, o respeito ao sigilo e à transferência. Quanto às
produções, pode-se dizer que se trata de uma experiência específica, pois
advém de um sujeito que ao produzir é libertado pela sua produção que
possui efeitos terapêuticos.
Em 2016, foram realizadas 289 (duzentas e oitenta e nove) oficinas.
A discriminação dos serviços e atendimentos prestados pelas oficinas está
registrada a seguir.

6.1. Oficinas Terapêuticas com Crianças do CDSM

Atualmente, o CACIA/CDSM oferece três tipos de oficinas terapêuticas


para crianças: de Expressão, Contos, Modelagem, em horários matutino e
vespertino, atendendo crianças na faixa etária de 4 a 13 (quatroatreze) anos.

Na infância, a criança estrutura seu mundo psíquico e dá suas respostas


diante do acolhimento parental e social que recebeu. Frente às incertezas e
falhas produzem-se conflitos, sintomas e adoecimentos. É indispensável
proporcionar às crianças um espaço de escuta e de ludicidade, fazendo uso de
recursos específicos.

Objetivo Geral

a) Atender os dependentes dos servidores da UFES e os pacientes


encaminhados pela parceria com o HEINSG, já que este não possui um
ambulatório em saúde mental para a infância.
b) Transformar a angústia das crianças em saúde mental e laço social,
favorecendo uma ação preventiva para acometimentos em saúde mental
na adolescência e vida adulta;
c) Uma formação em saúde mental voltada para a atuação na clínica com
crianças.

Objetivos específicos

a) Proporcionar uma prática supervisionada aos extensionistas que


desejam atuar na área de psicologia clínica, psicanálise, psiquiatria e
saúde mental, em grupos com crianças conhecendo a aplicabilidade e a
utilidade de diferentes recursos e técnicas terapêuticas.
b) Oferecer à comunidade um serviço importante no tratamento em saúde
mental infantil, escasso na rede pública e assim auxiliar com a
otimização ao acesso destes serviços.

6.1.1. Oficina Terapêutica de Contos

6.1.1.1. Principais objetivos


A Oficina de Contos foireaberta em 19 de Julho de 2016 após um intervalo
de tempo necessário para selecionar e preparar a equipe de atendimento que
sucedeu a coordenação e atendimento realizados porEneida vonEckhardt,
deixadosapós o início a divisão da carga horária de com o HEINSG.
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Através desta oficina busca-se trabalhar com contos de forma diversificada.


Os recursos utilizados valorizam a fala, a criatividade e expressão das
crianças, por meio de atividades que possibilitam criar novos finais para as
tramas, através de desenhos, jogos e escrita. Além disso, as crianças também
criam seus personagens e inventam suas próprias histórias, desta forma, é
possível que as crianças expressem suas subjetividades, através da
imaginação e de recursos lúdicos relacionados com diversos contos.
A Oficina se propõe a atender crianças com dificuldades de aprendizado
escolar, inibições, somatizações e conflitos familiares, cujas demandas visam à
busca por seus lugares como sujeitos no âmbito familiar e social. O objetivo da
Oficina é buscar compreender as questões particulares de cada criança, suas
principais fantasias e sofrimentos. Assim, há a livre escolha das histórias a
serem trabalhadas, por parte dos pacientes, possibilitando que as crianças
apresentem singularidades através de suas escolhas, tal como através de suas
interações com o grupo.

6.1.1.2. Principais etapas executadas visando ao alcance dos


objetivos
O objetivo de compreender as questões particulares de cada criança e
suas principais fantasias é possível através de contos e recursos didáticos, que
possibilitam contar histórias variadas e fazer representações através de
desenhos, jogos, recorte de revistas e colagem, assim as crianças expressam
suas principais questões que por muitas vezes não são verbalizadas.
A interação, o respeito entre pacientes, o suporte as renúncias quanto a
espera da vez de cada um e a atenção as produções e questões apresentadas
por outros pacientes foram trabalhados ao longo desse período.

6.1.1.3. Apresentação e discussão dos resultados obtidos

Foram realizadas 19 (dezenove) oficinas, totalizando 35 (trinta e cinco)


atendimentos, sendo 1(um)paciente do sexo feminino e 3 (três) do sexo
masculino. Os atendimentos foram realizados na faixa etária de 8 a 12 (oito a
onze) anos.
Neste período podemos considerar um paciente que apresentou resistência
a realizar as atividades propostas, se dispersando com os objetos presentes na
sala e desorganizando o restante do grupo. Mostrou-se sempre na defensiva
quando questionado. Assim, buscamos respeitar seu momento e dar espaço
para que ele se expressasse de acordo com os seus limites, o que trouxe
avanços sutis.
Outro paciente mostrou dificuldade em se concentrar e de realizar algumas
atividades propostas, iniciando muitas coisas sem terminá-las. Esta situação
ocorria, geralmente quando havia mais crianças além dele na oficina.
Buscamos enfatizar o quanto suas produções foram significativas quando ele
se dedicava a elas. No entanto o paciente, por vezes, se dispersava com
facilidade.
Tivemos apenas uma paciente do sexo feminino. Esta demonstrou
interesse e envolvimento nas oficinas, sendo frequente a aparição de suas
questões em suas produções. Devido o seu baixo número de frequência nas
oficinas, seu tratamento tem sido prejudicado.
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Pelo fato da oficina ter sido reaberta no segundo período deste ano, não
podemos ditar avanços significativos, pois estamos acompanhando os
pacientes háum tempo consideravelmente curto. No entanto, algumas questões
relevantes foram percebidas, possibilitando o inicio do projeto terapêutico.

6.1.1.4. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade
Positivos: A reabertura de uma oficina terapêutica que oferece uma
importante possibilidade de tratamento para crianças a partir dos 8 (oito) anos
até a entrada da puberdade e a flexibilidade que o recurso lúdico oferece para
se trabalhar questões da infância permite uma análise dos conflitos ligados aos
contextos dos pacientes de maneira profunda e ampliada.
Negativos: A falta de adesão dos pacientes que estavam anteriormente em
tratamento;
O alto índice de faltas, que compromete o andamento da oficina e eficácia
do processo terapêutico.

6.1.1.5. Formação de Recursos Humanos


Coordenação:Yasmim dos Santos Coelho
Supervisor clínico: Ângela Pimentel Pinheiro da Cunha
Alunos extensionistas: Sabrina Gusmão Pimentel
Alunos extensionistas bolsistas: Yasmim dos Santos Coelho

6.1.2. Oficina Terapêutica de Expressão

6.1.2.1 Principais objetivos do projeto original desta oficina


O objetivo da oficina é a produção de novas formas de expressão, que
permitam o desenvolvimento tanto da maneira de ser da criança, quanto de sua
interação social em diversos âmbitos da vida.
Essa oficina teve como objetivo realizar o atendimento de crianças com
idades entre quatro a sete anos, encaminhadas para atendimento, geralmente,
com questões em torno de baixa produtividade escolar, dificuldade de atenção,
de relacionamento social e angústia intensa, hiperatividade e dificuldades na
fala. Buscando sempre trabalhar as questões trazidas pelas crianças, visamos
à produção de novas formas de expressão, que permitam o desenvolvimento
tanto da maneira de ser e agir da criança, quanto de sua interação social em
diversos âmbitos da vida.

6.1.2.2. Principais etapas executadas no período visando ao alcance


dos objetivos
Utilizaram-se como recursos terapêuticos, brincadeiras e atividades que
visaram trabalhar as questões trazidas pelas crianças, dentre esses, massa de
modelar, argila, papéis, giz de cera, lápis, fantoches, revistas, músicas, jogos e
outras maneiras de produzir novas formas de expressão.Em todas as oficinas
terapêuticas são seguidos os mesmos passos do acolhimento à construção do
PTI até o inicio do atendimento.

6.1.2.3. Apresentação e discussão sucinta dos resultados obtidos


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Quando há uma boa adesão ao tratamento, que significa um


comparecimento assíduo, com baixo número de faltas aos atendimentos,
sem oscilação importante, percebe-se que as crianças respondem bem e
rápido ao tratamento. Essas mudanças podem ser percebidas a partir do
primeiro mês de tratamento, a saber, melhora na segurança, na certeza do
que sabe, das suas opiniões ao seremmanifestadas. Portanto, a inibição
cede lugar a uma expressão mais autêntica e saudável do sujeito.
Infelizmente, este ano houve um alto índice de falta aos atendimentos
motivados por problemas alegados pelos responsáveis, tais como: más
condições financeiras para arcar com o custo das passagens, dificuldades
em terem responsáveis em trazer as crianças aos atendimentos e muitos
casos de adoecimentos.
Em 2016, esta oficina foi marcada por atendimentos com crianças de
baixíssima idade 4 a 5 (quatro a cinco anos), que apresentaram doenças
congênitas graves que interferem no bom desempenho escolar, atraso no
estabelecimento da linguagem com repercussão social grave e fenômenos
psicossomáticos.
O retorno dado pelas famílias foi que as crianças apresentaram
melhoras e aquelas que interromperam precocemente o tratamento
voltaram a apresentar manifestação do quadro inicial. Isso se deve,
provavelmente, a não continuidade dos atendimentos. Nos pacientes que
tiveram uma participação mais assídua, verificou-se certa estabilização da
situação em geral, mas pela gravidade, o tempo de tratamento ainda foi
insuficiente para uma melhora significativa.
Foram realizadastrinta e oito oficinas, totalizandoquarenta e
oitoatendimentos em 2016, da parceria da SESA.

6.1.2.4 Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade
A baixa assiduidade dos pacientes (pelos problemas acima apresentados)
impede o vínculo transferencial, uma estabilização da angústia, portanto, de
melhora como um todo. Considera-se que a ausência do atendimento no grupo
de pais aos familiares deixou de se oferecer um aporte Terapêutico importante.

6.1.2.5. Formação de Recursos Humanos


Coordenação:MarianyReinholzCorteletti
Supervisor clínico: Eneida vonEckhardt
Extensionistas bolsistas:Yasmin dos Coelho
Extensionistas:Rayani Mozer Bissoli
Profissionais voluntários: Poliana Ferreira Vasconcelos Moreira

6.1.3. Oficina Terapêuticas de Modelagem Matutina e Vespertina

A Oficina Terapêutica de Modelagem utiliza massa plástica de modelar e


argila como ferramentas para suas produções, além de outros materiais como
papel, tintas e revistas, com o objetivo de complementar e propor atividades
diversas, como pintura, desenho e trabalhos de colagem. A maioria dos
pacientes encaminhados para esta oficina apresentaram questões relacionadas
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ao corpo(doenças psicossomáticas), transtornos de aprendizagem e


comportamento. Nesta oficina os materiais são disponibilizados para os
pacientes criarem livremente seus trabalhos. A experiência de propor temas
mostrou-se eficaz, por estimularem o surgimento de histórias, abordando
questões próprias a partir de sua imaginação.

6.1.3.1. Principais objetivos


Sabe-se que as reações emocionais que se manifestam no corpo, são
produzidas pela angústia resultante das situações conflituosas que a criança
vive e não fala. Os materiais utilizados na oficina de modelagem (argila, massa
plástica) permitem uma produção tridimensional que favorece a reprodução do
próprio corpo e a sua ressignificação.
Realizar atendimento de crianças com idades entre 7 a 13 (sete e treze)
anos.

6.1.3.2. Principais etapas executadas no período visando ao alcance


dos objetivos
Os materiais (argila, massa de modelar, tintas, sucatas) foram oferecidos
às crianças e foi proposto que elas manipulassem esse material, livremente,
conforme o seu desejo. Após o término de cada produção, a criança é
estimulada a falar sobre seu trabalho: a relação destetrabalho com seus
pensamentos e quais significados estes têm para ela; qual é a sua relação com
os personagens; e quais sentimentos lhe foram suscitados. Frequentemente, a
experiência atualiza suas vivências e conflitos.

6.1.3.3. Apresentação e discussão sucinta dos resultados obtidos


Na oficina de modelagem matutina, a maioria dos casos de crianças
encaminhadas foi por queixas escolares e psicossomatização. A oficina
funcionou com cerca de cinco pacientes, com assiduidade estável. O
reconhecimento do espaço terapêutico talvez tenha sido o motivo mais
relevante quanto aos progressos percebidos no desenvolvimento psicossocial
dos pacientes.
Foram realizados 96 (noventa e seis) atendimentos em 38 (trinta e oito)
oficinas, sendo 69 (sessenta e nove) atendimentos do sexo masculino e 18
(dezoito)do sexo feminino, entre 7 a 12 (sete a onze) anos, da parceria com a
SESA; 9 (nove)atendimentos do sexo masculino, de 9 (nove) anos de idade,
da comunidade em geral.
Com relação à oficina de modelagem vespertina,ocorreram 37 (trinta e
sete)eventos, com uma média de nove crianças, com idades entre sete atreze
anos de idade.
A modelagem com argila, massa caseira, a pintura e desenhos foram
facilitadores da expressão do mundo interno dos pacientes, possibilitando um
olhar eescuta mais apuradas dos conflitos que se estruturam no caminho de
construção da subjetividade.
Oferecer o material (farinha, água, sal e anilina) para que cada um
produzisse a própria massa, foi uma experiência prazerosa para todos os
participantes. A cada etapa houve uma curiosidade e um empenho no
aperfeiçoamentodas cores e das formas.
Três dos pacientes frequentam a oficina desde 2015. As desistências
ocorreram por vários motivos: mudanças no horário escolar, negligência
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materna tanto no sentido de buscar respostas imediatistas quanto na ausência


de interesse, ignorando o sofrimento psíquico do filho.
Devido à complexidade do caso de um paciente com diagnósticode autismo, a
mãe optou por um CAPSi, o qual lhe proporcionaria um atendimento
multiprofissional.
Não houve adesão de um paciente de 12(doze) anos, com diagnóstico
de transtorno mental grave (psicose). Ele apresentava um quadro de mutismo e
risco de suicídio, após uma situação traumática vivenciada. Naquele momento,
o atendimento individual propiciou maior facilidade para se estabelecer o
contato com o paciente.
Houve avanços significativos no campo cognitivo de uma paciente de
treze anos que apresentava dificuldades de aprendizagem, terminando o ano
com progressos na leitura e em matemática.
Duas crianças portadoras de doença crônica (Fibrose Cística) e uma
portadora de asma passaram todo o ano sem sintomas graves. Não houve
necessidade de internação de nenhum dos pacientes.
Concluímos que, de uma maneira geral, houve progressos na sociabilidade
e,sobretudo na expressão de sentimentos de todos os pacientes.
Ao todo foram realizados 108 (cento e oito) atendimentos da parceria da
SESA, 67 (sessenta e sete)do sexo masculino e 41 (quarenta e um) do sexo
feminino, entre sete a treze anos.

6.1.3.4. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade
Destacou-se como fator positivo, o apoio proporcionado aos extensionistas
pela equipe do programa e, por outro lado, a dedicação e comprometimento
dos mesmos. As supervisões, grupos de estudos e tutoramentos foram
determinantes para a qualidade do atendimento clínico.
Como fator negativo, a assiduidade de alguns pacientes foi afetada por
dificuldades financeiras dos familiares em arcar com as despesas de
deslocamento. Dificuldades de pessoas com disponibilidade para acompanhar
a criança foi outro motivo alegado pelos pais, uma vez que a maioria não pôde
ausentar-se do trabalho.

6.1.3.5. Formação de Recursos Humanos


Coordenação da Oficina de Modelagem Matutina:
MarianyReinholzCorteletti
Supervisor clínico:Eneida vonEckhardt
Extensionistasbolsistas:Yasmin dos Santos Coelho
Profissional voluntário:Poliana Ferreira Vasconcelos Moreira
Coordenação da Oficina de Modelagem Vespertina: Rita Eloah de Araújo
Pena
Supervisor clínico: Rita Eloah de Araújo Pena
Alunos extensionistas: Isabela Medeiros de Almeida, Miriã Dias e
Weslaneda Silva Santos

6.2. OFICINAS TERAPÊUTICAS COM ADOLESCENTES NO CDSM

A adolescência é a fase do desenvolvimento marcada pela


transiçãoentre a vida infantil e a adulta, sendo um período em que o indivíduo
13

preparasua independência, questiona os que estão à sua volta e procura o que


lhe épróprio.Ele revisa a construção de sua psique, o que o tornasusceptível
atranstornos e fragilidades, mas com auxílio terapêutico pode também melhorar
seu projeto de vida.

Principais objetivos
Os processos terapêuticos grupais permitem reconhecer e partilhar
asquestões desses adolescentes, que geralmente estão passando porvivências
semelhantes. As oficinas que os atendem podem acompanhá-
losterapeuticamente para que essas ações, quase sempre conflitivas
edestruidoras, transformem-se em criações e soluções melhores para
estasquestões.
Os atendimentos mais individualizados como o atendimento
individual,familiar oupsicofarmacológico são utilizados também, quando
necessário.

Objetivo Geral
a) Acolher adolescentes, na faixa etária entre 13 e 19 anos, com
demanda deatendimento na área de saúde mental;
b) Capacitar alunos e profissionais para realizar essas tarefas
(acolhimento etratamento de adolescentes).

Objetivos específicos
a) Desenvolver oficinas terapêuticas com recursos para tratamento
deadolescentes;
b) Promover programas que visem à prática em saúde mental, de
acordo coma demanda da população;
c) Promover a formação adequada de alunos e novos profissionais
de saúdemental;
d) Compor a Rede de Atenção à Saúde Mental a Adultos,
Adolescentes e Crianças do Espírito Santo;
e) Prestar atendimento à comunidade universitária, a
pacientesencaminhados pelo HEINSG e pacientes oriundos de
parcerias a serem estabelecidas;
f) Desenvolver pesquisas relativas à área de Saúde Mental;
g) Proporcionar a participação da UFES em parcerias visando
contribuir com a saúde mental dos cidadãos da Grande Vitória.

6.2.1. Oficina Terapêutica de Imaginação Matutina e Vespertina

6.2.1.1. Principais objetivos


O CDSM/CACIA oferece a Oficina de Imaginação para adolescentes em
atendimentos matutino e vespertino, que se vale de uma invenção inspirada
nos jogos de interpretação de papéis (RPG).
Por meio da aleatoriedade nos jogos de RPG e da mediação dos
extensionistas, a oficina tem como objetivoscriar um espaço para que os
adolescentes possam através da criação de personagens e da desenvoltura
durante o jogo, narrar os seus conflitos e encarar suas angústias; possibilitar
uma visão de que o conflito é parte da vida de todos, conseguindo, assim;
14

transpor suas dificuldades com maior facilidade sentindo-se parte de um todo;


permitir encontrar outras saídas que não a doença, possibilitando uma melhor
elaboração de seus conflitos e facilitar manejos das frustrações típicas dos
adolescentes;prepará-losa lidar melhor com as exclusões, desvalorizações ou
rejeições;fomentar a utilização do diálogo nas relações interpessoais e o
comportamento de parceria, ao realizar jogos com um grupo de pacientes,
colocando cada um frente a frente com as questões dos outros participantes e
com a rejeição e aceitação que derivam dessa atividade; possibilitar uma maior
compreensão frente a dificuldades e questões alheias.

6.2.1.2. Principais etapas executadas visando ao alcance dos


objetivos
O principal material utilizado pela oficina é o jogo de RPG (Jogos de
Interpretações de Papéis- Role Playing Games) que foi adaptado pelo
Programa para se tornar um instrumento terapêutico. A partir dessa ideia,
planeja-se um local, juntamente com os pacientes, que será utilizado na
história narrada no RPG. Já nessa etapa, nota-se o aparecimento de questões
pessoais. Por sua vez, os adolescentes criarão personagens simples (com
nome, sexo, idade, profissão, como são, etc.) para viverem nessa história, que
devem conter características importantes em seu contexto.
O planejamento das histórias deve ser condizente com a demanda dos
pacientes e permitir que seus personagens sejam relevantes no desenrolar dos
acontecimentos. A interação que ocorre durante o jogo, facilitada pelos
personagens criados, favorecem as ações terapêuticas. Ao final de cada
oficina, é feito um processamento do ocorrido, para pontuar questões
pertinentes a cada sujeito e reafirmar o contexto terapêutico da oficina.
Ocasionalmente podem ser associados outros recursos terapêuticos que
são indicados em momentos específicos para alguma elaboração ou
resistência importante no tratamento.

6.2.1.3. Apresentação e discussão dos resultados obtidos


As oficinas realizadas permitiram que os pacientes expusessem suas
questões e conflitos com menor resistência, por meio dos seus personagens, e
questionassem suas próprias escolhas, desenvolvendo novas soluções para
antigas questões.
A oficina terapêutica de Imaginação Matutina atendeu dezenove oficinas,
um total de onze atendimentos de adolescentes entre doze e dezoito anos,
todos da parceria pela SESA.
A oficina terapêutica de Imaginação Vespertina atendeu adolescentes entre
treze e vinte e umanos, emtrinta e sete oficinas, um total de noventa e dois
atendimentos.

6.2.1.4. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade
Positivos: O maior número estável de pacientes, em comparação com o
ano anterior, permitiu um desenvolvimento mais complexo das histórias e
recursos terapêuticos, favorecendo um aprofundamento do tratamento.
A ausência de ameaça de despejo da sede física em 2016, diferente do
que em anos anteriores, permitiu a tranquilidade necessária da equipe para
realizar seus trabalhos.
15

Negativos: A Oficina de Imaginação Matutina tem encontrado como


dificuldade a falta de assiduidade dos pacientes que pode comprometer na
execução da Oficina.

6.2.1.5. Formação de Recursos Humanos


Supervisor clínico: Tânia Mara Alves Prates
Coordenação da Oficina de Imaginação matutina: Rosemary Servino de
Araújo Cardoso
Aluno extensionista bolsista:Sabrina Gusmão Pimentel
Alunos extensionistas voluntários: Yasmim dos Santos Coelhos (até
agosto) e Renata Coelho de Pinho (a partir de agosto)

Coordenação da Oficina de Imaginação vespertina: RosemeryServino de


Araujo Cardoso
Alunos extensionistas: Amanda AlcureDemuner
Profissionais Extensionistasvoluntários da Oficina de Imaginação
vespertina: Poliana Ferreira Vasconcelos Moreira

6.3. OFICINAS TERAPÊUTICAS COM ADULTOS NO CDSM

Foram oferecidas três modalidades de oficinas terapêuticas para


adultos: Pintura, Músicas & Letras e Acompanhamento Terapêutico, nos turnos
Matutino e Noturno. O tratamento em saúde mental se torna recomendável e
necessário quandoo sujeito apresenta sintomas que dificultam o
encaminhamento de sua vida ou quando as saídas encontradas para algumas
situações não se mostram tão adequadas. Uma intervenção terapêutica
possibilita ao sujeito transformar o seu mal-estar em melhores produtos,
libertar-se da perpetuação de papéis e responsabilizar-se por sua vida.
O tratamento em saúde mental pode ser realizado por meio de diversos
recursos, de modo a que os fenômenos como a angústia, a loucura e as
doenças psicossomáticas se transformem em um dizer mais estruturado e
direcionado à reinserção social. As oficinas terapêuticas coletivas são
intervenções eficazes neste âmbito, uma vez que a via mental é constituída
através das relações que estabelecemos com os outros.

Objetivo Geral
Possibilitar tratamento interdisciplinar humanizado, eficiente e transformado
pelas novas práticas, em instituições abertas ligadas à rede pública de saúde,
de acordo com a demanda das parcerias firmadas e a política nacional de
saúde mental.

Objetivos específicos
Diagnosticar situações que venham a interferir no bem-estar tanto nos
planos individual, familiar e institucional, com a finalidade de tratamento.

6.3.1. Oficina Terapêutica de Pintura

6.3.1.1. Principais objetivos do projeto original desta oficina


16

Oferecer recursos artísticos livres para que o indivíduo possa expressar


suas questões subjetivas por meio do desenho, da pintura e técnicas afins.
Possibilitar ao paciente trabalhar, em meio coletivo, questões relativas
ao sofrimento de cada um, seus conflitos, angústias e sua relação com o meio
social.
Estimular a elaboração dos conteúdos psíquicos dos participantes para a
compreensão desses, oferecendo possibilidades de achar novas saídas diante
de conflitos e, assim, acalmar a angústia.

6.3.1.2. Principais etapas executadas visando ao alcance dos


objetivos
Preparação e pesquisa de material utilizado pela oficina como
instrumento terapêutico para as produções dos pacientes, tais como: cartolina,
papéis de diversas texturas e cores, folha de isopor, telas, argila, jornal,
revistas, sucata, lápis de cor de tipos variados, colas, sucata, tinta e pincel
como facilitadores que permitiram que o paciente trabalhasse com formas
simbólicas as questões trazidas por eles.
Foram realizados trabalhos de produção individual e coletiva com
intensa variação dos recursos que são norteados pela clínica do sujeito;
O paciente era convidado a fazer um relato sobre sua produção, fato que
possibilitava elaborar suas questões pessoais em uma interação coletiva.
Após os atendimentos da oficina, eram realizadas supervisões clínicas
para análise e registros nos prontuários, avaliação do percurso dos pacientes e
escolha de propostas de ações para melhor direcionar o trabalho.

6.3.1.3. Apresentação e discussão resultados obtidos

Durante o ano de 2016 foram realizadas 37 (trinta e sete) oficinas de


Pintura. Do total de atendimentos,6(seis)foram provenientes da parceria com a
SESA, 30 (trinta) foram provenientes da parceria com a Universidade e
116(cento e dezesseis) foram provenientes da parceria Outros. Foram18
(dezoito)atendimentos da faixa etária entre26 (vinte e seis)e30 (trinta) anos,
26 (vinte e seis) atendimentos da faixa etária entre 31 (trinta e um) e 35
(trinta e cinco) anos, 10 (dez) atendimentos da faixa de 36(trinta e seis) a 40
(quarenta) anos e 98 (noventa e oito) atendimentos da faixa etária de
51(cinquenta e um) a 55(cinquenta e cinco) anos. A oficina possui 1 (um)
paciente do sexo masculino e 6 (seis) femininos. Pelos dados apresentados,
pode-se depreender que houve boa adesão dos pacientes aos trabalhos da
oficina, a frequência deles foi estável e registramos o ingresso de um paciente.

6.3.1.4. Principais fatores negativos e positivos


Positivos:
Estabilidade no número de pacientes, sem oscilações significativas no fluxo
de ingressos e saídas, o que favorece a eficácia do tratamento.
Perceberam-se progressos notáveis no campo psicossocial dos
participantes, com especial destaque para uma paciente que mostra atitudes
firmes, proativas diante das situações do quotidiano.
Negativos:
Carência de material didático, além do precário estado da limpeza do local
de realização da Oficina, no campus de Maruípe.
17

6.3.1.5. Formação de Recursos Humanos


Coordenação: Ângela Pimentel Pinheiro da Cunha
Supervisora clínica: Rita Eloah Araújo Pena
Profissional extensionistas: Ângela Pimentel Pinheiro da Cunha
Alunos extensionistas:Yasmin dos Santos Coelho
Bolsista: Anallú Guimarães Firme Lorenzon

6.3.2. Oficina Terapêutica de Músicas e Letras para Adultos e para


Adultos Jovens

6.3.2.1. Principais objetivos do projeto original desta oficina


a) Estimular os pacientes a falarem de suas questões a partir da utilização
de letras de músicas, poesias, crônicas, poemas e técnicas psicológicas;
b) Permitir ao sujeito o relato e compartilhamento de experiências,
sofrimentos, desejos, afetos, lembranças, angústias e a percepção de
sua singularidade por meio da análise, interpretação e discussão das
letras trabalhadas;
c) Facilitar o conhecimento e o reconhecimento do sujeito como ser de
desejo, que é potente e capaz de restabelecer-se e sustentar-se como
tal;
d) Propiciar a percepção da universalidade do sofrimento, em especial, do
adolescente que aponta para a vida adulta, viabilizando-se o
compartilhamento de afetos, angústias e aspirações de vida e os
conflitos e questões que geralmente acompanham este ciclo da vida.

6.3.2.2. Principais etapas executadas no período visando ao alcance


dos objetivos
a) Planejamento e escolha dos instrumentos que se relacionaram com as
principais queixas e histórias de vida dos pacientes. São utilizados como
instrumentos a música (áudio e letra), poemas, crônica e técnicas
psicológicas como dispositivos de abordagem, suscitando angústias,
desejos e lembranças.
b) No início da oficina, os pacientes recebem uma folha com a letra da
música, do poema, da crônica ou da poesia a ser trabalhada naquele
dia. Quando se trabalha com a música, esta é colocada para tocar e os
pacientes acompanham a letra pelo papel que foi entregue.
c) Posteriormente, cada paciente aponta o que lhe chamou atenção e com
qual ponto se identificou. Geralmente destacam trechos ou estrofes que
estão relacionados à história de vida e dificuldades cotidianas,
compartilhando com os demais participantes, os quais também emitem
suas impressões sobre o que é apresentado no momento.
d) Por fim, há a elaboração dos principais temas e questões suscitados
pelo instrumento trabalhado, visando pensar formas de o sujeito se
posicionar perante eles e lidar com suas dificuldades.

6.3.2.3. Apresentação e discussão dos resultados obtidos


18

A execução da Oficina de Música & Letras ocorre em dois grupos: um de


adultos e o outro de adultos jovens. Os resultados serão apresentados
separadamente abaixo:

Oficinas de Músicas & Letras Adultos


O espaço da Oficina Terapêutica de Músicas e Letras – Adultos se mostrou
eficaz no cumprimento de seu objetivo maior, de que é de dar lugar aos sujeitos
com seus sofrimentos e dificuldades.
A exemplo dos anos anteriores, esta Oficina Terapêutica desenvolveu seus
trabalhos, em 2016, no campus de Goiabeiras, no Núcleo de Psicologia
Aplicada (NPA) – Cemuni VI, com o intuito especial de facilitar o acesso de
alunos e funcionários da UFES na Oficina.
Em 2016, foram realizadas 27 (vinte e sete) oficinas. Do total de
atendimentos, 80% (oitenta) foram oferecidos a familiar de crianças
encaminhadas pelo convênio SESA/HEINSG, e o restante 20% (vinte) se
referiram ao atendimento a docentes da UFES. Os pacientes encaminhados
pelo SESA se situaram nas seguintes faixas etárias: 26 (vinte e seis) a 35
(trinta e cinco) anos e também de 51 (cinquenta e um) a 55 (cinquenta e cinco)
anos. O atendimento a docentes englobou a faixa etária de 36 (trinta e seis) a
40 (quarenta) anos.

Oficinas de Músicas e Letras Adultos Jovens


A Oficina de Músicas e Letras para Adultos Jovenstambém desenvolveu
seus trabalhos no campus de Goiabeiras, no Núcleo de Psicologia Aplicada
(NPA) – Cemuni VI, para facilitar o acesso ao tratamento aos alunos e
funcionários do Campus de Goiabeiras. A Oficina precisou suspender as
atividades durante o primeiro semestre de 2016, por não ter profissionais e
extensionistas disponíveis. As atividades foram retomadas em Agosto do ano
vigente. Em 2016, foram realizadas12 (doze)Oficinas. Do total de
atendimentos,5(cinco)foram provenientes da parceria com a SESA e6 (seis)
atendimentos pela parceira universitária. Foram8(oito)atendimentos da faixa
etária entre16 (dezesseis)e20 (vinte) anose3 (três)entre21(vinte e um)e25
(vinte e cinco)anos. Todas as pacientes da oficina foram do sexo feminino.

6.3.2.4. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade
Positivos:
Satisfatória adesão das pacientes ao tratamento na Oficina de Músicas &
Letras -Adultos, dado que demonstraram interesse, assiduidade. Pontualidade
e comprometimento.
As Oficinas de Musicas & Letras – Adultos Jovens atenderam ao objetivo
de proporcionar aos pacientes um espaço terapêutico de escuta e produção de
novos sentidos para o sofrimento.

Negativos:
Dado que as Oficinas são realizadas à noite, no NPA, no campus de
Goiabeiras, em algumas ocasiões não foi possível realizá-las, devido a
indisponibilidade do espaço. Foram situações especiais relacionadas a:
interdição do campus por problemas ligados à CESAN, ocupação do NPA por
alunos em protesto e greve de servidores.
19

Nas Oficinas de Musicas & Letras para Adultos Jovens ocorreram um


índice alto de ausências, provavelmente decorrentes da retomada das
atividades com profissionais diferentes, o que demanda um novo processo de
estabelecimento de vínculo e adesão ao tratamento.

6.3.2.5. Formação de Recursos Humanos para a extensão


Coordenação da Oficina de Músicas & Letras - Adultos: Vera Maria
Rezende
Supervisor clínico: Tânia Mara Alves Prates
Profissionais voluntários: Vera Maria Rezende Vieira
Alunos extensionistas:Anallú Guimarães Firme Lorenzon, Mayra Pontes
Gonçalves

Coordenação da Oficina de Músicas & Letras - Adolescentes: Anallú


Guimarães Firme Lorenzon
Supervisor clínico: Tânia Mara Alves Prates
Alunos extensionistas: Anallú Guimarães Firme Lorenzon (bolsista),
MaiaraVescoviBorlini

6.3.3. Oficina de Acompanhamento Terapêutico

6.3.3.1. Principais objetivos do projeto original desta oficina


e) A construção de vínculo com sujeitos em transtornos mentais a fim de
proporcioná-los o apoio necessário à elaboração de suas questões
subjetivas;
f) Oferecer instrumentos para o sujeito elaborar suas experiências,
sofrimentos, desejos, afetos, lembranças, angústias e a percepção de
sua singularidade;
g) Promover a produção terapêutica através da relação mediada com
recursos singulares e diversificados, como atividades artísticas e jogos.

6.3.3.2. Principais etapas executadas no período visando ao alcance


dos objetivos
e) Planejamento e escolha dos instrumentos terapêuticos que se
relacionaram com as principais angústias da paciente. Foram utilizados
como instrumento jogos e produções artísticas, como desenho, criação
de histórias e colagens.
f) O primeiro recurso utilizado para estabelecimento de vínculo com a
paciente foi à construção de um jogo de memória, com revistas em
quadrinhos. Chegou-se a esta proposta através da escuta do apelo da
paciente por “jogar”. A paciente fez a seleção das imagens em dois gibis
iguais, o recorte e a colagem em cartolina. Depois da construção,
passou-se algum tempo das oficinas jogando este jogo da memória.
Além deste, também utilizou-se os jogos Lince, Dama e Uno como
recurso.
g) Percebeu-se que a paciente não se sentia motivada a permanecer
realizando a mesma atividade durante todo o tempo da oficina. No intuito
de mantê-la motivada a participar, foi proposto, além de jogos, outras
atividades, como a produção de desenhos e histórias.
20

h) Também foi utilizado como recurso para auxiliar a paciente em seu


processo de elaboração de sua imagem, a construção de sua imagem
corporal através de colagem. Traçou-se inicialmente o contorno de suas
mãos e seus pés para serem preenchidos por recortes de papel. Depois
foi feito o contorno de seu corpo, em tamanho real, para ela continuar o
preenchimento. Este trabalho ainda encontra-se em curso.

6.3.3.3. Apresentação e discussão dos resultados obtidos


A Oficina de Acompanhamento Terapêutico teve seu início no mês de Maio
de 2016, e atendeu a 1 (uma) paciente durante este primeiro ano.Em 2016,
foram realizadas 23 (vinte e três) oficinas. Do total de atendimentos, 100%
foram oferecidos à parceria Outros. Os atendimentos abrangeram a faixa etária
de 20 a 25 anos. A paciente é do sexo feminino, portadora de transtorno
mental.
O trabalho foi desenvolvido no campus de Goiabeiras, no Núcleo de
Psicologia Aplicada (NPA) – Cemuni VI, com o intuito de facilitar o acesso à
paciente.
As atividades realizadas na oficina foram satisfatórias para proporcionar um
estabelecimento de vínculo da paciente com a extensionista. No início dos
atendimentos, a paciente se mostrava inquieta e ansiosa para o término da
oficina. Durante o tratamento este comportamento foi sofrendo redução, e,
atualmente, ela pergunta poucas vezes pela hora de ir embora. Houve,
portanto, boa aderência ao tratamento.
A paciente manteve-se a maior parte do tempo calada, se expressava
apenas quando lhe era solicitado. Participa das atividades com envolvimento.
Suas produções foram muito satisfatórias, mas ela não conseguiu se expressar
verbalmente com a mesma desenvoltura que produzia.

6.3.3.4. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade
Fatores positivos:
Após período inicial de atrasos, a família demonstrou grande
comprometimento com o tratamento.
Fatores negativos:
Dificuldade de comunicação com o Pai da paciente, responsável por
conduzi-la à oficina.
Dado que a Oficina é realizada à noite, no NPA, no campus de
Goiabeiras, em algumas ocasiões não foi possível realizar a Oficina de Adultos,
devido à indisponibilidade do espaço. Foram situações especiais relacionadas
à interdição do campus por problemas ligados à CESAN, ocupação do NPA por
alunos em protesto e greve de servidores.

6.3.3.5. Formação de Recursos Humanos para a extensão


Coordenação da Oficina de Acompanhamento Terapêutico: Anallú
Guimarães Firme Lorenzon
Supervisor clínico: Tânia Mara Alves Prates
Aluna extensionista bolsista: Anallú Guimarães Firme Lorenzon

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