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Almir Inacio da Nobrega MANUAL DE TOMOGRAFIA ee CEU 2 i ij al Manual de Tomografia Computadorizada Autor ALMIR INAcIo DA NOBREGA Bidlogo. Técnico em Radiologia. Professor de Técnicas Radioldgicas do Centro Universitario Sao Camilo, Sao Paulo, SP. Organizadora da Série Kevten Aprtana Curci Daros Coordenadora do Curso de Tecnologia em Radiologia. Médica do Centro Universitario Séo Camilo. Ffsica da Coordenadoria de Fisica e Higiene das Radiagées do Departamento de Diagndstico por Imagem da Universidade Federal de Séo Paulo, Unifesp. AAthenen — (Qskocsito Prefacio A radiagdo X, desde a sua descoberta, vem sendo amplamente aplicada na indistria e na pesquisa, e se tornou indispensdvel nas emergéncias médicas e nas praticas clinicas. Com a evolugdo dos computadores, na segunda metade do século XX, novos métodos de diagndstico por imagens utilicando os raios X foram desenvolvidos. O equipamento de Tomografia Computadorizada(TC) é um exemplo de equipamento que associa a informatica aos principios de produgdo da imagem por raios X, gerando imagens digitais do corpo Jumano no plano axial e, por reconstrucdo digital, visualicagao dos planos sagital e coronal. ‘Apenas dois anos depois da Tomografia Computadorizada ter sido criada, no inicio dos anos 1970 por Godfrey Newbold Hounsfield na Inglaterra, o primeiro equipamento de TC chegava ao mercado brasileiro, Atualmente, apenas na cidade de Sao Paulo, estima-se que existam mais de 250 TC instaladas em clinicas e hospitais e, com apoio dos drgaos piblicos ¢ privados sdo inimeras as TC dispontveis ao diagnéstico por imagem em todo Brasil. Neste cendrio, desde a chegada da primeira TC no Brasil, tem sido imposto ao profissional que realiza imagens médicas o aprimoramento profissional continuo, na mesma velocidade em que evolui a informdtica. Poucos foram os profissionais brasileiros que alcancaram esta velocidade com seus préprios méritos, uma vez que no Brasil, a formagao profissional adequada para aquisiedo de imagens médicas digitais, de nivel superior, s6 iniciou nos anos 1990 com 0 curso de Tecnologia em Radiologia da Universidade Luterana do Brasil, no Rio Grande do Sul. Apenas os profissionais mais interessados e perspicazes se destacaram nos primeiros vinte ‘anos de TC e continuam suas jornadas; entre estes, 0 Professor Almir Indcio da Nobrega, autor deste livro, pode ser considerado como um dos pioneiros na exploracao tecnologica das TC, fornecendo @ equipe médica impecdveis imagens tomograficas digitais além de participar de inimeros treinamentos de profissionais de nével médio, de graduacao e de pés-graduagao. Sua qualificagao profissional, dedicagao e experiéncia em TC possibilitaram a efetivagdo desta obra que tem como objetivo {fornecer ao leitor os principios tecnolégicos da aquisi¢do da imagem por TC. A caréncia de literatura nacional para o ensino de tecnologia em imagens por TC é incontestével. Desde 1998, este fato tem sido vivenciado pelo Professor Almir, entre outros docentes nas aulas no Curso de Tecnologia em Radiologia Médica do Centro Universitario Séo Camilo, 0 que incentivou a criagdo desta obra, elaborada com Tinguagem adequada aqueles que tem como propésito iniciar seus conhecimentos em ce: Prof* Dr* Kellen Adriana Curci Daros Coordenadora do Curso de Tecnologia em Radiologia. ‘Médica do Centro Universitario Sao Camilo. Fisica da Coordenadoria de Fisica e Higiene das Radiagies do Departamento de Diagndstico Por Imagem da Universidade Federal de Sao Paulo, Unifesp, Apresentagao ‘A tomografia computadorizada € hoje uma técnica largamente utiizada em diagnéstico porimagem. Asua capacidade em reproduzir os detalhes da anatomia humana surpreende ‘até mesmo os especialistas desta area. 0 Manual de Tomografia Computadorizada é um livro destinado aos profissionais que Tidam com esta tecnologia. Este livro procurademonstrar em linguagem simples e objetiva ‘a técnica mais indicada na realizacao dos prineipais exames por este método. Paralelamente, 6 livro traca um perfil da evoluedo tecnolégica da tomografia computadorizada e destaca 4 importincia dos equipamentos com miltiplos detectores, os conhecidos “*uitislice”. Esses equipamentos revolucionaram a técnica de aquisigdo das imagens em TC ¢ ‘alteraram definitivamente os protocolos de realizagdo dos exames ‘Ao que tudo indica, a evolugdo da tomografia computadorizada parece ainda nfo ter ‘aingido 0 seu ideal e nessa dindmica os profissionais que atuam nesta area precisam estar atentos as suas mudancas. O autor Sumario J] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA, 1 Aspectos Histéricos, 1 0 Método, 1 Princfpios Bésicos, 2 ‘A Imagem em Matriz, 3 Geragdes de TC, 4 Sistema Helicoidal, 5 TC Muttislice, 7 O Tubo de Raios-X do TC, 8 Detectores, 8 Reconstrucio das Imagens, 9 Retroprojecio, 9 © Método Interativo, 9 © Método Analitico, 10 Escala de Hounsfield, 10 Problemas Comuns em TC, 17 Agpectos de Seguranga, 12 2 © EQUIPAMENTO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA, 15 TC -General Electric - Modelo CT! —Hi-speed, 15 Gantry, 15 ‘A Mesa de Exames, 17 A Mesa de Comando, 17 Computador, 18 Power Distribution Unit ~ PDU, 18 3 EXAMES POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA, 19 O Exame Tomogritico, 19 Cranio, 22 © Crainio em Cortes Coronais, 24 Seios Paranasais, 24 Sela Tircica, 26 Ossos Temporais, 27 Face, 28 Orbitas, 29 Pescago, 29 Torax, 30 ‘TC do Torax em Alta Resoluctio, 32 Estudo dos Grandes Vasos, 32 Técnica para TEP, 33 Abdome, 33 Abdome Superior, 37 ‘TC do Abdome no Aparelho Uro-excretor, 37 ‘TC do Abdome nos Aneurismas da Artéria Aorta, 38 Coluna Vertebral, 38 Coluna Lombar, 39 Coluna Cervical, 40 Coluna Tordcica, 40 Pelve e Articulagdo Coxofemoral, 4 Joelho, 47 Tomozelo, 43 Pes, 43 Ombro, 44 Cotovelo, 45 Punho, 46 Extremidades em Geral, 47 4 TRATAMENTO DIGITAL DA IMAGEM TOMOGRAFICA, 49 Radiologia Digital, 49 Imagem Digital, 51 Imagens Digitais nos Atuais Centros de Diagndstico por Imagem, 53 Workstation, 54 ‘Tratamento da Imagem Digital, 54 Formatacio, 54 Apresentagao (Display), 55 Reformatagaio, 55 Magnificagio, 56 Lupa, 56 Deslocamento (Seroll), 56 Anotacao, 57 Apagar (Delete/Erase), 57 Rodar (Flip/Rotate),57 Medidas (Measure), 57 : Filtros Digitais, 58 Imagens de Referéncia, 59 Algoritmos de Reconstrugio (TC), 59 Arquivo, 60. Documentagao, 61 Reconstrugées Tridimensionais, 61 Reconstrugdes Vasculares, 64 Angio TC, 64 Protocolos TC, 67 MODELOS DE PROTOCOLOS, 69 Crinio Rotina, 69 Seios Paranasais ~ Axial, 70 Scios Paranasais ~ Coronal, 70 Sela Tireica — Coronal, 71 ‘Ossos Temporais ~ Axial, 72 Ossos Temporais — Coronal, 72 Pescogo, 72 ‘Térax rotina, 73, ‘Trax — Alta Resolugai ‘T6rax TEP. 74 Abdome Superior, 74 Abdome Total, 75 Coluna Cervical, 75 Coluna Lombar, 76 Coluna Tordcica, 76 Coluna Segmento (Bloco), 77 Ombro, 77 Cotovelo, 78 Punho, 78 ‘Articulagao Coxofemoral, 79 Joelho, 79 Patela— com Angulagées, 80 Tomozelo - Axial, 80 ‘Tomozelo — Coronal, 81 Pés— Axial, 82 és — Coronal, 82 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS, 83 indice Remissivo, 85 AspecTos HistorIcos ‘A tomogratia computadorizada como mé- todo de diagnéstico por imagem foi apresen- tada a sociedade cientifica no ano de 1972 por Godfrey N. Hounsfield ~ engenheiro ele- ‘rdnico — em Middlesex -, Inglaterra. © método obteve grande repercussao, particularmente pelas suas propriedades de avaliacio de tecidos “moles “ como os mis- Culos, as visceras e o parénquima cerebral, até enlao dificeis de serem demonstrados. ‘A tomografia computadorizada guarda ain- dda uma outra importancia hist6rica, 0 inicio da cera da informatica no diagndstico por imagem. A introducao desta técnica revolucionou 6 diagnéstico neurolégico. Até a sua introdu- @o, a avaliaczio do hematoma no trauma cra- nigencefalico, ou mesmo, do acidente vascular cerebral, 6 podia ser feito de forma clinica ou com maior seguranca na abordagem cirtrgi- a, com todos os inconvenientes e riscos ine- rentes a esses procedimentos Em pouco tempo a técnica tomografica foi ampliada e passou também a ser utilizada nos demais sistemas € rga0s do corpo humano, passando a incorporar os principais centras de diagnéstico por imagem do mundo. ‘A tomografia, ainda hoje, parece nao ter alcangado os seus limites potenciais e ver so frendo grandes transformacdes, sendo objeto Carituco 1 de constantes pesquisas, todas voltadas, prin- cipalmente, para a redugdo nos tempos de ‘exames e ganhos de resolucao das imagens produzidas. Programas de computador permi- tem ainda diversificar 0 alcance desta técnica, possibilitando apresentacdes dindmicas, fun- Cionais e de navegacdo virtual pelo interior de vvasos e visceras ocas. ‘Ao que tudo indica a tomografia compu- tadorizada ainda nos revelaré grandes surpre- sas, 0 seu potencial é incalculavel. O METopo ‘A tomografia computadorizada é um mé- todo de diagndstico por imagem que combina (uso de raios-X obtidos por tubos de alta po- téncia com computadores especialmente adaptados para processar grande volume de informacao e produzir imagens com alto grau de resolucao. CO tubo de raios-X esta disposto no interior do corpo do aparelho em um dispositivo rota t6tio de forma justaposta a um conjunto de elementos que caletam o residual do feixe de radiaco que atravessa o paciente e conhe- cidos por detectores. O conjunto de detecto- res constitui o principal elemento da coleta do sinal da tomogralia e € responsavel pela trans- formacao da energia residual incidente em correntes elétricas que podem facilmente ser processadas por computador (Fig. 1.1). Fig, 1.1 — O metodo tomografico: Apds miitiplas proje- ‘bes um sistema computadorizada reconstréi imagens transversais do corpo. Durante a aquisicao de um corte tomo- Bralico, enquanto o tubo gira a0 redor do pa- Giente, um feixe de radiacao € emitido, indo incidir nos detectores que coletam as informa- G6es obtidas a partir de miltiplas projecdes AAs informagies sao entao enviadas ao compu- tador responsavel pelo processamento das imagens, O primeiro tomégrafo utilizado em radio- diagnéstico foi apresentado por Godirey N. Hounsfield, engenheiro eletronico, em 1972, na Inglaterra, O equipamento fo fabricado pela empresa E.M.l. e constava de um tubo de raios-X simples de anodo fixo e alvo de dimen- Ges relativamente exageradas (3 X 13 mm), mas suficientemente potente para suportar 0 alto “calor” produzido. pelos sucessivos bom- bardeios de elétrons. A construcao dos cortes tomogréficos (scans) se fazia por meio de um. feixe estreito da espessura aproximada de um Idpis que, apés atravessar o corpo do pa- Ciente, incidia em dispositivos detectores da radiagao residual A imagem era formada a partir do sinal obtido nos detectores, Cerca de 160 expo: Ges eram realizadas ao longo de uma direcao (varredura linear). Apés completar esta varre- 2 dura 0 conjunto tubo/detectores fazia um ‘movimento de rotacao de 1 grau e uma nova. varredura linear se iniciava. O movimento de fotacdo se repetia cerca de 180 vezes, alteran- do-se a cada 1 grau, Os dados obtidos e arma- zenados no computador podiam entéo ser uitilizados na reconstrucao do corte tomografi- co. O feixe do primeiro equipamento tinha dimensbes aproximadas de 3 x 13 mm. PrINCiPIOs BASICOS Nos atuais tomégrafos computadorizados, um tubo de raios-X emite um feixe de radia- ‘cao laminar em forma de leque e de espessura muito fina que atravessa o paciente indo sen- sibilizar o conjunto de detectores. Este, por sua vez, se encarrega de transmitir os sinais obti- dos em forma de correntes elétricas de peque- nas intensidades a um dispositivo eletrénico que transforma os sinais obtidos em digitos de computador: Para que a imagem possa ser interpretada ‘como uma imagem anatémica, miltiplas pro- jegdes sao realizadas a partir de diferentes an- gulos. O computador de posse dos dados obtidos nas diferentes projecées constr6i uma imagem digital. Cada elemento de imagem (pixel) se apresentard com um tom de cinza correspondente a sua densidade radiologic. Estruturas com alta densidade radiolégica, como 0s oss05, por exemplo, se apresentam claras, “hiperatenuantes”, na imagem tomo- grafica, o ar, pela sua baixa densidade, se apre- senta escuro “hipoatenuante”. A escala de Hounsfield representa em unidades HU (Hounsfield Unit) as densida- des radiolégicas das diferentes estruturas anatémicas, atribuindo-lhes uma graduacéo especifica na escala de cinzas do equipamen- to de tomografia, Caracteristicas do Método 1. A tomografia apresenta um feixe de as- pecto laminar e em forma de leque. 2. A aquisicao das imagens ocorre no pla- no do gantry, o que, primariamente, gera cortes transversais 20 plano do corpo. Cariruto 1 3. A imagem final é digital e pode ser fa- cilmente manipulada por softwares. 4, Quanto maior a matriz, melhor sera a resolugdio da imagem. A Matriz DA IMAGEM DE TC ‘Amatriz em TC pode ser definida como 0 arranjo das linhas € colunas que forma a ima- gem digital. Quanto maior o niimero de linhas f colunas melhor serd a resolucao da imagem. CO elemento de imagem formado pela in- terseccio das linhas e colunas € denominado pixel, uma forma abreviada da expresso em inglés “picture element”. Uma matriz de alta resolucdo apresenta pixels de pequenas dimen- s6es, 0 que lhe garante maior resolutividade, ‘A espessura do corte de uma imagem formada pela TC esta relacionada & profundidade do corte. O volume formado pelas dimensGes do pixel e profundidade do corte € conhecido por voxel (Fig. 1.2). Nos equipamentos atuais de tomogratia computadorizada so geradas imagens com matriz de dimens6es 512 linhas x 512 colunas (Fig. 1.3). i Fig: 1.3 — Imagen matricial ~ Pel Elemento de imagen; Vo (lume de iager. Carituo 1 No primeiro tomégrafo EMI apresentado por Housnfield, a matriz apresentava resolu- Gao de 80 linhas x 80 colunas. Como os sinais provenientes dos detecto- res sao transformados em imagem? Para que a imagem de tomogratia possa ser reconstruida de forma a demonstrar as es- truturas em sua forma real, séo necessarias miltiplas tomadas de dados em diferentes an- gulos de projecio. A partir dos dados obtidos em cada leitura, © computador interpreta o sgrau de densidade dos diferentes tecidos atri- buindo a cada um o valor correspondente de uma escala de tons cinza. O resultado final & apresentado pelos pixels que formam a ima- gem tomografica Cada voxel representa a unidade de volu- me da imagem, considerando a espessuira do corte, e apresenta coeficiente de atenuacéo linear especifico, GERACOES DE T.C. 1 Geragao O tomégrafo de primeira geracéio como o apresentado a sociedade cientitica no ano de 1972 por Godfrey N. Hounsfield, apresentava as seguintes caracteristicas: Feixe de radiacao muito estreito, medin- do aproximadamente 3 X 13 mm, que fazia miltiplas varreduras lineares sobre 0 objeto, coletando informagées de 160 feixes distintos, Apos a primeira varredura, 0 tubo sofria uma rotacio de 1 grau para iniciar nova varredura € coletar outros 160 feixes na nova projecao. Esse processo era repetido por 180 vezes, va- riando-se cada projecdo em um grau. O tempo de aquisigao de um dnico corte tomogratico podia chegar a cinco minutos € um estudo completo frequentemente durava mais de uma hora (Fig. 1.4). 28 Geracao O equipamento de 24 geracdo trouxe como inovacao a aquisicao de dados a partir de um conjunto de detectores, ¢ néo mais um Gnico, como era no equipamento de 12 gera- ao. Esta tecnologia possibilitou a redugao dras- tica do tempo de aquisicao das imagens. Nesses equipamentos o feixe passou a ser laminar, em forma de leque, suficiente para cobrir 0 con- junto de detectores que podiam variar entre 20 © 40, dependendo do fabricante (Fig. 1.5) principio de aquisicao das imagens era semelhante ao dos equipamentos de primeira geracéo, ou seja, maltiplas projecdes defasa- das de movimento de rotacao de 1 grau até perfazer um total de 180 projecoes, Nos equi- Pamento de 2* geragio os tempos de aquisi- a0 dos cortes ficaram reduzidos a menos de um minuto, com um substancial ganho em re- lacao aos equipamentos de 1" geracéo. Hoje, Fig. 1.4 ~ Primeira gevacso. 4 Fig. 1.5 ~ Segunda geracao, Capfruto 1 estes equipamentos foram proibidos de operar no mercado por apresentarem taxas de doses no compative’s com os niveis permissives. 32 Geragao Os equipamentos de terceira geracio apre- sentaram uma evolucao significativa. Nesses equipamentos, eliminou-se o que conhecemos por varredura linear. A partir de entéo, 0s tu- bos mudaram do procedimento de varredura a cada grau e passaram a fazer movimentos de rotacao continuos com a coleta simultanea dos dados. Um conjunto de detectores com apro- ximadamente 600 unidades, suficientes para coletar os dados de um feixe largo de radia- @o, girando de forma sincrdnica com tubo de raios-X, pode reduzir os tempos de aquisi- ao dos cortes para algo em tomo de dois cinco segundos por imagem. O processamen- to das imagens pelo computador também foi sensivelmente reduzido, variando entre cinco © 40 segundos (Fig. 1.6). (Os tomégrafos de terceira getacao ainda sfo largamente utlizados ¢ estao presentes em grande parte dos servigos de diagnéstico por imagem do pais, embora estejam sendo gra- dativamente substituidos pelos chamados TC helicoidais/multidetectores. Fig. 1.6 — Terceira geracio. 42 Geracéo Uma quarta geracdo de equipamentos de TC surgiu com um conjunto de detectores dis- tribuidos pelos 360 graus do gantry, ocupando Cariruco 1 assim todo 0 anel (Fig. 1.7). A principal inova- {Zo observada a partir cesses equipamentos foi a introdugao da tecnologia Slip-ring. Oslip-ring constitui-se de um ane! de ligas especiais, que fornece a tensdo primaria a0 anodo e ao catodo do tubo de raiosX, sem a conexao de cabos. Um sistema de escovas que liga 0s geradores a superficie do slip-ring leva as informacdes previamente ajustadas pelo sis- tema, particularmente no que se refere as do- ses de exposicao, ‘A auséncia de cabos permitiu o giro conti- rnuo dos tubos numa nica diregio e agilizou © processo de aquisicao e processamento das imagens. Houve uma melhora significativa na esta- hilidade dos detectores, mas 0 seu alto custo inviabilizou a sua producao. Poucas unidades desta geracao foram co- mercializadas. Fig. 1.7 Quarta geracao. O Sistema HELICOIDAL (ou EsPIRAL) O tomégrafo helicoidal sucedeu o equi- pamento de quarta geracao, tendo associado a tecnologia slip-ring, que permitiu a rotacao continua do tubo a0 deslocamento simulta~ neo da mesa. Os cortes tomograticos s30 ob- tidos com a mesa em movimento, de forma que as “fatias” nao so necessariamente pla- nas, mas na forma de hélices, enquanto 0 método de aquisigao assemelha-se a um mo- delo espiral (Fig 1.8). Fig. 1.8 — Técnica helevidal Um sistema de computagao moderno e mais potente serviu cle base para que 0 méto- do ganhasse em agilidade. Tornou-se possivel, por exemplo, a realizacao de exames do cra- nnio em menos de 20 segundos, quando, em um aparelho de terceira geracao 0 tempo mé- dio era de cerca de trés minutos. A tecnologia helicoidal reduziu de forma dréstica o tempo de realizacao dos exames. Novas técnicas foram implementadlas e, com isto, 0 potencial diagnéstico do método foi sensivelmente elevado. Novos conceitos foram introduzidos, des- tacando-se: Revolucao, Pitch e Interpolacao. 1. Revolucdo: Compreende o giro de 360 graus do conjunto tubo-detectores. O tempo de aquisicao dos cortes influen- cia a velocidade de rotagao do conjun- to. Nos TCs helicoidais o tempo de revolugao médio é de um segundo. 2, Pitch: Representa a razao entre 0 des- locamento da mesa pela espessura de corte. Nas aquisicGes das imagens heli- coidais com pitch de 1:1, observamos que a mesa se desloca na mesma pro- porcio da espessura do corte em cada revolucao. Assim, se os cortes forem de 10 mm, para cada imagem a mesa se deslocara 10 mm. Se alterarmos a telacao do pitch para 2:1, a mesa se deslocaré numa distancia equivalente ao dobro da es- pessura do corte por revolugao (Fig 1.9). Nessas circunstancias podemos concluir que o tempo necessario para a aquisicao de 20 imagens sera de dez segundos, considerando-se um tempo. de revolugao de um segundo. Um fator importante a considerar nos casos de trabalho com pitchs de re~ lagao maiores que 1:1 é a reducao da quantidade de radiagao por fatia de corte, o conhecido fator mAs. A redu- Gao dese fator afeta diretamente a qua- lidade da imagem gerada, que poder, dependendo das condigées em que foi obtida, se apresentar com excessivel nivel de ruido, inviabilizando o seu aproveitamento para fins diagndsticos. Deslocamento da mesa Espessura de corte Fig. 1.9 — Técnica helicoidal A— Pitch 1:1/8- Pich 2:0) 3. Interpolacdo: A aquisigao dos dados em TC helicaidal gera imagens que, embo- ra nao sejam perceptiveis a0 olho hu- mano, apresentam umaspecto em forma de hélice, resultado da aquisicao es ral, Nos protocolos em que se faz neces- sério 0 uso de pitch acima da razéo de 121, observa-se que as imagens efetivas apresentam espessura maior que a no- minal, resultado do incremento na aqui- sigdo espiral. No sentido de evitar que a espessurra dos cortes apresente variagdes muito amplas, alguns equipamentos fa- zem a aquisicao dos dados em apenas 180 graus do movimento do tubo, inter- polando dacios nos préximos 180 graus, Cariruto 1 caleulados pelo computador, com base nas informacoes obtidas a partir da pri- meira parte da aquisicao. Tomocraria HELICOIDAL MULTIDETECTORES (MULTISLICE) Os equipamentos helicoidais evoluiram principalmente em funcao da tecnologia sli pring, tubos de raios-X mais potentes e em fun- ‘G40 de ultramodernos sistemas computacionais. Na expectativa de aumentar ainda mais a capacidade de obtengio de cortes por unida- de de tempo, surgiram os equipamentos heli- coidais de tecnologia multi-detectores ou mais papularmente conhecidos por “multislice” Esses equipamentos passaram a apresentar miitiplos conjuntos de anéis detectores de for- ma estrategicamente emparelhada, tornando- se possivel a aquisicao simultanea de varios cortes de imagens (Figs. 1.10 e 1.11). Fig. 1.11 ~ Motiplos cores. ‘Cariruo 1 Esta tecnologia vem evoluindo muito rapi- damente. Os primeiros equipamentos desta geracdo apresentavam quatro conjuntos de anéis detectores, Os mais atuais apresentam 64 anéis, o que possibilita, nos equipamentos com tempo de revolugdo menor que 0,5 segundo, a aquisigao de até 140 imagens por segundo. ‘A cada ciclo completo de rotagao do tubo, ou revolucao, pode-se optar pela um ou tantos cortes quanto permit tectores presentes. Os tomégrafos multidetectores trabalham com varios anéis ou coroas de detectores em- parelhados. Os detectores nestes anéis podem, ‘ou no, apresentar as mesmas dimensdes. Al- {guns fabricantes optam por um conjunto de detectores de diferentes dimensoes por en- tenderem que, desta forma, obtém-se maior estabilidade nas respostas dos sinais para de~ terminadas espessuras de corte. Appossibilidade de obtencao de cortes com ‘@ espessura menor que 1 mm (tecnologia sub- milimeter) permite, no pés-processamento das imagens, a obtencao de modelos tridimensio- nais e de reformatagdes vasculares com alto grau de resolugio. Outra caracteristica notavel dos tomégra- fos multidetectores, esta relacionada & veloci dade com que 0 conjunto tubo-detectores gira no interior do gantry. Observa-se, em alguns equipamentos, revolucées com tempo menor do que 0,5 segundo ( tecnologia sub-second ). Este reduzido tempo permitiu novos protoco- los de estucos em tomografia computadoriza- dae possibiitou ainda a realizacdo de exames com sineronizacao cardfaca. A sincronizagao cardiaca (gating), asso- ciada a pequenas espessuras de corte, esté implementada nos protocolos de estudo do coragao. Com esta técnica obtém-se ima- gens cardiacas com alta resolucao anatomi- ca e defini¢do suficiente para analise das artérias coronarias. ‘A obtencdo de grande nimero de imagens por segundo, possibilitou a aquisicao em tem- po proximo do real das imagens de tomogra- fia. Com esta técnica tornou-se possivel a 7 realizagao de estudos com maior grau de de- talhamento das estruturas anatémicas e, parti- cularmente, dos sistemas vasculares. Esta grande velocidade permitiu ainda uma maior dinamica e precisdo nos procedimentos de bigpsias guiadas por TC. O Tuso bE Ralos-X po TC Os tubos empregados em TC séo bastante imilares aos utilizados nos equipamentos ra- diol6gicos convencionais, Na constituiczo des- ses tubos, uma énfase especial é dada a forma de dissipacao do calor, uma vez que ficam su- jeitos a uma maior freqiiéncia de exposicao, exposicdes mais longas ¢ altas doses de expo- sigdo. A sua disposicgo no interior do gantry, particularmente no que se refere ao eixo cato. do-anodo, ocorre de forma perpendicular ao seu movimento de rotacdo, evitando-se assim, a influéncia do efeito anédico. 5 tubos de TC possem, na sua grande maioria, dois pontos focais associados a fila mentos de diferentes dimens6es. O filamento menor é utilizado quando a poténcia nao ex- cede 20 kW, eo filamento largo, nas doses de alta poténcia. Alguns equipamentos, quando uusam algoritmos para reconstrucdo de tecidos de alta densidade, utilizam, automaticamen- te, o pequeno filamento, Nos equipamento de terceira geracio, os tubos apresentam, em geral, uma vida média de cerca de 100,000 cortes. Nos equipamen- tos helicoidais e nos multislice, os tubos s80 projetados para apresentar vida média de apro- ximadamente 500.000 cortes. DETECTORES ‘Os detectores nos equipamentos de tomo- grafia so téo importantes quanto 0 tubo de raios-X. As principais caracteristicas dos detec- tores esto relacionadas com: © custo; * eficiéncia; * estabilidade; * velocidade, O custo dos detectores é 0 principal fator dos altos pregos dos TCs atuais, Distinguem-se basicamente dois tipos de detectores: Os de cristais luminescentes @ os de camara de ionizacio. Detectores de Cristais Luminescentes Esses detectores sao formados a pattir de cristais de iodeto de s6dio, acoplados a pe- quenas camaras fotomultiplicadoras (Fig 1.12). Quando o feixe interage com esses cristais, uma equena quantidade de luz é emitida na ras 220 diretamente proporcional 3 intensidade da radiacéo incidente. Um tubo fotomultiplica- dor acoplado a estes cristais encarrega-se de amplificar sinal recebido, transformando-o numa corrente elétrica de pequena intensida- de, O resultado final 6 armazenado na mem6- ria do computador Os detectores de crstaisluminescentes s40 bastante eficientes, embora apresentem o in- conveniente da fosforescéncia, que ocasiona respostas no lineares para diferentes intensi- dades de radiacées. Este problema se reflete principalmente entre tecidos de grandes dife- rencas de densidades, como 05 05505 eo ar. Esquema: Z| Fig. 1.12 ~ Cristal luminescent, Detectores de Camara de Ionizacdo Os detectores que usam cémara de ioni- Zao sio constituidos por pequenos tubos que Possuem gis nobre em seu interior, freqtien- temente © xendnio (Fig. 1.13). Na presenca de radiagao, estes gases sofrem uma ionizacdo temporaria, suficiente para fazer surgit uma Pequena corrente elétrica que levard a infor- Macao ao computador. A corrente elétrica sera praporcional a ionizacao gerada no interior do Capiruto 1 detector ¢ reflete a intensidade da radiagao residual na sua trajetoria. Os detectores de camara de ionizacao sdo mais simples que os de crstais luminescentes, mas nao mais eficientes por causa da baixa quantidade de moléculas de gas no seu inte- rior, no entanto, estes detectores apresentam melhor reposta as variaces na intensidade li- near entre diferentes estruturas. Esquema Fig. 1.13 — lonizacao do xendnio, ‘A RECONSTRUCAO DAS IMAGENS: ‘A tomografia € um método que mede a intensidade da radiagao residual apés um fei- xe ter interagido com um érgio ou objeto e ter sensibilizado um detector. A Intensidade de Radiagao Residual com- preende a radiagao incidente menos a radia~ Go absorvida pelo abjeto e pode ser obtida segundo a equacdo: N=No. et Onde: N = Intensidade de Radiacao Residual NO = Intensidade de Radiacao Incidente e = Base do logaritmo natural (2,718) [1 = Coeficiente de atenuagio linear x = Espessura do objeto Gonsiderando que a imagem tomogréfica 6 formada por “n” pequeninos blacos de ima- gem correspondentes a cada voxel da matriz, a equagao se torna mais complexa a medida que as matrizes vao apresentando melhor re- solucao, Num equipamento atual que traba- tha com matriz 512 x 512, a equacdo poderia ser assim representada: Carirovo 1 N=NO ven tye +13 + u512) +x © ntimero de equacées utilizadas para reconstrucdo de uma imagem aumenta em fungao do ntimero de detectores do equipa- mento e do néimero de projecoes utilizadas 1na construcao da imagem. Nos equipamentos atuais de matriz de alta resolugdo si necessa- rias, muitas vezes, 0 emprego de 200,000 equagoes para a reconstrugio de uma tinica imagem, daf a necessidade de um sistema de computacao potente e veloz. Métodos de Reconstrugao das Imagens O método matemético utilizado na recons- trugao das imagens 6 denominado algoritmo. Basicamente trés formas de calculos sao utili- zadias para este fim: 1. retroprojecdo; 2. 0 método interativo; 3, 0 método analitico. Retroprojecdo E um método tedrico, nao utilizado nos equipamentos atuais Consiste basicamente na obtencao de ima- gens em diferentes projecdes, com a corres pondente somatéria dos resultados obtidos em cada projecdo. O resultado final apresenta a imagem real do objeto, contaminada pelo efei- to das indimeras projecdes. Formagao da imagem por retroprojecéo: Obtengao da imagem de um objeto em forma de cruz (Fig. 1.14) O Método Interativo O método interativo considera um valor médio de atenuacao para cada coluna ou li- nha da imagem. A partir deste pressuposto, compara os resultados obtidos com a média previamente estabelecida e faz os ajustes ne- cessarios adicionando-se e subtraindo-se va- lores em densidades para cada elemento da 9 dean ome Me eeahllgerge Sa a [Rermo-PROsECHO (Somat to cefioues) > Fig, 1.14 ~ Esquema da formacao da imagem por retro. rojecao. imagem, até a sua reconstrugio final. © pr ‘meiro equipamento de tomografia EMI uti zou este método para a reconstrucao de suas imagens. Embora parecido com 0 método da retroprojecdo, apresenta imagens mais nitidas, Por eliminar as “contaminacoes". O Método Analitico E 0 método utilizado em quase todos os equipamentos comerciais. O método analitico ainda é dividido em dois métodos amplamente conhecidos entre 05 mateméticos: =a anélise bidimensional de Fourier; = retroprojecao filtrada Anélise Bidimensional de Fourier © método da anélise bidimensional de Fourier consiste em analisar funcées de tempo ede espaco pela soma das freqiiéncias e am- plitudes correspondentes. Trata-se de um mé- todo complexo para os nossos conhecimentos que foge ao escopo deste texto. A vantagem do uso do método analitico pela analise bicimensional de Fourier reside no fato de o computador poder trabalhar com maior velocidad, dado este relevante em qual- quer sistema de tomografia. 10 Retroprojecao Filtrada © método analitico de retroprojecdo fil trada ésimilar ao de retroprojecao, exceto pelo fato de que as freqiiéncias correspondentes a0 borramento verificado na retroprojecio sio eliminadas, tornando a imagem mais nitida, E um método utilizado em alguns equipamen- tos comerciais. A ESCALA DE HouNsFIELD Sendo a tomografia um método que mede aradiagao residual, é também um método que avalia a densidade entre os diferentes tecidos, ‘Assim, adota-se uma escala de densidades co- nhecida por Escala de Hounsfield, cujas uni- dades assumem valores pré-estabelecidos a Partir da atribuicéo do valor zero (0) corres- pondente a densidade da agua. Tecidos com densidade maior que a da agua assumem vac lores positivos e, os de densidade menor que a dgua, valores negativos, A escala de Hounsfi- eld assume valores entre ~1.000 (ar) até +1.000 {chumbo) (Tabela 1.1). Pe een TT Cea ka ice) ‘Nivel da imagem (Window Level) ~ WL Largura da janela (Window Wilh) — Ww Carituto 1 A documentacio tomogréfica é a tiltima etapa do exame de tomogratia computadori- zada, Uma boa documentagao, além de de- monstrar zelo com o exame, pode ser decisiva para uma correta interpretacao do estudo. As imagens devem ser documentadas levando-se em consideracao qual o tecido de maior inte- resse (assunto) ¢, evidenciando-se, na medida do possvel, o contraste da imagem. O tecido de interesse é estabelecido pelo nivel da imagem (Window Level} e representa do pelo valor WL, O contraste da imagem de- pende da amplitude da janela (Window Width), representada por WW. Janelas muito amplas apresentam imagens tomograticas acinzenta- das e, portanto, de baixo contraste, mas po- dem representar fator de qualidade na medida em que um maior ndimero de estruturas esta- 10 presentes na imagem (Figs. 1.15 € 1.16). Fig. 1.16 ~ Janela “Aberta” Bano contrast A Resolucao da Imagem ‘A resolugao, ou o grau de definigéo das imagens, estd relacionada com a matriz utili zada. Quanto maior a matriz, melhor seré a resolucao, pois os pixels se apresentarao com dimens6es reduzidas. Cariruto 1 © campo de Visao - FOV (Field of View) © campo de visio refere-se & area exami- nada pela tomografia (Tabela 1.2). Normalmen- te 0 FOV € definido em centimetros. Assim, & normal estabelecer um FOV de 22 cm para o estudo tomografico do cranio. 35cm em idem ProsLemas COMUNS EM TomocraFiA COMPUTADORIZADA O Efeito de Volume Parcial Em tomografia, a imagem final representa a densidade correspondente de cada tecido através de uma escala de cinzas, Particularmen- te nas imagens com pouca resolucao (matrizes baixas), um voxel pode ser representado numa tonalidade de cinza nao correspondente 20 tecido que representa, Isto pode acontecer, por exemplo, quando um voxel representa a ima~ gem de um material de baixa densidad e par- Gialmente a imagem de um material de alta densidade, Os calculos efetuados pelo compu- tador podem atribuir uma tonalidade de cinza correspondente a de um tecido muscular, cau- sando um artefato de imagem conhecido por Efeito de Volume Parcial. Este efeito tende a ser reduzido nas matrizes de alta resolucao. ARTEFATOS Artefatos de Anel (Rings Artifacts) Osartefatos em forma de anel que se apre~ sentam na imagem estao inicialmente rela~ ta cionaclos com problemas nos detectores. Como 0 detectores necessitam de calibracao com 0 “ar” para reconhecimento dos demais tecidos, ocasionalmente pode ocorrer de perderem 03 valores de referéncia, o que ocasiona artefatos nna imagem na forma de anéis. © primeiro pro- cedimento do operador nestas circunstancias 6 efetuar uma calibracao nos detectores. A petiodicidade com que devemos fazer essas calibracdes varia de aparelho para apa- relho. A maior parte dos equipamentos mo- detnos admite uma Gnica calibragao didria. Materiais de Alta Densidade (Strike) Objetos metalicos, como projéteis de bala, implantes de materiais de alta densidade, como as obturagées dentatias, entre outros, produ- zem artefatos lineares de alta densidade em conseqtiéncia dos altos coeficientes de atenu- agio linear apresentados por estes materiais. A presenca desses artefatos pode ser ate- rnuada a partirdo uso de um feixe de alta ener= gia (120/140 kV), embora nao possam ser evitados, Materiais de Alto Nimero Atémico Qs materiais de nimero atomico alto ten- dem a se camportar como os materiais metali- 60s € a produzir artefatos do tipo “strike”. Os meios de contraste positives, como 0 iodo e o bario, em altas concentragdes, devem ser evi- tados ou usados com critério, Ruido da Imagem O tuido, aspecto que confere granulosi- dade 8s imagens, ocorre principalmente em conseqiiéncia da utilizagao de feixes de baixa energia ou quando o objeto apresenta gran- des dimensées, como no caso dos pacientes besos, Nessas condigées, hé que se aumentar a dose de exposicao pelo aumento da kilovolta- gem, da miliamperagem ou pelo tempo de exposicao. 12 ASPECTOS DE SEGURANCA +O equipamento de tomografia opera com raios-X e por isso requer os cuidadlos comuns de protecao radiolégica previstos na Porta: ria 453, de 02/ 06/98, da Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitaria (ANVISA). Para prolongat a vida atl, 0 tubo de raios-X deve ser aquecido apés duas horas de inati- vidade (Warm-Up). ‘Apés 0 aquecimento do tubo, é convenien- te, pelo menos uma vez ao dia, fazer a cali- bracao dos detectores. Este procedimento evita 0 aparecimento de artefatos na ima- gem, especialmente os do tipo anelar Nos equipamentos dotados de lampadas laser, para posicionamento do paciente, deve-se tomar o cuidado para nao direcio- nar 0 feixe luminoso nos olhos do paciente. O limite de peso estipulado pelo fabricante deve ser respeitado, evitando-se assim, da- nos 4 mesa de exames e problemas no seu deslocamento durante o procedimento. Alguns equipamentos so dotados de meca- nismos de seguranca especiais que permi- tem interromper a alimentagao elétrica do conjunto gantry/mesa. Estes mecanismos s30 patticularmente importantes quando se ob- serva a presenca de fumaca, fogo ou fafscas nestes Componentes. * Equipamentos que eventualmente apresen- tem problemas de desempenho do software nnecessitam ser totalmente desligados (shut- down). Apdsilgum tempo, levanta-se o sis- tema (startup) € observa-se se o problema foi solucionado. Nao se obtendo resultado satisfat6rio, contata-se o fabricante. Cuidado especial deve ser dado as angula- oes do gantry durante os exames. Alguns pacientes podem ter parte do corpo pressio- nada pelo equipamento ou, até mesmo, apresentar fobia apor causa da proximidade do equipamento. Alguns fabricantes obrigam 0s operadores a fazer angulagées somente no painel do gantry. CarituLo 1 + A postura correta do operador do equipa- mento evita 0 aparecimento de doencas relacionadas as condutas inadequadas no trabalho, como a LER (Lesao por Esforgos Repetitivos). + A posigao do monitor deve estar na altura dos ‘olhos do operador, numa distancia entre 40 80cm. Os pés devem ficar totalmente apoia- dos no chao ou em um suporte para este fim. “As maos devem deslizar livremente sobre o tedlado de forma que os antebracos perfa- Capituco 1 cam um angulo de aproximadamente 90 {aus com 0 bracos * Um controle de qualidade periédico deve ser implementado, com énfase na apura- cao da espessura de corte, resolugao espa- cial, rufdo da imagem, precisao da lampada laser. * Normalmente os testes de controle de qua- lidade fazem parte dos equipamentos que também dispdem de fantons especificos para este fim 13 Os atuais equipamentos de tomografia computadorizada so, em sua grande maio- ria, do tipo helicoidal com um tinico canal de detectores (single slice), ou helicoidal com mal- tiplos canais de detectores (multislice). Em li- has gerais apresentam arquitetura muito parecidas, exceto quanto aos detectores. Esses equipamentos apresentam um cor- po (gantry), constituido de um grande bloco contendo no seu interior uma abertura circu- lar por onde se posiciona o paciente. Na par- te interior desta abertura (anel do gantry) se encontram fixados 0 tubo de raios-X, 0s gera~ dores de alta tensao, 0 conjunto de detecto- res os computadores de bordo responséveis realizacao das tarefas definidas na mesa de comando. Todo este conjunto gira ao redor do paciente enquanto produzem as imagens por tomogratfia. O tubo de raios-X empregado nos equipa- mentos de TC sao de alta poténcia e apresen- tam caracteristicas especiais que permitem uma rapida dissipacio do calor produzido no seu interior em resultado da pesada rotina de trabalho a que sao submetidos. Os detectores utilizados s0 em geral do tipo “cristal luminescente". A escolha des- ses detectores se deve a sua maior estab dade e tempos de respostas mais curtos quando comparados aos detectores de ci- mara de ionizacéo. CapituLo 2 Os atuais tomégrafos computadorizados exigem computadores velozes, com processa- dores potentes e alta capacidade de armaze- namento de dados. A plataforma de trabalho deve incluir ainda o tratamento gréfico das imagens, necessdrio para a reconstrucao de modelos de teformatacoes multiplanares, re= onstrucées tridimensionais, modelos de na- ‘vegacao etc. Um sistema de TC esta constituido de: + corpo do aparelho (gantry); + mesa de exames; + mesa de comandos; + computador para processamento das imagens; + unidade de distribuicao de forca (Fig. 2.1). GANTRY O gantry € 0 corpo do aparelho € contém: + tubo de raios-x; * conjunto de detectores; = DAS (Data Aquisition System); * OBC (On-board Computer); + STC (Stationary Computer); + transformador do anodo; + transformador do catodo; 15 Fig. 2.1 ~ Equipamento de TC. A. Gantry: B. Mesa de comando. + transformador do filamento; * bot6es controladores dos movimentos da mesa e do gantry; + painel identificador do, posicionamento da mesa e do gantry; + dispositivo laser de posicionamento; + motor para rotacao do tubo; + motor para angulagdio do gantry (Figs, 2.2 a25). No interior do gantry encontra-se 0 tubo de raios-X com poténcia de cerca de 50 kW, nor- malmente rettigerado a dleo e com dupla pista focal. O foco menor pode apresentar dimensies de 0,7 x 0,7 mm eo maior 1,2.x 1,2 mm. O tubo esté disposto transversalmente em relacio ao gantry de forma que o efeito anédli- Co sobre as imagens fica atenuado. A alimen- tagao do tubo com alta tensao ¢ feita a partir de dois tanques, um do anodo e 0 outro do 16 Fig 2.2 ~ Esquema do gantry de um TC helicoidal ‘Detector simples) Fig. 2.4 — Tampa posterior. CariruLo 2 Fig. 2.5 — Detathe do conjunto detector catodo, que ficam estrategicamente colocados no interior do gantry e que giram juntos com o tubo e os detectores durante a aquisigao dos cortes. Com os tanques encontramos ainda os inversores do anodo e do catodo, responsa- veis pela transformagao da corrente alternada em corrente continua. O filamento é alimen- tado por uma corrente de baixa tens3o a par- tir de um terceiro tanque, Um computador de bordo (OBC - On board computer) acompanha 0 conjunto tubo-detectores e tem por funcao controlar 0 KVe 0 mA e ainda receber os dados coleta- dos pelo DAS, transferindo-os ao processa- dor de imagens, Um computador fixo localizaclo no inte~ rior do gantry, o STC (Stationary Computer), 6 responsavel pela interacao dos comandas do painel de controle com o sistema. O STC é responsével, entre outras funcées, pelo con- trole da corrente que alimenta o slip ring, dis- positivo que fornece a tensao primaria aos tanques do catodo e anodo. Encontramos ainda no interior do gantry dois motores: um reponsével pelo movimen- to de rotacao de todo 0 conjunto envolven- do 0 tubo, os tanques, o OBC, Controlador do Filamento e 0 DAS; e 0 outro, responsd- vel pela angulacao do gantry. A angulagio do gantry pode ser ajustada de um angulo de 30 graus inferior a 30 graus superior em relacdo ao paciente. O feixe luminoso utilizado para fixar um ponto de referéncia no paciente, fator este co- nhecido como “zero” no posicionamento, pode ser do tipo laser e serve para alinhar 0 paciente segundo os planos anatémicos sagi- tal, coronal e transversal Capiruto 2 A Mesa DE Exames A mesa de exames e 0 local onde 0 pa- ciente fica posicionado, Deve ser constituida de material radiotransparante e ser de alta resis- téncia. Os principais acessérios usados na mesa so: 05 suportes de cranio, a extensdo da mesa, 05 dispositivos de contengao do paciente, os suportes de soro e outros. Em geral as mesas suportam pacientes com ate 180 kg de peso. ‘As mesas apresentam: * tampo deslizante; * suporte para posicionamento do paciente; + sistema de elevacio do tampo (Fig. 2.6). Fig. 2.6 — Mesa de exames e corpo do aparelho (gantry A Mesa de Comando ‘A mesa de comando é o local de onde enviamos as informacdes para o sistema. Na mesa de comando encontram-se armazena- dos 0s protocolos para a aquisicao das ima- gens. E com freqiéncia também o local utilizado para o tratamento e documentagao das imagens adquiridas. ‘A mesa de comando pode estar constitu da de um ou dois monitores. Quando a mesa se apresenta com dois monitores, um deles 6 responsavel pelas fun- bes de aquisicao das imagens, Neste monitor podem-se acessar os protocolos dos exames previamente gravados através do mouse junto 17 a0 teclado. No decorrer do exame é possivel acessar a pagina do planejamento onde, entre muitas fung6es, se permite alterar qualquer pparimetro de uma imagem que ainda nao te- nha sido adquirida ou apenas observar tecni- ‘camente as imagens que ja foram realizadas. © segundo monitor esté destinado basi- camente & visualizacao dos estudos e ao p¢ processamento das imagens. A partir deste monitor se faz toda a documentagao das im gens adquiridas. Um software conectado a Camara laser ou outro dispositivo de docu- mentacao permite a escolha do filme, a defi- nigdo da sua formatacao, e possibilita a gravagio das imagens. Oteclado alfa numérico 60 dispositive que utilizamos para nos comunicar com o sistema. No teclado inicializamos a aquisicao dos cor- tes a pattir das teclas denominadas “start” ou “scans”. No teclado freqiientemente esto aco- plados um “mouse” e/ou um “trackball” ‘Ap6s montado 0 filme com as imagens de interesse, um comando “print” 6 utilizado para a impressao do filme. Na mesa de comando podemos encontrar: + monitor para planejamento dos exames; ‘+ monitor para processamento das imagens; * teclado alfa-numérico; + mouse; + trackball; + sistema de comunicagéo com o paciente (Fig. 2.7). CompuTADOR PARA PROCESSAMENTO pas IMAGENS: O computador responsavel pelo proces- samento das imagens encontra-se com fre- qiténcia junto a mesa de comandos. Dentre as caracterfsticas principais que um processador de imagens deve ter cestacam-se: a grande ve- locidade de seu processadlor; a alta capacidade 18 Fig, 2.7 ~ Detalhe de uma mesa de comando com dots ‘monitors, de sua meméria RAM; a alta capacidade de armazenamento dos dados adquiridos ¢ os potentes recursos de computacio gréfica. ‘Apés as imagens serem adquiridas ¢ re- construidas, 0 processador de imagens as ar- mazena temporariamente em um hard disk junto a mesa de comando. Essas imagens no. entanto, poderdo ser armazenadas de forma definitiva em discos épticos, fitas magnéticas, CDs au outros dispositivos de gravacao. Power Distripurion Unir — PD © PDU € 0 dispositive responsavel pela alimentagio da corrente elétrica do equipa- mento principal e dos diversos acess6rios que ‘compoem o sistema de tomografia computa- dorizada O esquema de alimentagao mais utilizado € 0 do tipo trifésico com tensdo de entrada de 480 Volts. © PDU pode estar localizado em tuma sala a parte do sistema de TC para que possa ser refrigerado com temperaturas mais baixas (17 a 19 graus) e assim obter maior esta- bilidade de funcionamento do equipamento. Carituto 2 Exames por Tomografia Computadorizada O Exame ToMoGRAFICO © exame tomogratieo € indicado quando ‘0s métodos convencionais nao se mostram efi- cazes na elucidacio diagnéstica, ou ainda, na pesquisa de patologias espectficas pré-definidas. Os protocolos utilizados na realizagdo dos exames por TC sofreram nos tiltimos anos gran- des transformacdes em decorréncia, principal- mente, dos novos recursos tecnolégicos incorporados e com especial destaqque para os equipamentos multidetectores Tabela 3.1) Esta nova linha de equipamentos redu- ziu impressionantemente o tempo de reali- zagao dos exames e passou a permitir a aquisicao de cortes de espessuras muito pe- quenas, que tiveram grande impacto nas imagens p6s-processadas por este método, gerando modelos tridimensionais e de refor- mages multiplanares com impresstonante grau de definicao anatémica. Nas descrigoes dos exames sera conveniente abordar a for- ma como as técnicas foram modificadas nos equipamentos multidetectores. Convém, na fase que antecede o exame, fazer uma entrevista com o paciente (Tabelas 3.2 € 3.3), afim de se abter informacoes acer- ca das razdes que o levaram ao procedimento, A entrevista seré importante para o planeja- mento do exame e auxillard o radiologista nas suas conclus6es diagnésticas Carituto 3 Exames prévios relacionados com o estu- do precisarao ser analisados e correlacionados com os dados obtidos, devendo ficar retidos para andlise do médico radiologista, pa ee SCOUT Plano: Clo grau C2 90 geausl-1100 gras AREA: SCANS: Modo: LiAxial F)Helicoidal [3Gine. Ws 100-120 140. mA: 50 100-200 Tempo descan: 055 15 2 FOV (field of View: ESPESSURA: INCREMENTO! INTERVALO (Cap) See ANGULO DO GANTRY: Hse SO standard pea! Leone FILTRO. Odge Clune 19 Tabela 32 ae ee Nome: = a ee Data Hora: _ Endereco: dace fstaco:____Tel PESO: AERO Sim()_Néo() ame: Dads Clinicas ames Anterores: ce RM RK _————————— MN: eee = s ouTROs Informagbes adicionai Médico Teendiogo Enfermagem 20 Carfruto 3 oe ‘Modelo de Entrevista para Contras NOME: RG: © CENTRO DE DIAGNOSTICO POR IMAGEM DESTE HOSPITAL, COM © OBIETIVO DE OFERECER MAIOR SEGURANGA AOS SEUS USUARIOS, TEM ADQUIRIDO OS MEIOS DE CONTRASTE MAIS ADEQUADOS DISPONIVEIS, © [ODO EXISTENTE NA SUA FORMULA BASICA, ENTRETANTO, PODERA OCASIONAR REACOES ALERGICAS OU DE INTOLERANCIA SEGUNDO © GRAL DE SENSIBILIDADE DE CADA PESSOA. ATE (O MOMENTO, NAO HA TESTES ESPECIFICOS PARA AFASTAR POR COMPLETO © RISCO INERENTE AO SEU Uso. EM ALGUNS EXAMES E NECESSARIO UTILIZAR UM MEIO DE CONTRASTE A BASE DEIODO POR VIA (ORAL, RETAL OU VENOSA, REACOES GRAVES SAO MUITO RARAS E SEL EXAME SERA ACOMPANHADO POR PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS, SOLICITAMOS © PREENCHIMENTO DO QUESTIONARIO ABAIXO, PARA VERIFICACAO DE SEU POTENCIAL ALERGICO. (1) POSSUL ALGUM TIPO DE ALERGIA? SIM___ NAQ___ Qual (2) REALIZOU/ ALGUM EXAME COM USO DE CONTRASTE IODADO? siM__ NAO (8) TEVE REACAO ALERGICA AO CONTRASTE? SIM NAO (3) TEVE ALERGIA OU INTOXICACAO A ALIMENTOs COMO PEIXE, CAMARAO E OUTROS FRUTOS DO MAR? sim NAO (6) TEVE ALERGIA A ALGUM MEDICAMENTOR sM___ NAO QUAL (6) POSSUI URTICARIA OU ALERGIA DE PELE? Se ee (7) TEM ASMA, BRONQUITE OU RINITE ALERGICA? SIM NAO (8) E HIPERTENSO OU CARDIACO? SIM NAO (9) TEM INSUFICIENCIA RENAL? SiM____ NAO (10) € DiABETICo? SIM NAO (01) E PORTADOR DE MIELOMA MULTIPLO? sIM____ NAO (12) ESTA GRAVIDA? SIM___ NAO SINTA-SE A VONTADE PARA PERGUNTAR O QUE ACHAR NECESSARIO. ESTANDO CIENTE DESTAS INFORMACOES, AUTORIZE A REALIZACAO DO EXAME SOLICITADO, SS ee 'ASSINATURA DO PACIENTE OU RESPONSAVEL ENTREVISTADO POR, Carfruro 3 21 EXAMES DE RoTINA EM TC Cranio ‘A tomografia de cranio esté indicada: * nos tumores do encéfalo; * nos processos infecciosos; * nas doengas vasculares; + nas doencas degenerativas; + no trauma craniencefalico; * nas malformacées. A entrevista prévia do paciente sera titil para a escolha adequada do protocolo a ser utilizado e para a viabilidade do uso do meio de contraste. O contraste em TC é utilizado sempre que houver uma ruptura da barreira hematoence- falica, como nos casos de tumores vasculariza- dos € nos processos infecciosos ou, ainda, quando 0 objetivo for o contraste de vasos ar- teriais e/ou venosos. _ © contraste utilizado & & base de iodo, sendo preferivel os meios ndo iénicos, pela sua menor toxicidade. O volume a ser administra- do € determinado pelo médico que supervi- siona 0 exame. Normalmente o volume total nao excede a taxa de 2 mL/kg. No exame de cranio de rotina em um sis- tema helicoidal a taxa de 1 mU/kg é a mais utilizada. Exemplo: | Paciente de | a Volume de / le 70 kg contraste = 70 mL © posicionamento pode variar entre dife- rentes servigos, no entanto, a convencio mais. aceita estabelece como parametro cortes pa- ralelos a linha orbitomeatal (Figs. 3.1 € 3.2) Os cortes da fossa posterior so em geral ‘mais finos, variando entre 2, 3, e podendo chegar até 5 mm (Figs. 3.3 e 3.4), Com cortes desta espessura, reduz-se a magnitude dos ar- tefatos produzidos pela massa dssea densa cor- responclente a porgao petrosa do osso temporal 22 5 cortes supratentoriais so realizaclos em ge- ral com 8 ou 10 mm (Fig. 3.5 € 3.6). O planejamento abrange um néimero de cortes entre 15 e 20, indo do forame magno até o vértex cerebral Quando 0 exame for realizado em duas fases (sem contraste e com contrastel, ser importante manter 0 mesmo posicionamento do paciente antes © apés a injecio do meio iodado. A documentacéo pode ser feita em dois filmes (um, com a série sem contrast, e 0 ou- tro com a série contrastada}, formatados com 20 exposicdes cada (Tabela 3.4). E conveniente manter na primeira expo: @0 0 scout com as linhas de referencia. Equipamento Multidetector A aquisicao dos cortes nos equipamen- tos multidetectores em geral nao é muito diferente se comparada a aquisicao no equi- pamento helicoidal, no entanto, se estiver indicado 0 tratamento das imagens com re- construcdes tridimensionais elo reforma- tacio multiplanares, os cortes deverio ser adquiridos nesses equipamentos com espes- suras menor que 1 mm, Documentagao: + Um filme com 19 imagens + scout (sem contraste). + Um filme com 19 imagens + scout (com contrast). + Um filme com janela dssea (se necessirio}. Tabela 3.4 Pee eae ery Cariruto 3 -APITULO, O Crénio em Cortes Coronais Eventualmente cortes coronais podem ser necessarios para uma melhor elucidacao diagnéstica, O posicionamento do paciente é semelhan- te a posicao de Hirtz, utilizada na radiologia convencional. Alguns equipamentos permitem © posicionamento em decibito dorsal. Neste aso, 0 paciente fica com a cabeca numa posi- Gao mais baixa em relagao ao corpo (Fig. 3.7). Alguns pacientes sentem um desconforto importante no posicionamento coronal em dectibito dorsal. A posicao em dectibito ven- tral, com 0 mento apoiado sobre um suporte radiotransparente (isopor) pode ser a alterna- tiva (Fig. 3.6). Em ambos os posicionamentos, no entanto, se faz necessério angular o gantry para que os cortes se aproximem da perpen- dicularidade da linha orbitomeatal. Fig. 3.8 — Decubito ventral 24 Cortes de 5 mm —Incremento 5 mm. Documentacao dos cortes coronais (Ta~ bela 3.5). Tabela 3.5, sumentagso do Cranio em Cortes Coronais Seios Paranasais © exame tomografico dos seios parana- sais deve ser feito em dois planos, O axial e 0 coronal. O campo de visio deve estar ajusta- do as dimensoes das cavidades paranasais (Aproximadamente 15 cm). Os cortes axiais com 5 mm de espessura ~ Incremento 0 (zero) sao paralelos ao palato duro e iniciam num plano abaixo dos recessos alveolares e ultra- passam o limite superior dos seios frontais (aproximadamente 20 cortes) (Fig. 3.9). 5 cortes no plano axial devem ser docu- mentados com duas janelas: uma para as par- tes moles e a outra para o tecido dsseo. ‘A série coronal deve, preferencialmente, ser obtida com © paciente em dectbito ven- tral e com 0 mento apoiado sobre material 9 ~ Scout ~ Anal Cariruto 3 radiotransparente (isopor) (Fig. 3.10). Nesta po- sicdo torna-se possivel elucidar eventuais ni- veis liquides, comuns nos processos agudos. Os cortes coronais, a critério do médico radiologista, podem ser documentados com dluas janelas (partes moles e 0550s) ou utilizan- do-se apenas uma janela intermediaria. Os cortes no plano coronal freqiientemente sao de menor espessura que 05 axiais, 3. mm de ‘espessura com 4 mm de incremento. Nas sinusopatias,rinites e em outras doen- cas comuns das vias aéreas, nao se faz neces- séria a administragao do meio de contraste Estas patologias representam mais de 90% das solicitacdes. Fig. 3.10 — Scout ~ Coronal Equipamento Multidetector ‘A aquisico dos cortes nos equipamentos multidetectores é feita apenas no plano axial Os cortes devem apresentar espessuras me nores que 1 mm, cobrindo toda a regido de intetesse, posteriormente as imagens so re- formatadas nos planos axial e coronal com e3- pessura aproximada dos cortes obtidos nos equipamentos convencionais. Planejamento: * Scout (Axial/Coronal) Carituto 5 Documentagio (Tabelas 3.6 e 3.7): * Série Axial = Um filme para partes moles (Figs. 3.11 3.12) — Um filme para 03508 (Fig. 3.13) — Dezenove imagens por filme + scout com referéncia. + Série Coronal — Um ou dois filmes com janela inter- mediaria (20 a 30 imagens) (Fig. 3.14) Sela Turcica O exame da sela tem por objetivo a ava- liagao dos tumores que acometem a hip6fise & foes Fig. 3.11 — Seios maxilares. 25 Fig. 3.13 —lanela dssea — aval 45 patologias que afetam a integridade do ar- cabougo selar. Os microadenomas ¢ os ma- croadenomas sao os tumores mais freqiientes, ‘Oexame é feito no plano coronal. No exa- me da sela tircica devemos ter um cuidado especial no planejamento para evitar que os cortes passem pelo plano das obturagbes den- tarias, o que causaria artefatos do tipo strike. scout 6 feito em perfil com o paciente posicionado em deciibito dorsal ou ventral. A aquisicao dos cortes é feita diretamente com meio de contraste. A injecao deve ser répida, 26 Fig. 3.14 — Janel intermediria ~ coronel, preferencialmente com o auxilio de uma bom- ba injetora, a uma velocidade média de 2 a 3 mUs. O volume a ser injetado 6 de 1mL/kg. Os cortes sao adquiridos em fase precoce, aproximadamente ap6s 15 segundos do inicio da injecdo. A espessura dos cortes pode variar entre 13 mm. O FOV oxcila entre 8 e 12 cm. Equipamento Multidetector A aquisigao dos cortes nos equipamentos multidetectores é feita apenas no plano axial Os cortes devem apresentar espessuras meno- res que 0,5 mm, cobrindo toda a regiéo de interesse, posteriormente as imagens sio re- formatadas nos planos axial € coronal com es- pessura aproximada dos cortes obtidos nos equipamentos convencionais. Documentacao (Tabela 3.8). + Um filme com 12 exposigdes ~ Janela de parénquima. + Um filme com 12 exposicdes ~ Janela Gssea. Osso Temporal Qosso temporal aloja as estruturas da ore- tha interna, média e externa. Cariruto 3 Os distirbios dle equilibrio sao freqientes e poclem estar relacionados com as porgbes média e interna da orelha. A TC do osso tem- poral esta indicada nas seguintes patologias: + neurinoma do acéstico; + tumores glomicos; * colesteatoma; * otites média, crdnica e aguda; + labirintite. Cestudo do temporal é feito em dois pla- nos: axial e coronal. Nas pesquisas de tumo- res, a utilizacdo de contraste iodado ajuda a definir as dimens6es reais da massa. Nas oti- tese na labirintite, nao ha necessidade de uso de contraste, todavia, o radiologista poder decidir pela sua administracao se assim julgar conveniente. 5 cortes devem cobrir toda a regtdo da orelha média, com espessuras de 1 mm a cada 1 mm de deslocamento (incremento = 1). A porcio mais posterior evidencia os canals se- ‘micirculares do labirinto, particularmente 0 se- micircular posterior. A porgao mediana destaca a imagem do vestfbulo e da cadeia ossicular. Na porcao anterior evidencia-se a imagem da céclea (Figs. 3.15 a 3.18). Especial cuidado deve-se ter com o filtro utlizaclo no processamento das imagens pelo computador. Um filtro para tecido denso deve ser utilizado, considerando-se a alta densida- de da porcao petrosa do osso temporal. Nos eqiuipamentos General Electric, o filtro utiliza- do 6 0 Edge, também empregado nas imagens das corticais dsseas. O posicionamento deve ser o mais simé= trico possivel, de forma que se consiga obter num mesmo plano os dois meatos actisticos, Cariruto 3 pois 0 estudo do temporal é freqiientemente comparativo. No posicionamento do pacien- te, 0 profissional de radiologia deverd atentar para que a lmpada de referéncia coincida bilateralmente com o tragus no pavilhao auri- cular. Este cuidaclo sera fundamental para um exame de qualidade. No posicionamento coronal deve-se tomar ‘05 mesmos cuidados, Para as aquisicdes neste plano o paciente pode estar em decdbito ventral ou dorsal. Na escolha do posicionamento deve-se levar em consideragao o grau de conforto e a estabil: dade do paciente. Nao é facil estabelecer uma simetria das ore- thas médias no plano coronal, Por esta razao, & ccomum uma varredura além das estruturas co- nhecidas, posteriormente, reconstruindo-se um lado de cada vez com um campo de visio pe- queno (Figs. 3.19 3.20) A espessura de corte, a exemplo das cor- tesaxiais, deve também ser de 1 mm obtida a cada Imm de deslocamento da mesa. Equipamento Multidetector A aquisigao dos cortes nos equipamentos multidetectores é feita apenas no plano axial. Os cortes devem apresentar espessuras me- nores que 1 mm, cobrindo toda a regido de interesse, posteriormente as imagens s40 re- formatadas nos planos axial e coronal com espessura aproximada dos cortes obtidos nos equipamentos convencionais. Cortes Axiais — Bilateral Fig. 3.15 — Mastoides ~ Canals S.C. Sup. 27 Fig. 320 ~ CécleaiMarelo. Documentacao (Tabela 3.9) + Plano Axial — um filme formatado em 20 Janela de oss0 temporal + Plano Coronal — um filme formatado em 20 para cada lado do temporal * Janela de osso temporal. Total (trés filmes) ‘Obs.: Se injetado contraste iodado, sera necessatio uma documentacao de par- tes moles. Isto ser especialmente impor- tante nas pesquuisas de neurinoma do Fig. 3.18 ~ Céclea — Hjpouimpano, acistico. Cortes Coronais - Unilateral Coe eo Face Oestudo da face é indicado principalmen- te nos tumores e nos traumas faciais, planejamento tipico inclui dois planos: axial coronal, com documentacéo em duas janelas, uma para partes moles e outra para 05505 (Tabela 3.10), Fig. 3.19 ~ Vestbulo/C.S.c. 28 Carituco 3. No plano axial, os cortes de 5 mm de es- pessura vao desde o mento até o frontal, para- lelos ao plano do palato duro. Especial cuidado deve-se ter com os pacientes portadores de proteses fixas e obturacdes. Nestes casos, po- derao ser necessarios dois planejamentos, de forma a evitar que os cortes passem sobre os materiais de alta densidade. Preferencialmente, o estudlo no plano co- ronal deve ser feito no deccbito ventral, para que se demonsire eventuiais niveis liquids, es- pecialmente nas cavidades paranasais. Neste plano os cortes vao desde o seio esfenoidal até 105 oss08 nasais. A simettia no posicionamento, seré fundamental para a qualidade do exame. Cortes de 5 mm a cada 5 mm de espaca- mento, Equipamento Multidetector ‘A aquisicao dos cortes nos equipamentos multidetectores 6 feita apenas no plano axial Os cortes devem apresentar espessuras me- nores que 1 mm, cobrindo toda a regiao de interesse, posteriormente as imagens sao re- formatadas nos planos axial e coronal com e5- pessura aproximada dos cortes obtidos nos equipamentos convencionais Documentacéo: * Duas janelas no plano axial ossos + par- tes moles) + Duas janelas no plano coronal (ossos + partes moles) Orbitas estudo das drbitas é feito em dois pla- nos: axial e coronal. Cariruto 3 Uma fase sem contraste no plano axial com cortes de 3 mm de espessura com incremento de 3 mm e FOV entre 16 ¢ 20 cm. ‘Apés a injecao do meio de contraste, so realizados cortes nos dois planos. © axial se- gue.o mesmo planejamento da série sem con- traste, No plano coronal os cortes vao desde 0 dorso da sela tircica (regiao do quiasma) até 0 istalino, em cortes de 3mm de espessura com incremento de 3 a 5 mm. ‘A documentacao é feita com duas janelas (partes moles + 05508) em ambos os planos. Na pesquisa de trauma da regiao orbitaria, tuma reconstrucao tridimensional poder envi- quecer a documentagao do exame, Nos tumo- res do nervo éptico, as reconstrucées no plano do nervo éptico também sao de grande vaia Equipamento Multidetector ‘J aquisicdo dos cortes nos equipamentos multidetectores € feita apenas no plano axial ‘Os cortes devem apresentar espessuras meno- Fes que 0,5 mm, cobrindo toda a regiao de interesse, posteriormente as imagens so re- formatadas nos planos axial e coronal com es- pessura aproximada dos cortes obtidas nos equipamentos convencionais. Pescoco Oestudo do pescogo esta freqiientemen- te relacionado com a pesquisa de tumores, ganglios, processos infecciosos e nédulos da tiredide. A tomografia de pescoco é realizada dire- tamente com contraste iodado. Os vasos da regio devem estar bem contrastados para di- ferenciar de eventuais ganglios ou nédulos. A injecao do meio de contraste deve serfeita em duas etapas: 50% do volume numa fase inicial € 50% apés um minuto. Este pracedimento é til para demonstrar simultaneamente contras- te nos vasos venosos e arteriais, aumentando a especificidade do método. AA injecao da primeira fase do contraste pode ser feita manualmente, Na segunda fase, ‘© meio deve ser injetado por bomba a uma velocidade de 2 ml. por segundo. Iniciam-s 29 6 cortes apés 20 segunclos da injecdo em aqui- sicao helicoidal. O volume médio de contraste é de 1,5 mL por kg, Exemplo: * Paciente com 70 kg = 100 mL Recomenda-se instruir © paciente no mo- mento da aquisicao dos cortes para evitar que engula saliva. Equipamento Multidetector A aquisicao dos cortes nos equipamentos multidetectores é feita apenas no plano axial. Os cortes devem apresentar espessuras me- nores que 1 mm, cobrindo toda a regiao de interesse, posteriormente as imagens sao re- formatadas nos planos axial e coronal com es- pessura aproximada dos cortes obtidos nos equipamentos convencionais. Documentagao (Tabela 3.11) * Em geral apenas janela de partes moles. ean Drea ee tasaecd Janela partes moles 40 200 Térax O estudo do t6rax na tomogratia compu tadorizada é © método de escolha no diagnés- tico diferencial das patologias que afetam o parénquima pulmonar e, particularmente, intersticio. £ também um método altamente eficaz no estudo dos grandes vasos; trombo- embolismo pulmonar, processos infecciosos e tumores em geral Principais abjetivosclo exame do toraxna TC: + andlise do parénquima pulmonar; + andlise da distribuicao vasobrOnquica; + analise das estruturas mediastinais e hilares; + andlise dos grandes vasos e érea cardiaca; 50 + pesquisa de tromboembolia; + integridade do arcabouco ésseo. ‘A tomografia do t6rax pode ser tecnica- mente dividica em: * térax rotina; + t6rax em alta resolucéo; + estudo de vasos; + estudo de tromboembolia pulmonar (TEP). O Exame de Rotina O térax rotina é indicado no estudo geral da regiao, especialmente quando o paciente nao tem definido o quadro da sua patologia, também nos check-ups e nos rastreamentos de metastases, A critério do radiologista, poder ou nao ser realizado com meio de contraste iodado. Os cortes sao feitos com aproximadamen- te 10 mm de espessura a cada 10 mm (incre- mento de 10 mm) em aquisicao helicoidal e, preferencialmente, numa «nica apnéia AA varredura inicia-se no plano superior aos pices pulmonares e ultrapassa os recessos costo-frénicos (Figs. 3.21 e 3.22). Neste nivel observamos com freqiéncia as glandulas su- pra-renais, que, muitas vezes, so a referéncia para a conclusdo do estudo, A fase contrastada € feita normalmente com o mesmo planejamento utilizaco na fase sem contraste, O volume de contraste em média é de 1,5 ml por kg de peso. Deve ser administrado por meio de bomba injetora a uma velocidade de 2.3 ml por segundo, Os cortes tomogrificos so adquiridos aproximadamente com 30 se- Bundos do inicio da injecao. Equipamento Multidetector A aquisigao dos cortes nos equipamentos multidetectores é feita apenas no plano axial, Os cortes devem apresentar espessuras meno- res que 1 mm, cobrindo toda a regiao de inte- resse. © tempo de aquisicao dos cartes deve Carituto 5 Fig. 322 — Scout com planejamento, ser suficiente para que o paciente consiga fa- zer uma boa apnéia. Posteriormente as ima- gens sto reformatadas no plano axial com espessura aproximada dos cortes obtidos nos eqjuipamentos convencionais, podendo ainda, serem feitas reconstrugdes com espessuras fi- nas de alta resolucao. A teformatacao no plano coronal deve fa- zer parte da documentacao. Este recurso 6 um dos diferenciais que esta tecnologia oferece. A documentacdo do exame é feita com duas janelas. Uma voltada para o mediastino (partes moles) (Figs. 3.23 & 3.26) e outra, para © parénquima pulmonar (pulmao) (Figs. 3.27 € 3.28). Na suspeita de lesdes ésseas, uma ter- ceira documentacdo com janela especifica deve ser acrescentada. CariruLo 3 Fig. 325 — Arco adrtco 31 Fig. 3.27 ~ Janela de pulmao. Fig. 3.28 Base dos pulmoes 52 Documentacao (Tabela 3.12): * Fase sem contraste: — Janela para mediastino (partes moles). Tabela 3.12 Grud * Fase pés-contraste: - Janela para mediastino (partes moles) Janela para parénquima pulmonar, — Janela para 03808 (e necessario). Obs. Alguns servigos adotam no exame de rotina do torax uma fase Gnica dire- tamente com contraste. Tomografia Computadorizada do Térax em Alla Resolucao (TCAR) As patologias que afetam exclusivamente © parénquima pulmonar e, particularmente o intersticio, sao melhor demonstradas no estu- do pulmonar em alta resolucao, técnica co- nhecida pela sigla TCAR. Por meio desta técnica, realizam-se cortes. de espessura muito reduzica, normalmente de 1 mm, com espacamento a cada 10 mm) co- brindo toda a regio pulmonar-(aproximada- mente 25/30 cortes). Utiliza-se filtro especifico de parénquima pulmonar (lung) ‘A documentagao deste exame deve ser feita de forma a se colocar em evidéncia os detalhes do intersticio e da trama vasobron- quica por meio de fotos ampliadas Usualmente, formata-se o filme 35 x 43 em seis quadros ou no maximo em nove qua- dros. A documentacao é feita exclusivamente com janela de pulmao. Estudo dos Grandes Vasos O estudo do coracao e dos grandes vasos da base, como a artéria aorta, a artéria pulmo- nar € as veias cavas, constitui-se num segmen- toa parte do estudo tordcico. Com 0 advento dos novos recursos grafi- cos, que possbilitaram a reconstrucao de mo- Capituo 5 delos tridimensionais em alta definigao dos ‘yasos impregnados por contraste, tornou-se importante a administragao cleste meio, atra- vés de bomba injetora e com velocidade répi- daa de infuséo. Administrando-se de 2 a 4 mL por segundo, obtém-se um contraste unifor- ‘me dos principais vasos. Convém fazer a aqui- sicdo com cortes de pequena espessura, normalmente de 3 a 5 mm, em modo helicoi- dal. A aquisicao no modo helicoidal permite que 05 cortes possam ser reconstruidos a in- crementos menores do que a espessura do corte. Este procedimento é especialmente titi! quando ha interesse na reconstrucao de mo- delos tridimensionais ou para técnicas de na- vvegacio no interior dos vasos. Cortes finos produzem melhores modelos de reconstrucao, no entanto, este procedimen- to aumenta a dose de exposicio no paciente também 0 tempo total de aquisicao das ima- gens. Se 0 tempo total for cemasiadamente longo, poderd nro haver um contraste unifor- me dos vasos, A pesquisa de aneurisma da aorta é co- mum em tomogratia ‘Neste exame, o planejamento dos cortes comeca no plano imediatamente superior a0 arco aéitico e ultrapassa os limites da drea car- diaca. © contraste deve ser injetado por bom- ba com velocidade aproximada de 3 mL por segundo. Os cortes dlevem ser adquiridos com 30 segundos do inicio do contraste, utilizan- do-se de técnica helicoidal e com o paciente mantendo-se em apnéia, ‘Apds a aquisicio da fase principal do exa- me, convém actescentar cortes de forma a cobrir o restante dos campos pulmonares. Equipamento Multidetector Entre as grandes vantagens da tecnologia multidetectores esté 2 aquisicao das imagens vasculares com alta definicao anatomica. A rapidez na aquisicao das imagens, as- sociada a possibilidade de obtengao de cor- tes de espessuras muito reduzidas, na ordem de 0.5 mm ou ainda menor, favorece 0 pos- tratamento dessas imagens, permitindo a cri Cariruto 3 agio de impressionantes modelos de apre- sentacbes vasculares ¢ de navegacio pelo in- terior dos vasos, Os estudos vasculares encontram hoje grande aplicacao nos nesses equipamentos, sendo este método de escolha Documentagao: + Janela de mediastino. * Janela de parénquima pulmonar. + Filme especial em documentacao tridi mensional. Técnica para Tromboembolismo Pulmonar (TE,P) Oestudo de T.E.P requer cortes finos de 3 mm de espessura (maximo de 5 mm), cobrin- do desde a regiao superior ao arco adrtico até a base dos pulmoes em aquisi¢ao helicoidal Os trombos podem ser pequenos ¢ estar comprometendo pequenos segmentos do t6- Tax, a5 vezes,.de diffi interpretacao. Os cuidados com a injecio do meio de contraste sao 0s mesmos observados no estu- do dos grandes vasos. Da mesma forma, apés a fase principal o exame deverd ser complementado com uma vartedura do restante do parénquima pulmonar. Os cortes obtidos deverao, ainda, ser re- construidos com inctementos de aproximada- mente 50% da espessura. Documentagao (duas janelas): * Janela para mediastino. * Janela para parénquima pulmonar. * Reconstrugao tridimensional, Abdome As principais patologias que afetam a mor fologia do sistema digestorio podem ser rica- mente demonstradas por meio da tomogratia computadorizada helicoidal, assim como as alteragGes vasculares desta regio, Os tumores, doencas inflamat6rias, doen- «as oclusivas, célculos e as alteragGes nas pa- 335 redes € cavidades intestinais sio as principais patologias pesquisadas. Para um resultado satisfat6rio neste tipo de exame 6 fundamental um preparo prévio do paciente, Este preparo inclui, desde uma lim- peza do intestino por meio do uso de laxantes, que comeca ainda na casa do paciente, até a administragao do meio contraste por via oral fou retal na fase que antecede 0 exame. Preparo do Paciente Preparo Prévio (rotina mais comum}: * Dozes horas antes do exame: laxante (limpeza da cavidade) + Quatro horas antes do exame: jejum absoluto. * Uma hora antes do exame: administra- 30 por via oral do meio contraste io- dado dilufdo ~ cinco copos de 200 mL. (1 copo a cada 15 minutos). * A diluicao do contraste oral é de 20 a 40 mL de iodo a 60% em 1 litro de agua, Rotina do Exame de Abdome Total Contraste Oral Um copo de contraste oral (200 mL} deve set administrado no momento em que 0 pa-~ ciente 6 posicionado no equipamento. Este contraste sera importante para evidenciar a pa- rede géstrica interna. Contraste Retal Se for prescrito pelo radiologista, 0 con- traste retal deve ser feito no inicio do exame, imediatamente antes da aquisigao dos cortes. A administragio do meio é feita por meio de infusdo direta de aproximadamente 250 mL. de soro fisiolégico contendo 10 mL de con- taste iodado diluido. Injecdo EY. de Contraste lodado © acesso venoso deve ser suficiente para permitir a infusdo de grande quantidade de contraste em tempo relativamente curto. A velocidade média da injegao é de 2 a 3 mL 54 por segundo, © volume a ser injetado varia em fungao do peso do paciente, na razao média de 1,5 a2 ml por kg de peso. InjecGes répidas produzem desconforto, podendo levar o paciente a sentir forte calor € nduseas, muitas vezes, acompanhadas de vo- mitos. No entanto, na maior parte dos casos, a injecao répida sera imprescindvel para eluci- dar 0 diagnéstico. Seqiiéncia de Aquisicao das Imagens Fase Pré-contraste EV. Figs. 3.29 a3.34) Aproximadamente 24 imagens do abdo- me superior, varrendo-se desde as céipulas diafragméticas até a bifurcacao da artéria aor- ta. em aquiisicdo axial com cortes de 10 mm de espessura. Fase Arterial (Fig. 3.35) Aproximadamente 20 cortes no abdome superior, varrendo-se totalmente o figado e 35, rins, em aquisicao helicoidal, com cortes de 10 mm de espessura. Apés 0 inicio da infusaio do meio de contraste, a fase arterial poderd ser obtida entre 30 e 40 segundos, Fase Portal (Fig. 3.36) O mesmo planejamento da fase arterial € repetido, adquirindo-se os cortes entre 60 € 700 segundos do inicio do contraste, Neste momento, torna-se evidente o contraste do sistema portal Considerando a importancia da cavidade abdominal superior, particularmente pela pre- senca de importantes visceras do sistema di- gestirio, 0 protocolo poderd ser alterado nas fases arterial e portal para obtencao de cortes com menor espessura: 7 ou 8 mm: Fase de Equillbrio (Figs. 3.37 a 3.40) Nesta fase, uma varredura ¢ feita em todo © abdome, desde as cGpulas até o assoalho pélvico, iniciando-se os cortes de 2a 3 minu- tos contados a partir do inicio da injegao do. contraste. CapituLo 3 Equipamento Multidetector ‘Aaquisigao nos equipamentos multidetec- tores 6 feita com cortes de cerca de 1 mm de espessura, reformatando-se posteriormente com as espessuras convencionais. ‘Avantagem da realizagao no equipamen- to multidetector esta na possibilidade de re- construgbes vasculares do abdome, caso haja interesse, e na possibilidade de apresentacao de planos coronais e sagitais por técnicas de reformatacio multiplanar. Planejamento Cariroto 3 ‘Série Pré-contraste E.V. Fig. 3.33 — Vesiculapancreasibaco. 35 Fig. 3.34 — Rinslalcas Fase Arterial Fig. 3.35 — 30 2 40 segundos. Fase Portal Fig. 3.36 — 60 2 70 segundos. Fig. 3.39 ~ Bexigaes, seminas, 36 CarituLo 3 Fig. 3.40 ~ Assoalho pélvico Documentacao ‘A documentacao podera ser feita com 20 imagens por filme, seguindo a ordem de aqui- sicdo das imagens. Na documentagao, cada fase de aquisigao poderd estar precedida do scout com os cortes correspondentes. Na fase conclusiva da documentacao convém actescen- tar as fotos das primeiras imagens do abdome superior, onde aparece parte do parénquima pulmonar com ‘janela’ adequada (nivel de pulmao) para a demonstracao de eventuais alteragées nesta drea (Tabela 3.13). ‘A documentacao do abdome superior ¢ feita com uma janela fechada, possbilitancdo um alto contraste (200 a 300 WV) e, com o nivel no parénquima hepatico (50 a 70 WL). Apos a documentacio da imagem do figado, costuma- se abrir a “janela da documentacao” (300 a 400 WW) e reduzir 0 nivel (de 0a 40 WIL). Tabela 3.13 pe ae Nive! Wi Janela = WW Abslome supetior 50a70 2008 200 i RS 0 Abdome Superior © exame tomogrifico do abdome supe- rior engloba as visceras do sistema digestorio Caritu.o 3 superior: fipado, estémago, pancreas € baco e também os rins. © planejamento do exame é similar a0 exame de abdome total, exceto, no plano de concluso, que, neste caso, coincide com a bifurcacdo da artéria aorta abdominal No equipamento helicoidal as imagens si0 adquiridas nas seguintes fases: * fase pré-contraste EM; * fase arterial; * fase portal; + fase de equilibrio. O preparo do paciente inclui contraste por via oral, com administracdo de 200 ml.a cada dez minutos, perfazendo 0 total de um itro. ‘Apés 40 minutos 0 paciente encontra-se pre- parado para iniciar os cortes. TC do Abdome no Aparetho Uroexcretor ‘A tomografia helicoidal abriu. novos hori- zontes nas patologias que afetam o aparelho uuroexcretor, tendo sido largamente utilizada para estudo da funcionalidade dos rins, pesqui- sas de célculos, pielonefrites, hidronefroses etc. Estudo Funcional Oeestudlo funcional dos rinsé realizado por meio de quatro séries: + uma série pré-contraste; + uma série cértico-medular (25 a 30 se~ sgundos do inicio do contraste). + Uma série nefrografica (60 a 80 segun- dos do inicio do contraste); + uma série excretora (trés a cinco minu- tos do inicio do contraste) No planejamento dos cortes, as trés pri- meiras fases sao obtidas com cortes de 5 mm dle espessura, cobrindo-se totalmente os tins. Na fase excretora, os cortes sao obtidas com espessura de 7 mm ou 10 mm, cobrindo des- de 6 plano dos pélos superiores dos rins até 0 assoalho pélvico. 37 Pesquisa de Célculos A pesquisa de cdleulos por TC helicoidal pode substituir com algumas vantagens o exa- me de urografia excretora com esta mesma fi- nalidacle, © exame é feito sem nenhum meio de contraste. A aquisicao das imagens obriga- toriamente deve ser feita no modo helicoidal em uma nica apnéia (um bloco). Os cortes tm inicio nos polos superiores dos rins e vao até 6 assoalho pélvico. Na documentacao do exame deverdo ser inclufdas reformatacoes multiplanares nos pla- ‘nos coronas, sagitais, ou mesmo reformatacoes curvas, colocando-se em evidéncia a eventual presenca de calculos. TC do Abdome nos Aneurismas da Artéria Aorta A tomografia para pesquisa de aneurismas da aorta abdominal dispensa o preparo prévio do paciente, exigindo-se apenas o jejum de quatro horas, tempo necessério para permitir ‘0 uso do contraste iodado, Uma fase inicial é feita sem contraste, com cortes de 10 mm de espessura ¢ incremento de 20 mm, apenas para definir a localizagio e extensao do aneurisma. A série pés-contraste deve ser feita com aunilio de uma bomba injetora com velocida- de de infusdo de 3 a 5 mL por segundo e volu- me total na raz40 de 2 mL por kg de peso {aproximadamente 150 mL no adulto). Nesta série as imagens ao obtidas em aqui- sigao helicoidal em um Gnico bloco, com cor- tes de 7 mm de espessura, abordando toda a aorta abdominal ea porcao proximal das arté- rias ilfacas, Além dos cortes sem e com contraste, a documentacéo do exame deyerd conter imagens tridimensionais da aorta em varias projesdes. A tomogratia do abdome com interesse ha artéria aorta tem melhor resultado nos equipamentos multidetectores, sendo este, © método de escolha, Nesses equipamentos 05 cortes sao adquiridos com espessuras de 58 cerca de 0,5 mm, sendo posteriormente tra- balhadas em reconstrucées tridimensionais e teformatacao. Coluna Vertebral O estudo da coluna vertebral por meio da tomografia é indicado nos processos degene- rativos, nas compressGes radiculares, nos trau- ‘mas, Nos pprocessos infecciosas e nos tumores desta regiao. © planejamento dos cortes muda em funcao dos objetivos do exame. A maior fre~ qiiéncia de solicitagao de TC de coluna esta relacionada com as compressées radiculares, quer seja pela presenca de hérnias discais, ou ainda, pela presenca de doencas degenerati- vas. O planejamento neste caso é direcionado para 05 niveis a serem pesquisados. Os cortes so paralelos ao disco correspondente ¢ yao desde 0 plano dos pediculos de uma vértebra, aproximadamente na metade do corpo verte- bral, até os pediculos da vértebra inferior. Esta faixa Cobre os forames intervertebrais por onde emergem os nervos periféricos, podendo ain- da evidenciar eventuais herniacGes dos discos intervertebrais. Quando o interesse no estudo da coluna esté voltado para tumores, traumas, ou pro- cessos infecciosos, 0 estudo poderd ser feito em bloco (uma Gnica angulacio do gantry), com um néimero de cortes suficiente para co- brir toda a regiéo de interesse, Nestes casos, 6 conveniente a aquisigao helicoidal para que se possa trabalhar com modelos de reformata- Goes multiplanares e, eventualmente, recons- trugoes tridimensionais. O uso de equipamentos multidetectores no estudo da coluna altera a forma de aquisi- Ao € tratamento das imagens, Nesses equipa- mentos a aquisicao é feita preferencialmente em bloco com cortes em tomo de 0,5 mm. ‘Ap6s a aquisicdo as imagens so reforma- tadas acompanhando 0 plano dos discos ir tervertebrais dos segmentos de interesse, Neste método convém ainda realizar reformatacoes ‘nos plano sagital e coronal. Carituto 3 Coluna Lombar Oexame de rotina da coluna lombar com- preende os trés iltimas segmentos, isto €: 05 niveis L3-L4, L4-L5 € L5-ST. Normalmente os segmentos L1-L2 e L2-L3 s6 sao realizados quando solicitados ou se apuradas suspeitas nestes nfveis por ocasio da entrevista ou ain- da se observadas alteragées importantes no scout nestes niveis. Em cada articulacao é feito um planejamen- to de forma a se obter cortes paralelos ao disco de interesse. Aproximadamente de oito a dez cortes sao feitos por nivel, cobrindo todo 0 fo- rame intervertebral (do pediculo de uma vérte- braao pediculo da vértebra adjacente) (fig. 3.41) O campo de visto deve estar ajustado as peque- nas dimensdes das vértebras, cerca de 14 cm. Os cortes s0 adquiridos em filtro standard, devendo ainda serem reconstruidos com filtro 6sse0 para documentagio propria (Figs. 3.42 a344), Planejamento Fig. 3.41 — Niels L344 (L415 / 5-57 Documentagao (Tabela 3.14) ‘+ Filme formatado 20:1 - Com referén- cias dos niveis de corte. + Janela de partes moles. + Janela dssea. Fig. 3.44 ~ “Janefa dssea ” Caritu.o 3 59 een para Coluna Lombar Coluna Cervical Oéestudo da coluna cervical é indicado nas doencas degenerativas, quadro de compres- sdo radicular alta e traumas na regiao. A exemplo da coluna lombar, o estudo direcionado aos principais niveis de interesse, informados pelo médico solicitante ou apur: dos na entrevista do paciente. Quando os ni veis ao so especificados, a rotina inclui os segmentos C4-C5, C5-C6 e C6-C7, e 05 cortes S40 efetuaddos nos planos dos discos (Figs. 3.45). No exame da coluna cervical, 0 paciente deve estar orientado para nao deglutir duran- te a aquisicao dos cortes, evitando-se assim artefatos de movimento. E bastante freqtiente a solicitacéo do exa- me para a avaliagdo de traumas na regio, Nes- te caso 0 planejamento dos cortes deverd ser feito em bloco, e a area de cobertura abrange toda a coluna cervical. Preferencialmente a aqui- sigao serd feita no modo helicoidal, visando-se, no momento da documentagao, as reformata- Ges multiplanares, particularmente as sagitais, que mostram com precisao o canal medular No trauma, as imagens sao obticlas com fil- {ro para osso e reconstrufdas com filtro standard para avaliacao de tecidos moles (Fig. 3.46). Documentacao (Tabela 3.15) * filme: formatagao de referéncia. * Janela de partes moles. * Janela para ossos. 20:1 ~ com nfveis Coluna Toracica E dificil identificar 0 nivel responsavel por um quadro de radiculopatia de origem toraci- 40 Fig. 3.46 — Tomograma C4.C5, Pee ca, por este motivo, o estudo desta regiao & mais comumente realizado com uma vatredura em todos os niveis (T1 a T12}, com cortes de espessura igual a 5 mm e incremento de 7 a 10 mm. Apés essa varredura, poderd ser im- Carituo 3 portante uma complementacdo com cortes mais finos em uma regiao que tenha mostrado alte- races compativeis com 0 quadro do paciente. Oexame da coluna toracica é realizado com FOV de aproximadamente 18 cm e a documen- tacdo em duas anelas (partes moles + 0503) (Ta- bela 3.16) Documentagao + Filme: formatacao = 20:1 — com niveis de referencia. + Janela de partes moles. + Janela para ossos. O Exame da Pelve e da Articulagao Coxofemoral - Com Interesse Osseo Com alguma frequéncia nos deparamos com solicitacoes de estudo da pelve, com interesse na sua estrutura dssea, exemplo dos casos dos tumores que acometem es- ses tecidos. Serd importante, no momento da entre~ vista com o paciente e a partir das informa- goes do médico solicitante, a identificacao desta situacdo, descaracterizando assim a ne- cessidade de preparo do paciente com con- traste oral e/ou via retal. A critério do médico radiologista, 0 pa- ciente poderé ou nao fazer 0 exame com con- traste iodado. Para o estudo de toda a pelve, os cortes sio feitos com 5 mm de espessura desde um plano superior as cristas ifacas até. um plano inferior aos isquios. O FOV deve cobrir toda a regio da pelve, A documentacdo é feita em ‘Cariruto 3 duas janelas, uma para osso e outra para par- tes moles, A documentagao ainda podera ser enriquecida com a incluso de modelos de reformatagées coronals e sagitals, ou recons- trucées tridimensionais. Quando o estudo esté restrito apenas a uma das articulagdes coxofemorais, tomamos as seguintes precaucoes: + FOY reduzido a regido de interesse (22 a 28 cm); + cortes iniciando-se num plano superior a0 acetabulo e ultrapassando os limites do trocanter femoral menor; + espessura de corte de 3 mm—incremen- to de 3 mm; * posicionamento dos pés com discreta rotacdo interna; + documentagao de partes moles @ osso e reconstrugées tridimensionais mais refor- matag6es coronais no plano do colo do fémur, Nos equipamentos multidetectores 0 es- tudo da pelve e do quadril é feito com cortes de 0,5 mm de espessura, seguido de refor- ‘mataces multiplanaraes de cada articulacao isoladamente. Joelho Com 0 advento da aquisicao helicoidal, aumentou a especificidace da tomografia com- putadorizada no estudo das articulacdes. Os equipamentos helicoidais permitiram a aqui- sigdo de grandes blocos de imagens, muitas vezes de pequena espessura, com a possibili- dade de reconstrugbes em curtos intervalos, favorecendo os modelos de reformatagdes rmultiplanares e tridimensionais. CO estudo do joelho com cortes de 3 mm de espessura reconstrufdos a cada 1,5 mm é um procedimento largamente utilizado quando se pretende trabalhar com modelos de reconstrugoes diversos. Alguns servicos chegam mesmo a fazer planejamentos com cortes de 1 mm, com reconstrugao de to- mogramas a cada 0,5 mm. Esta técnica per Al mite a obtengao de modelos de alta resolu- ao e pode ser empregada nos exames de artto-tomografia, evidenciando-se, além do tecido dsseo e muscular, as estruturas carti- laginosas ¢ ligamentares. Indicagdes: tumores, fraturas patolégicas, lesdes cartilaginosas, lesOes dsseas em geral O planejamento do exame de rotina esta yoltado para um estudo unilateral, O scout pode ser feito de frente ou perfil, sendo pre- ferivel o de perfil. estudo inclui cortes de 5 mm, iniciando-se num plano superior & pa- tela e ultrapassando a articulagao fibulotibial proximal (Fig. 3.47). Primariamente os cortes so adquiridos com filtro para osso, devendo ser reconstrut- dos com filtro standard para avaliagao das partes moles (Figs. 3.48 a 3.50). No posicio- namento convém retirar completamente a perna oposta do campo de exploracao, evi- tando-se assim artefatos na imagem, ‘Algumas vezes, 0 estudo comparativo necessario, particularmente nas disfungoes patelares e nas alteracdes das cartlagens re- tro-patelares, Nestes casos poderd ser neces- sirio estudo com flexdo dos membros inferiores de 15 graus, 30 graus e ainda uma aquisicao com flexao de 30 graus simples e 30 graus com contracao do quadriceps. Equipamentos Multidetectores Nos equipamentos multidetectores 0 exame do joelho é feito em bloco Gnico com cortes de 0,5 mm de espessura e documen- tado com reformatacoes nos planos coronal e sagital, Documentagao (Tabela 3.17) + Filme: formatagao: 20:1. * Janela éssea. + Janela de partes moles. Tornozelo O estudo do tornozelo é feito em dois pla- nos: axial e coronal Fig. 3.49 — Concilos 42 Capitulo 5 200 2 500 41.800 Estudo Axial No plano axial os cortes so obticos em aquisicao helicoidal, com espessura de 3 mm. Os cortes iniciam-se no plano superior & arti- culacdo tibio-tarsica e ultrapassam 0 calcaneo. OFOVéde aproximadamente 16 cmeaaqui- sicdo 6 inicialmente obtida com filiro para osso. No posicionamento axial, a superficie plan- tar deverd estar a 90 graus da pera. Neste plano a documentacio é feita com janela para ossos também partes moles (Ta- bela 3.18) Estudo Coronal O posicionamento coronal é feito com a pera do paciente flexionada de forma a fazer um angulo aproximado de 45 graus com a su= perficie da mesa. A imagem obtida neste posi- cionamento 6, na verdade, um “falso coronal”, no entanto, muito Gti para as conclusdes diag- nésticas do médico radiologista Carfruto 3 Neste plano, os cortes iniciam-se poste~ riormente a articulacio tibiotarsica, indo além do talus, com espessura de 3 mm e incremen= to de 3 mm. A dacumentagao dos cortes coronais po- dera ser feita apenas com “janela 6ssea" Equipamentos Multidetectores Nos equipamentos multidetectores 0 exa- me do tornozelo ¢ feito em bbloco Gnico, com cortes de 0,5 mm de espessura.e documnenta~ do com reformatagbes nos planos coronal e sagital Tabela 3.18 Iago para Tornezelo ie ea as 5 ER fanela sea, 1.800) Pés Normalmente 0 estudo dos pés ¢ feito de forma comparativa. Por esta razao, de- vemos ter um cuidado especial com 0 seu posicionamento. Os pés devem estar, tanto quanto possi- vel, simétricos, possibilitando a visualizacao nos cortes tomograficos das mesmas estruturas ana- tomicas. Esta conduta retrata 0 zelo na realiza- ao do exame € ajuda o médico radiologista nas suas interprretagOes. Estudo Axial No plano axial os cortes podlerdo ser obti- dos em aquisicao helicoidal com espessura de 3 mm, Os cortes iniciam-se paralelamente & superficie plantare ultrapassam 0 dorso do pé. O FOV éde aproximadamente 26 cm e a aqui- sigdo ¢ inicialmente obstida com filtro para osso. No posicionamento axial a superficie plan- tar deverd estar a 90 graus com a perna. Reco- menda-se, neste momento, a utilizagao de suportes radiotransparentes. 43 Neste plano a documentacao ¢ feita com janela para oss0s e também partes moles (Ta~ bela 3.19) Estudo Coronal O posicionamento coronal é feito com a perna do paciente flexionada de forma a fa- zer um angulo aproximado de 45 graus com a superficie da mesa, A imagem obtida neste posicionamento 6, na verdade, um “falso co- ronal”, no entanto, muito atil para as conclu- ses diagnésticas do médico radiologista. Dependendo dos objetivos do exame, os cortes Coronais podem “varrer” toda a exten- sao plantar com cortes de 5 mm de espessura 5 mm de incremento. No entanto, em fun- cao da historia do paciente, os cortes coronais: poderao ainda ser planejados numa drea me- nor, com espessura dos cortes reduzida e au- mento da resolucao das imagens. A documentacao dos cortes coronais po- dera ser feita apenas com *janela dssea’, Equipamentos Multidetectores ‘Nos equipamentos multidetectores 0 exame do pé ¢ feito em bloco tinico, com cortes de 0,5 mm de espessura e documen- tado com reformatacées nos planos coronal e sagital. Tabela eee Ombro © estudo do ombro tem como princi- pal indicago os traumas acompanhados de fraturas e, menos freqiientemente, pode ser indicado para estudo das patologias dolo- rosas e degenerativas. A aquisicao deve ser 44 feita no modo helicoidal. Modelos tridimen- sionais ¢ reformatagées multiplanares serao importantes na documentacao. Os cortes sao de 3 mm de espessura, adquiridos de forma contigua (Figs. 3.52 a 3.54). No posicionamento do ombro, 0 membro Superior correspondente fica em extensao maxima, com a palma da mao voltada pata a frente e junto a0 corpo; 0 membro superior ‘posto é elevado, ficanclo por sobre a cabeca do paciente, O scout ¢ feito de “frente”, ¢ 0 planejamento dos cortes nao softe angulacao (gantry = 0 grau) (Fig. 3.51) Equipamentos Multidetectores Nos equipamentos multidetectores 0 exa~ me do ombro é feito em bloco Unico com cor- tes de 0,5 mm de espessura e documentado om reformatagdes nos planos coronal e sagi- tal, acompanhando como referéncia 0 plano das escépulas. No caso de apresentacao de fra- turas a documentacio deve incluir ainda re- construgées 3D. Plangjamento Fig. 3.51 ~ Scout Documentacao (Tabela 3.20) * Filme: formatagao: 20:1 * Janela para osso. * Janela partes moles. CariruLo 3 Fig. 3.54 ~ Ditiise umeral! lamina Cariruco 3 eee Pee Cotovelo © estudo do cotovelo é muito utilizado nas fraturas complexas desta regiao, A aquisicao deve ser helicoidal. A docu- mentacao inclui reformatacdes multiplanares € reconstrucdes tridimensionais. © posicionamento do cotovelo é trabalho- so e, pteferencialmente, deve ser feito com 0 braco do paciente para cima, de forma que 0 cotovelo ultrapasse 0 limite superior do cranio. Os cortes 540 feitos com 3 mm de espessura, Quando nao for possivel o posicionamento com co brago pata cima, 0 paciente ficaré com o bra- ‘co.em extenso ao longo do corpo, com a pal- ma da mao voltada para cima. Neste caso seré rnecessdrio um aumento significativo da dose de exposigao, considerando que o corpo do pa- Giente estard também na trejetsria do feixe. Equipamentos Multidetectores Nos equipamentos multidetectores 0 exame do cotovelo ¢ feito em bloco nico com cortes de 0,5 mm de espessura e documentado com reformatagdes nos planos coronal e sagital Planejamento Figs. 3.55 e 3.56. Documentacao (Tabela 3.21) + Filme: formatacdo: 20:1 + Janela éssea, + Janela de partes moles. Punho. © estudo do punho é largamente utiliza- do nas fraturas que acometem os 05505 do car- po, particularmente o escaféide. AS 1 mm a cada 1 mm de espacamento, ad- quiridos no modo helicoidal e posterior mente recontruidos a cada 0,5 mm. Uma Gnica aquisicao cobrindo toda a regiao do catpo é suficiente (aproximadamente 60 cortes de 1 mm). Nos equipamentos multidetectores os cor- tes sdo feitos com espessuras menores que 0,5 mm e as imagens documentadas em reforma- tages multiplanares diversas (Fig. 3.58) Planejamento Scout “braco para cima’ Fig. 357 — Scout 60 cortes de 1 mm, Fig. 3.56 — Janela dssea (antebraco proximad. Pera Pee eee ‘Nivel = Wi anole = Wit? Partes moles 200 200 Osos 200 2,000 O posicionamento é feito com 0 braco para cima € com pronagao do membro su- perior (Fig, 3.57). Os cortes deverdo ser de Pequena espessura, sendo recomendavel de Fig, 3.58 —Punho: partes moles 46 Carituto 3, Documentacao (Tabela 3.22) + Filme: formatacao: 20:1 * Cortes axiais: janela dssea + partes moles + Reconstrugao coronal: um filme 12:1 + Reconstrucdo sagital: um filme 12:1 O Exame das Extremidades em Geral Asextremidades sao estudadas pela tomo- srafia para avaliaco de fraturas complexas € tumores em geral. O estudo deverd, em geral, ser feito em aquisicao helicoidal, visando-se & documentagao do exame com reformatacées em diferentes planos e a incluso de madelos tridimensionais. Os softwares hoje utilizados nas recons- trugGes tridimensionais permitem a construcéo de modelos orientados para diferentes tecidos. Assim, por exemplo, pode-se realizar um exa- me do tornozelo e incluir fotogratias tridimen- sionais dos ossos da regido ou apenas dos Carituto 3 tend6es, facilitando a conduta terapéutica no tratamento do paciente ou mesmo 0 planeja~ mento de uma cirurgia. Os exames das extremidades sao prima- riamente documentados com janela para tecido ‘ésseo. No entanto, a documentagao de partes moles poder fomecer informacGes importantes para o médico radiologista e ser preponderante na orientagao da terapeutica a ser utilizada pelo médico especialista. Convém realizar uma do- cumentagao com esta “janela” em pelo menos um dos filmes do exame (Tabela 3.23). Documentacao * Filme: formatacao 20:1 * Janela dssea. + Partes moles + Filmes especiais com reformatagées multiplanares. * Filmes especiais com réconstrugdes dimensionais 47 Coluna Cervical Oestudo da coluna cervical é indicado nas doencas degenerativas, quadro de compres- sio radicular alta ¢ traumas na regido A exemplo da coluna lobar, 0 estudo direcionado aos principais niveis de interesse, informadios pelo médico solicitante ou apura dos na entrevista do paciente. Quando os ni- veis no séo especificados, a rotina inclui os segmentos C4-C5, C5-C6 e C6-C7, e08 cortes 540 efetuacios nos planos dos discos (Figs. 3.45). No exame da coluna cervical, 0 paciente deve estar orientado para nao deglutir duran- te a aquisicao dos cortes, evitando-se assim artefatos de movimento, E bastante freqiiente a solicitacdo do exa- me para a avaliacio de traumas na regio, Nes- te caso 0 planejamento dos cortes deverd ser feito em bloco, e a rea de cobertura abrange toda a coluna cervical. Preferencialmente a aqui- sigdo seré feita no modo helicoidal, visando-se, no momento da documentacao, as reformata- es multiplanares, particularmente as sagitais, que mostram com precisao o canal medular. No trauma, as imagens sio obtidas com fil- tro para asso e reconstrufdas com filtro standard! para avaliagdo de tecidos moles (Fig, 3.46). Documentagao (Tabela 3.15) * Filme: formatagao = 20:1 — com niveis de referencia. * Janela de partes moles. * Janela para ossos. Coluna Toracica E dificil identificar o nivel responsavel por um quadro de radiculopatia de origem toraci- 40 por este motivo, o estudo desta regiao é omumente realizado com uma varredura em todos os niveis (TT a T12), com cortes de espessura igual a 5 mm e incremento de 7 a 10 mm. Apés essa varredura, poderd ser it Cariruto 3 RapioLoaia DiciraL A radiologia digital € o ramo do diagn ‘coem satide que emprega sistemas computaci onais nos diversos métodos para a aquisicao, transferéncia, armazenamento, ou simplesmen- te tratamento das imagens digitais adquiridas. A evolucao da computacao, especialmen- te na drea médica, permitiu um enorme avan- 0 no diagnéstico por imagem. A partir de modernos sistemas computacionais desenvol- vidos em plataformas apropriadas de tratamen- to grafico tornou-se possivel uma gama de. aac6es que vo, desde uma simples medi- da linear, até um complexo modelo de apre- sentacio tridimensional. Os mecanismos de comunicacéo, transferéncia de arquivos ¢ ar- mazenamento de informacées possibilitaram ainda o estabelecimento do trabalho em rede, ujos equipamentos conectados entre si pas- saram a trocar informagGes sobre 0 paciente, ‘05 exames, 0s protocolos, ou simplesmente passaram a fazer 0 armazenamento de ima- gens e documentacao radiografica em impres- soras laser. O ambiente de rede comum nos servicos de diagnéstico por imagem € conhecido pela sigla RIS (Radiology Information System). Arede RIS apresenta melhor eficiéncia quando co: nnectada ao Sistema de Informacoes do Hos tal — HIS (Hospital Information System). CapituLo 4 Com 0 auxilio de redes de transmissao de alta velocidade ou mesmo via intemet, tornou- se possivel o envio de imagens para equipa- mentos localizados em pontos distantes do servico de origem. Este tratamento da imagem digital constitui a base da telerradiologia A comunicacao entre os equipamentos de diagnéstico por imagem e estacdes remotas tomouse possivel gracas ao desenvolvimento de redes ce computacao de longa distancia (WAN — Wide Area Network) e de softwares modernos de transmissio de dados. A partir do uso da telerradiologia, hospi tais, clinicas ou mesmo residéncias particula~ res, localizadas em pontos distantes, passaram a receber arquivos de imagens, permitindo a seus usuarios um tratamento interativo a dis~ tancia, abrindo novas perspectivas para o tra- tamento das imagens com fins diagndsticos. © Computador © computador usa o sistema binario de informacdes como base numérica para inter pretacdo e execucso das suas fungoes. O elemento basico de informagio € o bit (binary integer), unidade que admite 0 estado légico “um” ou “zero” (ON / OFF). Ardem de execugao de uma tarefa a um computador é dada por meio do byte. O byte, 49 porsua vez, éa informacao conticla num con- junto de oito bits. Os computadores podem receber ordem a partir de cito bits (um byte), 16 bits (dois bytes), 32 bits (quatro bytes) ou mesmo 64 bits (oito bytes). A CPU (Central Processing Unit) A CPU € 0 principal processador das i formagées. A velocidade com que uma CPU trabalha os dados é fundamental, particular- mente na radiologia digital que lida com ima~ gens médicas, muitas vezes, de alta resolucao abela 4.1). Nos computadores pessoais 0 proces- sador Pentium & 0 mais comum, sendo tam- bém utilizado em alguns sistemas digitais de imagens. Pee Reece a eee eee re) Memoria Memoria RAM (Random Access Memory) 5 computadores utilizam-se de dispo- sitivos que armazenam informacées como “bits", por meio de capacitores, semicondu- tores ¢ transistores, denominados meméria RAM. A meméria RAM contém os progra- mas que fazem 0 computador funcionar e 6 esté disponivel quando o equipamento esté ligado. Os equipamentos de imagem possuem computadores cam meméria RAM entre 16 e 256 Mb, 50 Sinal Analégico Os sinais analégicos sao transmitidos de forma continua e periddica, A propagacio do som € um exemplo tipico de sinal analégico’ (Fig 4.1), Propagacao da energia Fig. 41 ~ Propagacio do sinal analégico. Sinal Digital (Os sinais digitais sao transmitidos de for- ma discreta, isto €, em valores absolutos, € podem facilmente ser manipulados por com- utador. Neste caso os valores discretos so transformados em digitos e convertidos no sis- tema binério. Os sinais digitais constituem 0 principio da formagao das imagens digitais. Conversao do Sinal Analégico para Digital A conversio dos sinais analégicos para di- Bitais deve obedecer ao Teorema de Nyquist Diz 0 teorema que para a representacao em valores discretos de um sinal analégico perié- dico, devemos obter no minimo duas am tras do sinal por perfodo (Figs. 4.2 e 4.3). SS Fig. 42 ~ Sinal Analégico, Cariruto 4 Fig. 43 ~ Sinal Digial Um ndimero de amostras inferior a0 pro- posto por Nyquist seria incapaz de reproduz com fidelidade a informacao analogica. NG- mero de amostras superior a0 proposto pro- duz excesso de informacao “overrange”, ocasionando “aliasing” Imagem DiciTaL As imagens geradas nos diferentes equi- pamentos de diagndstico por imagem podem ser reconstruidas a partir da transformacao de um néimero muito grande de corrente elétrica em digitos de computador, formando uma imagem digital A imagem digital € apresentada em uma tela de computador ou filme radiografico na forma de uma matriz formada pelo arranjo de linhas e colunas. Na interseccao das linhas com as colunas forma-se a unidade basica da ima- gem digital, o Pixel (picture element). Pata que a imagem digital possa ser inter- pretada como a imagem de um abjeto ou de tuma estrutura anatéimica, os digitos de cada pixel da imagem sao convertidos em tons de cinza numa escala proporcional a seus valores. ‘A imagem digital final serd o resultado do arranjo de uma grande quantidade de pixels, apresentando tonalidades diferentes dle cinza e formando no conjunto uma imagem apreciével. Caracteristicas Pixel © arranjo de linhas e colunas forma a matriz da imagem digital (Tabela 4.2). Quanto Cariruto 4 maior a quantidade de linhas e colunas, me- nor seré 0 pixel e, conseqiientemente, melhor sera a resolucio da imagem final. No entanto, a imagem nao tera necessariamente melhor qualidade, pois os sinais provenientes de pixels de pequenas dimensdes apresentam grande quantidade de ruido eletrénico, prejudicando as imagens que passarao a se apresentar com aspecto granulado. Pore Re eres eric Se 256x192 & z= a 256 x 256 sa 1.024 x 1.024 2048 2.048 ‘As imagens digitais poderao ainda se apre- sentar com resolucdo diferente daquela em que foram adquiridas. Com a ajuda do com- putadlor e pela técnica de interpolacao de da- dos, uma imagem inicialmente adquirida com matriz 192 x 192 poder ser apresentada como de matriz 256 x 256. Neste caso 0 preenchimento dos pixels seré caleulado com base nas informacoes disponiveis na mem6- ria do computador. Em ressonancia magnética, a técnica de interpolagao de dados reproduz imagens em matriz com resolucao de até 1.024 x 1.024 Voxel Em tomografia computadorizada e resso- nancia magnética nuclear, as imagens repre- sentam as estruturas anatémicas em “cortes” ou ““fatias”. A espessura do corte esta relacio- 51 nada com a profundidade da imagem. O cubo de imagem formado pelo pixel mais a espes- sura do corte que representa (profundidade) 6 denominado voxel (elemento de volume) © voxel poder ser isotrépico, quando apresentar as mesmas dimensées entre a sua largura, altura e profundidade ou anisotrépi- co, quando essas medidas forem diferentes (Figs. 4.4 4.5). Fig. 4.4 — Voxel iotrdpico, Fig. 4.5 ~ Voxel anisoerspico. © conjunto de imagens utilizadas na pre- paragio de modelos tridimensionais ou de re- formatacio multiplanar devera, tanto quanto possivel, se aproximar do modelo isotropico. Com 0s modelos isotropicos obtemos imagens de reconstrticao ou reformatagio com quali- dade compardvel 8s imagens adquiridas origi- nalmente (Figs. 4.6 ¢ 4.7) Os diversos métodos de diagnéstico que trabalham com imagem digital necessitam’ fazer uma conversao da imagem analdgica para a linguagem compreendida pelos com- putadores, o sistema binario de informacao 52 Fig. 4.6 ~ Modelo sotnipico. Fig. 4.7 ~ Modelo anisotrépico abela 4.3). O dispositive responsavel pela transformacao dos sinais da imagem em equi- yalente no sistema binario 6 o ADC (Analog to Digital Converter). Este dispositive tem por fi- nalidade converter a voltagem corresponden- te a um ponto em particular do objeto em digitos de computador. Tabela 4.3 Video 625 linhas 512x512 As informacées presentes na curva senoi- dal da voltagem sao transformadas em amo: tras que obedecem ao principio da frequéncia de Nyquist (Informacées nao inferiores a2 xa frequiéncia de uma onda) Cariruto 4 DAC - Conversor Digital Analégico Nos sistemas digitais, os dads brutos ar- mazenados pelo computador serdo processa- dos pelo dispositivo conhecido por DAC (Digital Analog Converter), que se encarregara de atri- buir aos diferentes digitos o correspondente de uma escala de cinzas. ‘Apés o processamento, esta imagem esta- +4 disponivel para ser apresentada na forma de uma matriz com escala de cinzas em um terminal de video, impressora, ou mesmo, fil me radiogratico Qualidade da Imagem Digital O ruldo, principal fator que afeta a quali- dade de uma imagem digital, pode ser defini- do como um artefato eletrdnico e se caracteriza pela presenca de “granulagio” na imagem. A presenga do rufdo depende de vérios fatores: Detectores Os detectores sao responsiveis pelo rufdo quantico, resultado da interacao do fluxo de fotons do feixe com 0 material sensitive dos detectores. Eficiéncia na digitalizagao Eficiéncia na conversao dos sinais anal6gi- cos na codificacao binaria. Depende direta- mente da eletrdnica utilizaca no equipamento. Magnificagao Diminuindo-se 0 campo de visio, dimi- nui a densidade de fotons, o que aumenta 0 ruido. Resolucao da imagem A resolucao da imagem digital esté rela- cionada com a matriz. Quanto maior o arran- jo da matriz, melhor serd a resolucao da imagem. © tamanho do pixel varia em fungio do campo de visio (FOV) utilizado. Capiruto 4 O tamanho do pixel é dado pela formula: FOV Pixel = | Matriz | aa A resolucéo da imagem pode ainda ser definida em linhas por mm (Lp mm-1) espe- cialmente nas imagens apresentadas em telas de computador. Amamografia digital 18 x 24 cm necesita de uma matriz 2.048 x 2.048 para fornecer uma resolucao de aproximadamente 0,1. mm Processamento das Imagens Digitais A grande vantagem da imagem digital eta na possibilidade do seu processamento, que permite alterar, com técnicas simples de com- putacdo, realce dos contornos, a suaviza- Gao das imagens, magnificagao, inversdo de cores etc Distinguimos dois tipos basicos de filtros digitais que influenciam na qualidade das imagens digitais: o filtro Low Pass e o filtro High Pass. Low pass (Smoothing filter): Suaviza a ima- gem, reduzindo o rufdo aparente. High pass (Enhancing filter): Aumenta o detalhe da imagem por meio do realce dos con- tornos. Também aumenta o ruido aparente. O processo de filtragem digital associa uma escala maior ou menor de tons cinza que re- presentarao os digitos nos dacios brutos da imagem ImaGeENs DIGITAIS NOS ATUAIS CENTROS DE DIAGNOSTICO POR IMaGEM A tecnologia digital, implementada nos tiltimos anos, permitiu que as imagens produ- zidas nos atuais centros de diagnéstico pudes- sem ser trocadas ou simplesmente enviadas para diferentes equipamentos, estagdes de tra- 53 balho, ou mesmo para diferentes setores em uma unidade hospitalar, como por exemplo, entre o setor de diagnésticos e a unidade de terapia intensiva, Este trabalho, no entanto, nunca foi de facil implantacao por causa do tamanho dos arquivos gerados pelas imagens igitais, pois muitas vezes nos deparamos com exames que apresentam um numero muito grande de imagens. Outro fator de limitagao est relacionado com a velocidade de trans missao de dados. Se os dados forem transmit dos a velocidadles baixas, este procedimento poder nao ser viavel. Sistema DICOM 3.0 Com o objetivo de unificar os arquivos de imagens e facilitar a manipulacao e transferén- cia desses arquivos entre os diversos equipa- mentos ¢ setores de um hospital, o American College of Radiology ~ ACR, em conjunto com 0 National Electrical Manufacturers Association = NEMA criou no ano de 1993 um protocolo de imagens médicas denominado Dicom. O sistema Dicom — Digital Image and Communications in Medicine, 6 um protoco- lo que permite a manipulacdo e tansferén- cia de imagens usadas em medicina entre diferentes equipamentos. Uma imagem arquivada em modo Dicom pode ser manipulada, modificada ou mesmo transferida para qualquer estacao de trabalho compativel com este protocolo, As plataformas usuais de manipulacao de imagens digitais sao: Silicon Graphics, Digital Graphics, Sun Systems, Windows e Linux. WorKSTATION ‘Aworskstation (estagao de trabalho) (Fig. 4:8) 0 posto onde se processam as imagens digitais com diversas finalidades, destacando-se: + reformatacdes multiplanares; * reconstrucées 3D (tridimensionais); + teconstrugdes vasculares; + medidas lineares de angulos e de volumes; + andlise de densidades; 54 * adicao ou subtracao de imagens; + andlises funcionais; + outras, Caracteristicas de uma Workstation Monitor: 17 a 21 polegadas, colorido, Necessita de ajuste de brilho/contraste com 0 sistema de impresséo de filmes, nor- malmente uma camara laser. Keyboard: Teclado alfanumérico acrescido de func6es que agilizem determinaclas tarefas de rotina, Mouse: Usualmente apresenta triplo co- mando. Normalmente 0 botéo da esquerda executa 0s comands principals e se assemelha a tecla “enter” do computador. O botio da di- reita executa tarefas de rotina pré-definidas. 0 botio central controla o brilho © 0 contraste, auxiliando na documentacdo das imagens. Trackball: © trackball é um dispositivo em forma de esfera, que em alguns casos substitui ‘© mouse e esti relacionado com o tratamento grafico das imagens. Fig. 48 ~ Workstation General Electric, TRATAMENTO DA IMAGEM DIGITAL Principais tarefas em uma Workstation. Formatacao (Format) (Figs 4.9 e 4.10) + Tela (Screen). + Filme (Film). Carituto 4 Fig. 49 — Filme 5x3. Fig. 4.10 — Monitor 2x 2 A formatacao esté relacionada com a dis- posicao das imagens apresentadas no filme ou na tela do monitor. Podemos formatar a tela ou filme para apresentar uma Gnica ima- gem ou miltiplas imagens. Normalmente a tela do monitor 6 formatada para apresenta- ao de uma Gnica imagem, enquanto o fil- me pode apresentar uma formatacao para até 60 imagens. CariTuLo 4 Apresentacao (Display) Depois de adquiridas, as imagens po- derao aparecer na tela do monitor sem nenhu- maalteracao ou aincla magnificadas, invertidas, em cores etc. Reformatacao (Reformat) A reformatagio é uma técnica que per- mite a reconstrucao de imagens em diferen- tes planos a partir de um bioco de imagens previamente adquiridas com esta finalida- de (Figs. 4.11, 4.12 e 4.13). A técnica de re- construgéo de imagens em planos diferentes do originalmente adquirido € conhecida por reformatacao multiplanar. Fig. 4.11 ~ Reformat curva Fig. 412 = Reformat coronal 55 Fig. 4.13 — Reformat racial A reformatacio permite a reconstrucao de imagens nos planos: + axial; * coronal; + sagital; * obliquo; + cuno; * radial. Na obtencio das imagens-fonte que se- ¥0 utilizadas na reformatacao multiplanar de- vero ser tomadas as seguintes precaucées: 1. quanto menora espessura do corte, me- thor sera 0 modelo de reformatacao; 2. 0 centro de reconstrugao nao deve ser mudado entre a primeira e a titima ima- gem do bloco; 3. 0 FOV e a espessura do corte devem permanecer constantes no bloco de imagens-fonte, Magnificacao (Zoom ~ Magnify) Fator de Magnificacao (MF). ‘A magnificacdo € a técnica que modifica as dimensoes da imagem, Quando 0 fator de magnificacao for igual a um, a imagem sera apresentada na sua dimensao normal de aqui- sigao. Fatores maiores que um mostram uma imagem ampliada em relacdo a original. Fato- res menores que um mostram uma imagem menor que a original (Fig. 4.14), O fator de magnificacao de 1,2 apresen- tard uma imagem com ampliacdo de 20% em relagdo & original. © fator 2,0 apresenta uma imagem com o dobro do tamanho da original 56 Fig, 414 — Magnificacao. Lupa (Magnifying Glass) A lupa é um pequeno quadrado ou cfrcu- lo que se apresenta sobre a tela do monitor, podendo ser deslocada para colocar em evi- déncia areas de interesse na imagem, Deslocar Imagem (Scrolling) Coma a ajuda do mouse ou trackball é possivel deslocar a imagem na tela do compu- tador. Esta fungao ¢ especialmente itil quan- do desejamos enquadrar uma imagem ou érea de interesse antes de fotografé-la, Fechar Area na Imagem (Shot/Matte) A fungio matte ou shot permite que se escolha uma area da imagem colocando-a em evidéncia e apagando-se o que nao for de interesse (Fig. 4.15). Esta funcao ¢ dtl para re- tirar da imagem eventuais artefatos e imagens indesejadas, CarituLo 4 Fig. 4.15 ~ Funcdo SHOTMATTE. Anotacao (Write/Annotate) Recurso que permite a insercao de textos, setas e pequenos graficos na imagem (Fig. 4.16), Fig. 4.16 — Puncdo escrever Remover/Apagar (Erase/Delete/Remove) ‘Apaga uma imagem, parte de uma ima- gem, uma série ou mesmo um exame, Cine/Dinamica (Cine/Paging/Looping) Recurso que permite a apresentacio di- namica das imagens de uma série ou de todo um exame. A apresentacao dinamica é muito importante no estudo do coragao em RNM. Carituo 4 Girar a Imagem (Rotate/Flip/Mirror) A apresentagio das imagens pode sofrer variagdo para corrigir um posicionamento ou colocar em énfase uma determinada estrutura anatémica (Fig. 4.17). ‘Assim as imagens poderao se apresentar de forma normal (Up). De cabeca para baixo (Down) Invertidas quanto ao lado (Left/Right). Poderao, ainda ser apresentadas segundo um Angulo de interesse (15"/30%/45°) Fig. 4.17 — Rotate Medidas (Measure - Distance - Angle — Volume ~ ROI) Distancia ‘A funcéo distance mede a distancia entre dois pontos (Fig. 4.20). Volume Medidas de volume sao obtidas por meio de circulos, figuras geométricas definidas e fi- {guras obtidas por tracado livre. Angle Medidas de Angulos necessitam de pelo menos trés pontos definidos ou duas retas qué se intersectam (Fig. 4.18). 57 ROI (Region of Interest) © RO! (region of interest) € uma funcao muito utilizada em tomografia computadoriza- da, © ROI corresponde a uma figura geomeétri- ca colocada sobre a imagem, normalmente um circulo, e mede a densidade relativa do tecido segundo a escala de Hounsfield, a drea corres- pondente em milfmetros quadrados ¢ 0 seu desvio padrao (Fig. 4.19). Fig. 4.18 — Angle oes SOC en ‘ Fig. 419 ROI 58 Fig. 4.20 — Medica linear. Filtros de Imagem (Enhance/Smooth/Sharp) AAs imagens digitais podem receber trata- mento que alteram 0 seu aspecto visual. Os tratamentos sao obtidos por filtros tipo High Pass e Low Pass. * Os filtros High Pass dao realce as ima- ‘gens e podem ser do tipo: = Enhance/Sharp/Edge. + Osfiltros Low Pass suavizam a imagem e podem ser do tipo: = Smooth(Sort. Inversao de Tela (Inversion) Funcao que permite a inversdo da escala de cinzas na tela, «til na documentagio de estudos vasculares (Figs. 4.21 e 4.22), Fig. 421 ~ Imagem iovertica Capiruto 4 Fig. 422 ~ Imagem normal. Imagens de Referéncia (Reference Image/Cross Reference) Reference Image Pequena imagem colocada no canto da tela © que mostra a orientacdo anatémica da imagem principal (Fig. 4.23). Fig. 423 Reference image. Cariruco 4 Cross Reference Mostra © planejamento de toda uma sé- rie, ou parte dela, ou mesmo de uma Gnica imagem por meio da demonstracao grafica dos planos de cortes realizados (Fig, 4.24) Fig. 4.24 ~ Cross Reference. Algoritmos de Reconstrugao (TC) Em tomografia computadorizada as imagens podem ser reconstrufdas utilizando-se de algo- ritmos de reconstrucao que colocam em evidén- cia alguns tecidos em particular (Tabela 4.4). A dlassificagao esté relacionada com a na- tureza do tecido estudado (Figs. 4.25 a 4.27) Sofi Tecidas mole em cr Standard __Tecilos moles no adit. Masculos ewicoras Deel ‘Tecidos de densidade inermediata. usculos © sos, j Bone Eniase as teclos eos. 59 €. h Fig. 4.26 ~ Lung, Fig. 427 ~ Bone. 60 Ordenar (Sort By) Os estucos, séties e imagens podem ser ordenados segundo parimetros préprios. A indexacao pode ser feita por data, nome, lo- calizagao etc. (Tabela 4.5). A fungao Sort By permite a ordenacao, Naimero imagem: Sort by Focation (Ordena por localizacio, Sort by phase Por fase do batimento cardiac. sae EB Arquivo (Archive) — Save. — Restore/Retrieve. ‘As imagens podem ser arquivadas em di- versos meios: discos flexiveis, disquetes, dis- cos Opticos, fitas magnéticas, fitas DAT e CD. ‘Os comandos utilizados para salvar as ima~ gens nas diferentes midias sao: * Save. + Archive, ‘As imagens armazenadas podem ser recu- peradas do equipamento ou da workstation para o hard disk por meio dos comandos: + Retrieve + Restore, Rede de Comunicacéo (Network) Os modernos centros de diagnéstico dis- pGem de recursos de comunicagao entre dife- rentes equipamentos ou ainda com outros departamentos do hospital ou clinica, CarituLo 4 Os principais comands utilizados nas redes de comunicagao sao apresentadas na Tabela 4.6). cor eo Tansnbihond Pam evar um ane ou Pale de PullfReceivelGet_——Permite que se receba um exame ou parte dele. Documentacao (Filming - Film Composer) A documentacao usual dos exames reali- zaclos em tomografia, na ressonancia magné- tica e na medicina nuclear é feita em sistemas laser. Ap6s a impressio dos filmes, os mesmos so encaminhados para processadoras conven- cionais de sistema imido (wet-system), ou para processadoras de filmes a seco (dry-syster). No processo de documentagao, o primei- ro passo a definir & a formatacao do filme de acordo cam o protocolo do servico, levando- se sempre em consideracdo a quantidade de imagens a documentar. O comando para im- pressdo das peliculas € o Print. Nos centros modernos de diagnéstico a impressora a laser normalmente fica acoplada a uma processadora de filmes para tornar pra- tico © processo de conclusao da documenta- ao de um exame. RECONSTRUCOES TRIDIMENSIONAIS As reconstrucdes tridimensionais s0 mui- to Gitels na demonstragao das fraturas comple- xas obtidas pela tomografia computadorizada Carituto 4 Fig. 4.28 — Processadora e camara laser acopladss. nas apresentacdes dos estudes vasculares em tomografia e ressonancia magnética. Com 0 desenvolvimento dos softwares de reconstrugdes tridimensionais, particularmente a técnica de renderizacio “volume rendering” (Fig. 4.29), 05 modelos passaram a reproduzir com maior fidelidade a anatomia da regio de interesse. Assim, tornou-se possivel por meio desta técnica a demonstragio dos ossos de uma articulagao junto com os seus ligamentos, ou mesmo, com a musculatura da regiao. Convenientemente trabalhadlos, os mode- los podem apresentar os diversos tecidos por diferentes cores, facilitando a interpretacao anatémica. Fig. 429 — CT - multislice ~ coracéo. 61 Matrizes de alta definicao e cortes de pe- quena espessura formando modelos isotr6} Cos sao fundamentais para uma reconstrugio com qualidade. Construindo um Modelo Tridimensional Passos Escolher o Conjunto de Imagens Selecionar o exame e, nele, escolher a sé- rie de interesse. Na série selecionamos 0 conjunto de ima- gens para a construcao do modelo, (Os cartes devem possuir os mesmos pard- metros de reconstrucao (FOV / Espessura/ Cen- tro de reconstrugao). Definir os Limites da Intensidade do Sinal (Threshold) CO threshold ou limiar é um parametro rela- cionado com a intensidade (brilho) do pixel que aparece na tela co monitor. Os pixels que apre- sentam a tonalidade cinza-escuro estao relacio- nados com materiais de baixa densidade (Ex. ar); 0s pixels que apresentam a tonalidade cin- za-claro estao relacionados com materiais que apresentam alta densidade (Ex.: 0550) Qs limites minimo e maximo de intensi- dade de sinal escolhidos para a recanstrucao dos modelos tridimensionais influenciam di- retamente nas estruturas que tomarao parte no modelo final, * Threshold mtnimo, + Threshold maximo. Comandos para Execucao da Tarefa + 3D ~ Build model — Reconstruct. Trabalhando o Modelo Numa etapa inicial, os modelos tridimen- sionais podem se apresentar com muitas im- perfeicdes. Varios recursos estao disponiveis 62 para melhorar © modelo, otimizando o resul- ‘ado final. Obviamente estes recursos mudam entre diferentes fabricantes. Os recursos comumente encontrados saa: Filtro (Filter) Recurso utilizado para extrair do modelo ruidos de imagem, pequenos fragmentos e ar- tefatos isolados. Corte (Cut) A ferramenta corte (cut) é muito utilizada para eliminar partes indesejadas na imagem, ou ainda, para apresentar 0 madelo com viséo dirigida ao seu interior. Os cortes podem ser aleatérios ou estar relacionados a planos ou quadrantes pré-ce- terminados (Pintura (Paint) Omodelo poderd ser pintado por uma cor de interesse ou ainda par cores diferentes em regides especificas, a critério do operador. Unindo Partes de um Modelo (Mixing) As vezes, a funcao “corte” 6 utilizada para dividir um modelo em duas ou mais partes. Cada parte poderd ser tratada de for- ma isolada. A fungao mixing permite a unido das partes tratadas isoladamente, formando 0 modelo final. Modelos Pré-definidos ‘A maneira mais répida e facil de lidar com as reconstrugées tridimensionais é utilizar-se de modelos pré-definidos, normalmente dis- ponibilizados pelos fabricantes. Estes modelos apresentam definidos os valores minimo e maximo da intensidade dos pixels que serdo usaclos na reconstruc e tam- bém as cores que serao utilizadas para cada tecido em particular. Cariruto 4 Os modelos mais comumente encontra- dos sao: 6sseas na tomografia computa- dorizada (Fig. 4.30). * Indicagio: Fraturas complexas. + Threshold minimo: 100 + Threshold maximo: (méximo), 3D ~ Coluna Cervical Fig. 430 CT — Soft Para reconstrugées de partes moles em tomografia (Fig. 4.31) * Indicacio: face, malformacées + Threshold minimo: -300, * Threshold maximo: (maximo). CT ~Lung Reconstrucdes da distribuigao vasobrén- quica e do parénquima pulmonar (Fig. 4.32), * Indicacoes: tumores, T.E.R *+ Threshold minima: -1.000. * Threshold maximo: 100. Carituco 4 Fig. 4.32 30 Pulmao, CT ~Angio * Reconstrucéo de modelos angiogréficos em TC. Volume Rendering Modelos de reconstrueao tridimensional que colocam em evidéncia diferentes tecidos e apresentam melhor percepgao de profundida- de. Os modelos de valume rendering podem set apresentaclos de forma colorida, oferecen- do assim melhor perspectiva tridimensional (Figs. 4.33 € 4.34) 63 Fig. 433 — 3D ~ Vascular. Aorta Abonvinal Fig. 4.34 — Volume Rendering Punho — CT. RECONSTRUGOES VASCULARES Normalmente as reconstrugGes vasculares sdo obtidas na tomografia computadorizada apos injeco de meio de contraste. © tempo exato de btengao dos cortes seré fundamental para.a qua lidade final do. modelo vascular. Os cortes pri- miérios deverao ser adquiridos no momento de maior concentracao de contraste no interior dos vyasos, tornando a luz destes intensa 20 monitor. Em RMN nem sempre ser necessdrio 0 uso de meio de contraste. Neste métado, di- 64 ferentes técnicas podem tornar 0 sangue no interior dos vasos hiperintenso quando visuia- lizado ao monitor. AS reconstrugdes vasculares estao relacio- nadas principalmente com os pixels que apre~ sentam grande intensidade de sinal. A técnica utilizada para este fim é conhecida por MIP (Maximum Intensity Pixel) e estérelacionada com a reconstrucao de modelos que colocam em evidéncia apenas os pixels com sinal intenso, Osyalores de threshold minimo dependem muito da qualidade dos cortes primérios e po- dem variar bastante, exigindo do operador ha- bilidade no manuseio dos cortes primarios para a obtencao de um modelo de qualidade. Fig. 4.36 ~ Aorta — TC aps o tratamento. Capfruto 4 Angio Tomografia Computadorizada Tordcica (Fig. 4.37) Abdominal (Fig. 4.38) Capitulo 4 Angio Tomografia Computadorizada Helicoidal Téraco-abdominal (Figs. 4.40) Cerebral (Fig. 4.39) Fig. 4.39 — Angio TC cerebral ‘A reconstrucao do modelo vascular segue ‘0s mesmos principios da reconstrucao tridimen- sional, Neste caso, em particular, as fungoes de corte € filtro dos modelos serao muito impor- tantes, uma vez que s6 0s vasos interessarao, Os valores de threshold podem ser cons- tantemente modificados durante o processo de reconstrucao, para evitar que tecidos que apre- sentem intensidacles de sinal proximas & do vaso de interesse contaminem 0 modelo, em- bora nem sempre isto sera possivel 66 Em tomografia computadorizada os pixels que representam as esiruturas dsseas se apresen- tam intensos & imagem tomando-se dificels de separi-los das imagens dos vasos contrastados (Figs. 4.35 e 4.36) CariruLo 4 Fig. 4.41 ~ Coracio TC— Mutisice Fig. 4.42 ~ PercirliolBronquios ~ Mulisice, Calculo do Delay Puncio: Brago direito ‘Tempo do Contrate (fisol6gico) omta ascendente: 16s £2 onta descendente: 18s = 2 Cranio; 20s £2 DELAY = Tempo de espera entre 0 inicio da injecSo e a aquisico dos cortes. Carituto 4 67 TeRMos TECNICOS * FOV: (Feld of View) ~ Campo de visdo— Area de interesse. * Delay: Tempo de espera entre o inicio da injecao do contraste e a aquisicaa dos cortes. * Scout: Imagem digital usada no planeja- + Incremento: Deslocamento da mesa de exames por corte. + GAP: Espaco entre 0s cortes, + Filtro: Recurso algoritmico usado nos processos de reconstrugéo das ima- gens. * Pitch: Razao entre o deslocamento da mento. mesa pela espessura do corte, CRANIO ROTINA Ne de cortes: 10 — fossa posterior Scout: Perfil 8 — regio supra-tentorial Espessura: 3.210 mm | Incremento: 5 a 10 mm GAP: 2 mm a0 mm | kv: 120 | mA: 160 Tempo: 2s | FOV: 22. cm Filtro: Standard: Modo de aquisicéo: Axial Pitch’ Volume de contraste: 1 mL kg/peso (Adulto ~ 70 mL) Delay: um minuto Yelocidade da infusdo: manual/normal Comando: Fossa Posterior ~ Cortes supra-tentoriais, Janela W150 136 w90 136 Obs.: Cortes paralelos a linha érbito-meatal CarituLo 5. 69 SEIOS PARANASAIS — AXIAL Node cortes: 20 Scout: Peril | Espessura: 5 mm | tncremento: 5 mm CAP: 0 | KV: 120 | _ma: 160 Tempo: 2s | FOV: 15cm Filtro: Standard/Bone | Modo de aquisicgo: Axial Pitch: | Volume de contraste: Delay: Velocidade da infusio: | Comando: | Partes moles = Qssos | Janela [_w250 125 | ME] w2.000 | 1750 | Obs.:_ Sinusopatia ~ sem contraste/ Cortes no plano do palato duro, Multidetector: Aquisicao em bloco com cortes de 0,5 mm. | [ SEIOS PARANASAIS - CORONAL Ne de cortes: 25 Scout: Perfil Espessura: 3 mm. Incremento: 4 mm GAP: mm | kv: 120 mA: 180 Tempo: 2s FOV: 15 cm Filtro: Bone eee Volume de contraste: i Delay: Velocidade da Infusdo: o Comando: aa ii Intermediéria Janela W 1.500 £100 G L | (Obs.: Preferencialmente em deciibito ventral | 70 Carftuto 5 SELA TURCICA ~ CORONAL Comando: Nao engolir saliva durante a aquisicao dos corte. Ne de cortes: 12.a 15 Scout: Perfil | Espessura: 3 mm Incremento: 2 mm GAP: 1 mm. | kv: 120 mA: 180 ue Tempo: 2's FOV: 10cm Filtro: Standard/Bone Modo de aquisicao: Axial in Pitch: Volume de contraste: ImL kg/peso (Adulto ~ 70 mL) Delay: 20s Velocidade da infusdo: 2 mL/s Partes moles ~ Ossos Janela (wise [136 | Ew 2.000 1150 | | Obs: Multidetector: Aquisicéo em bloco com cortes de 0,3 mm. OSSOS TEMPORAIS ~ AXIAL Néde cortes: 20 Scout: Frente 7 Espessura: 1 mm iRcemenora ram | CAP: 0 kv 140 mA: 160 Tempo: 25 | FOV: 16cm | Fito: age | eee Pitch: id Volume de contrast: c Delay: ; Velocidade da infusi: Comando: : | Oss0 denso | Janela W4.000 .aoo |] w L Obs.: Otite crénica/Disacusia/Zumbido, Cortes do canal semicircular superior até o hipotimpano. Multidetector: aquisicao em bloco com cortes de 0,3 mm Carfruto 5 zi ‘OSSOS TEMPORAIS - CORONAL Ne de cortes: 20 Scout: Perfil Espessura: 1 mm | Inctemento: 1 mm ] GAP: 0 | | KV: 140 |__ ma: 160 | Tempo: 2s FOV: 16cm | Fito Edge | Modo de aquisicao; Axial Pitch: il Volume de contraste: Delay: |_ Yelocidade da infusao: Comando: | Osso denso Janela w-4.000 i400 |) w L ‘Obs.; Documentagao unilateral - FOV de 8 a 10 cm. Cortes do canal semicircular posterior até o plano anterior & céclea, PESCOGO Ne de cortes: 30 ‘Scout: Perfil | Espessura: 5 mm, Inctemento: 5 mm GAP: 0 [ kv: 120 mA: 220 | Tempo: 30s | rov:226m Filtro: Standard Modo de aquisigéo: Helicoidal Pitch: 1:1 Volume de contraste: 1,2 ml. kg/peso (Adulto ~ 80 mL) Delay: 1 mine 20s Contraste fracionado: 40 mL > apés 1 minuto > + 40 mL ‘Comando: Nao engolir saliva durante a aquisigao dos cortes, Partes moles Janela [_ 200 136 Ww Obs.: Direto com contraste. Multidetector: aquisicdo em bloca cam cortes de 0,5 mm. 72 CarituLo 5 TORAX ROTINA N2 de cortes: 30 Scout: Frente Espessura: 10 mm Incremento; 10 mm GAP:0 W120 mA: 240 Tempo: 20s FOV: 35 cm Filtro: Standard/Lung i onadeeetaese tiene) Pitch: 1,5: 1 i Volume de contraste: 1,5 mL kg/peso (Adulto ~ 100 ml) Delay: 305 Velocidade da infusio: 3 mls Comando: Respirar fundo e prender a respiracio. Mediastina Pulmao Janela [ w300 _ 120 |] w2.200 __ 1-800 Obs.: Direto com contraste. | Multidetector: aquisigao em bloco com cortes de 1 mm. | (Fazer reformatacées no plano coronal) ay | | TORAX ALTA RESOLUGAO | | [ Scout: Frente | | Espessura: 1 mm Incremento: 10 mm GAP: 9 | | kv: 140 mA: 240 s | | FOV: 35 cm | Filtro: Lung | Modo de anus: : | ptch: | Volume de contraste: sem contraste, | Delay: | Velocidade da infusdo | | Janela Ww 1.800 .-s00| J) w | Obs.: Documentagao com seis imagens por filme. Carituto 5 73 TORAX TEP. N# de cortes: 50 Scout: Frente Espessura: 3 mm | incremento: 3 mm GAP: 0. kv: 120 mA: 300 Tempo: 255. FOV: 35 cm Filtro: Standard Modo de aquisicéo: Helicoidal | Pich: 2:1 Volume de contraste: 1,5 mL kg/peso (Adulto ~ 100 mt) Delay: 30 s Velocidade da infusio: 3 mLis Comando: Respirar fundo ¢ prender a respiragio. Mediastino Pulmao Janela W300 120 |] w2.200 | Obs.: Cortes do arco adrtico até seio cardiofrénico. Multidetector: aquisi cortes de 1 mm. Fazer reformatagdes no plano coronal. ABDOME SUPERIOR Ne de cortes: 24 / fase | Scout: Frente Espessura: 10 mm Incremento: 10 mm GAP: 0 | Kv: 120 mA: 260 Tempo: 20 s “a FOV: 38 cm Filtro: Standard Modo de aquisigao: Helicoidal Pitch: 1,2: 1 Volume de contraste: 1,5 mL kg/peso (Adulto ~ 100 mL) Delay: 30s [Velocidad da infustor 3 mis | Comando: Respirar fundo e prender a respiracéo. Partes moles Janela W300 wo | w cour (Obs.: 4 fases: 12 fase — Pré-contraste, 2: fase — Arterial (30 a 40 s), 3: fase ~ Portal (60 a 703), 42 fase — Equilfbrio (2.a 3 min.). Multidetector: aquisicao em bloco com cortes de 1 mm. | 74 Cariruro 5 ABDOME TOTAL Nede cortes: 24 — Abdome superior 48 — Abdome total Scout: Frente Espessura: 10 mm | Incremento: 10 mm. | CAP:0 | kv: 120 | mA: 260 oo FOV: 38 cm | Fitro: Standard | | Modo de aquisicao: Helicoidal Pitch: 1,2: 1 z| Volume de contraste: 1,5 mLkg/peso (Adulto ~ 100 ml) | Delay: 305 Velocidade da infuséo: 3 mUs Comando: Respirar fundo e prender a respiracao, | Partes moles Janela W300 wo | w ima | Obs.: 4 fases: 12 fase — Pré-contraste, 2 fase - Arterial (30 a 40 s), 3* fase — Portal (60 a 70s), 48 fase — Equilbrio (2 a 3 min.).. * 11, 22 @ 3# faces apenas do abdome superior (ctipulas até bifurcacao aorta). 4 fase do abdome total (ctipulas até assoalho pélvico). | Multidetector: aquisicéo em bloco com cortes de 1 mm. COLUNA CERVICAL Nede comes: 8/ nivel Total: 24 Scout: Frente + Perfil | Fspessura: 3 mm Incremento: 2 mm CAP Imm kv 120 | ma: 120 [ Tempor2s | Fov. 12cm filtro: Standard / Bone Modo de aquisicdo: Axial Pitch: Volume de contraste: Sem contraste Delay: Velocidade da infusio: | ‘Comando: Nao engolir saliva durante aquisicao dos cortes. Partes moles ~ Ossos Janela W180 136 | [v1.00 1200 | ‘Obs.: Na rotina sao feitos os niveis: C4-C5/C5-C6/C6-C7 Mulidetector: aquisicao em bloco com cortes de 0,5 mm e reformatacao nos planos dos discos, em sagital e coronal. Carituto 5 7 COLUNA LOMBAR Nede-cortes: 10/nivel Total: 30 Scout: Frente + Peril Espessura: 3 mm | Incremento: 3 mm | GAP: 0, | kv. 140 mA: 160 Tempo: 25 FOV: 14cm Filtro: Standard / Bone Modo de aquisicio: Axial Pitch Volume de contraste: sem contraste == Delay: Velocidade da infusao: Comando: Partes moles ~ Ossos Janela [iwaso [tas HB wis00 | 1200 | Obs.: Na rotina sao feitos os nfveis: L3-L4 / L4-L5 /L5-S1. Multidetector: aquisigao em bloco com cortes de 0,5 mm e reformatacéo nos | panos dos discos, em sagital e coronal. COLUNA TORACICA, | Ne de cortes: 40 Scout: Frente + Perfil Espessura: 5 mm Incremento: 7 mm GAP: 2 kV: 120 “mA: 160 Tempo: 25 FOV: 16 cm Filtro: Standard / Bone Modo de aquisicao: Axial Pitch: Volume de contraste: Sem contraste Delay: Velocidade da infusio: Comando: | Partes moles ~ Ossos Janela W300 cio |B wi200 L200 Obs.: Cortes retos espalhados sobre a coluna tordcica, Multdetector: aquisgao em bloco com cortes de 0,5 mm e reformatacao sagital e coronal. 76 Cariruto 5 COLUNA SEGMENTO (BLOCO) Ne de cortes: Depende do segmento Scout: Frente + Perfil / Espessura: 3 mm. Incremento: 3 mm GAP: 0 kv: 120 mA: 260 | Tempo: 20 a 40s FOV: 16 cm Filtro: Standard / Bone ‘Modo de aquisigéo: Helicoidal Pitch: 1:14 2:1 ‘Volume de contraste: Sem contraste | Delay: | Velocidade da infusio: Comando: Partes moles ~ Ossos Janela w 300 30 || wee00 1.200 Obs.: Cortes sobre o segmento de interesse. Multidetector: aquisico em bloco com cortes de 0,5 mm. E OMBRO- Ne de cortes: 30 Scout: Frente | Espessura: 3 mm Incremento: 3 mm. GAP: 0 kv 140 |_mA: 180) i Tempo: 2s FOV: 22cm Filtro: Standard/Bone Modo de aquisicao: Axial [itch | Volume de contraste: Sem contraste Delay: |. Velocidade da infusio: 7 Comando: Partes moles — Ossos. Janela [woo 110 iH w1.600__| £200 Obs.; Estudo unilateral. O lado de interesse com 0 membro em extensao e supinacao € 0 membro contra-lateral sobre a cabeca. Multidetector: aquisigao e m bloco com cortes de 0,5 mm, Reformatag6es no plano da escépula. Capituco 5 77 COTOVELO Na de cortes: 40 Scout: Frente Espessura: 3. mm | increment: 3 mm CAP: 0 KV: 120 mA: 180 | Tempo: 40 s Filtro: Standard/Bone Modo de aquisicao: Helicoidal Volume de Contraste: Sem contraste Delay: Comando: Partes moles ~ Ossos Janela W400 Lio (Obs.: Deciibito ventral com o braco de intey esse acima da cabeca na pos Multidetector: aquisigaio em bloco com cortes de 0,5 mm. a PUNHO, | [ine de conesse0 Scout: Frente il | Espessura: 1 mm {__ Incremento: 1 mm | GAP: 0 Kv: 120 mA: 180 Tempo: 60s FOV: 12 cm Filtro: Standard/Bone Modo de aquisicao: Helicoidal Pitch: 1:1 Volume de Contraste: Sem contraste Delay: Velocidade Infusao: Comando: Partes moles ~ Ossos Janela [_waso 120 | wi.00 00 (Obs.: Estudo unilateral. Deccbito ventral. B Multidetector: aquisicao em bloco cor raco para cima em pronacio, m cortes de 0,3 mm, 78 Carituto 5 ‘ARTICULACAO COXOFEMORAL Ne de cores: 36 Scout: Frente \ ] | | Espessura: 3 mm Inctemento: 3 mm CAP: 0 kv: 140 mA: 160 Tempo: 2s 7 T FOV: 25 cm | Filtro: Standard / Bone Modo de aquisigao: Axial Pitch: | Volume de contraste: Sem contraste Delay: Velocidade da infusao: Comando: Partes moles — Ossos Janela wa | 110 [| w2.s00 tz] | (Obs.: Cortes do plano superior ao acetébulo até o plano inferior ao trocanter femoral menor. Multidetector: aquisicao em bloco com cortes de 0,5 mm. Reformatagdes isoladas das articulacées. JOELHO Ne de cortes: 40 Scout: Frente + Perfil Espesura: 3 mm Incremento: 3 mm CAP:0 kv: 120 mA: 200 a Tempo: 40s FOV: 16 cm Filtro: Standard/Bone Modo de aquisico: Helicoidal Pitch: 1:1 | Volume de contraste: Sem contraste a Delay: Velocidade da infusdo: Comando: : Partes moles ~ Osos - Janela w 400 110 [| 2.800 1200 | Obs.: Retirar a perna oposta do campo. Multidetector: aquisicao em bloco com cortes de 0,5 mm. Reformatagées nos planos coronal e sagital. CarituLo 5 79 PATELA — 0 / 30 GRAUS / CONTRAGAO QUADRICEPS Nede cortes: 15 por série Total: 60 Scout: Perfil em cada série | Espessura: 3 mm Inctemento: 3 mm GAP: 0 | kV: 140 mA: 160 | Tempo: 2 s FOV: 30 cm Filtro: Bone | Modo de aquisigao: Axial Pitch: Volume de contraste: Sem contraste Delay: Velocidade da infusdo: Comando: Ossos Janela wie00 | 1200 | | Obs.: Estudo bilateral. Cortes sobre a patela. 1* série com 05 membros em extenséo; 22 série ‘com os membros em flexao de 15 graus; 32 série com os membros em flexao de 30 graus e 4# série com flexao de 30 graus e contracio do quadriceps. | TORNOZELOS ~ AXIAL Nede cortes: 30 Scout: Perfil Espessura: 3 mm Incremento: 3 mm GAP: 0 | kv: 120, mA: 200 Tempo: 30s FOV: 22. cm | “atios Sent / Bone Modo de aquisigéo: Helicoidal Pitch: 1:1 Volume de Contraste: sem contraste. T Delay: | Velocidade da infusdo: | Comando: | Partes moles ~ Ossos Janela waoo | tio | | wr800 1200 | Obs.: Cortes do plano superior as articulacdes tibio-tarsicas até o plano inferior aos calcaneos. Multidetector: aquisicao em bloco com cortes de 0,3 mm, Reformatacdes nos planos coronal e sagital 80 Captruto 5 TORNOZELOS- CORONAL Nede cortes: 30 Scout: Perfil Espessura: 3 mm Incremento: 3 mm CAP:0 | Av 120 mA: 220 | Tempo: 1s FOV: 22.em Filo: Bone Modo de aquisiclo: Axial Pitch: F Volume de contraste: Sem contraste Delay: Velocidade da infusio: Comando: ; Oss0s Janela w2.000 | 1200 [MT wo aucun Obs.; Decébito dorsal com flexéo dos membros inferiores de 90 graus (falso coronal). PES — AXIAL Ne de cortes: 30 |, Scout: Peril | Espessura: 3 mm Ineremento: 3 mm en kv: 120 [ma 220 , Tempo: 1's FOV: 28 om Fito: Standard/Bone Modo de aquisigéo: Axial Pitch: Volume de contraste: Sem contraste Delay: Velocidade da infusio: Comando: . Partes moles ~ Osos Janela wa | _.10 || w2800 1200 Obs.: Cortes paralelos a superficie plantar Mulidetector: aquisicao em bloco com cortes de 0,5 mm, Reformatacées nos planos coronal e sagital CapiruLo 5. 81 PES - CORONAL N# de cortes: 40 Scout: Perfil Espessura: 5 mm. Incremento: 5 mm. GAP: 0. { kv 120 ‘mA: 220 | Tempo: 1. a FOV: 22 cm Filtro: Bone Modo de aquisigéo: Axial Pitch: 4 Volume de contraste: Sem contraste Delay: Velocidade da infusdo: Comando: : | Ossos Janela Wiehoae Wi] daakt Obs: Dectibito dorsal com Flexo dos membros inferiores de 90 graus 82 Carituco 5. Pda 'ecnologia em Radiologia Médica iniciativa conjunta do Centro Universitario Sao ‘amilo através de seu Curso de Tecnologia em Radiologi RCA mnr aun! médica, a Editora Atheneu. SoCo OR RUC KCC ee RI oar ee een ZEST ate Ce ST oe en sobre as principais técnicas dos exames de imagem, qualificando a im profissionais de nivel ero erer inten ee ete me eto rete rere) O pre Manual de SNOT ec MR ON ogee ae Lee TTS indicadas na realizagao dos principais exames, quando se utiliza este método. Paralela Tren r raat RCo Recore ec tare mn te eT EME ome tren enn) multiplos detectores, os conhecidos muitistice. Esses equipamentos revolucionaram a técnica Ei Free Cer ee gens em TC, alterando de forma definitiva os protocolos de reali 7 Canoes ee ee on Dr Uneeo eek OR ECCI Rone en em B ema itae ttre y Pen OR tenon cere en OCU RO een Ea eee Cen Cen eee OneL Teese de se esperar, pois, pela boa aceitagdo deste primeiro volume da Série Tecnologia em Radiologia Médica, nova fonte de estudo e consultaemimagenologia. NBs I) |

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