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A JUSTIÇA COMO FUNDAMENTO NO ORDENAMENTO JURÍDICO

A justiça é essencial para o Direito e trás desafio aos filósofos do Direito,


que estudam e tentam conceitua-la, e ao próprio legislador que movido por
interesse de ordem prática, para poderem aplicá-la nos textos legislativos.
Baseado nas concepções de Platão e de Aristóteles, o jurisconsulto Ulpiano
assim a formulou: Justitia est constans et perpetua voluntas jus suum cuique
tribuendi ( justiça é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu).

Dar a cada um o que é seu, é comporta diferentes conteúdos e não


atinge apenas a divisão das riquezas, como pretendeu Locke, ao declarar que
a justiça existe apenas onde há propriedade. O seu representa algo que deve
ser entendido como próprio da pessoa. A ideia de justiça não é exclusivamente
do direito, pois também engloba a moral, religião, e diversas regras sociais. A
palavra justa, vinculada à justiça, revela o que está de acordo. A parte de
ações justas que o Direito considera é a que se refere às riquezas e ao mínimo
ético necessário ao bem-estar da coletividade. parte

Inserida no Corpus Juris Civilis, a presente definição, além de retratar a


justiça como virtude humana, apresenta a ideia nuclear desse valor: Dar a cada
um o que é seu. Esta colocação é verdadeira e definitiva; válida para todas as
épocas e lugares, por ser uma definição apenas de natureza formal, que não
define o conteúdo do seu de cada pessoa. O que sofre variação, de acordo
com a evolução cultural e sistemas políticos, é o que deve ser atribuído a cada
um. O capitalismo e o socialismo, por exemplo, não está de acordo quanto às
medidas de repartição dos bens materiais na sociedade.

A justiça é algo inteiramente subjetivo e as medidas do justo seriam


variáveis de grupo para grupo ou até mesmo de pessoa para pessoa. Kelsen
considerou a justiça absoluta “um bonito sonho da humanidade” uma utopia.
Para ele esse tipo de justiça é um ideal irracional “e a própria historia do
conhecimento humano revela “A inutilidade das tentativas para se encontrar
por meios racionais, uma norma de conduta justa que tenha validade
absoluta”“. Para o autor austríaco a razão humana só pode conceber valores
relativos.

Luan John Negreiros Fernandes


Acadêmico do 1º Período de Direito, Instituto Luterano de Ensino Superior de
Porto Velho/ ULBRA.
Pesquisa Bibliográfica de Introdução ao Estudo do Direto I - IED

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