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CINEMA BRASILEIRO NO SECULO.21 e stas, produtores, distribuidores, j icbs'e legisladores sobre Gs rumos i da.cinematografia nacional | Reflexdes de ci exibidores, artis Franthiesco.Ballerini umm editorial Oe eit ae ee ae leaan iro da Pés-Retomada tem como marca principal sua enor! representada por um mosaico que une filmes autorais, estu giando a figura do produtor. A importancia desse profissional, que é essencial para qualquer produco cinematogréfica — seja um curta universitério, seja um longa- -metragem de arte (de cunho autoral) ~, aumenta consideravelmente em se trata do de obras voltadas para o éxito comercial, para o entretenimento, com 0 obj de atingir uma grande camada da populagéo e garantir um faturamento que possi- bilite projetos futuros. O século 21, portanto, pode ser 0 século dos produtores na inddstria cinematografica brasileira, Desde o advento da Lei do Audiovisual, nos anos 1990, as figuras do produtor € do produtor executivo se tornaram fundamentais para a viabilizacao dos Com as novas es, is, 0 produtor precisa necessariamente seguir um caminho com diversas etapas, que comega com a submissio do projeto ao Ministério da Cultura, ue avalia sua viabilidade econdmica, sem considerar, em tese, critérios artist estéticos ou a experigncia do ditetor. Em seguida, o produtor deve buscar agentes econ6micos, como bancos, corretoras e,captadores profissionais, para satisfazer 0 aspecto financeiro do projeto. O préximo passo é providenciar os Certificados de Investimentos Audiovisuais, que so regulamentados pela Comissio de Valores Mobiliérios. Esses certificados correspondem a cotas de participagio acionéria no filme, e sdo registrados no sistema Cine, da Associagao Nacional das Instituigoes do Mercado Aberto (Andima), quando a instituigao financeira escolhida comega a comercializar 0 produto. Entdo, empresas € pessoas fisicas passam a comprar as cotas, tornando-se s6cias do filme, com participagao na receita a ser gerada por ele, Assim, cada empresa pode abater 3% do imposto de renda devido, e as pessoas fisicas até 5%. Em outras palavras, existe uma via-eriicis a qual o diretor nao ne- cessariamente quer ou sabe trilhar, e que precisa ser percorrida pela figura do Produtor executivo, a fim de captar o maior mimero possivel de recursos pars 0 Projeto, no menor tempo. 30% d s. Se no houvesse leis de incentivo fiscal, um filme com ono Brasil — valor comutm nas produgdes nacionais do século 21 -, imédio do ingresso cerca de USS 3, precisaria de uma renda es para-Se pagar, ou seja, pelo menos um milhdo de especta- ema € que em nenhum lugar do mundo ~ exceto nos Estados Uni- onsegue atingir os 100 mil espectadores; caso nio houvesse as leis de 0 resultado seria um prejufeo enorme para-todos os envolvidos nesses specialmente 0 produtore o distribuidor. a5 ¢ outras razes que a penetracio do audiovisual nos diversos pases infio do século 21, os Estados Unidos ainda controlavamn 80% io audiovisual do mundo, enquanto Japio, Alemanha, Itéliay Franga e Junzas, somavam 88 Outras nagdes com contibuigbes signficativas © PIB mundial,-como Canad, Bspanha e Austria, 6 conseguiram ati 5% nesse comércio. E esses miimeros dependem diretamente das figue 1 do produtor exceutivo. as normalmente associadas ao prot into de prazas e orcamentos ~, esse prof Flaksman ¢ Andrea esto de acordo quanto do novo século é marcado por uma profunda profissio: da produglo de um filme ~ a0 menos no que concerne as grandes pi «reem que no hé mais espago nos climinados dessas cinematogréfica no 20 seu lado. Mas, para isso, produor' poder de negociagao com as ideins do Portanto, o produtor tern um desafio extra neste século 21: lidar com uma Imes ~ é respons vel or produzir filmes como Bicho de sete cabocas (20: (2008), O ano em que meus pas seram de frias (2006), (2010) e coproducso internacional Terra vermetha (200: falar que agora produtores da velha guarda, de antes da ver com ideias frescas dos novos produtores, da era digital”, completa Gullane Ouseja: agora, convivem no mercado de trabalho produtores experientes, com de 50 anos de dade, acostumados a trabalharno setorprivado e nes quadios da ext Embraflme, e novos produtores, do Pos-Retomada, com forte atuagdo na publ ‘enatelevsto, abslhando com um coneeito de audiovisual, eno apenas de cinema Para o cineasta Vicente Amorim, produtor de flmes como 2.000 Nenieves (2001), O camino das figura do produtor nos skims anos se deve principalmente ao fato de haser hoje ‘uma produgdo continuada, O cineasta também comentou: Averdade & que os produtores nacionais se detam conta de que} faze ‘go, € 80 vale ventarem, caem n pene ibuidoras e avalia-os possiveis cam ais co produto apés a exibigao nas salas de cinema (DVD, TV paga, emet ete) te, hé mais de setecentas empresas produtoras de contesdo eudiow- rnecendo material para cinema, televisso, publicidade e internet. nportantes tém como criador-proprietéro alguém que jé trebalhou com Entertain- trabalham com a de longas-metragens, que I custam, em média, USS 5 milhoes ido se trata de grandes produgdes, a serem lancadas em muits sala de ci ade desse valor é destinads ao pagamento de equipe técnica, ios envolvidos na produgio. A outra metade é reservada para a dos custos de equipemento, locagées, seguranga, som, efeitos, maqui- nari, luz, gurinos, cendrios e comercializaglo da obra, E dovio que 2 maioria das produtoras ~ mesmo as grandes como a 02 ¢ a ragdo ~ precisa diversficer sua rea de atuagzo, pos é praticamente impos- janter uma estrutura financeiramente viével apenas produzindo longas- -metragens no Brasil. Ou seja, em produtoras como essas grende parte do fatura- mento ver de filmes publiitérios e produtos para a tlevisto,jé que, no Brasil, € comum que essas empresas contem com apenas um projeto de longa-metragem por ano. Pera entender melhor esse universo, deve-se considerar que, em geral, quando o filme fica pronto, hé um adiantamento dos custos de comercialzacio pela disti= buidore da obra, que recupera esse velor prioritariamente corn as bilheterias. As- sim, 2 distribuidore & a primeire a ser remunerada apés 0 exibidor. Mas nio quem normalmente fica com os direitos patrimoniais do filme, reservados & produ- tora © 20s associados, como.0 Banco Nacional de Desenvolvimento: Eonémico e ;NDES), a Globo Filmes etc: Quando e distribuidora nfo recupera seu 0 apés a exibigGo nas salas de cinema, fica'no primeiro lugar da fila «io de lucros advindos da comercializago em DVD, TV fechada, TV de incentivo tenham elevado a importancia da figura do produ- \bém tém gerado distorgBes séras. Apesar de serem lis fede vélidas para qualquer produtora dentro do pats, a maioria dos dos acaba sendo proveniente de So Paulo e Rio de Janeiro. de empresas investidoras.em projetos extériores a0 lo pouca visibilidade para séus produtos e marcas 11am disso, essas empresas esto concentradas nessa fegio). Em 2007, por exem- plo, dos 82 longas-metragens que chegaram as salas, apenas 7% foram feitos por produtoras de fora do exo Rio-Sto Paulo. distorgdo ainda nto resolvida pelas leis de incentivo deve-se a énfase dada por elas ts produc6es propostas em detrimento das produtoras. Jonge Peregn no, vice-presidente da Paramount na América Latina, chegou a declarar, na dstria do Cinema e Audiovisual (Flicav), em agosto de liza a auséncia de polticas piblicas voltadas 20 desen Jean-Claude Bemardet ver expondo eriticas como as apresenta- ido da importancia da figura do produtor no cinema de qualquer _questdestratadas inclusive no prefscio deste lito. Ele destaca que sem o prodot nem o cinema autoral pode existir. Também diz.que o caminho para a autossusten- tabilidade passa necessariamente pela ascensio de bons produtores no mercado, fo que nfo deve ser visto como uma forma de “limar”o cinema-arte, mas como uma estratégia 2 fim de possibiltar a reposigdo de recursos pata a continuidade das produgées. Bernardet (2010) reproduzit em seu blogue o discurso proferide por Roberto Moreira 2 tomar posse no cargo de presidente do Sindicato da Industria ‘Audiovisual do Estado de Sao Paulo, em 15 de dezembro de 2009, que disse © seguinte em relagdo aos problemas gerados pelas leis de incentivo: “As empresas ‘io conseguem realizar um planejamento estratégico, reféns que estdo de direto- res de marketing ¢ comisstes de selecdo. Mais letal, 0 provesso de captaco € lento e fragmentado, 0 que inviabilizafinanceiramente as produtoras e as tomna etemamente descapitalizadas, lutando para levantar recursos-més @ més". No mesmo discurso, Moreira também deu énfase especial ao papel dos produtores na ccadeia cinematogréfica: [No caso do cinema, o exibidor tem sua renda, ainda que pequena, granida.O dis buidor genhe no volume. Jé o produtor aposta seu-fturo cada filme. No caso de TV 4s emissoras geralmente pagam-pouco, quando nfo pedem para voc® pagar o espaso de veiculagao. Responsével pela qualidade dos produtos em tomo dos quis gia toda 8 indstia,o produtor€0 primeira investr tempo. dinheiro num projet, e oir 3 ser remunerado, sendo que s6 excepcionalmente consegue auferir alum resultado. ‘Apesar das sdversidades, quando o seu trabalho redunda num filme bem -sucedido, © produtor pode colher seus frutos durante anos, as vezes dévadss. Andrea Barata Ribeiro, Falando sobre essa questi, citou o exemplo de Domest (2001), primeito filme da 02, langado sem distribuidos, num esquema pranca- le guerrilha. Com apenas seis c6pias i produglo teve quase cem le TV paga que quer compré-lo, um declarou Andrea. produgdo e a produgao execu to Geis na hora de negociar contratos. de termos técnicos, e no ha dicionario que te ajude. £ imprescin- vez mais do que ninguém na cedeia sma, nada mais natural do que os rem que o cinema deve ser feito para o maior ntimero possfvel de ser vigvel como indiistria. Para os produtores, isso em nada af je um cineasta de produzir uma obra de arte; todavia, o cinema pratica~ mente exige que essa obra se comunique com um grande niimero de pess0as, 8 fim de alimentar outras obras de arte. Alguns produtores acreditam que mesmo no aso de filmes de baixo orgam tes das filmagens, 0 piblico-alvo. Do contrério, lo 21, pois 0 cinema dito autoral vem ema de resultados” spigo para o que chama ccimento no debate a respeito das mudancas da linguagem, 1s einem, € mais mercado, Cineastas veteranos nio apresenta: lo, 0 nsimero de estzeantes aumentou bastan 1 destacaram. A grande novidade é 2 afirmagio defini que bainaré os custos de produgso e democratizaré a re eiatsbs: Raststit | a 4 Nesse universo de discussBes sobre cinema autordl x cinema de resultadas, patace persist também no século-21 um preconceito com.certa classe de limes Segundo Walkicia Barbosa, diretora da Total Entertainment, existe de fat preconceito relacionado a diregaoe produgdo de filmes para as classes Ge D, hoje Emergentes, “Eo mesmo preconceito que-se tem com & novela, sendo que remos ‘a do mundo, O ideal seria que todos pensassem em fazer filmes a melhor novel para‘diferentes camadas de pablico”, afirma : ora queisso ocorra, 6 preciso que os produtores saibam escolher projetos para os diferentes nichos, Flévio'Tambellini acredita que qualquer produtor preci para a escolha dos filmes em que vaf investir seu tempo, esfo tilizado por ele prépriordi respeito 20 diretor. “Gos- de produzic primeiros filmes e apostar em novos talentos. Nessa lista es- icha Waddington, Sandra Kogut, Jodo Jardim, Alice de Andrade, Aluizio [Abranches, Monique Gardenberg, José Henrique Fonseca e mesmo Walter Salles, is considero Terra esirangeira um primeiro filme”. Em outras palevras, um crite importante para o produtor é sua afinidade com o diretor. Em seguida vem 0 roteiro,e Tambellni, que também jé atuou como diretor, afirma que € importante caréter perene: ter um roteiro ct mente so ignore também de pro- ‘Muitos sucessos so descartévels, alguns outros filmes qui dos pelo pablico com o tempo se tomnam filmes obrigatérios due: ranos, cineastas com os quais posso eprende eto. Aprendi com o Walter 0 significado da No entanto, mesmo escolhendo bem, direcionando bem o projeto, 0 sucesso de uma produgdo cinematogréfica € bastante imprevisivel. Neaham produtor pode ‘grant o sucesso de um flme, mas hé elementos fundamentais nos quais se deve apostar, “Os elementos de sempre sio originalidade, conexio com 0 espirito da época e do.tempo, elenco, temética e género’, explicou Vicente Amorim, ‘A criatividade mercadol6gica do produtor também -conta muito para o sucesso do filme."Tomem-se como exemplos dois filmes brasileiros da primeira décads do lo 21: O cheiro do ralo efes (2007). O primeieo, de Heitor Dhalia, de forma inovadora no Brasil, jé que equipe técnica e elenco se dispuse count a : , bé vicios navearerdesss profssonai que ainda nto fo- produgao de um filme brasileiro requer, em média, na captagto de recursos por intermédio das leis de incentivo fiscal um pertado enorme, e essa espera pode ser bastante desgastante para uma equi- pe Contd, produto sere giade cadets cnematrs mela a televisto brasileira ¢ bastante eficiente quantoao 2 ditecdo de arte de todo filme precisa de caros, roi uss produto? Acontete pr rmarcas.em segundo plano, 0 que jf significa uma exposicao grande ¢ e apesar de disereta, [No Brasil, infelizmente, os produtores em geral prometem &s empresa sea na producdo ou regio. Trabalhe em alguma produtora, lator tem de ter sensiblidade arstice: por de filme sempre havers pe, tie ete. éFundamer cima de tudo, tenha paixio pelo que fa. VicenteiAnsorim concorda corn Tambellini, acredita que quem quer ser produ- tor precisa ver divers filmes nacionais'e conhecer‘a histéra do cinema brasileiro. Alem iso deve onheser a eaps do proceso cinemsogfc, da produto» cexibigdo, Por fim, deve participar da vida politica do : rman me disse: ‘Quem ndo faz politica nao faz cinema”. Jé Caio Gullane lembra ‘que para ser produtor o individuo deve contar com um conjunto especttico de hhabiliddes, como entender atisticamente tanto 0 roteizo como o trabalho d reco, tet conhecimentos técnicos na érea de cinema e, principalmente, saber como uin empresétio, ser responsivel ter conhecimentos juridicos. Essa creseente importdncia da figura do produtor no mercado ci na vida de captagéo de vem mudando’, disse tre (2010) ¢ foi escolhida -ocupasse apenas com 0 projeto do ade, vivemos num cinema ainda xe de Hollywood, entio s6 aceto da, nos quais 0 produtor me assegure cer jé que 0 artigo 16, que relaciona os eoauto- res das obras audiovisuais, ndo o menciona. Alguns entendem que ele continua sendo coautor da obra, baseados no artigo 17, parégrafo 28, que confere ao organi- obra coletiva a titularidade dos direitos patrimoniais. }é outros no inter- am a lei desse mancira, acreditando que © produtor deve realizar contratos de im de garantira posse da obra. Vele lembrar que o produtor também sponsével por concretizar os contratos civis, comerciais e pablicos relativos a trério do que ocomre nos los para determinar o que 0 ressalta 2 importincia das pesquisas de mercado, rater o sucesso de um filme, muito menos sua ”, questiona, Caio Gullane segue 0 jue garant Cinema mesmo raciocinio, observando que, apesar de bem-vinilas, as pesqu Estados Unidos um nivel de efiedcia de menos de 15%, 0 que faz qu recadada por filmes bem-sucedidos seja utilizada para cobrir o rombo deixado fracasso de varios outros. No entanto, é preciso tomar cuidado com compara com a experiéncis de outros paises, como alerta‘Tambellini: "Sempre que mos copiar Hollywood nos demas mal, mas acredito que aumentar a impo do produtor como se faz lé é importante’. Para ele, a imagem do produtor como aquele que lida exclusivamente com ntimeros, organizagio e gastos deve ser supe- também deve ser altamente criativo e art ara que a seja a melhor possivel. “A figura do produtor de gabinete fumando um charuto grande 6 folelérica. Verdadeiros produtores colocam « mio na massa. Nao temos de importar modelos, mas tentar entender que cinema tam- ‘bem 6 um produto,” De qualquer forma, apeser das questdes descritas, & crescente 0 niimero de pessoas que pretendem trabalhar com produgdo cinematogréfica no Brasil Flavio conta que acabou sendo levado & carreira de produtor de cinema apés. ter participado como assistente de degdo e produtor de elenco de filmes de gran des diretores, como, por exemplo, A floresia:de esmeraldas (1985), filme que © ccultuado diretor inglés John Boorman rodou no Brasil. A obra teve como locagies , Carajés e Tucuruf,e Tambellini considerou a produgéo do filme, na ‘qual ficou envolvido por um ano, uma “aula de cinema, organizacio e produgio de 4 atriz Dira Paes. J4 como produtor, um de seus principais desafios foi ter de lidar com baixos orgamentos, © que ocorceu, por exemplo, na produgio de Terra estrangeira, de Walter Salles. Mesmo apés anos de Bes ainda o surpreende. Fol o caso de de seis anos que quase , mas da qual tenho muito orgull Vicente Amorim, a tendéncia & valorizagdo do produtor no Brasil ¢ indis- cuttvel. Enquanto no século 20 todos queriam ser diretores, hoje isso mudou, peis tos jovens interessados na produgdo de-cinema.e em sua associagao Prova disso ¢ a entrada no mercado cinematografica de produoras audiovisuais antes voltadas a outras éreas, como a Miser ¢ a O2, De uma forma geral, Amorim sente-se otimista em relagdo aos rumos da carreira no pals. acredita que, apesar da necessidade de mudangas, produzit cinema no Brasil & tnais fil do que em muitos outros passes. Caio Gullane, por sua vez, acredita que © perfil do profissional de producdo brasileiro & préximo do americano, embora francesa De qualquer seculo 21 se 0s io cinematografico, esse fto provoca reacées de amor eédio. foram as principais mudangas na érea da produgio cinematogréfica wa passayem do século 20 para o séeulo 217 lanca radical no peril do piblico do spondente na érea da produgio. No Os ‘Trapalhges contavam tere das Lua de ers, nossa producto de dde mais para a época, um niimero de compra das classes mais populares, que prefer su frequéncia bs sales. Esse ebidoe Eo prego dos inggessos assim: o preso do tquete sobe na rio inversa da nd mil salas existentes foram reduzidas mil. Eo novo modelo de nou gradativamente um novo modelo de produgo, que se tornau volado ao pablico de maior poder aquisivo. Quem erestao pove azz ‘cinema € Wegner Moura, Seton Mello ou Glia ites. As grandes, dos filmes de abordagem social ou des comédias rominticas. Os de apelo mais popula, como os de Xura e Renato-Aragio perderam Em outras palavras, garantir uma boa Ainda na et produtor agora tem cada vez mais dificuldade para coro de Xana e Trapalhdes, a Diler & Associados ja predvzia ral como Nelion Gongabves (2002) e Zico (2002), buscar 3+ mais variados pblicos, apostando na diversdace ‘méguina (2005) € Bonitinha, mas ordindria (2009). Neste momento, procuramcs resgatar-a nossa tradigdo de produzir filmes familiares.-Agora:buscemes taza com roeiros mais elaborados; caso de-Uma grofessora muito da obra do Ziraldo, e Menino maluguinho 3 (em produsao} mos buscando insergo no mercado internacional, com histérias gue fur no Brasil € no exterior. Afinal, o mercado do Brasil representa apenas 1.3 mercado mundial de cinema. E.o market share-do filme nacional no Bras ¢ de 10%. Logo, 0 universe do mercado local élimitado a 0,13%: Como dizte Tam, bim acerca da masica instrumental brasileira, “a salda € 0 aeroports”.A as também é valida para © cinema nacional ‘Que novas tendéncias voc® consegue vislumbrar para o cinema brasileiro neste século 21? produtor brasileiro se aproxima cada ver mais do distnbuidor b ‘da dos DVDs derrubou o artigo 3° das majors alguns Funcines (Fur Financiamento da Indastria Ginematograica] de dis es com vantagens adicionais para o produ buigdo apenas no Br 40, para conso- ins produtores ticados por intelectuais eaté mesmo outros Imente porque, apesar de faturarem alto, por meio da renineia fiseal. Como vocé ana- wde a mudar neste século? que interessa. Nio Faria sentido o povern® tratando-se de industria, a prioridade seré sempre atzair 0 pablico. do existe formula de sucesso, nem elenco, nem narrativa de tele~ ‘que garanta a um filme a condigio de “comercialmente bem-sucedido’. E 0 neem faturava also, hoje no fara e no é mais comercial. ia jf comprovadamente bem-sucedidas, como os filmes de Xura as vao parar de captar recursos puiblicos para:ser produaidas? anquias familiares dependerso cada ver mais de dinheiro piblico pata dade, jada independéncia financetra mais amplo 6 salda, Coprodugo com de custos mais expressivos, com profissionais ‘com parceiros internacionaise, ainda, com juer se tornar prodator de cinemano Br: original e bem contada é a alavanca mais ursos financeiros, artsticas ¢ técnicos na produgéo para quem quer produzie-cine- visio nos seus planos. Pr te considerar também as novas teenologias de distebuiggo de sinais IPAV, todas as al Voce acredita que a maquina governamental esteja mais preparada para au- xiliar na produgio de filmes brasileiros?’O.que ainda deve ser methorada? ‘A méquina do governo esté cada vez mais prepatada pera ajudar na conszlid- ‘20 de uma indiistia cinematogréfica no Brasil. Faltou fomentar a exbicsa ¢ pliat pontos de venda de-filmes, especialmente no interior do pals, com in com pregos vidveis, Mas 0 governo é estd empenhado nisso. hee E possivel para um produtor antecipar 0 sucesso comercial de um filme de arte? Se nio, quais elementos jogariam a favor de um filme de arte no cam- roduzimos Xuxe popstar, que levou 2,4 milhdes-de espectadores aos cinemas, Bicho de sete cabecas, da Lafs Bodanahy, realmente surpreendeu. E um filme muito bemrealizado e comovente. Mas fez pouco mais de trezentos mi espectadores. Filmes de arte sto feitos para provocar 0 piblio. Filmes com ‘ém por finalidade agrads-lo, Puro entretenimento. Ambos s30 necessérios ¢ sem pre sero produzidos com tais fnalidades Hé quem acredite que 0 cinema comerci sgéneros. Um exempl iro € muito focado nos 0 Senor dos Anéis, embora possa ser rotu- Jada como de género infantil, atinge um-piblico enorme. Ja os filmes dia Xuxa s6 atingem as ctiangas. Voc@ acha que o cinema brasileiro de cunho ‘comercial est muito voltado para os nichos? No passado, quando produzfamos filmes da Xuxa, nio atingismos som criangas. Nosso avo eram adolescentes de 13 anos, predominantemente ferinino. Agindo assim nés conquistivamos, além desse publica, as fas da Xuxa quando pequenas sim, de 2008 para cé, os filmes da Xuxa 36 atingem criancas ue as produgdes de cunho comercial brasilei- isas com © objet artis ‘0 que consegue boas bi de detectar a aceitagio do ist6ria? Nao Ihe parece que o cine- eterias € aguele que aposta em modelos J6 consagrados na TV ou no cinema ou o que simplesmente conta com 2 sorte, dispensando as pesquisas prévias? , de pesquisas qualitativas rotelro e até da montagem para renslo populacional por relfo ete, Me: como maneira de pensat gi, e trib ante, No Brasil € também uma aventura no ha pontos de venda? Noventa e no t@m cinema, Existem pouco mais de dues 40 compromisso de estreia nas TVs de um filme. nceses defendem sua cultura e o seu cinema com 1s e dentes, quase tio intensemente quanto os norte-americanos. Eles vee isso uma questio estratégice, de soberania nacional. Nés precisamos chegar Ii. " 3. DIREGAO CINEFAVELA: UMA NOVA ESTETICA DA MISERIA GANHA AS TELAS ‘Quando Anselmo Duarelangou O pagdor de promessasem 1962, flme que Cinema Marginal nés anos 1970. ‘A estéticd cinematogréfic’ do sécilo 21 herdo ockientrde-autordos citxmados "filmes de ww ida:lome, violBtcia,trafico de drogas, ata as éte."E desde o final dos ano: vale. lizagio” do cinema brasileiro um fendineno cujo auge se deu quando to de Gidadé de Deus, em 2002, tendo atingido outro pico em 2007. com Tropa de elite, Nesses dois moments, os miorrog arantirém excelente: ~ terias, grande repercussdo cerftiga esprémios internacionais. E no imtervalo entre ‘eig¢s filmes, hauve tanto produgdes mediocres e repetitivas como obras que cal ram no,gosto do pablico ou da ertica. Todavia, a grande questéo presente no culo 21 6: até quando 0 cinema de. serd representado pela f Primeiramente, € importante do cinema brasileiro no século.21 é a impossibil afirmar que.o cinema brasileico € dominado por bitheterias tém sido obfidas for comédias rom: ram tendénc

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