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TRIBUNA DO DIREITO
ANO 16 - Nº 185

SETEMBRO DE 2010

ALEXANDRE ATHENIENSE

CPC vai ter de mudar, de novo EUNICE NUNES, especial para o "Tribuna"

E
Fotos Augusto Canuto
le é ligado em tec-
nologia da informa-
ção e não pára de “Advogados, pr ocurador
procuradores e
ocuradores
pesquisar o impacto magistrados acham que a
que o Direito e a
Advocacia sofrem
mudança só deve acontecer
com a chegada dos novos instrumen- dentro de cinco anos”
tos digitais. E é do alto dos 23 anos de
experiência como advogado nas áreas
de Propriedade Intelectual nas mídias Tribuna do Direito — Em agosto, o STF, o
digitais, crimes eletrônicos, responsa- STJ e o TST entraram numa fase decisiva rumo
bilidade civil de provedores, práticas ao processo digital. A Advocacia, a Magistra-
processuais por meio eletrônico, con- tura e o Ministério Público estão preparados
tratos, relação de consumo na inter- para isso?
net, política de segurança de dados nas Alexandre Atheniense — Ainda não. A capa-
empresas, privacidade on-line retirada citação quanto a práticas de atos processuais por
de conteúdos indevidos da internet, meio eletrônico é uma necessidade inerente a to-
que Alexandre Atheniense afirma que dos os atores processuais. Esta demanda exige
a reforma do Código de Processo Civil que as pessoas estejam preparadas não apenas
foi muito tímida e não atende à nova para conhecer as peculiaridades relativas às mu-
realidade que se desenha num futuro danças processuais, mas também vários aspectos
muito próximo. práticos quanto à operação nos portais que foram
“O código poderia ter mudado mui- criados. A impressão é que advogados, procura-
to mais, se os juristas já tivessem o dores e magistrados acham que o uso das práti-
foco nas práticas processuais por meio cas processuais por meio eletrônico é uma mu-
eletrônico. Não o fizeram por falta de dança importante, mas que só deve se tornar re-
familiaridade com o assunto e também alidade dentro de uns cinco anos. Esta é uma ava-
porque o número de processos digitais liação falsa. A mudança já foi feita e está efetiva-
ainda é muito pequeno em relação ao da, pelo menos em relação aos tribunais superio-
total. Quando se tiver 50% dos proces- res. Não há uniformidade quanto ao momento de
sos em formato digital, vai se ter ritos efetivar esta transição do processo em papel para
processuais completamente diferentes o processo digital nos 92 tribunais brasileiros. Daí,
dos que existem hoje. E sem risco ne- o advogado paulistano, por exemplo, que milite
nhum dos direitos do jurisdicionado, “A cada dia, a forma de advogar está mudando” no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde o con-
porque tudo será mais transparente”, tingente de processos digitais ainda é muito pe-
afirma, acrescentando que “a cada dia, advogado, para que ele saiba qual é a essa ideia muito mo- queno em relação ao total do acervo em papel,
a forma de advogar está mudando” e prática que está em uso em qualquer derna, mas estão não consegue perceber a necessidade premente
que “o modelo de negócio da Advoca- tribunal e que ele pode adotar desde já pensando que é para pela capacitação quanto às práticas processuais
cia vai mudar; a forma de ganhar di- sem sair do escritório”, declara. Antes, daqui a cinco ou seis por meio eletrônico, pois o seu cotidiano ainda não
nheiro da Advocacia vai mudar”. Se- ele já havia publicado Internet e o Direi- anos”. Segundo ele, exige isso dele.
gundo ele, “novos serviços vão surgir, to, onde tratou do impacto que a rede “não é. As mudanças
outros vão desaparecer”. mundial de computadores teria nas re- já estão aí. Talvez um TD — O senhor tem uma estimativa de quanto
E foi pensando nessas mudanças que lações entre as pessoas. advogado paulista não pode ser o ganho em celeridade em relação à
durante três anos e meio Alexandre Alexandre diz que o ideal seria que os tenha isso tão nítido tramitação do processo em papel?
Atheniense estudou profundamente a Lei tribunais se unissem e adotassem um só porque o processo de Alexandre — Em regra, a economia gerada
11.419/06, que trata dos atos proces- sistema, o que facilitaria a vida dos ad- informatização do Tri- pelo abandono de atos burocráticos relativos ao
suais por meio eletrônico, e pesquisou vogados. Reconhece, porém, que isso é bunal de Justiça de São manuseio do papel nos autos judiciais tem pro-
os sistemas adotados nos 92 tribunais praticamente impossível. Admite, tam- Paulo está andando porcionado uma economia de 40% no tempo de
brasileiros. Esse trabalho resultou no li- bém, o risco de se criar uma espécie de muito devagar. Mas tramitação dos processos em formato digital. Este
vro Comentários à Lei 11.419/06, publi- apartheid digital, mas acredita que os tri- em Sergipe, em Bra- tempo pode ser ainda maior se houver uma mu-
cado pela Editora Juruá, que, em suas bunais estão atentos a esse problema, e sília, no Amazonas, dança na organização de recursos humanos no
próprias palavras, é uma espécie de vade alerta que “é preciso que as pessoas per- que também está bem Judiciário, de forma a propiciar um contingente
mecum das práticas processuais por cebam que a hora do processo digital avançado, a percep- maior de pessoas para ajudar no suporte decisó-
meio eletrônico. “Escrevi pensando no chegou”. Diz que “todo mundo acha ção é outra”. rio do magistrado.
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TD — Essa nova realidade exi- quívoca a prova de fatos que aconte-


ge uma nova forma de advogar? cem no meio eletrônico.
Alexandre — —Não tenho dúvidas. “P ara a legislação
“Para
A desmaterialização dos autos judici- brasileira, e-mail e TD — Como deve ser a política
ais irá modificar o modelo de negócio da informação em computadores
da Advocacia. Outros serviços que es-
correspondência são compartilhados?
tão passando pela mesma transição de conceitos distintos” Alexandre — A elaboração de polí-
independência do papel sofrem o mes- tica de segurança da informação é um
mo impacto. Escritórios de Advocacia serviço indispensável para qualquer em-
que atuam em Brasília atrelando a sua presa que quer proteger o patrimônio
receita essencialmente ao cumprimen- durante o processo de migração dos
to de diligências como buscar cópias negócios para o cenário digital em troca
de peças processuais ou protocolo, por do manuseio do papel. A informação ad-
exemplo, estão com as atividades em quiriu valor próprio há muito tempo. É
risco. Em compensação, outros negó- importante tomar medidas para prote-
cios irão surgir como, por exemplo, o ção de dados na empresa. As normas de
Leilão Judicial Eletrônico no TJ-SP. Este conduta de relacionamento entre o em-
tipo de serviço antes era restrito aos pregador e os empregados, parceiros e
leiloeiros. Esta reserva de mercado prestadores de serviço, devem regula-
acabou. A mudança será para melhor, mentar de forma expressa e transparen-
mas, os advogados têm de ficar aten- te todas as formas de acesso, utilização
tos ao surgimento de novas oportuni- e compartilhamento dos recursos de tec-
dades de serviço. Na área da tecnolo- nologia da informação disponíveis. Essas
gia da informação e o Direito, tem-se normas devem ser atualizadas pelo me-
comprovado o surgimento de novos nos uma vez por ano. Se não houver um
negócios, como elaboração de política sistema eficiente que permita o monito-
de segurança da informação e da re- ramento, preservação e geração de pro-
putação de pessoas, empresas e mar- “A informação em formato digital só será admitida como original se houver o vas, todo o trabalho poderá ter efeitos
cas na mídia digital. Estas atividades, emprego da criptografia assimétrica” práticos limitados.
até pouco tempo, sequer existiam na
Advocacia. Isto mostra que, na medi- gador estará exercendo o poder dire-
da em que os dados passam a ter mai- tivo, bem como zelando pelos atos pra-
or valor agregado, e este fato gera in- ticados pelo empregado em decorrên-
teresse para um maior número de pes- cia de eventuais práticas de vazamen-
soas, novos serviços advocatícios sur- to de informações, concorrência des-
girão. Com o avanço da desmateriali- leal, assédio sexual, acessos não au-
zação dos autos judiciais, é inegável que torizados ou outros ilícitos relativos ao
o impacto desta mudança vai afetar ain- conteúdo das mensagens intercambi-
da mais o exercício da Advocacia. adas. A exceção ocorre quando o em-
pregador toma decisões com base no
TD — E-mail é correspondên- conteúdo monitorado que se refere à
cia ou não para efeitos de ser acepção ampla da intimidade, vida pri-
protegido pelo sigilo das comuni- vada e honra do empregado. Quando o
cações? empregador for motivado a tomar de-
Alexandre — Para a legislação cisões contra o empregado em decor-
brasileira, e-mail e correspondência rência do acesso a informações origina-
são conceitos distintos. O correio das do e-mail que se referem à vida
eletrônico não pode ser equiparado à doméstica, relações familiares e afeti-
correspondência para fins de intercep- vas em geral, fatos, hábitos, local, nome,
tação do conteúdo. Ainda que fosse imagem, pensamentos, segredos, ori-
forçada esta comparação, se chegará gens e planos do empregado, esta pro-
à conclusão que o e-mail, quando não va será considerada como ilícita. Já exis-
estiver sendo transmitido com o uso tem várias decisões nesse sentido
da certificação digital, equivale a um
cartão postal escrito a lápis. Isto signi- TD — Como guardar e-mails
fica que o conteúdo, pode ser acessa- preservando a autenticidade, já
do e alterado sem deixar vestígios. que as mensagens impressas em
Quanto ao sigilo, ambos possuem prote- papel são consideradas por alguns
ção em decorrência da prerrogativa de meras cópias?
inviolabilidade da intimidade, vida priva- Alexandre — A informação ge-
da e honra, tanto das pessoas físicas rada em formato digital só será admi-
quanto jurídicas. A quebra deste sigilo só tida como original se houver o empre-
se dará por autorização judicial. go da criptografia assimétrica, com o
uso da assinatura digital. Na maioria
TD — O empregador pode ler das vezes, a informação precisa ser pre-
e-mails dos empregados? servada mesmo sem o uso deste re-
Alexandre — A resposta é casu- curso. Nestes casos, a solução é ela-
ística. Em regra pode, pois o empre- borar uma ata notarial para tornar ine-
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TD — A internet precisa ser re- Alexandre — Ainda não se sabe
gulamentada? Em que aspectos? qual será o efeito prático. O que se viu
Alexandre — Muito menos do que “A nova carteira de identidade de positivo foi a tentativa de debater
se pode imaginar. São necessários al- (RIC) irá gerar um valioso vários tópicos que farão parte do pro-
guns avanços, como a aprovação da lei banco de dados” jeto com a sociedade. A iniciativa de
de crimes cibernéticos que cria 13 no- testar um processo de construção co-
vos tipos penais para punir condutas que laborativo para elaborar um possível
surgiram a partir do uso de sistemas projeto de lei foi válido, embora não
informatizados. No futuro será neces- TD — Mas já? Acabaram de pro- seja o modelo ideal. A metodologia
sário criar uma lei que regulamente de por um novo Código de Processo adotada para o projeto tinha como ob-
forma mais detalhada a proteção de da- Civil. jetivo propor o uso da tecnologia para
dos pessoais e a privacidade on-line. O Alexandre — Os sistemas de tra- buscar uma condução mais transparen-
Brasil está dando início ao projeto de mitação de autos digitalizados estarão te e participativa em comparação à
uma nova carteira de identidade, o RIC, mais aperfeiçoados, a infraestrutura de condução do projeto dos crimes ciber-
que irá gerar um valioso banco de da- tráfego de dados será mais eficiente e a néticos, que possui alguns temas em
dos. Isso contribuirá para aumentar o haverá uma massa crítica mais apurada comum com o marco civil, como é o
poder de controle estatal sobre a vida visando estudar meios para tornar a tra- caso da discussão sobre o tempo de
dos brasileiros, uma vez que ficará muito mitação mais transparente e célere. O preservação de dados dos provedores.
mais fácil cruzar informações. Já teve projeto de mudança atual do Código de Conduzir um projeto que trata de te-
início uma discussão legislativa sobre os Processo Civil ficou aquém do esperado mas tão profundos apenas à distância
riscos deste novo modelo. É preciso fi- no tocante às mudanças provocadas pela é temerário. Por mais que as ferramen-
car atento, pois a regulamentação terá chegada do processo eletrônico. Isso não tas sejam colaborativas, nada se com-
de ser bem detalhada e deverá definir significa crítica, mas apenas uma cons- para a um encontro presencial, ainda
como controlar as atividades de quem tatação de que os juristas que estavam que por videoconferência. Além disso,
irá controlar os dados. Um pouco mais à frente do projeto ainda têm dificuldade quem detém a infraestrutura para ge-
adiante, quando o volume de autos di- natural para lidar com a adoção de ritos renciar e hospedar todos os conteúdos
gitalizados estiver alcançando uma mas- processuais informatizados. É compre- dos debates precisa expor por meio de
sa de dados considerável e os atores ensível, pois o volume dos autos que es- regras ainda mais claras como serão
processuais já estiverem mais acostu- tão tramitando no Brasil em formato di- os procedimentos que serão adotados
mados com as práticas processuais por gital não supera 5% do total. Isto não está claro. Esta condução pode
meio eletrônico, será inevitável fazer sofrer mudanças ou manipulações sem
uma nova reforma do Código de Pro- “Será inevitável fazer uma nova TD — O chamado marco civil da que sejam perceptíveis para a maioria
cesso Civil. reforma do Código de Processo Civil” internet representa algum avanço? das pessoas.
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TD — E quais são os mecanis- para fins que escapam ao controle. A


mos que se dispõe para controlar sociedade ainda não percebeu isto. É
as atividades e a integridade das “O Brasil necessita de uma preciso estipular mecanismos para evi-
informações de quem gerencia os tar danos maiores aos cidadãos em
conteúdos das propostas encami-
legislação mais apurada para decorrência do cruzamento de dados.
nhadas para o marco civil? proteger os dados do cidadão” Uma lei mais aprimorada sobre prote-
Alexandre — Como foi a primei- ção de dados iria ajudar a minimizar
ra vez que a discussão de um projeto estes problemas. A exigência da pre-
de lei aconteceu pela internet, teve o servação dos registros eletrônicos pe-
lado bom de ter motivado parte da so- teúdos gerados a partir das contribui- assegurada apenas pelo conceito ge- los provedores por um determinado
ciedade, especialmente os que estão ções da sociedade, do meio acadêmi- nérico de privacidade previsto na lapso de tempo é motivo de muita po-
familiarizados com a internet, a se in- co, das instituições privadas e gover- Constituição de 1988. Naquela épo- lêmica. Há quem diga que o artigo que
teressarem por debater um tema que namentais sobre um determinado ca, estava-se ainda há oito anos da trata do tema no projeto de crimes ci-
até então não havia sido amplamente tema. Desta forma, seria possível vi- chegada da internet aos lares brasi- bernéticos será retirado do texto e que
discutido sequer no meio acadêmico. sualizar de forma mais nítida o posi- leiros. a proposta para este controle será ob-
O lado ruim foi o tempo exíguo dispo- cionamento de cada segmento por jeto de um novo projeto de lei, que pode
nivel para as contribuições. Foi com- tema. Quanto aos temas tratados, TD — Não havia bancos de ser o próprio marco civil. Seja como
plicado chegar a conclusões com o cur- discussões sobre a proteção de da- dados eletrônicos, declaração de for, é necessário que haja uma regula-
to período de tempo. É preciso apri- dos pessoais e a preservação de da- Imposto de Renda eletrônica, nem mentação sobre este assunto de forma
morar o método de trabalho, pois ain- dos dos provedores para ajudar no Youtube , Orkut ... imediata, pois esta prática, que deve
da se está tentando encontrar uma ma- combate aos crimes cibernéticos são Alexandre — Não havia nada dis- ser tomada por provedores de acesso e
neira mais rica de gerar conhecimento relevantes. O Brasil necessita de uma so. Era muito mais difícil expor as pes- conteúdo da internet, é fundamental
a partir do processamento de tanta legislação mais apurada para prote- soas. Hoje, está-se em vias de adotar para que haja um instrumento que as-
informação. Não é uma tarefa fácil. É ger os dados do cidadão, a exemplo uma identidade digital para cada cida- segure maior eficácia ao procedimento
possível, por exemplo, agregar e visu- do que acontece na Espanha e na Ar- dão, gerando um imenso e inestimável de identificação de autoria para quem
alizar de forma mais clara todos os con- gentina. A proteção de dados está banco de dados que pode ser utilizado pratica ilícitos por meio eletrônico.

Da quinta geração de advogados

M
Álbum de Família
ineiro de Belo Hori- outros aspectos. Voltei com uma vi-
zonte, Alexandre Athe- são multidisciplinar em relação à in-
niense pertence à formática e à internet”, relata.
quinta geração de ad- Logo depois que voltou ao Brasil,
vogados na família. em 2001, começou a se preparar para
Formado pela Uni- não só alargar a oferta de serviços
versidade Federal de Minas Gerais em como advogado, mas também para
1987, especializou-se em legislação da lecionar. “Os temas relacionados à Tec-
internet e propriedade intelectual no nologia e à Informação não estão sen-
Berkman Center da Harvard Law Scho- do tratados nas faculdades de Direito.
ol. O interesse pela informática surgiu Já aconteceu a mudança de paradig-
no último ano do colégio. O pai, que tam- ma, mas as faculdades de Direito ain-
bém é advogado, foi um dos primeiros da não se deram conta. É preciso atu-
do país a incorporar o computador à ro- alizar as grades curriculares para con-
tina do escritório, nos idos de 1981. E templar também a revolução tecnoló-
Alexandre teve uma tarefa destacada: gica naquilo que diz respeito ao Direi-
coube-lhe a missão de montar o banco to”, afirma ele, que coordena o curso
de dados de jurisprudência a partir das de pós-graduação lato sensu em Di-
fichas arquivadas no escritório. reito de Informática da Escola Superi-
Mas não ficou nisso: “Meu pai sem- or de Advocacia (ESA) da OAB-SP.
pre atuou no Tribunal de Justiça do Es- Quando não está pesquisando no-
tado de Minas Gerais e nos tribunais vas tecnologias ou advogando, Alexan-
superiores. Tive a ideia de pesquisar o dre dedica-se a correr o mundo: “Ado-
perfil dos desembargadores e dos mi- ro viajar, diz. Conheço 78 países e já
nistros e também a forma como eles Em Mianmar (antiga Birmânia), um dos roteiros preferidos dei três voltas ao mundo por avião”,
julgavam determinadas questões. Aí, acrescentando que adora “também fo-
fornecia-lhe as informações completas começou a chegar à casa das pessoas çam a surgir uma série de incidentes nas tografar os lugares” por onde passa.
sobre aqueles que iam julgar o caso dele, em 1996, mas que na virada do século, mais diversas áreas, abrindo um novo “É gratificante!”, completa.
especialmente o entendimento demons- com os provedores de acesso gratuito e leque de opções profissionais.” Casado em segundas núpcias com
trado em julgados anteriores sobre a o amplo acesso à informação, criou-se Diante da nova realidade, resolveu Fabiana, Alexandre tem dois entea-
mesma matéria. E deu certo.” um novo mercado, em que os negócios especializar-se em Harvard. “Fiz um dos: João Victor, (11 anos), e Bernar-
A partir daí, tanto os estudos, quan- passaram a desenvolver-se também à curso que me abriu de vez os horizon- do, (9 anos). Sempre que dá, a famí-
to a carreira de advogado foram se distância. “Isso teve um impacto tremen- tes na área da Tecnologia da Informa- lia viaja junto. Entre os destinos pre-
delineando a partir da evolução das do no Direito, porque na medida em que ção. Vi como é que a internet já estava feridos estão os países da Ásia, em
novas tecnologias e da própria inter- os atos de manifestação de vontade pas- impactando no Direito Constitucional, especial Mianmar (antiga Birmânia),
net. Alexandre recorda que a internet sam a dar-se por meio eletrônico, come- na questão da privacidade e de tantos onde já esteve duas vezes.(EN EN
EN)

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