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UNIVERSIDADE TIRADENTES - UNIT

CURSO DE PSICOLOGIA

TESTE DE PERSONALIDADE – H-T-P


(HOUSE-TREE-PERSON)

Aracaju
2007
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UNIVERSIDADE TIRADENTES - UNIT

CURSO DE PSICOLOGIA

TESTE DE PERSONALIDADE – H-T-P


(HOUSE-TREE-PERSON)

Trabalho apresentado pelos alunos Erasmo


Barros, Hugo Leonardo, Marcus Vinícius e
Ramon Cravo à disciplina Estatística
aplicada à Psicologia, ministrada pelo Prof.
Ms. Alexandre José Raad.

Aracaju
2007

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SUMÁRIO

1 – Introdução.................................................................................................................4
1.1 – Objetivos e Aplicações Clínicas............................................................................4
2 – Administração...........................................................................................................5
2.1 – Local......................................................................................................................5
2.2 – População e Usuário de Teste................................................................................6
2.3 – Material..................................................................................................................6
2.4 – Procedimentos........................................................................................................6
2.5 – Instruções...............................................................................................................6
3 – Precisão e Validade...................................................................................................7
3.1 – Precisão..................................................................................................................7
3.2 – Validade.................................................................................................................7
4 – Interpretação..............................................................................................................8
4.1 – Atitude....................................................................................................................8
4.2 – Tempo, Latência, Pausa.........................................................................................8
4.3 – Capacidade Crítica – rasuras..................................................................................8
4.4 – Comentários...........................................................................................................9
5 – Características Gerais do Desenho............................................................................9
5.1 – Proporção...............................................................................................................9
5.2 – Perspectiva.............................................................................................................9
6 – Características do Desenho.....................................................................................11
6.1 – Características do Desenho Específicas da Figura: CASA..................................11
6.2 – Características específicas da figura: ÁRVORE..................................................12
6.3 – Características específicas da figura: PESSOA...................................................13
7 – Considerações Finais...............................................................................................15
8 – Referências Bibliográficas......................................................................................16
9 – Anexos....................................................................................................................17
9.1 – Anexo 1................................................................................................................18

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1. Introdução

Toda produção humana é impregnada pela marca subjetiva do seu criador. A hipótese
projetiva subtende a possibilidade da compreensão psicológica de quem escreve um romance,
pinta um quadro ou modela um objeto, pois “a obra reflete a pessoa” (Klepsch & Logie,
1984). Constitui-se, portanto, na sua resposta a uma realidade percebida sob a ótica individual
que lhe empresta uma configuração única na impressão de sua maneira própria de sentir, viver
e interagir com o mundo e consigo mesmo. Por tal razão, Hammer (1991) afirmou: “mostra-
me o que desenhas e eu te direi quem és”.
Idealizado por John N. Buck, em 1948, o HTP (House-Tree-Person) é o teste de
desenho da Casa-Árvore-Pessoa. Partiu do princípio de que estes temas são bastante
familiares a todas as pessoas, mesmo em idades avançadas, o que facilita a projeção de suas
experiências internas.
Segundo Hammer (1981), “o HTP investiga o fluxo da personalidade à medida que ela
invade a área da criatividade artística”... e, mesmo que haja uma infinidade de possibilidades
nos tipos de figuras desenhadas, é possível se fazer uma avaliação quantitativa e qualitativa,
utilizando-se das simbologias, que torna a técnica fidedigna.
Suas vantagens relacionam-se ao fato de que é um teste de aplicação muito econômica
(lápis e papel), de aplicação simples, individual ou coletiva, além de implicar numa avaliação
relativamente rápida. Pode ser aplicado somente com lápis preto ou ainda incluir os coloridos.
A partir de sua criação surgiram algumas “variações”, como por exemplo, além de desenhar a
casa, árvore e pessoa, pode-se pedir também que desenhe uma figura do sexo oposto a
anteriormente feita, bem como o desenho da família.
Os clínicos têm usado, há mais de 50 anos, a técnica projetiva de
desenho da Casa-Árvore-Pessoa, para obter informações acerca da
maneira como uma pessoa experiencia sua singularidade em relação aos
outros e ao ambiente do lar. Assim como as demais técnicas projetivas, o
HTP estimula a projeção de elementos da personalidade e de áreas de
conflito inseridas na situação terapêutica, permitindo que eles sejam
identificados com o propósito de avaliação e utilizados para o
estabelecimento de uma comunicação terapêutica efetiva.

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1.1 Objetivos e Aplicações Clínicas.


A utilização dos desenhos projetivamente pode servir como base de avaliação para
varias áreas de atividade clinica. A atividade pode ser vista como amostra de comportamento
possibilitando ao clinico acesso às reações do individuo, onde há uma situação não
estruturada. O contato entre cliente e clínico, onde ambos articulam experiências sobre tais
circunstâncias é um importante indicador prognóstico. E ainda, os desenhos promovem a
estimulação, o estabelecimento de conforto, interesse e confiança por ambas as partes.
O HTP fornece informações que quando relacionadas a entrevistas e outros
instrumentos de avaliação, podem revelar conflitos. Assim, servindo para propósitos
diagnósticos e interesses gerais dos indivíduos bem como aspectos específicos do ambiente
que ele ache problemático. Por fim, a terapia em si e seu desenvolvimento, a partir dos
desenhos, podem refletir na descoberta de mudanças globais no estado psicológico do
paciente.

2. Administração

Durante a administração do teste, o sujeito recebe três folhas de papel em branco, lápis
e borracha, e é solicitado a este que desenhe uma casa, uma árvore e uma pessoa. Hammer
(1991) defendia a utilização de uma folha por desenho, sendo que a folha para o desenho da
casa seria entregue horizontalmente enquanto que as restantes seriam entregues verticalmente.
Hammer faz a complementação dos desenhos acromáticos com a fase cromática que constitui
um recurso pra explorar “características mais profundas da personalidade”.
Uma outra versão, sugerida por Burns e Kaufman, em 1970, em que o sujeito faz os
três desenhos em uma única folha de papel, é sugerida por Groth-Marnat (1999). Essa outra
forma de realização do teste é de extrema importância na analise das inter-relações dos três
desenhos.
Alem destas versões, existe outra, proposta por Topper e Boring (1969), no qual há
uma utilização de sete folhas: uma com linhas incompletas a fim de que o sujeito complete-as,
e as demais para que este desenhe uma casa, uma árvore, uma pessoa, outra pessoa do sexo
oposto, ele mesmo e qualquer outra coisa que queira. Anexo a esse teste, segue-se um
questionário de quinze perguntas numa base de faz-de-conta.

2.1 Local:

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Sala silenciosa, sem distrações. A aplicação requer de 30 a 90 minutos, dependendo do


número de desenhos solicitados pelo examinador. No mínimo podem ser solicitados três
desenhos, e posteriormente realiza-se o inquérito sobre cada desenho.

2.2 População e Usuário de Teste:


O HTP é utilizado para a avaliação de crianças, mais adequado para indivíduos com
mais de oito anos. A natureza do teste substitui a comunicação verbal direta dos materiais
conflitivos do indivíduo, por ser uma atividade atraente. Tal substituição ocorre devido ao
surgimento de obstáculos nas capacidades motivacional e verbal.
Para a aplicação do HTP usuário deve ter sido preparado teoricamente e
supervisionado na aplicação individual do mesmo. Caso o usuário não tenha experiência na
área de avaliação dos testes projetivos, este deve ser acompanhado por um supervisor clínico,
até que alcance um bom nível de habilidade na avaliação e aplicação.

2.3 Material:
Protocolo de Inquérito Posterior ao Desenho, papel branco A4, lápis grafite e borracha.

2.4 Procedimento:
Apresentar o papel com a palavra CASA escrita no topo da folha que deve ser
entregue na posição horizontal. Quanto à apresentação da folha relativa à pessoa e à árvore
deve ser feita no mesmo modelo, trocando somente a posição da folha para a vertical.

2.5 Instruções:
“Eu quero que você desenhe uma casa. Você pode desenhar o tipo de casa que você
quiser. Faça o melhor que você puder. Você apagar quanto quiser e pode levar o tempo que
precisar. Apenas faça o melhor possível.”

O desenho deve ser à mão livre, sem o uso de régua. O tempo deve ser cronometrado
assim que o examinador acabar de relatar as instruções, e considerar que o indivíduo entendeu
bem a tarefa.

Enquanto o desenho estiver sendo completado, anote:

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1- Latência inicial (intervalo de tempo entre o fim da instrução e o início


do desenho)
2- Ordem dos detalhes desenhados;
3- Duração da pausa e o detalhe específico depois que a pausa ocorrer;
4- Qualquer verbalização espontânea ou demonstração de emoção e o
detalhe que estiver sendo desenha quando estas ocorrerem;
5- Tempo total para realizar o desenho.

3. Precisão e Validade

3.1 Precisão:
A precisão do avaliador torna-se uma consideração importante nos testes projetivos,
devido a não padronização dos processos de avaliação e as deficiências dos dados normativos.
No caso das técnicas projetivas, as medidas de precisão deveriam ser mais criteriosas não
incluindo apenas a avaliação preliminar mais objetiva, mas também os estágios finais de
integração e interpretação. A precisão de interpretação do avaliador consiste na analise e
interpretação da avaliação por diferentes examinadores chegando a resultados de valor
equivalente.
Os poucos estudos realizados sobre a precisão de avaliadores nos testes projetivos,
verificaram diferenças marcantes nas interpretações dadas por aplicadores razoavelmente bem
qualificados. Uma ambigüidade fundamental, nesses resultados, decorre de uma contribuição
desconhecida da habilidade do avaliador. Não se pode generalizar, diretamente, nem precisão
elevada nem precisão baixa para outros avaliadores que apresentam diferença considerável
com relação aos avaliadores utilizados em determinada pesquisa.
A precisão de reteste também apresenta problemas especiais. Com intervalos longos,
poderiam ocorrer mudanças reais de personalidade, e tais mudanças poderiam ser
identificadas pelo teste. Com intervalos curtos, o reteste talvez apresente apenas recordação
das respostas originais. É também significativo notar que muitos resultados derivados de
técnicas projetivas se baseiam em amostras muito inadequadas de respostas. Em tais
circunstancias, devemos esperar grandes variações de acaso.
3.2 Validade:
Questão fundamental. Quase todos os estudos de validação dos testes projetivos se
referem à validade simultânea. Entre esses estudos, muitos compararam a realização de
grupos contrastantes, tais como grupos profissionais e de diagnósticos. No entanto, esses

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grupos são, muitas vezes, diferentes quanto a outros aspectos, como idade e educação. Existe,
atualmente, uma tendência cada vez maior para investigar a validade de conceito de
instrumentos projetivos, testando-se hipóteses especificas, subjacentes ao uso e à
interpretação de cada teste.
Quase todos os estudos publicados sobre validação de técnicas projetivas deixam de
apresentar conclusões decisivas, por causa de deficiências de processo, seja nos controles
experimentais, seja na análise estatística ou em ambos.
A forma mais sutil de erros é apresentada pela correção de estereótipos.

4. Interpretação

4.1 Atitude
a)rejeição completa do HTP:
- sentimentos de impotência frente à tarefa de indivíduos com distúrbios
orgânicos;
- hostilidade.

4.2 Tempo, Latência, Pausa


a)tempo normal: de 2 a 30 minutos;
b)tempo excessivo (maior que 30 minutos): obsessivo-compulsivos, indivíduos em
estado de mania;
c)não iniciar o desenho até 30 segundos depois da ordem: potencial para a
psicopatologia;
d)pausa maior que 5 segundos em cada desenho: sugestão de conflito(ver a parte que
está sendo desenhada no momento da pausa ou que será desenhada).

4.3 Capacidade Crítica – rasuras:


Quando feitos em excesso, as rasuras e comentários críticos, tais quais: “Nunca
aprendi a desenhar...” ou “Isto aqui está fora de proporção”, indicam potencial para a
patologia, bem como:
a) abandono do desenho e recomeço de outro em lugar diferente na folha sem apagar
o já iniciado;
b) apagar e não redesenhar um detalhe do desenho;

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c) apagar e redesenhar com preocupação excessiva ao detalhe acompanhado de


reação emocional aversiva ao desenho.

4.4 Comentários:
Comentários em excesso sobre o desenho enquanto a pessoa o realiza pode trazer
conteúdos reprimidos e indicar desajustamento da personalidade ou problema orgânico.

5. Características gerais do desenho:

5.1 Proporção:
a)desenhos ocupam geralmente de 1 a 2/3 da área da folha;
b)desenhos muito pequenos: rejeição do tema principal do desenho, tendência a se
afastar do ambiente;
c)desenho muito grande, sem espaço suficiente no papel: sentimento de frustração,
sentem hostilidade para com determinado ambiente.

5.2 Perspectiva
 Localização Horizontal:

a)Ponto médio da figura situado mais ao lado esquerdo em relação ao ponto médio da
folha: comportamento impulsivo, satisfação emocional imediata e direta. Forte
interesse no passado e interesse em si mesmo;
b)Ponto médio do desenho mais afastado para a direita do ponto médio da folha:
comportamento estável, rigidamente controlado, de estar propenso a adiar a
satisfação de seus impulsos, preferência por satisfações intelectuais e emocionais.
Preocupações com o futuro.

 Localização Vertical:

a)Ponto médio do desenho situado abaixo do ponto médio da folha: sentimentos de


inadequação e insegurança, depressão no humor. Tendem a buscar a satisfação mais na
realidade que na fantasia;
b)Ponto médio do desenho situado mais acima do ponto médio da folha: sentimentos
de luta por objetivos inatingíveis. Busca da satisfação na fantasia e na intelectualidade.
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 Localização Central:

a)localização ao redor do ponto geométrico central exato da folha: rigidez para


compensar sentimentos de insegurança.

Mudança na posição da página referente à posição que foi entregue:

a)Rotação da página: potencial para a psicopatologia e oposição, rejeição à sugestão.

 Quadrantes:

a)Destaca-se o quadrante superior esquerdo como sendo indicativo de deterioração


psicótica ou orgânica, falta de maturidade;
Quadrante inferior direito: quase nenhum desenho é localizado de forma inteira neste
quadrante.

 Margens da página:

a)desenho “cortado pelo papel” na margem inferior: indivíduos com forte potencial
para ações explosivas;
b)desenho “cortado pelo papel” na margem direita: desejo de escapar para o futuro;

a)desenho que utiliza a margem superior da folha como limite: fixação no pensamento
e na fantasia como fonte de satisfação;
b)desenho que utiliza as margens laterais da folha como limite: insegurança e
constrição;
c)desenho que utiliza a margem inferior da folha como limite: depressão e tendência a
se comportar de uma maneira concreta e desprovida de imaginação.

 Distância Aparente em relação ao observador:

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a)desenho distante, situado numa colina ao longe, com grande número de detalhes
localizados entre o observador e o objeto. Essa distância implica em manter o self
afastado e inacessível.

 Posição

a)ausência de qualquer tipo de profundidade sugere um estilo rígido e intransigente,


que compensa sentimentos de insegurança e inadequação;
b)desenho em perfil completo, sem a visão do outro lado: tendências oposicionistas e
de afastamento, paranóia.

 Transparências:

a)Indício de patologias orgânicas ou psíquicas quando desenhadas por pessoas sem


diagnóstico de deficiência mental.

 Linhas

a)traçados fortes indicam tensão, e quando usados em todo o desenho indicam


patologia orgânica. Se forem utilizados num detalhe específico do desenho, o
examinador deve considerar uma fixação em tal área do desenho;
b)linha muito forte no solo: sentimentos de ansiedade nos relacionamentos;
c)traçados extremamente leves em todo o desenho sugerem sentimentos de
inadequação, medo ou derrota;
d)linhas que se tornam mais fracas a medida que elas progridem indica depressão e
ansiedade generalizada;
e)traçados interrompidos: indecisão.

6. Características do Desenho

6.1 Características do Desenho Específicas da Figura: CASA

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Detalhes essenciais: no mínimo uma porta, uma janela, uma parede e um telhado.

 Telhado grande: satisfação na fantasia.


 Telhado desenhado telha por telha: obsessividade.
 Calhas para escoar água do telhado: atitude defensiva.
 Casa desenhada sem distinção entre telhado e parede: esquizofrenia.
 Portas pequenas: inadequação e dificuldades em estabelecer contatos.
 Portas muito grandes: sugestão de super dependência dos outros.
 Ênfase em maçanetas e dobradiças: sensibilidade defensiva.
 Janelas sem vidros, grades: indivíduos negativistas.
 Janelas com grades: atitude defensiva.
 Várias janelas descobertas: comportamento áspero e direto.
 Cortinas, venezianas que não estiverem completamente fechadas sugerem uma
interação com o ambiente conscientemente controlada, que é acompanhada por
alguma ansiedade.
 Chaminé muito grande: preocupações sexuais e possível exibicionismo.
 Chaminé muito pequena: falta de calor na situação do lar. Em homens pode
refletir dúvidas quanto à masculinidade.
 Nuvens: ansiedade generalizada.
 Montanhas ao fundo: atitudes defensivas e necessidade de dependência.
 Chuva ou neve: necessidade em expressar seus sentimentos por estar sofrendo
pressões ambientais.

6.2 Características específicas da figura: ÁRVORE

Detalhes essenciais: Um tronco e pelo menos um galho.

 Árvore muito pequena sugere falta de adequação parar lidar com o ambiente.
 Árvore muito grande representa uma busca de compensação, fantasia.
 Galhos grossos e curtos cortados próximo ao tronco podem indicar tendência
suicida.

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 Galhos quebrados ou mortos representam eventos traumáticos da história do


indivíduo.
 Galhos reforçados representam inadequação na busca de satisfação
 Galhos desenhados sem fechamento da extremidade: falta de controle de
impulsos.
 Maior número de galhos localizados na parte esquerda da página sugerem forte
tendência à busca de satisfação dos impulsos de forma imediata.
 Maior número de galhos localizados na parte direita da página sugerem forte
tendência ao adiamento da satisfação emocional e busca pela satisfação
intelectual dos impulsos.
 Simetria perfeita dos galhos indica sentimentos de ambivalência.
 Tronco de base larga e que afina a uma pequena distância acima da base sugere
um ambiente anterior sem estimulação calorosa e saudável.
 Tronco mais estreito na base que na parte superior: forte indicação de
patologia.
 Casca da árvore desenhada: interação bem equilibrada com o meio.
 Casca da árvore desenhada com linhas muito fortes: ansiedade.
 Folhas desenhadas de forma meticulosa e detalhista: obsessividade.
 Frutas são desenhadas por crianças ou ocasionalmente por mulheres grávidas.
 Raízes em forma de “garras”: paranóia, atitudes agressivas.
 Pessoa desenhada perto da árvore indica patologia.

6.3 Características específicas da figura: PESSOA

Indivíduos paranóicos ou psicopatas podem se negar a fazê-lo.

Detalhes essenciais: cabeça, tronco, 2 pernas 2 braços. O traço facial deve incluir
dois olhos, um nariz, uma boca e 2 orelhas. Dependendo da posição da figura, as orelhas
podem ficar omitidas.

 Cabeça grande: ênfase na fantasia e na inteligência.

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 Cabeça muito pequena: pessoas obsessivo-compulsivas ou podem representar


uma negação de pensamentos dolorosos e sentimentos de culpa.
 Olhos pequenos: ver o mínimo possível.
 Boca grande: erotismo oral e tendências agressivas orais.
 Pescoço longo e fino: características esquizóides.
 Tronco desproporcionalmente grande: presença de muitos impulsos
insatisfeitos que a pessoa sinta intensamente.
 Tronco pequeno: negação dos impulsos do corpo e/ou sentimentos de
inferioridade.
 Tronco comprido e estreito: características esquizóides.
 Ombros desproporcionalmente grandes: sentimentos de força e muita
preocupação frente às necessidades de força e poder.
 Ombros desiguais: desequilíbrio da personalidade.
 Braços muito longos: esforço para ambição exagerada.
 Braços curtos: ausência de esforço, ambição, sentimentos de fraqueza.
 Mãos grandes simbolizam impulsividade e falta de refinamento no trato social.
 Mãos pequenas: relutância para estabelecer contatos sociais.
 Dedos pontiagudos: hostilidade.
 Pernas desproporcionalmente longas: esforço em busca de autonomia.
 Pernas muito curtas: sentimentos de constrição.
 Pés grandes: necessidade de segurança e de demonstrar a virilidade.
 Pés pequenos: dependência e constrição.
 Pessoa desenhada de frente com braços estendidos junto ao corpo: rigidez e
intransigência, necessidade de ocultar sentimentos de insegurança.
 Perfil completo sem ver o outro lado: oposição, retraimento.
 Braços junto ao tórax: hostilidade e desconfiança.
 Seqüência do detalhe: cabeça – face – pescoço-tronco, braços, pernas; pés –
seqüência “normal”. Uma seqüência patológica seria: pés, cabeça e a face por
último.
 Ênfase no nariz: temor da castração.
 Ênfase na orelha: paranóia
 Ênfase no queixo: necessidade de domínio social

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 Pouca ênfase no queixo: sentimento de impotência social.


 Ênfase na cintura (cinto, sombreamento): conflito entre a expressão e controle
dos impulsos sexuais, interesse sexual intensivo.
 Forte detalhamento nos sapatos: narcisismo, exibicionismo.
 Grande quantidade de botões na camisa: regressão.
 Reforço das linhas que contornam a cabeça indicam necessidade de controlar
fantasias perturbadoras e ideação obsessiva ou alucinatória.
 Braços atrás das costas: relutância em estabelecer novas relações.
 Braços desenhados de forma que as mãos fiquem sobre a pélvis em mulheres
indica melancolia e desajuste sexual.
 Pernas abertas: desafio e necessidade de segurança.
 Pernas fortemente unidas: desajuste sexual.
 Omissão dos olhos: alucinações visuais
 Olhos sem pupila: evitam-se os estímulos visuais.
 Boca com dentes: agressividade.
 Genitais cuidadosamente desenhados: patologia

7. Considerações Finais

Conforme o presente trabalho, ratificamos a necessidade de se realizar pesquisas


relacionadas ao teste em questão, visto que, sua evidência de validade foi questionada por
uma resolução do CFP, quando tal órgão alegou que o HTP não apresentava fundamentação
teórica suficiente e não apresentava estudos brasileiros de precisão e validade.
Por ser um teste relativamente abstrato, a avaliação implica em uma análise subjetiva
por parte do examinador. Há que se melhorar a formação profissional, para que não ocorram
discrepâncias significativas na interpretação dos dados, ou seja, com um melhor preparo dos
examinadores os resultados das avaliações, mesmo analisado por diferentes profissionais,
tenderão à equivalência.
No tocante ao valor diagnostico do teste, alguns terapeutas podem encontrar caminhos
úteis nos desenhos, ao considerá-los juntamente com outras informações a respeito do
indivíduo. Dessa forma, o teste auxilia o terapeuta a identificar possíveis patologias ou
disfunções cerebrais nos testandos.

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8. Referências Bibliográficas.

ANASTASI, Anne. Testes psicológicos. 2.ed. São Paulo: EPU, 1977.


CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico – V. 5. ed. Porto Alegre, ARTMED, 2002.
CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico – R. 4. ed. Porto Alegre, ARTMED, 1993.
BUCK, John N. H-T-P: casa-árvore-pessoa, técnica projetiva de desenho: manual e
guia de interpretação. ed. São Paulo - Vetor Editora Psico-Pedagógica Ltda. 2003. Tradutor
(a): Renato Cury Tardivo.

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ANEXOS

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9.1 Anexo 1

Teste Psicológico: MANUAL PRÁTICO DE AVALIAÇÃO DO HTP (CASA-ARVORE-


PESSOA) E FAMÍLIA.

Edição: Não consta

Responsável Técnico: Maria Florentina N. Godinho Retondo

PARECER DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

O teste acima especificado não atende aos requisitos mínimos estabelecidos pela
Resolução CFP n.º 002/2003, estando caracterizado como um teste psicológico sem
condições de uso, pelos motivos a seguir:

1. Fundamentação teórica insuficiente.


2. Ausência de estudos brasileiros de padronização, precisão e validade
3. Ausência de citação bibliográfica.

A correção dos indicadores acima mencionados e as conseqüentes alterações no


manual do teste deverão ser enviadas na íntegra para o Conselho Federal de Psicologia.

Brasília, 28 de Junho de 2003

MIGUEL ANGEL CAL GONZALEZ


Conselheiro Secretário

Aprovado na 20º Reunião Plenária do CFP, realizada em 05 de Julho de 2003.

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