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Prezados Irmãos Escoteiros

Nós adultos, sejamos pais, escotistas, dirigentes, simpatizantes ou entusiastas do


Movimento Escoteiro do Tocantins temos obrigação de compartilhar e expor a situação
que enfrentamos em nosso Estado.
Como muitos já tiveram conhecimento, em razão de inúmeras denúncias graves
contra membros adultos do Movimento Escoteiro no Tocantins, foi realizada uma
reunião ordinária da Diretoria Regional no dia 01 de dezembro de 2017, Diretori esta
regularmente eleita e com chancela da Nacional.
Pois bem, desta reunião foi deliberado à acolhida das denúncias e, por questão
de segurança da integridade dos jovens, tanto quanto da imagem dos envolvidos,
também se optou pelo afastamento temporário preventivo dos denunciados, conforme
preceitua a legislação escoteira vigente.
Feitos os devidos encaminhamentos na forma legal, eis que fomos surpreendidos
na terça feira 12 de dezembro, com email enviado pela então suspensa presidente da
Região do Tocantins convocando reunião com a Diretoria para quinta feira 14/12/2017
às 19h30. Tal convocatória supostamente a rogo da Diretoria Executiva Nacional
(DEN), sem sequer consultar a disponibilidade e agenda dos demais diretores, sem
encaminhar comunicado ou correspondência oficial diretamente aos interessados.
O ato em si já seria bastante grosseiro, vez que ela já se encontrava afastada, e
também ao impor reunião sem consultar disponibilidade e possibilidade da Diretoria.
Em contato via telefone com o Sr. Manoel Salles, o mesmo informou que a DEN
resolveu, unilateralmente e sem outras informações, suspender os atos praticados
pela Diretoria Regional tocantinense, apoiar o membro suspenso da diretoria e
desrespeitar todo o processo, embora reconhecidamente legal e legítimo.
O mal estar causado pela postura da presidente suspensa e da DEN em relação à
autonomia e competência dos adultos voluntários da Região do Tocantins foi
compartilhada de forma geral não apenas pela Diretoria Regional, mas pelos demais
adultos voluntários do Movimento.
A decretação de uma intervenção, travestida com o eufemismo de uma
“conversa esclarecedora” não colou. Clara a intenção da DEN em intervir na
legitimidade dos atos práticados e colocar panos quentes, escamotear a situação. Não foi
enviado um oficio capaz de amenizar os problemas. Estava sendo imposta uma
intervenção.
Contudo, o golpe não funcionou. Ao desrespeitar os trâmites necessários, ao não
cumprir com as normas institucionais e ao fazer ouvido surdo aos clamores dos adultos
voluntários do Estado do Tocantins, a DEN foi infeliz em sua conduta.
A afastada presidente regional comunicou “oficialmente”, embora nenhum
documento suspendendo seu afastamento tenha sido apresentado, aos presidentes acerca
da reunião de “conciliação”, eufemismo de intervenção, alertando que nenhum membro
teria direito a voz ou voto.
Então, de forma espontânea, os presidentes, pais, escotistas e até jovens
compareceram ao local da imposta reunião, contudo, certos de seus direitos, recusaram-
se a entrar no local, pois na rua, suas vozes seriam ouvidas.
O enviado da DEN, Sr. Manoel Salles ainda tentou convencer os presentes a
adentrar o local, na tentativa de compor quorum para a reunião, o que não foi aceito. Em
uma demonstração de união, de espirto escoteiro, de luta pelo que se acredita certo, os
adultos presentes se recusaram e permeneceram na rua, na garoa, para fazer valer suas
crenças e valores.
Não restanto alternativa, o representante Sr. Manoel Salles teve que juntar-se
aos numerosos adultos, representantes de quatro dos seis grupos do Estado, para ouvir-
lhes os testemunhos acerca das denúncias de homofobia, abuso a integridade dos
jovens, beneficiamento financeiro, perseguições, e outros tantos, creditados sobretudo a
figura da presidente regional.
Causou mal estar a todos os presentes a proteção exagerada da DEN a sra.
Nádia, principalmente por conta que das 04 denúncias recebidas pela Regional, 03
estarem direcionadas a ela e a que não estava, era de autoria da mesma contra um casal
escotista por rixa pessoal.
Quando o Sr. Manoel questinou a razão do movimento de protesto, foi lhe
respondido que não era intenção punir ou condenar sumariamente a presidente afastada,
mas tão somente o respeito aos institutos e normas existentes. Não se dúvida da
possibilidade de avocação do processo, contudo, qual razão de fazê-lo senão pelo
notório desejo de colocar panos quentes? De se abafar o caso?
Quando questionado a razão de somente os processos da Sra. Nadia serem alvo
de avocação por parte da DEN, o Sr. Manoel nos brindou com a peróla de alegar que era
praxe fórum privilegiado para alguns. – Questionamos agora a todos – onde consta o
privilégio? Qual razão do mesmo? A Ausência de respostas para tal conduta somente
aumentaram ainda mais a indignação dos presentes.
Incapaz de responder de forma clara aos questionamentos, em especial acerca da
legalidade dos atos, os grupos escoteiros entenderam por bem não reconhecer a
legitimidade do ato que pretendia se praticar, mantendo as deliberações da Diretoria
Regional do último dia 01/12/2017 e o afastamento da Sra Nádia, bem como dos demais
denunciados.
A presente carta não é um lamento de uma Região nova e recém-fundada, mas
um manifesto de luta pelos direitos e respeito da autonomia escoteira. Não podemos, de
forma alguma, tolerar atos autoritários, seja de que esfera forem, sob pena de
invalidarmos tudo aquilo a que nos comprometemos.
Naquela noite, durante a reunião, tivemos certeza do cumprimento de nossos
deveres para com o próximo e para com a sociedade, ao lutarmos, independente da cor
de nossos lenços, pela integridade das instituições e da UEB, bem como de suas
autonomias, para evitar o abafamento de casos, para impedir que uma pessoa autoritária
e desarazoada permaneça contaminando o voluntariado tocantinense.
Diante do quandro que se apresenta e com a intenção não de agravar a situação
delicada, mas de resolver da forma mais digna, correta e menos gravosa possível, os
presidentes dos grupos ali presentes e representados, deliberaram pela convocação de
uma Assembléia. Tal tendo como pauta a destituição da Presidente Regional, em face de
tentativa arbitrária e ilegítima de se manter a força no poder e a fim de abafar as
denúncias existentes contra ela.
Em continuidade dos fatos, a Diretoria Regional em exercício tentou estabelecer
contato com o escritório Nacional. Tais tentativas foram frustradas, por um bloqueio
efetivado pelos “profissionais” do Movimento, os quais tomaram parte destes atos
acima citados para manutenção das arbitrariedades.
Informaram tão somente que a DEN será responsável, entretanto, mesmo ciente
dos fatos desde dezembro, nada fizeram, tão somente limitaram-se a não estabelecer
nenhum contato, informando que o fariam quando lhes fosse oportuno e conveniente.
A legitimidade e soberania do Colegiado Tocantinense não poderá ser negada,
sendo já determinada a Assembléia Ordinária com pauta para impedimento determinada
para o dia 03 de março de 2018 às 19h. Nesta reunião, pretendemos dar voz aos
presidentes e escotistas voluntários do Tocantins e legitimar o conteúdo aqui exposto.
Corremos o risco de uma nova tentativa barbara de nos silenciar, mas não iremos, de
forma alguma, capitular sem resistência.
Por medida de justiça, a Assembléia tratará da destituição da Diretoria Regional
e eleição de novos membros, dessa forma afastando toda e qualquer possibilidade de um
ato ilegítimo, autoritário e ilegal que venha a ser práticado por qualquer das esferas da
UEB.
Por último, agradecemos todas as manifestações de apoio e força, dos quatro
cantos do Brasil, cientes de que a defesa das prerrogativas e da legitimidade do
Movimento a qual tantos de nós se dedicam tanto, é o resultado do esforço coletivo e da
eterna vigilância de todos.
Sempre Alerta para Servir.

Palmas, 11 de Fevereiro de 2018.

Ps. A original encontra-se assinada.

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