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Ocupação Antrópica da faixa litoral - Zonas costeiras

As zonas costeiras ou zonas da orla marinha caracterizam-se por uma intensa actividade

geológica causada pelo mar.


Formas de Erosão

Resultam do desgaste provocado pelo impacto dos movimentos das águas do


mar sobre a costa, a que se dá o nome de abrasão marinha. Os efeitos da
abrasão são especialmente notórios em costas altas e escarpadas, as arribas.
A abrasão marinha faz-se sentir, sobretudo na base da escarpa em contacto
com o mar, onde o material rochoso é retirado mais intensamente. À medida
que a base da arriba vai sendo erodido, o peso das camadas superiores
provocam o seu abatimento originando uma acumulação de detritos nas zonas
mais baixas, a plataforma de abrasão. Outras conseqüências da abrasão
marinha são as cavernas, leixões e os arcos litorais. A natureza do material
rochoso, o seu grau de dureza e compactação, a orientação e a posição dos
estratos condicionam a velocidade da abrasão da arriba.

Formas de deposição
Os materiais arrancados pelo mar ou transportados pelos rios vão-se depositar
originando as praias, restingas, ilhas-barreiras ou tômbolos.
Nas praias, resultantes da acumulação de sedimentos de variados tamanhos e
formas, podem ainda se observar as dunas litorais. As dunas são um
elemento importante, pois impedem o avanço do mar para o interior e
constituem ecossistemas únicos, de grande biodiversidade.

Evolução do litoral
A dinâmica das zonas costeiras é condicionada por fenômenos naturais e
antrópicos.
Causas naturais:

 alternância entre regressões e transgressões marinhas, com variação


do nível médio da água do mar;
 alternância entre períodos de glaciação e interglaciação (acumulação
de gelo no Hemisfério Norte e fusão desse gelo, respectivamente);
 deformação das margens continentais devido a movimentos
tectónicos, que podem levar ou afundamento e elevação das zonas
litorais.

Causas antrópicas:
 O excesso da produção de CO2 provoca efeito de estufa, e
conseqüentemente o aumento do nível médio das águas do mar;
 Construção de estruturas de lazer e recreio desordenada na faixa
litoral;
 Diminuição da quantidade de sedimentos que chegam ao litoral, devido
à construção de barragens nos grandes rios;
 Destruição das defesas naturais devido ao pisoteio das dunas, à
construção desordenada, ao arranque da cobertura vegetal, e à
extracção de inertes, entre outros.
Ocupação antrópica: conseqüências

Estima-se que as zonas costeiras são ocupadas por 80% da população


mundial, isto porque constituem um importante recurso natural onde o Homem
obtém alimentos, recursos minerais, lazer e turismo, etc. No entanto, a
zona litoral constitui um recurso não renovável à escala humana, sendo a sua
gestão caracterizada por uma constante degradação.

A ocupação humana nas zonas costeiras faz-se de forma desordenada,


provocando alterações nos ciclos de abrasão (propiciando a erosão
acelerada e avanço das águas do mar) e deposições marinhas que
potenciam o risco geológico de desabamento de casas e edificações,
ameaçando assim a vida humana e destruição de bens. Como consequências,
também altera as rotas migratórias destruindo muitos habitats.

Soluções

Recorrem-se a construções artificias para regularizar os ritmos de abrasão e


deposição marinha como por exemplo os esporões (obras transversais à linha
de costa), paredões (obras paralelas aderentes à linha de costa) e os quebra-
mares, molhes e enrocamentos (obras destacadas).

Infelizmente, a construção destas obras protege uns locais mas agrava a


situação nas zonas costeiras próximas desses locais, conduzindo à
necessidade de novas medidas de protecção nessas zonas. É, por exemplo, o
caso dos esporões: a construção de esporões na costa ocidental favorece a
deposição de sedimentos arrastados pelos correntes a norte do esporão, mas
agrava a erosão a sul desse esporão. Como solução constrói-se um campo de
esporões, que provoca em certas zonas grandes recuos da linha da costa.
Outra solução, mais económica e menos agressiva que as obras de
engenharia, é a alimentação artificial de sedimentos em determinadas
praias.
Muitos geólogos defendem a redução ao mínimo ou mesmo a eliminação
destas construções de protecção, argumentando que o Homem deve
respeitar a dinâmica do litoral.

Ordenamento do litoral

Em Portugal têm sido implementados planos de ordenamento da orla costeira


de forma a diminuir o risco de perdas humanas e materiais. A costa algarvia e a
costa do Norte são as zonas mais preocupantes.
Publicada por Sara Oliveira em 18:55
Etiquetas: abrasão marinha, arribas, duna, erosão, esporões, ocupação
antrópica, ordenamento do litoral, praia, zonas costeiras

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