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Cada família tinha suas preocupações e tristezas, também suas brigas e miséria.
Ah, se pudéssemos ter olhado e escutado dentro dessas tendas!
Se tivéssemos a possibilidade de ver o que se passava em cada coração!
O que teríamos visto?
Exatamente as mesmas coisas que em nossos próprios corações:
egoísmo, orgulho, pensamentos impuros, ódio e aversão contra certas pessoas.
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O Céu na Terra
Por que essa Casa de Ouro, a casa de Deus, está no meio desse povo?
Por que Deus se interessa por essa gente?
Por que não deixa as pessoas à sua própria revelia?
Por que Ele não fica no céu... ?
...Deus desce do céu.
Ordena construírem esta Casa de Ouro na Terra.
Quer viver no meio dos homens, e quer que eles vivam próximos a Ele.
Todos eles, você também, são BEM-VINDOS a DEUS.
DEUS é AMOR.
O Seu desejo de habitar entre os homens não se refere somente aos dias do povo de Israel.
Aplica-se também ao nosso tempo, e até mesmo ao (breve) futuro quando haverá o novo
Céu e a nova Terra. Veja o que diz Apocalipse 21:1-3:
“Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles...”
A Casa Maravilhosa
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E qual é o Elemento central do Céu?
Ali toda a riqueza e glória estão reunidas numa maravilhosa Pessoa: no Filho de Deus, em
nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele é o centro dos pensamentos e propósitos de Deus, desde a eternidade passada até à
futura. E o que vamos notar se estudarmos a Sagrada Escritura. Por isso, aqui também não
é diferente: cada detalhe dessa Casa de Ouro no deserto nos revela um aspecto desta Pessoa.
A Bíblia é a Palavra de Deus.
Deus inspirou os homens; Ele “soprou-lhes” o que deviam escrever.
Assim se originou a Sagrada Escritura — o próprio Deus no-La deu.
Bem no começo da Bíblia, no segundo livro, Êxodo, encontramos a descrição do
tabernáculo.
Não é uma mera planta de construção de um edifício, não, é um quadro poderoso e vivo,
revelando os pensamentos de seu Criador. Cada detalhe tem o seu significado. E esses
significados, nós podemos buscar e encontrar na Palavra de Deus, porque a Sagrada
Escritura se explica por si só.
Esta casa então não podia ser edificada segundo as idéias humanas.
Devia ser edificada porque Deus tinha este desejo: “E me farão um santuário, para que eu
possa habitar no meio deles” (Êxodo 25:8). Deus mesmo mostrou o modelo a Moisés
quando este esteve com ele durante quarenta dias no monte Sinai (Êxodo 24:18).
É por esta razão que na descrição da construção lemos repetidamente que “fizeram tudo
segundo o SENHOR tinha ordenado” (Êxodo 39 e 40).
O tabernáculo seria algo que homem algum teria imaginado.
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Uma Visão do Tabernáculo
Vamos examiná-lo de perto?
De longe, somente se vê um cercado de cortinas de linho suspenso entre firmes colunas;
100 côvados de cumprimento e 50 côvados de largura (Êxodo 27:9 e 12). Um côvado
hebreu media cerca de 50 cm, assim, o átrio (o pátio) era de 50 metros por 25, mais ou
menos.
Por cima da cerca ainda se pode ver o teto da tenda, que está do lado de dentro do cercado
e que mede 10 côvados de altura.
A cor do teto não é muito bonita.
Não, o que se vê deste lado realmente não é muito atrativo.
Sabe, é sempre assim com as coisas de Deus. Quem ainda não entrou na casa de Deus não
entende as coisas e a Palavra de Deus. Estas coisas são loucura para ele. É o que a Bíblia,
aliás, também confirma: 1 Coríntios 1:18 e 23. Quando o Senhor Jesus Cristo, o Filho de
Deus, esteve aqui na Terra, as pessoas também não viram n’Ele algo especial — nada de
atrativo, visto que tudo estava oculto para eles. “Não tinha aparência nem formosura;
olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse... era desprezado, e dele não
fizemos caso” (Isaías 53:2-3).
Esta é a experiência que cada crente já deve ter relatado:
“Antes não havia nada em Cristo que me atraísse; mas agora que O conheci, Ele vem se
tornando cada vez maior e mais precioso para mim.”
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Não se dá, assim, prontamente, as boas-vindas. É como se essas cortinas altas e brancas
dissessem: “Entrada Proibida”.
O assunto é sério: normalmente o acesso a Deus é proibido a qualquer pessoa. Houve
somente um homem que era tão alvo e puro como essas cortinas. Este era Cristo, o único
puro, o Homem perfeito.
E você, leitor: sua vida condiz com estas cortinas? Ela é pura?
Muitos querem seguir a Cristo. Parece-lhes que é a coisa certa a fazer. Mas a primeira coisa
que Deus quer nos ensinar por meio desta casa, e a cerca já nos ensina esta lição, é que nós,
gente das tendas cinzentas, deste mundo sujo, contrastamos drasticamente com a Sua
pureza. Não podemos vir a Ele simplesmente do modo como somos: não podemos
simplesmente dizer que estamos do lado de Cristo ou afirmar que O seguimos. O que Sua
pureza e perfeição nos mostram é justamente o quão sujos somos por dentro.
Todos nós estamos manchados, sujos e com pecado. “Não há quem faça o bem... com a
língua urdem engano... todo o mundo [é] culpável perante Deus... pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus [isto é: não alcançarão a glória de Deus]" (Romanos 3:10-23).
Caso desejemos nos achegar-nos a Deus, então o primeiro passo a ser dado é reconhecer isso.
Você quer ser sincero o suficente para reconhecer a sua culpa, quer chegar-se a Deus com
sua vida perdida, assim como você é?
Se este é o caso, ENTÃO Deus, APESAR DE TUDO, o aceitará.
Do lado oriental há uma porta: uma porta aberta para todo pecador arrependido!
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1 -Aporta é ampla: vinte côvados, cerca de 10 metros. Não há muitas portas tão amplas.
O amor de Deus dispõe de uma porta assim, tão ampla, para que todo que quiser possa
entrar. E com isso dá a entender que “A entrada é livre para todos”. Deus é Salvador, e quer
que todos os homens sejam salvos (1 Timóteo 2:3-4).
Quem quiser, pode vir (Apocalipse 22:17).
2 -A porta é bonita, é magnífica. São quatro suas cores, é um bordado com estofo azul,
púrpura e carmesim sobre um fundo branco. Essas cores tornam a porta atrativa,
convidando a entrar. Elas nos falam da pessoa do Senhor Jesus, conforme veremos mais
adiante.
3 -Entrar é fácil. A porta não é de madeira ou metal, é uma cortina de 20 côvados de
largura e 5 de altura. Até mesmo uma criança pode entrar.
Jovens e velhos são BEM-VINDOS.
4 -Há somente uma porta. O próprio Senhor Jesus nos deu o significado desta porta
quando esteve aqui na Terra. Ele dissé:
“EU SOU A PORTA. Se alguém entrar por mim, será salvo” (João 10:9).
Por Ele temos acesso ao Pai (Efésios 2:18; 3:12).
Só Ele é o Salvador. É errado o que dizem alguns afirmando que “todos podem se salvar,
só que cada um tem a sua maneira”. Não, existe uma única maneira de ser salvo:
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem” (1 Timóteo 2:5). Só Ele dá acesso à morada de Deus.
A Porta Fechada
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Cortinas de linho cercavam o átrio (o pátio) onde estavam o altar do holocausto, a bacia de bronze e
a casa de ouro coberta de tapetes.
Aqui habitava Deus. O povo que vivia ao redor era tão pecador quanto nós.
Mas Deus é amor. Ele queria habitar entre os homens.
O caminho ao entrar pela porta (a parte central na fachada), passando pelo altar, pela bacia de bronze e pelos
véus conduzia ao lugar onde Deus habitava.
Do mesmo modo, também, há um caminho, nos dias de hoje, pelo qual os pecadores podem ir a Deus.
O Senhor Jesus disse: “Eu sou o caminho!”
A Casa de Ouro estava cercada com cortinas brancas. Na verdade a pureza e a santidade de Deus deveriam
excluir o homem culpado dessa casa. Contudo, Deus mandou fazer uma porta larga e bela. Por essa porta havia
livre acesso a todo aquele que quisesse entrar. Isto significa que há uma entrada para nós também.
O Senhor Jesus disse: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo” (João 10:9).
Ninguém precisa ficar do lado de fora. Deus estende a todos um cordial convite: BEM-VINDOS!
O Altar do Holocausto
Ali vem um homem, é alguém do povo, um israelita. Ele aparenta ter um problema, está
inquieto. Traz consigo uma ovelha atada numa corda. O que o faz chegar?
Ele está angustiado, tem medo de Deus.
Ele pecou, e por isso a sua consciência lhe está falando.
Ele sabe do Deus santo que vive nessa Casa de Ouro.
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Não teria então de fugir de Deus, para a direção oposta?
Não, porque não se pode fugir de Deus. Pensando nesse Deus justo, ele até mesmo começa
a suar.
O Átrio
O homem segue o seu caminho, vai passando ao largo de todo o lado norte da cerca de
cortinas brancas, cuja pureza lhe fala à consciência.
Chega então ao lado oriental. Ali vê a porta que está aberta, amplamente aberta. Não hesita
mais e entra.
Agora está num amplo pátio, ou seja, no átrio. À sua frente está essa linda casa, a casa de
Deus; a altura é impressionante: 10 côvados, portanto 5 metros. O sol queima forte sobre
a areia do átrio.
Ele sente como se estivesse na luz de Deus. Sente que o olhar de Deus transpassa a sua roups
e se fixa em seu coração, e que sabe tudo a seu respeito.
Um sacerdote aproxima-se dele. “O que há com você?” pergunta o sacerdote. O homerr.l
gagueja um pouco: “Eu... eu pequei... e... Deus... deve castigar...” “Sim”, responde o
sacerdote, “então você veio ao lugar certo”. Deus preparou tudo isso aqui precisamente par;
pecadores, não para homens que pensam que são bons.
Altar e Sacrifício
“Não se aflija, venha comigo.” E vão juntos até o primeiro objeto do tabernáculo, o grane-:
altar de bronze, o altar do holocausto. O altar é o lugar onde se matava um animal para ;
oferecê-lo em sacrifício. Não ousamos imaginar quantos animais foram imolados
queimados ali! Ao longo de toda a Bíblia é-nos explicado qual o significado do altar e da
sacrifício: falam de Cristo e de Sua obra de reconciliação na cruz. Este é o ponto central dd
todos os pensamentos de Deus e a única base para a salvação de pecadores.
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Tanto o altar como os milhares de sacrifícios oferecidos ao longo de muitos séculos
representam um impressionante quadro do sacrifício perfeito de Cristo e de Sua obra de
redenção na cruz. De eternidade em eternidade, a cruz do Redentor é o marco central entre
o céu e a terra.
O Plano de Deus
Deus sabia de antemão o que haveria de suceder à criação. Ele conhecia os propósitos do
diabo, que queria arruinar tudo que é de Deus, destruir não somente a criação como também
cada vida humana, arrastando-a consigo para a eterna perdição.
Mas já muito antes, desde a eternidade, Deus tinha um plano em Seu coração pelo qual Ele
salvaria os homens. Um plano assim só poderia ser concebido por Deus. Ele é o Deus santo,
que não pode tolerar o pecado ou então deixá-lo sem castigo.
DEUS é LUZ (1 João 1:5). Ele deveria julgar e castigar o homem com justiça.
Mas se Ele fizesse isso, como ficaria demonstrado o Seu amor?
DEUS é AMOR, diz 1 João 4:8, 16.
Então Ele expôs o plano: O próprio Filho de Deus viria à Terra e se faria Homem, para
morrer no lugar de pecadores culpados...
Cada altar, cada animal sacrificado através de todo o Antigo Testamento apontava para o
Filho amado de Deus, o qual um dia viria ao mundo para sofrer e morrer naquela horrenda
cruz.
— Vejo que você já trouxe um animal para sacrifício!, disse o sacerdote ao homem com
a ovelha.
— Sim, eu sabia que devia trazê-la. E verdade que este animal deve morrer?
— Certamente, porque sem derramamento de sangue não há possibilidade de remissão
(Hebreus 9:22).
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— Mas este animal é inocente! E meus filhos o querem tanto... Esta ovelha não fez nenhum
mal, certo?
— Aí é que está a questão. Porém, um que é culpado nunca pode assumir o lugar de outro
que também é culpado. Por seu pecado, você perdeu o direito à sua vida. Agora você
deve morrer, a não ser que um substituto inocente venha a morrer em seu lugar.
Agora, ponha a sua mão sobre a cabeça deste cordeiro. Fazendo assim, você reconhece
que é culpado e o cordeiro, inocente. Deus vê neste ato a sua identificação com o cordeiro
para sacrifício. Desta maneira o cordeiro é feito culpado. Morto o cordeiro, você é
considerado livre e inocente tal como antes era o animal.
Calado, o homem põe a sua mão na cabeça do cordeiro. Algumas preparações mais... a
faca... e o sangue do cordeiro verte para a areia do deserto. E uma cena solene. £ terrível
assistir a isso. No entanto, o homem suspira aliviado e — por um momento — eleva os seus
olhos ao céu; é como se um grande fardo tivesse caído de seus ombros. O cordeiro morreu
em seu lugar. Levítico 4:31 lhe assegura que “lhe será perdoado”.
“Oh, Deus, obrigado!”
Que amigo é o nosso Jesus que quis assumir o nosso lugar!
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E Você?
Permita-me uma pergunta: Você, leitor, jovem ou velho, os seus pensamentos já contemplaram
a cruz de Cristo sob este aspecto?
Ele, o Santo, o Inocente, sofreu além do que se pode descrever. Ele morreu.
Este é o sofrimento de Cristo como substituto. A favor de quem?
Não de todos os homens! Milhares são indiferentes a esta cruz. Seguem sua vida
normalmente, vivem como querem, em pecado ou até mesmo dignamente, contudo sem
que Alguém tenha morrido em seu lugar, até que morrem... e estão perdidos para sempre!
Outros viram a cruz, ficaram encantados e comovidos, mas nunca chegaram a Deus
assumindo sua condição de pecadores — como aquele israelita.
Cristo morreu por todos os que têm posto suas mãos sobre o cordeiro, o Cordeiro de Deus.
Também você pode fazê-lo. Você pode fazê-lo com as mãos juntas, sussurrando Àquele que
esteve na cruz: “Eu, eu pequei; eu merecia a cruz. Senhor Jesus, Tu morreste em meu
lugar?... Oh, obrigado, Senhor Jesus!”
Sim. Alce então ao céu as suas mãos unidas e diga: “Eu te agradeço ó Deus, Pai, por Tua
provisão, eu creio em Ti, eu confio na obra que Teu Filho cumpriu na cruz. Amém!”
Nesse momento Deus expiou toda a sua culpa pelo sangue de Cristo. Você está livre,
eternamente livre!
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Qua! Era o Tamanho do Altar?
Todo que concorda com esta verdade pode vir ao altar de Deus, à cruz. Aqui está o Único
que durante Sua vida terrena obedeceu a todos os mandamentos, Jesus Cristo, o Homem
perfeito. Eis por que Ele era o Único què podia realizar a obra de expiação e apresentar-
-Se como sacrifício a Deus.
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O CONTÍNUO HOLOCAUSTO
(pela manhã e pela tarde):
Êx29:38-46; Nm 28:1-4; Lv6:9-13.
O ALTAR D O INCENSO:
Êx 30:1-10; 37:25-29; 40:5,26; 30:34-48;
SI 43:4; 141:2; Jo 4:23; Hb 13:15.
Queres ser salvo de toda maldade?
Tão somente há poder em meu Jesus.
Queres viver e gozar santidade?
Tão somente há poder na cruz.
Queres ser puro, aceitável ao Senhor?
Tão somente há poder em meu Jesus.
Queres servir a Cristo, o Deus de amor?
Tão somente há poder na cruz.
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É certo que o Filho de Deus, Jesus Cristo, era o verdadeiro Deus e a vida eterna (vide 1 João
5:20). Nunca devemos esquecer isso, e é o que Ele sempre continuará sendo. Mas Ele, que
era e é o Deus eterno, movido por imenso amor e graça, veio à Terra e se fez verdadeiro
Homem.
Por que Ele, o Criador Todo-poderoso, Se humilhou tanto assim? A fim de que pudesse
sofrer e morrer, é o que diz Hebreus 2:17 e 14. Como Deus Ele não poderia morrer, isso
era impossível. Mas Ele participou de carne e sangue; em todas as coisas Ele se tornou
semelhante aos irmãos, embora sem pecar, para poder expiar os pecados do povo. Ele teve
que fazer-Se Homem para que pudesse sofrer o juízo de Deus que se destinava a nós.
Ele foi crucificado em fraqueza (2 Coríntios 13:4); é disto que nos fala a madeira do altar.
O Bronze
O altar cintila ao sol. É que a madeira do altar é coberta de bronze. O bronze é uma figura
da força (como em Jó 40:18). Mais que isso, fala de uma força capaz de suportar o fogo
do juízo de Deus. Isso é demonstrado em Números 16, onde lemos de uma rebelião. Havia
lá 250 homens que queriam oferecer incenso indevidamente; todos esses rebeldes foram
consumidos pelo fogo do juízo de Deus (versículos 35-39). No entanto, note algo curioso:
os incensários de bronze que levavam em suas mãos estavam no mesmo fogo, mas o
suportaram — não foram consumidos. Os 250 homens caíram mortos, alcançados pelos
raios, mas aos incensários nada aconteceu. Neles havia uma força que podia submeter-se
ao fogo do juízo de Deus e ainda assim suportá-lo. É desse mesmo bronze dos incensários
que estava revestido o altar.
Quem tinha força para se submeter ao juízo de Deus?
Nenhum homem e nenhum anjo. Somente o Justo, o santo Filho de Deus.
Que Pessoa! Que Salvador!
Ele era Homem: a madeira. Ele era Deus: o bronze — (o poder de suportar o juízo).
Só Ele pôde apresentar o sacrifício. Só Ele pôde efetuar a obra da redenção tão esperada
durante 40 séculos, e que é suficiente para trazer os homens perdidos a Deus. Sim, suficiente
para purificar e restaurar toda a criação.
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Alguns anos atrás a ciência fez a seguinte descoberta:
Uma porta de madeira maciça, totalmente revestida de cobre, provou ser
absolutamente resistente ao fogo. (O bronze é uma liga de cobre.) A nova
concepção de porta foi enviada ao corpo de bombeiros em Londres, onde foi
submetida a uma série de provas. A porta resistiu todos os testes e recebeu o
certificado: “à prova de fogo”. Aqui se vê a exatidão da Bíblia. Ela está adiante
da ciência.
O fogo chamejava no altar. Dentro do altar, mais ou menos na metade da altura, há uma
grelha; sobre ela se punha a lenha. Aqui ardia o fogo que foi aceso pelo próprio Deus
(Levítico 9:24).
O nosso homem volta a sentir medo quando o sacerdote lança no fogo a gordura do cordeiro.
Que labaredas! que ardor! Hebreus 12:29 diz que Deus é como um fogo consumidor.
Bastante comovido, o israelita contempla as chamas.
Ali estava o cordeiro no lugar que era seu, seu substituto...
Eu merecia o juízo. No entanto é Cristo quem foi pendurado na cruz, submetido à ardente
ira de Deus, o juízo de Deus. Isso foi horrível para Ele. Ele foi feito pecado por nós, “para
que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).
Naquelas três horas em que esteve na terrível escuridão, Ele foi abandonado por Deus
(Mateus 27:46).
Aqui é apropriado que, em reverente silêncio, o adoremos com gratidão.
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O homem retrocede alguns passos.
Então vê um maravilhoso espetáculo.
Esse grande altar de bronze, o altar do holocausto... as chamas que dele saem... a fumaça
subindo ao céu... nos quatro cantos do altar levantam-se chifres... que estão untados com
sangue... estes apontam para o céu... é como se o altar estivesse estendendo as suas mãos
a Deus. É como se o altar estivesse apresentando o sacrifício a Deus!
Assim o altar, sobre o qual era oferecido o sacrifício, veio a ser uma figura do Senhor Jesus.
Tal como o altar apresentava a Deus o sacrifício, assim Cristo a Si mesmo se ofereceu a
Deus. E este aspecto que conferiu valor ao Seu sacrifício: Ele mesmo, esta Pessoa
maravilhosa, o ofereceu. Agora podemos compreender Mateus 23:19, que diz: o altar é
maior que a oferta, porque o altar santifica a oferta. Cristo é tudo: altar e oferta. Ele também
é o Sacerdote que faz a oferta subir a Deus nas chamas: Ele ofereceu-se a Si mesmo.
A cruz não significa apenas salvação para o pecador. Ela também revela algo ainda mais
alto e maravilhoso: a consagração do Filho ao Pai.
O Filho deu-se a Si mesmo por nós, mas em primeiro lugar deu-se a Si mesmo a Deus.
Deus tinha sido desonrado pelo pecado e agora o desejo do Filho era honrar a Deus.
Voluntariamente Ele se entregou para, até na morte, glorificar a Deus. Naquele momento
em que Deus, como DEUS, teve de ocultar a Sua face d’Aquele que foi feito pecado, o olhar
de Deus, o PAI, continuou repousando cheio de amor sobre o Seu Filho.
“Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida”,
é o que Ele mesmo disse em João 10:17.
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— Então tem de voltar outra vez com um animal: uma cabra, uma ovelha ou uns
pombinhos.
— E se eu pecar outra vez na próxima semana...?
— Bem, então deverá trazer outra oferta! Aqui, nunca termino meu trabalho. Você não
notou que aqui não há cadeiras? Nem no átrio ou tampouco na tenda há um lugar para
sentar. Aqui, não tenho oportunidade para sentar ou descansar. Nunca termino, nunca
descanso.
A explicação está em Hebreus 10:11, onde lemos: “Ora, todo sacerdote se apresenta dia
após dia a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios”.
E por que não podia sentar-se no tabernáculo, o lugar em que trabalhava?
Porque vivia no tempo do Antigo Testamento, ou seja, antes da cruz. A grande obra de
redenção ainda não havia sido consumada, e por isso o descanso ainda não era possível.
Inumeráveis animais eram trazidos e imolados. Um exemplo: só em 1 Reis 8:63, lemos de
vinte dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas que foram imoladas durante a dedicação do
templo de Salomão. Contudo, todos esses sacrifícios não podiam apagar os pecados. É o
que nos diz Hebreus 10:4: “é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados”.
No entanto, é verdade que no antigo pacto os pecados eram perdoados — foi o que vimos
no caso do israelita. E Davi pôde exclamar, no Salmo 32: "Bem-aventurado aquele cuja
iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto”. Mas tudo isso era:
1. Temporário, porque, quando uma pessoa pecava de novo, ela devia oferecer
um novo sacrifício.
2. Somente em antecipação ao verdadeiro Cordeiro sacrificial, o qual um dia
seria morto na cruz (Romanos 3:25).
Não havia um repouso definitivo: era necessário que continuamente se apresentassem
novos sacrifícios. E o resultado? Continue lendo em Hebreus 10:11: Todos os sacrifícios,
oferecidos muitas vezes, nunca podiam tirar definitivamente os pecados.
Por isso, não havia assento no tabernáculo.
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Um Grito de Júbilo
Um Perfeito Descanso
* NOTA DO EDITOR: O descanso do Senhor Jesus que é descrito aqui se refere a ter consumado a obra de expiação na cruz.
Sob um outro aspecto o Senhor Jesus ainda está ativo, pois Ele é o grande Sumo Sacerdote, que está vivendo sempre para
interceder por nós (Hebreus 7:25).
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Ir com toda sinceridade, assim como você é. Colocar a mão sobre o sacrifício reconhecendo
sua culpa, confessar os pecados. Isso é chamado de “conversão”, é uma mudança de rumo.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).
Creia n’Ele, isto é: confie n’Ele! E dê graças a Ele por esta perfeita redenção!
Não hesite em chegar a Jesus, Salvador,
Ele tudo por ti já sofreu
Basta crer, pecador, considera esse amor:
Há descanso já aqui e no céu!
Vem, crê, e viverás!
Terás vida em olhar pra Jesus, Salvador;
Ele diz: “Vida em Mim acharás!”
Você sabe quem mais está descansando? Deus, o Pai. Deus está completamente satisfeito
e descansa na obra que o Filho consumou na cruz.
Você também pode descansar neste mesmo sacrifício em que Deus descansa.
E logo, quando todos os redimidos estiverem em cima no céu, já não cantarão de si mesmos.
Eles mesmos não são dignos, mas cantarão:
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A Bacia de Bronze Êxodo 30:17-21
— Com licença, sacerdote, posso perguntar-lhe por que aquele homem está lavando tão
cuidadosamente as mãos e os pés?
— Bem, ele também é sacerdote; você pode notar pela sua veste branca e pelo seu cinto
bordado. Ele deve lavar-se para que possa entrar no santuário como sacerdote purificado.
Mas isto não vale para você, pois, sendo você um israelita comum, a entrada ao santuário
lhe é proibida. Tampouco é permitida aos levitas, embora sejam servos dos sacerdotes. A
eles só é permitido trabalhar no átrio e, quando seguimos nossa viagem pelo deserto,
também transportar o santuário com os seus utensílios.
No santuário, somente podem entrar os sacerdotes; estes são os filhos e descendentes de
Arão, o sumo sacerdote.
Por ser Deus tão santo e como eles constantemente se contaminam, há uma ordem rigorosa
ditando que cada vez eles devem lavar-se na bacia de bronze. Do contrário eles não estariam
puros e não poderiam prestar serviço a Deus!
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tAiLcti u u íiu iu w u o iu o v^> o u i i L u u u u , c o L u v u ct w w i ^ i a u c u IU U Í.C , it.ia u c a y u a .
Aqui os sacerdotes tinham de lavar as suas mãos e os seus pés, antes de entrar no santuário. Eles sempre se
contaminavam pelas suas tarefas diárias e caminhadas na areia do deserto. E para poder dar continuidade a
seu serviço diante de Deus, tinham de se lavar continuamente na bacia de bronze.
Assim é hoje em dia com cada crente. Alguém que já se ajoelhou diante da cruz, o altar, é filho de Deus; na
verdade agora se tornou um sacerdote. E, por isso, sempre que tiver se contaminado, deve chegar a Deus com
sua confissão. Assim, ele se purifica sempre de novo.
A BACIA DE BRONZE: Êx 30:18-21; 38:8; 40:7,30; Ef 5:26; Hb 10:22; 1 Co 6:11; Jo 13:10; 1 Jo 1:9.
As quatro coberturas do tabernáculo estavam colocadas uma em cima da outra.
Na foto, elas estão parcialmente puxadas para trás, para que possamos ver cada cobertura. As suas cores têm
um significado espiritual que se encontra e se explica na Bíblia.
Elas nos contam alguma coisa da glória de Cristo.
Incerteza
Como é possível que muitos cristãos verdadeiros não tenham a inteira certeza que a fé
proporciona? Eles têm reconhecido que são culpados e perdidos. Têm estado no altar, ao
pé da cruz; têm colocado as suas mãos sobre o sacrifício.
Eles tiveram momentos em que confiavam nas palavras: “O sangue de Jesus, seu Filho, nôs
purifica de todo pecado” (1 João 1:7).
Talvez até mesmo tenham dado graças por sua salvação. Sim, agradecer é muito
importante, porque aceitar e dizer “obrigado” vão juntos (João 1:12-13; Colossenses 1:12).
Mas, depois, de repente, tudo em sua volta tornou-se escuro de novo. Deram-se conta, com
pesar, que ainda pecam. Até parece que tudo continuava como antes.
Era verdadeira a conversão deles? Então veio a dúvida.
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O altar diz a um descrente: A bacia de bronze diz ao crente:
A bacia de bronze é o segundo utensílio no caminho para o santuário de Deus. Estava cheia
d’água. Qual é o significado da água nas Escrituras? Efésios 5:26 diz que Cristo purifica a
Igreja “por meio da lavagem de água pela palavra”. João 15:3 diz: “Vós já estais limpos,
pela palavra que vos tenho falado”.
A água representa o poder purificador que a Palavra de Deus exerce sobre uma pessoa.
Sangue e Água
Depois da morte de Cristo, um soldado “lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue
e água” (João 19:34).
O sangue fala de expiação. A água fala de purificação (1 João 5:6).
O sangue da expiação se aplica quando da conversão de uma pessoa.
Depois disso o que se faz continuamente necessário é a purificação pela água, e é disso que
fala a bacia de bronze.
Uma vez tendo conhecido a expiação, e depois a renovada sujeição à purificação pela água
(a Palavra de Deus), isto afugentará toda dúvida em nossa vida de crentes.
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Ter Parte n t l e e Parte com Ele
No Oriente, as pessoas não usavam sapatos nem meias, só sandálias. Por isso, naturalmente,
os seus pés ficavam logo sujos, especialmente estando um pouco suados devido ao clima
quente. Além disso, as estradas eram muito empoeiradas. Ora, não era permitido chegar-
-separa as refeições com os pés sujos (visto que usavam deitar-se em almofadas ao redor da mesa).
Por isso, era costume lavar os pés dos convidados antes da refeição (Lucas 7:36-50).
Na última noite de Sua vida, enquanto os discípulos estavam discutindo sobre quem dentre
eles seria o maior, o Senhor Jesus lavava-lhes os pés. Ele se fez Servo de todos eles.
Pedro achou que isso era demasiado, mas o Mestre disse: “Se eu não te lavar, não tens parte
comigo” (João 13:8).
É isso que importa: ter parte com Ele.
A lavagem dos pés não é para que tenhamos parte n’Ele. Isso já têm recebido os que foram
ao altar, à cruz.
Porém, na prática, na vida diária, é preciso ter parte com Ele, e isso obtemos por meio da
comunhão, no contato com Ele.
Eis por que um crente deve sempre voltar à bacia de bronze, à Palavra de Deus. Alguém
caminhando pelo deserto estará sempre sujando os seus pés. E assim o crente está sempre
se contaminando com o mal, mesmo que não peque conscientemente. As coisas que
ouvimos e especialmente as coisas que vemos do mundo sujam a nossa vida e nos mancham.
E ainda que não cheguemos a determinados pecados, devemos sempre de novo nos
purificar na bacia de bronze.
Quem lava os nossos pés?
Ainda que seja difícil de acreditar, é o Senhor Jesus mesmo.
Pela água, a qual é a Palavra de Deus, Ele opera nos Seus. Pode ser que ouçamos a Palavra
23
ou a leiamos por nós mesmos. Ela tem um poder que nos esquadrinha, pelo qual
compreendemos o mal que temos feito. As Santas Escrituras são tão puras e perfeitas que
repentinamente nos damos conta de que:
“Se for assim, então, isto ou aquilo não está certo em mim!”
Desta forma Ele faz com que nos humilhemos. Ele nos conduz ao arrependimento e à
confissão da culpa. Tão pronto tenhamos confessado o mal, este nos é perdoado.
Então somos crentes que temos uma vida purificada.
Essa purificação em nossas vidas torna-se possível graças à atuação do Senhor Jesus junto
ao Pai, intercedendo por nós como Advogado. Em 1 João 2:1-2, é dito primeiro: “Filhinhos
meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis”. Isto é o que o Pai espera de Seus
filhos. Mas Ele sabe que, às vezes, na prática as coisas são diferentes; por isso, prossegue
dizendo que se alguém pecar, sua situação não será sem esperança, porque “temos
Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo”.
Alguns amigos conversavam acerca da “lavagem dos pés". O primeiro disse: “Tenho o
costume de meditar todo sábado à noite no que não esteve bem durante a semana. Confesso
a Deus e então posso começar o domingo com um coração feliz”.
Outro disse: “Não, eu não espero pelo sábado à noite, eu o faço toda noite antes de ir para
cama”. O costume do terceiro era: “Toda vez que eu faço ou digo algo que é errado, e se
me dou conta disso, confesso-o imediatamente, ou pelo menos assim que possível. Até
mesmo quando surge um pensamento pecaminoso, eu o julgo e o tiro de meu coração”.
Qual desses três está agindo segundo a vontade do Mestre?
Qual deles tem o melhor proveito de sua atitude?
Um Filho
Mesmo quando uma criança desobedece a seu pai ou mãe, ela continua sendo o seu filho.
24
Tendo nascido deles, ela se tornou um filho deles, e este é um vínculo que não pode ser
mudado ou anulado. No entanto, quando esta criança tem sido desobediente, ela já não pode
estar contente nem ficar perto de seu pai —■surge uma distância entre eles.
Da mesma forma ocorre com o crente que tem pecado. Ele continua sendo filho de Deus,
é verdade; mas tem desobedecido e, assim, não pode estar feliz. Não tem liberdade para orar
e não tem comunhão com o Pai. Para restaurar a comunhão, ele tem de confessar,
mencionar o seu pecado. Mas aí já não precisa ir na condição de pecador perdido a Deus,
mas como filho a seu Pai.
Esse é o significado da bacia de bronze, que é, portanto, de grande importância na vida do
crente. A bacia adverte-o de que tem de andar com cuidado, para não entristecer a seu
Salvador e a seu Pai. Mas todas as vezes que tiver caído e for restabelecido pela graça, poderá
de novo experimentar a indescritível paz e comunhão com seu Redentor.
Irmão, irmã, não recolha seus pés! Permita que Ele os lave!
Volte sempre a seu quarto, o lugar onde pode estar a sós com Ele, e faça a confissão; restaure
sua comunhão com Ele! Ele se entristece quando você não o faz; Ele se alegra quando o faz.
Porque, dito com respeito, Ele não é feliz se você não está perto d’Ele...! Abra-Lhe
completamente o seu coração. Permita-Lhe retirar tudo o que impede sua paz. Quer fazer
isto? Então haverá mais poder em sua vida, mais bênção, mais fruto para Ele!
Como é incrivelmente grande o amor de nosso Salvador! Lavar os pés não é exatamente
uma tarefa muito agradável. Contudo, Ele sempre o faz de novo.
Estando na Terra, Ele foi Servo de todos. E agora continua sendo nosso Servo.
Ele ora por nós. Ele vive por nós. Um dia, quando estivermos com Ele, em perfeição, não
mais lavará os nossos pés. Mas ainda ali continuará Seu serviço. Também no céu, pela
eternidade, Ele servirá os Seus. Veja-se Lucas 12:37.
Tudo o que Cristo é, Ele o é para os seus!
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A Medida
26
Modelos
Um bom número de aficcionados já se propôs a construir um modelo do tabernáculo em
escala reduzida. Eles seguiram a descrição detalhada de todos os materiais, objetos e
medidas de Êxodo 25 a 40. O modelo que você vê nas fotos deste livrinho foi feito por vários
artesãos, cada um em sua própria especialidade, na escala de 1:25 segundo as indicações
do senhor Paul F. Kiene, da Suíça. Foram usados ouro e prata autênticos.
Quando comparamos alguns desses modelos, descobrimos pequenas diferenças. Ninguém
sabe, por exemplo, que forma tinha a bacia de bronze, nem qual a posição exata dos
querubins do propiciatório que estavam em cima da arca. Isto é porque temos as
especificações, mas não o desenho. Moisés não precisou de um desenho. Deus lhe havia
mostrado tudo no monte Sinai (Êxodo 24).
Quanto a nós, Deus omitiu tudo aquilo que não tinha importância em seu significado
espiritual, ao passo que nos legou tudo aquilo que considerou necessário para nos dar a
conhecer os Seus pensamentos acerca de Sua casa.
Ouro
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israelitas, quando deixaram o Egito, tinham recebido este ouro juntamente com outros
tesouros (Êxodo 12:35-36). Que bela e reluzente visão deve ter sido a do interior do
santuário: tudo resplandecia ouro!
Encontramos o ouro, o metal mais precioso, por toda a Bíblia, começando em Gênesis 2,
no jardim do Éden. O ouro sempre foi muito desejado. Também há ouro, em abundânica,
na descrição da Nova Jerusalém, em Apocalipse 21. Esta cidade tem a glória de Deus, é de
ouro puro; até sua praça é de ouro puro. O ouro fala do céu, da glória de Deus.
A madeira das tábuas representa a verdadeira humanidade de Cristo; o ouro, Sua glória
divina. Assim Ele andou na Terra: Deus e Homem em uma Pessoa. Deus foi manifestado
em carne (1 Timóteo 3:16).
O que as pessoas reconheciam em primeiro lugar era Sua humanidade; somente algumas
descobriram o ouro, a Sua divindade. Quanto ao Pai, ocorreu o contrário: tal como com
as tábuas desta casa, Ele via primeiro o ouro, a Divindade de Seu Filho. Mas o Pai também
via além; oculta por baixo, Sua verdadeira humanidade.
Um cristão se assemelha a uma dessas tábuas de madeira; por estar aqui na Terra continua
sendo humano, mas, por assim dizer, revestido de ouro.
Ainda que seja uma grande maravilha, a Bíblia diz que todo crente, todo filho de Deus, é
revestido da justiça de Deus (2 Coríntios 5:21).
Assim como o filho pródigo em Lucas 15 recebeu a melhor roupa de seu pai, assim cada
crente pode dizer: “A minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de
salvação, e me envolveu com o manto de justiça” (Isaías 61:10).
Do modo como as tábuas eram cobertas de ouro, assim o crente é “um homem em Cristo”,
ou seja, está vestido de glória celestial (2 Coríntios 12:2).
Nos dias do povo de Israel eram essas tábuas revestidas de ouro que formavam as paredes
do tabernáculo. Era aqui o lugar onde Deus habitava.
Depois veio à Terra o Filho de Deus. Então Deus habitou ríEle, no Senhor Jesus.
“Porque aprouve a Deus que ríEle residisse toda a plenitude [da Divindade]”(Colossenses 1:19).
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Deus Habita em Cada Crente
Agora que Cristo foi recebido no céu, cada crente é uma casa, um templo no qual Deus, o
Espírito Santo, habita. “Acaso não sabeis//jque o vosso corpo é santuário do Espírito Santo
que está em vós, o qual tendes da parte de Deus...?” (1 Coríntios 6:19).
Essas tábuas estavam colocadas uma ao lado da outra e formavam a habitação de Deus na
Terra. E, à semelhança dessa, também há uma morada de Deus em nossos dias. O propósito
de Deus é que todos os crentes juntos, bem ajustados, formem a casa onde Deus habita hoje.
Agora Ele já não mais habita numa casa material de ouro, ou num templo de pedra como
nos dias de Salomão.
A casa de Deus é a Igreja do Deus vivo, como está escrito em 1 Timóteo 3:15. E Efésios
2:22 diz que nós, os crentes, somos edificados “para habitação de Deus no Espírito”. Não
é uma linguagem bem clara?
Aos hebreus foi escrito que esta casa “somos nós” (Hebreus 3:6). A seu tempo os crentes
do Novo Testamento formavam a casa de Deus, assim também os crentes nos dias de hoje.
Todos os verdadeiros filhos de Deus formam juntos a Igreja de Cristo. Estes, conforme
1 Pedro 2:5, como pedras que vivem, são edificados casa espiritual e sacerdócio santo.
É lamentável que os crentes já não estejam mais como aquelas tábuas, visivelmente uma ao
lado da outra, e que ocorram facções e separação entre os cristãos. Logo após a formação
da Igreja, a unidade ainda era visível. E aos coríntios foi dito: “Porque nós somos santuário
do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles...” (2 Coríntios 6:16).
Ainda assim é possível sentir em nossos corações essa unidade de todos os verdadeiros
cristãos, identificar-se com todos os verdadeiros filhos de Deus.
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Ainda assim é possível reunir-nos com base nessa unidade. Trata-se de algo que também
em nossos dias pode ser vivido e experimentado. Ou será que Aquele que determinou cada
detalhe do culto terreno de Israel deixaria de dar a Seus filhos em nosso tempo as indicações
para o culto? Seguramente que as daria!
Mas onde encontramos esta orientação? Onde mais senão em Sua Palavra?
Quando nós, de acordo com esta Palavra, nos separamos dos incrédulos (2 Coríntios 6:17)
e nos associamos aos que, de coração puro, invocam o Senhor (2 Timóteo 2:19-22),
podemos nos reunir ao Nome do Senhor Jesus. Reunir-se ao Seu nome (ou em Seu nome)
significa ao redor d’Ele mesmo. O ponto central é o Senhor Jesus. E Ele quem tem a direção.
Só Ele tem a autoridade, o direito de estabelecer regras. Os que assim se reúnem têm a
promessa de Mateus 18:20, de que Ele estará “no meio deles”.
É certo que não! Note as figuras. Em cada tábua havia quatro argolas, e nestas argolas eram
introduzidas travessas. Eram quatro as travessas que davam ligação às tábuas, mantendo-
-as unidas e em pé.
No princípio da Igreja, logo após ela ser formada, em Atos 2, também eram quatro as coisas
que mantinham unidos os crentes. Segundo o versículo 42, eles perseveravam:
* na doutrina dos apóstolos, * no partir do pão
* na comunhão, * e nas orações
Além disso, havia ainda uma outra travessa. Esta não era visível do lado de fora: passava
pelo meio das tábuas. Faz-nos lembrar o amor, o qual é o “vínculo da perfeição”
(Colossenses 3:14).
30
E como era sólida! O aspecto mais importante na construção de uma casa é a base, a
fundação tem de ser sólida.
O Arquiteto divino havia determinado que o fundamento de Sua casa consistisse em grandes
blocos de prata, cada bloco pesando cerca de 40 Kg. Sob cada tábua estavam colocadas
duas dessas bases de prata. Cada tábua, no seu lado de baixo, tinha dois pinos de encaixe.
Em cada base de prata havia um furo. Assim, cada pino de encaixe descansava num dos furos
do fundamento de prata. Que precioso fundamento!
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Não são estes pensamentos que só poderiam proceder do coração de Deus? Ele os expôs
nesta maravilhosa Casa de Ouro. Nós não fomos resgatados ou comprados “mediante
coisas corruptíveis, como prata ou ouro... mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem
defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1 Pedro 1:18-19).
A Nuvem
Sobre o tabernáculo pairava uma nuvem, bem acima do lugar onde estava a arca.
Esta nuvem indicava que Deus estava presente. Indicava também o itinerário para a
caminhada do povo de Deus (Êxodo 40:36-38). Quando a nuvem se levantava de sobre o
tabernáculo, o edifício tinha de ser desmontado e embalado segundo as instruções de
Números 4. Toda a nação devia alinhar-se e preparar-se para partir.
Então prosseguiam viagem. Para onde? Na direção que Deus indicava por meio da nuvem.
Deus era o Guia deles. Até onde deviam ir? Até que a nuvem parasse.
O tabernáculo então tinha de ser novamente armado e a nuvem voltava a pairar sobre a
habitação. Em Números 9:15-23, temos uma cativante descrição de como se dava isto. Veja
também o capítulo 10:33-36.
E nós? Nós não temos esta nuvem. Contudo, temos um excelente Guia enquanto estamos
no mundo, que para o cristão é um deserto.
Não se trata da condução por meio de uma nuvem visível, mas pelo Espírito Santo, que
habita em nós.
Todo aquele que já chegou com os seus pecados a Deus e crê no Senhor Jesus Cristo, tem
habitando nele este Hóspede divino. É o que nos mostra Efésios 1:3-13 e 1 Coríntios 6:19.
O Espírito Santo guia os crentes quando eles se curvam em dependente oração. Todo aquele
que diz assim: “Senhor, eu não conheço o caminho; guia-me, sêTu o meu Guia” será guiado
em segurança e guardado de todo passo errôneo.
“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei
conselho” (Salmo 32:8).
32
Removendo as cobertas, podemos
olhar dentro do Santo Lugar. As
paredes, 10 côvados de altura, eram
revestidas de ouro.
Na frente, vemos a cortina do Santo
Lugar, depois vem o candelabro de
ouro difundindo a sua luz; à direita,
está a mesa com os pães. Um pouco
mais adiante está o altar do incenso
revestido de ouro. Por último, se vê
o véu do Santo dos Santos, bordado
com querubins.
Detrás deste último véu estava o
Santo dos Santos, também
conhecido como lugar santíssimo,
com a arca, onde Deus habitava.
No Santo Lugar, os sacerdotes
realizavam o seu serviço. Mas, no
Santo dos Santos, ninguém podia
entrar, salvo o sumo sacerdote uma
vez ao ano, no dia da expiação.
Hoje em dia é totalmente diferente.
Quando o Senhor Jesus morreu, o
véu foi rasgado. Agora o caminho a
Deus está livre!
O INTERIOR D O TABERNÁCULO:
Êx 26:15-37; 36:20-38;
SI 27:4-5; 91:1;
Hb 9:2-9; Mc 15:38; Ap 21:22.
Sobre a mesa de ouro havia 12 pães da proposição.
Cada um representava uma tribo de Israel. A nação inteira era desse modo mostrada a Deus. É assim que Deus
contempla Seu povo, a saber, na luz celestial do candelabro, que brilhava ao lado.
A mesa era emoldurada por uma bordadura de ouro. Esta, simbolicamente, mantinha unida e protegida toda
a nação.
Ao fundo, você observará um jarro de vinho. Há também os recipientes para incenso.
O Linho Branco
Azu!
Não é muito difícil compreender o significado dõ azul. Apenas olhe para cima, para o céu!
33
Cristo é chamado de o Senhor do céu (1 Coríntios 15:47), o Senhor da glória (1 Coríntios
2:8). Mesmo quando andou aqui na Terra, Ele era Aquele que “veio do céu” (João 3:31),
sim, até mesmo o “que está no céu” (João 3:13).
Ele se fez Homem, mas continuou sendo o Filho de Deus; sim, Ele é Deus, o Filho. Jesus
Cristo é o verdadeiro Deus e a vida eterna (1 João 5:20).
Púrpura
Este era um tecido muito valioso, e somente era vestido pelos reis e ricos.
E notável que praticamente só leiamos do púrpura nas Escrituras fora da nação de Israel,
e mais particularmente nas cortes dos grandes impérios1.
A púrpura representa a riqueza mundial, universal. Está relacionada com a glória do Senhor
Jesus como Filho do Homem, como visto em Salmo 8, onde tudo é colocado sob os Seus
pés.
É assim que O vemos no Evangelho de Lucas: o Filho do Homem, mas, através dos
sofrimentos e da morte, Senhor dos senhores e Rei dos reis.
Escarlate
1 Em Juizes 8:26 os reis dos midianitas tinham vestes de púrpura. Outros países que são relacionados com a
púrpura são: Tiro (2 Crônicas 2:13-14); Pérsia (Ester 1:6 e 8:15); Elisá, a saber, Javã ou Grécia (Ezequiel 27:7, 1
Crônicas 1:7); Síria (Ezequiel 27:16); Babilônia (Daniel 5:29). Todos estes países formam um amplo círculo em volta
de Israel.
2 Em Gênesis 39:28 trata-se dos filhos de Judá; em Josué 2:18 e 21, da incorporação de Raabe na tribo de Judá.
Jeremias 4:30 refere-se à "toda a terra" (vide v. 27). Em Levítico 14:4 e Números 19:6 indica simbolicamente a glória
terrena.
34
Esta grandeza e glória real a possuirá Cristo como Rei de Israel.
Unicamente em Mateus 27:28 é que O vemos com um manto escarlate.
O grande tema do Evangelho de Mateus é o Seu reinado sobre Israel.
Ainda há outro detalhe digno de nota: milhares de bichinhos morriam na
obtenção desses corantes. O púrpura era um gênero de molusco do qual se
extraía a substância vermelho-escura; havia também um outro molusco para a
obtenção do corante azu/-púrpura. A (tintura) escarlate é uma cor vermelha muito
viva obtida de uma espécie de vermes. Ainda há nessas cores, portanto, alguma
coisa que novamente aponta para a morte dos animais sacrificiais...
Três Entradas
A porta no cercado ao redor do pátio era a primeira entrada. Era uma cortina, e dava acesso
ao átrio.
A segunda entrada era fechada, era a cortina do Santo Lugar. Por aqui só os sacerdotes
podiam entrar para realizar o seu ministério.
A terceira entrada, passando pela segunda, era o véu que fechava o Santo do Santos. Ali,
nem mesmo os sacerdotes podiam entrar. Quem podia era somente o sumo sacerdote, e
isso só uma vez ao ano, no dia da expiação.
Todas as três cortinas eram tecidas nas cores que já conhecemos. Mas só a terceira, o véu
do Santo dos Santos, tinha também o desenho de querubins, para assinalar que esses seres
sublimes sempre velam pela glória de Deus. Detrás deste véu estava a arca, ali Deus habitava.
A primeira cortina, a porta do átrio, era de 20 côvados de largura e 5 de altura. As duas outras
cortinas do Santo Lugar eram de 10 côvados de largura e 10 de altura. A primeira era
excepcionalmente ampla, as outras eram mais estreitas e simultaneamente mais altas.
Vejamos o que isso pode significar:
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Entrada Livre
Na primeira porta, Deus convida os pecadores, e felizmente muitos entram. Assim chegam
ao altar e ali, junto à cruz do Salvador, são salvos. São pecadores redimidos, abençoados
para sempre.
Como tínhamos visto ao estudar a bacia de bronze, agora tornaram-se sacerdotes. Em
nossos dias, no tempo do Novo Testamento, lhes é permitido seguir mais adiante e entrar
no santuário celestial. Mas, que pena! São muitos os que ficam lá fora, no altar. Será que
consideram a segunda cortina muito estreita, ou alta demais, muito santa?
Não se atrevem? Eles poderiam prosseguir e desfrutar muito mais, mas não o fazem.
Isso é triste! Eles poderiam entrar nesta casa de ouro. passo a passo.
Mas para entrar no céu não é necessário primeiro ter deixado a Terra?
No que diz respeito aos nossos corpos, sim, é verdade, mas cada cristão tem o grande
privilégio de entrar agora, como sacerdote, na presença de Deus, para oferecer sacrifícios
de louvor e adoração. Sim, inclusive lhe é permitido fazer o que antes era proibido aos
sacerdotes: passar também pelo terceiro véu, o último, e pisar no Santo dos Santos, o
santuário interior, na direta presença do trono de Deus.
Quando o Salvador morreu na cruz, o véu do templo, do Santo dos Santos, rasgou-se em
dois, de cima para baixo. Deus fez tal obra. Não foi obra humana, pois ele rasgou-sede cima
para baixo:
A morte de Cristo abriu a entrada à glória de Deus.
Temos agora plena liberdade para entrar no santuário, passando pelo véu rasgado...
(Hebreus 10:19-20). Este privilégio é tanto seu como meu, irmão e irmã em Cristo. Usemos
este privilégio com toda liberdade e confiança!
Rasgou-se o véu, do Santuário a entrada; Por Cristo entrando, nada ali tememos;
Confiança agora temos para entrar A glória brilha sem nos ofuscar.
Onde a divina glória, revelada, Na cruz estamos e permanecemos
Outrora não podíamos mirar. Tranqüilos, firmes, sem titubear.
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As Cortinas do Tabernáculo
As tábuas das paredes do tabernáculo e as colunas, que suspendiam os véus, poderiam ser
consideradas a estrutura do edifício. Por cima deste esqueleto eram estendidas quatro
grandes cortinas que formavam o teto e protegiam a casa de ouro, assegurando contra o
vento e o mau tempo.
Se alguém estivesse no Santo Lugar, ou no Santo dos Santos, e olhasse para cima... ficaria
cheio de admiração. Seria como se olhasse direto dentro do céu. Ele veria uma grande e bela
cortina em quatro cores, com querubins. Era como se lhe anunciassem: o Santo habita aqui!
As quatro cortinas que cobriam todo o tabernáculo estavam uma sobre a outra, e ele só veria
a que estava por baixo. Esta media 40 por 28 côvados.
Acima desta pousava a segunda cortina, que era feita de pêlos de cabras e media 44 por
30 côvados, sendo portanto maior que a de baixo, e era chamada de “a tenda sobre o tabernáculo”
(Êxodo 26:14). Esta “tenda” protegia a bela primeira cortina e, além disso (por descansar tam
bém sobre as paredes), servia como uma proteção separando todo o edifício de seus arredores.
O que estas cobertas representam simbolicamente, especialmente a segunda, é separação.
Isto quer dizer que a casa de Deus tem sido separada do mundo e de tudo que não está de
acordo com a presença de Deus. Os verdadeiros crentes, que hoje são a habitação de Deus,
têm de ser caracterizados por esse mesmo aspecto.
Notemos que esta separação não significa sermos rigorosos com os incrédulos,
mas somente conosco mesmos; nós devemos nos separar do mal.
Cristo fez isso perfeitamente quando esteve aqui na Terra.
Peles de carneiros tintas de vermelho formavam a terceira coberta para a tenda.
Um carneiro era morto, por exemplo, na consagração dos sacerdotes, quando eram
dedicados ao serviço de Deus (Êxodo 29:15-35; Levítico 8:2). Este animal sacrificial
representa a completa consagração do Filho ao Pai. “Obediente até à morte, e morte de
cruz!” (Filipenses 2:8). Peles tintas de vermelho reforçam o pensamento de Sua morte e o
derramamento de Seu sangue.
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A coberta exterior era feita de peles de animais marinhos (texugos).
Não parecem atrativas olhando do lado de fora. Alguém que ainda não se converteu não
tem como apreciar Cristo. Mas todo aquele que O tem conhecido sabe que está seguro e
protegido. A coberta era resistente ao mau tempo, às influências externas. Assim era Cristo,
o Invariável, o pecado não podia atingi-LO.
Cristo pôde resistir a toda tentação e toda oposição. Sob a Sua proteção estamos seguros.
Em Sua comunhão somos guardados.
Que habilidade e que conhecimento técnico foram necessários nesta construção! Trabalho
em madeira, em metal, bordado...
Os dois homens que Deus chamou para este trabalho, e que dirigiam a obra, foram Bezalel
(seu nome significa: “Debaixo da sombra de Deus”) e Aoliabe (seu nome significa: “O Pai
é a minha tenda”). Nas Escrituras, os nomes muitas vezes têm algo a dizer sobre as pessoas
que os levam. Pelo significado desses nomes, podemos supor que eles viviam em estreita
comunhão com Deus.
De Bezalel lemos: “E o enchi do Espírito de Deus” (Êxodo 31:3). Aoliabe o ajudava, mas
não era o único. Deus disse, em Êxodo 31:6: “Dei habilidade a todos os homens hábeis,
para que me façam tudo o que tenho ordenado”.
Hoje em dia todos também podem deixar-se encher do Espírito de Deus (Efésios 5:18) e
obter sabedoria (Tiago 1:5), para assim poder ajudar na edificação da casa de Deus na Terra
(1 Coríntios 3:10-15; 1 Pedro 2:5).
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Cada israelita podia trazer materiais de construção e ofertas, podia contribuir com alguma
coisa na construção (Êxodo 25:1-9 e 35:20-24).
Nós podemos fazer mais que isso. Não só podemos dar as nossas posses, como também
nós mesmos, toda a nossa vida. Podemos dar, não como por obrigação, mas de boa
vontade. O nosso Deus é digno, Ele o merece milhares de vezes. Além disso, o que
guardamos para nós mesmos cedo ou tarde deixaremos para trás, e o perderemos. Mas o
que damos a Ele é lucro, e para sempre continua sendo crédito a nosso favor!
As Mulheres
Quem teceu e bordou todas as cortinas? Deve ter sido uma tremenda tarefa!
E foi. Esta grande obra certamente foi feita pelas mulheres.
Não era permitido às mulheres fazer o trabalho do sacerdote no tabernáculo, nem mesmo
o serviço do levita. Mas Deus tinha uma tarefa especial para os seus dedos sensíveis: cuidar
do revestimento, do exterior de Sua casa. E não segue sendo assim em nossos dias?
A mulher crente continua sendo especialmente responsável pelas vestes, o aspecto exterior
do povo de Deus, ali onde Ele vive no centro.
Ela não zela somente pelo seu próprio “visual” exterior, mas pelo de toda a sua família. A
começar pelos filhos: não é a mãe que lhes inculca o senso de modéstia e decência? Não
é ela quem veste os filhos? Está principalmente na influência da mãe quais serão amanhã
as roupas, o exterior dos jovens. E por fim, na maioria das vezes, é também a mãe quem
determina o aspecto do pai. É ela quem determina se toda a família se veste em conformidade
com os pensamentos de Deus. Que tarefa para a mulher seguir amorosamente bordando
a “vestimenta” da habitação de Deus, a Igreja!
E tal como as mulheres de Israel teceram as coberturas do tabernáculo que simbolizam a
glória de Cristo, assim uma irmã em Cristo, pelo seu comportamento, atitude, palavras e
influência que tem pode mostrar um pouco do que o Senhor Jesus significa para ela.
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O Santo Lugar
Que objetos havia no Santo Lugar? • O candelabro,
• a mesa dos pães da proposição,
• o altar do incenso.
O CANDELABRO Êxodo 25:31-40
Qual é a primeira coisa que se vê no Santo Lugar?
A luz, o candelabro. Deus é luz. Cristo era a Luz do mundo (João 9:5).
O candelabro era de ouro puro. Não era uma simples peça fundida, mas forjada a martelo
por um hábil ourives, partindo-se de um talento de ouro. Para se obter o candelabro, esse
ouro puro ia sendo continuamente golpeado... golpeado...
Aquele, que era a verdadeira Luz, tinha de sofrer. Foi golpeado com os duros golpes do juízo
de Deus.
A haste e os seis braços do candelabro eram uma só peça maciça.
Davam suporte a sete lâmpadas de azeite, as quais forneciam a luz naquela escuridão.
As lâmpadas eram cheias de azeite de oliva, o qual é uma figura do Espírito Santo
(Zacarias 4:1-6).
O mesmo também se passa com os crentes que estão intimamente unidos a Cristo: eles
podem difundir luz, mas só o podem fazer pelo Espírito Santo.
Cada lâmpada recebia seus cuidados. A parte queimada do pavio não dava luz. O que o
sacerdote devia fazer então era remover a sujeira.
(Um crente cuja vida está entupida por impurezas não dá luz.)
Aí era necessário usar uma espevitadeira, também de ouro. Tratava-se de um trabalho
delicado, mas ao final a plena luz voltava a resplandecer.
Havia ainda a ordenança de Números 8:3: as lâmpadas deviam ser colocadas de maneira
que iluminassem defronte do candelabro, a sua haste — que representa Cristo.
Tenhamos em mente que a luz que damos não deve incidir sobre nós mesmos, mas sobre
o Senhor Jesus. É Ele quem deve ser iluminado, Ele deve ser glorificado!
40
Era o candelabro de ouro que iluminava o
Santo Lugar.
Este tinha sete lâmpadas de azeite.
O C A N D ELA B RO DE O U R O P U RO
Êx 25:31-39; 37:17-24; 27:20; Lv 24:1-4
Nm 8:4; SI 119:105; Is 53:4; Jo 8:12
Ap 21:23.
41
O Pão
Cada sábado os pães eram comidos pelos sacerdotes e substituídos por novos pães. O pão
da mesa de ouro era alimento para os sacerdotes. E assim que Deus havia ordenado.
João 6:32-58 diz que o Senhor Jesus é o pão vivo que desceu do céu, e se alguém comer
deste pão viverá para sempre.
A vida do cristão é alimentada pelo verdadeiro Pão. Alimentar-se d’Ele, estar ocupado com
Ele por Sua Palavra, absorvê-LO e desfrutá-LO, é isso que dá crescimento espiritual e
verdadeira bênção.
No altar do incenso, todo coberto de ouro, não se ofereciam animais por sacrifício como
no grande altar de bronze que estava no átrio.
Aqui só se podia queimar incenso aromático. O cheiro agradável do incenso subia a Deus.
O significado simbólico do incenso é esclarecido em Salmos 141:2 e Apocalipse 8:3: são
as orações dos santos (os crentes); também compreende as ações de graça, o louvor e a
adoração do povo de Deus, como podemos ver em Hebreus 13:15.
Tudo isso sobe a Deus, mas é oferecido no altar. Por assim dizer, é como se o altar o levasse
a Deus. Vemos, portanto, que é Cristo quem apresenta as nossas orações e nossas ações
de graças a Deus. Elas seriam aceitáveis a Deus se viessem diretamente de nós?
Não, Cristo as purifica e santifica.
Cada crente pode, assim, na condição de sacerdote, aproximar-se de Deus. Mas os filhos
de Deus também podem fazê-lo em conjunto; como sacerdócio santo, podem oferecer
sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por intermédio de Jesus Cristo (1 Pedro 2:5-9).
Descanso
O Salmo 84:3 diz que o pardal e a andorinha têm seus ninhos, um lugarzinho onde podem
descansar. E o salmista continua a descrever o lugar de descanso como sendo nos “teus
altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!”.
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Note que a palavra altares está no plural, pois há dois.
Primeiro a pessoa deve achar descanso no altar de bronze, dos holocaustos, no átrio.
Significa que ela deve reconciliar-se com Deus junto à cruz. Este passo é o começo de sua
vida de fé.
Depois, pela oração e adoração, gozará descanso junto ao altar de ouro, do incenso. Este
é o segundo passo.
Adoração é a coisa mais sublime que um homem pode oferecer. Começa aqui na Terra e
jamais terminará. Já aqui na Terra podemos oferecer louvores e adoração, mas, na verdade,
trata-se daquilo que será a nossa ocupação no céu, por toda a eternidade (Apocalipse 5).
O Incenso
O incenso devia ser elaborado exatamente segundo a instrução divina de Êxodo 30:34-38,
uma mistura de quatro ingredientes.
Não era permitido que ninguém o reproduzisse ou então que o cheirasse. O incenso era um
segredo só para Deus. A plena delícia da glória do Filho amado é exclusivamente para o Pai.
O Pai sempre contempla o Filho em plena afeição.
“Este é o meu Filho amado... em quem me comprazo.”
No holocausto, vimos a obra da redenção que Cristo realizou. No incenso vemos o que Ele
próprio é.
Não se trata do que Ele fez ou concretizou, por grandioso que seja, mas trata-se de suas
qualidades pessoais.
Uma pessoa é mais que a obra que tenha feito, não é? Pensemos em Sua grandeza, Seu
maravilhoso amor e Suas muitas outras.glórias.
Não podemos, como sacerdotes, oferecer isto a Deus?
Sim, podemos levá-LO ao Pai, podemos dizer a Ele tudo que temos encontrado e admirado
no Filho. Podemos nos deixar preencher por tudo que temos encontrado no Senhor Jesus,
tudo que temos desfrutado em Sua Pessoa, e falar com o Pai. Aí teremos comunhão com
o Pai e com o Filho.
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É verdade, no entanto, que jamais poderemos agradecer-Lhe o suficiente pela redenção
cumprida e pelas bênçãos que recebemos em decorrência.
Mas o incenso, a adoração, é algo mais que só agradecer: é gozar junto com o Pai aquilo
que o Filho é; Sua beleza, Seu amor e todas as riquezas de Sua pessoa. É incenso de aroma
agradável ao Pai.
Meu irmão e minha irmã, você ama o Senhor Jesus? Quando você medita na pessoa do
Senhor Jesus, quão grande e quão cheio de amor Ele é... aí então você pode achegar-se a
Deus e compartilhar com Ele; isso é adorar.
É derramar o bálsamo de nardo puro de nossa alma como o fez Maria de Betânia quando
ungiu os pés do Senhor e toda a casa se encheu com o cheiro do perfume (João 12).
Isto é oferecer incenso de aroma agradável.
O PISO
O significado para nós é que o povo de Deus está numa viagem pelo deserto, o qual nada
tem a oferecer à nova vida do cristão. A caravana prossegue. Há dificuldades, tristezas e
desapontamentos, enfermidades e morte à nossa volta. Mas não estamos sós:
Deus está conosco neste deserto, todos os dias. Ele não abandona o Seu povo.
Que amor! Que imenso auxílio! Também quando você passa por dificuldades, Ele está ao
seu lado. “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra... E eis que estou convosco todos
os dias até à consumação do século” (Mateus 28:18-20).
Aguardemos um pouco mais, porque Ele está conosco. Logo teremos alcançado o alvo, e
então estaremos com Ele!
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As Varas
Ligadas à viagem pelo deserto também estão as varas. Com elas carregavam-se os objetos
da casa de Deus. Deus ia com seu povo na viagem.
Mas as varas também nos falam de nossa tarefa. Os levitas tinham a atribuição de carregar
estes objetos preciosos, que falam de Cristo. Qualquer um que cruzasse com eles no deserto
podia ver que carregavam tesouros valiosos.
Do mesmo modo nós, os crentes, também “transportamos” coisas maravilhosas. Somos
ricos, o nosso maior tesouro é o Senhor Jesus. Outros podem ver em nós quem Ele é e o
que possuímos n’Ele. Podemos apresentá-LO e testemunhar d’Ele para que pecadores
sejam salvos.
Mas estamos fazendo isto? As varas estão sobre os nossos ombros? É somente por nosso
intermédio que as pessoas podem inteirar-se do amor salvador de Deus. Deus somente usa
pecadores redimidos para difundir o evangelho. Que todos ajudemos a carregar!
A Estola Sacerdotal
Vamos considerar primeiro a estola sacerdotal (ou éfode), o manto exterior do sumo
sacerdote. É bordada em quatro cores, aquelas que já conhecemos.
2
V 45
Mas, veja que interessante, é também entretecida com fios de ouro (Êxodo 39:3).
Nós já aprendemos que o ouro fala da glória celestial. É verdade, o Senhor Jesus é agora
o nosso Sumo Sacerdote acima no céu.
Ele esteve na Terra. Ele sabe o que é viver aqui. Ele conhece como nenhum outro as
dificuldades e a tristeza. E agora Ele pode compadecer-se de nós, e é exatamente o que faz.
Ele compreende tudo que toca a você e a mim. Ele ajuda os Seus. Ele é o compassivo sumo
sacerdote (Hebreus 4:15).
Que pedras são essas nos ombros do sumo sacerdote, uma à direita e outra à esquerda?
São pedras preciosas. Há seis nomes gravados em cada pedra: ao todo são doze nomes,
o número das tribos de Israel. A nação inteira era levada sobre os ombros do sumo sacerdote.
É assim que o Senhor Jesus leva hoje todos os que Lhe pertencem, todo o povo de Deus:
em Seus fortes ombros.
E como faz o bom pastor, que traz a ovelha sobre seus ombros quando a leva para casa.
O Peitoral
O peitoral era quadrado, e também entretecido com ouro. Sobre ele estavam colocadas,
engastadas em ouro, doze cintilantes pedras preciosas, todas diferentes, e nelas estavam
gravados os nomes das doze tribos de Israel.
As pedras preciosas são o que a Terra produz de mais bonito, e às vezes atingem um valor
incalculável.
Aqui, cada nome está gravado numa pedra preciosa separada. Não é como nas ombreiras,
onde havia duas pedras iguais. Aqui são doze pedras diferentes.
Aquelas simbolizavam a nação como um todo; estas têm cada nome gravado numa pedra
à parte. São duas razões para nos alegrarmos:
— O Senhor Jesus suporta a Igreja em sua totalidade (nos ombros);
— mas Ele também sabe o nome de cada um dos Seus (o peitoral).
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O Sumo Sacerdote com suas vestes
adornadas.
O SUMO SACERDOTE:
Êx 28:2-39; 39:1-31; 1 Tm 2:5;
Hb 3:1; Jo 17:6-26; Hb 4:14-16;
7:17-26; 9:11-12; 9:24-26.
Depois que todo o edifício com os seus preciosos objetos tinha sido feito segundo o modelo de Deus, então a
glória de Deus veio e habitou na Casa de Ouro.
Sua presença era visível pela nuvem que pairava sobre o santuário, em cima do lugar onde estava a arca. Aqui
obtemos uma profunda impressão da santidade de Deus, que exigiu o juízo sobre o pecador. Contudo, olhe o
fogo sobre o altar! Ele executou este juízo, mas foi sobre o Cordeiro que Ele mesmo proveu: Seu Filho amado.
Agora, o caminho a Deus está aberto para cada um que quiser vir. Fora d’Ele não há vida, mas destruição eterna.
Com Ele, em Sua casa celeste, haverá infinita glória. Todos são cordialmente convidados a se achegar até ali.
Todos são BEM-VINDOS!
Uma vez que você é salvo, seu nome é conhecido no céu. O Senhor Jesus valoriza-o como
uma pedra preciosa. Tal valor não o temos por nós mesmos senão que o recebemos da parte
do Senhor. E, sendo assim, Ele leva a você e a mim em Seu amante coração.
Mas isto não vale para os incrédulos. Pela Escritura, entendemos que o nome deles
é desconhecido por Deus.
Considere a história do homem rico, em Lucas 16. Seu nome nem é mencionado.
Lázaro, sim; seu nome significa “Deus é o meu amparo”.
Era desconhecido na terra, porém bem conhecido no céu.
Os nomes dos crentes foram gravados: nunca mais podem ser apagados.
Eles resplandecem à luz do céu. Quanto mais luz, mais brilham.
Tudo isso é graça, e somente é possível graças ao Sumo Sacerdote.
Estamos, todos juntos, sendo levados sobre Seus ombros... suportados pelo Seu poder.
Cada um, individualmente, é considerado em Seu coração... suportado pelo Seu amor.
“Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel
no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no santuário,
para memória diante do Senhor continuamente” (Êxodo 28:29).
“Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o
Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus...” (Hebreus 3:1).
“... Vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito nos convinha um sumo sacerdote,
assim como este” (Hebreus 7:25-26).
Urim e Tumim
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qual era a vontade de Deus. Por meio deles, Deus respondia à pergunta e a pessoa recebia
luz perfeita sobre como agir.
Talvez alguém pense: “Quem dera também tivéssemos um sumo sacerdote que em tudo nos
mostrasse o caminho!”
Mas é exatamente o que nós temos! Felizmente não aqui na Terra, não. Nesse caso talvez
tivéssemos que viajar muito para obter ajuda! O nosso Sumo Sacerdote está no céu, e
mediante oração temos comunicação direta com Ele.
Podemos nos achegar ao nosso Sumo Sacerdote com qualquer problema. Ele está lá por nós.
Ele vive pelos Seus. Ele não nos deixa em dúvida.
Podemos dizer-Lhe todas as coisas e aí cabe-nos esperar, tranqüilamente, por Sua
resposta.
Em Seu tempo Ele nos mostrará o caminho.
O Manto
A Mitra
O sumo sacerdote levava sobre a cabeça uma mitra de linho fino (uma espécie de gorro).
Bem no meio da testa ainda havia uma lâmina de ouro puro, atada à mitra, e na qual estava
gravado:
SANTIDADE AO SENHOR
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O povo de Deus em si, na verdade, era indigno. Mas Deus via essa lâmina de ouro com a
inscrição, e assim Israel era santificado.
O mesmo se aplica ao povo de Deus em nosso tempo: ele é santificado e feito agradável
diante de Deus, mas somente graças ao Senhor Jesus, nosso grande Sumo Sacerdote.
“Para que... forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão
da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme, e que penetra além
do véu, aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote
para sempre” (Hebreus 6:18-20).
A Arca
Finalmente podemos entrar no Santo dos Santos.
O que havia ali?
Nesse recinto perfeito, simbolizado pela medida cúbica de 10 por 10 por 10 côvados, tudo
era de ouro. Ali, detrás do último véu, estava a arca, o trono de Deus. Este era o lugar onde
Deus habitava.
A arca era uma caixa de madeira, revestida de ouro puro por dentro e por fora. Por aí con
cluímos que a arca é uma figura de Cristo. Sobre a arca estava colocada uma grande prancha
de ouro, o propiciatório, de por IV 2 côvados, que tinha em cima os querubins de ouro.
Aqui habitava Deus numa luz ofuscante e inacessível. No entanto, uma nuvem escura cobria
o propiciatório e envolvia essa luz.
“Porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá” (Êxodo 33:20).
Que bom que nós já não vivemos mais debaixo da lei, e sim da graça (Romanos
6:14). Os que pertencem a Cristo agora podem contemplar a glória do Senhor
com os rostos desvendados (2 Coríntios 3:18).
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Que Havia na Arca?
Ao considerarmos as coisas que eram guardadas na arca, ficará mais evidente que ela tipifica
Cristo.
Havia lá as tábuas da lei, os dez mandamentos. Só Cristo, estando aqui na Terra, é que pôde
dizer a Deus: “Dentro em meu coração está a tua lei” (Salmo 40:8).
Em Seu coração, o Senhor Jesus carregava a lei de Deus.
Na arca ainda estava o vaso de ouro com o Maná. Segundo João 6, Cristo é o verdadeiro
Maná, o alimento para nossa jornada de peregrinos.
Mas o Santo dos Santos é um tipo do céu; ali não precisaremos mais do Maná...
Por que, então, o Maná está na arca? É porque lá em cima ele o servirá para nós, como um
memorial celeste de todo o gozo que já na Terra tivemos em Cristo.
O terceiro item dentro da arca é a vara de Arão que havia florescido (Números 17). A vara
era de amendoeira, a primeira árvore que floresce na primavera, e por isso fala da nova vida
após a morte (o inverno). Isso faz com que esta vara seja relacionada à ressurreição, a Cristo
como o Vencedor ressurreto, o Sumo Sacerdote que vive para sempre.
O Propiciatório
O propiciatório era a tampa da arca. Ali era o trono de Deus, feito de ouro puro.
Ali habitava Aquele que é três vezes santo, o Onipotente (Isaías 6:3).
Este trono deveria ser, na verdade, um trono de juízo. A lei, transgredida por Israel, jazia
debaixo dele. Deus habitava no meio de um povo pecador. De fato, Ele deveria tê-lo
destruído, eliminando-o para sempre. Mas, uma vez ao ano, o sumo sacerdote espargia
sangue nesse lugar. Esse sangue falava (em antecipação) do Sacrifício perfeito. Por meio
desse sangue, este trono de juízo converteu-se num trono de graça (Romanos 3:25).
50
Os Querubins
O Trono
O grande Sumo Sacerdote, o nosso Senhor Jesus, penetrou nos céus e levou Seu sangue
à presença de Deus. Pelo Seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, de uma vez por
todas, obtendo assim eterna redenção. Leia Hebreus 4:14-16 e 9:11-12.
O que há no céu, agora, não é um trono de juízo, mas um trono de graça. Pode-se considerar
bem aventurado quem AGORA se achega a esse trono para que seja indultado, para receber
a graça de Deus. O tempo da graça já tem durado mais de 1900 anos, mas está chegando
ao seu fim. Com o retorno de Cristo, começará o tempo de juízo.
Estará encerrado o tempo da graça, ninguém mais poderá ser salvo. Será então tarde demais;
para todos que não se arrependeram, restará somente um outro trono: o trono do juízo.
Em Apocalipse 20:11-15, vemos os mortos, grandes e pequenos, postos em pé diante do
trono branco. Todos os que não vieram ao trono da graça estarão ali, ante esse terrível e
majestoso trono. Eles ouvirão sua sentença e terão de admitir: “Este juízo... eu o mereço
devido aos meus pecados. Estando na Terra eu não quis ser salvo; agora... serei lançado
para toda eternidade no lago de fogo e enxofre. Não é culpa de Deus que eu me perca. Ele
me visitou, cheio de amor, Ele queria me salvar, mas eu não quis”.
Jamais cessarão estes remorsos, que horrível! Choro e ranger de dentes: “Se ao menos eu
tivesse dado ouvidos. Era tão simples, tão acessível. Mas agora estou aqui fora, para sempre,
nestas trevas!”.
É nossa sincera oração, é também o ardente desejo de Deus que você, que está lendo este
livrinho, se torne feliz desde agora e para sempre.
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Esta é a Casa de Deus, a Casa de Ouro. BEM-VINDO!
Estávamos do lado de fora, longe de Deus. Éramos pecadores, inimigos.
Tínhamos uma grande dívida e merecíamos ficar do lado de fora, na miséria, nas trevas, na
noite eterna.
Ainda assim pudemos entrar, pois a porta está aberta. Esta porta é o Senhor Jesus.
No altar vimos o amor de Deus por nós. Deus concedeu que Seu único Filho fosse morto
na cruz. Ali pudemos obter reconciliação e paz com Deus.
Depois passamos pela bacia de bronze, onde se obtém a santificação e a purificação pela
Palavra de Deus; e assim entramos na Casa de Ouro, onde gozamos da bem-aventurada
comunhão com Deus.
Esta casa superou todas as nossas expectativas. Vimos as riquezas do Senhor Jesus no
candelabro, na mesa e no altar do incenso, coberto de ouro.
Passando pelo véu, chegamos à luz celestial que envolve o trono de Deus. Ali é o nosso lar.
É para lá que Deus quer conduzir os pecadores perdidos.
Isso é um sonho?
Não, é uma realidade, agora contemplada pela fé, mas que em breve será vista de fato!
Que amor de Deus! Quão grande é a Sua graça!
Quão maravilhosa é a Pessoa que realizou tudo isso, o Filho de Deus!
“Aquele que dá testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora” (Apocalipse 22:20).
Quando ele tiver voltado para buscar os que Lhe pertencem, então os incontáveis remidos
farão ressoar pelos pavilhões celestes o eterno cântico de louvor. Será um coro grandioso,
pois ali se cantará com vozes perfeitas, e o acompanhamento será com harpas:
“Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino,
sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”.
(Apocalipse 1:5-6).
Você também vai estar lá?
Você irá conosco quando Ele vier para levar os Seus à Sua Casa de Ouro?
Que coisa tremenda será estar para sempre ali! Você também pode ir junto.
Você é BEM-VINDO!
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