Você está na página 1de 16

Técnicas de Aprendizagem Avançada

para Guitarra e Violão

1
Conteúdo

1.
Introdução..................................................................................................................03

PARTE 1 – APRENDIZAGEM & HABILIDADE

2. Um pouco de teoria: O que é aprendizagem? O que é habilidade?....................................04


3. Chunking e o método da mestria....................................................................................06
4. A construção do Chunk: como quebrá-la.........................................................................07
5. Colocando os Chunks em seqüência: construindo pontes..................................................08
6. Rumo à mestria: um método eficiente para praticar.........................................................09

PARTE 2 – MEMÓRIA

7. Memória de curto prazo X memória de longo prazo.......................................................11


8. Expandindo a ativação da memória..............................................................................12
9. Melhorando a performance da sua memória.................................................................13
10. O futuro: o que esperar..............................................................................................14
11. Sumário: 10 dicas para melhorar seu aprendizado e memória.......................................15

2
CAPÍTULO 1
Introdução: porque ler esse guia

Todos conhecemos o antigo ditado que diz: “a prática leva a perfeição”, mas o que tem de
tão especial com a prática que faz com que se consiga tanta perfeição ao final? O longo caminho
que vai do completo novato ao profissional veterano é um que todos nós trilhamos em alguma
etapa da nossa vida, mas é muito difícil identificar o que nós precisamos fazer (além da prática) para
nos transformarmos de amadores em experts.
À essa etapa do seu aprendizado de violão/guitarra, você pode estar sentindo que seus
dedos são de chumbo, seu cérebro é feito de cola, você não consegue se lembrar onde põe o que e
quando, e quando você consegue se lembrar, ninguém estava conseguindo mesmo reconhecer a
música que você estava tocando. Nem é preciso dizer que isso que você está sentindo é
perfeitamente normal. Pense em qualquer outra habilidade que atualmente você domina: no início
não era deste jeito também? Todos nós seguimos os mesmos processos torturantes quando estamos
aprendendo novas habilidades – uma seqüência de erros atrapalhados, lapsos de memória, pausas,
correções, confusões – ma s que são completamente necessários, e apesar do que você pode pensar
quando estiver fazendo, você está aprendendo.Você irá chegar lá, eventualmente. Não há muito o
que fazer para parar isso.
O propósito deste manual é ajudá-lo a reconhecer o processo que todos nós usamos
quando aprendemos novas habilidades, e a partir deste conhecimento, ajudá-lo a desenvolver
métodos para que suas horas de aprendizado sejam mais eficientes. Não há nenhum truque ou
mágica nesse manual. O que você encontrará aqui o ajudará a fazer o seu tempo de estudo e prática
ser melhor aproveitado, e conseguir maneiras para passar o tempo em que não estiver praticando
para reforçar e solidificar o que você aprendeu.

Por que ler esse manual?

- O método que consta nesse guia pretende lhe ensinar a aprender melhor as lições de violão do
manual GuitarNow!

- Ele o ensinará como pensar sobre as suas lições, como conectar os novos conhecimentos que
você aprendeu com os que você já tem, e o que você pode conseguir fazendo isso.

- Ele irá ensiná-lo maneiras efetivas de praticar que você irá dominar novos conteúdos facilmente,
sem desenvolver maus hábitos. Você irá aprender a identificar e isolar problemas e superá-los,
enquanto você toca suave e impecavelmente.

- Ele irá proporcionar um conhecimento que fará com que você se sinta menos desencorajado se
não fizer todo o progresso que esperava.

- Ele irá ensiná-lo sobre a sua memória, como nós armazenamos e recuperamos informações, e
como aperfeiçoar esta habilidade.

- Ele o ensinará o que esperar do seu progresso de aprendizagem..O quão apto você é para se
lembrar de informações? Como você pode desenvolver sua memória? O que acontece com
conhecimento que é perdido?

3
PARTE 1: Aprendizagem
CAPÍTULO 2:
Um pouco de teoria: o que é aprendizagem? O que é habilidade?

Quando você aprende guitarra, você procura aprender uma nova habilidade. Todos nós
aprendemos muitas habilidades durante nossas vidas, algumas simples, outras excessivamente
complexas.Mas, o que é exatamente uma habilidade? (E como sabemos que isso pode ajudar você a
aprender a tocar guitarra mais facilmente?).
Quando você pensa em qualquer habilidade que já domina, provavelmente ela será uma
coleção de pequenas habilidades que você dispõe de maneira a conseguir um determinado
resultado. Quando você pega pela primeira vez um violão e tenta tocar um acorde, você precisa
praticar a colocação das suas mãos na posição correta, colocar seus dedos nos lugares corretos,
apertar as cordas de maneira que elas soem claramente, dedilhar as cordas certas na hora certa, e
então passar dessa tarefa para a próxima de maneira suave.
Cada uma dessas etapas é uma pequena habilidade, e sem uma delas, você não será apto a
executar a maior habilidade (de tocar o acorde) de maneira eficiente. Então é a nossa habilidade de
executar os pequenos componentes de uma habilidade e de colocá-los numa seqüência apropriada
que faz com que exista a habilidade maior.
Quando você está aprendendo pela primeira vez a tocar, todas essas pequenas habilidades
formam uma lista mental que você precisa seguir toda vez que quiser tocar esse novo acorde. Você
as memoriza com cuidado, checa uma por uma quando se prepara para tocar, tenta não esquecer de
nada, segura o fôlego e toca! Esperançosamente soa como você intencionava! Agora, isso não é
muita coisa para se manter em mente? Não é exaustivo? Você não esquece sempre alguma coisa? E
não é incrivelmente devagar? Claro que é. Imagine que você tenha que passar por cada item dessa
lista toda vez que quiser tocar um acorde de C, e então imagine ter que fazer a mesma coisa quando
for tocar o acorde de G e o acorde de A. Quando você começa a tocar guitarra isso é exatamente o
que você faz, e é a mesma história para cada habilidade nova que aprendemos.
Ainda bem que não permanece desse jeito!
Pense sobre uma habilidade complexa que você aprendeu a dominar: dirigir um carro.
Quando você está aprendendo a dirigir um carro, você tem que manejar uma lista mental
semelhante:
Colocar o cinto de segurança
Ajustar os espelhos
Pé na embreagem
Ligar a ignição
Soltar o freio de mão
Engatar a primeira marcha
Apertar o acelerador lentamente enquanto solta a embreagem
Olhar se vem outros carros
Olhar o marcador de velocidade
1. Olhar o espelho
2. Apertar a embreagem
3. Mudar da primeira para a segunda marcha
4. Soltar a embreagem

E assim vai....

4
Conservação Cognitiva: Há ainda uma incrível quantidade de coisas para se ter
Um dos conceitos mais em mente, mas uma vez que você estiver dirigindo o carro
fundamentais em psicologia é que, por um tempo, todas essas ações passam a ser automáticas, e
nós tentamos, sempre que você não precisará checar todas elas mentalmente antes de
possível, não pensar muito sobre realizá-las. Você chega num estágio em que diz para si mesmo
as coisas. Apesar dos nossos que quer ligar o carro, e as ações de pressionar a embreagem,
cérebros serem capazes de feitos ligar a ignição e soltar o freio de mão são automaticamente
incríveis, todos nós podemos uma parte do “ligar o carro”.Você não precisa mais pensar
afirmar que só conseguimos nos nelas, porque elas estão automatizadas.
concentrar em tantas coisas uma
Então, depois de pouco tempo, a sua incrivelmente
de cada vez. Se nós tivermos
enorme lista do que fazer é diminuída pela metade:
muitas coisas para lidar em nossas
mentes, tendemos a parecer Ligar o carro
distraídos, cometemos erros,
Engatar a primeira
confundimos as palavras, e
acabamos por colocar café no Engatar a segunda
prato e cereal na xícara. Então, Engatar a terceira.
somados aos truques para
economizar trabalho que criamos
para poupar nossa energia física E quando você tem mais prática ainda, essa lista se
para coisas mais importantes, no resume a: “dirigir até o shopping”. Graças ao fato de todos os
decorrer de nossas vidas, nós “itens” relacionados ao “dirigir até o shopping” terem sido
desenvolvemos estratégias para automatizados, você não precisa mais checar um por um a
economizar os pensamentos, e cada vez. Porque quando você não tem que ficar pensando
com isso, poupar nossa energia muito no que você está fazendo, você consegue pensar em
mental.A maior diferença entre outras coisas, ouvir o rádio e conversar com outras pessoas
experts e novatos é que os experts dentro do carro. Quando você está aprendendo a dirigir, antes
desenvolveram essas estratégias de de automatizar essas ações, distrações como aquelas citadas
economia de pensamento para a podem facilmente levá-lo até uma vala: o seu cérebro não
habilidade na qual são pode competir com tantas informações de uma vez só.
especialistas, enquanto que o resto
de nós ainda continua lutando no Toda vez que inventamos um grande procedimento
torturante passo-a-passo. para abarcar toda uma série de trabalhos menores, nós
diminuímos um pouco a carga do nosso pobre cérebro. Nós
passamos a não precisar manter cada instrução na frente de nossas mentes, ao invés disso temos
uma instrução que aponta para todas as instruções menores, que são convenientemente
armazenadas profundamente nas nossas memórias. Se a nossa coleção de instruções grandes fica
um pouco volumosa, nós podemos agrupá-las juntas, e armazená-las profundamente em nossas
mentes, confiando a essa ainda maior instrução, a recuperação de informações que precisamos,
quando precisarmos.
A habilidade para automatizar uma ação ou atividade até que ela requeira relativamente
pouco pensamento para ser executada é conhecida como “proceduralization” (transformar em
procedimento, método, modo), e o processo de agrupar os componentes de uma habilidade em
pedaços progressivamente maiores é conhecido como chunking. Uma boa coleção de chunks
constitui uma estratégia de economia de pensamento, como já foi mencionado. No próximo
capítulo discutiremos o chunking com maior profundidade, e mostraremos maneiras de reconhecer,
construir e agrupar seus próprios chunks.

5
CAPÍTULO 3:
Chunking e o método da mestria

O processo de proceduralization tende a seguir um padrão similar independente da habilidade


que você esteja tentando aprender. Primeiro, nós começamos por executar toda a prática parte por
parte (e geralmente bem devagar e de maneira incorreta), e então tentamos manejar um grupo de
pequenas tarefas em procedimentos curtos, concisos ( como mudar para a segunda marcha, mudar
para a terceira), que são eventualmente agrupados em procedimentos maiores (dirigir até o mercado
para comprar leite).
A cada vez simplificamos uma porção de atividades em um procedimento (ou um
“chunk”), que requer menos energia para se pensar sobre ele, e que executamos mais rapidamente e
com mais facilidade. Quando nós agrupamos pequenos procedimentos em grandes procedimentos,
fica ainda mais fácil, já que ao executarmos o procedimento grande nós automaticamente
executamos os procedimentos menores, porém sem ter que ficar pensando em cada um deles
(como ocorria quando você aprendia a dirigir). Entenda isso como uma engrenagem de roda
dentada. Os dentes pequenos dessa engrenagem são movidos pelos dentes grandes. Uma vez que
você atinja o dente maior, ele irá requerer bem menos energia para se mover, mas mesmo assim ele
consegue manejar todos os dentes pequenos de maneira que eles continuem girando.

Portanto, a diferença entre os experts e os novatos, é que os primeiros têm a roda dentada
grande movendo suas rodas dentadas pequenas, enquanto que os novatos possuem uma série de
rodas pequenas tentando desesperadamente continuar a se mover.
Bem, até agora falamos muito de dirigir e de rodas dentadas, e bem pouco sobre tocar
violão/guitarra. Como você pode aplicar tudo isso ao seu aprendizado de guitarra?
Se você pensar em tudo que está aprendendo sobre os pequenos procedimentos, então
você pode tentar encontrar o que conecta todo esse material em procedimentos maiores e fazer
com que sejam mais fáceis de serem executados. Uma vez que você consiga, confortavelmente,
colocar os dedos nos lugares corretos, pressionar as cordas de maneira correta, dedilhar as cordas
certas nas horas certas, então você terá criado um pequeno procedimento (por exemplo, tocar o
acorde G) e você não precisará mais pensar sobre os outros pequenos componentes desse
procedimento. Colocar seus dedos nos lugares certos, pressionar as cordas de maneira correta, e
dedilhá-las corretamente, se tornará automático, e tudo que você precisará pensar será: “eu quero
tocar o acorde G”.
Uma vez que você consiga tocar o acorde G, o acorde E e o acorde A, e conseguir tocá-los
facilmente um após o outro, você estará tocando uma progressão de acordes, que é um grande
procedimento. Toque algumas progressões de acordes juntos e você terá os rudimentos de uma
música. Portanto, uma vez que você tenha conseguido automatizar os pequenos componentes de
uma habilidade, você passa para outro nível, e tudo passa a ficar mais fácil.

6
Se concentrando em tentar conectar esse material (componentes, pequenos procedimentos etc) em
chunks lógicos, você conseguirá ver como uma música flui, como algumas partes se relacionam com
outras, que partes seguem as outras, e que partes se repetem, e você não precisará pensar tanto
sobre isso.

O método da mestria:
Baseia-se no fato de que nossa habilidade de tocar violão ou guitarra origina-se da
habilidade de executar pequenas tarefas, como tocar acordes, então nós devemos ter certeza que
dominamos essas pequenas tarefas antes de querer colocá-las em movimento. No entanto, na nossa
ânsia de demonstrar progresso em uma nova habilidade, nós freqüentemente tendemos a nos
apressarmos demais, antes de ter dominado o básico. Muitas pessoas tentam aprender muito
conteúdo muito rapidamente, e depois ficam tentando esperançosamente preencher as inúmeras
lacunas com a prática. Para atividades como tocar guitarra isso não funciona, por que elas
dependem que você tenha aprendido muito bem uma lição antes de passar para a próxima. Ao
invés de preencher lacunas, normalmente tudo o que se acaba fazendo é desenvolver maus hábitos
e cometer erros que você vai acabar praticando ( e sem dúvida ficará muito bom nisso), que depois
será difícil de desaprender uma vez que você venha a perceber o que estava fazendo de errado.
O método da mestria, a despeito do nome que impressiona, somente significa que
aprendemos melhor e progredimos mais rápido quando damos tempo para aprender e dominar os
pequenos componentes de uma habilidade antes que passemos para tarefas mais complexas. É por
isso que no início costuma ser bom se ter um professor, por que você não conseguirá reconhecer
direito quando estiver fazendo algo incorretamente. Mas na falta de um, você pode utilizar vídeos,
cds de áudio ou programas como referência. Com um pouco de experiência você será capaz de
reconhecer seus próprios erros.

Resumindo: “Chunking” é quando agrupamos uma porção de


pequenos componentes de uma habilidade complexa, de maneira a
torná-la mais manejável. Aprendendo esses grupos ou “chunks”, nós
diminuímos o número de coisas a se ter em mente quando
executamos a tarefa maior. Tendo certeza de ter dominado cada
chunk ante s de passar para os próximos, você se previne da situação
em que acaba aprendendo seus próprios erros.

CAPÍTULO 4:
A construção do Chunk: como quebrá-la
Quando você está aprendendo, você freqüentemente acha que tende a quebrar o seu
material (mental) em pequenos chunks automaticamente. Como mencionado anteriormente, nossos
cérebros estão ajustados para arranjar jeitos de conservar a energia, você não deverá achar o
processo estranho ou muito difícil.
Simplesmente pegue a tarefa que você está tentando aprender, quebre-a em pedaços
menores, e portanto, mais fáceis de manejar, pratique cada pedaço menor até conseguir fazer
corretamente, então passe a executar duas tarefas consecutivas, uma após a outra até você torná-las
uma única grande tarefa. Uma vez que você tenha uma tarefa maior, junte-a com outra tarefa maior.
Grandes rodas dentadas movimentando pequenas rodas dentadas.

Enquanto estiver fazendo isso, lembre-se do método da mestria: é vital que você domine cada
chunk menor antes de tentar fazer grandes chunks com eles. Isso não quer dizer necessariamente
que você tenha que fazê-lo rápido, mas você precisa conseguir executá-los acuradamente e de
maneira relativamente automática. Por exemplo, ao invés de dizer que você domina um acorde em
particular, você não sentirá necessidade de olhar se os seus dedos estão posicionados.Ter que olhar
para suas mãos quer dizer que você tem que pensar ainda sobre isso, e isso significa que você ainda
não automatizou as posições. Viu?

7
Se você estiver tendo dificuldades em dominar os seus chunks, tente as seguintes técnicas:

Visualização Mental:
Pode ser meio difícil de acreditar que simplesmente imaginando a execução de uma tarefa
pode-se melhorar a sua performance, principalmente se a tarefa for física. Faz muito sentido,
entretanto, quando você considera que a coordenação necessária para a tarefa, como tocar guitarra,
vem praticamente toda da sua mente, ao invés de uma especificidade física de destreza ou de força.
É saber como posicionar os dedos, que cordas dedilhar, como se mover entre as posições dos
dedos rápida e suavemente. Todo esse conhecimento está na sua cabeça, não nos seus dedos – os
dedos somente entram em ação no final do processo.Visualizando mentalmente a si próprio se
movimentando por entre essas ações, você estará fortalecendo os caminhos na sua mente, mesmo
que isso não resulte em você realizar a ação naquele momento.
Você já deve ter ouvido falar de um estudo engraçado onde as pessoas que criavam
imagens mentais de si mesmas acertando cestas de basquete conseguiam realizar isso tão bem
quanto as pessoas que estavam praticando essa habilidade por um tempo considerável, antes do
estudo. É claro que dificilmente você conseguiria aprender a tocar guitarra somente através da
visualização mental, sem nunca pegar no instrumento, porém isso pode ser muito benéfico para
reforçar as habilidades que você conquistou ao longo das lições, e para solidificar os seus “chunks”.
Pense na sua mente como uma rede que conecta todo o seu conhecimento, memória,
habilidades físicas, pensamentos conscientes e inconscientes, instintos e intuição. As conexões entre
todas essas coisas variam em força de acordo com a freqüência que você as usa e o quão importante
elas são pra você. Quando você aprende uma nova habilidade, você estará dando força (ou até
criando) conexões entre partes do seu cérebro que podem nunca ter se comunicado antes,
permitindo que a informação passe rapidamente de um lado a outro sem se perder ou sofrer com
interferência. O interessante sobre a visualização mental é que ela usa muito dos mesmos caminhos
no seu cérebro que você utilizaria se estivesse realizando a atividade fisicamente.
A melhor coisa na visualização mental é que você pode fazê-la sem a guitarra por perto. No
ônibus, no carro, ou antes de dormir, a visualização mental é uma desculpa fantástica para você
puxar sua “guitarra de ar” a cada oportunidade!

Prática Lenta:
Quando nós começamos a aprender uma habilidade, normalmente a praticamos de maneira
demorada, lenta; mas a partir do momento que você já compreende o básico, a prática lenta pode
ser muito benéfica para construir chunks sólidos e reforçar os caminhos na sua mente. Praticando
lentamente, você minimiza o potencial de erros, e com isso a certeza de que você não “aprenderá”
seus erros. Quanto mais você conseguir executar uma tarefa corretamente, mais facilmente será
para executá-la na próxima vez, independente de quão lentamente você a fez. Você ainda vai achar
mais fácil de juntar os seus chunks se você fizer lentamente, já que seu cérebro terá tempo para
pensar “o que fazer em seguida?” e virá com a resposta correta. A prática lenta tem ainda mais um
benefício, de fazer o material parecer mais fácil e com isso lhe dar confiança na sua performance.
Falta de confiança pode contribuir muito para erros e esquecimentos!

CAPÍTULO 5:
Colocando os Chunks em seqüência: construindo pontes

É muito fácil dizer: “junte dois chunks”, mas quando você aprende duas tarefas menores,
independentemente, pode ser muito difícil conectá-las em uma tarefa maior. Normalmente, a
maioria dos erros que você cometerá ocorrerão quando você tentar fazer a transição de um chunk
para o outro: você pode esquecer seu dedilhado ou esquecer o que vem depois do que, e isso
porque você praticou os pedaços, mas não praticou a transição entre eles. Os seus chunks estão
solidamente construídos, mas sem nada que os ponha em seqüência, eles estarão somente flutuando

8
na sua mente. Você teria que pensar “o que vem em seguida?” e como nós já vimos, pensar
é ruim. Os seus recursos mentais estão momentaneamente dispersos, e é muito fácil cometer um
erro.
Como mencionado anteriormente, a prática lenta pode ser um bom jeito de juntar dois
chunks. Outra maneira de criar pontes entre as lacunas, particularmente quando se está aprendendo
uma música nova, é praticar da metade de uma seção (parte da música) até a metade da outra, construindo,
essencialmente, um chunk que une os dois chunks que você estava tentando juntar. Uma vez que
você tenha dominado esse “chunk ponte”, tente tocar as seções juntas novamente. Você irá achar
consideravelmente mais fácil.

CAPÍTULO 6:
Rumo à mestria: um método eficiente para praticar
À essa altura, você já aprendeu que a diferença entre um expert e um novato é que o expert
já conseguiu automatizar uma atividade ao ponto de que ele/ela não precise mais pensar nos
componentes individuais, enquanto que o novato ainda está lutando com esses componentes
individuais, tentando executá-los simultaneamente ou seqüencialmente, mas se debatendo por causa
da quantidade de informações que seu cérebro está tentando equilibrar. Você aprendeu que o jeito
mais fácil de dar um descanso para seu cérebro é repartir uma tarefa em pequenos “chunks”,
aprender cada um desses chunks, e então condensá-los em chunks maiores. Quando você realiza
um grande chunk relativo a uma habilidade, você também estará realizando os pequenos chunks
que o compõe, mas você não precisa pensar neles porque estão todos contidos no chunk maior.
Você aprendeu que é vital dominar cada chunk, um por um, antes de condensá-los num chunk
maior, e um bom jeito de construir chunks sólidos e juntá-los é trabalhá-los de maneira lenta e
precisa. Outro jeito de criar pontes entre as lacunas é praticar a partir da metade de um chunk até a
metade de outro.

Uma vez que você quebre uma habilidade complexa e aprenda os pedaços, você deve
agrupá-los novamente. Abaixo constam sugestões para um método efetivo de avaliar e polir o
produto final. Elas mostram como tudo o que foi discutido aqui até o agora pode ser integrado às
suas sessões de práticas.

9
1) Realize a tarefa que quer aprender da melhor forma que Uma observação quanto à
puder. duração da sessão:
2) Tome nota de qualquer problema que aparecer. A quantidade de tempo que
Tome nota de qualquer erro que cometer, ou de qualquer você gasta com sua prática
área que você precise melhorar. Tente não praticar a tem uma importante influência
atividade demais se você perceber problemas, já que em quão rapidamente você
fazendo isso você reforça os problemas e fortalece-os em absorve novas informações e
sua memória. Duas vezes consecutivas é mais do que domina uma habilidade. Não
suficiente para reconhecer as áreas que você precisa há absolutamente nada a ser
trabalhar mais. conquistado pela prática de
3) Isole e trabalhe em qualquer problema que você uma mesma habilidade por
encontrar. Uma vez que você tenha encontrado as áreas horas até seus dedos
que precisam ser melhoradas, isole-as e trabalhe-as sangrarem. Montes de
individualmente. Passe por elas e pratique até você se repetições ridículas não irão
sentir confiante de que consiga realizar a área fazer a habilidade entrar na
problemática sem erros e no seu contexto original. sua mente. Tudo que irá
Trabalhe cada área uma por uma. conseguir é tornar o seu
4) Insira a área-problema novamente em seu contexto. aprendizado ruim e tedioso.
Tente realizar a atividade novamente, com as áreas que Nossos cérebros precisam de
haviam problemas incluídas. Tome notas das áreas que tempo para processarem
você teve problema: elas ainda estão causando informações. Para armazenar e
problemas? Se estiverem, tire-as fora, examine-as e refletir. A maneira mais
pratique-as individualmente novamente até dominá-las. eficiente de aprender qualquer
Velocidade não é importante nesse estágio. O que é nova habilidade é praticar por
importante é precisão e técnica. pequenos períodos de tempo,
5) Re-avalie. com freqüência. Em um
Realize toda a tarefa novamente, do início. Nesse estágio estudo com novos
você pode notar algumas outras áreas a serem trabalhadores de correios
melhoradas que você pode não ter percebido antes. Se aprendendo a ler códigos
sim, identifique-as e pratique-as isoladamente como postais, mostrou que os
descrito no item 3. trabalhadores que praticavam
a habilidade em pequenos
intervalos de tempo
aprenderam a habilidade de
maneira muito mais efetiva do
que seus colegas, que
estudaram com a mesma
quantidade de tempo, porém
numa sessão longa. Apesar de
ler códigos postais não ser a
mesma coisa que tocar guitarra
os resultados podem servir
para todas as habilidades. “Um
pouco e sempre” é uma regra
sábia de se seguir.

10
PARTE 2:
CAPÍTULO 7:
Memória de curto prazo X memória de longo prazo

Você provavelmente já deve ter ouvido falar do conceito de memória de curto e longo
prazo: memórias de curto prazo permitem que nos lembremos onde colocamos as chaves; se já
colocamos ou não açúcar no café; números de telefone entre o momento que os encontramos na
lista telefônica até a discagem; informações básicas que não são importantes saber por longo prazo.
A memória de longo prazo contém nossas lembranças da infância; coisas que aprendemos na escola
ou na faculdade; nossos talentos e habilidades, basicamente tudo o que for importante lembrarmos.
A sua memória de curto prazo é como o bolso da sua calça: coisas que vivem
exclusivamente nessa memória normalmente não ficam por perto muito tempo por que há tanta
informação para ser guardada que é preciso esvaziar para poder encher novamente. A menos que
você tenha calças excessivamente grandes, você não consegue colocar sua vida inteira no seu
bolso.Você somente carrega por aí coisas que serão necessárias naquele dia, e freqüentemente,
quando você quer colocar mais alguma coisa você tem que tirar alguma coisa.
A nossa memória de longo prazo é mais como uma caixa forte gigante. Ela pode
comportar muito mais informação dentro dela, mas pode ser muito fácil de perder coisas nela,
particularmente se você não as estiver usando com freqüência e se esquecer onde as guardou.
Ninguém sabe quanta informação pode ser comportada por essa caixa – possivelmente um número
ilimitado – mas a sua habilidade de utilizar essa informação é limitada pela eficiência do seu sistema
de “arquivamento”. É muito fácil colocar coisas lá dentro, mas pode ser impossível encontrá-las de
novo.
Quando estamos aprendendo uma nova habilidade, normalmente começamos trabalhando
com nossa memória de curto prazo (bolso da calça). Isso é parte da razão porque usualmente
realizamos algo tão horrivelmente quando o fizemos pela primeira vez. A memória de curto prazo,
como o seu bolso, não tem nenhum senso de ordem ou estrutura – as coisas estão simplesmente
jogadas lá dentro e você se atrapalha para achar o que precisa. Quando novas informações chegam
a nós, nossos cérebros decidem o que é importante ou não do lixo que está no nosso bolso. Se for
importante, ela é armazenada na nossa impressionante caixa forte. Se não, é descartada. Usar a
memória de curto prazo requer muito empenho, e como já notamos antes, empenho é ruim no que
diz respeito ao cérebro. Se você tem que pensar muito sobre algo e freqüentemente, o seu cérebro
automaticamente irá procurar uma maneira mais eficiente de usar e acessar essa informação.
Então isso é armazenado na sua memória de longo prazo. É arremessado na caixa forte.
Retirar coisas da caixa forte é feito de maneira bem mais eficiente. Ela possui um sistema de
arquivamento lógico, em que você pode encontrar o menor dos pedaços de informação
armazenados nela sem precisar fazer muito esforço. Quando você quiser melhorar sua memória,
você não estará exatamente interessado em aumentar o tamanho da sua caixa forte – como
dissemos, esta é praticamente ilimitada – você precisará é melhorar seu sistema de arquivamento.
Existem várias maneiras de se fazer isso, mas antes vamos conversar um pouco sobre como sua
memória funciona.

11
CAPÍTULO 8:
Expandindo a ativação
Livre associação: é uma maneira
engraçada de se tentar mostrar Imagine sua memória como uma rede entrelaçada de
as associações bizarras que túneis e pavilhões, com pequenas células correndo para fora
freqüentemente fazemos nas deles.Cada pequena célula contém um pedaço de informação –
nossas memórias.Pense no nome algo que você sabe sobre o mundo, alguma coisa que você
de alguém, ou num objeto ou lembra, algo que você sabe fazer. Alguns desses pedaços de
num conceito, e então veja qual informação estão estritamente relacionados com outros pedaços
é a primeira coisa que lhe salta à de informação – como por exemplo, a célula do “oceano” está
mente. Pegue esta coisa e veja o estritamente associada à célula “o oceano é azul, mas às vezes é
que ela lhe faz lembrar também. verde”, e também está associada com a célula dos nomes dos
Siga essas associações pelo mares e oceanos.Estão também associadas com as células
tempo que conseguir mas sem “peixes vivem no oceano” e “navios navegam no oceano”.
ter que pensar nelas muito.Você Basicamente tudo que você já viu, ouviu, leu ou pensou sobre
provavelmente terminará num oceano reside em uma célula próxima do “oceano”. Quando
lugar bem distante de onde você você pensa no oceano, essas outras coisas são facilmente
começou! Nossas memórias se lembradas porque elas estão intimamente associadas. Esse
tocam de maneiras bem conceito é chamado de : “ativação expandida”. Quando você
complexas e enroladas, e as que ativa algo em sua memória, a ativação se expande para outras
estiverem no meio dessa coisas que estão intimamente conectadas com a primeira, então
bagunça é que serão as mais elas ficam lá, preparadas e esperando o momento que podem
fortes – serão as que mais terão ser necessárias.
influência sobre você. Quando Quando você aprende alguma coisa completamente
você está aprendendo, uma boa nova, você pega esse material e armazena na sua memória de
idéia é tentar empurrar essas longo prazo. Muito bem. Mas, a menos que você conecte essa
novas memórias o mais próximo pequena célula (ou grupo de células) à outras células, é muito
possível de suas memórias fácil esquecer como chegar até ela. Se você tivesse que localizar
antigas, fazendo associações esse grupo de células num mapa, iria ser muito complicado sem
entre o novo material que você nenhum ponto de referência para lhe guiar.
está aprendendo, com o antigo Outra importante coisa para se fazer quando estiver
que você já aprendeu. aprendendo algum material novo, é conectar esse material à
coisas que você já sabe. Quanto mais, melhor. Dessa maneira o
novo material será ativado toda vez que qualquer outra coisa associada à ele seja ativada. A
memória será mais forte, será mais fácil de relembrar, e você saberá como ela se encaixa no resto do
seu conhecimento, e então terá um significado muito maior para você.
Como você conecta as coisas novas que aprendeu com o seu conhecimento antigo depende
inteiramente do seu conhecimento antigo e de qual significado você conclui ou obtém dessas coisas
que você aprende. Você poderia tentar buscar similaridades e diferenças entre o conhecimento
antigo e o novo; podem existir padrões ou repetições que lhe chamem a atenção; mantenha seus
olhos, ouvidos e mente abertos para qualquer coisa que você possa encontrar.

12
Fatores Ambientais

Não é somente nossas memórias internas e experiências que proporcionam o contexto para
as coisas novas que aprendemos e que nos ajudam a recordá-las mais tarde. O ambiente em que
vivemos tem um papel significativo na nossa habilidade de recuperar informação. Muito da mesma
maneira que determinadas memórias e conceitos causam outros, porque estão intimamente
associados, que com freqüência associamos inconscientemente nosso ambiente com o material que
aprendemos também.
Existem piadas de pessoas que ficaram bêbadas e que passaram dias e dias tentando se
lembrar onde colocaram suas chaves. Essas pessoas finalmente se treinam a lembrar a localização
secreta das chaves na próxima vez que tomarem alguns drinques. Você já deve ter passado pela
situação de ter ensaiado cuidadosamente as palavras que iria dizer quando subisse num palco ou na
frente de uma sala de aula, e elas o abandonarem bem no momento exato que deveria dizê-las, ou
quando os fatos e figuras que com tanto esmero você memorizou no seu quarto, evaporaram da sua
mente assim que chegou na sala de prova...
O fato do ambiente facilitar a memória, pode funcionar de dois jeitos quando se tenta
dominar uma habilidade: por um lado, é mais fácil de memorizar e ensaiar uma habilidade se você
utilizar o mesmo cômodo da casa, à mesma hora do dia e com a mesma disposição de ânimo. Mas
por outro lado, praticando sempre no mesmo ambiente você fortalecerá a associação entre o tal
ambiente e a habilidade na sua mente, e você pode pensar que a habilidade desaparecerá quando
você mudar de ambiente.
Pode ser benéfico tentar manter o mesmo ambiente nos estágios iniciais do seu
aprendizado, até você sentir que está confiante que você está no caminho para dominar um
componente em particular. Uma vez que você tenha alcançado este estágio, tente executar a
habilidade em um novo ambiente: se você pratica sozinho, tente tocar na frente de amigos. Se você
pratica em ambiente fechado, tente sair e levar sua guitarra a um parque ou praça e tocar lá. Se você
sempre pratica de manhã, tente praticar ao final do dia. Se você desenvolveu qualquer hábito ou
preferência nas suas práticas até agora, tente quebrá-lo sempre que possível. Praticando em
diferentes ambientes, você cria mais associações na sua mente e fortalece a sua habilidade.

CAPÌTULO 9:
Melhorando a performance da sua memória
Dê significado. A base para a maioria dos livros de auto-ajudas de: ”Melhore sua memória
com trinta minutos ao dia!” é simples idéia de que nós achamos muito mais fácil de lembrar coisas
quando elas têm um significado para nós. É muito difícil de lembrar listas de coisas aparentemente
desconexas, mas assim que você se der conta de que todas elas são, por exemplo, ingredientes e
utensílios para se fazer um bolo, bem, tudo fica mais fácil.Elas passam a não ser mais grupos
aleatórios de coisas, existe uma razão para elas existirem, e “fazer bolo” se torna o guia para que
cheguemos até elas.
Voltemos a nossa discussão sobre memória de curto e longo prazo:quando você tenta se lembrar de uma
lista de objetos, ela começa na sua memória de curto prazo. Lembre-se que as coisas não tendem a durar
muito na memória de curto prazo, daí o seu nome. Nós podemos até repetir a lista inúmeras vezes,
esperando que ela entre a força na nossa memória de longo prazo, mas a única maneira disso funcionar, se
for por repetição, é se você criar a partir disso uma música ou um mantra. Você pode cantar essa
musiquinha por todo o caminho até a loja, mas se você esquecer como ela inicia você tem poucas chances
de lembrar qualquer coisa do resto dela. Sem nenhuma maneira de retirar a sua lista da imensa caixa forte
da sua memória é como estar perdido para sempre. Ou até você voltar para casa, bater na sua testa
e dizer: “Eu SABIA que tinha esquecido algo!”.

13
Quando você dá significado às coisas que você está tentando se lembrar, você cria pontos
de referência ou mapas de onde a informação está armazenada na sua memória. Lembra-se da
nossa teoria de expansão da ativação? Quando você amarra coisas ao conhecimento e memórias já
existente, você fortalece a nova memória e torna muito mais fácil de encontrá-la novamente.
Prenda-a a coisas que você já sabe. Freqüentemente é possível encontrar um jeito fácil de
conectar novos materiais juntos para que então signifiquem alguma coisa e sejam fáceis de serem
lembrados, mas algumas vezes o que você está tentando aprender é tão abstrato e sem relação
alguma com nada do que você já aprendeu que pode se tornar muito difícil conectar esse material
com algo. Nessas situações é possível inventar um falso significado para esse material: em outras
palavras, você mesmo cria um significado, e então amarra-o a alguma coisa bem fácil de lembrar.
Um exemplo desta técnica útil para se lembrar de listas de coisas sem relação entre si,
envolve encontrar coisas para associar com números (sendo uma coisa que é bem fácil de lembrar),
e então criando imagens mentais vívidas e inserindo o objeto que você quer lembrar nessa imagem.
A imagem ou situação que você criou na sua mente proporciona o sentido que lhe falta, e por
associar essa imagem com um número você torna mais fácil de lembrar.
Imagine que você precise lembrar de uma lista de mercado. A melhor maneira de lembrar
cada item, é fazer uma associação dele com um número, e com uma imagem de algo que rime ou
pareça com esse número. Provavelmente você irá criar imagens estranhas para associar a
informação. Por exemplo, numa lista de compras de mercado como:
1- Ovos
2- Molho de tomate
3- Macarrão

O item número 1. 1 rima com o que? Atum. Bem, então podemos criar uma imagem de um
atum botando ovos. Ou quem sabe um atum comendo ovo. Ou até atum com ovo no pão.
Independente do que for criado, você associará o número 1 ao atum, e automaticamente se
lembrará dos ovos. Por mais boba ou estranha que pareça a sua associação, você logo verá como
fica bem mais fácil se lembrar de algo por meio desse método.
Começando pelo número um, você cria um ponto de início bem básico e fácil para sua
nova memória. Você conecta o número um a imagem de um atum a partir da rima e de associação
de palavras, e então pela criação de uma imagem às vezes insana, se cria uma conexão memorável
com algo que antes não era tão memorável assim, os ovos. E assim você continua com o resto de
sua lista.
E agora, quando você precisar se lembrar de uma lista de compras, você só precisa pensar
no 1, 2, 3... e repetir as bizarras imagens mentais que você criou para eles. Lembre-se que quanto
mais loucas e vívidas forem as imagens, melhor. Claro que você não precisa criar associações a
partir de rimas. Qualquer imagem que você crie que o número esteja inserido e o item da lista
também, desde que seja de maneira bem não-usual, serve.
Os Gregos usavam um método similar, chamado de “método de loci”, que conecta essas
imagens mentais vívidas à lugares e objetos ao longo de um caminho familiar, ao invés de números.
Simplesmente pegue um caminho que você conheça bem, selecione alguns pontos chaves ao longo
dele, e na sua mente crie cenas loucas nesses pontos. Você pode decorar mentalmente a loja da
esquina com papel higiênico com a intenção de lembrar desse item da sua lista de compras, e então
quando você mentalmente passear pelo seu caminho conhecido, e se deparar com sua loja decorada
com papel, você conseguirá se lembrar do papel higiênico!

CAPÍTULO 10:
O Futuro: o que esperar
Sem o auxílio de uma bola de cristal fica difícil prever quando você ficará bom na guitarra. Algumas
pessoas vão achar mais fácil do que outras, algumas serão mais dedicadas nas suas práticas, algumas
irão desistir completamente. Porém existem algumas regras gerais que podem ser feitas sobre o
processo de se aprender uma nova habilidade:

14
• Verdade 1: Quando você começa a aprender algo, você progride muito rápido.Quanto mais
você vai ficando hábil, a curva de aprendizado irá aplainar um pouco, e você não verá
progressos significativos com o mesmo tanto de prática, mas você continuará melhorando.
Não existe nenhum limite real para o quão bem você irá tocar guitarra, exceto aquele
imposto pela sua própria destreza física. Se você continuar praticando, você tornará seus
dedos à altura da tarefa e ficará cada vez melhor e melhor. Portanto, não desista.
• Verdade 2: Uma vez que você aprenda o que precisa e possua a habilidade como a de tocar
guitarra, ela continuará com você por toda a vida. Você pode até ficar enferrujado, como se
diz, mas uma vez que você vença esse processo torturante de aprendizagem, não vai ser
muito complicado reaprender tudo de novo, mesmo que você tenha ficado um tempo
considerável sem praticar ou sequer mexer na guitarra..

CAPÍTULO 11:
Sumário: 10 dicas para melhorar seu aprendizado e memória

1- Quebre conceitos/materiais difíceis em pequenos pedaços: quando você domina


esses pequenos pedaços, conecte-os progressivamente em pedaços maiores. Isso
diminui o esforço da sua memória e permite que você aprenda novas coisas bem mais
rapidamente, de maneira fácil e com poucos erros.
2- Não pratique seus erros! No início, tenha alguém de tutor para lhe ajudar no
aprendizado. Se você notar qualquer problema na sua performance, pare e trabalhe em
cima do problema até resolvê-lo, e puder realizar a lição corretamente. Não espere que
ele vá desaparecer sozinho “com o tempo”, ele não vai, e você terá muito trabalho para
desaprendê-lo futuramente.
3- Domine um antes de passar adiante: Antes de querer passar para tarefas mais
complexas, certifique-se que tenha compreendido bem o básico. Antes de querer
condensar dois chunks em um, certifique-se de ter dominado cada um primeiro.
4- Um pouco e sempre: não se torture com repetições ilimitadas e hora após hora de
prática. Deixe seu cérebro respirar. Você irá aprender mais rápido se estudar ou
praticar em pequenos intervalos de tempo, e você não irá ficar entediado ou frustrado
tão cedo.
5- Vá com calma: práticas mais lentas fortalecem as conexões do seu cérebro, diminuindo
as possibilidades de se cometer erros, e ajudando a criar pontes entre as lacunas o que
conseqüentemente lhe proporcionará mais confiança. Tente!
6- Visualize: Pense sobre o que você aprendeu nas lições anteriores, ensaie mentalmente
os pedaços e o dedilhado. A visualização mental trabalha com as mesmas áreas do
cérebro que você utiliza quando está realmente praticando, e você pode fazê-la a
qualquer momento e lugar!
7- Construa pontes entre o conhecimento novo e o antigo. Encontre as relações entre
o seu novo aprendizado e as coisas que você já aprendeu. Veja onde esse novo material
se encaixa no grande “esquema de coisas”. Obtenha alguma perspectiva. Encontrando
um contexto para o novo material que você aprendeu, você terá mais possibilidade de
lembrá-lo.
8- Pratique em ambientes diferentes: evite muita dependência de algum ambiente,
mudando sempre o local de suas práticas. Pratique sozinho, com amigos, de manhã, de
noite, no seu quarto, na praça. Fazendo isso você corre bem menos risco de se
apavorar ou de esquecer coisas quando em novas situações.
9- Dê significado: a sua memória para coisas significativas é muito mais forte do que sua
memória de detalhes. Tente dar a maior quantidade de significado possível às novas
coisas que você aprende. Se você não consegue encontrar um significado a partir de
suas próprias experiências de vida, invente algum significado usando usa imaginação. É
pra isso que ela serve!
10- Divirta-se! Você aprenderá muito mais se mantiver um estado mental positivo e se
estiver gostando do processo de aprendizagem. Tenha orgulho do que conquistar. Não
se preocupe se parecer que seu progresso está lento – você vai chegar lá uma hora.
Como já foi dito no início: não há muito o que fazer para proibir isso de acontecer!

15
16

Você também pode gostar