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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Wesley Henrique De Andrade

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E LOGÍSTICA DE


CANTEIRO DE OBRAS

São Carlos/SP
2014
ii

Wesley Henrique de Andrade

Analise das condições de trabalho e logística de Canteiro de Obras

Trabalho apresentado ao Departamento de


Engenharia Civil da Universidade Federal de São
Carlos como requisito para obtenção do grau de
Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Itamar Aparecido Lorenzon

São Carlos/SP
2014
Wesley Henrique de Andrade
iii

Analise das condições de trabalho e logística de Canteiro de Obras

Trabalho apresentado ao Departamento de


Engenharia Civil da Universidade Federal de São
Carlos como requisito para obtenção do grau de
Engenheiro Civil.

________________________________________
Prof. Dr. Itamar Aparecido Lorenzon (Orientador)

________________________________________
Prof. Dr. José da Costa Marques Neto

________________________________________
Prof. Dr. Sheyla M. Baptista Serra

São Carlos/SP
2014
Sumário
iv

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8
2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 9
3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 10
4. MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................................ 11
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 12
5.1 Conceitos sobre o planejamento e gestão de canteiro de obras ......................................12
5.2 Tipos de canteiros de obras ................................................................................................18
5.2.1 Canteiros restritos .......................................................................................................................... 18
5.2.2 Canteiros longos e estreitos ........................................................................................................... 19
5.2.3 Canteiros amplos ........................................................................................................................... 20
5.3 Instalações provisórias nos canteiros de obras .................................................................21
5.3.1 Áreas de vivência........................................................................................................................... 22
5.3.2 Dimensionamento de áreas de vivência ......................................................................................... 22
5.3.3 Instalações sanitárias ..................................................................................................................... 22
5.3.4 Vestiário ........................................................................................................................................ 24
5.3.5 Alojamento .................................................................................................................................... 25
5.3.6 Local para refeições ....................................................................................................................... 27
5.3.7 Cozinha .......................................................................................................................................... 28
5.3.8 Área de lazer .................................................................................................................................. 29
5.3.9 Áreas de apoio ............................................................................................................................... 30
5.3.10 Almoxarifado ............................................................................................................................ 30
5.3.11 Escritório da obra ...................................................................................................................... 32
5.3.12 Guarita do vigia e portaria ........................................................................................................ 33
5.3.13 Áreas de produção, movimentação e armazenamento de materiais .......................................... 33
5.3.14 Áreas de Armazenamento ......................................................................................................... 33
5.3.15 Áreas de produção .................................................................................................................... 39
5.3.16 Áreas de movimentação ............................................................................................................ 44
5.3.17 Tipos de instalações provisórias ............................................................................................... 47
5.3.18 Instalações com chapas de compensado ................................................................................... 48
5.3.19 Instalações com containers ....................................................................................................... 48
5.4 Tipos de layout em canteiros de obras...............................................................................49
5.4.1 Layout por produto ........................................................................................................................ 49
5.4.2 Layout por processo....................................................................................................................... 49
5.4.3 Layout posicional .......................................................................................................................... 50
5.4.4 Critérios para a escolha do tipo de layout ...................................................................................... 50
6. IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................ 52
6.1 Serviços preliminares .....................................................................................................................52
v

6.1.1 Regularização do Terreno .............................................................................................................. 52


6.1.2 Execução do lastro de concreto regularizador ............................................................................... 52
6.1.3 Verificação da rede elétrica e da fossa séptica ............................................................................... 52
6.2 Técnicas para a implantação das instalações provisórias ...............................................52
7. ESTUDO DE CAMPO ........................................................................................................ 54
7.1Visita à obra do Residencial Ilhas Marquesas ..............................................................................54
7.2 Visita à obra da passagem veicular da Estrada do Pau-a-Pique................................................57
7.3 Visita à obra do Viaduto da Estrada de Sapopemba ..................................................................61
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 66
vi
vii

RESUMO

Este trabalho é dedicado ao estudo do planejamento e gestão de canteiros de obras com base
em um estudo teórico em que serão levantadas teorias que, junto às normas regulamentadoras,
irão desenvolver um método de planejamento e gestão de canteiros de obras. Futuramente,
este método será testado em visitas a obras de diversos setores da construção civil para
verificar sua aplicabilidade e tirar conclusões para identificar as dificuldades que ele
apresentará.

Palavras-chave: Planejamento; gestão; canteiro de obras; método; aplicabilidade.


viii

ABSTRACT

This work is devoted to the study of the planning and management of construction sites, based
on a theoretical study where theories together to regulatory standards will develop a method
of planning and managing construction sites, which will be tested in future visits to works of
various sectors of the construction, to verify its applicability and conclusions to identify the
difficulties that this method had submitted.
8

1. INTRODUÇÃO

O setor da construção civil necessita de ferramentas para desenvolver seus projetos com mais
precisão, visando diminuir os desperdícios relacionados à produção das edificações e
aumentar a produtividade. Tais ferramentas devem ser desenvolvidas tendo em vista a
mudança de mentalidade dos atuais gerentes da construção civil que, muitas vezes, deixam de
lado a racionalização e o controle para cumprir prazos.
Esse setor tem uma contribuição de 11,3% no PIB nacional e também é o setor com o maior
índice de impactos ambientais por produto desenvolvido. O resultado dessa afirmação mostra
que o setor tem um alto índice de aquisição de materiais e um baixo índice de controle,
acarretando em altos desperdícios.
Para a otimização dos processos da construção civil é necessário que o canteiro de obras, ou
seja, a fábrica da construção civil, tenha um planejamento e uma gestão bem desenvolvidos,
conseguindo, com isso, produzir de maneira rápida, dinâmica, racionalizada e sustentável
qualquer que seja o tipo de construção e sua aplicação. É preciso, para a realização de um
canteiro de obras com esses requisitos, enxergá-lo da ótica de uma indústria cujo produto final
será a obra concluída e, para tal, é necessário aplicar os conceitos dos processos de produção
vistos nas bibliografias.
A criação do layout do canteiro de obras deve ser desenvolvida a partir de um estudo
detalhado do sistema construtivo que será aplicado, do tipo de obra e dos principais riscos
relacionados aos serviços. Com esses dados, é possível definir um tipo de canteiro e trabalhar
em cima de suas limitações com a intenção de criar o melhor local para se trabalhar.
O planejamento do canteiro de obras consiste em ter o conhecimento das tarefas e recursos
que serão utilizados em cada tipo de obra e, então, organizá-los de forma a atender a logística
do empreendimento e os processos necessários para seu desenvolvimento. A gestão do
canteiro de obras é feita com a verificação dos processos e serviços executados na obra de
forma a atender ao planejamento e obter o controle necessário.
9

2. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é desenvolver ferramentas e diretrizes para a avaliação e o
planejamento dos canteiros de obras, visando diminuir os desperdícios e aumentar a
produtividade. Os objetivos específicos são:
a) Definir por meio da revisão bibliográfica ferramentas para realizar diagnósticos e estabelecer
diretrizes para analise das condições de trabalho e logística de canteiros de obras.
b) Estudar um canteiro de obras com a finalidade de aplicar as ferramentas desenvolvidas.
c) Analisar os resultados e avaliar como estão sendo desenvolvidos canteiros de obras
atualmente.
10

3. JUSTIFICATIVA
O planejamento do canteiro de obras é raramente realizado de maneira formal, ou seja, segundo
diretrizes e padrões consistentes. Este fator retrata claramente o atraso, em termos de planejamento e
gestão, que o setor da construção civil tem em relação ao setor das indústrias de transformação
(SAURIN, 1997).
Embora seja reconhecida a necessidade de se realizar o planejamento do canteiro de obras para se
obter um aumento na eficácia das operações, esse planejamento é, muitas vezes, negligenciado pelos
gerentes do setor da construção civil que, quase sempre, aprendem a realizar tal atividade somente por
meio de tentativa e erro ao longo de muitos anos (TOMMELEIN,1992).
Um estudo criterioso do layout do canteiro de obras deve estar entre as primeiras ações a serem tomas
para que se possa ter uma logística eficaz e um bom aproveitamento de todos os recursos, seja humano
ou dos materiais, que são empregados em obras de qualquer porte e de fundamental importância para a
redução de desperdícios nos canteiros (SAURIN, 1997).
O setor da construção civil é de grande importância econômica: sua participação no PIB nacional é de
11,3%; é um dos setores que mais consomem recursos naturais e também a maior fonte de impactos
ambientais (Araújo, 2009). Assim, fica evidente a falta de planejamento e gestão existentes nos
projetos deste setor. É necessário que haja uma mudança na mentalidade dos gerentes, a fim de
diminuir os impactos causados pelas construções.
Seguindo este conceito, o presente trabalho pretende apresentar diretrizes para melhorar a
compreensão sobre o assunto, para facilitar a implantação de um sistema de planejamento e gestão
com a finalidade de melhorar futuros projetos de canteiro de obras e conscientizar os gerentes.
11

4. MÉTODO DE TRABALHO
Revisão Bibliográfica: Nesta parte do estudo foram coletados todos os dados para a
elaboração das diretrizes necessárias para analise das condições de trabalho e logística dos
canteiros de obras.
Estudo de caso: Visitar obras de diversos segmentos com o objetivo de aplicar os conceitos
adquiridos na revisão bibliográfica para que se tenha uma comparação dos resultados.
Análise comparativa: Depois de realizados os estudos teóricos e os estudos de caso, foram
comparados os resultados esperados com o cenário encontrado na construção civil em
diversos segmentos.
Conclusão: Depois de feita a análise comparativa, foram tiradas as conclusões relativas ao
atual estado em que se encontra os canteiros de obra.
12

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Conceitos sobre o planejamento e gestão de canteiro de obras


O canteiro de obras é a fábrica cujo produto final é o edifício. Do ponto de vista de uma
fábrica, o canteiro deve ser analisado sob uma ótica dos processos de produção do edifício e
como o espaço onde as pessoas envolvidas neste processo estarão vivendo seu dia a dia de
trabalho (SOUZA, 2008).
O planejamento do canteiro de obras consiste em identificar os recursos necessários para as
operações de construção, o tamanho e a forma, e os posicionar de modo a atender a logística e
os processos intrínsecos do desenvolvimento da obra. Bons canteiros devem atender a
múltiplos objetivos, classificados em alto e baixo nível. Os objetivos de alto nível visam à
realização de operações seguras e eficientes e à boa moral dos trabalhadores; já as operações
de baixo nível têm como foco minimizar a distância e o tempo para a movimentação de
pessoal e material, aumentar o tempo produtivo e evitar a obstrução da movimentação de
material e equipamentos (TOMMELEIN, 1992).
O projeto do canteiro de obras deve incorporar requisitos de produção, exigidos pelas
inovações tecnológicas introduzidas que contribuem para a melhoria do processo de produção
da obra por meio da organização e da adequação posicional dos elementos do canteiro e dos
recursos necessários para a produção. A utilização de ferramentas para a melhoria da
qualidade e da produtividade e a incorporação de inovações tecnológicas ao processo de
produção do edifício são alguns dos princípios para a modernização do setor da construção,
que podem ser aplicados ao desenvolvimento do projeto de produção, visando à identificação
e análise de problemas, à definição das especificações e ao planejamento das diversas etapas,
do projeto de produção e do projeto de obras (FERREIRA, 1998).
Existem duas regras que são fundamentais para realizar um planejamento eficiente de
canteiros de obras, segundo Illingworth (1993):
a) Começar sempre pela fronteira considerada mais difícil: o objetivo principal de se
utilizar esta estratégia é evitar que se tenha de realizar serviços em tal divisa nas fases
posteriores da execução da obra, pois quando a construção de outras partes iniciarem
pode dificultar o acesso a este local. Os motivos que tornam a divisa crítica são vários,
como a vegetação de grande porte, a existência de muros de arrimo e desnível
acentuado.
13

b) Criar espaços utilizáveis no nível do terreno o quão cedo possível: esta regra se aplica
mais a obras de edificações e onde o subsolo ocupa quase que a totalidade do terreno,
dificultando a fase inicial da construção e a implantação de um layout permanente.
Com isso, é exigida a conclusão o quanto antes do térreo para que abra espaços
utilizáveis para a implantação de instalações provisórias e estoques de materiais, com
a finalidade de facilitar os acessos de pessoas e veículos, além de proporcionar um
caráter de longo prazo para essas instalações.
Segundo Ferreira (1998), a aplicação dos processos de racionalização construtiva ao projeto e
à construção do edifício – isso inclui construtibilidade e organização entre outros fatores –
aliados às ferramentas de qualidade e gerenciamento de processos e seguindo os onze
princípios propostos por Koskela (1992), têm-se alguns dos pré-requisitos necessários para a
elaboração de um projeto de canteiro de obras eficiente.
O conceito de construtibilidade nasceu no Reino Unido e Estados Unidos nos primeiros anos
da década de 1980. No Reino Unido é conhecido como Buildability e nos Estados Unidos
como Constructability. A construtibilidade pode ser entendida, segundo Oliveira (1995),
como a habilidade ou facilidade deste em ser construído. Inicialmente sinônimo de facilitar a
construção por meio do projeto, atualmente o conceito vem sendo ampliado, significando
também a integração do conhecimento e experiência construtiva durante as fases de
concepção, planejamento, projeto e execução da obra, visando à simplificação das operações
construtivas por meio do pleno conhecimento da tecnologia construtiva a ser adotado no
empreendimento.
A aplicação do conceito da construtibilidade necessita de uma correta percepção e
entendimento dos seus princípios, aplicados nas diferentes fases do ciclo de vida dos projetos
de construção. Os princípios da construtibilidade, segundo Silva (apud CII, 1993), estão
indicados no quadro com seus respectivos significados de forma mais abrangente, podendo
ser aplicados globalmente em empreendimentos de construção.
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Quadro 1 – Princípios da construtibilidade.

Fonte: SILVA (apud CII, 1993)

A implementação dos conceitos de construtibilidade trarão diversos benefícios para o


planejamento e gestão dos canteiros de obras e para a execução do empreendimento em si, e
quanto antes estes conceitos forem aplicados, melhores resultados serão obtidos. Segundo
Carlos apud Tatum (1987) os benefícios proporcionados pela implantação da construtibilidade
são:
a) Diminuição das tarefas na construção;
b) Diminuição das dificuldades durante a construção;
c) Reconhecimento das limitações e práticas locais;
d) Melhoria dos métodos construtivos e da tecnologia;
e) Importância à melhoria de coordenação entre os projetistas e construtores;
f) Adoção do mesmo ponto de vista por todos os membros da equipe;
g) Capacitação da equipe de gestão de projeto;
h) Melhoria das relações entre os participantes no projeto;
i) Os procedimentos organizacionais de registro e avaliação dos projetos;
j) Redução de retrabalhos, dúvidas e revisões no projeto;
k) Redução do tempo de concepção e revisão do projeto;
15

l) Redução do custo do projeto.


Os onze princípios propostos por Koskela (1992) são de fundamental importância para uma
gestão eficiente e com foco no cliente. Os princípios são:
1. Redução das parcelas que não agregam valor: que constitui o princípio mais geral do
novo modelo de gestão da produção e compreende a redução ou eliminação das
atividades que consomem tempo, recursos ou espaço sem, no entanto, contribuírem
para atender aos requisitos do cliente.
Para aplicar esse principio é preciso que o gestor analise todos os processos que levam a
execução de algum elemento e procure por atividades que não agregam valor ao produto,
como tempos improdutivos, etapas com logística falha e, se possível, eliminar o maior
número de ciclos possíveis.
2. Aumento do valor do produto através de uma consideração sistemática dos requisitos
do cliente: para Koskela (1992), a agregação de valor ao produto ocorre quando são
atendidos os requisitos dos clientes, sejam eles internos ou externos, parciais ou finais.
Isso exige a identificação dos principais interessados.
Esse princípio mostra que é preciso identificar todas as necessidades dos clientes e trabalhar
em cima delas para garantir que sejam executadas, pois quando há uma preocupação em
atender aos requisitos do cliente, é agregado mais valor ao produto, e clientes satisfeitos
valorizam a empresa com recomendações dos serviços para outros clientes futuros.
3. Redução da variabilidade: a variabilidade é significativa tanto com relação à qualidade
do produto final, quanto ao que diz respeito aos prazos de execução das atividades. O
cliente aceita melhor um produto uniforme. Já a irregularidade nos prazos provoca
aumento do tempo de produção e das parcelas que não agregam valor.
O terceiro princípio está ligado aos demais, pois a variabilidade do produto reduz a satisfação
do cliente e, quando se repara um produto, será agregada uma parcela que não agrega valor ao
empreendimento. Como consequência disso, são retirados funcionários que estavam
produzindo para realizar reparos em serviços com variabilidade excessiva. A fim de evitar
esse tipo de problema, é imprescindível que uma empresa cuja prioridade seja atender às
necessidades do cliente faça um rigoroso controle de qualidade, utilizando critérios rigorosos
para diminuir a variabilidade de seus produtos.
4. Redução do tempo de ciclo: o tempo de ciclo compreende o somatório dos prazos
necessários para processamento, inspeção, espera e movimentação. A sua redução
pode ser alcançada a partir da redução da parcela de atividades que não agregam valor.
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Quando se fala em redução das parcelas que não agregam valor, a redução do tempo de ciclo
é uma das ferramentas que mais colaborará para esse quesito – toda produção na construção
civil tem um ciclo, seja pré-moldada ou moldada em loco. Esse princípio pede para analisar os
ciclos e identificar processos que podem ser melhorados e agir sobre eles, com a ideia de
otimizar o ciclo, reduzindo seu tempo.
5. Simplificação pela minimização do número de passos e partes: a simplificação pode
ser entendida como a redução de componentes do produto ou do número de passos
existentes em um fluxo de material.
Esse princípio atuará juntamente com o quarto princípio. Sua aplicação requer um estudo dos
ciclos de serviços da construção e uma busca por simplificação, ou seja, minimizar os passos
para a execução dos serviços, diminuindo as etapas que o compõe, aumentando a
produtividade sem perder a qualidade.
6. Aumento da flexibilidade na execução do produto: de acordo com Koskela (1992),
para se aumentar a flexibilidade, deve-se procurar minimizar o tamanho dos lotes,
aproximando-os da sua demanda; reduzir o tempo de preparação e troca de
ferramentas e equipamentos; desenvolver o processo de forma a possibilitar a
adequação do produto aos requisitos do cliente e utilizar equipes de produção
polivalentes.
O sexto princípio tem como base criar equipes polivalentes, equipes que têm habilidade de
executar diversos serviços diferentes. Mas, para isso, é necessário criar uma logística que
permita que essas equipes trabalhem sem deslocamentos não produtivos e/ou tempo de espera.
Para atender a isso, é necessário que haja um correto posicionamento dos suprimentos e
ferramentas que serão utilizados nos serviços executados e espaço suficiente para estocar os
produtos executados e separá-los por tipo e/ou utilização.
7. Aumento da transparência: visa diminuir a possibilidade de ocorrência de erros na
produção, atribuindo-se maior transparência ao processo de produção.
Esse princípio colabora com todos os demais. Para se implantar melhorias no processo
produtivo é preciso que haja transparência, o gestor deve ter uma visão global de todos os
processos que estão sendo realizados e, a partir disso, aplicar os conhecimentos adquiridos
para melhorar os fluxos. Isso requer um estudo do canteiro visando eliminar barreiras,
tornando as atividades visíveis para que as alterações em seus ciclos possam ser feitas de
maneira precisa.
17

8. Foco no controle de todo o processo: trata-se de buscar a melhoria do processo como


um todo e não apenas de etapas ou partes do mesmo.
Quando se realiza a melhoria de um ciclo é muito comum essa melhoria afetar outros ciclos.
Por exemplo, se uma central de armação de uma ponte faz 2 vigas por dia e são entregues 10
vigas de aço por semana, caso haja uma melhoria na execução das vigas e seja executadas 12
vigas por semana, e o setor de compras não seja avisado, faltará aço para acompanhar a
produção das vigas, deixando as equipes sem atividades por algum período; outro problema
ocorre caso o setor de compras peça muito mais aço do que é produzido pela central de
armação, acarretando em aumento de estoque e na busca de estoques auxiliares que,
futuramente, criarão deslocamentos improdutivos.
Isso mostra que toda mudança na produção deve ser feita pensando no seu efeito em escala
global e não só em seu ciclo.
9. Estabelecimento de melhoria contínua ao processo: todos os esforços para redução do
desperdício devem ser implementados de maneira contínua nas organizações.
A melhoria continua é um dos princípios fundamentais para qualquer empresa do ramo da
construção civil. Ela é diagnosticada por métodos estatísticos em que são medidos índices de
produtividade, desperdícios, qualidade e salubridade dos funcionários, visando sempre
otimizar o processo produtivo de maneira que fique bom para a empresa, para o cliente e para
o trabalhador.
10. Balanceamento da melhoria dos fluxos com a melhoria das conversões: melhores
fluxos necessitam de menor capacidade de conversão e requerem menor investimento
em equipamentos.
Para se obter a melhoria dos fluxos por meio da melhoria das conversões, é necessário
primeiro ter um fluxo controlado que possa facilitar a implementação de novas tecnologias de
conversão que diminuam a variabilidade dos produtos, beneficiando-os. Sendo assim, quanto
maior a complexidade do processo de produção, maior será o impacto das melhorias, e quanto
maiores os desperdícios inerentes ao processo de produção, mais proveitosos serão os
benefícios a empresa.
11. Benchmarking é um processo de aprendizado a partir das práticas adotadas em outras
empresas, tipicamente consideradas líderes num determinado segmento ou aspecto
específico de produção: significa analisar e levar em conta as melhores práticas
existentes no mercado.
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Toda empresa, quando trabalha junto a outra, tende a aprender avaliando os métodos
executivos. A prática de benchmarking diz que é preciso aproveitar o máximo possível essa
troca de informações que, futuramente, contribuirão para o desenvolvimento da empresa,
podendo até expandir a empresa para a realização de outros serviços.
A gestão dos fluxos do canteiro de obras, segundo Alves (2000), é entendida como o
planejamento e o controle dos mesmos. Com relação aos materiais, é necessário o
planejamento na aquisição, alocação temporal e espacial e distribuição e alocação dos
materiais no canteiro, bem como o controle da sua utilização em cada processo. Em relação ao
fluxo de mão-de-obra, ele engloba, além da designação de tarefas para cada equipe, a
consideração de melhor sequência de execução para o processo, respeitando os requisitos
técnicos, a continuidade do processo, a capacidade produtiva das equipes, a carga de trabalho
e o fator aprendizado.
O principal objetivo que se alcança com a gestão dos fluxos físicos na construção civil é a
redução ou até a eliminação de perdas durante o mesmo. Para isso, é necessário tornar os
processos observáveis e expor seus problemas e limitações para que possam ser identificados
e solucionados “Princípio da Transparência” (KOSKELA, 1992; ALVES, 2000).

5.2 Tipos de canteiros de obras

O tipo de canteiro não é algo que pode ser definido, ele varia de acordo com as condições que
são passadas no início da obra: todo o trabalho de planejamento, projeto e gestão do canteiro
de obras deve ser pensado a partir da definição do tipo de canteiro. Cada tipo de canteiro tem
suas vantagens e desvantagens dentro deste contexto, tornando-se essencial a identificação do
mesmo no início da obra.
Os tipos de canteiro, segundo Saurin (apud Illingworth, 1993), são restritos, longos e estreitos
e amplos.

5.2.1 Canteiros restritos


O canteiro restrito é aquele que ocupa grande parte do terreno onde está sendo realizada a
obra. São comumente utilizados em áreas centrais das cidades, em ampliações ou reformas
devido ao elevado custo dos terrenos em áreas centrais. As edificações tendem a utilizar uma
alta porcentagem do terreno para maximizar a rentabilidade do empreendimento (SAURIN,
2006).
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Quando se é definido o canteiro restrito, é preciso ter muito cuidado em seu


dimensionamento, pois qualquer deslize poderá comprometer toda logística da obra. Esse tipo
de canteiro deve ser projetado seguindo as seguintes etapas: primeiro locar as instalações
correspondentes às áreas de apoio, pois é preciso pensar primeiro na logística interna da obra,
posicionando tais instalações em pontos estratégicos; depois posicionar as instalações da área
de vivência e, por último, as áreas de estoque e produção que deverão ser racionalizadas o
máximo possível até que se construa o primeiro pavimento ou o subsolo e, então, utilizar
essas áreas para tais fins.

Figura 1 – Exemplo de canteiro restrito.

Fonte: Publica Agência de Reportagem e Jornalismo.

5.2.2 Canteiros longos e estreitos


Os canteiros longos e estreitos são canteiros restritos em apenas uma das dimensões, com
possibilidade de acesso em apenas alguns pontos. Os tipos de obras com canteiros com esta
forma são trabalhos em estradas de ferro e rodagem, redes de gás e petróleo e alguns casos de
obras de edificações em zonas urbanas (SAURIN, 2006).
Quando se trata de um canteiro como esse, é preciso pensar no dinamismo da obra: as
instalações devem ter um canteiro central e contar com áreas que deem apoio e supram as
necessidades dos operários espalhadas ao longo do trecho. É sugerido que a cada 500 metros
de obra se tenha um almoxarifado, vestiário e instalação sanitária. Esses tipos de instalações
dão fluxo de equipamentos e materiais, além de permitir que o funcionário não tenha grandes
deslocamentos não produtivos, como chegar a um canteiro central e só depois ir ao posto de
trabalho; outra solução importante para evitar deslocamentos não produtivos é a implantação
20

de banheiros volantes a cada 50 metros. Toda a logística desse tipo de obra é feita a partir de
caminhões e retroescavadeiras que transitam pela pista da obra; com isso o canteiro à beira da
estrada não influenciará nessa logística.

Figura 2 – Exemplo de canteiro longo e restrito.

Fonte: Site do I Seminário Ferrovia de Integração Oeste Leste.

5.2.3 Canteiros amplos


Os canteiros amplos são utilizados onde a construção ocupa uma parcela relativamente
pequena do terreno, onde haja disponibilidade de acesso para veículos e espaços para áreas de
armazenamento e acomodação de pessoas, como construção de plantas industriais, conjuntos
habitacionais horizontais e grandes obras como barragens e usinas hidrelétricas (SAURIN,
2006).
Para planejar esse tipo de canteiro, a ideia é diferente dos demais: ao invés de se preocupar
em dispor as instalações de modo que não atrapalhe a logística da obra – sempre tendo a
preocupação de que os espaços são a restrição –, no caso dos canteiros amplos a ideia é a
otimização. Nesse tipo de canteiro, sempre que necessário, é preciso adicionar postos de
produção, aumentar o número de áreas de apoio, criar novos estoques; tudo para que a
produção da obra seja concluída no menor tempo possível.
Outro fator importante nesse tipo de obra é sempre pensar no dinamismo do canteiro: os
estoques e as áreas de produção podem ficar obsoletos com o passar do tempo; é aí que tende
ao responsável pela obra sempre acompanhar as atividades realizadas e avaliar a necessidade
ou não de se manter ou ampliar o número de instalações.
21

Figura 3 – Exemplo de canteiro amplo.

Fonte: Site da Universidade Federal da Integração Latino-América.

5.3 Instalações provisórias nos canteiros de obras

As instalações provisórias são, normalmente, construídas por barracos de compensado, mas


existem diversas tipologias construtivas para a escolha das instalações provisórias. Tal
escolha deve ser feita considerando diversos fatores, como custo de aquisição, custo de
implantação, custo de manutenção, reaproveitamento, durabilidade, facilidade de montagem e
desmontagem, isolamento térmico e impacto visual (SAURIN, 2006).
As instalações provisórias, segundo Saurin (2006), são divididas em áreas de vivência, áreas
de apoio e áreas de movimentação e armazenamento de materiais.
22

5.3.1 Áreas de vivência


De acordo com a NR-18 (2013), as áreas de vivência (refeitório, vestiário, área de lazer,
alojamentos, instalações sanitárias e ambulatório – quando se tratar de frentes com 50 ou mais
funcionários), são áreas destinadas a suprir as necessidades básicas dos usuários de
alimentação, higiene, descanso, lazer e convivência, podendo ficar separada das áreas
laborais.

5.3.2 Dimensionamento de áreas de vivência


O dimensionamento das áreas de vivência segue as recomendações da norma NR-18 (2013) e
as diretrizes para o planejamento de canteiros de obras proposto por Saurin (2006).

5.3.3 Instalações sanitárias


Instalações sanitárias são locais destinados ao asseio corporal e/ou atendimento das
necessidades fisiológicas dos funcionários. Sua localização deve ser próxima aos vestiários,
situando-se ao lado ou no mesmo ambiente.
Segundo a NR-18 (2013) as instalações sanitárias devem:
a) Ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene.
b) Ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de modo a manter
o resguardo conveniente.
c) Ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira.
d) Ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante.
e) Não se ligar diretamente com os locais destinados às refeições.
f) Ser independente para homens e mulheres, quando necessário.
g) Ter ventilação e iluminação adequadas.
h) Ter instalações elétricas adequadamente protegidas.
i) Ter pé-direito mínimo de 2,50 metros (dois metros e cinquenta centímetros), ou
respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra.
j) Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um
deslocamento superior a 150 (cento e cinquenta) metros do posto de trabalho aos
gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios.
Os critérios estabelecidos pela NR-18 (2013) para o dimensionamento das instalações
sanitárias são:
a) Um lavatório, um vazo sanitário e um mictório para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração.
23

b) Um chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração.


c) O local destinado ao vazo sanitário deve ter, no mínimo, área de 1 m² (um metro quadrado).
d) A área mínima destinada a chuveiros deve ser de 80 cm² (oitenta centímetros quadrados).
e) Nos mictórios tipo calha, cada segmento de 60 (sessenta) centímetros deve corresponder a um
mictório tipo cuba.
Estes são os requisitos mínimos para o dimensionamento das instalações sanitárias. É
recomendado adotar, para alguns aparelhos como o chuveiro, um menor número de
trabalhadores por aparelho, pois no fim do expediente será a instalação mais procurada e a
que mais consomem tempo, tornando-se um ponto crítico.
Outro fator importante, no qual a norma não dá especificações, é que é sugerível que não
inclua banheiros volantes no dimensionamento das instalações, pois sua localização dispersa e
distância significativa do vestiário, comprometendo sua eficácia (SAURIN, 2006).
Para obras com grande desenvolvimento horizontal, como rodovias e/ou obras verticais como
edificações, o uso de banheiros volantes em locais próximos aos postos de trabalho auxiliará
na diminuição dos deslocamentos improdutivos durante o horário de atividade na obra.
A seguir, é possível observar um croqui de uma instalação sanitária de acordo com a NR-
18(2013).
24

Figura 4 – Croqui de uma instalação sanitária.

Fonte: Site Equipe de Obra.

5.3.4 Vestiário
Vestiários são necessários para troca de roupa de trabalhadores que não residem no local da
obra. Sua localização deve ser próxima aos alojamentos e/ou à entrada da obra, assegurando
que o percurso vestiário-portão seja realizado sem EPI’s. Os vestiários não devem ter ligação
direta com o local destinado a refeições.
Segundo a NR-18 (2013) os vestiários devem:
a) Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente.
b) Ter pisos de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente.
c) Ter cobertura que proteja contra as intempéries.
d) Ter área de ventilação correspondente a 1/10 (um décimo) de área do piso.
e) Ter iluminação natural e/ou artificial.
f) Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.
g) Ter pé-direito mínimo de 2,50 metros (dois metros e cinquenta centímetros), ou respeitando-
se o que determina o Código de Obras do Município da obra.
h) Ser mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.
i) Ter bancos em número suficiente para atender aos usuários, com largura mínima de 0,30
metros (trinta centímetros).
25

Seu dimensionamento deve respeitar o parâmetro de 1,5 m²/pessoa (um metro e cinquenta
centímetros quadrados por pessoa), proporção que dificilmente será cumprida em canteiros
restritos.
A NR-24 sugere, na execução do vestiário, a utilização de telhas translucidas como cobertura
para melhorar a iluminação interna da instalação.
A seguir está a figura do ambiente ideal para um vestiário seguindo a NR-18 (2013) com a
solução de utilizar armários multiuso.

Figura 5 – Exemplo de vestiário ideal.

Fonte: Site AEC Web.

5.3.5 Alojamento
Local destinado a abrigar funcionários que moram em locais muito distantes da obra e/ou não
tenham condições de comparecer a obra diariamente.
Segundo a NR-18 (2013) os alojamentos dos canteiros de obra devem:
a) Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;
b) Ter piso de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente;
c) Ter cobertura que proteja das intempéries;
d) Ter área de ventilação de, no mínimo, 1/10 (um décimo) da área do piso;
e) Ter iluminação natural e/ou artificial;
f) Ter área mínima de 3 m² (três metros quadrados) por módulo cama/armário, incluindo a área
de circulação;
g) Ter pé-direito de 2,50 metros (dois metros e cinquenta centímetros) para cama simples e de 3
metros (três metros) para camas duplas;
26

h) Não estar situados em subsolos ou porões das edificações;


i) Ter instalações elétricas adequadamente protegidas.
O dimensionamento dos alojamentos nos canteiros de obras devem seguir os seguintes
parâmetros, segundo a NR-18 (2013):
a) É proibido o uso de 3 (três) ou mais camas na mesma vertical.
b) A altura livre permitida entre uma cama e outra e entre a última e o teto é de, no mínimo, 1,20
metro (um metro e vinte centímetros).
c) A cama superior do beliche deve ter proteção lateral e escada.
d) As dimensões mínimas das camas devem ser de 0,80 metros (oitenta centímetros) por 1,90
metro (um metro e noventa centímetros) e distância entre o ripamento do estrado de 0,05
metros (cinco centímetros), dispondo ainda de colchão com densidade 26 (vinte e seis) e
espessura mínima de 0,10 metro (dez centímetros).
e) As camas devem dispor de lençol, fronha e travesseiro em condições adequadas de higiene,
bem como cobertor, quando as condições climáticas assim o exigirem.
f) O alojamento deve ser mantido em permanente estado de conservação, higiene e limpeza.
g) É obrigatório no alojamento o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os
trabalhadores por meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento similar que garanta
as mesmas condições, na proporção de 1 (um) para cada grupo de 25 (vinte e cinco)
trabalhadores ou fração.
h) É vedada a permanência de pessoas com moléstia infectocontagiosa nos alojamentos.
i) É proibido cozinhar e aquecer qualquer tipo de refeição dentro do alojamento.
j) Os alojamentos devem ter armários duplos individuais com as seguintes dimensões mínimas:
I. 1,20 metro (um metro e vinte centímetros) de altura por 0,30 metro (trinta centímetros) de
largura e 0,40 metro (quarenta centímetros) de profundidade, com separação ou prateleira, de
modo que um compartimento, com a altura de 0,80 metro (oitenta centímetros), se destine a
abrigar a roupa de uso comum e o outro compartimento, com a altura de 0,40 metro (quarenta
centímetros), a guardar a roupa de trabalho;
II. 0,80 metro (oitenta centímetros) de altura por 0,50 metro (cinquenta centímetros) de largura e
0,40 metro (quarenta centímetros) de profundidade com divisão no sentido vertical, de forma
que os compartimentos, com largura de 0,25m (vinte e cinco centímetros), estabeleçam
rigorosamente o isolamento das roupas de uso comum e de trabalho.
Segue a ilustração de vestiário de acordo com a NR-18 (2013):
27

Figura 4 – Exemplo de vestiário.

Fonte: Site Amazon Totem.

5.3.6 Local para refeições


Nos canteiros de obras é obrigatória a existência de um local apropriado para refeições. Sua
localização deve ser próxima às instalações sanitárias para facilitar o uso do lavatório dos
mesmos, mas não pode haver ligação direta com estes, ou seja, portas e/ou janelas em comum
(SAURIN, 2006).
Segundo a NR-18 (2013), o local de refeições deve:
a) Ter paredes que permitam o isolamento durante as refeições;
b) Ter piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável;
c) Ter cobertura que proteja das intempéries;
d) Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores nos horários das
refeições;
e) Ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial;
f) Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior;
g) Ter mesas com tampos lisos e laváveis;
h) Ter assentos em número suficiente para atender aos usuários;
i) Ter depósito, com tampa, para detritos;
j) Não estar situado em subsolos ou porões das edificações;
k) Não ter comunicação direta com as instalações sanitárias;
l) Ter pé-direito mínimo de 2,80 metros (dois metros e oitenta centímetros), ou respeitando-se o
que determina o Código de Obras do Município da obra.
28

O dimensionamento do refeitório, segundo Saurin (2006), sugere a utilização do parâmetro de


80 cm²/pessoa (oitenta centímetros quadrados por pessoa).
A NR-18 (1991) exige a existência de local exclusivo para o aquecimento de refeições dotado
de equipamento adequado e seguro para a função. A norma também exige o fornecimento de
água potável, filtrada e fresca por meio de bebedouro de jato inclinado ou de outro dispositivo
equivalente, proibindo o uso de copos coletivos.
A figura a seguir descreve um refeitório com condições ideais de acordo com a NR-18 (2013)
e alerta sobre alguns problemas recorrentes.

Figura 6 – Exemplo de refeitório.

Fonte: Site Equipe de Obra.

5.3.7 Cozinha
As cozinhas não são muito comum em canteiros de obras de edificações, mas em obras de
rodovias são vistas com mais frequência pela dificuldade que pode existir para acessá-las.
Segundo a NR-18 (2013), quando houver cozinha no canteiro de obras, ela deve:
a) Ter ventilação natural e/ou artificial que permita boa exaustão;
b) Ter pé-direito mínimo de 2,80 metro (dois metros e oitenta centímetros), ou respeitando-se o
Código de Obras do Município da obra;
c) Ter paredes de alvenaria, concreto, madeira ou material equivalente;
d) Ter piso de concreto, cimentado ou de outro material de fácil limpeza;
29

e) Ter cobertura de material resistente ao fogo;


f) Ter iluminação natural e/ou artificial;
g) Ter pia para lavar os alimentos e utensílios;
h) Possuir instalações sanitárias que não se comuniquem com a cozinha, de uso exclusivo dos
encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios, não devendo ser
ligadas à caixa de gordura;
i) Dispor de recipiente, com tampa, para coleta de lixo;
j) Possuir equipamento de refrigeração para preservação dos alimentos;
k) Ficar adjacente ao local para refeições;
l) Ter instalações elétricas adequadamente protegidas;
m) Quando utilizado GLP, os botijões devem ser instalados fora do ambiente de utilização, em
área permanentemente ventilada e coberta.
A NR-18 (2013) ainda salienta a obrigatoriedade do uso de aventais e gorros para os
funcionários que trabalham na cozinha.

5.3.8 Área de lazer


A norma NR-18 (2013) prevê locais para a recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser
utilizado o refeitório para este fim. Dependendo do tipo de canteiro, é possível identificar
soluções para este fim: em canteiros restritos, na maioria dos casos, a solução é utilizar o
refeitório como área de lazer; nos canteiros amplos já é possível prever um local para a
recreação sem afetar outra instalação.
Não há limitações com relação à área de lazer, ela pode ser composta por um simples espaço
dedicado a recreação dos funcionário até uma área com jogos e televisão como na idealização
demonstrada na figura a seguir:
30

Figura 7 – Exemplo de área de lazer.

Fonte: Site Equipe de Obra.

5.3.9 Áreas de apoio

Compreendem instalações como almoxarifado, escritório, guarita, portaria e plantão de


vendas. Essas áreas desempenham a função de apoio à produção, abrigando funcionários
durante a maior parte ou todo o período de sua jornada diária de trabalho. Essas instalações
são de caráter dinâmico, podem ser executadas e/ou modificadas de acordo com a etapa da
obra.

5.3.10 Almoxarifado
O almoxarifado é a instalação de apoio à produção mais importante da obra, pois é
responsável por todo o fluxo de materiais e equipamentos que existirá na obra durante toda
sua execução.
31

De acordo com Saurin (2006), para realizar seu dimensionamento é preciso considerar o porte
da obra e o seu nível de estoque, tendo assim um parâmetro para determinar o volume de
materiais e equipamentos a serem estocados. Outro fator importante é o tipo de material,
como tubos PVC, em que requerem pelo menos uma das dimensões mínimas de 6 metros.
O volume de material estocado é variável de acordo com o andamento da obra: em obras de
rodovias o almoxarifado tende a caminhar e mudar suas proporções junto com o
desenvolvimento da obra.
O almoxarifado deve ser posicionado próximo de três outros locais para aumentar sua
eficácia: o ponto de descarga de caminhões, o elevador de carga e o escritório. Para o
primeiro, é evidente que seja próximo, pois muitos materiais são descarregados diretamente
no almoxarifado; o elevador de carga deve se situar próximo para aperfeiçoar o fluxo de
materiais, pois muitos deles estarão no almoxarifado; já a proximidade com o escritório é
importante para haver comunicação constante entre o almoxarife e o engenheiro e/ou mestre
de obras (SAURIN, 2006).
Na existência de almoxarife é necessário dividir a instalação em dois ambientes. O primeiro
destinado ao estoque de materiais e ferramentas, separado por prateleiras e armários, ambos
etiquetados, e o segundo uma sala para o almoxarife preferencialmente com janela de
expediente onde ele possa realizar as requisições, entregas e processar os dados.
A imagem a seguir mostra um almoxarifado de dois ambientes com instalação em containers.
32

Figura 8– Exemplo de almoxarifado de dois ambientes.

Fonte: Site Monte C Engenharia.

5.3.11 Escritório da obra


Local destinado a abrigar a parte administrativa da obra, como engenheiros, estagiários,
mestre de obras e eventualmente membros da administração. Neste local estarão localizados
os projetos e os demais documentos relativos à administração da obra, como cronogramas e
licenças da prefeitura.
Seu dimensionamento é realizado a partir do número de pessoas que irão trabalhar no local e
também é preciso considerar as dimensões dos equipamentos que residirão esta instalação
como armários, mesas, cadeiras e computadores. Segundo Saurin (2006), estas instalações
usualmente são construídas com três metros e trinta por dois metros e vinte.
Sua localização requer uma proximidade do almoxarifado e, ao mesmo tempo, deve se
posicionar próximo ao portão de entrada de pessoas, tornando-se um ponto de passagem
obrigatório no caminho percorrido por clientes e visitantes. É interessante também que sua
localização permita ter uma visão global da obra para que os funcionários da parte técnica
possam realizar suas atividades de escritório e também acompanhar os serviços em execução
da obra (SAURIN, 2006).
O escritório requer uma iluminação de boa qualidade para que se possa realizar as atividades
referentes à análise de projetos e criação de documentos sem a necessidade de luz natural,
também a instalação de impressoras e internet é fundamental para qualquer escritório de obra.
33

Figura 9 – Exemplo de escritório de obra.

Fonte: Portal VGV.

5.3.12 Guarita do vigia e portaria


Este tipo de instalação visa zelar pelo patrimônio da empresa, pois a existência de uma
portaria formal, principalmente em obras onde há um grande fluxo de pessoas e veículos,
busca evitar transtornos referentes a saída de materiais da obra sem autorização prévia.
Sua localização, de acordo com Saurin (2006), depende de dois fatores que muito dificilmente
serão atendidos ao mesmo tempo. O primeiro é sua localização próxima ao portão de entrada
para que seja feito o controle de entrada de pessoas e caminhões, realizando o papel de
portaria; e o segundo decorre das atividades de vigia, exigindo que a instalação seja posta em
local onde se tenha uma visão global do canteiro.
É necessário o fornecimento de água e luz para este tipo de instalação, pois funcionará
durante todo o dia e à noite e, usualmente, suas dimensões são dois metros e vinte por três
metros e trinta (SAURIN, 2006).

5.3.13 Áreas de produção, movimentação e armazenamento de materiais


Áreas de produção, movimentação e armazenamento de materiais: são compostas por áreas de
armazenamento, posto de produção de argamassa, concreto e elementos pré-moldados, postos
de armação e carpintaria. São as áreas onde serão produzidos e transportados os insumos da
obra.

5.3.14 Áreas de Armazenamento


34

As áreas de armazenamento devem ser dimensionadas considerando: as dimensões do maior


elemento, maior quantidade estocada no atual período do empreendimento e, de acordo com o
tipo de material armazenado, essas áreas tendem a ser modificadas muitas vezes ou até
substituídas durante o desenvolvimento da obra, pois muitos materiais serão utilizados em
apenas um momento.
Para cada grupo de materiais e equipamentos existem requisitos mínimos para sua estocagem.
Materiais não voláteis como cimento, cal, areia, madeira, aço etc. devem ser estocados em
locais protegidos contra intempéries, ou seja, locais cobertos e protegidos das ações do meio
ambiente, isto para que suas propriedades sejam mantidas até a hora de sua utilização. Os
materiais e equipamentos com compostos voláteis como tintas, cilindros de acetileno etc.
devem ser mantidos, segundo a NR-18 (2013), em locais cobertos e ventilados de modo a
evitar que sua pressão de vapor sob condições normais tome conta do ambiente, podendo
causar incêndios.
O local destinado às áreas de armazenamento deve ser de fácil acesso para caminhões,
carretas, empilhadeiras, entre outros. Em obras de edificações, segundo Saurin (2006), é
muito comum utilizar o subsolo como local de armazenamento; esta opção tem muitas
vantagens, pois libera o térreo para as instalações provisórias. O subsolo é protegido de
intempéries e a circulação no ambiente é desobstruída, mas pode dificultar e muito o
descarregamento de materiais, como o cimento e a cal devido à fragilidade de sua embalagem
e seu peso. A opção neste caso é criar aberturas na superfície e desenvolver uma calha que
possa descarregar esses materiais de modo seguro.
As áreas de armazenamento de materiais não voláteis, segundo a NR-18 (2013) e Saurin
(2006), são divididas em 5 locais: áreas para a disposição de entulho, armazenamento de
cimento e agregado, armazenamento de blocos e tijolos, armazenamento de aços e armaduras
e armazenamento de tubos PVC. A seguir serão definidas diretrizes para seu
dimensionamento.
a) Áreas para a disposição de entulho:
O entulho gerado pela obra deve ser depositado em local de fácil acesso para caminhões que
irão realizar a retirada e sua disposição deve ser em área aberta. Um local comum de depósito
de entulho é próximo ao posto de coleta de lixo, onde muitas vezes tem uma entrada exclusiva
e fica longe dos demais postos de produção da obra.
A ideia é que o entulho seja descarregado por meio de tubos coletores para evitar desperdícios
com mão de obra e equipamentos. Esses tubos coletores devem ser de material resistente
35

(madeira, plástico ou metal), com inclinação máxima de 45º e fixado nas edificações em todos
os pavimentos e com dispositivos de fechamento. O entulho lançado nos tubos terá como
destino caçambas basculantes ou uma baia que atenda ao volume de entulho gerado. Em obras
de arte especiais como pontes, túneis etc. o entulho gerado é levado ao posto de descarga pro
retroescavadeiras, pois as obras de rodovias e estradas tendem a distanciar-se dos postos de
depósito de entulho com o decorrer do tempo.
A imagem a seguir mostra o sistema de lançamento de entulho por tubos.

Figura 10 – Sistema de lançamentos de entulho por tubos.

Fonte: Site do Grupo Baram

b) Áreas de armazenamento de cimento e agregados:


As recomendações para o dimensionamento das áreas destinadas a cimento, segundo Saurin
(apud Borin, 1993), são:
i. Os sacos devem ser colocados sobre um estrado para evitar a ascensão de umidade
do piso;
ii. As pilhas de cimento devem ter distâncias mínimas de 30 centímetros das paredes
e 50 centímetros do teto para evitar contado com a umidade e permitir a circulação
de ar;
36

iii. Evitar ao máximo abriga-lo em áreas onde não há cobertura; caso haja a
impossibilidade, cobrir com lona (de preferência evitar a cor preta em locais com
clima quente).
iv. As pilhas devem ter no máximo 10 sacos empilhados; em casos de uso contínuo,
onde sua armazenagem não atinge 15 dias úteis, podem ser empilhados até 15
sacos – NBR 12655 (1992).
v. É recomendado colocar em frente ao depósito um cartaz com as instruções para o
correto armazenamento, evitando perder material por armazenagem incorreta.
vi. Em canteiros onde há um grande depósito de sacos de cimento é necessário utilizar
o sistema PEPS (o primeiro que entra é o primeiro que sai) de forma a controlar o
consumo para que seja feito na ordem cronológica de recebimento.
As recomendações para o dimensionamento das áreas destinadas a agregados graúdos e
miúdos, segundo Saurin (apud Borin, 1993), são:
i. Deverão ser construídas baias com contenções no mínimo em três lados com
cerca de 1,20 metros de altura.
ii. As pilhas devem ter, no máximo, altura de 1,5 metros para que se possa reduzir
seu gradiente de umidade.
iii. As baias devem ser cobertas e ventiladas, portanto é recomendado em locais
onde não há cobertura utilizar telhas de zinco ou até mesmo uma lona plástica.
iv. A largura mínima das baias deve ser de 3 metros, pois é a largura da caçamba
do caminhão.
v. As baias devem ser feitas com base, de forma a não ter contato do material
com o solo que poderá contaminá-lo.
vi. É preferencial que haja uma drenagem nas baias para minimizar a variação de
umidade do agregado. Esta drenagem pode ser feita inclinando a base da baia
no sentido contrário à retirada do material.
c) Armazenamento de blocos e tijolos:
O armazenamento de blocos e tijolos deverá seguir as seguintes recomendações:
i. Para garantir a estabilidade das pilhas, o local de depósito deve estar nivelado e
limpo.
ii. Os blocos e tijolos devem ser separados por tipo.
iii. As pilhas de blocos devem ter no máximo 1,40 metros de altura.
37

iv. O estoque deverá estar em local coberto ou cobrir com lona plástica a fim de evitar
variações nas dimensões dos materiais.
v. É ideal que os blocos sejam depositados em pallets com a finalidade de serem
transportados por carrinhos porta-pallets, otimizando o sistema e evitando riscos
ergonômicos.
d) Armazenamento de aço e armaduras:
Segundo Saurin (apud Borin, 1993), o tempo de armazenamento de aço depende do nível de
agressividade do ambiente. Em ambientes pouco agressivos, como regiões de baixa umidade
relativa do ar, as barras devem ser cobertas por lonas e distanciar 20 centímetros do solo; em
ambientes medianamente agressivos, ou seja, em regiões com umidade relativa do ar alta ou
média, as barras de aço devem ser cobertas por lonas e estar sobre travessas de madeira a uma
distância de 30 centímetros do solo. Em meios fortemente agressivos, como em regiões
marinhas ou industriais, o aço deve ser armazenado o menor tempo possível, para isso é
necessário receber os lotes menores e com mais frequência; é recomendado que o aço seja
coberto por lona e que tenha suas barras pintadas com cimento de baixa resistência ou cal.
Seja qual for os meios de agressividade, as barras de aço devem:
i. Ser separadas em comprimentos conforme o diâmetro com a respectiva
identificação da bitola.
ii. Ter maior rigor nas medidas de proteção de aços dobrados e/ou cortados devido ao
rompimento de sua película protetora.
iii. Em canteiros muito restritos é recomendado que se estoque as barras em ganchos
fixados nas paredes.
iv. Ter as pontas protegidas por protetores de vergalhão tipo cone ou tipo ponteira em
ambos os sentidos, vertical ou horizontal, de modo a evitar acidentes.
e) Armazenamento de tubos:
O armazenamento de tubos, segundo Saurin (2006), devem seguir as seguintes
recomendações:
i. Os tubos devem, preferencialmente, ser guardados no almoxarifado em armários
onde serão separados por bitola.
ii. É recomendado que cada armário tenha a especificação da bitola fixada com
etiqueta.
iii. Caso não haja possibilidade de armazenar os tubos no almoxarifado, procurar local
livre da ação direta do sol ou cobrir com lona.
38

A seguir, duas ilustrações: a primeira representando uma área de estoque de agregados e a


segunda um esquema para estoque de sacos de cimento.

Figura 11 – Área de estoque de agregados.

Fonte: Site UDESC Joinville.


39

Figura 12 – Esquema para estoque de sacos de cimento.

Fonte: Site Cimento Itambé.


5.3.15 Áreas de produção
As áreas de produção são postos onde serão executados elementos pré-moldados de concreto,
argamassa, onde ficará a carpintaria e o local destinado à armação de elementos que serão
executados na obra. Esses locais devem primordialmente estar localizados perto de estoques
que atendam suas necessidades. Por exemplo, os postos de argamassa e de elementos pré-
moldados de concreto devem estar localizados próximo ao estoque de cimento, de areia, brita,
graute e inclusive da betoneira, criando assim uma logística adequada para o desenvolvimento
das atividades nos postos de produção.
Todo posto de produção deve seguir as orientação da NR-18 (2013), que definem diretrizes
para a execução de armações de aço, estruturas de concreto, estruturas metálicas e para a
carpintaria. A seguir estão as recomendações da NR-18 para a execução desses ambientes.

I. Carpintaria
i. As operações em máquinas e equipamentos necessários à realização da atividade de
carpintaria somente podem ser realizadas por trabalhador qualificado nos termos da NR-
18.
ii. A serra circular deve atender às disposições a seguir:
a) Ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior,
construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de
resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a
execução das tarefas;
b) Ter a carcaça do motor aterrada eletricamente;
c) O disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído quando apresentar
trincas, dentes quebrados ou empenamentos;
40

d) As transmissões de força mecânica devem estar protegidas obrigatoriamente por anteparos


fixos e resistentes, não podendo ser removidos, em hipótese alguma, durante a execução
dos trabalhos;
e) Ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor, com identificação do fabricante e
ainda coletor de serragem.
iii. Nas operações de corte de madeira, devem ser utilizados dispositivo empurrador e guia de
alinhamento.
iv. As lâmpadas de iluminação da carpintaria devem estar protegidas contra impactos
provenientes da projeção de partículas.
v. A carpintaria deve ter piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de
proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
A imagem a seguir mostra um posto de carpintaria que segue as recomendações da norma.

Figura 13 – Posto de carpintaria.

Fonte: Site UFRGS

II. Postos de armações de aço


i. A dobragem e o corte de vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou
plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas e não
escorregadias afastadas da área de circulação de trabalhadores.
ii. As armações de pilares, vigas e outras estruturas verticais devem ser apoiadas e escoradas
para evitar tombamento e desmoronamento.
41

iii. A área de trabalho onde está situada a bancada de armação deve ter cobertura resistente
para proteção dos trabalhadores contra a queda de materiais e intempéries.
iv. As lâmpadas de iluminação da área de trabalho da armação de aço devem estar protegidas
contra impactos provenientes da projeção de partículas ou de vergalhões.
v. É obrigatória a colocação de pranchas de madeira firmemente apoiadas sobre as armações
nas fôrmas para a circulação de operários.
vi. É proibida a existência de pontas verticais de vergalhões de aço desprotegidas.
Durante a descarga de vergalhões de aço, a área deve ser isolada.
A seguir, uma imagem de um posto de armação em plena execução.

Figura 14 – Posto de armação.

Fonte: Site Tribuna do Norte.

III. Estruturas de concreto:


i. As fôrmas devem ser projetadas e construídas de modo que resistam às cargas máximas de
serviço.
ii. O uso de fôrmas deslizantes deve ser supervisionado por profissional legalmente
habilitado.
iii. Os suportes e as escoras de fôrmas devem ser inspecionados antes e durante a
concretagem por trabalhador qualificado.
iv. Durante a desforma devem ser viabilizados meios que impeçam a queda livre de seções de
fôrmas e escoramentos, sendo obrigatórios a amarração das peças e o isolamento e
sinalização ao nível do terreno.
42

v. As armações de pilares devem ser estaiadas ou escoradas antes do cimbramento.


vi. Durante as operações de protensão de cabos de aço, é proibida a permanência de
trabalhadores atrás dos macacos ou sobre estes, ou outros dispositivos de protensão,
devendo a área ser isolada e sinalizada.
vii. Os dispositivos e equipamentos usados em protensão devem ser inspecionados por
profissional legalmente habilitado antes de serem iniciados os trabalhos e durante os
mesmos.
viii. As conexões dos dutos transportadores de concreto devem possuir dispositivos de
segurança para impedir a separação das partes, quando o sistema estiver sob pressão.
ix. As peças e máquinas do sistema transportador de concreto devem ser inspecionadas por
trabalhador qualificado antes do início dos trabalhos.
x. No local onde se executa a concretagem, somente deve permanecer a equipe indispensável
para a execução dessa tarefa.
xi. Os vibradores de imersão e de placas devem ter dupla isolação e os cabos de ligação
devem ser protegidos contra choques mecânicos e cortes pela ferragem, devendo ser
inspecionados antes e durante a utilização.
xii. As caçambas transportadoras de concreto devem ter dispositivos de segurança que
impeçam o seu descarregamento acidental.
A imagem a seguir mostra um pátio de vigas pré-moldadas.
43

Figura 15 – Pátio de vigas pré-moldadas.

Fonte: Site de Maringá/PR.

IV. Estruturas Metálicas


i. As peças devem estar previamente fixadas antes de serem soldadas, rebitadas ou
parafusadas.
ii. Na edificação de estrutura metálica, abaixo dos serviços de rebitagem, parafusagem ou
soldagem, deve ser mantido piso provisório, abrangendo toda a área de trabalho situada no
piso imediatamente inferior.
iii. O piso provisório deve ser montado sem frestas, a fim de se evitar queda de materiais ou
equipamentos.
iv. Quando necessária a complementação do piso provisório, devem ser instaladas redes de
proteção junto às colunas.
v. Deve ficar à disposição do trabalhador, em seu posto de trabalho, recipiente adequado
para depositar pinos, rebites, parafusos e ferramentas.
vi. As peças estruturais pré-fabricadas devem ter pesos e dimensões compatíveis com os
equipamentos de transportar e guindar.
vii. Os elementos componentes da estrutura metálica não devem possuir rebarbas.
viii. Quando for necessária a montagem próximo às linhas elétricas energizadas deve-se
proceder ao desligamento da rede, afastamento dos locais energizados, proteção das
linhas, além do aterramento da estrutura e equipamentos que estão sendo utilizados.
44

ix. A colocação de pilares e vigas deve ser feita de maneira que, ainda suspensos pelo
equipamento de guindar, se executem a prumagem, marcação e fixação das peças.
A imagem a seguir mostra um posto de estruturas metálicas.

Figura 16 – Posto de estruturas metálicas.

Fonte: Blog Construir.

5.3.16 Áreas de movimentação


As áreas de movimentação devem ser dimensionadas visando facilitar a logística da utilização
dos materiais, para isso é necessário definir as vias de circulação, elevadores de carga e
elevador de passageiros. As áreas de movimentação devem garantir que o fluxo de materiais
seja tão eficiente quanto o fluxo de funcionários entre os postos de trabalho, para isso uma
boa sinalização é fundamental.
a) Vias de Circulação
As vias de circulação de equipamento e de pessoas devem ser definidas no planejamento do
layout do canteiro de obras; as vias de circulação de veículos e equipamentos devem ser
sinalizadas com cones para facilitar sua visualização por ser um elemento comum em vias nas
cidades; já a passagem de pessoas é mais adequada que seja sinalizada com um material
sintético chamado cerquite, preso em estacas de madeira.
A imagem a seguir mostra uma passarela realizada com cerquite:
45

Figura 17 – Passarela feita com cerquite.

Fonte: Site Ferreira Nunes.

Os trajetos onde circulam veículos devem ser em solo estável, com drenagem e, dependendo
do tipo de solo tratado, com uma camada de brita. Os trajetos onde passam os carrinhos de
mão, giricas e carrinhos porta-pallets devem ser construídos com pelos menos um contra piso,
com superfície plana para facilitar o manuseio desses equipamentos (SAURIN, 2006).
b) Elevador de Carga
O elevador de carga em obras de edificações deve ser uma das primeiras prioridades quando
se está definindo o arranjo físico do canteiro de obras, pois sua posição influenciará em toda a
logística da obra. Portanto, segundo Saurin (2006), segue algumas diretrizes para sua
implantação:
i. A posição da torre do guincho deve interferir na menor quantidade de serviços possível; é
sugerível que se loque em frente à paredes cegas.
ii. O guincho deve estar o mais próximo possível do centro geométrico dos pavimentos a fim de
minimizar os deslocamentos realizados pelos carrinhos dentro dos pavimentos.
iii. Na base da torre, onde serão posicionadas as cargas, é necessário que os carrinhos entrem em
um sentido onde facilite sua descarga nos pavimentos superiores, de modo que o operário não
tenha a necessidade de entrar na plataforma do elevador para girar o carrinho.
iv. A torre deve ficar afastada o mínimo possível da faixada da edificação para que não coincida
com elementos arquitetônicos ou estruturais.
v. Sua torre deve ficar o máximo possível afastada das redes elétricas energizadas para evitar
acidentes.
vi. O local da torre deve permitir que o guincheiro seja instalado em local coberto, caso contrário
deve se produzir um abrigo para ele.
46

Segundo a NR-18 (2013) os elevadores de carga e passageiros devem seguir os seguintes


requisitos mínimos de segurança:

i. Inter travamento das proteções com o sistema elétrico, através de chaves de segurança com
ruptura positiva, que impeça a movimentação da cabine quando a(s) porta(s) de acesso da
cabine não estiver(em) devidamente fechada(s), quando a rampa de acesso à cabine não
estiver devidamente recolhida no elevador do tipo cremalheira e a porta da cancela de
qualquer um dos pavimentos ou do recinto de proteção da base estiver aberta.
ii. Dispositivo eletromecânico de emergência que impeça a queda livre da cabine, monitorado
por interface de segurança, de forma a freá-la quando ultrapassar a velocidade de descida
nominal, interrompendo automática e simultaneamente a corrente elétrica da cabine.
iii. Chave de segurança monitorada por meio de interface de segurança, ou outro sistema com a
mesma categoria de segurança, que impeça que a cabine ultrapasse a última parada superior
ou inferior;
iv. Nos elevadores do tipo cremalheira, de dispositivo mecânico, que impeça que a cabine se
desprenda acidentalmente da torre do elevador.
v. Os elevadores do tipo cremalheira devem ser dotados de amortecedores de impacto de
velocidade nominal na base caso ele ultrapasse os limites de parada final.
vi. A torre do guincho deve ser revestida com arame galvanizado com malha inferior a 30
milímetros ou material com resistência e durabilidade equivalentes. A plataforma do elevador
deve ser fechada com painéis fixos de 2 metros de altura com acesso único.
vii. Deve haver material para amortecimento da plataforma do elevador quando chega ao térreo;
normalmente são utilizados pneus.
viii. Sistema de frenagem automática.
ix. Sistema de segurança eletromecânica instalado a 2 metros abaixo da viga superior da torre do
elevador.
x. Sistema de trava de segurança para mantê-lo parado em altura, além do freio do motor.
xi. Interruptor de corrente para que só se movimente com portas ou painéis fechados.
xii. Sistema que impeça a movimentação do equipamento quando a carga ultrapassar a capacidade
permitida.
xiii. O elevador deve contar com dispositivo de tração na subida e descida, de modo a impedir a
descida da cabina em queda livre (banguela).
47

xiv. Os elevadores de materiais devem ser dotados de botão em cada pavimento para acionar
lâmpada ou campainha junto ao guincheiro a fim de garantir comunicação única por meio de
painel de controle de identificação de chamada.
xv. Os elevadores de materiais devem ser providos, nas laterais, de painéis fixos de contenção
com altura em torno de um metro e, nas demais faces, de portas ou painéis removíveis.
xvi. Os elevadores de materiais de tração a cabo devem ser dotados de cobertura fixa, basculável
ou removível.
c) Elevador de Passageiros
O elevador de passageiros, segundo a NR-18 (2013), deve ser instalado em edificações com
oito ou mais pavimentos a partir do térreo ou altura equivalente, ou seja, a partir da execução
da sétima laje e cujo canteiro possua pelo menos 30 trabalhadores. Sua execução deve
permitir que o elevador alcance toda extensão vertical da obra.
Segundo a NR-18 (2013), o elevador de passageiros pode transportar cargas desde que não
seja simultâneo com passageiros e, quando ocorrer o transporte de cargas no elevador, o
comando deve ser externo e deverá haver sinalização por meio de cartazes em seu interior
onde conste, de forma visível, a mensagem de que não é permitida sua utilização simultânea
para levar carga e pessoas.
Sua localização, segundo Saurin (2006), deve ser isolada das áreas de produção e, de
preferência, próxima às áreas de vivência, mas sempre havendo caminho seguro entre todas as
áreas e o elevador de passageiros.

5.3.17 Tipos de instalações provisórias


Existem diversas possibilidades para a execução de instalações provisórias. Iremos abordar
neste material as duas mais comuns na construção civil no Brasil: as instalações com chapas
de compensado e instalações com containers. Ainda é possível mesclar as duas alternativas
respeitando suas limitações.
48

5.3.18 Instalações com chapas de compensado


Instalações com chapas de compensado devem ser executadas, segundo Saurin (2006),
seguindo as seguintes instruções:
a) Utilizar módulos de chapas de compensado com espessura mínima de 14 milímetros e ligas
dos módulos com qualquer dispositivo que facilite a sua montagem, como parafusos,
dobradiças e encaixes.
b) Proteger as paredes do banheiro contra a umidade, utilizando, segundo a NR-18 (2013),
chapas galvanizadas ou pintura impermeável.
c) Prever módulos especiais com vãos para portas e janelas.
d) É preferível que seja realizada a cobertura com telhas de zinco, pois resistem mais ao impacto
de materiais do que as de fibrocimento.
e) Pintar os módulos nas duas faces e selar os topos das chapas de compensado contribuindo
para a durabilidade da madeira.

5.3.19 Instalações com containers


A utilização de container é uma forma rápida, com reaproveitamento total da estrutura e
possibilita diversos tipos de arranjos internos, porém, existem diversas limitações a esta
solução. Os modelos mais baratos têm uma condutividade térmica muito alta e, dependendo
da extensão da obra, torna-se inviável utilizar container com isolamento térmico. Em obras
onde se têm canteiros com muitos trabalhadores, os containers se tornam pouco eficientes
devido à demanda de ferramentas, equipamentos, armários entre outros quesitos que requerem
uma instalação maior do que as medidas comerciais dos mesmos.
Para a utilização dos containers é preciso:
a) Ter ventilação natural de, no mínimo, 15% da área do piso, composto por no mínimo 2
aberturas.
b) As estruturas de containers devem ser aterradas eletricamente.
c) Containers originalmente utilizados no transporte e/ou acondicionamento de cargas, devem
ter um atestado de salubridade. Devem ter atestado de salubridade relativo a riscos químicos,
biológicos e radioativos, com o nome e o CNPJ da empresa responsável pela adaptação
(SAURIN, 2006).
As dimensões comerciais dos containers são 2,4m x 6m e 2,4m x 12m, com 2,6m de altura.
Os containers podem vir montados ou desmontados e existem unidades para locação e venda.
49

Segue abaixo uma imagem de um canteiro feito apenas com containers, solução muito
adotada em obras onde o tempo é o grande fator determinante para a escolha da tipologia do
canteiro.

Figura 18 – Canteiro feito com containers.

Fonte: Site Lafaete

5.4 Tipos de layout em canteiros de obras


Quando se define canteiro de obras é preciso analisá-lo do ponto de vista de uma indústria
cujo produto final é a obra concluída e, para se obter um resultado satisfatório, é preciso saber
quando utilizar cada tipo de layout de modo a obter a melhor produtividade. Existem três
tipos de layout, segundo Saurin (apud Illingworth, 1993): layout por produto, layout por
processo e layout posicional.

5.4.1 Layout por produto


O layout por produto ou linear, que é utilizado quando se realizam um único produto ou uma
série de produtos similares com processos relativamente simples onde as máquinas são
arranjadas de acordo com a sequência de produção, essa é a definição de Saurin (apud
Illingworth, 1993), que é herdada da engenharia de produção, na construção civil este tipo de
layout é muito eficiente na execução de elementos pré-moldados de concreto ou metálico,
onde é preciso posicionar os estoque de materiais e a mão de obra de forma haver um fluxo de
material constante e a mão de obra se divide em etapas construtivas como armação, forma e
concretagem, cada equipe entrando apenas em sua atividade especificam tornando o processo
rápido e eficiente.

5.4.2 Layout por processo


50

Layout por processo ou funcional, na visão de Saurin (apud Illingworth, 1993), é adotado
geralmente quando há grande variedade nos produtos e na sequência de produção,
equipamentos que são de difícil movimentação e exigem suprimentos ou construção especial.
Na construção civil, esse tipo de layout já depende de uma equipe mais complexa, pois afirma
que em um único processo é capaz de sair diferentes produtos com pequenos ajustes. Este
layout também é eficiente para elementos pré-moldados, mas requer um planejamento prévio
de todos os elementos que serão executados no local, tendo espaço para trocar ou acrescentar
formas diferentes e, com isso, executar diferentes tipos de projetos no mesmo pátio de
elementos pré-moldados.

5.4.3 Layout posicional


Layout posicional ou fixo, segundo Saurin (apud Illingworth, 1993), ocorre quando o produto
fica fixo e para ele convergem os recursos (matérias-primas, operadores e máquinas). Esse
tipo de layout define a construção civil, em geral, para elementos moldados em loco, onde é
preciso uma logística que providencie a convergência dos recursos para a execução de um
elemento estático. Esse tipo de layout é dificilmente visto em indústrias; de modo geral, é o
tipo de layout que os funcionários da construção civil mais se identificam.

5.4.4 Critérios para a escolha do tipo de layout


Embora a construção civil possa ser inserida na classe dos layouts posicionais, é possível
observar que em um canteiro há diversos setores onde existem layouts por produtos como em
centrais de aço ou formas (SAURIN, 1997).
É preciso ter discernimento para definir qual tipo de layout usar e como executá-lo, e para isso
são descritos diversos critérios, sendo eles:
a) Capital investido: que define a restrição tecnológica e de número de funcionários para
a construção.
b) Manuseio de materiais: os centros de produção e os estoques devem ficar próximos
um dos outros para minimizar os custos com o manuseio de materiais.
c) Flexibilidade: é definida pelo grau de reaproveitamento e de adaptação das instalações
depois de ocorrerem mudanças significativas no arranjo físico; ela depende da
habilidade do gerenciamento em prever as futuras mudanças nos projetos de layout de
modo a minimizar os custos.
51

d) Manutenção dos equipamentos: o layout deve facilitar o acesso aos equipamentos que
necessitam de manutenção, seja periódica ou preventiva.
e) Segurança e doenças no trabalho: é indispensável que o arranjo físico considere as
necessidades de segurança, salubridade e higiene dos trabalhadores e também que
facilite a retirada e o transporte dos materiais por meio de execução de vias adequadas.
f) Gerenciamento visual: o layout deve permitir que todos os participantes do processo
produtivo possam realizar controle dos processos de modo simples e rápido e, se
possível, visualmente.
g) As linhas de fluxo de materiais: devem ser analisadas a fim de reduzir ao máximo
possível os cruzamentos.
52

6. IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS

6.1 Serviços preliminares


Antes de ser iniciado a execução do canteiro de obras são necessários serviços iniciais de
preparação do terreno para a implantação do canteiro de obras, esses serviços são:
6.1.1 Regularização do Terreno
A regularização do terreno é muito importante para que se possa desenvolver o canteiro de
obras, terrenos irregulares tendem a prejudicar a execução das instalações provisórias e
dificultar a inserção de containers.
6.1.2 Execução do lastro de concreto regularizador
Quando se regulariza o terreno nem sempre é garantido o nível integral do local de
posicionamento das instalações provisórias, para locais onde não é possível nivelar o terreno é
necessário regularizar o terreno com lastro de concreto de baixa resistência proporcionando
um nível adequado para a execução do canteiro.
6.1.3 Verificação da rede elétrica e da fossa séptica
Ambos os itens dependem de terceiros, é sempre recomendável que se antecipe esses serviços
para não atrapalhar o desenvolvimento da obra e do canteiro, tendo em vista que as
instalações sanitárias são obrigatórias para qualquer obra e dependem da fossa séptica. A
instalação da rede elétrica também é muito importante para as instalações provisórias pelo
fato de prover iluminação e o funcionamento de muitos equipamentos fundamentais para a
obra, mas pode ser substituída por um gerador que proporciona um valor inicial muito alto e
requer um espaço amplo para sua instalação, entretanto quando se tem obras como as de
rodovias o gerador se torna fundamental pela distancia da rede elétrica e mobilidade.

6.2 Técnicas para a implantação das instalações provisórias

Para iniciar a implantação do canteiro de obras primeiramente é necessário dimensionar as


instalações individualmente de acordo com as diretrizes das normas e os conceitos passados
pela revisão bibliográfica deste material, é necessário também identificar o que é obrigatório e
facultativo para se dimensionar o espaço mínimo necessário para se iniciar a disposição das
instalações.
Após definidas as instalações obrigatórias é necessário dimensiona-las e comparar a soma de
suas áreas com a disponível para o canteiro a partir do projeto de implantação e depois tentar
53

incluir instalações que facilitem a logística e permitam um desenvolvimento mais organizado


e seguro da obra.
É preciso em obras onde há elevador de carga e de pessoas, prever antes sua posição seguindo
os requisitos da revisão bibliográfica para que não se torne um obstáculo no decorrer da obra.
Existem duas maneiras de posicionar as instalações a primeira é desenhar as instalações com
suas áreas em escala direto no projeto de implantação para que possa ser possível avaliar
como vai ficar o canteiro antes de executa-lo e a segunda é utilizar um método computacional
de desenho gráfico criando as instalações e inserindo-as no projeto de implantação podendo
mudar as posições de diversas formas diferentes e escolher a melhor alternativa de acordo
com as necessidades da obra.
É preciso ficar atento as centrais de produção de elementos pré-moldados e carpintaria, é
preciso definir qual o tipo de layout que será utilizado em cada central para dimensionar os
estoques que alimentaram sua produção, em layouts por produto os estoques não necessitam
de complexidade, pois o produto sempre será o mesmo, mas em layouts por processo há a
necessidade de um dimensionamento cuidadoso do estoque que alimentará o sistema pois
diversos elementos diferentes sairão das mesmas centrais.
Depois de posicionadas as instalações provisórias no canteiro é necessário entrar com a
sinalização, é muito importante que todas as instalações provisórias tenham placas indicando
seus respectivos nomes. As vias devem ser sinalizadas tanto para pessoas quanto para
veículos seguindo as exigências das normas, é necessário prever drenagem para os locais de
passagem de veículos e pessoas e garantir que o solo esteja estável em locais onde passaram
veículos de carga para evitar atolamentos e consequentemente atrasos nas entregas de
materiais e equipamentos.
A limpeza e organização do canteiro é fundamental para qualquer obra, segundo Souza
(2008), um canteiro limpo e organizado além de ser mais seguro é utilizado como ferramenta
de marketing tanto para o cliente que visitará a obra quanto para outras empresas que
futuramente podem contratar os serviços. Para que seja possível conseguir implantar um
programa limpeza e organização do canteiro é necessário aplicar politicas de conscientização
ambiental e cobrar com rigor a sua manutenção.
54

7. ESTUDO DE CAMPO
A melhor maneira de aplicar o conteúdo trabalhado na revisão bibliográfica é a partir de um
estudo de campo, onde se avalia canteiros já existentes e posteriormente realiza uma
entrevista com os gestores das obras, com a finalidade de apontar os principais fatores que
levaram a execução do canteiro de obras e suas deficiências. Com isso, é possível ter uma
visão de como anda o atual estado de canteiros de obras na região de São Paulo e as principais
dificuldades de se aplicar a norma NR-18 junto com as teorias de planejamento e gestão vistas
na revisão bibliográficas.
Para se avaliar um canteiro já existente é imprescindível que se tenha um conhecimento
preliminar do tipo de obra que está sendo executada, a atual fase da obra e a duração do
empreendimento.

7.1 Visita à obra do Residencial Ilhas Marquesas


A obra em estudo é um conjunto de edifícios com 9 torres de 9 andares na região de São
Paulo – Capital e o sistema construtivo adotado foi alvenaria estrutural com blocos de
concreto. São 4 apartamentos por andar; na visita, 6 torres já tinham sido entregues, restando
apenas 3 para acabar em 2014. A obra está com 6 meses de atraso e sem perspectiva de
lançamento ainda.
O projeto de implantação da obra segue abaixo:
Figura 19 – Implantação da obra

Fonte: HPF Engenharia e projetos Ltda.


55

A imagem abaixo mostra o edifício visto do lado de fora do condomínio.


Figura 20 – Obra no Residencial Ilhas Marquesas.

Fonte: Site Reserva Marquesas.

Para a elaboração do canteiro de obras foram escolhidas duas tipologias: containers e


alvenaria. A opção por instalações de alvenaria é comum em obras de edificações em centros
urbanos devido à desapropriação do terreno e, com isso, muitas casas se tornam parte do
canteiro.
A imagem abaixo mostra a entrada da obra, com detalhe para os locais de estoques dentro e
fora da instalação de alvenaria e também destacando a falta de organização do estoque
externo, onde se tem aço e madeira empilhados de qualquer maneira.

Figura 21 – Entrada da obra analisada.

Fonte: Elaborado pelo autor.


56

As instalações de vivência são divididas em vestiário para 64 pessoas, instalações sanitárias


para 100 pessoas e o refeitório com capacidade para 40 pessoas, em containers muito mal
elaborados.
A imagem a seguir mostra o vestiário que está dentro de uma instalação de alvenaria.

Figura 22 – Vestiário da obra analisada.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A seguir, a imagem mostra a situação em que se encontra o refeitório: em um local apertado


onde há uma dificuldade de movimentação dos funcionários e bancos e mesas remendadas.

Figura 22 – Refeitório da obra analisada.

Fonte: Elaborado pelo autor.


57

Apesar das instalações de vivência não atenderem aos requisitos da norma NR-18 (2013),
com atenção especial para o refeitório, as instalações de apoio estão bem dimensionadas,
atendendo o fluxo de materiais que a obra necessita.
A organização da obra é boa, não há materiais espalhados pela obra sem esta sendo utilizado e
as áreas de circulação estão em sua maioria desobstruídas tornando assim o acesso a qualquer
região da obra possível.
A próxima imagem mostrará um dos acessos da obra para ilustrar o nível de organização nas
periferias do edifício.

Figura 23 – Nível de organização nas periferias do edifício.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Esta obra ilustra bem o cenário de uma obra atrasada onde se utiliza de recursos para executar
a obra a todo custo, a fim de entregar o mais rápido possível e se esquece da mão-de-obra. As
instalações de vivência estão muito mais deficientes do que as demais, deixando claro que há
certa preocupação em mostrar a obra limpa mas, ao mesmo tempo, não há a mesma
preocupação em cuidar para que a mão-de-obra tenha condições ideais de realização de seus
serviços.

7.2 Visita à obra da passagem veicular da Estrada do Pau-a-Pique

Esta obra trata-se de uma passagem veicular, uma obra muito utilizada em retornos de
rodovias. Seu método construtivo consiste na criação de uma estrutura moldada em loco,
58

similar a uma galeria, e após o término da laje superior é aterrada para que a rodovia possa
passar por cima.
Segue, então, a imagem de uma passagem veicular finalizada.

Figura 24 – Passagem veicular finalizada.

Fonte: Elaborado pelo Autor.


A execução desse tipo de obra requer uma quantidade muito grande de aço para armação e
muito cimbramento para executar a laje superior. A obra, em média, leva 2 meses para ser
executada, podendo variar de acordo com a tipologia construtiva e o número de funcionários e
equipamentos.
A visita realizada foi em uma das obras do rodoanel, a Estrada do Pau-a-Pique I, uma
passagem veicular executada na região de Suzano, na Grande São Paulo.
A obra está no estágio de execução do muro das alas, fase em que o cimbramento acompanha
a concretagem das etapas do muro das alas. Nesse período o consumo de mão-de-obra é o
maior de todos, pois estão sendo realizadas armação, concretagem, forma e cimbramento
simultaneamente, resultando na fase mais cara e complexa da execução de uma passagem
veicular.
A seguir, uma imagem do atual estágio da obra pode ser observada para que se tenha uma
visualização do nível de complexidade que esta fase representa para a obra.
59

Figura 25 – Estágio de execução do muro de alas da obra.

Fonte: Elaborado pelo autor.


Analisando a imagem é possível identificar a utilização de guindaste e caminhão munck, dois
equipamentos que dependem de acesso e sinalização. Como mostra a foto, o acesso está muito
bem executado, porém não há sinalização determinando locais para a passagem de veículos e
os diferenciando da passagem de pessoas. Um aspecto muito importante que esta imagem
apresenta é a organização do posto de obra onde a empresa está trabalhando: todos os painéis
de fôrma e peças de cimbramento estão empilhados próximos ao local de utilização e
organizados de forma a não atrapalhar a logística da obra.
A próxima imagem mostrará uma visão ampla do canteiro de obras para que possam ser
discutidas as condições que o mesmo proporciona para a obra.
Figura 26 – Visão ampla do canteiro de obras.

Fonte: Elaborado pelo autor.


60

Ao analisar a imagem é possível dizer que se trata de um canteiro amplo, concebido com a
escavação necessária para a realização da passagem veicular, portando há uma boa
flexibilidade para se planejar o canteiro de obras. A única preocupação nesse caso é em se
manter a logística da obra funcionando corretamente, para isso é preciso checar os acessos da
obra que estão muito bem posicionados, tanto para a passagem de caminhões e carretas que
futuramente irão trazer os materiais para a obra quanto para veículos de funcionários e
visitantes. A empresa só peca no quesito da sinalização para pedestres e veículos; os acessos
estão montados, mas não sinalizados com placas e equipamentos de sinalização.
A empresa optou pela instalação de containers, apenas executando o estoque de cimento e
agregados e o refeitório em painéis de Madeirit. Tendo em vista que a obra é concebida em
média com dois meses, que o número de funcionários presentes está entre 30 e 35 e que se
trata de uma obra viária, onde este canteiro pode ser reaproveitado em outra obra, a opção
pela utilização de containers é mesmo a melhor solução para este caso.
A organização do canteiro, tanto no posto de obra quanto nas instalações, é seu ponto forte. É
possível visualizar no canteiro de obras o estoque de aço organizado com espaço para a
passagem dos caminhões para futuros depósitos e o posto de armação, como mostra a
imagem, fica em uma região muito próxima de onde o aço é descarregado e não atrapalha o
fluxo de materiais. Vale a pena atentar para o fato de que o posto de armação não está coberto
e os funcionários estão lidando com problemas como insalubridade. Para resolver esse
problema é necessário apenas cobrir o local com alguma instalação de madeira ou tendas.
As áreas de vivência vistas nessa obra são: refeitório, vestiário e instalações sanitárias. O
refeitório é feito com chapas de Madeirit, com capacidade para 50 funcionários e é utilizado
como área de lazer, com jogos como dominó e cartas no local. O vestiário tem 48 armários
distribuídos em 2 containers com energia e boa iluminação. A instalação sanitária está
dimensionada de fábrica com o container específico, tendo capacidade para 30 funcionários.
Não há banheiros volantes, mas sua importância é apenas na ausência de instalações sanitárias
próximas à obra; como a instalação sanitária está próxima não há necessidade de banheiros
valentes, apesar de que sua existência possa colaborar para evitar os deslocamentos
improdutivos.
A figura a seguir mostra um croqui do layout do canteiro de obras visitado:
61

Figura 27– Croqui do layout do canteiro de obras.

Fonte: Elaborado pelo autor.


Em suma, esta obra está com ótimas condições para a execução, suas instalações seguem
muito bem os parâmetros previstos na NR-18 (2013), apesar de ter algumas falhas. Seu
canteiro está muito bem planejado, com uma excelente disposição das instalações e bom
acesso, pecando um pouco apenas na sinalização.
Para esse tipo de obra, com os prazos muito curtos e com toda logística que ela requer, esse
canteiro está muito além do que geralmente é visto na construção civil.

7.3 Visita à obra do Viaduto da Estrada de Sapopemba

A visita foi realizada a uma obra do rodoanel, trecho lestes: uma ponte de três vãos e 2 pistas
que passam em cima da Estrada de Sapopemba, em Ribeirão Pires. O método construtivo
adotado foi uma ponte de vigas, com dois vãos de 24,80 metros e um vão de 29,70 metros,
totalizando em 70,3 metros de extensão cada ponte.
A obra está na fase de laje, armação, forma e concretagem, ou seja, a fase em que há equipes
com o maior número de funcionários: a equipe de armação da laje é composta por 20
membros, a equipe de transversina (armação e forma) é composta por 8 membros e as equipes
de forma de laje e laje elástica têm 25 membros.
62

A imagem a seguir mostra a equipe de armação no último vão, forma no segundo vão e
concretagem no primeiro vão; todas as etapas acontecendo simultaneamente.

Figura 28 – Equipes de aração, forma e concretagem da obra.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Esta etapa requer um consumo muito alto de aço e madeira, pois o processo é baseado em
uma série de etapas consecutivas, que são: lançamento das vigas, armação das transversinas,
concretagem das transversinas, lançamento de pré-lajes, assoalho da laje elástica, armação da
laje, forma da laje e concretagem da laje. Essas etapas são realizadas de maneira consecutiva e
muitas em paralelo, tornando o reaproveitamento de material uma medida que atrasa o
sistema e, com isso, o consumo de material aumenta, principalmente da madeira para forma.
A consequência dessa medida é o aumento nos estoques de madeira, que já são grandes, e na
utilização de mais equipes trabalhando em paralelo, dificultando o armazenamento, como é
mostrado na imagem anterior: com o aço descarregado de maneira irregular e a madeira
empilhada de qualquer forma, ambos são afetados pela grande pressão que a obra está
submetida.
O canteiro desta obra, como mostra a imagem a seguir, é paralelo à ponte e limitado apenas
no sentido perpendicular ao da ponte. Portanto, esse tipo de canteiro é conhecido como
canteiro unidirecional, ou seja, quando se há uma restrição em apenas uma das direções,
podendo a outra se desenvolver o necessário para atender às necessidades da obra.
63

Figura 29 – Exemplo de canteiro unidirecional.

Fonte: Elaborado pelo autor.

As instalações da área de vivência no canteiro são: vestiário com capacidade para 64 pessoas,
instalações sanitárias dimensionadas para 100 funcionários, refeitório com capacidade para 50
pessoas e com funcionamento em 2 turnos, que são planejados visando atender o fluxo da
obra.
As áreas de apoio são: almoxarifado com 2 containers, um para ferramentas e outro para
equipamentos e máquinas. Somente estoques de aço são dispostos próximos à pista da ponte e
os estoques de madeira junto à carpintaria com serra circular, como mostra a imagem
vindoura.

Figura 30 – Carpintaria de obra analisada.

Fonte: Elaborado pelo autor.


64

A organização desse canteiro não é o seu ponto forte: a maior dificuldade encontrada é,
devido ao prazo e ao tipo de obra, o fato do aço destinado às lajes e transversina chegarem em
carretas de 30 toneladas, muitas vezes mais de uma por dia. Isso acaba dificultando e muito a
alocação desse material perto da ponte, pois não há muito espaço para descarregá-la, visto que
o canteiro é restrito em uma direção e, por este motivo, o aço descarregado deve ser utilizado
o mais rápido possível para evitar que a próxima remessa fique muito distante do local de
aplicação.
O aço está acumulado e estocado, como mostra a figura a seguir:

Figura 31 – Aço acumulado e estocado na obra.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já a sinalização do canteiro é muito eficiente: há cercas limitando a passagem dos pedestres e


o acesso para automóveis e caminhões é estável e bem demarcado. O canteiro de obras foi
elaborado a partir de um acesso em aclive, dificultando o acesso de carretas e caminhões pipa,
mas, a partir disso, foi realizado um estudo para viabilizar esse acesso e o resultado foi muito
positivo.
A imagem a seguir mostra uma visão mais abrangente do canteiro:
65

Figura 32 – Visão geral do canteiro de obra.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Esse canteiro de obras foi muito bem desenvolvido para garantir a segurança dos funcionários
e também para atender à logística da obra. Foi possível identificar a influência que os prazos
curtos têm na organização da obra em geral; mesmo com um canteiro muito bem
dimensionado há desordem, pois a cobrança dos gerentes não é em cima de organização e
limpeza, mas sim na produção. Isso faz com que os funcionários trabalhem sobre pressão e
prejudica a limpeza e organização.
Figura 33 – Layout Canteiro da obra Estrade de Sapopemba

Fonte: Elaborado pelo autor.


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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se avaliar, pelo estudo realizado neste trabalho, que a compreensão entre as normas e os
conceitos de planejamento e gestão podem se tornar uma ferramenta muito útil para a
elaboração e o controle de recursos do canteiro de obras. Esses conceitos e diretrizes podem
ajudar tanto na elaboração quando na análise e otimização dos processos em canteiros de
obras.
A construção civil é vista como um setor atrasado por outros ramos, por diversos motivos,
dentre eles o canteiro de obras é um dos mais preocupantes. Toda logística da obra é
concebida no canteiro, um canteiro mal dimensionado pode trazer muitos prejuízos ao
empreendimento. As visitas realizadas mostraram que há uma evolução dos canteiros,
principalmente em obras de arte especiais onde a logística de materiais é algo muito
importante. Porém a segurança nos canteiros é algo muito preocupante e foi muito discutida,
chegando a conclusão de que falta uma análise global: não adianta planejar o canteiro apenas
para a logística e deixar a sinalização deficiente ou ao contrário; é preciso chegar a um nível
de compreensão de que a produção e a integridade dos trabalhadores devem seguir juntos, de
modo a não interferirem no desenvolvimento do outro, e somente dessa maneira será possível
projetar canteiros mais eficientes e seguros, colaborando para o crescimento do setor da
construção civil.
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