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Georges Die-Huberman | Dias do tempo Georges Didi-Huberman | Diante do tempo Revere (0) Ian Bio entrevista Michel Fuca ADENAS BLANGHO Benedio Nunes ea Bormnas de ENOND IBS DIANTE - DO - TEMPO | Tradugio: Caio Meir historia da arte e anacronismo das imagens » therm hips:trevstapolichineo ogspot com be/201V03\geerges-d-huberman inl 2017-625 Georges Did- Huberman | Diartedotempo Dimte da imagem, estamos seampre dante do tem pobre Detndo da narrativa respeito, Sua propria abe Jo guardiio — 90s faz para ar, & estar chogues do tempo podem es sbersuta da imagem? Repousemos, por um instante, nosso elhar neste panel de pints [2] renascen P rian, Commo nas clas, todo 0 1 Ne 6 ~ a cena figura c ju afresco vermelho, cvado de manchas etrtcas, prod pigmento foi projetado & distinci, ne de entlo, se perperiou coma Diane desta num relance, Aosto pr pode se ver tragada mais de quinze anos tenham s¢ pattado[i] dewle esta experiéncia si eu “presente amento dol a completamente ced habito enfadada do ‘specalista”, Diante de ura imagem — nda importa qudo re ntemporines ea 4 5.0 pastado também nbo cetsa jamais de 9 reconfiguee, pois ext imagem néo se ton xl ni ex oma conser rtvita, chegando 20 ponte de uma cbeessio. Diante de wma mage, temot, enfim, de reconhecer humildemente: provavelmente, ela sobsevivert a 1 ante dela, n6s somes 0 frig, o elemento passageir, e, dante de aé 2 feo ente que aol hips:trevstapolichineo ogspot com be/201W03\geerges-d-huberman in Georges Didi-uberman Diane do tempo Mara Gabriela Llansol-a ‘cscrita como vote AESCRITA DO DESASTRE, Jean Lue-Naney -0 Deserto Jean Lue-Naney: © Limite Jean e-Naney: 0 intro Abel) Malo (6 Junho Julho) Agosto Setembro) utube) Novembro yrvvyyyyy ezemibo 202 608 20 Gi Revista Polihinelo Visuatzar meu peri completo 2017-625 Georges Did- Huberman | Diartedotempo na imensa literatura cienlica comsageada & pintura enascentist[S). Aqui, ftalmenc, surgi a 0 ~ una singulatidade pictural que, um di, suspendeu meus pastos no cortedor de Sio Marco ~ colocou uma exgincia mais geral quanto a, como disse Michel Foueauly,“arqueologia” do saber sobre aatee sole as imagens. P uum conterto to conhecdo, ia bem “dacumentado”, como se diz, quanto o da Renascenga que & que, na histria da arte como dlsciplina, como “ordem do diseurso”, péde mante tal spantoso fogo de stificio colorido que se extende logo sbsixo dela em tés mets de largura © Ssidas de um caso singulae (mas possuindo, espero, algum valor exemplat), estas qu simples compeometem a histxia da ate em a de dizer ~, em sua bistia, Deter-e diate de ain! de Pra Angelic & em primeizo nga, renar dar wna dignidade histérca bjtos vsuais considerados até ento inexistentes ou, pelo pa se aproximar um pc tras vias que as magisttal ¢ canonicamente finadas por Erwin Panofeky sob o nome de ‘conologi 6}: dill, aqui, iaferie uma “sgnivieagio ce life iderufear um “assunta” bem cla if exibi una “ongen csetita que pudese servi de interpretagio verificive, Nio hi nenhuma “chave” a trae dos have “simblen” de uma imagem figuratie ‘ignificago”, “legoda” € “oiger” podem, no fundo, queer dizee pare um historiador da at Ripaf7] ~ que, nos muros do convento de Sto Mateo, constinda 0 utivertoteoligio, exegtic © areligns— no sentido “centfico” eat, sldo de Panofiley -, de uma semiologia que no positives (a representagio como espelho das cols fain, & a propria representagso que teria de ser questions: nento de se engajar em um del fins da histria da panofékiano da “histéra da arte como dlsciplina hum 12°[B). Pata isso, sera preciso colocae junto de ceteras quanto 20 objcto “arte” — @ objeto mesmo de nossa disciplina histriea — cerezas que t8m por pano de fundo uma longa tad tesiiea que val sé 0 pripeo Panofey[9 hares. £ também se d ‘a histéra da arte, iterrogar © objeto“ hips:trevstapolichineo ogspot com bx/201V03\georges-d-huberman il 2017-6.25 «Georges Did-Huberman | Diante do tempo aposta do presente trabalho: estimular uma atgucologia cxtea dos modelos do tempo, dos valores de uso do tempo a discplina histénca que descjou fazer das imagens seus objetos de estudo, Questo to vita, concrete quoidiana ~ cada gesto, cada decisio do histriadoe, desde a mais humilde lassifcagio de suas fichas até suas mais alts ambigfes sintéticas no revelam, a cada ver, uma escalha de tempo, um ata de temporalizasio que € dif de ser cascada Muito sapidamente, mosta-se, aqui, que nada permanece por muito tempo na setena luz das evidéncias Pareamos justamente disso que, part © historiador, parece constituir a evidéncia das ‘evidéncias «recusn do anscronismo, A regen de onto: sobretado, nfo “projetat, como se diz nossas propriasresidades ~ nossos conceitos, nostos gostos, nossos valores — sobre a realidades do passado, objetos de nossa pesquisa hstéica, Nio &evidente que a “chave" para compreender uum objeto do passado ce encostsa ao propria passado e, sinda mais, w» mimo pasta que 0 pastado do objeto? Rega de bom-sensc: para compreender os pains colotidos de Fra Angelica, sti entio preciso procurae uma jot dé pce capaz de nos dar acesso ao “instrumento mental” — tecnico, estétco, religioso ete. - que tornou possvel esse ipo de escolha pictural. Nomeemos ssa alitude candnica do historiador nfo & nada diferente de uma busea de concordincis do tempo, de uma busea da consondacia exit “Tratando-se de Fra Angélico, possuimos uma “interpretagio euctiniea” de primesa ‘ordem: em 1481, julgamento pronunciado acerca do pintor pelo humanista Ctistoforo Laadino. Michael Baxandall apresentou esse jlgamento como 0 tipo de uma fonte de épaca capa de, a ptr das “categoras visuals” prprias ao seu tempo ~ ou sj, “histriarnene prtnenes"[10] nos fazer compreender uma avidade pictur nis prima de sua reaidade inti, is a evidénciaevcrnica:chega-s 4 exibir uma fonteexpecfa (0 julgamento de Landino, de fat, so € geal, mas nominal), rags el interpreta eo pasa com a cateoras do passa Nio 60 ideal do historador? © que 6 emretan,o del sen 0 resulado de um proceso de ideazagio? O que é 0 ideal seo a eleoragio, a simplifeagio, a snes astra, a denegagio da carne das evisss? O texto de Lando 6 sem divide, “hstorcamentepernente”, no seni em qu, come o asco «de Fes Angi, ele perence& clea liana da Renascmsnt esse slo, le stem 2 reepeio humanist de uma pinwa produrda sob o mecenato de Cosme de Méti. Bee, conte, istorcamenteperinente™ no senso em qve pemnitria compreender« necesidade ‘irl = ms também intelctale religions ~ dos pains coords de Sie Marco? De mancia algums, Comparde & produgio de Fes Angsico, 0 juigimeato de Lasdiao nos leva imagoae ‘ue ele jamais coloeos os pés na dausura do convento Dorentino ~ 0 que € muito provivel~ ou {qe ele olbow esta pines sem ves, sem compreeader muita coisa dela. Cada una de se “cateporas” ~0 bem-star, ale, «devog ingémia~ est nos antipadas ds complexidade, da sswidadee da ssleza operas na pinta stamente exeésca do fei dominican} Estamos, eno, dnd pita como dante de uma gut nova eolcada a0 historian: se 4 Fane “ideal” ~ espectca, cucrnca ~ no écapar de dzero que quer qu sia sobre o objeto

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