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ROMANOS
Pastor Eduardo Kittle
Autor: O apóstolo Paulo
Data: 58-60 D.C.
A quem foi escrita: Romanos 1:7, “A todos os que estais em Roma, amados de Deus,
chamados santos”.
Tema: I. O plano de Deus para salvação / II. Exortações

ESBOÇO

Introdução - 1:1-7
1. Saudação 1:1-7
2. Explicação 1:8-17

I. PECADO – 1:19, 3:20 – Falta de justiça


1. Os gentios debaixo do pecado – 1:18-33
2. O judeus debaixo do pecado – 2:1, 3:8
3. O mundo inteiro debaixo do pecado – 3:9-20

II. SALVAÇÃO – 3:21, 5:21 – Justiça imputada


1. Explicação de justificação – 3:21-31
2. Exemplo de justificação – 4:1-25
3. Experiência de justificação – 5:1-21

III. SANTIFICAÇÃO – 6-8 – Justiça recebida


1. Nova posição em Cristo – 6
2. Novo problema na carne – 7
3. Novo poder no Espírito – 8

IV. SOBERANIA – 9-11 – Justiça rejeitada


1. A eleição de Israel no passado – 9
2. A eleição de Israel no presente – 10
3. A redenção de Israel no futuro – 11

V. SERVIÇO – 12:1, 16-13 – Justiça praticada


1. Consagração a Deus – 12
2. Sujeição a autoridade – 13
3. Consideração pelos fracos – 14:1, 15:13

Conclusão: 15:14, 16:27


1. A fieldade de Paulo no ministério – 15:14-21
2. O futuro de Paulo no ministério – 15:22-33
3. Os amigos de Paulo no ministério – 16:1-23
4. A última benção – 16:24-27
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O livro de Romanos é um dos mais completos e profundos livros da Bíblia.

1. Apresenta verdade doutrinal – Justificação, santificação, adoção, juízo, etc.


2. Apresenta verdade dispensativa - Mostra Israel e a igreja no eterno plano de Deus.
3. Apresenta verdade pratical – O segredo da vitória do crente sobre a CARNE, AS
OBRIGAÇÕES DOS CRENTES UNS AOS OUTROS, E AS OBRIGAÇÕES do crente
ao governo.

Paulo escreveu Romanos de Corinto durante uma visita de três Meses (Atos 20:1-3).
Achamos em Romanos 16:23 que Gaio e Erasto estava com Paulo. Estes dois eram membros
da igreja de Corinto (I Cor. 1:14, II Tim. 4:20).

A carta foi levada pela Febe (Rom. 16:1) que morava em Cencréia, perto de Corinto (Atos
18:18). Os amigos de Paulo, Priscila e Áquila, já voltaram a Roma (Rom. 16:3) onde eles
nasceram (Atos 18:2).
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Capítulo 1

Tema: Apostasia dos gentios

I. Saudação – 1:1-7
Todas as treze cartas do apóstolo Paulo começam com o grande apóstolo. Foi costume
naquela época abrir uma carta com o nome do escritor em vez de terminar com ele como hoje
em dia.
Paulo identifica-se como servo e apóstolo e dá toda honra e glória a Deus, dizendo que
foi chamado pela graça de Deus e separado ao ministério do evangelho (Atos 13:1-3, Gál.
1:15-24).

Paulo identifica esse ministério como o do “evangelho de Deus” (vs. 1), “evangelho
do Filho” (vs. 9), e “evangelho de Cristo” (vs. 16).

Paulo também diz que sestas boas novas são uma coisa nova porque o Velho
Testamento prometeu também a vinda do Messias e sua morte e ressurreição. (Nota I Cor.
15:1-4 onde a palavra “escrituras” indica o Velho Testamento).

O Cristo que Paulo prega é judeus na carne (vs. 3) mas pela sua ressurreição provado o
verdadeiro Filho de Deus (vs. 4).

O propósito da morte e ressurreição de Cristo é trazer todas à obediência da fé (vs.5).


O homem que realmente aceita Cristo vai obedecer a Cristo e provar a sua fé.

Em versos 6-7 Paulo faz uma descrição dos santos em Roma. Eles também, estão
chamados, não para ser apóstolos, mas santos. (Nota que “santo” é um crente vivo.). Estes
santos tem o nome de “amados de Deus” e ainda são habitantes da malvada cidade de Roma.
Que benção ser “os amados de Deus”, igual a Jesus (Mat. 3:17). Jesus disse o Pai nos ama
como amou seu próprio Filho (João 17:23).

Nesta saudação Paulo identifica o autor (Paulo), o recipiente (os santos em Roma), e a
tema (Cristo e o evangelho da salvação).

II. Explicação – 1:8-17

Paulo dá agora uma explicação dupla: (1) PORQUE ele está escrevendo, vs. 8-15, e
(2) O QUE ele está escrevendo, vs. 16-17.

Por longo tempo Paulo desejava visitar os santos em Roma. O testemunho deles
espalhou em todo o Império Romano (vs. 8, I Tess. 1:5-10) e Paulo teve três razões para
visitá-los: comunicar algum Dom espiritual (vs. 11), consolar se mesmo (vs. 12), e Ter entre
ele algum fruto (vs. 13).

Paulo explica que tem sido impedido na sua visita a Roam (vs. 13), não pelo satanás (I
Tess. 23:18), mas pelas numerosas oportunidades em outros lugares (Rom. 15:23-19).
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Finalmente, Paulo está quase pronto para visitar Roma. Nota que ele está “devedor”
(vs. 14), “pronto” (vs. 15), e não ”envergonhado” (vs. 16). Tudo indica que Paulo está pronto
a começar sua viagem a Roma.

Terminando a sua explicação Paulo refere-se a Habacuque 2:4, “O justo viverá da fé”
e esta fé está em Deus.

III. Condenação – 1:18-32


Como os gentios caíram na escuridão do pecado.

1. Os gentios conhecerem Deus (18-20)

a. Receberam uma revelação dupla (vs. 19)

1). “Neles se manifesta (dentro)

2). “Deus lho manifestou (fora)

b. Estão inescusáveis (vs. 20)

2. Os gentios não glorificam Deus (21-23)

a. Indiferença – vs. 21

b. Ignorância – vs. 22

c. Idolatria – vs. 23

3. Os gentios mudaram a verdade de Deus (24-25)

Na língua grega “mudar” aqui significa “trocar”, ou em outras palavras os


gentios trocaram as verdades de Deus para as mentiras do diabo.

4. Os gentios rejeitaram o conhecimento de Deus (26-32)

Salm. 14:1 diz: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.”

Note os três julgamentos de Deus:

1). Deus os entregou a concupiscência e idolatria – vs. 24-25


2). Deus os entregou as paixões infames – vs. 26
3). Deus os entregou a um sentido perverso – vs. 28
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Capítulo 2

Tema: A condenação dos judeus

I. O julgamento está baseado na verdade da Bíblia, não na opinião de


homem – 2:1-5
Podemos ver a atitude do judeu em Lucas 18:9-14 quando o Fariseu disse, “Graça te
dou porque não sou como os demais homens.”

Paulo agora chama a atenção dos judeus e gentios com as palavras “Por tanto, és
inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas.” Está dizendo que os judeus são
responsáveis diante de Deus tanto quanto os gentios.

È muito fácil descobrir o pecado do nosso próximo mas é um pouco mais difícil
admitir que nós, também, temos pecado em nossas vidas.

Os judeus usaram as mesmas desculpas que encontramos hoje em dia:

1. Eu sou melhor que os piores e não preciso de Cristo.

2. Deus já me ajudou tanto que certamente nunca me condenará.

Mas o homem esquece que o julgamento de Deus está baseado na verdade e não
opinião de homem.

II. O julgamento está baseado nas obras de homens e não na sua posição
social – 2:6-15
A humanidade está procurando a posição social e pagará qualquer preço para obtê-la.
Os judeus, na época de Paulo, pensavam que eles ocupavam uma posição especial com Deus.
Eles não sabiam a diferença entre SABER a vontade de Deus e FAZER a vontade de Deus.
(Rom. 2:13).

Estes versículos (6-15) não nos informam como sermos salvos, mas nos informam
como Deus julga a humanidade de acordo com as suas obras aqui neste mundo. Vers. 7-8 não
estão falando das obras que nós fazemos de vez em quando, mas do propósito das nossas
vidas.

O homem não está salvo pela busca de vida eterna através de qualquer meio, como por
exemplo: boas obras, leituras bíblicas, religião, etc... mas ele, realmente está buscando a
salvação vai achá-la em Cristo Jesus.

As palavras “cada um” (vs. 6), “toda a alma” (vs. 9), e “qualquer” (vs. 10), significam
que Deus “não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34), mas julga cada um de acordo com as
suas vidas e obras.
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III. O julgamento de Deus está baseado no evangelho de Jesus e não na


religião do homem – 2:16-19
Duas vezes Paulo já referiu-se ao “dia de julgamento” (2:5 e 16), e agora está dizendo
francamente que o julgamento vai ser do coração, onde o homem guarda todos os seus
segredos. Cristo será o juiz, e a grande pergunta será: “Aceitou ou rejeitou o Salvador?”

O judeu vangloriou da sua raça e dos seus privilégios religiosos. Por causa da palavra
que Deus lhe deu, o judeu sabia a vontade de Deus e tinha uma vida melhor que os gentios.

Os judeus considerou os gentios cegos, néscios, e crianças (19-20)

O judeus pensava que ele fosse o favorito de Deus, mas não sabia que todos os
privilégios e toda a sabedoria que Deus lhe deu deixou o judeu muito mais responsável diante
de Deus. A lei que o judeu pregava aos gentios, ele mesmo desobedeceu.

O resultado foi que “o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós”
(vs. 24, Isa. 52:5, Ezeq. 36:21-22).

Os judeus tinham muita “religião” mas a religião deles foi feita de cerimônia externa e
não de realidade interna.

Os judeus vangloriou-se na circuncisão; mas que adianta uma cerimônia quando não
existe obediência à palavra de Deus? Paulo diz que os gentios está circuncidado, mas que
obedece a palavra de Deus é melhor que judeu circuncidado que não obedece a palavra.
Paulo escreveu em vers. 28, “Porque não é judeu o é exteriormente, nem circuncisão a que o é
exteriormente na carne.”

O evangelho de Cristo exige uma mudança interna. “Aquele que não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3)

O homem que nunca aceitou Cristo como Salvador já está condenado diante de Deus,
seja gentio ou judeu. “Quem crê nEle não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus.” (João 3:18)
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Capítulo 3

Tema: O mundo inteiro é culpado diante de Deus.

Este capítulo faz a ponte entre a primeira parte do nosso esboço (pecado) e a Segunda
parte (salvação).

Os primeiros 20 vers. (1-20) tratam do assunto da condenação e conclui que: o mundo


inteiro, seja judeu ou gentio, está debaixo de pecado.

Nos vers. 21-31, Paulo introduz o tema de justificação pela fé que, realmente, é o seu
tema nos dois capítulos.

O capítulo 3 é realmente, o jardim onde está plantada a semente de resto do livro de


Romanos. Nos vers. 1-4, Paulo trata da incredulidade dos judeus que também é o seu assunto
nos capítulos de 9-11. No vers. 8, Paulo trata do assunto de “viver no pecado” que também é
o seu assunto nos capítulos 6-8. (note a semelhança entre 3:8 e 6:1). No vers. 21, Paulo trata
da justificação pela fé que é também seu tema nos capítulos 4-5. Finalmente no vers. 31,
Paulo trata o estabelecimento e obediência da lei que é seu tema nos capítulos 12-16 (Note
13:8-14)

I. Notícias más: Condenação debaixo do pecado – 3:1-20


Paulo faz quatro perguntas as quais ele mesmo as responde:

1. Haveria vantagem em ser judeu, se o judeu também estivesse condenado? (1-2)

A resposta é SIM, porque os judeus foi revelado pela primeira vez a palavra de Deus.
Se Israel tivesse recebido e obedecido esta palavra teria sido abençoado e salvo pela fé no
Messias, e pelos judeus o mundo inteiro teria sido abençoado. Em vez de ser assim, hoje em
dia os gentios estão espalhando o evangelho e recebendo as bençãos de Deus.

2. A incredulidade dos judeus já aniquilou o poder da palavra de Deus? (3-4)

A resposta é NÃO, porque a incredulidade do homem nunca pode aniquilar a


fidelidade de Deus (vers. 3). Aqui Paulo refere-se a Salm. 51:4, “Contra ti, contra ti somente
pequei, e fiz o que a teus olhos parece mal, para que sejas justificado quando falares, e puro
quando julgares.”

O rei Davi confessa seus pecados e reconhece a justiça de Deus em julgá-lo. Ainda em
confessar seu pecado, Davi estabelece a justiça de Deus e a verdade da Sua palavra.

3. Por que não pecar mais para que Deus seja mais glorificado em julgar nossos
pecados? (5-8)

Paulo fez a pergunta e depois deu a resposta: “E se a nossa injustiça for causa da
justiça?” (vs. 5)
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Os judeus disseram que Paulo ensinou que eles poderiam pecar á vontade, pois Deus
poderia aplicar a sua justiça e seu perdão. Paulo responde (vr. 6) “De maneira nenhuma”,
devemos pecar mais.

E Paulo diz mais ainda em vr. 8, que as pessoas que dizem “Faça-mos males para que
venham bens” merecem a condenação de Deus.

4. È judeu melhor que o gentio em qualquer sentido? (9-20)

A resposta é NÃO e nem gentio é melhor que o judeu, porque as duas classes são
pecadoras diante de Deus .

Uma grande mensagem de Romanos é que não há diferença, nem no pecado (3:22-23)
nem na salvação (10:12-13).

Em Romanos 11:32 Deus dá ênfase a este fato, “Porque Deus encerrou a todos
debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.”

Paulo agora prova que todo mundo está debaixo do pecado pelos seguintes exemplo:

1. Pecado no caráter do homem (vrs. 10-12) Note também Salm. 14:1-3

2. Pecado na conduta do homem (vrs. 13-18) Note também Salm. 5:9, 140:3, 10:7, 36:1 ; Isa.
59:7-8

Os versos 19-20, Paulo conclui que todos que estão debaixo da lei serão condenados
diante de Deus. A lei não foi dada para salvar do pecado mas para mostrar o pecado, como um
espelho.

II. As boas novas: Justificação pela fé – 3:21-31


1. Justificação sem a lei (vs. 21)

O grande exemplo na Bíblia é Abraão. Gen. 15:6 diz: “E creu ele no Senhor, e foi-lhe
imputado isto por justiça.”

Infelizmente, os judeus não seguiram o exemplo de Abraão; note Romanos 9:30-33,


“Que diremos pois? Que os gentios que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim,
mas a justiça que pela fé. Mas Israel que buscava a lei da justiça, não chegou à lei justiça. Por
quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei, tropeçaram na pedra de tropeço:
Como está escrito: Eis que em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo
aquele que crer nela não será confundido.”
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Capítulo 4

Tema: Justificação é pela fé e não pelas obras – 4:1-8

I. Justificação é pela fé e não pelas obras – 4:1-8


Cada judeu respeitou “Pai Abraão” e desde Gen. 15:6 conheceu o fato que Abraão foi
justificado pela fé. A aceitação de Abraão por Deus foi tão certa que os judeus referiram-se ao
céu como “seio de Abraão” (Lc. 16:22). Com esse conhecimento Paulo usa Abraão como
exemplo e pergunta, “Que diremos pois Ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?

A resposta não é “pelas obras” porque assim Abraão poderia glorificar-se nas suas
obras, e nada assim está escrito no Velho Testamento. Mas o Velho Testamento diz: “E creu
ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça.” (Gen. 15:6). Então o dom da vida eterna
veio pelas obras, mas pela fé na palavra de Deus.

Note que Paulo usa a palavra “imputado” em vers. 3-11 e 22. Esta palavra significa,
“depositar na conta de alguém”.

Justificação significa vida imputada, santificação significa justiça imputada.

Salvação é ou galardão pelas obras ou é dom de Deus pela graça, não pode ser mistura
das duas coisas.

Vs. 5 diz que Deus justifica o ímpio e não o justo e esta justificação vem pela fé e não
pelas obras.

Os judeus pensaram que Deus justificava o homem religioso pelas suas obras, mas
Paulo tem provado que “Pai Abraão” foi justificado pela fé.

Em vs. 6-8, Paulo usa outro exemplo que é o de Davi, grande rei de Israel. Paulo
refere-se ao Salmo 32:1-2 para provar que este rei mais famoso de todo o Israel ensinou
justificação pela fé e sem as obras.

O crente não tem o pecado imputado à sua conta porque já foi imputado à conta de
Jesus Cristo (II Cor. 5:21 e Film. 18), mas o crente tem a justiça de Cristo imputada a sua
conta pela graça de Deus.

II. Justificação é pela graça e não pela fé – 4:9-17

Agora encontramos uma pergunta importante: “Se Abraão foi justificado pela fé, que
importância tem a lei, e que importância tem o pacto que Deus fez com Abraão?”

Paulo responde a essa pergunta dizendo que a salvação de Abraão aconteceu 14 anos
antes que ele tivesse sido circuncidado. Circuncisão foi o selo do pacto. A partir do momento
da circuncisão de um jovem, este passa a fazer parte do sistema da lei. Mas Abraão, o PAI
DOS JUDEUS, era INCIRCUNCISO quando foi salvo. Circuncisão foi somente um sinal
exterior duma mudança interior, como o batismo hoje em dia.
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Nenhuma cerimônia pode produzir mudanças espirituais, mas ainda os judeus da


época de Paulo (como muitas pessoas hoje em dia) confiavam nas cerimônias e ignoravam a
fé salvadora que Deus exige de todas as pessoas de todas as raças.

Na realidade, Abraão é o PAI DE TODOS OS CRENTES, de todos os tempos (Gal.


3:7,29). Como Paulo disse em Rom. 2:27-29, nem todos os “judeus” são verdadeiramente o
Israel de Deus.

Nos vs. 13-17, Paulo compara a lei e a graça, como em vs. 1-8 ele compara a fé e as
obras. A chave aqui é a palavra PROMESSA (vs. 13,14,16). A promessa de Deus para Abraão
que ele havia de ser “o herdeiro do mundo” (aludindo ao reino glorioso governado pela sua
descendência, Cristo) não foi dado em relação com a lei ou a circuncisão, mas POR PURA
GRAÇA! Quando Deus deu a Abraão a Sua promessa, ele só tinha que crer! A lei nunca foi
dada para salvar ninguém ; a lei traz somente a ira e revela o pecado. A lei complemente
cancela a graça, mesmo as obras cancelam a fé, os dois podem existir juntos. Como poderia
Abraão ser salvo pela lei quando a lei ainda não teve sido dado?

Paulo conclui em vs. 16 que justificação vem pela graça, por meio da fé, e é assim que
todos (judeus e gentios) podem ser salvos! Então, Abraão não é somente o pai físico dos
judeus, mas é “o pai de todos nós” _ todos quem são da fé dele. 3

Leia Gal. 3 para ler mais sobre a graça e a lei.

III. Justificação é pelo poder da ressurreição e não pelas obras dos homens
– 4:18-25

A primeira parte deste capítulo (1-8) faz uma comparação entre FÉ e OBRAS, a
Segunda parte (9-17) faz a comparação LEI e GRAÇA; agora vamos ver nesta terceira parte
(18-25) a comparação entre VIDA e MORTE.

Note que em vs. 17, Paulo identifica Deus como aquele que, “VIVIFICA OS
MORTOS”. Realmente Abraão e Sara eram mortos com referência a produzir filhos (Heb.
11:11-12) porque ela tinha 90 anos e ele tinha 100 anos, mas quando nós temos esperança é
assim que o Espírito Santo vivifica.

Devemos admirar a fé de Abraão, porque ele só teve a promessa de Deus de ser pai de
uma grande nação, mas ainda ele creu e glorificou a Deus e finalmente recebeu a benção.

A fé de Abraão é um bom exemplo do milagre de salvação. Enquanto o homem está


confiando em si mesmo e acha que ainda pode agradar a Deus ele nunca será salvo. Mas
quando o homem admite que está morto e perdido e aceita Cristo, Deus o vivificará. O
homem que está “fortificado na fé” (vs. 20) é o homem salvo a não homem que está
fortificado na carne.

Vamos nos lembrar que Abraão não foi homem tão especial (vs. 23-24), e nós também
podemos ser salvos pela fé igual a de Abraão.

Vs. 5 explica a base da nossa justificação que é a morte e a ressurreição do Senhor


Jesus. A morte de Jesus prova que nós somos pecadores e a ressurreição prova que agora todo
aquele que crê é salvo.
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Podemos ilustrar o cap.4 da seguinte forma:

Fé – e não – obras
Dom – e não – recompensa
Graça – e não – lei
Poder de reconciliação – e não – esforço do homem

Justificação significa “declarado justo diante de Deus.”


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Capítulo 5

Tema: Paz com Deus

Este capítulo é uma explicação da última palavra do capítulo 4 (justificação). Não


existe outro capítulo na Bíblia mais importante que este, porque é absolutamente necessário
entender a doutrina de JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ.

I. As bençãos de justificação – 5:1-11

1. TEMOS PAZ (vs. 1)

Houve um tempo que éramos inimigos (vs. 10) mas agora em Cristo temos paz com
Deus. Paz significa que o problema dos nossos pecados já está resolvido em Cristo.

2. TEMOS ENTRADA A DEUS (vs. 2a)

Antes de sermos salvos estávamos “em Abraão” e condenados junto com Adão, mas
agora “em Cristo” somos perfeitos nos olhos de Deus e temos entrada a Deus e temos entrada
a Deus principalmente pela oração (Heb. 10:19-25)

3. TEMOS ESPERANÇA (VS. 2B)

Efésios 2:11-12 diz que o incrédulo está sem esperança. Mas nós que estamos salvos
temos uma “bem-aventurada esperança.” (Tito 2:13)

4. TEMOS UMA CONFIANÇA DIÁRIA (vs. 3-4)

O crente verdadeiro não tem somente esperança do futuro, mas também tem durante as
tribulações do presente.

A formula da vida do crente é:

Provas + Cristo = Paciência


Paciência + Cristo = Experiência
Experiência + Cristo = Esperança

Vamos fazer uma comparação entre Mat. 13:21, I Tess. 1:4-6, e Tia. 1:3

Nós não nos gloriamos ACERCA das tribulações mas NAS tribulações.

5. TEMOS AMOR DE DEUS (vs. 5-11)

Deus revelou seu amor à cruz do calvário quando Cristo morreu pelos pecadores (vs.
8) . Se Deus fizesse isto por nós sendo nós ainda inimigos, quanto mais o fará agora que
somos filhos.
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Somos salvos pela Sua morte (vs. 9) mas também somos salvos pela Sua vida (vs. 10)
porque a “virtude da Sua ressurreição” (Fil. 3:10) opera em nossas vidas.

Já sabemos “reconciliação” (vs. 11) e agora nós estamos provando o amor de Deus em
nossas vidas.

II. A base da justificação – 5:12-21


Neste trecho Paulo vai explicar como é que todos os homens são pecadores e como é
que a morte de Cristo pode justificar todo aquele que crê.

A idéia principal é que quando Deus olha na raça humana, Ele vê somente dois
homens – Adão e Cristo. Cada ser humano ou está em “Adão” e perdido nos seus pecados ou
está em “Cristo e salvo”; não há lugar no meio.

Vs. 14 diz que Adão era um tipo (figura) de Cristo, ou em outras palavras, temos o
primeiro Adão e o segundo Adão que é Cristo.

Vamos fazer uma comparação entre os dois:

PRIMEIRO ADÃO SEGUNDO ADÃO

1. Feito da terra – I Cor. 15:47 1. O Senhor do céu – I Cor. 15:47

2. Rei da criação velha – Gen. 1:26-27 2. Rei da nova criação – II Cor. 5:17

3. Provado e falhou 3. Provado e venceu

4. trouxe pecado e morte 4. Trouxe justiça e vida

5. Morte reinou – Rom. 5:14-17 5. Crente e graça reinam – Rom. 5:17-21

6. Muitos foram feitos pecadores – 6. Crentes feitos justos – Rom. 5:19


Rom. 5:19

7. Estamos em Adão pelo nascimento 7. Estamos em Cristo pelo nascimento


natural espiritual.

O velho testamento é um livro das gerações de Adão (Gen. 5:1-2) e termina com a
palavra maldição. O Novo Testamento é o livro da geração de Jesus Cristo (Mat. 1:1) e
termina com a idéia que “nunca mais haverá maldição” (Apoc. 22:3)

O Paraíso do livro de Gênesis que foi perdido em Adão está restaurado no livro de
Apocalipse pela cruz de Cristo.

Paulo está ensinando aqui a unidade da raça humana em Adão (Atos 17:26). Vs. 12 diz
que “todos pecaram”, pessoalmente e em Adão, ou em outras palavras, somos uma geração
de pecadores. Estamos identificados com Adão, e seu pecado é nosso pecado, a sua morte é a
nossa.
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Vs. 12-14 ensinam que o homem está sempre responsável diante de Deus, ou com a lei
ou sem a lei. Entre Adão e Moisés não houve lei escrita, mas ainda a morte reinou, então
sabemos que Deus sempre mostra a sua vontade ao homem. Por exemplo o pagão no mato da
África ou o índio no interior do Brasil nunca leram a palavra de Deus mas ainda estão
inescusáveis (Rom. 1:19-20)

Agora temos várias comparações entre a salvação e o pecado:

1. Vs. 15-19 – A ofensa - O dom gratuito

A ofensa de Adão trouxe a condenação e a morte mas o Dom de Deus trouxe a


justificação e a vida.

2. Vs. 17 – Morte - Vida

A morte reinou por causa de Adão mas agora a vida reina em Cristo para todo aquele
que crê.

3. Vs. 18 – Condenação - Justificação

O pecado de Adão mergulhou a raça humana no pecado mas a morte de Cristo tirou os
crentes deste pecado e nos justificou diante de Deus; Adão escondeu-se de Deus mas em
Cristo temos entrada a Deus (Rom. 5:2)

4. Vs. 19 – Desobediência - Obediência

Adão desobedeceu a Deus e nos fez pecadores; Cristo obedeceu a Deus e pela fé nele
somos justos.

5. Vs. 20 – Lei – Graça

A lei não foi dada para salvar ninguém mas para revelar o pecado do homem. A graça
de Deus cumpriu a lei pela morte de Jesus e assim é possível para o homem ser salvo.

Vs.21 diz que agora na Nova Criação (II Cor. 5:17) o pecado não mais reina mas graça
reina, morte não mais reina mas vida reina, e nós reinamos na vida como reis e sacerdotes
(Apoc. 1:5-6).
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Capítulo 6

Tema: Libertação pela ressurreição

Agora começamos a terceiro parte de Romanos (cap. 6-8). Estes três capítulos estão
ligados e mostram como o crente está morto ao pecado (cap. 6), morto à lei (cap. 7), e vivo no
Espírito (cap. 8).

Capítulo 6 mostra como o PECADO não mais nos domina (6:12), cap. 7 mostra como
a LEI não mais nos domina (7:1), e cap. 8 mostra como o ESPIRITO nos dá liberdade (8:2-4).

Depois de ser salvo o crente tem dois problemas: 1). Como ganhar vitória sobre a
velha natureza (a carne), e 2). Como é que se pode agradar a Deus. O cap. 6 tem a resposta ao
primeiro problema: ganhamos a vitória sobre a velha natureza pelo reconhecimento do fato
que a velha natureza está morta, crucificada com Cristo. O segundo problema está um pouco
mais difícil. Como é que o crente pode agradar a nosso Deus quando tudo que ele faz está pela
velha natureza? Pecado não é somente nas coisas externas mas também é atitude e
pensamento.

Capítulo 7 e 8 dão a resposta pelos fatos que o crente está MORTO À LEI, e que o
Espírito cumpre a justiça da lei em cada crente (8:4)

O segredo da vitória acha-se em três palavras:

Saber – 6:1-10

Considerar – 6:11

Apresentar – 6:12-23

I. Saber – 6:1-10
Paulo usa a palavra SABER quatro vezes neste capítulo (vs. 3,6,9,16). É o plano de
satanás todo mundo na escuridão e não na luz da verdade da Bíblia, e por isso muitos crentes
estão vivendo num nível espiritual muito baixo. É impossível para o crente viver ou
permanecer no pecado porque está “morto para o pecado” (vs. 1-2). Cristo não somente
morreu por mim, mas eu, também, morri com Ele fazendo parte da Sua morte na cruz.

Nosso batismo é um retrato da morte de Cristo para o pecado do crente e um retrato da


nossa morte às coisas do mundo.

Nossa velha natureza ainda está conosco; mas agora não é ela que manda em nossas
vidas. Se nós não extinguimos, através da desobediência, o Espírito que habita em nós, Ele
poderá mandar em nossas vidas.

O pecado e a velha natureza são mestres cruéis. O incrédulo é escravo do pecado (Ef.
2) mas muitos crentes, também, servem o peado, ainda que Cristo já tenha vencido de uma
vez para sempre a luta pela nossas almas.
16

Muitas pessoas chegam até Romanos cap. 5 e descobrem que Cristo morreu pelos
seus pecados e aceitem-no como Salvador, mas ele nunca descobrem a gloriosa liberdade o
cap. 6 revela para todo aquele que crê e obedece os mandamentos do Senhor.

Para recapitular: 1). O crente verdadeiro está morto para o pecado (vs. 2), 2). A
natureza está crucificado com Cristo (vs. 6), 3). O crente está livre do poder do pecado, não
até o ponto de perfeição mas pelo menos até o ponto de viver uma vida vitoriosa (vs. 7).

II. Considerar – 6:11


Não é suficiente SABER ou conhecer nossa nova posição em Cristo, mas também
temos de CONCIDERAR esta posição como verdadeira em nossas vidas. O considerar, é
simplesmente aquele fé que diz, “O que a Bíblia diz acerca do crente agora é verdade para
mim, na minha vida cristã. Eu estou crucificado com Cristo”.

Considerar, é FÉ EM AÇÃO, confiando na palavra de Deus, apesar das circunstância


em que nos achamos ou sentimos que temos.
Deus não manda o crente crucificar-se mesmo como muitos tentam fazer, pelas auto-
aflições, etc., mas Deus simplesmente manda-nos crer que já estamos crucificados juntos com
Cristo e que a velha natureza já morreu (II Cor. 5:17).

III. Apresentar – 6:12-23


O crente que realmente considera-se morto ao pecado provará sua fé pela
apresentação do seu corpo a Deus. Este é o terceiro passo para ganhar vitória sobre a velha
natureza ou a carne.

Note as palavras “NÃO REINE” no vs. 12. Indica que pela nossa própria vontade,
com a ajuda do Espírito santo, nós não deixamos o pecado reinar em nossos corpos. Não basta
só SABER o que é a vontade de Deus, nem CONSIDERAR a vontade de Deus, mas temos de
APRESENTAR os nossos corpos como sacrifícios vivos a Deus (Rom. 12:1-2).

Nos vs. 16-23 Paulo dá o exemplo de mestre e servo. “Ninguém pode servir a dois
senhores”. (Mat. 6:24). Antes de ser salvos não servimos o pecado e recebemos o salário do
pecado que é a morte (vs. 23). Mas agora que somos salvos estamos livres do nosso velho
mestre e somos servos de Cristo. Nós apresentamos a Deus os membros dos nossos corpos
como instrumentos (vs. 13) e com a ajuda de Deus damos fruto para santificação (vs. 22).

O importante deixar estes três passos (saber, considerar, e apresentar) nesta ordem.
Estes três passos representam uma atitude diária e não uma medida para ser usada só na
emergência.

O crente que estuda a palavra de Deus SABERÁ a sua posição em Cristo. O crente
que passa tempo em oração CONSIDERARÁ que está morto ao pecado e assim
APRESENTARÁ o seu para ser usado na obra de Deus.
17

Capítulo 7

Tema: A miséria do pecado

I. Dois maridos – 7:1-6


Paulo usa a relação conjugal para ilustrar a nossa relação à lei de Deus. Os dois
maridos são tipos da lei e do Senhor Jesus Cristo. Uma vez casada com um marido, a esposa
está obrigada a ficar com ele até a sua morte. Depois da morte dele, ela está para casar outra
vez.

Antes que encontramos Cristo, estávamos constrangidos pela lei e estávamos


condenados pela mesma lei. Depois de aceitar Cristo, a lei não morreu mas nós morremos em
Cristo. Não estamos mais constrangidos pela lei mas estamos juntados com Cristo pela fé e a
lei não pode mais controlar nossas vidas (7:4)

Quando estávamos perdidos, “as paixões dos pecados” obravam em nossos corpos e a
lei não nos ajudou em nada (7:5). Agora com fé em Cristo estamos “livres da lei” e servimos
“em novidade de espírito e não na velhice da letra”. (7:6)

Vs. 6 não diz que o crente não tem obrigação a obedecer deus; realmente nossa
obrigação está maior, porque conhecemos Cristo e somos membros da família de deus.

Realmente o Novo Testamento exige mais que o Velho Testamento porque ele trata
das nossas atitudes internas e não somente com as nossas ações externas.

O vs. 6 ensina que nós não estamos somente obedecendo mecanicamente muitas
regras, mas estamos, de coração, obedecendo o Santo Espírito de Deus que cumpre a justiça
da lei em nós (8:4)

II. Duas descobertas – 7:7-14

Se a lei não produz santidade, porque deus a deu? Paulo descobriu duas respostas a
esta pergunta. (1) A lei é espiritual mas, (2) O homem é carnal. A lei nos revela o pecado (vs.
7) porque condena, justamente, as coisas que nós praticamos. A lei dá vida ao pecado (vs. 8) e
assim é fácil para o pecador reconhece-lo. A lei mata o pecador (vs. 9-11) espiritualmente e
assim é mais fácil reconhecer as suas fraquezas. Finalmente, a lei revela que o pecado é
excessivamente maligno (vs. 13)

O pecador não pode ser salvo pela lei, não porque a lei de Deus não está boa, mas
porque a sua natureza não pode ser controlada pela lei. A velha natureza não PODE ser
controlada pela lei, e a nova natureza não PRECISA ser controlada pela lei.

III. Dois princípios – 7:15-25

Paulo agora conclui que há dois princípios (ou leis) que operam na vida do crente. (1)
a lei do pecado e a morte, e (2) a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus. (8:2)
18

Assim Paulo esta tratando das duas naturezas do crente. Salvação não significa que
Deus muda ou limpa a velha natureza. A velha natureza do crente está tão má depois da
salvação como antes.

Salvação quer dizer que Deus dá uma NOVA NATUREZA ao crente e crucifica a
VELHA NATUREZA. O crente ainda tem a CAPACIDADE de pecar mas agora ele tem
novos desejos. O desejo de pecar está inferior ao desejo de servir a nosso Deus.

(1) A lei do pecado e a morte é simplesmente a operação da velha natureza. Quando o


crente quer fazer o bem, o mal está sempre presente. Até as coisas boas que nós fazemos só na
carne estão contaminados com o pecado (vs.21). Aqui achamos a diferença entre a vitória de
cap. 6 e a de cap. 7. Em cap. 6, o crente está vitorioso sobre as coisas malignas da carne (ele
larga os vícios, etc). Em cap. 7, o crente está vitorioso sobre as coisas boas da lei que a carne
tem vontade de fazer pensando em agradar a Deus. Só na carne não podemos agradar a Deus,
porque a carne é inimizade contra Deus (8:7)

(2) A lei do espírito da vida luta contra a lei do pecado e a morte. Não é pela
submissão as leis que nós crescemos na santidade, mas pela submissão ao Espírito Santo. Nós
não podemos cumprir a justiça da lei em nossa própria força, mas o Espírito pode nos ajudar
pelo seu poder. (8:3-4)
19

Capítulo 8
Tema: Liberdade do poder do pecado

Este capítulo é o último da parte de santificação (cap. 6-8), e aqui encontramos a


resposta das perguntas sobre a lei e a carne. O ensino aqui é do Espírito Santo, porque é pelo
Espírito que vencemos a carne e vivemos uma vida cristã agradável a Deus.

I. Não há condenação: O Espírito e a lei – 8:1-4

Aqui Paulo não está falando da salvação mas do problema de como um Deus justo
pode aceitar qualquer coisa de nós que ainda temos a velha natureza lutando contra nossa
nova natureza. A palavra “condenação” aqui não refere-se ao inferno. Paulo está tratando o
problema que o crente tem de agradar a Deus estando ainda “na carne”

Graças a Deus, a lei não pode nos condenar porque nós estamos “mortos à lei”. Deus
não pode nos condenar temos o Espírito Santo ao nosso lado, e com a ajuda do Espírito
podemos agradar a Deus.

Em dia glorioso quando o crente novo finalmente compreende que Deus não exige
suas boas obras da velha natureza. È o Espírito Santo que habita em nós que agrada a Deus.
Que salvação gloriosa que temos que não exige o que nós não podemos fazer. Agora sabemos
porque Paulo não quer voltar á vida velha e escreveu ás Gálatas, “Estais pois firmes na
liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do julgo da
servidão.” (Gal. 5:1)

II. Não há obrigação: O Espírito e a carne – 8:5-17

O crente pode inclinar-se ás coisas do mundo e ser um crente carnal e desagradar


Deus, ou pode inclinar-se às coisas do Espírito e ser um crente espiritual e gozar uma vida de
paz com Deus.

O crente não tem obrigação a carne, “De maneira que, irmãos, somos devedores não à
carne para viver segundo a carne.” (Rom. 8:12) Nossa obrigação é para com o Espírito Santo,
porque foi ele quem nos mostrou nosso pecado e nossa necessidade dum Salvador. Foi O
Espírito quem nos deu a nossa fé salvadora e a nossa nova natureza. É o Espírito que
diariamente testifica junto com nosso espírito que somos filhos de Deus.

Nós devemos muito ao Espírito Santo. Cristo nos amou de tal maneira que morreu por
nós; o Espírito Santo nos ama de tal maneira que habita em nós. Diariamente o Espírito
agüenta a nossa carnalidade; diariamente o Espírito vê os nossos pecados, e ainda nos ama e
ainda habita em nós para nos selar e para ser o penhor das bençãos de Deus. (II Cor. 1:22).
Quem não tem o Espírito Santo dentro de si não é crente.

O Espírito Santo é chamado “o espírito de adoração” em vs. 15. Quem vive na carne é
escravo do pecado, mas pelo Espírito nós temos uma vida de liberdade em Cristo. Liberdade
para o crente não significa que podemos fazer o que quisermos. Isso seria escravidão aos seus
desejos. Liberdade para o crente significa que estamos livre da lei e da carne, e assim
podemos agradar a Deus e fazer a Sua vontade.
20

III. Não há separação: Espírito e sofrimento – 8:18-39


O crente, as vezes, sofre neste mundo para ser glorificado no céu. Realmente, toda a
criação geme e está com deres (Rom. 8:22) porque pecado reina agora neste mundo. Quando
Cristo conquistar o satanás, Ele libertará toda criatura da escravidão do pecado e todas as
criaturas na face da terra vão da “liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rom. 8:21).

Nesta grande e gloriosa salvação somos: livres da PENALIDADE do pecado, porque


Cristo morreu em nosso lugar (cap. 5); livres do PODER do pecado, porque nós morremos ao
pecado (cap. 6) e à lei (cap. 7); e um dia seremos livres da PRESENÇA do pecado quando
estarmos libertados desta escravidão aqui no mundo.

Nós já temos o Espírito de adoção, mas estamos ainda esperando a redenção do corpo.
A alma está redimida, mas não o corpo. Ainda temos uma esperança da futura redenção do
corpo porque temos o Espírito Santo habitando em nós como as primícias desta redenção. Se
morrermos antes da vinda de Cristo, o Espírito ressuscitará nosso corpo (Rom. 8:11) porque é
o Espírito quem nos selou até o dia da redenção (Ef. 1:1314).

Enquanto estamos sofrendo e esperando, temos o privilégio de orar “no Espírito”


(Rom. 8:26). Orações da carne não valem nada com Deus; só as orações dirigidas pelo
Espírito Santo vão chegar ao céu (Rom. 8:27). O Espírito está sempre na vontade de Deus. O
que é a vontade de Deus? Vs. 29 nos informa que Deus quer os seus filhos “conformados à
imagem de Cristo”.

Note bem que todos os verbos de vs. 30 estão no sentido passado que indica ação já
feita. Não falharemos na obra de Deus se lembramos que, nos olhos de Deus, já estamos
chamados, justificados, glorificados e ninguém pode desfazer a obra de Deus.

Paulo conclui cap. 8 com quatro perguntas em vs. 32-35:

1. Como nos não dará também com ele todas as coisas?


2. Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?
3. Quem os condenará?
4. Quem nos separará do amor de Cristo?

Agora sabemos porque, para o crente, não há condenação, não há obrigação, e não há
separação. “Em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.”
(Rom. 8:37)
21

Capítulo 9

Tema: A eleição de Israel

Os próximos 3 capítulos tratam a história espiritual de Israel: passada (cap. 9),


presente (cap. 10), e futuro (cap. 11).

Paulo vai explicar como Deus abandonou temporariamente Seu povo Israel, o que é o
propósito de Deus para com os gentios, e como no futuro Deus restaurará o seu povo Israel a
sua posição exaltada.

I. A eleição de Israel – 9:1-13

1. As bênçãos da eleição – 9:1-5

Note a compaixão de Paulo para os judeus. Esta compaixão faz-nos lembrar a de


Moisés em Ex. 32:32 quando ele disse, “Agora., pois, perdoa o seu pecado, se não risca-me
peço-te, do teu livro que tens escrito.”

Que pena que todos os crentes não tem a mesma compaixão de Paulo e Moisés. Cristo
nos amou de tal maneira que morreu na cruz em nosso lugar, e assim devemos dizer com
Paulo, “Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros; tanto a sábios como a ignorantes.”
(Rom. 1:14)

As benção da eleição dos judeus são:

1). A ADORAÇÃO – escolhidos por Deus porque Ele nos amou – Isa. 43:20-21
2). A GLÓRIA – a presença de Deus no tabernáculo – Ex. 24:16-17
3). OS PACTOS – com Abraão, com a nação, e com Davi.
4). A LEI – Deus não a deu aos gentios, mas a Israel
5). O MINISTÉRIO – no tabernáculo e no templo
6). AS PROMESSAS – centenas de promessas que os judeus ainda vão receber.
7). OS PATRIARCAS – Abraão, Isaque, Jacó, etc...
8). O MESSIAS – Cristo é judeu, da tribo de Judá.

Nenhuma nação no mundo recebeu estas bençãos e ainda Israel rejeitou-as junto com a
salvação em Cristo Jesus.

O crente de hoje faz parte do povo de Deus e tem o privilégio de receber as mesmas
bençãos de: adoração (Ef. 1:5); glória (Ef. 1:6-7); o novo testamento do sangue de Cristo; a lei
escrita no seu coração (Heb. 10:16-17); o privilégio de ser sacerdote de Cristo (I Pedro 1:4);
Ter Abraão como nosso pai espiritual (Gal. 3:7).

2. A base da eleição – 9:6-13

Na eleição Deus usou sua vontade soberana para fazer Seu plano perfeito. Estamos
falando agora da eleição nacional ou de Israel. Em outros capítulos, Paulo fala da eleição
pessoal ou individual, mas aqui estamos estudando o plano de Deus para Israel.
22

a. ABRAÃO – foi escolhido como pai da nação de Israel, mas Paulo nota que nem todos de
Israel são verdadeiros filhos de Abraão. (Também 2:25-29)

b. ISAQUE – era o filho da promessa (Gal. 4:21-31), enquanto Ismael era o filho da carne
pelas obras. A verdadeira semente de Abraão é aquele que crê e não somente aqueles que tem
sangue de judeus.

c. JACÓ – Deus não escolheu Esaú, o primogênito, mas escolheu Jacó antes do seu
nascimento. Porque? Para mostrar que a vontade de Deus será cumprida na eleição nacional
de Israel.

II. A defesa da eleição de Israel – 9:14-33


Há várias perguntas acerca da eleição de Israel:

1. Há injustiça com Deus? – 9:14-18

A resposta é NÃO! Eleição não depende da justiça mas depende da graça. Se Deus fizesse o
que é justo, Ele mandaria todos, incluindo os judeus, para o inferno.

Paulo usa Moisés (Ex. 33:19) e Faraó (Ex. 9:16) como exemplos do fato que Deus pode fazer
o que quiser na dispensação da Sua graça e misericórdia. Ninguém merece a misericórdia de
Deus e ninguém pode condenar a Deus por Ter escolhido Israel e não as outras nações.

2. Se ninguém pode resistir a vontade de Deus, como é que Ele pode culpar alguém? - 9:29

Para fazer uma resposta, Paulo usa a parábola do oleiro de Jer. 18:1-6. Deus é o oleiro e as
nações do mundo e os seus povos são os vasos. Alguns são vasos para desonra e destruição e
serão destruídos; outros são vasos de honra em que Deus pode revelar Sua glória. Estes vasos
de honra representam crentes, judeus e gentios (Rom. 9:24, “os quais somos nós”).

Em vs. 25-26, Paulo usa as palavras de Deus em Oséias 2:23 e 1:10 para mostrar que Deus
prometeu chamar um povo dos gentios, um povo chamado, “Filhos do Deus vivo” (vs. 26).
Paulo usa também Isa. 10:22-23 para mostrar que Deus vai salvar só um remanescente dos
judeus. Agora sabemos que o propósito da eleição é salvar judeus e gentios. Sem a graça de
Deus nenhuma pessoa, seja judeu, seja gentio, será salvo.

3. O que diremos pois sobre os gentios? – 9:30-33

Aqui é o paradoxo da história. Os judeus se esforçam para ser justos e foram ejeitados; os
gentios, quem não tiveram os privilégios que os judeus tiveram, foram recebidos. Isso porque
os judeus tentaram conseguir a justiça pelas obras, enquanto os gentios receberam justiça
PELA FÉ através da GRAÇA DE DEUS. Os judeus tropeçaram sobre um messias crucificado
(veja Isa. 8:14, 28:16; Mat. 21:42 ; I Cor. 1:23 ; I Ped. 2:6-8). Eles queriam um messias quem
dirigisse a nação à vitória política; não podiam acreditar num Cristo crucificado.

O propósito de Paulo neste cap. é explicar a posição de Israel no plano de Deus. Israel era
uma nação escolhida, dado privilégios que nenhuma outra nação recebeu; porém, ela
fracassou miseravelmente em seguir o programa que Deus tinha dado para abençoar o mundo.
O cap. inteiro exalta a graça soberana de Deus. A palavra de Deus prevalecerá não obstante a
23

desobediência do homem; mas o homem perderá a benção. Nenhuma mente sabemos isto:
sem graça soberana de Deus, não haveria salvação.
24

Capítulo 10

Tema: Israel rejeita Deus e a Sua justiça

Este capítulo explica porque Israel se chama na sua péssima condição espiritual.

I. A razão da rejeição – 10:1-13

A palavra chave aqui é JUSTIÇA. Os judeus queriam justiça mas a procurou no lugar
errado. Como os Fariseus em Mat. 25:15, os judeus gastaram muito tempo, força, e dinheiro
para ganhar a justiça, mas tudo isso foi feito em ignorância. As pessoas religiosas estão
fazendo a mesma coisa hoje em dia com suas boas obras. Deus não aceitou este tipo de justiça
dos judeus, e não aceita hoje em dia dos gentios.

A Bíblia fala de dois tipos de justiça: justiça pelas boas obras ou pela obediência à lei,
e justiça pela fé que é o Dom gratuito de Deus a todos que aceitam Seu Filho.

Os judeus não aceitaram a justiça pela fé, mas rejeitaram Cristo e sem saber que Deus
fez a lei não para salvar mas para mostrar a necessidade de salvação para o pecador e aquela
salvação está em Cristo.

Deus não usa mais a lei para julgar o homem, mas agora usa a cruz onde Cristo
morreu. Quem crê não está condenado mas quem não crê já está condenado porquanto não crê
no nome do Unigênito Filho de Deus (João 3:19).

No Velho Testamento encontramos a justiça pela lei em Lev. 18:5; a justiça pela fé
encontramos em Deut. 30:12-14.

No trecho em Deuteronômio está usado para mostrar que a Palavra de Deus é acessível
facilmente, e que Cristo está perto e pronto a salvar. Vs. 6-8 são um exemplo do uso (por
Paulo) de trechos do Velho Testamento para comunicar a verdade do Novo Testamento. Em
Deut. 30:11-14, Moisés avisa o povo contra a obediência à palavra de Deus. Ele faz lembrar
que não tem que ir ao céu, ou atravessar o mar, para achar a palavra de Deus: está nos seus
lábios e nos seus corações. Paulo aplica isto a Cristo, a Palavra (João 1:1), e explica que Israel
não precisa trazer Cristo do céu outra vez, porque a palavra de salvação está perto e eles
podem crer e ser salvos.

A salvação vem quando um homem confessa que “Jesus é o Senhor”, e crê no seu
coração que Cristo ressuscitou dos mortos. O que é crido no coração é confessado
publicamente com a boca. Alguns dos judeus no tempo de Cristo não O confessaria
publicamente (João 12:42-43). Quando o pecador recebe Cristo pela fé e O confessa
publicamente, provando a sua fé, ele recebe o Dom da justiça de Deus.

Em vs. 11 Paulo refere-se a Isa. 28:16, como ele já fez em Rom. 9:33. Os judeus não
gostaram da palavra “Todo” porque tiveram a idéia de ser o único povo “escolhido” por
Deus. Em vs. 13, Paulo refere-se a Joel 2:32 para provar que “Todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo”. Não há diferença entre judeus e gentios com referência a
salvação, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rom. 3:23).
25

II. O remédio para rejeição – 10:14-17


A seqüência é o seguinte: (1) Deus manda o pregador; (2) Ele prega a palavra; (3) O
pecador escuta a palavra; (4) O pecador crê na Palavra; (5) O pecador clama a Deus; (6) O
pecador está salvo! O argumento aqui é simplesmente que nenhum homem pode ser salvo
sem ouvir a Palavra de Deus, porque “Fé pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus.” (vs.
17).

Em vs. 15 Paulo refere-se a Isa. 52-7, um vs. Que só será cumprido quando Israel é
mais uma vez nação e com Jesus reinando. Nós usamos vs. 14-15 com base para enviar
missionário às nações gentias hoje em dia, e temos razão mas a verdade básica deste trecho é
levar o evangelho aos judeus HOJE EM DIA. Nós levamos o evangelho aos judeus hoje em
dia, não por causa de Rom. 1:16, “primeiro do judeu”, mas por causa de Rom. 10:14-15. Se
compartilharmos com Paulo o desejo de ver Israel salvo, também compartilharmos com o
judeu as boas novas de Jesus. Quem leva o evangelho aos perdidos (sejam judeus, sejam
gentios) tem pés formosos nos olhos de Deus.

O que é a atitude de Israel acerca de Jesus hoje em dia? A resposta achamos em vs. 16
e Isa. 53:1, “Quem creu na nossa pregação?” Israel não aceitou Jesus enquanto Ele andou no
mundo (João 12:37-38), nem durante o tempo dos apóstolos e a primeira igreja (Atos 1-7), e
nem hoje os judeus, como nação, aceitam Cristo. Paulo refere-se a Salm. 19:1-4 em vs. 18
para mostrar que pela natureza a Palavra de Deus já foi pregada aos confins da terra, e assim
Israel está sem desculpas.

III. O resultado da rejeição – 10:18-21


O resultado da rejeição de Cristo pelo Israel é que o evangelho está sendo levado aos
gentios e Deus está separando um povo Seu deles (Atos 15). Isto não é supremo porque Deus
revelou em Deut. 32:21 o Seu plano de usar outras nações para provocar Israel a ciúmes. Isa.
65:1-2 mostra que Israel seria rebelde, e que os gentios buscariam Deus e a Sua salvação.
Vamos lembrar que o Velho Testamento falou da salvação dos gentios, mas nunca colocou o
gentio no mesmo nível de judeus diante de Deus. O Velho Testamento ensinou a salvação dos
gentios pela exaltação de Israel. Mas Israel não foi exaltado, mas caiu e assim, que é que Deus
vai fazer com os gentios? Paulo mostra em Romanos, cap. 9-11, que pela caída de Israel
misericordioso veio aos gentios (11:11). “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência,
para com todos usar de misericórdia.” (11:32).

Rom. 10:21, mostra a atitude de Deus para com os judeus hoje em dia. Os judeus estão
cegos e incrédulos (II Cor. 3:15, 4:6) (Rom. 11:25), mas Deus deseja a salvação dos judeus
tanto como os gentios. Vamos não esquecer que os judeus nos deu a Bíblia e o Salvador, e até
pela sua queda, salvação veio aos gentios.

Para fazer um relatório deste capítulo, basta dizer três coisas:

1. Salvação não é difícil e é para todos. “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo.”
2. É absolutamente necessário PREGAR A PALAVRA DE DEUS para um pecador ser
salvo.
3. Há somente dois tipos de religiões no mundo: 1). Justiça pela fé; 2). Justiça pelas obras.
26

Capítulo 11

Tema: A redenção de Israel

Neste capítulo vamos ver o futuro de Israel e receber a resposta da pergunta “Deus tem
abandonado Seu povo Israel permanentemente, ou ainda há esperança para a redenção e
recuperação deste povo?”

I. A prova pessoal – 11:1

“Também sou israelita”, diz Paulo para mostrar que sua salvação é uma prova que
Deus ainda salva o judeu. A salvação de Paulo é um exemplo (I Tim. 1:16), para todos que
querem aprender, que Deus ainda salva o judeu e que vai salvar muito mais no Milênio.

A salvação de Paulo não é um exemplo para a salvação dos gentios hoje em dia, mas
para a salvação dos judeus quando Cristo vier.

Paulo viu Cristo glorificado e ouviu Suas Palavras pessoalmente. Paulo era incrédulo e
rebelde e perseguia os crentes em Cristo.

Zacarias diz que os judeus, “olharão para mim, a quem traspassaram.” (Zac. 12:10)
Em Apoc. lemos que, “Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos
transpassaram, e todas as tribos da terra lamentarão sobre Ele. Sim. Amém.” (Apoc. 1:7).

Em I Cor. 15:8, Paulo diz que era, “como um abortivo”, porque ele foi salvo centenas
de anos antes da salvação da nação de Israel que só vai acontecer depois da vinda de Cristo.

II. A prova histórica – 11:1, 10:10-18


Para mostrar que Deus sempre teve um remanescente até nos tempos de grande
incredulidade na parte dos judeus. Na Bíblia sempre achamos Deus usando e abençoando
aquele remanescente fiel. Um exemplo achamos em Isa. 1:9. Sempre a maioria abandonou a
fé e Deus usou o remanescente para começar de novo com Seu plano para Israel.

Vs. 5 nos diz que Deus está salvando judeus hoje em dia. Se Deus estivesse salvando
judeus hoje em dia apesar de cegueira deles, é claro que salvará muito mais do Seu povo
naquela época que vem quando Israel virá de novo a glória de Deus, mas esta vez manifestada
em Jesus.

III. A prova dispensativa – 11:11-24

Paulo mostra nesse trecho que Deus tem um propósito dispensativo para permitir a
queda de Israel, o de salvar os gentios. Pela queda de Israel, Deus agora condena todos os
homens debaixo do pecado e assim trata todos iguais, seja judeu, seja gentio. Paulo agora nos
faz lembrar que se a queda dos judeus trouxeram tão grandes bençãos a restauração deste
mesmo povo, traria uma benção de vida dentre os mortos (vs. 15).

A parábola da oliveira (vs. 16-24) está falando das nações dos judeus e gentios e não
de individuais. Israel é a oliveira que não produziu fruta. Deus quebrou alguns ramos e
27

enxertou ramos do zambujeiro (gentios). Este enxerto foi contra a natureza (vs. 24) porque
geralmente o mais forte dos ramos está enxertado na mais fraca oliveira para melhorar. Deus
fez o contrário para mostrar a Sua misericórdia salvando os gentios, e para mostrar a sua ira
CORTANDO OS JUDEUS. Os gentios não podem ser orgulhosos porque pode cortá-los
também em qualquer momento de desobediência .

Lembra-se que esta verdade é nacional, porque Deus nunca cortará um verdadeiro
crente e o lançar fora. “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” (João 6:37).

IV. A prova bíblica – 11:25-36

Neste cap. Paulo já usou muitos trechos do Velho Testamento, mas agora ele usa Isa.
59:20-21, Isa. 27:9, e Salm. 14:7 para mostrar que o Velho Testamento prometeu um Messias
com poder de restaurar Israel.

Vs. 27 refere-se ao pacto de que Deus falou em Jer. 30:31-34. É um pasto que Deus
vai cumprir durante o milênio, quando Israel aceitará Jesus como Salvador e será restaurado à
sua posição exaltada na obra de Deus. Embora os judeus parecem inimigos de Deus hoje em
dia, eles estão ainda amados nos olhos de Deus por causa do pacto que Deus fez com seus
antepassados. Homens mudam, mas vs. 29 mostra que é impossível para Deus mudar ou
desfazer Suas promessas (Tia. 1:17).

Em vs. 30-32, Paulo usa o exemplo dos gentios que antes rejeitaram Jesus mas que
agora estão aceitando-O pela fé para mostrar que os judeus ainda a misericórdia de Deus a
aceitarão o Salvador. Deus concluiu judeus e gentios debaixo do pecado e assim pode salvar
ambos pela Sua graça.

Depois de pensar sobre o plano maravilhoso de Deus para a salvação de Israel, Paulo
canta um hino (vs. 33-36) de louvor a Deus.
28

Capítulo 12

Tema: A consagração do crente

Cap. 12 começa a quinta e última divisão de Romanos – Serviço (caps. 12-16). Agora
vamos aprender como por em prática o que já aprendemos. Neste capítulo o apóstolo nos dá
quatro retratos do crente.

I. Um sacrifício no altar – 12:1-2

O verdadeiro serviço do crente com uma dedicação pessoal ao Senhor.

O crente que falha em sua vida cristã é o crente quem primeiro falhou diante deste
altar negando de render complemente a Cristo. O Rei Saulo no Velho Testamento falhou
diante do altar ( I Sam. 132:8-13) (I Sam. 15:10-22) e perdeu seu reino.

O motivo que Paulo usa para exigir esta dedicação é o de amor. Paulo não manda
apresentar os nossos corpos, mas ele implora o crente fazer isso. Nós não servimos Cristo
para ganhar os Seus dons; nós já temos tudo (Rom. 3:21, 8:39) e nós O servimos por amor e
gratidão.

Verdadeira dedicação a Deus é apresentar corpo, mente, e vontade a Deus cada dia.
Não é somente um ato de levantar sua mão no culto ou fazer uma decisão. Dedicação é
entregar diariamente a Deus nossos corpos e receber a renovação do nosso entendimento.

Cada crente está ou CONFORMADO no mundo e vivendo nele, ou


TRANSFORMADO e diariamente se tornando mais e mais como Cristo (santificação). (II
Cor. 3:18) A palavra “transformar” é a mesma que está traduzida “transfigurar” em Mat. 17:2
quando Cristo transfigurou-se diante dos apóstolos Pedro, Tiago e João.

Quando o crente está dedicado a Deus nesta maneira vai aprender o que é a vontade de
Deus para si mesmo. Deus não tem 3 vontades, mas nós crescemos no entendimento da
vontade de Deus. Alguns crentes servem a Deus porque acha Sua vontade BOA e tem o medo
de desobedecer. Outros crentes servem a Deus porque acham a vontade de Deus
AGRADÁVEL. Mas a dedicação total do crente a Deus o faz achar a vontade de Deus
PERFEITA para sua vida.

Todos os crentes são SACERDOTES de Deus (I Ped. 2:5) e o primeiro sacrifício que
devemos oferecer a Deus é o nosso corpo.

II. Um membro do corpo – 12:3-8

Nosso serviço na igreja do Senhor começa com dedicação pessoal (vs. 1-2) e depois
devemos fazer uma avaliação dos dons espirituais que temos vs. 3). Nossos dons não são
iguais em todos os crentes mas todos estes dons vieram do Espírito Santo e devemos usá-los
para a honra e glória de Deus. Cada crente deve usar seus dons conforme a medida da fé (vs.
3) e Segunda a graça que nos é dada (vs. 6)

Agora Paulo mostra 7 ministérios:


29

1. Profetizar – I Cor. 14:3


2. Ministrar – que refere-se aos diáconos
3. Ensinar – II Tim. 2:1-2
4. Exortar - pessoas a servir o Senhor
5. Repartir – Atos 5
6. Presidir – na igreja
7. Exercer misericórdia – às pessoas com necessidades

Efésios 4 apresenta os homens que Deus deu à igreja como : apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores, e doutores. Rom. 12 e I Cor. 12 apresenta os dons que estes homens e
cada crente tem. É muito perigoso não usar os dons de Deus para Sua glória. (II Tim. 1:6). Os
12 homens de Atos 19:1-7 foram ignorantes do Espírito e os Seus dons; e os 7 homens de
Atos 19:13-16 tentaram falsificar os dons de Deus. Os dois grupos não ganharam nada.

III. Um irmão na família – 12:9-13

Cada crente tem seu serviço a Deus mas também tem que tratar o seu irmão na família
de Deus com amor. O amor deve ser honesto e sem hipocrisia (I João 3:18). Devemos
aborrecer o mal e amar o bem ( Salm. 97:10).

Ser fervoroso no Espírito significa na língua grega, “iluminar com poder”. As


características do amor aqui parecem som os frutos do Espírito em Gal. 5:22-23.

Crentes na igreja devem cuidar uns dos outros e compartilhar seus bens com aqueles
que tem necessidade. Em vs. 13, “segui a hospitalidade” quer dizer que devemos fazer força
para ajudar “sem murmuração”. (I Ped. 4:9)

IV. Um soldado na batalha – 12:14-21

Junto com as suas bençãos, o crente tem as suas lutas, e Paulo agora vai nos ensinar
como lutar com aquelas pessoas quem são os inimigos da palavra de Deus. Devemos abençoar
nosso inimigos e não amaldiçoá-los (Mat. 5:10-12). Nenhum crente deve cair no pecado do
mundo porque a sua vida não está reta diante de Deus (I Ped. 2:11-25). O crente deve Ter
simpatia (12:15) e humildade (12:16) porque o egoísmo e orgulho sempre fazem problemas.
O crente nunca deve vingar-se porque “minha é vingança, diz o Senhor.” (12:19).

Nenhum crente pode viver para si mesmo conforme a Rom. 14:7-8 e devemos viver
em paz com todos os homens. Naturalmente não podemos ganhar paz a qualquer preço porque
não podemos permitir pecado ou heresia entrar em nossas igrejas. Devemos seguir o conselho
de Mat. 5:38-48 e assim podemos ser pacificadores (Mat. 5:9).

Em vs. 19-21, Paulo refere-se a Prov. 25:21-22 e Deut. 32:35. Veja também Heb.
10:30. A idéia aqui é que o crente já entregou tudo ao Senhor (12:1-2) e agora o Senhor tem a
responsabilidade de cuidar do crente e até lutar no seu lugar nas batalhas da vida. Precisamos
Ter sabedoria (Tia. 1:5) para lutar contra os inimigos da cruz porque podemos perder o nosso
testemunho ou cair no pecado de compromisso. Várias vezes Paulo usou s lei Romana para
ajudar na sua luta contra os inimigos de Deus (Atos 16:35:-40), mas ainda aceitou até a prisão
e a morte para ganhar alguns a Cristo. Se praticarmos diariamente Rom. 12:1-2, temos certeza
que Deus vai nos ajudar obedecer o que está escrito em vs. 3-21.
30

Capítulo 13

Tema: Obrigação às autoridades

Apesar do fato que o crente não mais pertença a este mundo pela salvação em Cristo,
ele ainda tem a responsabilidade ao governo. O melhor cidadão deve ser o crente. A igreja
não deve mexer nas coisas políticas, mas o crente deve exercer o seu privilégio como cidadão.
Grandes homens como José e Daniel tiveram ministérios espirituais e ainda trabalharam nos
governos dos incrédulos. O Espírito ainda pode usar crentes dedicados para fazer só a
responsabilidade de votar ou até ser presidente da república . Neste capítulo Paulo nos dá
QUATRO MOTIVOS para obedecer o governo humano.

I. O motivo da ira – 13:1-4


O governo é um terror somente aos homens maus e não aos bons. Hoje em dia, quem é
crente e obedece a Bíblia não tem razão a temer o governo. As vezes é impossível respeitar o
homem mas sempre devemos respeitar o seu cargo. E não esquecer que o evangelho pode
penetrar nos homens no governo como o tesoureiro Erasto (Rom. 16:23) e até oficiais do
presidente ou rei (Fil. 4:22)

Se, por acaso, o governo está complemente contrário a Cristo devemos lembrar Atos
5:29, “Mas importa obedecer a Deus do que aos homens.”

Deus não mandou Sua igreja neo-testamentária lutar com a espada como Ele mandou
Seu povo lutar no Velho Testamento. Deus fundou somente três instituições neste mundo: o
lar (Gen. 2), a igreja (Mat. 16:18), e o governo humano (Gen. 9). Cada um tem sua
responsabilidade e não pode fazer o serviço do outro. Quando os serviços estão misturados,
sempre há confusão e problemas.

II. O motivo da consciência – 13:5-7


Medo não é um bom motivo para a obediência do crente, um motivo mais exaltado é
uma consciência que o Espírito Santo controla. O crente sentir o Espírito testificando à sua
consciência (Rom. 9:1) e se o crente desobedecer o Senhor, ele deveria sentir o Espírito
tocando na sua consciência. O incrédulos tem uma consciência má em que não pode se
confiar, mas o crente tem uma boa consciência ( I Tim. 1:5). Infelizmente a pessoa que está
sempre desobediente e não aceita o conselho do Espírito Santo pode contaminar sua
consciência (Tito 1:15), cauterizar sua consciência ( I Tim. 4:2), e rejeitar a sua consciência
(I Tim. 1:19). A Bíblia nos ensina nestes versos que devemos pagar nossos impostos e
tributos e que devemos honrar os oficiais. Veja I Ped. 2:17. Nós louvamos só Deus, mas
podemos honrar quem merece honra neste mundo.

III. O motivo de amor – 13:8-10

Agora Paulo aumenta o círculo para incluir, não somente os oficiais do governo, mas
todos nossos próximos. Lembre-se que a definição do próximo no Novo Testamento não
tenha nada a ver endereços ou geografia. Em Lucas 10:29, o advogado perguntou, “E quem é
o meu próximo?” Na parábola do bom samaritano (Lc. 10:30-36), Jesus formulou uma
pergunta, “Qual, pois, deste três te parece que foi o próximo daquele...?” Não pergunte
31

“Quem é o meu próximo?” mas “Para quem posso ser o próximo para a glória de Cristo?”
Não é uma questão da lei, mas de amor e isto é o assunto de Paulo aqui.

Enquanto o crente vive embaixo da lei do governo humano, ao mesmo tempo vive
embaixo de uma lei superior como cidadão do céu: O lei de amor. De fato, amor é o
cumprimento da lei, porque amor no coração nos habita obedecer as exigências da lei. O
marido não trabalha todo o dia porque a lei mata sustentar sua família mas porque ele ama.
Onde há amor assassínio, cobiça, desonestidade, e o resto.

Note que Paulo não fala nada do Sábado; isto foi uma parte do código cerimonial dos
judeus e nunca aplicado aos gentios ou à igreja. Nove dos dez mandamentos estão repetidos
no Novo Testamento para crentes obedecer, mas o mandamento sobre o Sábado não está
repetido.

Certamente muitas vezes é difícil amar aqueles quem rejeitam o evangelho e zombam
de nosso testemunho, mas este amor pode vir do Espírito Santo (Rom. 5:5) e toca nos
corações deles. “O amor nunca falha (I Cor. 13:8)”. Pode ganhar mais almas através do amor
do que através do amor do que através de discussões. O crente que anda melhor possível
cidadão.

IV. O motivo de devoção ao Salvador – 13:11-14

Agora temos alcançado o pico dos motivos: de temor à consciência ao amor à devoção
a Cristo. “A nossa salvação” está mais perto no senso que a vinda de Cristo para a igreja está
mais perto hoje do que nunca. Usando a palavra “salvação”, Paulo quer dizer a benção total
que teremos quando Cristo vier – corpos novos, um lar novo, e assim por diante.

Os crentes pertencem à luz, não ao dia. Eles devem ser acordados e alertos,
comportando-se como aqueles quem já viram a luz do evangelho (II Cor. 4). Além disso,
nenhum crente quer estar acado no pecado quando Cristo vier!” “O dia é chegado!” (Veja
também Heb. 10:25).

Vs. 14 nos dá uma responsabilidade dupla: positivamente, “revesti-vos do Senhor


Jesus Cristo” – isto é, faça Cristo uma parte da sua vida diária; negativamente, “não tenhais
cuidado da carne” – isto é, evite deliberadamente aquilo que seduza ao pecado. Pensando em
Cristo e sua vinda, é nossa responsabilidade viver vidas sóbrias, espirituais, e limpas.

Os últimos dias serão dias de iniquidade (veja II Tim. 3 e I João 3:4). Ficará mais e
mais difícil para o crente dedicado a manter seu testemunho. Governos ficarão mais e mais
Anti-Bíblicos e Anti-Cristo, até o Anti-Cristo une todo o mundo num sistema satânico para
opor a verdade. Leia II Tim. 3:12, 4:5 para aprender o que Deus espera de nós nestes últimos
dias. Que sejamos fiel a Ele!
32

Capítulo 14

Tema: Relacionamento aos irmãos


Romanos 14:1 ; 15:7 trata o problema de “coisas duvidosas” na vida cristã. Paulo
reconhece que em cada igreja local há os crentes maduros (“Nós que somos fortes” 15:1) e
também os crentes fracos (“o que está enfermo na fé” 14:1), e que estes dois grupos
naturalmente não concordariam sobre práticas na vida do crente. Os crentes judeus podiam
querer ser fiel aos dias santos e às leis dietéticas do Velho Testamento, enquanto os crentes
gentios poderiam virar a liberdade cristã em licença, ou permissão, e ofender seus irmãos
judeus. Muitos crentes tem a noção falsa que o legalismo extremo (observando dias e dietas)
mostra uma grande fé, mas Paulo declara que é justamente o contrário! É o crente maduro na
fé que compreende que Col. 2:1823 é verdade.

Na igreja hoje temos diferenças de opiniões sobre práticas duvidosas, como


divertimento do mundo; Paulo nos mostra como enfrentar e resolver estas diferenças. Ele não
dá uma lista de regras, mas dá 6 princípios básicos que o crente de todas as idades podem
seguir. Podemos dar estes princípios na forma de perguntas e provar nossas próprias vidas.

I. Eu estou inteiramente persuadido? 14:1-5

Crentes não devem agir somente de emoção, mas de convicções firmes no íntimo, o
resultado de oração e do estudo da Palavra. Não haverá discussões se cada crentes agir de
convicção. O crente mais forte não deve desprezar o mais fraco por sua imaturidade; nem o
mais fraco deve julgar o irmão mais forte. Deus tem recebido os dois em Cristo, e devemos
receber um ao outro. Nossas vidas estão dirigidas por Ele, não por idéias e julgamentos dos
homens. O crente maduro sabe porque ele faz o que ele faz, ou evita certas práticas; e essas
convicções controle a sua vida.

II. Estou fazendo isto para o Senhor? 14:6-9

“Estou vivendo a minha própria vida” é uma frase que o crente nunca deve falar
porque pertencemos ao Senhor enquanto estamos vivos e também depois de morrer. Jesus é o
Senhor e devemos fazer tudo para agradá-lo. O crente que pratica coisas desagradáveis ao
Senhor não pode dizer que está praticando estas coisas “para o Senhor” (vs. 6) porque
realmente está praticando estas coisas “para si mesmo”.

III. Isto agüenta a prova no tribunal de Cristo? 14:10-12

Não podemos julgar nossos irmãos “porque todos nós devemos comparecer antes o
tribunal de Cristo, para que cada um receba o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou
mal.” (I Cor. 5:10). Isto não é o juízo do Trono Branco de Apoc. 20 porque o crente não pode
ser mais julgado com referência a sua salvação, mas estas provas vão determinar quanto
galardão o crente vai receber. (I Cor. 3:12-15) Eu não vou dar relatório da vida do meu irmão
não posso a condenar hoje. Todos os crentes devem andar neste mundo numa maneira que
glorificará Cristo e ganhará galardão depois do fim desta vida.

IV. Eu estou causando meu irmão tropeçar? 14:13-21


33

Há uma pessoa no mundo que podemos julgar; podemos julgar nossas próprias vidas
para saber se estamos fazendo outros crentes cair. O crente está permitido fazer quase tudo,
mas as vezes nós deixamos de fazer uma coisa grave ser responsável para o tropeço dum
irmão. Em Marco 9:33-50 a palavra “escandalizar” significa “causar de cair”.
A vida cristã é mais que comida e bebida; é paz, alegria, e justiça que vem do Espírito
Santo. Nosso alvo não deve ser o de gratificar a nossa carne, mas o de edificar os nossos
irmãos em Cristo. (I Cor. 10:23).

V. Estou fazendo isto pela fé? 14:22-23

Se existe algumas dúvidas sobre os seus costumes, o crente não pode gozar alegria e
paz na sua vida cristã. Vs. 23 nos ensina que estamos condenados se fizermos qualquer coisa
sem fé. O crente que faz qualquer coisa com dúvidas no seu coração está se condenando, e
também condenando o que está fazendo porque suas dúvidas mostra que está errado. O que
não é da fé é pecado. “Se há dúvidas, não faça” é uma boa regra para a vida do crente.
Ninguém beberia água ou leite contaminado ou comeria comida envenenada, mas muitos
crentes praticam coisas que até parecem erradas nos olhos do mundo, e nunca reconhecem o
fato que está pecando diante de Deus.

VI. Estou agradando a mim mesmo ou os outros? 15:1-7

Os crentes mais fortes devem ajudar os irmãos mais fracos e tentar fortalecer a sua fé.
Devemos seguir o exemplo de Cristo e tratar de agradar o nosso próximo e não a nós mesmos.

A conclusão de Paulo está em vs. 7 quando ele ensina que devemos receber outros
como Cristo nos recebeu.
34

Capítulo 15

Tema: Obreiros de Deus

Este capítulo trata o assunto de judeus e gentios como obreiros na igreja, e dá três
ministérios que nós devemos reconhecer e entender.

I. O ministério de Cristo aos judeus e gentios – 15:8-13

Cada aluno da Bíblia deve reconhecer o ministério duplo de Cristo – primeiro aos
judeus e depois aos gentios. Quando Cristo nasceu, Deus anunciou a Sua vinda aos judeus e
mostrou que a Sua vinda cumpriu muitas promessas do Velho Testamento. (vs. 8).

Os judeus rejeitaram seu Messias pelo menos três vezes:

1. Os judeus permitiram o rei Herodes matar o mensageiro de Deus, João o Batista.

2. Os judeus pediram a morte de Jesus.

3. Os judeus mesmo mataram Estevão.

No livro de Atos lemos que o evangelho foi sempre “primeiro ao judeu”. Se Israel
tivesse aceito Jesus, o reino teria sido feito e as bençãos de Deus teriam estado derramadas
sobre os gentios pelos evangelistas judeus. Paulo já mostrou em Romanos cap. 9-11 que pela
queda de Israel os gentios recebem o evangelho.
Em vs. 9-11 notamos que os gentios ouvem a Palavra (Salm. 18:49); os gentios
regozijam com os judeus (Deut. 32:4); os gentios louvem Deus (Salm. 117:1); e os gentios
aceitam Cristo e gozam o Seu reino (Isa. 11:10).

Este trecho é um bom relatório da história de Israel: vs. 9 (Atos 10-14) os judeus
testificaram aos gentios; vs. 10 (Atos 15-28) judeu e gentio participam juntos na igreja; vs. 11
(Atos 28) Israel finalmente foi abandonado por Paulo e os gentios foram colocados no lugar
proeminente no programa de Deus (veja Efésios e Colossenses; vs. 12 o futuro reino dividido
entre judeus e gentios.

Vs. 13 nos mostra que não temos que esperar para receber as bençãos do futuro reino,
mas podemos recebe-las agora mesmo pelo Espírito Santo.

II. O ministério de Paulo aos judeus e aos gentios – 15:14-22

Paulo está ansioso dizer que ele é apóstolo aos gentios, e em vs. 16 Paulo é um
sacerdote do Novo Testamento e o seu sacrifício que oferece a Deus é cada gentio que aceita
Jesus como Salvador.

O ministério de Paulo teve uma mensagem especial (vs. 16) “o evangelho de Deus”,
(vs. 18-19) milagres, (vs. 20) um método especial de levar o evangelho onde ninguém nunca
levou antes. Paulo era pioneiro: ele não misturou a lei e a graça, fé e obras, nem Israel e a
igreja, como muitos “lideres Cristãos” fazem hoje em dia.
35

Paulo foi impedido ir a Roma, não pelo satanás, mas pela necessidade de pregar o
evangelho em muitos lugares onde nunca foi anunciado antes. O fato de Paulo estar pronto a
pregar em Roma indica que nenhum outro apóstolo pregou em Roma antes (como Pedro)
porque Paulo pregou nos lugares onde ele foi o primeiro.

III. O ministério das igrejas dos gentios aos judeus – 15:23-33

Paulo desejou ir a Espanha e muitos acham que ele foi. Mas agora encontra-mos
Paulo pronto para levar uma oferta a Jerusalém para ajudar os pobres crentes judeus. Esta
oferta foi dada pelas igrejas dos gentios. ( I Cor. 16 e II Cor. 8-9) . Paulo oferece várias razões
porque os gentios deram esta oferta:

1. Obrigação espiritual: vs. 27

Os gentios tendo recebido todas as suas bençãos espirituais pelos judeus agora querem ajudar
os judeus com coisas materiais.

2. Amor pessoal

Paulo ainda teve uma grande compaixão para os judeus e com esta oferta foi possível mostrar
o seu amor.

3. Unidade Cristã – vs. 31

Alguns dos judeus não ficaram satisfeitos com os gentios na igreja (Atos 15) e esta oferta
ajudou justamente aqueles irmão judeus que reclamaram.

Apesar de não ficar debaixo da responsabilidade de levar o evangelho “ao judeu primeiro”
hoje em dia, nós ainda temos a responsabilidade de evangelizar o judeu junto com os outros
povos deste mundo (Mat. 28:18-20). Nenhum crente deve sentir alguma coisa contra o judeu.
Como uma nação sabemos que os judeus não vão converter-se mas alguns judeus vão
converter pela pregação do evangelho.

Paulo esperou problemas com os judeus incrédulos, e justamente os problemas vieram (Atos
21:15).
36

Capítulo 16

Tema: Saudações aos Irmãos

Esta lista de nomes mostra que Paulo amou os crentes e estavam interessado nas suas
vidas e obras. Estas pessoas sem dúvida, foram pessoas convertidos no ministério de Paulo
em outras cidades, e que mudaram para Roma; lembra-se que Paulo nunca visitou Roma
antes. Como Jesus conheceu as ovelhas, Paulo também conheceu os seus convertidos.

I. Saudações a alguns irmãos – 16:1-6

Parece que os crentes de Roma não reuniram num lugar só, mas em vários casa. (vs.
5,10,11 e 15) Não existia “a igreja em Roma” no sentido, por exemplo, de I Tess. 1:1 “A
igreja dos Tessalonicenses”. Parece que Febe viajou para Roma trazendo a carta contigo. O
conselho de Paulo é recebe-la e ajudá-la. É pena que todos os crentes de hoje em dia não
praticam este conselho com os nossos irmãos.

Mais uma vez encontramos Priscila e Áquila, aqueles amigos amados de Paulo em
Atos 18:2-28, I Cor. 16:19, e II Tim. 4:19. Eles saíram de Roma por causa da perseguição e
assim entraram com Paulo em Corinto. Agora os dois estão tentando fundar uma igreja em
sua casa em Roma. Nós não sabemos quando foi que eles salvaram a vida de Paulo, mas graça
a Deus que salvaram este grande servo de Deus.

Nove irmãos estão mencionadas neste cp. : Febe (16:1); Priscila (16:3); Maria (16:6);
Trifosa (16:12); Pérsida (16:12); a mãe de Rufo (16:13), Julia (16:15), a irmã de Nereu
(16:15). Esta lista mostra o interesse de Paulo nas mulheres das igrejas. Ele conheceu o fato
que as mulheres podem ser grandes obreiras na obra do Senhor. Deus nunca chamou uma
irmã para pregar o evangelho, mas muitos pastores, evangelistas, e diáconos já receberam
muita ajuda das suas esposas e outras irmãs da igreja.

Em vários versos Paulo refere-se aos seus parentes (7,11,12) que não significa
parentes de sangue mas significa outros judeus, possivelmente da tribo de Benjamim.

II. Alguns pecadores a Evitar – 16:17-20

Paulo estava cônscio do perigo às igrejas de permitir pecado entrar no seu meio.
Crentes devem perdoar o seu irmão e ama-lo, mas pecado contra a igreja tem que ser
resolvido pela disciplina da igreja. Crentes que tem suas vidas cheias de pecado não podem
ser aceitos como membros da igreja do Senhor. Devemos “notar” eles. Na língua original esta
palavra quer dizer “fique olhando”. Então devemos notar bem os desordeiros e encrenqueiros
que gostam de correr de uma igreja para outra fazendo problemas.

III. Alguns servos a honra – 16:21-24

Nem todo mundo pode ser um Paulo, mas todo mundo pode ajudar no ministério. Aqui
há uma lista dos grandes lutadores que ajudaram Paulo: Timóteo, o filho na fé de Paulo e um
servo de Deus (Fil. 2:19-22). Lúcio, que ajudou Paulo desde o princípio em Antioquia (Atos
13:1). Jason viajou com Paulo de Tessalônica (Atos 17:5-9) e Sosípatro era de Bereia (Atos
20:4). Paulo amou estes homens e sem sua ajuda o ministério dele não teria sido eficaz.
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Tercio escreveu esta carta para Paulo, e sem dúvida era bem conhecida em Roma
sendo nascido romano.

Gaio pode ser o Gaio de Atos 19:29 ou talvez aquele de Derle (Atos 20:4). Com
certeza é o Gaio de I Cor. 1:14 que Paulo batizou durante seu ministério em Corinto.
Provavelmente Paulo estava hospedado na casa dentre irmão porque escreveu esta carta de
Corinto.

Erasto, o tesoureiro da cidade de Roma, é um exemplo do poder do evangelho, porque


poucos oficiais querem pensar de Deus.

“O irmão Quarto”, mostra que homens simples e sem grande talento podem ser servos
de Deus também.

Paulo sempre assinou suas cartas com sua “assinatura de graça” (II Tess. 3:17-18) e
aqui assina na mesma forma. É bem possível que apesar da vista aflita Paulo escreveu versos
desta carta. Os profetas de vs. 26 são profetas do Novo Testamento pelos quais Deus revelou
as verdades da igreja e o evangelho da graça. Atos 13:1, 15:32, 21:10 ; I Cor. 12:28-29,
14:29-32 ; Ef. 2:20, 3:5, 4:11. Que vs. 27 seja cumprido em nossas vidas”!

Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos - Março 2002

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