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LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA

CONTABILIDADE

PROF. LÚCIO LIMA

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 1


Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.

Mario Quintana

Ao planejar esta apostila levei em consideração alguns anos ensinando


em escolas, cursinhos e capacitações. Não pretendo que seja um manual, mas
sim que venha aclarar em momentos nebulosos as principais dúvidas que
surjam no meio de nosso percurso semestral. Que seja um material para
consulta e o início de um despertar para a língua portuguesa vista agora com
outro olhar. As aulas não serão realizadas como uma seqüência do Ensino
Médio, mesmo porque o objetivo desta disciplina, como seu próprio nome já
nos diz, é de que sejam trabalhados: Linguagem, Trabalho e Tecnologias.
Serão momentos de reflexão sobre comunicação, mercado de trabalho e as
novas tecnologias, para que, findado o curso, você, educando, possa ter
efetivamente real oportunidade de adequar o que aprendeu afim de que o
ingresso no mercado de trabalho seja uma realidade bem próxima. É
importante frisar que este material é feito por meio de uma seleção de textos
sucintos, um breve ensaio para uma abordagem mais autoral do assunto no
vindouro semestre.

Desejo a todos um ótimo semestre de muito trabalho e sucesso!

PROF. LÚCIO LIMA

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COMUNICAÇÃO

Comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam entre si informações.


São elementos nucleares do ato comunicativo: o emissor, o receptor (―os seres humanos‖) e a
mensagem (―informações‖). Em qualquer ato comunicativo encontramos alguém que quer
transmitir a outrem dada informação.

Além destes três elementos é preciso considerar outros três: o código, o canal e o
contexto. Nenhum ato comunicativo seria possível, na ausência de qualquer um desses
elementos. De fato, é necessária a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um que emita,
outro que receba; algo tem de ser transmitido pelo emissor ao receptor; para que o emissor e o
receptor comuniquem é necessário que esteja disponível um canal de comunicação; a
informação a transmitir tem que estar "traduzida" num código conhecido, quer pelo emissor,
quer pelo receptor; finalmente todo o ato comunicativo se realiza num determinado contexto e é
determinado por esse contexto.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

O esquema da comunicação, atrás descrito, pode ser representado da seguinte forma:

Contexto
Código
Emissor —> Mensagem —> Receptor
Canal

ATIVIDADE:

Leia o texto a seguir:

PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO

É muito comum casais terem problemas de comunicação, porque as mulheres nunca


dizem claramente o que querem. E os homens não se esforçam para entender. A história
abaixo ilustra bem isso.

A mulher, querendo um carro esporte novo, virou-se para o marido e disse: - Meu
amor, meu aniversário está chegando... Quero um presente surpresa. Para te ajudar vou te dar
uma dica: Quero algo que vá de zero a cem em menos de 5 segundos. Pode ser de qualquer
cor.

No dia do aniversário ela ganhou uma balança de banheiro novinha, cor-de-rosa!

O marido ainda está desaparecido...

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
- Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar um
sistema de signos;

- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto


estruturado de informação) de cada pessoa;

- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se a
sua mensagem foi captada pelo receptor.

LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm


graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas
mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar
as palavras);

LINGUAGEM NÃO-VERBAL: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os


movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes:
são os elementos não verbais da comunicação.

Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para


outra e de época para época.

A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-verbal pode ser uma


reação involuntária ou um ato comunicativo propositado.

Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de regular e
encadear as interações sociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais.

a) expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua
expressão fisionômica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas
muitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.

b) movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar


fixo pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contesto pode significar ameaça
provocação.

Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode transmitir a idéia de
submissão como a de desinteresse.

c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.

d) postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais


seguras do que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.:
inferiores hierárquicos adotam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus superiores,
que tendem a mostrar-se descontraídos.

e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz)


revela-se importante no processo de comunicação. Uma voz calma geralmente transmite
mensagens mais claras do que uma voz agitada.

f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmente o tipo de imagem que ela
gostaria de passar. Através do vestuário, penteado, maquiagem, apetrechos pessoais, postura,
gestos, modo de falar, etc., as pessoas criam uma projeção de como são e de como gostariam

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de ser tratadas. As relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros
a sua projeção particular e se os outros os respeitarem essa projeção.

Conclusão: na interação pessoal, tanto os elementos verbais como os não-verbais são


importantes para que o processo de comunicação seja eficiente.

Alguns falantes, por não ouvirem direito, ou por não possuírem determinadas
informações culturais, alteram algumas expressões, provocando efeito de sentido muito
engraçados:

 Casa germinada Casa gêmea, portanto, casa geminada


 O diabo aquático Diabo a quatro
 Nervos da cor da pele Nervos à flor da pele
 Isso não é da minha calçada ..........................................................
 No meu modo de vista ..........................................................
 Conheço como a palma da minha mãe ..........................................................
 Ponho minha mãe no fogo ..........................................................
 Ele é muito presuntoso ..........................................................
 Bife de sete cabeças ..........................................................
 Sistema de esquecimento central ..........................................................
 Garagem mediterrânea ..........................................................
 Armário enrustido ..........................................................
 Terreno baldinho ..........................................................
 Faca de dois legumes ..........................................................
 Luta por moradinha ..........................................................
 Adoçar o cheque ..........................................................
 Assustar o cheque ..........................................................
 Depois da tempestade vem a ambulância ..........................................................
 Perdeu a lição do tempo ..........................................................
 Distrair o dente do cisne ..........................................................
 Sou meigo no assunto ..........................................................
 Matar dois coelhos com uma caixa d´água só ..........................................................
 Tito de leitor ..........................................................

Outros, por costume de não se preocupar com a pronúncia correta, acrescentam letras
às palavras ou as tiram e outras alteram letras dependendo da dificuldade que
encontram em pronunciar corretamente.

Adevogado Advogado poblema problema

Pissicólogo Psicólogo cascar descascar

Indentidade Identidade rezistro registro

Intaliano Italiano cabeleleiro cabelereiro

Capitar Captar tito título

Gaufo garfo baudo balde

Aspéquito aspecto corrúpito corrupto

Tequinólogo tecnólogo caraquiterizado caracterizado

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BARREIRAS À COMUNICAÇ ÃO EFICAZ

1. Sobrecarga de Informações: quando temos mais informações do que somos capazes de


ordenar e utilizar.

2. Tipos de informações: as informações que se encaixarem com o nosso autoconceito


tendem a ser recebidas e aceitas muito mais prontamente do que dados que venham a
contradizer o que já sabemos. Em muitos casos negamos aquelas que contrariam nossas
crenças e valores.

3. Fonte de informações: como algumas pessoas contam com mais credibilidade do que
outras (status), temos tendência a acreditar nessas pessoas e descontar de informações
recebidas de outras.

4. Localização física: a localização física e a proximidade entre transmissor e receptor


também influenciam a eficácia da comunicação. Resultados de pesquisas têm sugerido que a
probabilidade de duas pessoas se comunicarem decresce proporcionalmente ao quadrado da
distância entre elas.

5. Defensidade: uma das principais causas de muitas falhas de comunicação ocorre quando
um ou mais dos participantes assume a defensiva. Indivíduos que se sintam ameaçados ou
sob ataque tenderão a reagir de maneiras que diminuem a probabilidade de entendimento
mútuo.

COMO MELHORAR A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

A) HABILIDADES DE TRANSMISSÃO

1. Usar linguagem apropriada e direta (evitando o uso de jargão e termos eruditos quando
palavras simples forem suficientes).

2. Fornecer informações tão claras e completas quanto for possível.

3. Usar canais múltiplos para estimular vários sentidos do receptor (audição, visão etc.).

4. Usar comunicação face a face sempre que for possível.

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B) HABILIDADES AUDITIVAS

1. Escuta ativa. A chave para essa escuta ativa ou eficaz é a vontade e a capacidade de
escutar a mensagem inteira (verbal, simbólica e não-verbal), e responder apropriadamente ao
conteúdo e à intenção (sentimentos, emoções etc.) da mensagem. Como administrador, é
importante criar situações que ajudem as pessoas a falarem o que realmente querem dizer.

2. Empatia. A escuta ativa exige uma certa sensibilidade às pessoas com quem estamos
tentando nos comunicar. Em sua essência, empatia significa colocar-se na posição ou situação
da outra pessoa, num esforço para entendê-la.

3. Reflexão. Uma das formas de se aplicar a escuta ativa é reformular sempre a mensagem
que tenha recebido. A chave é refletir sobre o que foi dito sem incluir um julgamento, apenas
para testar o seu entendimento da mensagem.

4. Feedback. Como a comunicação eficaz é um processo de troca bidirecional, o uso de


feedback é mais uma maneira de se reduzir falhas de comunicação e distorções.

C) HABILIDADES DE FEEDBACK

1. Assegurar-se de que quer ajudar (e não se mostrar superior).

2. No caso de feedback negativo, vá direto ao assunto; começar uma discussão com questões
periféricas e rodeios geralmente cria ansiedades ao invés de minimizá-las.

3. Descreva a situação de modo claro, evitando juízos de valor.

4. Concentre-se no problema (evite sobrecarregar o receptor com excesso de informações ou


críticas).

5. Esteja preparado para receber feedback, visto que o seu comportamento pode estar
contribuindo para o comportamento do receptor.

6. Ao encerrar o feedback, faça um resumo e reflita sobre a sessão, para que tanto você como
o receptor estejam deixando a reunião com o mesmo entendimento sobre o que foi decidido.

RUÍDO E REDUNDÂNCIA

Todas as atividades humanas têm uma dimensão econômica, na medida em que visam
obter o máximo resultado com o mínimo de recursos. O mesmo acontece com a atividade
lingüística. Para atingir o máximo de eficácia, num ato de fala, todo o elemento novo deveria
introduzir uma nova informação. Mas, na verdade, não é isso que acontece. Na maioria das
frases é possível encontrar um ou mais elementos que se limitam a repetir informação anterior.
Por exemplo, na frase "Os bons alunos estudam diariamente", a noção de plural é introduzida
no sujeito ("os bons alunos") e repetida na forma verbal ("estudam"). Chama-se a isso
redundância.

O recurso à redundância, que está em contradição com o princípio de economia


referido anteriormente, explica-se pela necessidade de compensar os ruídos na comunicação.

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Designa-se por ruído tudo aquilo que afeta a transmissão de informação.
Exemplos de ruído são, por exemplo, uma voz excessivamente baixa, uma
articulação deficiente, o barulho ambiental... Manchas de tinta cobrindo algumas
palavras, erros ortográficos ou uma caligrafia pouco legível são também ruídos. O
ruído pode Ter origem em qualquer dos elementos da comunicação: emissor,
receptor, canal...

Uma mensagem isenta de redundâncias seria muito econômica, mas teria o


inconveniente de se poder tornar ininteligível com a perda de algum ou alguns dos
seus elementos. É isso que explica o recurso à redundância.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM E INTENÇÃO


COMUNICATIVA

Os atos comunicativos têm sempre uma determinada intencionalidade, que pode ser
mais ou menos consciente. São essas diferentes intenções que temos em mente, quando
falamos em funções da linguagem.

FUNÇÃO INFORMATIVA (OU REFERENCIAL)

O objetivo primeiro do ato de fala (a intenção do emissor) é transmitir informação


sobre algum aspecto da realidade, exterior ou interior. É, de certo modo, a função primária da
linguagem, aquela em que pensamos imediatamente, quando falamos em comunicação. O ato
comunicativo centra-se predominantemente sobre o contexto. Utiliza frases de tipo
declarativo.

FUNÇÃO EXPRESSIVA (OU EMOTIVA)

O ato de fala é utilizado para exprimir o estado de espírito, as emoções, as opiniões do


emissor. Ao contrário do que acontece na função informativa (marcadamente objetiva),
encontramos aqui uma clara subjetividade. A comunicação centra-se no emissor. Recorre a
frases de tipo exclamativo.

FUNÇÃO APELATIVA

A linguagem é utilizada para agir sobre o receptor, para tentar modificar a sua atitude
ou comportamento. Assume geralmente a forma de ordens, pedidos ou conselhos. Centra-se
no receptor e implica o recurso a formas verbais do imperativo (ou conjuntivo com valor
imperativo), ao vocativo e a frases de tipo imperativo.

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FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

A linguagem é utilizada para precisar algum aspecto do código utilizado, geralmente


uma língua natural. Exemplo clássico de discursos onde predomina a função metalingüística
são as definições dos dicionários e as explicações gramaticais. A comunicação está centrada
no código.

FUNÇÃO FÁTICA

Neste caso a linguagem é utilizada para testar o funcionamento do canal e manter o


contacto entre o emissor e o receptor. Esta função é mais evidente nas conversas telefônicas e
naturalmente preocupa-se, sobretudo, com o canal.

FUNÇÃO POÉTICA:

Por vezes a linguagem é utilizada fundamentalmente para produzir prazer estético. Os


recursos lingüísticos são dispostos de forma a construir um objeto artístico, capaz de, pela sua
configuração, gerar, quer no emissor, quer no receptor, uma sensação de prazer semelhante
ao que se obtém com a música ou a pintura. É mais evidente na poesia, mas está também
presente na prosa literária e até no discurso oral. Encontramo-la igualmente no discurso
publicitário ("Há mar e mar... Há ir e voltar...").

Em certos casos a forma do discurso aponta explicitamente para uma dada função,
embora implicitamente a intenção comunicativa seja outra.

"Numa loja, o vendedor, pouco simpático, não quer dar à cliente facilidades de
pagamento e ela diz: – Desisto já da compra...!" (in Da Comunicação à Expressão, Lisboa Editora, p. 20).
Neste caso o ato de fala, explicitamente, dá uma informação ("Já não quero comprar nada..."),
mas na verdade faz-se uma ameaça ("Se não me der facilidades, não compro.") e desse modo
pretende-se modificar a atitude do vendedor.

ATIVIDADE

Observe os textos e classifique dizendo qual o tipo de linguagem prepondera em cada um.

a) Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã
verde, uma maçã vermelha e uma pêra.

b) Nós o amamos muito, Ronaldo!!!

c) ―Compre aqui e concorra a este lindo carro!‖

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d) Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as idéias para o papel me sinto
realizada.

e) SONETO DA FIDELIDADE
De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

f) Alô, Houston! A missão foi cumprida, ok? Devo voltar à nave? Alguém me ouve?
Alô?

NÍVEIS DE LINGUAGEM

A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se


comunicar.

Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais:

1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que


compreende a língua literária, tem por base a norma culta, forma lingüística utilizada pelo
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada
pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas,
painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola, prestando serviço à
sociedade, colaborando na educação, e não justamente o contrário;

2) a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou língua cotidiana, que


apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.

Norma culta:

A norma culta, forma lingüística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a
unidade da língua nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas.

Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e


dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:

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Estou preocupado. (norma culta)

Tô preocupado. (língua popular)

Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)

Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua
popular, captando-lhe a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para viver;
urge conhecer a língua culta para conviver.

Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da língua culta.

O conceito de erro em língua:

Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que
normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num
momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém deixou ele falar", não comete propriamente
erro; na verdade, transgride a norma culta.

Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tanto quanto um


indivíduo que comparece a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa
praia, vestido de fraque e cartola.

Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou
solene.

O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos,
parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções
do tipo:

Eu não vi ela hoje.

Ninguém deixou ele falar.

Deixe eu ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuse!

Não assisti o filme nem vou assisti-lo.

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Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.

Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres
os interlocutores.

O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Como forma


de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a
norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:

Eu não a vi hoje.

Ninguém o deixou falar.

Deixe-me ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuses!

Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.

Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.

Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de comunicação de massa


(rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou
transgressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do
trabalho, que deve refletir serviço à causa do ensino, e não o contrário.

O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por


construções de rara beleza.

Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão,
ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete,
passando, assim, a constituir fato lingüístico registro de linguagem definitivamente
consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.

Exemplos:

Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)

Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)

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Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dispersar e Não vamos
dispersar-nos.)

Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa.)

O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto.)

Têxtil, que significa rigorosamente que se pode tecer, em virtude do seu significado,
não poderia ser adjetivo associado a indústria, já que não existe indústria que se pode
tecer. Hoje, porém, temos não só como também o operário têxtil, em vez da indústria de
fibra têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.

As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos impedir, despedir e desimpedir,


respectivamente, são exemplos também de transgressões ou "erros" que se tornaram
fatos lingüísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais verbos como derivados
de pedir, que tem, início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem
as formas então legítimas ímpido, despido e desímpido, que hoje nenhuma pessoa bem-
escolarizada tem coragem de usar.

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar palavras como corrigir e
correto, quando nos referimos a frases. "Corrija estas frases" é uma expressão que deve
dar lugar a esta, por exemplo: "Converta estas frases da língua popular para a língua
culta".

Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase "errada"; é, na verdade,
uma frase elaborada conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma culta.

Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:

A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos
próprios da língua falada.

A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas


(intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos,
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais
criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a
transformações e a evoluções.

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Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Nas escolas principalmente,
costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior.
Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre
estão atentos.

Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as características e as


vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou
inferioridade, que em verdade inexiste.

Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A nenhum povo
interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos,
conseqüência natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra.

A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua falada, porque é
a modalidade que mantém a unidade lingüística de um povo, além de ser a que faz o
pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais
detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se
processam lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a
modalidade falada.

Importante é fazer o educando perceber que o nível da linguagem, a norma lingüística,


deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso.

O ambiente sociocultural determina. O nível da linguagem a ser empregado. O


vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre
não fala com uma criança como se estivesse dizendo missa, assim como uma criança não
fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo
nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.

Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses níveis, se destacam em


importância o culto e o cotidiano, a que já fizemos referência.

A gíria:

Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da linguagem.


Quem, um dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, esculacho, estrilar?

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O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma permanente de comunicação,
desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário
oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que denota
expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à
mensagem, ao meio e ao receptor. Note, porém, que estamos falando em gíria, e não em
calão.

Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita
não a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, com a visível
intenção de documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos,
familiares, namorados, etc., caracterizada pela linguagem informal.

Refaça o texto abaixo adequando o nível de linguagem a situação de comunicação.

1) Abaixo temos a simulação de uma entrevista para a ocupação de um cargo em


uma empresa. É nítido nesta entrevista o uso de duas variações linguísticas
bem marcadas pelos interlocutores. A nossa atividade é assumir o papel do
entrevistado e tentar adequar o nível de linguagem ao da entrevistadora.

–Bom dia. Sente-se, por favor.

–Ah. Falô.

–Qual o nome do Sr., por favor?

–José Carlos, mas o pessoal lá em casa e da rua me chama de Zé.

–Muito bem Sr. José Carlos, temos uma vaga para o cargo de Assistente
Administrativo, mas precisamos que o candidato tenha domínio de algumas
habilidades.

–Certo!

–O Sr. Possui algum conhecimento na área de informática?

–Sim, eu manjo bastante de informática, você sabe, aqueles programas de sempre:


Windows, Word, Excel, esses baratos todos.

–O Sr. Costuma acessar a internet? Conhece as principais ferramentas desse


instrumento de comunicação?

–Oh! Nossa! Eu costumo viajar bastante na internet, conheço muitos sites.

–Qual o grau de escolaridade do Sr.?


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–Bem, eu estudei Administração Geral numa faculdade e agora to pensando em me
especializar em Marketing.

–O Sr. É casado? Idade?

–Não...tô fora...Só namoro mesmo! Tô com 25 anos.

–Qual a sua experiência profissional? O Sr. Já trabalhou numa empresa de grande


porte como esta?

–Ah! Para falar a verdade eu trabalhei como boy em empresas pequenas, mas o meu
último trampo foi numa distribuidora de medicamentos- empresa grande.

–E quais eram a atividades do Sr. nessa empresa?

–Nossa! Eu fazia um pouco de tudo. Às vezes fazia umas coisas no departamento


pessoal, depois fui para o financeiro, passei uns meses também no CPD...rodei
bastante lá.

–Muito bem Sr. José Carlos, estou com os dados do Sr. aqui. Assim que tivemos uma
posição entramos em contato. Bom dia.

–Certo, bom dia, mas o trampo é meu?

LEITURA

A leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. Um bom leitor de


mundo, ao travar contato com o texto, é capaz de relacionar as intenções comunicativas que a
ele subjazem. Esta formação de um bom leitor, isto é, sua proficiência, está ligada à
multiplicidade de leitura. Um bom leitor não é aquele que lê muitas vezes um mesmo tipo de
texto, mas é aquele que lê diversos tipos de texto com certa profundidade (sob várias
perspectivas)

Robson Luiz Rodrigues de Lima

LEITURA

(Do lat. Lectura)

1. f. Ação de ler
2. f. Obra ou coisa linda
3. f. Interpretação do sentido de um texto
4. f. Variante de uma ou mais palavras de um texto

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CONCEITOS DE LEITURA

 São 4 as habilidades da linguagem verbal: A LEITURA, A ESCRITA, A FALA E A


ESCUTA.
 Compreende duas operações fundamentais: a decodificação e a compreensão.
 Decodificação: capacidade de escritores, leitores e aprendizes de identificação de um
signo gráfico por um nome ou som. Capacidade de reconhecimento das letras (signos
gráficos) para a tradução na linguagem oral ou para outro sistema de signos.
 A aprendizagem da decodificação se consegue através do conhecimento do alfabeto e
da leitura oral ou transcrição de um texto.
 Compreensão: a captação do sentido ou conteúdo das mensagens escritas.
 A aquisição da aprendizagem da compreensão se dá através do domínio progressivo
de textos escritos cada vez mais complexos.

INTERPRETAR X COMPREENDER

Você já se perguntou?

O que vem primeiro? INTERPRETAÇÃO OU


COMPREENSÃO?

Observe o seguinte esquema:

Primeiro o ser humano toma conhecimento de algum assunto ou tema, ou seja, efetua
uma leitura de algo. Depois passa ao nível da interpretação. Procura definir o que
entendeu do que leu de acordo com o seu conhecimento prévio sobre aquele assunto
ou tema e da sua competência leitora. Logo, para que chegue ao nível da
compreensão é necessário que a leitura interpretativa que efetuou seja aceita como
possível ao voltarmos para o texto original.

DICAS PARA ANALISAR, COMPREENDER E INTERPRETAR TEXTOS

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É comum encontrarmos alunos se queixando de que não sabem interpretar
textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça,
e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um
interpreta a sua maneira. No texto literário, essa idéia tem algum fundamento, tendo
em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não-literário isso é
um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar,
interpretar e compreender com mais proficiência.

1º - Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo,
compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a
nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Também
não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com
o tempo você se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às
vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma
leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de nossas vidas. Não fique chateado com
comentários desagradáveis.

2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.

3º - Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o
léxico é fazer palavras cruzadas.

4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos.

5º - Leia verdadeiramente. Somos um País de poucas leituras. Veja o que diz a reportagem, a
seguir, sobre os estudantes brasileiros. Dados do Programa Internacional de Avaliação de
Alunos (Pisa) revelam que, entre os 32 países submetidos ao exame para medir a capacidade
de leitura dos alunos, o Brasil é o pior da turma. A julgar pelos resultados do Pisa, divulgados
no dia 5 de dezembro, em Brasília, os estudantes brasileiros pouco entendem do que lêem. O
Brasil ficou em último lugar, numa pesquisa que envolveu 32 países e avaliou, sobretudo, a
compreensão de textos. No Brasil, as provas foram aplicadas em 4,8 mil alunos, da 7a série ao
2º ano do Ensino Médio.

6º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência
para ler outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.

7º - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por
isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está
voltada à idéia geral do texto.

8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas


perguntas extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso:

Texto:
“Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no
desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram,
eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em
determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao
trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea
era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade
forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos”.

(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)

- Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 18


a) os portugueses.

b) os negros.

c) os índios.

d) tanto os índios quanto aos negros.

e) a miscigenação de portugueses e índios.

(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro : Impetus, 2003.)

Resposta: Letra C. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características
apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.

9º - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a
seguir.

a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.

b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.

c) Os alunos dedicados passaram no vestibular.

d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.

e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.

f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.

Explicações:

a) Diego fez sozinho o trabalho de artes.

b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.

c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não-dedicados e, passaram no vestibular, somente, os que se dedicaram,
restringindo o grupo de alunos.

d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.

e) Marcão é chamado para cantar.

f) Marcão pratica a ação de cantar.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 19


10º - Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases.

Exemplos

a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores.

b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores.

c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.

d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores.

Explicações:

a) Certos alunos = qualquer aluno

b) Alunos certos = aluno correto

c) Alunos determinados = alunos decididos

d) Determinados alunos = qualquer aluno

PROFESSOR ADORA COMPLICAR NA PROVA!

Será mesmo que o professor adora complicar na prova? Não, mas ele deseja que você amplie
o vocabulário e compreenda os enunciados. E isso vem com a prática, a leitura e o estudo.
Podemos começar pela leitura de alguns verbos, que são utilizados nos enunciados de muitas
provas.

Afirmar: certificar, comprovar, declarar.

Explicar: expor, justificar, expressar, significar.

Caracterizar: distinguir, destacar o caráter, as particularidades.

Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou composto
de.

Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.

Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma


natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.

Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.

Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação, adquirir relações.

Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.

Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.

Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou


método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 20


Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação, tornar
conhecido.

Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.

Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma avaliação;
definir.

Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que se


afirma.

Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.

Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.

Inferir-se: concluir, deduzir.

Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.

Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar, sugerir.

Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender; tirar
por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.

Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.

(Fonte: dicionário Houaiss)

ELABORAÇÃO DE “CURRICULUM VITAE”

Você já deve ter lido centenas de textos e guias sobre como elaborar um bom
currículo, mas aqui estão algumas dicas que com certeza são novas para você e vão
ajudar a deixar seu currículo ainda melhor!

Primeiro é importante que você saiba quais são os principais objetivos de um currículo:

1. Atrair a atenção do RH

Em meio a milhares de currículos que o selecionador de RH recebe todos os dias, fazer


com que ele se interesse exatamente pelo SEU currículo é o primeiro passo.

2. Manter o selecionador interessado na leitura

Após despertar o interesse do selecionador de RH pelo seu currículo, você precisa


fazer com que ele continue querendo ler seu currículo até o fim.

3. Ser convocado para a entrevista

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 21


Após o selecionador de RH ter lido totalmente o seu currículo, você só será convocado
para a entrevista se o selecionador tiver tido uma boa impressão e gostar do que leu.
Se suas experiências estiverem condizentes com seus objetivos profissionais, se o
currículo está bem escrito, sem erros de português, entre muitos outros fatores que
vou comentar neste post.

Pensando nisso, desenvolvi uma forma bastante prática para construir um bom
currículo.

Primeiramente vamos dividir o currículo em duas partes:

1. Identificação, dados pessoais e dados de contato


2. Dados de formação e da sua vida profissional

A primeira parte é bem simples e fácil. Vamos deixar o nome sozinho, numa linha e
escrevê-lo com fonte número 12.

Abaixo do nome colocaremos os outros dados, divididos em duas colunas, uma


alinhada à esquerda e outra à direita. Vamos utilizar aqui fonte número 10.

Faça uma linha de divisão entre a parte 1 e 2 e vamos agora para a segunda parte.

Comece a segunda parte com seu Objetivo Profissional. Ele deverá estar sozinho na
linha e ser escrito com uma fonte maior do que a do seu nome. Vamos utilizar aqui o
tamanho 14 para fonte.

Agora, vamos subdividir estes próximos textos em cinco grandes grupos, sendo eles:

 Grupo 1: Principais Qualificações


 Grupo 2: Formação e Experiências profissionais
 Grupo 3: Idiomas, cursos e informática
 Grupo 4: Prêmios, viagens e trabalhos voluntários
 Grupo 5: Observações ou Informações Adicionais

Relembrando os três objetivos que o currículo precisa atingir e fazendo um paralelo


com o que já dissemos até agora:

As informações do Grupo 1 servem para atrair a atenção do selecionador para o seu


currículo e criar nele a vontade de continuar lendo.

Os outros grupos (de 2 a 5) são relacionados ao objetivo número 2, que é manter a


atenção do selecionador, e a ordenação destes grupos serve para apresentar as
informações de acordo com a relevância de cada assunto. As informações mais
relevantes aparecem primeiro. Com isso, continuamos mantendo a atenção do
selecionador para a leitura total do currículo.

Por fim, a informação que estiver contida no currículo e a forma como esta foi escrita é
que despertará, ou não, o interesse do selecionador para chamá-lo a uma entrevista
presencial.
LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 22
Veja no gráfico abaixo uma ilustração que demonstra a estrutura básica de um
currículo:

Coloque no Grupo 1 seus pontos mais fortes, pode ser sua formação, ou uma de suas
experiências profissionais, ou um prêmio importante, uma viagem, enfim, qualquer
coisa que esteja muito alinhada com o seu objetivo profissional e que seja muito
relevante para o cargo pretendido.

Já nos grupos 2, 3 e 4, você pode alterar a ordenação das informações que estão
dentro de cada grupo. Por exemplo, no Grupo 1, se você tiver pouca experiência
profissional e uma boa formação, deixe a Formação em primeiro lugar e a experiência
LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 23
em segundo. Já, se você tiver mais idade e sua experiência profissional for bastante
relevante, coloque as experiências profissionais primeiro e só depois, a sua formação
acadêmica.

Faça o mesmo com os outros grupos, ordene-os internamente de acordo com as suas
informações mais relevantes.

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Os primeiros contatos que fazemos com um possível empregador são


normalmente por escrito. Algumas vezes, após a primeira conversa, nos solicitam
apenas o envio do currículo. Em outras oportunidades, temos que tomar a iniciativa e
nos apresentar por meio de uma carta. Nesses casos, a carta será o primeiro contato
entre você e a pessoa que poderá lhe oferecer o emprego. Vale a pena, portanto,
investir um tempo para escrever uma carta de apresentação eficaz.

Ѵ SIMPLICIDADE

Você deve escrever como fala quando está num ambiente amigável. Assim, o
leitor sentirá que entendeu sua personalidade e que pode ter uma boa conversa com
você.

Evite, portanto, frases como:

 “Venho por meio desta...”


 “Dando continuidade às nossas conversas...”
 “Em resposta a anúncio de sua empresa, segue anexo currículo...”

E substitua por frases como:

 “Escrevo para...”
 “Falamos ao telefone e ...”
 “Li o anúncio publicado no Jornal Tal e resolvi mandar meu currículo...”

Ѵ CAPACIDADE DE AÇÃO

A voz ativa transmite a idéia de uma pessoa que age e tem iniciativa; a voz passiva,
por sua vez, transmite a idéia de uma pessoa que simplesmente observa as coisas e
se deixa afetar por elas. Portanto, opte sempre pela voz ativa.

Veja a diferença:

 EM VEZ DE “Me foi designada a tarefa de enviar o material rapidamente para a


retomada da produção”, USE “Enviei material em tempo recorde e assim
pudemos retornar à produção.”

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 24


 EM VEZ DE “Me foi concedida menção especial, que acabou por se tornar a
política de funcionário do mês”, USE “Após ganhar a menção especial no Jornal
interno da companhia, sugeri que aquilo se transformasse na política de
funcionário do mês.”

Ѵ GRAMÁTICA

A atenção às regras gramaticais é fundamental. Erros muito comuns são:

 Concordância entre sujeito e verbo, especialmente quando se usam expressões


como “a maioria das pessoas”, “grande parte dos produtos”;
 Pontuação, especialmente vírgula separando sujeito de predicado;
 Uso de numerais.

SUGESTÕES DE SITES SOBRE REGRAS GRAMATICAIS

http://www.estado.estadao.com.br/redac/manual.html

http://www.revisalingua.com.br/

http://www.linguabrasil.com.br/

http://kplus.cosmo.com.br/indicegeral.asp?rv=grmatica

10 DICAS PARA FAZER UMA CARTA DE APRESENTAÇÃO

Você está à procura de emprego e de repente descobre que, justamente aquele


anúncio pelo qual se interessou pede que seja enviada uma carta de apresentação
junto com o currículo. E agora, o que fazer?

Redigir uma carta de apresentação é mais fácil do que aparenta. É só seguir algumas
regras básicas para não se perder no meio do caminho:

1. A carta de apresentação serve, principalmente, para currículos enviados pelo


correio, quando há necessidade de informar a pretensão salarial. Cabe também para
apresentar o profissional – no caso de uma indicação, por exemplo.

2. Coloque sempre o nome e o cargo da pessoa – ou departamento – para quem você


vai enviar a carta.

3. Ao contrário do currículo, que não deve ser assinado, na carta deve ter sua
assinatura ao final.

4. A primeira impressão sempre é a que fica. Portanto, tenha atenção redobrada para
o vocabulário e o tom que você vai adotar no texto.
LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 25
5. Não esqueça de colocar o nome da empresa (tenha certeza de que ele está correto).

6. Redija a carta colocando características profissionais e pessoais que façam com que
o leitor o considere para a posição pretendida.

7. Não mencione aspectos negativos ou que não tenham relação com o cargo.

8. Antes de enviar a carta, leia-a diversas vezes para evitar erros gramaticais e
certifique-se de que as informações foram colocadas em ordem lógica.

9. A carta não pode passar de uma página e deve ser redigida em A4 ou papel –carta
de boa qualidade.
* De acordo com Alessandra Luchini Perez, consultora da Seção Executiva da Carreer Center, a carta de
apresentação é “o espaço que você tem para fazer seu marketing pessoal, mostrar quem você é, ressaltar suas
experiências e qualidades que podem fazer a diferença na empresa”.

MODELO DE CARTA DE APRESENTAÇÃO BEM DESENVOLVIDA

__________________Fernanda Lima_________________
São Paulo, 08 de Fevereiro de 2009.

Cia. De Papel Suzano


At. Recursos Humanos
Av. Dr. Guilherme Cotching,723
05604-010 São Paulo SP

Assunto: Apresentação Pessoal

Prezado Senhores:

Estou escrevendo com a intenção de apresentar-me e oferecer meus serviços a esta empresa.
Concluí o Ensino Médio no ano de 2008 e gostaria muito de iniciar-me na vida profissional.
Estudei no Colégio Guilherme Dumont e lá pude desenvolver uma série de habilidades que me tornaram
apta ao exercício de uma atividade de trabalho permanente em uma empresa como a Cia. De Papel
Suzano.
Obviamente não tenho experiência e nem formação específica que autorizem a pleitear um
cargo, mas minhas capacidades intelectuais e disposição poderão ser úteis em diversos setores de sua
empresa.
Meus planos para o futuro incluem um curso universitário na área de Propaganda e Marketing
e todos os outros cursos necessários ao bom andamento da minha carreira.
Penso que o conhecimento da Língua Inglesa que me permitem falar e escrever com certo
desembaraço e a minha disposição para escrever em nosso idioma são muito úteis. Sou capaz de
trabalhar com sistemas informatizados que utilizem recursos semelhantes aos dos aplicativos Word e
Excel da Microsoft.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 26


O gosto pela pesquisa, habilidade que desenvolvi na escola, e a aptidão para resolver
problemas tornam-me capaz de realizar buscas na Internet e em outras formas de comunicação como
livros e revistas. Além disso, sinto-me tranqüila e desinibida para falar ao telefone e pessoalmente com
pessoas das mais diversas idades e posições sociais.
Enfim, gostaria de conversar pessoalmente e com isso ter a oportunidade de conhecer melhor a
Cia. De Papel. Sendo assim, agradeço a atenção e aguardo um contato a fim de marcarmos uma
entrevista.

Atenciosamente,

Fernanda Lima
____________________________________________________________________________________
Rua Heitor Penteado, 422, apto 32 – Perdizes – CEP. 01238-001 – São Paulo SP
Telefones: 3817-9097 / 9214-9797 E-mail: Fernanda-lima@uol.com.br

PROCESSO DE SELEÇÃO

Num processo de seleção as empresas podem usar mais de um método para


analisar o candidato. Após a seleção do currículo, normalmente há entrevista, que
pode ser coletiva, individual ou dinâmica em grupo.

Os testes geralmente abrangem conhecimentos específicos, além de redação,


inglês e informática. Conta ponto estar bem informado: mantenha-se sempre
atualizado através de jornais, Televisão.

Tudo isto visa ao melhor conhecimento do candidato. Por isso, esteja


preparado!

 PONTUALIDADE

É fundamental! Chegue de 5 a 10 minutos adiantado.

 APRESENTAÇÃO

Elegância e simplicidade!

A adequação da roupa é muito importante: nada de transparências, brilhos, roupas


curtas, justas ou decotadas, cores fortes, gravatas espalhafatosas, camisetas, chinelos,
bermudas, bonés.

O cabelo deve estar arrumado e bem cortado, as unhas limpas e não muito
compridas. Vale um conselho: não exagere no perfume, só uma pessoa que esteja
muito próxima a você deveria ser capaz de senti-lo.

Para homens: o ideal é calça social escura e blusa social clara e sapato escuro. Tudo
muito limpo e bem passado.
LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 27
Para mulheres: saia na altura dos joelhos ou calça social de cor escura ou pastel e
uma blusa social clara lisa. Dê preferência a sapatos discretos e fechados. E atenção: a
maquiagem deve ser leve e discreta.

 COMPORTAMENTO

Demonstre interesse, indicando como esta oportunidade é importante para seu


aperfeiçoamento, aprendizado e desenvolvimento profissional.
Uma boa forma é mostrar conhecimento sobre a empresa. Estas informações
você deve buscar no site da empresa, em jornais, revistas, pesquisas na internet ou
conversando previamente com pessoas da própria empresa.
Tudo isso só funcionará se você tiver uma boa fluência verbal, conseguindo
articular suas idéias de forma clara e precisa, e sem gírias ou vícios de linguagem do
tipo repetir a todo instante “sabe?”, “quer dizer”, etc. Fale calmamente o que é
importante para os entrevistadores.
Se não souber alguma coisa, diga simplesmente “não sei”. Responda
objetivamente as perguntas que forem feitas.
Você também pode fazer perguntas sobre a empresa e pedir que expliquem
algo que você não entendeu. As pessoas que o estão entrevistando têm experiência e
sabem o que estão procurando: não adianta enrolar, falar sobre outros assuntos.
Vale a pena levar uma foto 3X4 (de preferência com uma roupa discreta) para a
entrevista.

 ENTREVISTA COLETIVA

Nesta fase observa-se a capacidade de se expressar e falar em público e a


atualização dos candidatos.

Para os tímidos: não abrir a boca e não emitir opinião durante o processo
impedirá que os entrevistadores o conheçam.

Para os desinibidos: respeite o discurso dos outros e pense se o que você está
falando vai acrescentar alguma coisa para o grupo. Falar bobagem é uma furada!

 DINÂMICA DE GRUPO

Nesta etapa realizam-se jogos e brincadeiras que mostram como o profissional


se comporta em grupo.

Os entrevistadores analisam aspectos como liderança e personalidade.


Tranqüilidade, serenidade e boa apresentação contam pontos. A dinâmica não é uma
corrida e não adianta tentar passar por cima dos colegas. Tenha calma.

Tente convencer os outros de suas idéias e não imponha o que você quer. Sua
capacidade de argumentação também estará sendo avaliada.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 28


ELABORAÇÃO DE CONTRATO

Na formação da palavra contrato, está facilmente subentendido seu significado,


ou seja, trato com alguém. Efetivamente, o contrato é um acordo, uma combinação,
um acerto que se faz com outra(s) pessoa (as) física (as) ou jurídica(s). Juntam-se o
interesse e a vontade das duas partes, cabendo a cada uma delas cumprir o que ficar
acertado.

 CONCEITUAÇÃO

CONTRATO é o acordo de vontades de pessoas, empresas ou instituições, a fim de


criar, modificar ou extinguir, entre si, uma relação de direitos e de obrigações.

 CARACTERÍSTICAS

- Na administração pública, dá-se o nome de “contrato administrativo” ao


instrumento utilizado quando o acordo é firmado com pessoa(s) ou entidade(s)
particular(es).

- Com relação aos elementos essenciais, não há diferença entre o contrato


administrativo e o contrato de direito privado ou civil. No contrato administrativo,
porém, a validade está sujeita ao cumprimento de exigências específicas, além dos
requisitos e formalidades comuns aos dois tipos de documentos. Elas se destinam a
resguardar o interesse público.

- Eis algumas dessas exigências, entre outras, que o Regulamento Geral de


Contabilidade Pública estabelece:

* menção expressa ao dispositivo legal que autoriza a celebração do ato;

* indicação específica das obrigações assumidas pelas partes contratantes;

* descrição minuciosa de bens e objetos que estejam vinculados à contratação;

* assinatura do documento por autoridade administrativa competente.

- CONTRATO unilateral, também chamado de gratuito, é aquele em que somente


uma das partes assume obrigações. Exemplo típico é o contrato de doação, em que
apenas um dos contratantes se beneficia.

- CONTRATO bilateral ou oneroso é assim classificado porque envolve duas partes


que assumem os respectivos ônus ou obrigações dele decorrentes. É dele que
iremos tratar.

- Tanto na esfera pública, como na empresarial e na particular, o contrato


apresenta, basicamente, o seguinte formato de redação:

Exemplo (Modelo único Contrato de locação de imóvel residencial)

INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONTRATO DE LOCAÇÃO

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 29


Contrato de locação de imóvel residencial que entre si fazem, de um lado, como
LOCADOR, José de Castro Alves, e de outro lado, como LOCATÁRIO, Antonio Fagundes
Varela, conforme abaixo declara:

JOSÉ DE CASTRO ALVES, brasileiro, casado, comerciante, com endereço à Av.


................. nº.........., portador do RG. ........e do CPF................................, neste
instrumento abreviadamente denominado LOCADOR, e ANTONIO FAGUNDES
VARELA, brasileiro, solteiro, economista, com endereço à Rua.....................nº...........,
portador do RG................. e do CPF......................., neste ato denominado LOCATÁRIO,
ambos residentes nesta cidade, têm entre si, justo e contratado, por via deste
instrumento e melhor forma de direito, por si e seus sucessores, a qualquer título, o
seguinte:

CLÁUSULA PRIMEIRA – O LOCADOR é senhor e legítimo possuidor da casa


situada na Av. das Palmeiras, nº .........., no bairro de Amendoeiras, desta cidade de
Vassouras, RJ;

CLÁUSULA SEGUNDA – Pelo presente instrumento, o LOCADOR dá em locação


o imóvel acima descrito, pelo prazo de 1 (um) ano, a contar de 1º (primeiro) de agosto
de 2008 e a terminar em 1º (primeiro) de agosto de 2009, sujeitando-se o LOCATÁRIO
à multa convencional de R$-50,00 (Cinquenta Reais) por dia de atraso na entrega do
imóvel, sem prejuízo das medidas cautelares que se impuserem, em juízo ou fora dele,
por parte do LOCADOR;

CLÁUSULA TERCEIRA – O preço do aluguel é de R$1.200,00 (Hum mil e


duzentos Reais) pagáveis mensalmente pelo LOCATÁRIO ao LOCADOR, até o dia 05
(cinco) de cada mês seguinte ao vencido, correndo por conta do LOCATÁRIO todas as
despesas de consumo d’água e de energia elétrica, assim como os impostos e taxas
que incidem Sobre o imóvel objeto do presente contrato;
CLÁUSULA QUARTA – O LOCATÁRIO obriga-se a conservar o imóvel da forma
como ora o recebe, fazendo os consertos e substituições que se fazerem necessários,
bem como a devolvê-lo, quando do término da locação, nas exatas condições de
conservação e limpeza em que ele lhe está sendo entregue;
CLÁUSULA QUINTA – As benfeitorias úteis e necessárias que porventura vierem
a ser executadas pelo LOCATÁRIO durante a vigência deste contrato, serão
incorporadas no imóvel, não cabendo por elas qualquer indenização por parte do
LOCADOR;
CLÁUSULA SEXTA – A casa objeto do presente instrumento destina-se,
exclusivamente, à residência do LOCATÁRIO e de sua família, não lhe sendo permitido,
em qualquer hipótese, salvo mediante consentimento por escrito do LOCADOR, cedê-
la, transferi-la ou sublocá-la, total ou parcialmente;
CLÁUSULA SÉTIMA – O LOCADOR poderá concordar com a prorrogação do
presente contrato, por mais um ano, desde que o LOCATÁRIO manifeste sua intenção
por escrito, pelo menos 60 (sessenta) dias antes do término da locação;
CLÁUSULA OITAVA – Como fiador e principal pagador, solidariamente
responsável pelo cumprimento de todas as cláusulas aqui estipuladas, até a entrega
definitiva das chaves, assina o presente contrato o Sr. JOSÉ DA SILVA XAVIER,
brasileiro, industrial, portador do RG.......................... e do CPF...................... casado
com a Sra. Maria do Carmo Xavier, arquiteta, que, como esposa, também assina, na
forma da lei, ambos residentes nesta cidade de Vassouras, RJ;
LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 30
CLÁUSULA NONA – O presente contrato obriga as partes, seus herdeiros e
sucessores, a qualquer título, ficando eleito o foro da cidade de Vassouras, RJ, com
renúncia de qualquer outro que possam vir a ter os contratantes, para dirimir as
dúvidas e questões suscitadas.
E por estarem assim justos e contratados, assinam o presente instrumento
contratual em duas vias de igual teor e forma, e para um só efeito, juntamente com as
testemunhas abaixo.
Vassouras (RJ), 25 de julho de 2008.
__________________________________ __________________________________________
JOSE DE CASTRO ALVES ANTONIO FAGUNDES VARELA
LOCADOR LOCATÁRIO

__________________________ ________________________________
JOSE DA SILVA XAVIER MARIA DO CARMO XAVIER
FIADOR FIADOR

__________________________ _______________________________
TESTEMUNHA 1 TESTEMUNHA 2

ABAIXO-ASSINADO

Ѵ CONCEITO

Abaixo-assinado é um requerimento coletivo, em que não se colocam, no início,


os nomes dos requerentes, mas apenas uma referência para identificá-los.

MODELO:

Os abaixo assinados, moradores na Quintino Bocaiúva, vêm solicitar ao

Sr. Prefeito desta cidade a iluminação do trecho compreendido entre os números

300 a 520, que se encontra às escuras, expondo a comunidade a toda sorte de

Perigos.

Porto Alegre, .......................... de ............................... de .....................

João da Silva,
José Oliveira,
Mário Santos, etc.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 31


PROCURAÇÃO

Ѵ CONCEITO

Procuração é o instrumento por meio do qual a pessoa física ou jurídica outorga


a poderes a outra.

A procuração pública é lavrada em cartório; a particular é geralmente


conservada sem registro.

Ѵ ESTRUTURA

a) Título: Procuração.

b) Qualificação: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF e residência do


outorgante (constituinte ou mandante) e também do outorgado (procurador ou
mandatário).

c) Finalidade e Poderes: parte em que o outorgante declara a finalidade da procuração,


bem como autoriza o outorgado a praticar os atos para os quais é nomeado.

d) Data e assinatura do outorgante.

e) Assinatura das testemunhas se houver. Essas assinaturas costumam ficar abaixo da


assinatura do outorgante, à esquerda.

f) As firmas devem ser todas reconhecidas em cartório.

MODELO:

PROCURAÇÃO

Outorgante: Fulano de tal, brasileiro, casado, industrial, residente e domiciliado em


Porto Alegre, RS.

Outorgado: Dr. Fulano de Tal, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em


Rio Grande, RS.

O outorgante acima qualificado nomeia e constitui seu bastante procurador, na


cidade de Rio Grande, neste Estado, e onde mais necessário se tornar, o Dr. Guilherme
Bastos, acima qualificado, para o fim especial de receber as mercadorias
industrializadas pela firma X, de propriedade do outorgante, e encaminhá-las à
exportação, podendo o outorgado passar recibo, dar quitação e praticar todos os atos
que se tomarem necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato.

Porto Alegre, 20 de junho de 2008.

_____________________________
Fulano de Tal

Testemunhas:

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 32


PROCURAÇÃO

Por este instrumento particular de procuração, eu, Fulano de Tal, brasileiro,


casado, residente e domiciliado em Porto Alegre, na Rua Dr. Flores, ........ AP. .......,
aluno da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, aprovado
no quinto semestre do Curso de Bacharelado, nomeio e constituo meu bastante
procurador o senhor Angelo Moraes, brasileiro, solteiro, maior, residente e
domiciliado em Porto Alegre, na Rua .............., ......, com o fim especial de efetuar
minha matrícula na referida Faculdade, no sexto semestre.

Porto Alegre, 02 de janeiro de 2009.

_________________________________________

Assinatura

ATA

Ѵ CONCEITO

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembléia, sessão ou resumo para
um determinado fim.

Ѵ NORMAS

Geralmente, as atas são transcritas a mão pelo secretario, me livro próprio, que
deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento, assinados pela
autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela autoridade delegação
de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do
livro.

Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma,
que nada lhe poderá ser acrescentado ou modificado. Se houver engano, o secretário
escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o engano for notado no
final da ata, escrever-se-á a expressão – “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.

Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as
abreviações. As atas são redigidas sem se deixarem espaços ou parágrafos, a fim de se
evitarem acréscimos.

O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do


indicativo.

Quanto a assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando


deliberado, apenas o presidente e o secretário.

Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as


mesmas sejam convenientemente arquivadas, impossibilitando fraude.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 33


Em casos muitos especiais, usam-se formulários já impressos, como os das
seções eleitorais.

MODELO DE ATA:

ATA DA 52ª SESSÃO ORDINÁRIA DE 1998.

Aos quatorze dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, às quatorze horas, no
Conselho de Terras da União, quinto andar, sala quinhentos e vinte e três, do Edifício
do Ministério da Fazenda, na cidade de..................., reuniu-se o Conselho, em Sessão
Ordinária, presidido pelo Conselheiro – presidente, Senhor............................................,
presentes os Conselheiros senhores: ...............................................................................,
Presente, também o Procurador- Representante da Fazenda Nacional,
senhor.............................. Iniciados os trabalhos, o Senhor Procurador-Reperesentante
da Fazenda remeteu ao Relator-Conselheiro, Senhor ................................, o processo
nº 242.958-08, do interesse de ................................., e outros, do qual tivera vista. A
seguir, com a palavra o Conselheiro, senhor ...................................., iniciou-se a
discussão do processo nº 66.634-08, do interesse de .................................. e outros,
ocasião em que o senhor Conselheiro – relator rememorou as principais fases do
processo bem como suas implicações no âmbito do Poder Judiciário, até que foi
atingido o término da hora regimental dos trabalhos, sustando-se em conseqüência, a
continuação dos debates. E após a leitura da pauta para a próxima reunião, o senhor
Presidente encerrou esta, da qual, para constar, eu, ......................................., lavrei
esta Ata. Sala das Sessões, em 14 de junho de 2008.

RELATÓRIO

Ѵ CONCEITO

Relatório, dito de forma abrangente, é um tipo de comunicação escrita que


expõe ou descreve, de forma circunstanciada, atos ou fatos, em que deve constar
análise e apreciação de que o produz. Trata-se de documento elaborado por
determinação de autoridade superior ou por força das funções exercidas de quem
escreve.

EXEMPLO – RELATÓRIO DE COMISSÃO DE INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

(Papel timbrado da empresa)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO

Senhor Ministro,

Honrado com a designação de Vossa Excelência para integrar a Comissão de


Inquérito Administrativo, incumbida de apurar os fatos relacionados no Processo nº
......../2008, apresentamos o relatório, após audiência de testemunhas e da realização
de diligências.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 34


1. Designada pela portaria nº .... de ...... de 2008, baixada por Vossa Excelência,
esta Comissão, após audiência de 19 (dezenove) testemunhas e, aproximadamente, 28
(vinte e oito) diligências, conseguiu apurar que:

a) quanto à denúncia apresentada pela firma comercial, cabe a maior


responsabilidade ao Chefe de Setor do órgão competente, por ter negligenciado
quanto da remessa das cartas-convite, deixando de remetê-las à maioria das firmas
cadastradas;

b) quanto à acusação a Fulano de Tal, não existe qualquer respaldo, uma vez
que ele era o encarregado da entrega das referidas cartas, sendo, portanto, apenas
mensageiro;

c) quanto a Beltrano de Tal, poder-se-á atribuir alguma responsabilidade, já que


ele tem sob seu controle as firmas cadastradas, além de ser funcionário que apresenta
o nome dos possíveis fornecedores para o envio de coletas de preço ou cartas-convite;

d) quanto a Sicrano de Tal, não pode ser responsabilizado, porquanto sua


participação limitou-se à mera condição de digitar o que lhe foi entregue;

e) quanto ao Oficial de Administração, não pesa nenhuma responsabilidade,


pois é Chefe de outro órgão, prestando sua colaboração eventualmente, nos horários
de maior volume de trabalho, em função de sua experiência anterior como Chefe
daquele setor.

2. Ante o exposto, depois de termos definido a posição de cada um dos


implicados nos autos do presente processo administrativo – mesmo não tendo havido
nenhum prejuízo para a Fazenda Nacional, já que foi dada como vencedora a firma que
apresentou menor preço na venda do material objeto da carta-convite em questão -,
concluímos que

Fulano de Tal infringiu o Art. ...., item III, da Lei nº....../.........

Beltrano de Tal cometeu infração prevista no Art......... da Lei nº..../.......

Sicrano de Tal e o Oficial Administrativo (nome) não infringiram nenhum


disposto legal.

3. A fim de evitar, tanto quanto possível, casos dessa natureza, sugerimos, data
vênia, a Vossa Excelência, seja baixado Regimento Interno que discipline o
funcionamento do referido Órgão, de acordo com o Código de Contabilidade Pública,
no que couber.

Certos de havermos cumprido com lealdade e diligência a tarefa que Vossa


Excelência nos confiou, subscrevemo-nos.

Respeitosamente,

(Local e data)

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 35


CARTA CIRCULAR

Ѵ Quando a carta tiver que ser enviada a mais de um destinatário, usa-se a CARTA –
CIRCULAR.

Ѵ Quando existem diversos assuntos a serem abordados na carta, usa-se a CARTA EM


TÓPICOS (cada assunto constitui um tópico).

MODELO:

São Paulo, 15 de Maio de 2009.

Sr. Paulo Sodré


Rua X, nº 2
NESTA

Prezado Senhor:

Temos a satisfação de comunicar-lhe, tendo em vista seu excelente teste, resolvemos


admiti-lo em nossa empresa, sob as condições que seguem:

ENCARGOS – Ficarão a seu cargo os serviços de supervisor e coordenador geral da


Seção X....

HORÁRIO – das 08 às 17 horas, com tempo para refeições. Caso se faça necessário,
contamos com sua colaboração para um eventual prolongamento de horário, que lhe
será pago como horas-extras, conforme as leis trabalhistas vigorantes.

ORDENADO – salário inicial: R$-500,00 (Quinhentos Reais).

Aguardando seu pronunciamento, subscrevemo-nos

Atenciosamente

Mário Silva

CHEFE DA SEÇÃO DE PESSOAL

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 36


OFICIO

MODELO:

(Papel timbrado da empresa)

OFICIO Nº 01/09
ASSUNTO: INFORMAÇÃO DE RESPONSÁVEIS PELA CONTA TIPO 13.

Conforme solicitado, vimos pelo presente informar a V.S.as os responsáveis


pela conta de adiantamento TIPO 13 destinadas às verbas para aquisição de materiais
pedagógico não – permanente, na implementação do Currículo do Estado de São
Paulo.

ENSINO FUNDAMENTAL: PROF. FULANO DE TAL


RG. 0000000000 CPF. 0000000000000000
ENDEREÇO: AV. DOS COQUEIROS, 23 – CENTRO FRANCO DA ROCHA-SP
AG. 0268-2 BCO. NOSSA CAIXA CONTA: 13 – 00000000000/0

ENSINO MÉDIO: PROF. BELTRANO DE TAL


RG. 0000000000 CPF.0000000000000000
ENDEREÇO: R. EGITO, 560 – VILA BELA FRANCO DA ROCHA-SP
AG. 0268-2 BCO. NOSSA CAIXA CONTA: 13- 0000000000/0

Atenciosamente,

Franco da Rocha-SP. 13/05/2009.

_________________________________________
Fulano de Tal
Diretor

ILMO. SR. DIRIGENTE DA DIRETORIA DE ENSINO DA REGIÃO DE CAIEIRAS


SR. FULANO DE TAL
A/C SETOR DE FINANÇAS

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 37


REQUERIMENTO

MODELO
(Papel timbrado da empresa)

Ilmo. Sr. Diretor da ETEC Dr. Emilio Hernandez Aguilar.

Eu, Fulano de Tal, brasileiro, solteiro, portador do RG. 000000000000, aluno


regularmente matriculado no Segundo Semestre do Curso Técnico em Contabilidade,
período noturno, desta Unidade de Franco da Rocha, vem por meio deste requerer
mui respeitosamente de Vossa Senhoria seja efetuada a minha matricula para o
terceiro semestre do referido curso.
Sem mais para o momento,

P.Deferimento.

Franco da Rocha-SP. 15 de fevereiro de 2009.

_______________________________________

DICAS PARA FAZER APRESENTAÇÕES

1) SAIBA O QUE VOCÊ VAI FALAR.

Leia, pesquise, se interesse, domine o assunto. Conheça o máximo que você


puder. É importante sobrar informação. Ter experiência no assunto e casos para contar
é um diferencial.

Além de dominar o assunto (o que é essencial para se sentir seguro), você deve
acreditar nas idéias que pretende passar. Se não estiver convencido, dificilmente vai
conseguir persuadir os outros.

Pronuncie bem as palavras. A pronúncia correta dos sons propicia para que a
mensagem seja melhor compreendida pelos ouvintes e para que haja maior
valorização da imagem de quem fala.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 38


Faça exercícios para melhorar a dicção lendo qualquer texto com o dedo entre
os dentes e procurando falar da forma mais clara possível.

2) CONHEÇA O TERRENO EM QUE VAI PISAR.

O planejamento meticuloso e antecipado dos detalhes práticos o deixará livre


para aperfeiçoar sua apresentação e evitar situações imprevistas, por isso, nunca faça
uma apresentação sem conhecer algumas informações básicas:

a) Para quem você vai falar?

b) o que esse público quer ouvir?

c) Você será o único orador?

d) Qual a ordem da apresentação?

e) Onde será o local da apresentação?

f) Quais os equipamentos estarão a sua disposição?

3) SEJA BREVE.

A duração deve variar dependendo do horário e local da apresentação. A


concisão é uma grande virtude numa apresentação.

DIFICULDADES MAIS FREQUENTES NA LÍNGUA PORTUGUESA

Ѵ O USO DOS PORQUÊS

A palavra porquê, conforme sua posição e seu significado na frase, aparece


escrita de quatro maneiras distintas:

PORQUE POR QUÊ POR QUE PORQUÊ


Junto e sem Separado e Separado e Junto e com
acento com acento sem acento acento

1- POR QUÊ

Por quê = por qual motivo.


É usado antes de um ponto e vírgula ou dois pontos, ou no fim da frase, antes de um
ponto. Exemplos: Você está assim feliz por quê?
Ela está zangada, mas eu não sei por quê.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 39


2- PORQUÊ

Porquê = motivo ou indagação.


Está substantivado e admite artigo ou pronome adjetivo. Exemplos: Não sei o porquê
de teu entusiasmo. / Estava procurando respostas aos teus porquês.

3- PORQUE

Porque = portanto, por causa que, pois.


Quando pode ser usado em lugar de “por causa que”, introduzindo uma explicação,
uma causa ou ma conseqüência. Exemplos: Apurem o passo, porque o ônibus vem
vindo. / O sol devia estar forte, porque voltaste bem bronzeada.

4- POR QUE

Por que = por que motivo, pelo qual, o motivo pelo qual. Exemplos: Afinal chegou o dia
por que tanto esperei. / Então por que não falas claramente? / Daí por que estamos
tristes.

Observações:
1. Se, depois das palavras daí e eis, tivermos de usar um porque, esse deverá sempre
ser separado e sem acento. Exemplo: Ela está bastante desorientada, eis por que
estamos preocupados.

2. Nos títulos, usa-se sempre por que. Exemplo: Por Que Acredito em Lobisomem
(= por que motivo acredito em...)

EXERCÍCIOS:

1) Complete com POR QUE, POR QUÊ, PORQUE, PORQUÊ:

a).................................. você não trabalha?


b) Ele não estuda .................................. não quer.
c) Não trabalhas ..................................?
d) Não há .................................. temer.
e) Eis .......................................... ele não vence o medo.
f) O caminho ............................ passei é íngreme.
g) Eles não saíam .........................................?
h) Não entendo o ............................. de semelhantes atitudes.
i) Não temos .................................... desistir.
j) .............................. era surdo, todos se impacientavam com ele.

Ѵ O USO DO ONDE, AONDE E DONDE

1- ONDE

Onde é empregado em situações estáticas (verbos de quietação).


Exemplos: Onde moras? / O local onde se situa a Praça da República e aprazível.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 40


2- AONDE

Aonde é empregado em situações dinâmicas (com verbos de movimento).

Exemplos: Aonde vamos? / Aonde corres com tanta pressa?

Observação

Usa-se aonde (e não onde) sempre que pudermos empregar para onde;
Usa-se onde (e não aonde) quando não pudermos aplicar para onde.

3- DONDE

Donde pode indicar procedência, causa ou conclusão. Exemplos: Donde vens? / Ele
passou no vestibular, donde se conclui que deve ter estudado bastante.

EXERCÍCIOS

1) Use onde ou aonde:

a) .................................... foste com tanta pressa?


b).................................... comem dois, comem três.
c) .................................. está o livro?
d) ................................. mora a senhora?
e) Vê .......................... queres chegar.
f) O lugar ...................... ela reside é tranqüilo.

Ѵ A FIM OU AFIM?

Escrevemos afim, quando queremos dizer semelhante. Exemplo: O gosto dela era afim
ao da turma.

Escrevemos a fim (de), quando queremos indicar finalidade. Exemplos: Veio a fim de
conhecer os parentes. / Ela não está a fim do rapaz.

Ѵ HÁ OU A?

Quando nos referimos a um determinado espaço de tempo, podemos escrever há ou


a, nas seguintes situações:
Há – quando o espaço de tempo já tiver decorrido e puder ser substituído por faz.
Exemplo: Ela saiu há dez minutos. (= ela saiu faz dez minutos).

Ѵ ENFIM OU EM FIM?

As expressões enfim (=finalmente) e em fim (=no final) não devem ser confundidas:
enfim escreve-se junto, com N e em fim constitui-se de dois termos, a preposição em +

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 41


o substantivo fim. Exemplos: Enfim sós, graças a Deus! / Estes professores estão em
fim de carreira: sua aposentadoria está prevista para breve.

Ѵ SE NÃO OU SENÃO?

Emprega-se o primeiro, quando o se pode ser substituído por caso ou na hipótese de


que. Exemplo: Se não chover, viajarei amanhã. (=caso não chova – ou na hipótese de
que não chova -, viajarei amanhã)
Se não se tratar dessa alternativa, a expressão sempre se escreverá com uma só
palavra: senão. Exemplo: Vá de uma vez, senão você chegará tarde. (senão = a não ser)

Ѵ HAJA VISTA OU HAJA VISTO?

A expressão haja vista, que significa veja-se a propósito, tem, como segundo elemento,
a palavra vista (neste caso, sempre invariável). É, pois, incorreto o emprego de haja
visto. O verbo haja, porém, pode pluralizar: hajam vista.
Exemplo: O trânsito nas estradas tem estado caótico: haja vista o trágico acidente de
ontem. (hajam vista os trágicos acidentes...)

Ѵ EM VEZ DE OU AO INVÉS DE?

A expressão em vez de significa em lugar de. Ex.: Em vez de Paulo, foi Pedro quem
trabalhou hoje.

A expressão ao invés de significa ao contrário de. Ex.: Ao invés de curar, o remédio


piorou a situação.

Ѵ A PRINCÍPIO OU EM PRINCÍPIO?

A expressão a princípio significa no começo, inicialmente. Exemplo: A princípio, eles


foram muito felizes.

A expressão em princípio significa em tese. Exemplo: Em princípio, o preço solicitado


parece-nos justo.

EXERCÍCIOS

1) Assinale as frases gramaticalmente corretas e corrija as incorretas:

a) Voltamos a fim de cumprimentá-lo. ( ) ___________________________________


b) A tempo que não te vejo. ( ) ____________________________________________
c) A opinião da diretoria nos satisfez, porque veio de encontro aos nossos anseios. ( )
______________________________________________________________________
d) A prefeitura deve fiscalizar melhor as coisas públicas, haja visto o ocorrido na sexta-
feira passada. ( )_______________________________________________________
e) Estuda, se não a chance de passar no concurso é mínima. ( ) __________________
_______________________________________________________________________
f) Eles vieram, em fim, de trem. ( ) ________________________________________

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 42


g) A princípio, toda as questões estão corretas. ( ) ___________________________

Ortografia. Emprego das letras h, s, z, x, ch, g, j, ss, sc


Emprego do h

O h é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrita
do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas:

a) Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.


homem, higiene, honra, hoje, herói.

b) Emprega-se o h no final de algumas interjeições.


Oh! Ah!

c) No interior dos vocábulos não se usa h, exceto:


- nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro.
super-homem, pré-história.

- quando ele faz parte dos dígrafos ch, lh, nh.


Passarinho, palha, chuva.

Emprego do s

Emprega-se a letra s:

- nos sufixos -ês, -esa e –isa, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade, profissão,
estado social, títulos honoríficos.
Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa.

- nos sufixos –oso e –osa (qua significa ―cheio de‖), usados na formação de adjetivos.
delicioso, gelatinosa.

- depois de ditongos.
coisa, maisena, Neusa.

- nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos.


puser, repusesse, quis, quisemos.

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s.


análise: analisar, analisado
pesquisa: pesquisar, pesquisado.

Emprego do z

Emprega-se a letra z nos seguintes casos:


- nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos.
rigidez (rígido), riqueza (rico).

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.


cruz: cruzeiro, cruzada.
deslize: deslizar, deslizante.

Emprego dos sufixos –ar e –izar.

Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s, caso contrário,
emprega-se –izar.
análise – analisar eterno – eternizar

Emprego das letras e e i.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 43


Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e.
perdoem (perdoar), continue (continuar).

Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i.
atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir).

Emprego do x e ch.

Emprega-se a letra x nos seguintes casos:

- depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa.

- depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus
derivados).

- depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados).

- palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô.

Emprego do g ou j

Emprega-se a letra g

- nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestígio, refúgio.


- nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferrugem.

Emprega-se a letra j em palavras de origem indígena e africana: pajé, canjica, jirau.

Emprego de s, c, ç, sc, ss.

- verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com cess.
ceder – cessão.
conceder - concessão.
retroceder - retrocesso.
Exceção: exceder - exceção.

- nos verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns.
ascender – ascensão
expandir – expansão
pretender – pretensão.

- verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção.


deter – detenção
conter – contenção.

Por Marina Cabral


Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

EXERCÍCIOS

1. (IBGE) Entre as opções abaixo, somente uma completa corretamente as lacunas


apresentadas a seguir. Assinale-a: Na cidade carente, os .......... resolveram .......... seus
direitos, fazendo um .......... assustador.

a) mendingos; reivindicar; rebuliço


b) mindigos; reinvidicar, rebuliço
c) mindigos; reivindicar, reboliço
d) mendigos; reivindicar, rebuliço
e) mendigos; reivindicar, reboliço

2. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a


letra entre parênteses:
a) en.....aguar / pi.....e / mi.....to (x)
b) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç)

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 44


c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g)
d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u)
e) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i)

3. (TRE-SP) Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se esclarecerem os ...... .


a) escusas - a fim - mal-entendidos
b) excusas - afim - mal-entendidos
c) excusas - a fim - malentendidos
d) excusas - afim - malentendidos
e) escusas - afim - mal-entendidos

4. (TRE-SP) Este meu amigo .......... vai ..........-se para ter direito ao título de eleitor.
a) extrangeiro - naturalizar
b) estrangeiro - naturalisar
c) extranjeiro - naturalizar
d) estrangeiro - naturalizar
e) estranjeiro - naturalisar

5. (TTN) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas:


a) quiseram, essência, impecílio
b) pretencioso, aspectos, sossego
c) assessores, exceção, incansável
d) excessivo, expontâneo, obseção
e) obsecado, reinvidicação, repercussão

6. (FT) A alternativa cujas palavras se escrevem respectivamente com -são e


-ção, como "expansão" e "sensação", é:
a) inven..... / coer.....
b) absten..... / asser.....
c) dimen..... / conver.....
d) disten..... / inser.....
e) preten..... / conver..

7. (U-UBERLÂNDIA) Das palavras abaixo relacionadas, uma não se escreve com h inicial.
Assinale-a:
a) hélice
b) halo
c) haltere
d) herva
e) herdade

8. (EPCAR) Só não se completa com z:


a) repre( )ar
b) pra( )o
c) bali( )a
d) abali( )ado
e) despre( )ar

9. (EPCAR) Completam-se com g os vocábulos abaixo, menos:


a) here( )e
b) an( )élico
c) fuli( )em
d) berin( )ela
e) ti( )ela

10. (BB) Alternativa correta:


a) estemporanêo
b) escomungado
c) esterminado
d) espontâneo
e) espansivo

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 45


HOMONÍMIA – POLISSEMIA – PALAVRAS SEMELHANTES NA GRAFIA E NA PRONÚNCIA

1- HOMONÍMIA

HOMONÍMIA é a situação em que uma só palavra assume duas ou mais significações


completamente diferentes, mas cuja origem admite vocábulos heterogêneos. Com
relação à homonímia, os dicionários, via da regra, apresentam mais de uma entrada
(verbete).

Exemplo:

Sadio (latim = “sanus”)


SÃO Santo (latim = “sanctus”)
Verbo ser (latim = “sunt”)
As palavras homônimas podem ser:

a) Homônimas perfeitas (som igual e grafia igual)


b) Homófonas (som igual e grafia diferente)
c) Homógrafas (grafia igual e som diferente)
Exemplos de homônimos perfeitos:
Venda (substantivo) Venda (verbo vender)
Sentença (condenação) Sentença (frase)
Cabo (posto militar) Cabo (acidente geográfico)
Fiar (vender a crédito) Fiar (reduzir a fio)
Real (que pertence ao rei) Real (verdadeiro)
Cravo (tipo de prego) Cravo (instrumento musical)
Exemplos de homófonos:
Acender – atear fogo Ascender – elevar-se Acento – sinal gráfico Assento – banco
Acerto – precisão Asserto – afirmação Apreçar – marcar preço Apressar – acelerar
Área – superfície Ária – cantiga Arrear – por arreios Arriar – baixar
Arrochar – apertar Arroxar – tornar roxo Ás – carta de jogo Az – esquadrão
Caçar – apanhar, perseguir animais Cassar – invalidar Cegar – privar da visão Segar – ceifar
Cela – cubículo Sela – arreio Censo – recenseamento Senso – juízo
Cerrar – fechar Serrar – cortar Cheque – ordem de Xeque – lance de xadrez
pagamento.
Cesta – balaio Sexta – numeral Concertar – harmonizar Consertar – remendar
Espectador – assistente Expectador – quem está na Esperto – vivo, atilado Experto – perito
expectativa
Espiar – olhar Expiar – pagar com Esterno – nome de um Externo – estar por fora
sofrimento osso
Estrato – tipo de nuvem Extrato – perfume; resumo Era – época Hera – planta
(conta bancária)
Incipiente – principiante Insipiente – ignorante Laço- nó Lasso – cansado
Maça – clava Massa – mistura de farinha Nós – pronome Noz – fruto da nogueira
Paço – palácio Passo – ato de avançar o pé Peão – serviçal Pião – brinquedo
Tacha – prego Taxa – imposto Vês - verbo ver Vez – ocasião
Vós – pronome pessoal Voz – som da laringe Cessão – ato de ceder Seção (secção) – setor
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Sessão – reunião Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 46


Exemplos de homógrafos:
Acordo – substantivo Acordo –verbo acordar Erro – substantivo Erro – verbo errar
Jogo – substantivo Jogo – verbo jogar Ele – pronome Ele – letra do alfabeto
Governo – substantivo Governo – verbo governar Forma – substantivo Forma – verbo formar

2- POLISSEMIA

Polissemia é a situação em que uma palavra assume significados variáveis de acordo


com o contexto, mas cuja origem é única. Com relação à polissemia, os dicionários, via
de regra, apresentam uma entrada (verbete).
Exemplo:

Sinal gráfico
PONTO Lugar determinado
vem de “punctus” (latim) Livros em que se marcam as faltas, etc.

Observação:

* Há palavras que são homônimas em relação a outras e polissêmicas se as


comparamos com terceiras.

Exemplos: Cravo, do francês “clavecin” (= instrumento musical) e cravo, do latim


“clavu” (= prego, afecção da pele, flor ou condimento) são homônimos.
Cravo (prego), cravo (afecção da pele), cravo (flor) e cravo (condimento) são
polissêmicos (há analogia quanto à forma, e a origem vocabular é a mesma (“cravu”).

3 – PALAVRAS SEMELHANTES NA GRAFIA E NA PRONÚNCIA (PARÔNIMOS)

Exemplos:

Acidente – desastre Incidente – acontecimento Adereço – enfeite Endereço – residência


inesperado
Apóstrofe – figura de estilo Apóstrofo – notação léxica Atuar – agir Autuar – processar
Auréola – círculo luminoso Ourela – beira Casual – ocasional Causual – relativo a causa.
Cavaleiro – homem que anda a Cavalheiro – homem cortês Conjetura – hipótese Conjuntura – situação,
cavalo oportunidade
Decente – correto Docente – referente a Discente – referente a Deferir – conceder algo
professor aluno
Diferir – ser diferente, adiar Degradar – rebaixar Degredar – exilar Delatar – trair
Dilatar – aumentar Desapercebido– Despercebido – não Descrição – ato de
desprevenido observado descrever
Discrição – qualidade de ser Descriminar – inocentar Discriminar – diferenciar Despensa – depósito de
discreto mantimentos
Dispensa – licença Destinto – descolorido Distinto – diferente Destratar – ofender
Distratar – rescindir um contrato Emergir – vir à tona Imergir – mergulhar Emigrar – sair da pátria
Imigrar – mudar-se para país Eminente – notável, célebre Iminente – imediato Emitir – enviar
estrangeiro
Imitir – investir Enfestar- dobrar a fazenda Infestar – devastar Entender – compreender
Intender – supervisionar Esbaforido – ofegante Espavorido – apavorado Estalado – partido
Estrelado – em forma de estrela Estada – ato de estar Estadia – demora de um Estofar - guarnecer com
navio no porto estofo
Estufar – aquecer com estufa Estripar – tirar as tripas Extirpar – extrair Flagrante – evidente
Fragrante – perfumado Florescente – florido Fluorescente – Fluir - correr
propriedade da
fluorescência

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 47


Fruir – gozar Fusível – peça de Fuzil - arma Gral – taça, pilão
eletricidade
Grau – degrau Incontinente – sensual, Incontinenti – sem Indefeso – sem defesa
imoderado demora
Indefesso – incansável Infligir – aplicar (pena) Infringir – violar Insolúvel – sem solução
Insolvível – que não pode ser pago Intemerato – puro, íntegro Intimorato – destemido Intimar – notificar
Intimidar – amedrontar Laçadeira – feminino de Lançadeira – peça de Lance – risco, perigo
laçador máquina de costura
Lanço – oferta de preço em leilão Lustre – brilho, candelabro Lustro – qüinqüênio Mandado – ordem de
autoridade judicial
Mandato – procuração (mandato Mantilha – xale Matilha – grupo de cães Perfilar – alinhar
de deputado)
Perfilhar – adotar como filho Pleito – eleição Preito – homenagem, Preceder – anteceder
respeito
Proceder – comportar-se Preferir – querer mais Proferir – pronunciar Preterir – deixar de lado
Prescrever – ordenar Proscrever – desterrar Prever – antever Prover – abastecer
Ratificar – confirmar Retificar – corrigir Sobrescritar – endereçar Subscritar – assinar
Sortir – prover Surtir – produzir efeito Subtender – estender Subentender – suprir
por baixo mentalmente
Sustar – deter Suster – sustentar Tráfego – trânsito Tráfico – comércio ilícito
Vestiário – recinto para troca de Vestuário – traje Vultoso – grande Vultuoso – inchado
roupa

EXERCÍCIOS

Complete as lacunas com a palavra adequada:

1. Guardando sigilo, você agirá com .......................................(descrição – discrição).


2. Iremos amanhã à primeira................................... do filme de Elizabeth Taylor (Seção – sessão –
cessão).
3. O fato me passou.......................... (despercebido – desapercebido).
4. O........................ da orquestra sinfônica foi de música moderna (conserto – concerto).
5. Os bancos transacionam somas ....................................... (vultuosas – vultosas).
6. Aquele sujeito era tão mal-educado, que ................................. sua mãe em presença de todos
(destratava – distratava).
7. Na ................................. da fazenda estava escrita sua procedência (auréola – ourela).
8. Muitos inconfidentes foram .......................... para a África (degredados – degradados).
9. ...........................o............................... do deputado (caçaram – cassaram; mandado – mandato).
10. As pessoas surdas não conseguem .............................(descriminar – discriminar).
11. O criminoso foi apanhado em ...................................(flagrante – fragrante).
12. A massa está ............................(cosida – cozida).
13. A maioria dos ................................... diferenciais caíram (acentos – assentos ).
14. O tenor cantou uma ........................(área – ária).
15. O preso foi encaminhado a sua .........................(cela – sela).
16. De acordo com o último................................... somos cem milhões de brasileiros (senso – censo).
17. Os culpados devem .......................... suas falhas (espiar – expiar).
18. O imperador encaminhou-se até o .................................(paço – passo).
19. O político foi .................... de subversivo (tachado – taxado).
20. O secretário ........................... o pedido do funcionário (deferiu – diferiu).
21. O calor...................... os corpos (delata – dilata).
22. Os alimentos estão guardados na....................................(dispensa – despensa).
23. Aquele armário estava ................................ de insetos (enfestado – infestado).
24. Troque o .................................... porque estamos sem luz (fusível – fuzil).
25. O delegado ..............................-lhe duro castigo (infligiu – infringiu).
26. A escolha do candidato.................................os prognósticos do partido (retificou – ratificou).
27. O.......................................de entorpecentes são proibidos por lei (tráfego – tráfico)

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28- A campanha do trânsito deveria ter ......................... efeitos imediatos (sortido – surtido).
29. Aceite meus ................................ pela sua formatura (comprimentos – cumprimentos).
30- Por uma ................................ encontramo-nos na rua (casualidade – causalidade).
31. A bandeira será...................às 18 horas (arreada – arriada).

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL - PESQUISA

A sintaxe de concordância faz com que as palavras dependentes concordem, nas suas flexões,
com as palavras de que dependem na frase. Os adjetivos, pronomes, artigos e numerais
concordam em gênero e número com os substantivos determinados = concordância nominal. O
verbo concorda em número e pessoa com o sujeito simples a que se refere = concordância
verbal.

(Os alunos deverão pesquisar o assunto e apresentar a pesquisa escrita, indicando a fonte
bibliográfica apresentada).

EXERCÍCIOS
ALGUNS EXERCÍCIOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL

01 - Não temos (bastante / bastantes) razões para impugnar sua candidatura.


02 - Estavam informados (bastante / bastantes) sobre toda a situação.
03 - Aquela decisão me custou muito (caro /cara).
04 - Acolheu-me com palavras (meio / meias) tortas.
05 - Os processos estão (incluso / inclusos / inclusas) na pasta.
06 - As folhas trinta e (duas / dois) do processo, fez o juiz uma observação.
07 - Seguem (anexo /anexos / anexa /anexas) as faturas.
08 - Permitam-me que eu as deixe (só / sós).
09 - Vocês estão (quite / quites) com a mensalidade?
10 - Hoje temos (menos / menas) lições.
11 - Água é (boa / bom) para rejuvenescer.
12 - Ela caiu e ficou (meio / meia) tonta.
13 - Elas estão (alerta / alertas).
14 - As duplicatas (anexo / anexa / anexas / anexos) já foram resgatadas.
15 - Quando cheguei à escola era meio-dia e (meia / meio).
16 - A lealdade é (necessária / necessário).
17 - Pedro e Maria viajaram (sós / só).
18 - As meninas me disseram (obrigado / obrigada / obrigados / obrigadas).
19 - A porta ficou (meia / meio) aberta.
20 - (Anexo / Anexos) estamos enviando os documentos.

Alguns exercícios de concordância verbal


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1 – (UFPR) – Observe a concordância verbal:

1 – Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo?


2 – Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora.
3 – Os Estados Unidos são um país muito rico.
4 – No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado.

a) Somente a frase 1 está errada.


b) Somente a frase 2 está errada.
c) As frases 2 e 3 estão erradas.
d) As frases 1 e 4 estão erradas.
e) As frases 2 e 4 estão erradas.

2 – (UEPG – PR) - Assinale a alternativa incorreta, segundo a norma gramatical:

a) Os Estados Unidos, em 1941, declararam guerra à Alemanha.


b) Aqueles casais parecia viverem felizes.
c) Cancelamos o passeio, haja visto o mau tempo.
d) Mais de um dos candidatos se cumprimentaram.
e) Não tínhamos visto as crianças que faziam oito anos.

3 – (UFCE) – Como a frase “fui eu quem fez o casamento”, também estão corretos os
períodos abaixo:

1. Fui eu que fiz o casamento.


2. Foi eu quem fez o casamento.
4. Fui eu que fez o casamento.
8. Foste tu que fizeste o casamento.
16. Foste tu quem fez o casamento.
32. Fostes vós que fez o casamento.
64. Fostes vós quem fez o casamento.

4 – (CESGRANRIO) – Há concordância inadequada em:

a) clima e terras desconhecidas.


b) clima e terra desconhecidos.
c) terras e clima desconhecidas.
d) terras e clima desconhecido.
e) terras e clima desconhecidos.

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5 – (UEPG – PR) – Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da
concordância nominal:

a) É necessária paciência.
b) Não é bonito ofendermos aos outros.
c) É bom bebermos cerveja.
d) Não é permitido presença de estranhos.
e) Água de Melissa é ótimo para os nervos.

ALGUNS PRONOMES DE TRATAMENTO

ABREVIATURA TRATAMENTO USADO PARA

V.A. Vossa Alteza Príncipes, arquiduques,


duques

V.Ex.ª Vossa Excelência Altas autoridades do


governo e oficiais das
forças armadas

V.S.ª Vossa Senhoria Funcionários públicos


graduados, oficiais até
coronel; na linguagem
escrita, pessoas de
cerimônia.

V. P. Vossa Santidade papa

V.M. Vossa majestade Reis, imperadores

REDAÇÃO: DISSERTAÇÃO

DICAS PARA SE FAZER UMA BOA DISSERTAÇÃO

CONCEITO: Dissertar é expor idéias, é apresentar juízos, é argumentar, assumindo ou não uma posição
em relação a um assunto.
Nesse sentido, podemos ter dois tipos de dissertação:
1. DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA – É aquela que apresenta uma abordagem crítica sobre
determinado assunto. É a defesa do ponto de vista de quem escreve.
2. DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA – É aquela que aborda uma verdade indiscutível. É a exposição de idéias
sem tomar uma posição sobre elas. Tem apenas a intenção de informar.

ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

INTRODUÇÃO: É a apresentação do assunto a ser desenvolvido; É a tese, a idéia inicial, sem muitas
explicações.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 51


DESENVOLVIMENTO: É a elaboração discursiva da INTRODUÇÃO. É a justificativa da idéia inicial, com a
apresentação de mais detalhes, exemplos, citações, etc.

CONCLUSÃO: É a síntese do DESENVOLVIMENTO. Retomada da idéia inicial, com a apresentação de um


resumo do que foi exposto ou argumentado no DESENVOLVIMENTO.

CUIDADOS PRELIMINARES

1. Ler atentamente o tema, procurando entender perfeitamente o que é pedido, e se o valor das
palavras que compõem o tema é conotativo ou denotativo;
2. Conhecer o tema a ser desenvolvido. Nesse sentido, a leitura permanente de bons livros, jornais e
revistas é fundamental.
3. Delimitar o assunto. Partindo de um tema aberto, amplo, procurar restringi-lo a um de seus aspectos,
tornando-o assim um tema fechado, restrito.
Exemplo: ASSUNTO: “Carnaval” = tema aberto, amplo, abrangente; “A Nudez no Carnaval” = tema
fechado, específico, delimitado.
4. Refletir sobre o assunto. Procurando analisar o ponto de vista assumido, sua forma e suas variantes;
5. Planejar a elaboração de cada etapa da estrutura dissertativa (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONCLUSÃO);
6. fazer um esboço, um rascunho inicial, no qual geralmente são feias diversas alterações antes de se
redigir o texto final;
7. Procurar redigir sempre na 3ª pessoa do singular ou do plural, ou ainda na 1ª pessoa do plural para
tornar o texto mais impessoal, evitando, dessa forma, expressões do tipo “na minha opinião”, “eu penso
que...”, “eu acho que...”, etc.;
8. Procurar desenvolver uma habilidade e um estilo de expressão própria;
9. Manter sempre objetividade e clareza na abordagem do tema;
10. Escolher, logo no início, um título bem adequado que servirá de guia, da orientação para o perfeito
desenvolvimento do assunto a ser abordado. O título, na realidade, deve ser a síntese do assunto
proposto pelo tema.

NOÇÕES DE DISSERTAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA

DISSERTAÇÃO OBJETIVA – É a apresentação do assunto de maneira impessoal, caracterizada pela


linguagem denotativa. Texto onde prepondera a razão.

DISSERTAÇÃO SUBJETIVA – É a apresentação do assunto de maneira introspectiva, provocando a


emoção do leitor e caracterizada pela linguagem conotativa.

CORREÇÃO DO TEXTO

Principais cuidados que devem ser tomados ao término da dissertação:


1. ADEQUAÇÃO: Verificar se o texto está adequado ao tema e à modalidade propostos;
2. COERÊNCIA: Observar se houve um começo, meio e fim coerentes e seqüenciais, de acordo com a
tese defendida;
3. CLAREZA: Entendimento perfeito das idéias expostas, sem a presença de ambigüidades. Para isso,
tomar cuidado com a parte gramatical;
4. COESÃO: Organização lógica das frases, dos parágrafos e do texto como um todo.

LINGUAGEM, TRABALHO E TECNOLOGIA 52


PROPOSTA DE SEMINÁRIO

A NOVA ORTOGRAFIA OFICIAL

1- O uso do trema e do hífen;


2- Acentuação gráfica das palavras oxítonas;
3- Acentuação gráfica das palavras paroxítonas;
4- Acentuação gráfica das palavras proparoxítonas.
5- Crase

Esta apostila foi elaborada pelo Prof. Esp. Lúcio Lima – Letrado sob Reg. 0812/02, para uso exclusivo
nas aulas de LTT das ETECs de Franco da Rocha e Francisco Morato, tendo como referência
bibliográfica:

MARTINS, D.S; ZILBERKNAP, L.S (2003). Português Instrumental: Editora Sagraluzzatto. 23 edição.

MARTUSCELLI, ALEXANDRE F. (2009). Apostila de LTT e Técnicas de Comunicação. Idealização e edição


Própria.
PEIXOTO, F.B (2001). Redação na vida profissional. Editora Fontes.

SUSSAMS, John E. Como fazer um relatório: Objetivos do Relatório, estrutura e redação, apresentação
e suportes materiais, planejamento. Lisboa: Presença, 1996.

TERRA, E; NICOLA; J (2004). Português – de olho no mundo do trabalho. Editora Scipione.

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