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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO – UCDB

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

GUSTAVO MATIAS TAVARES

RAFAEL FRANCISCO DA SILVA

RENATO ALVES MACIEL

RONEY DE OLIVEIRA LIMA

ESTUDO PARCIAL DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO MUNICÍPIO DE

MARACAJU, MS

Campo Grande – MS

2016
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO – UCDB

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

GUSTAVO MATIAS TAVARES

RAFAEL FRANCISCO DA SILVA

RENATO ALVES MACIEL

RONEY DE OLIVEIRA LIMA

ESTUDO PARCIAL DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO MUNICÍPIO DE

MARACAJU, MS

Trabalho apresentado como exigência para a


obtenção de nota parcial na disciplina Saneamento
básico do curso de graduação em Engenharia Civil
ministrada pelos Professores. M.e Fernando Jorge
Corrêa Magalhães Filho e M.e Guilherme Henrique
Cavazzana.

Campo Grande – MS
2016
Sumário
1 Introdução ....................................................................................................................... 7
2 Caracterização da área de estudo ................................................................................... 8
2.1 Localização............................................................................................................... 8
2.2 Vias e estradas de acesso ........................................................................................ 8
2.3 Topografia, relevo e geografia .................................................................................. 8
2.4 Vegetação .............................................................................................................. 11
2.5 Bacia hidrográfica ................................................................................................... 12
3 Uso e conservação do solo ........................................................................................... 15
3.1 Planos diretores municipais e regionais .................................................................. 15
3.2 Identificação de áreas protegidas ambientalmente ou com restrições à ocupação . 15
3.3 Uso e ocupação do solo ......................................................................................... 17
3.3.1 Zona de Ocupação Prioritária......................................................................... 18
3.3.2 Zona Destinada à Expansão Urbana.............................................................. 18
3.3.3 Zonas Especiais de Interesse Social .............................................................. 18
4 Aspectos econômicos e sociais ..................................................................................... 20
4.1 Atividades econômicas ........................................................................................... 20
4.2 Mercado de trabalho ............................................................................................... 22
4.3 Indicadores ............................................................................................................. 22
4.4 Distribuição de renda .............................................................................................. 23
5 Sistemas de infraestrutura e condições sanitárias ......................................................... 25
5.1 Abastecimento de água .......................................................................................... 25
5.1.1 Índices de atendimento .................................................................................. 25
5.1.2 Rede de distribuição ...................................................................................... 25
5.1.3 Manancial....................................................................................................... 27
5.1.4 Tratamento e adução ..................................................................................... 27
5.2 Esgoto sanitário ...................................................................................................... 28
5.2.1 Índices de coleta e tratamento ....................................................................... 28
5.2.2 Estações de Tratamento de Esgoto ............................................................... 28
5.3 Resíduos Sólidos .................................................................................................... 28
5.3.1 Coleta ............................................................................................................ 28
5.3.2 Tratamento..................................................................................................... 29
5.3.3 Disposição final .............................................................................................. 29

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5.4 Drenagem de águas pluviais .................................................................................. 30
5.4.1 Controle de enchentes ................................................................................... 30
5.4.2 Barragens e Canalizações ............................................................................. 30
5.5 Saúde ..................................................................................................................... 31
5.5.1 Índices de mortalidade e desnutrição infantil .................................................. 31
5.5.2 Ocorrência de doenças e internamentos ........................................................ 32
5.6 Energia elétrica ....................................................................................................... 33
5.6.1 Aspectos gerais.............................................................................................. 33
5.6.2 Tarifas ............................................................................................................ 33
5.6.3 Número de ligações ....................................................................................... 34
5.7 Política do Setor de Saneamento ........................................................................... 35
6 Levantamento dos planos existentes ............................................................................. 38
6.1 Plano Estadual de Recursos Hídricos ..................................................................... 38
6.2 Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para a Sub-bacia do Rio Taquari 38
7 Estudo demográfico....................................................................................................... 38
7.1 Dados censitários ................................................................................................... 38
7.2 Projeção populacional ............................................................................................ 39
8 Prospectiva.................................................................................................................... 41
8.1 Consumo ................................................................................................................ 41
8.2 K1 e K2................................................................................................................... 41
8.3 Perdas .................................................................................................................... 41
8.4 Atendimento ........................................................................................................... 42
8.5 Controle de Perdas no Sistema .............................................................................. 42
8.6 Objetivos e Metas ................................................................................................... 43
9 Recomendações e Considerações Finais ...................................................................... 44
10 Referências ............................................................................................................ 45

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Lista de Figuras

Figura 1 - Mapa de localização de Costa Rica, MS ................................................................ 8


Figura 2 - Geologia de Costa Rica, MS .................................................................................. 9
Figura 3 - Geomorfologia de Costa Rica, MS ....................................................................... 10
Figura 4 - Climas do Brasil ................................................................................................... 11
Figura 5 - Bioma cerrado no Brasil....................................................................................... 12
Figura 6 - Unidades de Planejamento e Gerenciamento – UPG .......................................... 13
Figura 7 - Domínios hidrogeológicos de Mato Grosso do Sul............................................... 14
Figura 8 - Unidade de Conservação em Costa Rica, MS ..................................................... 16
Figura 9 - Composição do PIB de Costa Rica, MS ............................................................... 23
Figura 10 - Distribuição de Renda em Costa Rica, MS ........................................................ 24
Figura 11 - Volume micromedido e faturado ........................................................................ 27
Figura 12 - Proporção de crianças menores de 2 anos desnutridas..................................... 31
Figura 13 - Consumo Direto de Energia Elétrica .................................................................. 34
Figura 14 - Consumidor Direto de Energia Elétrica .............................................................. 34
Figura 15 - Projeção populacional........................................................................................ 40
Figura 16 - Gerenciamento de Perdas ................................................................................. 42
Figura 17 - Metas de redução de perdas ............................................................................. 43

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Lista de Quadros
Quadro 1 - Índices de regulação para ocupação do solo no município de Costa Rica/MS –
uso residencial .............................................................................................................. 17
Quadro 2 - Índices de regulação para ocupação do solo no município de Costa Rica/MS -
Zona Especial de Interesse Comercial (ZEIC) .............................................................. 18
Quadro 3 - PIB de Costa Rica.............................................................................................. 22
Quadro 4 - População Urbana da Sede Municipal de Costa Rica ........................................ 25
Quadro 5 - Evolução da rede de distribuição de água no município de Costa Rica em 2012
..................................................................................................................................... 25
Quadro 6 - Características do Sistema de Distribuição de Água de Costa Rica/MS ............ 26
Quadro 7 - Volume e Ligações ............................................................................................ 26
Quadro 8 - Índice de coleta e tratamento de esgotos ........................................................... 28
Quadro 9 - Projeção de material reciclável, orgânicos e outros coletados no município de
Costa Rica .................................................................................................................... 29
Quadro 10 - Mortalidade no município de Costa Rica/MS no ano de 2012 .......................... 31
Quadro 11 - Dados censitários ............................................................................................ 39
Quadro 12 - Projeção populacional ...................................................................................... 39
Quadro 14 - Perdas no Sistema ........................................................................................... 41
Quadro 15 - Balanço Hídrico Anual...................................................................................... 42
Quadro 13 - Demandas de água e Metas de Redução de Perda ......................................... 43

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1 INTRODUÇÃO
Desde que o homem passou a viver em comunidade, tornou-se necessária a
existência de um conjunto de sistemas de infraestrutura nos aglomerados
populacionais que atendesse a todas às suas demandas. Entre eles, pode-se citar o
sistema de drenagem de águas pluviais, os arruamentos, as vias públicas e
pavimentação, o serviço de coleta e destino de resíduos sólidos, o sistema de coleta
e tratamento de esgoto e o de transporte coletivo. No entanto, um dos mais essenciais
refere-se ao abastecimento de água potável, atendendo os diversos consumos
apresentados pela sociedade (uso doméstico, comercial, industrial e público).

Segundo FUNASA (2006), o conjunto de obras, instalações, equipamentos e


serviços, que constitui um complexo de sistemas hidráulicos, destinado a produzir e
distribuir água a uma comunidade, em quantidade e qualidade compatíveis com as
necessidades da população é denominado de Sistema de Abastecimento de Água
(SAA). Este trabalho irá apresentar informações relacionadas ao SAA com a finalidade
de realizar um estudo de concepção para um município na faixa populacional de
10.000 a 20.000 habitantes. Além disso, irá planejar estrategicamente o sistema a fim
de reduzir os índices de perda existentes.

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2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2.1 LOCALIZAÇÃO
A cidade de Maracaju está localizada no sudoeste do Estado de Mato Grosso
do Sul, divisa com Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti, Anastácio, Nioaque, Guia Lopes
da Laguna, Ponta Porã, Dourados, Itaporã e Rio Brilhante. Distante a 160 km da
capital Campo Grande, possui coordenadas 21°36’52’’ latitude e 55°10’06” longitude.
Sua localização em nível nacional e estadual é apresentada na Figura 1.

Mapa...........
Figura 1 - Mapa de localização de Maracaju, MS
Fonte:

2.2 VIAS E ESTRADAS DE ACESSO


A cidade de Maracaju localiza-se a 160 km da capital Campo Grande, MS, o
acesso se dá pela MS-162 e a BR-267.

A cidade é limitada ao Norte com o município de ..........., a Leste com ........,


ao Sul com o................... e a Oeste com .....................................

2.3 TOPOGRAFIA, RELEVO E GEOGRAFIA


A cidade possui altitude de 384 m. Seu clima predominante é tropical úmido a
sub-úmido com regime de chuvas entre os meses de setembro a maio e período seco
de junho a setembro. O clima tropical úmido apresenta temperaturas sempre elevadas
ao longo do ano, conforme Figura 4. As temperaturas anuais médias, mínimas de
14°C a 15°C, média de 25°C a 27°C e máxima de 32°C a 33°C. A precipitação
pluviométrica anual varia de 1500 a 1750 milímetros, excedente hídrico anual de 800
a 1200 milímetros, durante cinco a seis meses e deficiência hídrica de 350 a 500
milímetros durante quatro meses.

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Figura 2 - Geologia de Costa Rica, MS


Fonte: Adaptado de SEMAC, 2013

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Figura 3 - Geomorfologia de Costa Rica, MS


Fonte: Adaptado de SEMAC, 2013

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Figura 4 - Climas do Brasil


Fonte: IBGE, 2014

2.4 VEGETAÇÃO
A vegetação apresentada na cidade de Maracaju é predominantemente do
ecossistema cerrado, conforma apresentado na Figura 5 MUDAR. No entanto, apesar
do Bioma Cerrado ser o tipo de vegetação mais frequente no Domínio do Cerrado,
não é o único Bioma que compõe este Domínio. Os ambientes de florestas, como as
Matas Ciliares – que ocorrem às margens de cursos de água – e as Matas Secas –
que ocorrem, geralmente, em solos com afloramentos de rocha –, são exemplos de
ambientes que pertencem a outros tipos de Bioma – no caso do tipo florestal – que
não o Bioma Cerrado (EMBRAPA, 2014).

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Figura 5 - Bioma cerrado no Brasil


Fonte: Adaptado de SEMAC, 2013

2.5 BACIA HIDROGRÁFICA


Maracaju pertence a bacia hidrográfica do Paraná. Baseando-se nas
Unidades de Planejamento e Gerenciamento (UPG), a cidade de Maracaju tem sua
área ocupada por 77,41% da UPG do Rio Ivinhema e 22,59% da UPG do Rio Miranda,
sendo, portanto, o Rio Ivinhema o principal corpo hídrico da cidade (PERH, 2010). A
Figura 6 apresenta as regiões hidrográficas e suas respectivas UPG.

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Figura 6 - Unidades de Planejamento e Gerenciamento – UPG


Fonte: SEMAC, 2012

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Com relação às águas subterrâneas, Maracaju possui em seu território o


Aquífero Serra Geral e o Aquífero Bauru, conforme apresentado na Figura 7.

Figura 7 - Domínios hidrogeológicos de Mato Grosso do Sul


Fonte: SEMAC, 2012

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3 USO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

3.1 PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS E REGIONAIS


A cidade de Maracaju conta com um plano diretor municipal criado pela Lei
Complementar N°33, de 5 de outubro 2006. O plano diretor é o instrumento básico de
um processo de planejamento municipal para a implantação da política de
desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados (ABNT,
1991).

3.2 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS AMBIENTALMENTE OU COM RESTRIÇÕES À OCUPAÇÃO


Segundo seu plano diretor municipal, de Maracaju conta com duas unidades
de conservação: Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), Federal morro da
Peroba com uma área de 607,3700 (ha) e TI Sucuriy com uma área de 535,1047 (ha),
conforme apresentado na Figura 8.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma categoria de


unidade de conservação criada pela vontade do proprietário rural, ou seja, sem
desapropriação de terra. No momento que decide criar uma RPPN, o proprietário
assume compromisso com a conservação da natureza. Além de preservar belezas
cênicas e ambientes históricos, as RPPNs assumem, cada vez mais, objetivos de
proteção de recursos hídricos, manejo de recursos naturais, desenvolvimento de
pesquisas cientificas, manutenção de equilíbrios climáticos ecológicos entre vários
outros serviços ambientais. Atividades recreativas, turísticas, de educação e pesquisa
são permitidas na reserva, desde que sejam autorizadas pelo órgão ambiental
responsável pelo seu reconhecimento (WWF, 2014).

O Parque Natural Municipal Salto Sucuriu conta com área de 57 hectares e


vegetação típica do cerrado, além de dispor de infraestruturas destinadas a lazer.

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Figura 8 - Unidade de Conservação em Maracaju, MS


Fonte: UCDB, 2006

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3.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


O Município de Costa Rica dispõe da Lei n° 585/01, que trata do uso e
ocupação do solo para este município. É permitida a instalação de todas as formas de
usos e tipos de atividades na Zona Urbana Central, observando as condições de uso
e ocupação do solo previstas no Plano Diretor, em função das características da área
em que vierem a se instalar e dos objetivos do planejamento. Os parâmetros para
estes usos e atividades são estabelecidos em vista da capacidade geradora de
transtornos à população vizinha, interferências no tráfego e impacto na vizinhança,
podendo ser exigidos o EIV - Estudo de Impacto de Vizinhança ou avaliação prévia
da vigilância sanitária, conforme o caso, a ser apreciado pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento e órgãos competentes do Município.

São reguladores da ocupação do solo urbano, conforme Art. 76 do Plano


Diretor do município de Costa Rica/MS, os parâmetros: taxa de ocupação, taxa de
permeabilidade do solo, recuo e gabarito. Os índices estabelecidos para o uso
residencial são apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 - Índices de regulação para ocupação do solo no município de Costa Rica/MS – uso
residencial
Parâmetros da
ocupação do solo Índices para o uso residencial
urbano
Taxa de ocupação Máximo de 70%
Taxa de
Mínimo de 15% do tamanho total do lote
permeabilidade do solo
4m, permitindo a utilização para garagens e outros fins,
Frontal desde que a água da chuva não incida diretamente sobre a
calçada
1,20m de cada lado, para facilitar a ventilação e iluminação,
Recuo Lateral
atendendo as normas da ABNT nas demais questões
O recuo lateral mínimo deverá permanecer em 1m e para
Loteamentos
os novos loteamentos com testada mínima de 12 m, deverá
existentes
ser de 1,20 m
Fonte: PDMCR, 2006.

Para o uso não residencial são considerados os objetivos estabelecidos para


cada uma das zonas e áreas de localização. Na Zona Especial de Interesse Comercial
(ZEIC), é permitido (Quadro 2).

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Quadro 2 - Índices de regulação para ocupação do solo no município de Costa Rica/MS - Zona Especial
de Interesse Comercial (ZEIC)
Parâmetros da ocupação do solo urbano Índices para a ZEIC
Taxa de ocupação Máximo de 80%
Taxa de permeabilidade do solo Mínimo de 15% do tamanho total do lote
A critério da Secretaria Municipal de
Recuo Frontal
Desenvolvimento, poderá ser dispensado
Fonte: PDMCR, 2006.

As diretrizes para o uso, ocupação e parcelamento do solo na zona rural são


a proibição do uso de agrotóxicos num raio de 2 (dois) quilômetros na área urbana
(exceto horticultura) e num raio de 100 m a partir dos cursos d’água. A proibição do
uso de pulverização aérea num raio de 5 (cinco) quilômetros da área urbana e a
obrigatoriedade da construção de cercas no entorno das nascentes.

O programa da expansão urbana, definido como meta estratégica do Plano


Local de Habitação de Interesse Social (2011), tem o intuito de fazer com que os novos
programas habitacionais observem os locais destinados à expansão urbana, a fim de
coibir o crescimento desordenado da cidade. Assim este considera:

3.3.1 Zona de Ocupação Prioritária


Esta zona corresponde a áreas que já contam com um ou mais serviços
públicos instalados e ainda possuem altos índices de lotes vazios. Para aproveitar os
investimentos já realizados pela prefeitura, evitando custos de instalação, a ocupação
com moradias deve ser realizada prioritariamente nesta zona antes de se abrir novos
loteamentos. Fazem parte desta zona: Jardim Afonso, porção norte do Vale do
Amanhecer, a porção sul do Jardim São Francisco, Jardim Buenos Aires e Bairro
Sonho Meu V. Todas apresentam muitos lotes vazios, mesmo quadras inteiras,
oferecendo risco a população devido à proliferação de animais peçonhentos e
mosquitos (PMCG, 2007).

3.3.2 Zona Destinada à Expansão Urbana


Correspondem a duas extensões de terras situadas: entre o Jardim Novo
Horizonte, o Vale do Amanhecer e a Vila Nunes. Além dessas áreas nenhuma outra
poderá ser motivo de loteamento.

3.3.3 Zonas Especiais de Interesse Social


A Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) é um instrumento previsto no
Estatuto da Cidade, consistindo em uma espécie de zoneamento dentro do qual se

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admite a aplicação de normas especiais de uso, ocupação e parcelamento do solo em


áreas já ocupadas ou que venham a ser ocupadas por moradias populares, tendo em
vista especialmente a implementação de habitação de interesse social. A sua
delimitação foi estabelecida no Plano Diretor de Costa Rica. Ainda não se dispõe de
regulamentação para as ZEIS, embora esteja prevista no Plano Local de Habitação
de Interesse Social (Decreto Nº. 4.032, de 23 de setembro de 2011) por meio do
Aperfeiçoamento Legislativo municipal (uma de suas estratégias de atuação). O Plano
Local de Habitação de Interesse Social de Costa Rica, aprovado em 2011, é
instrumento de implementação do Sistema Nacional de Habitação – SNHIS,
viabilizando o atendimento à população em situação de fragilidade social e
econômica. Segundo o mesmo, no que tange à habitação social, o Município de Costa
Rica está bem amparado legislativamente. Ademais, os programas instituídos pela
Prefeitura e pelas parcerias têm atendido satisfatoriamente as necessidades de
moradias populares, não havendo, portanto, grandes demandas. Posto isso, optou-se
por definir como Zonas Especiais de Interesse Social áreas ao longo do trecho urbano
do rio Sucuriú, a fim de garantir a preservação da mata ciliar, regularizar as moradias
já existentes e permitir a ocupação dos espaços vazios fora da área de preservação
permanente, (PMCR, 2007).

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4 ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

4.1 ATIVIDADES ECONÔMICAS


No município de Maracaju, 42% de sua área era dedicada, em 2006, à
agricultura, destinada principalmente às culturas temporárias e 41% da área era de
pastagens (IBGE). As culturas temporárias são aquelas que precisam ser replantadas
após a colheita. A cultura temporária no município de Maracaju se concentrou, em
2013, nos cultivos de milho e soja, que ocuparam, juntos, 92% da área de culturas
temporárias.

Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) do município de Maracaju atingiu R$


1.321.556.000,00. Encontrando-se na 6ª posição no ranking do Estado. Considerando
a população estimada para o mesmo ano pelo IBGE, o PIB per capita, valor médio por
habitante, produzido no município no ano, correspondeu a R$ 33.803,71 sendo 55%
superior ao valor médio do Estado de Mato Grosso do Sul, para o mesmo ano, de R$
21.902,00. O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma, em valores monetários,
de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região, durante
um ano.

O município de Maracaju, em 1991, possuía um IDH considerado muito baixo.


Em 2010, em termos de ranking, o município de Maracaju melhorou a sua posição e,

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em termos de desenvolvimento, apresentou melhorias significativas nas condições de


vida da população. O fator principal que levou ao aumento do IDH foi a melhoria na
Educação.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) tem por objetivo avaliar a qualidade


de vida e o desenvolvimento econômico de uma popula- ção, partindo do pressuposto
de que é preciso ir além do viés puramente econômico. O IDH reúne três dos
requisitos mais importantes para a expansão das liberdades das pessoas: a
oportunidade de se levar uma vida longa e saudável (saúde), ter acesso ao
conhecimento (educação) e poder desfrutar de um padrão de vida digno (renda).
(PNUD, 2013)

O índice IDH varia entre zero e um, e mostra que quanto mais próximo a 1, mais
desenvolvida é a região. No Brasil a metodologia adaptada para os municípios gerou
o IDH Municipal (IDHM). Seus resultados são divididos em cinco classificações: de
0,000 a 0,499 é considerado grau de desenvolvimento Muito Baixo; de 0,500 a 0,599
é considerado Baixo; de 0,600 a 0,699 é considerado Médio; de 0,700 a 0,799 é
considerado alto e de 0,800 a 1,000 é considerado Muito Alto.

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4.2 MERCADO DE TRABALHO


Entre 2010 e 2013, o número de empregos nas empresas de Maracaju
aumentou 8,06%, enquanto em nível estadual aumentou, em média 13,34% no
mesmo período. A contribuição dos pequenos negócios apresentou aumento. Em
2013 ocorreu reversão na tendência de crescimento no número de empregos. No
município, 11% dos empregos formais correspondiam a funcionários públicos (RAIS,
2013).

A contribuição dos pequenos negócios na massa salarial do município vem


crescendo nos últimos anos, passando de 25,51% em 2010 para 31,37% em 2013,
superando a média estadual de 21%.

4.3 INDICADORES
Um dos indicadores econômicos é o PIB, apresentado no Quadro 3 e
caracterizado na Figura 9.

Quadro 3 - PIB de Costa Rica


VALORES (R$ 1,00)
Descrição
2006 2007 2008 2009 2010
PIB a Preço de Mercado 240.282.668 335.871.964 398.522.883 414.671.487 510.385.911
PIB Per Capita 14.573 18.377 21.104 21.566 25.922
Fonte: IBGE, 2010

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Percebe-se que a participação dos impostos tem aumentado no decorrer dos


anos. Outro indicador de destaque é o IDH-M (2010): 0,706 (15º no ranking estadual)
A contribuição dos pequenos negócios na massa salarial do município vem crescendo nos últimos anos,
passando de 25,51% em 2010 para 31,37% em 2013, superando a média estadual de 21%.

Composição do PIB - Costa Rica, MS


100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1996 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

PIB Indústria (%) PIB Comércio eServiços (%) PIB Agropecuário (%) Imposto (%)

Figura 9 - Composição do PIB de Costa Rica, MS


Fonte: SEBRAE, 2014

4.4 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA


A distribuição de renda da cidade é apresentada na Figura 10.

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Figura 10 - Distribuição de Renda em Costa Rica, MS


Fonte: IBGE, 2010

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5 SISTEMAS DE INFRAESTRUTURA E CONDIÇÕES SANITÁRIAS

5.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA


5.1.1 Índices de atendimento
Segundo o senso de 2014 a população total do município de Maracaju é de
42.101 habitantes. O abastecimento de água tratada, que abrange a área urbana do
município, contemplava 36.270 habitantes no ano de 2014, distribuídos em 11.757
ligações, sendo 10.989 (93,46%) micromedidas. (Quadro 4). O município atende
100% de sua população.

Quadro 4 - População Urbana da Sede Municipal de Costa Rica


Ano População (habitantes)
1991 7.719 (1)
1996 8.646 (2)
2000 9.805 (1)
2007 12.938 (2)
2010 16.848 (1)
2012 18.087 (3)
(1) Censo Demográfico – IBGE, (2) Contagem da População – IBGE, (3) Estimativa - IBGE

5.1.2 Rede de distribuição


A rede de distribuição de água é constituída por tubulação, em sua maioria de
PVC, sendo as partes de recalque das bombas em Ferro Fundido. No Quadro 5 é
apresentada a evolução da rede de distribuição de água no município. Com relação
ao cadastro da rede, as informações existentes são referentes apenas ao traçado da
rede em planta, não existindo informações compiladas sobre diâmetros e cotas.

Quadro 5 - Evolução da rede de distribuição de água no município de Costa Rica em 2012

Mês Extensão total da rede de água (m)

Janeiro 98130,50
Fevereiro 98130,50
Março 109367,50
Abril 109367,50
Maio 109367,50
Junho 111237,00
Julho 111237,00
Agosto 120363,00
Setembro 124505,00
Outubro 124505,00

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Mês Extensão total da rede de água (m)

Novembro 124505,00
Dezembro 124505,00
Fonte: PMCR, 2013
O Município de Costa Rica possui cobertura por redes de distribuição de água
em 100% de sua área urbana, sendo que, os serviços de abastecimento de água,
coleta e tratamento de esgoto são responsabilidades do Serviço Autônomo de Água
e Esgoto (SAAE). O SAAE é uma autarquia, pessoa jurídica de direito público que faz
parte da Administração Pública Indireta, possui patrimônio e receita próprios. No
Quadro 6 e Quadro 7 são apresentadas as principais características do Sistema de
Distribuição de Água do município.

Quadro 6 - Características do Sistema de Distribuição de Água de Costa Rica/MS


Características Valores Unidades
População Atendida (2.011) 17.132 Habitantes
Micromedição (2.011) 7.200 Economias
Nº de ligações/economias (2.011) 7.214 Economias
Volume de água produzido (2.012) * 1.695 1.000m3/ano
Volume de água micromedido (2.012) 1.035 1.000m3/ano
Volume de água faturado (2.012) 1.216 1.000m3/ano
Extensão de Rede de Água (2.012) 124,5 Km
Porcentagem de Atendimento total 100 %
Consumo de energia elétrica no sistema de água (2.011) 4.580,00 1.000kWh/ano
Fonte: PMCR, 2013

Quadro 7 - Volume e Ligações

Relação volume
Volume consumido Volume Quantidade de
Mês consumido/ligações
(micromedido) (m3) Faturado (m3) ligações ativas
(m3/ligação)

Janeiro 73.943 89.952 6.194 11,94


Fevereiro 73615* 89.282* 6.118 12,03
Março 73.287 88.611 6.130 11,96
Abril 83.917 97.584 6.295 13,33
Maio 86.410 102.109 6.407 13,49
Junho 83.246 98.786 6.435 12,94
Julho 81.766 98.284 6.613 12,36
Agosto 97.639 111.457 6.648 14,69
Setembro 115.024 126.853 6.700 17,17
Outubro 94.144 108.293 6.710 14,03
Novembro 99.414 112.608 6.738 14,75
Dezembro 72.731 92.249 6.791 10,71
Total Anual 1.035.136 1.216.068
Fonte: PMCR, 2013

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140,000

130,000

120,000

110,000

100,000

90,000

80,000

70,000

60,000

Volume consumido (micromedido) (m3) Volume Faturado (m3)

Figura 11 - Volume micromedido e faturado


Fonte: PMCR, 2013

5.1.3 Manancial
Sendo o manancial de captação, em sua totalidade, subterrâneo, a água bruta
é bombeada dos poços, recebe tratamento por simples desinfecção e então é
distribuída na rede. As sobras são armazenadas nos reservatórios, que em horário de
pico de consumo direcionam o volume armazenado de volta para a rede. Com uma
totalidade de 11 (onze) poços em operação, o município atende 100% de sua
população.

5.1.4 Tratamento e adução


O sistema de abastecimento de água de Costa Rica não possui adutoras e
nem estação de tratamento de água (ETA). A desinfecção é realizada com a injeção
de hipoclorito de sódio 10,5% a 12,5% de concentração, dosado e injetado na base
do poço através de uma bomba dosadora. Nas Figura 4 a Figura 7 são apresentadas,
respectivamente, as fotos do recipiente do hipoclorito de sódio concentrado, do
reservatório de cloro diluído e de bombas dosadoras.

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5.2 ESGOTO SANITÁRIO


5.2.1 Índices de coleta e tratamento

Os índices de atendimento são apresentados no Quadro 8. Apesar dos


investimentos ainda não se alcançou a universalização, embora ela esteja mais
próxima.

Quadro 8 - Índice de coleta e tratamento de esgotos

Índice de atendimento Índice de tratamento de Economias


Ligações de esgotos
com rede de esgotos esgotos residenciais ativas
Pop. Total Pop. Urbana Esgoto Esgoto Totais
Ativas Água Esgotos
(%) (%) coletado (%) gerado (%) (ativas+inativas)
67,2 78,5 100 32 2.341 2.341 7.200 2.091
Fonte: SNIS, 2011

5.2.2 Estações de Tratamento de Esgoto


Os esgotos coletados são conduzidos para uma estação elevatória localizada
ao sul da região central da cidade, e posteriormente são bombeados para a ETE
existente, cujo efluente é lançado na margem direita do Rio Sucuriú. O município
recebeu investimentos no ano de 2014 a fim de construir uma nova ETE.

Verifica-se que o sistema está subdimensionado, devido ao crescimento da


cidade no período compreendido entre a data do projeto e a situação atual, indicando
a necessidade de atualização do projeto e execução deste para ampliação da
cobertura de rede e aumento na eficiência do sistema de tratamento, que opera
sobrecarregado.

Os dados censitários indicam uma ocupação média, por residência, de 3,10


habitantes. Considerando-se o número atual de ligações na rede de esgoto, com
2.394 unidades, verifica-se que a população atualmente atendida pelo sistema é de,
aproximadamente, 7.420 habitantes, sendo que a Estação de Tratamento de Esgoto
foi dimensionada para atender 5.300 habitantes.

5.3 RESÍDUOS SÓLIDOS


5.3.1 Coleta
Observou-se que apenas a cidade de Costa Rica realizava a coleta seletiva
no período de elaboração do diagnóstico, onde os resíduos são segregados na fonte
em “lixo seco” e “lixo úmido” e coletados em dias distintos. Segundo informações da

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empresa responsável pelo serviço. é que praticamente inexiste a segregação dos


RSD no acondicionamento temporário dos resíduos, fato este que facilitaria o
reaproveitamento dos materiais recicláveis e garantiria produtos de maior qualidade e
valor para comercialização, (PGIRS, 2012).

5.3.2 Tratamento
A cidade de Costa Rica apresenta uma unidade de triagem de resíduos
sólidos em operação. A unidade dispõe de galpão com esteira, big bags (em área
coberta e a céu aberto), 4 prensas próprias, um ônibus, um caminhão e um trator. A
projeção da quantidade de material reciclável, orgânicos e outros coletados no
município de Costa Rica é apresentada no Quadro 9.

Quadro 9 - Projeção de material reciclável, orgânicos e outros coletados no município de Costa Rica
Quantidade Estimada(Kg/dia) Volume Estimado (m³/dia)
Ano Mat. Mat. Mat. Mat.
Outros Total Outros Total
Reciclável Orgânico Reciclável Orgânico
2012 2773,16 5635,77 536,74 8945,67 19,45 39,53 3,77 62,75
2013 2813,70 5718,17 544,59 9076,46 19,74 40,11 3,82 63,67
2014 2854,25 5800,57 552,43 9207,25 20,02 40,69 3,88 64,59
2015 2894,79 5882,96 560,28 9338,03 20,31 41,27 3,93 65,51
2016 2935,34 5965,36 568,13 9468,83 20,59 41,85 3,99 66,43
2017 2975,88 6047,76 575,98 9599,62 20,88 42,42 4,04 67,34
2018 3016,42 6130,15 583,82 9730,39 21,16 43,00 4,10 68,26
2019 3056,97 6212,55 591,67 9861,19 21,44 43,58 4,15 69,17
2020 3097,51 6294,95 599,52 9991,98 21,73 44,16 4,21 70,10
2021 3138,06 6377,35 607,37 10122,78 22,01 44,74 4,26 71,01
2022 3178,6 6459,74 615,21 10253,55 22,3 45,31 4,32 71,93
2023 3219,15 6542,14 623,06 10384,35 22,58 45,89 4,37 72,84
2024 3259,69 6624,54 630,91 10515,14 22,87 46,47 4,43 73,77
2025 3300,24 6706,93 638,76 10645,93 23,15 47,05 4,48 74,68
2026 3340,78 6789,33 646,6 10776,71 23,44 47,63 4,54 75,61
2027 3381,33 6871,73 654,45 10907,51 23,72 48,20 4,59 76,51
2028 3421,87 6954,13 662,3 11038,30 24 48,78 4,65 77,43
2029 3462,42 7036,52 670,15 11169,09 24,29 49,36 4,70 78,35
2030 3502,96 7118,92 677,99 11299,87 24,57 49,94 4,76 79,27
2031 3543,51 7201,32 685,84 11430,67 24,86 50,52 4,81 80,19
2032 3584,05 7283,71 693,69 11561,45 25,14 51,09 4,87 81,10
Total 66750,68 135654,6 12919,49 215324,77 468,25 951,59 90,67 1510,51
Fonte: SEMAC, 2013
5.3.3 Disposição final
Segundo PGIRS, 2012, no que concerne à questão ambiental, o principal
impacto negativo diagnosticado na região de estudo refere-se à disposição final
incorreta, expondo à riscos ambientais o solo, as águas superficiais e subterrâneas e

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a proliferação de vetores, que favorecem a ocorrência de doenças epidêmicas tais


como a dengue e leishmaniose. A cidade dispões apenas de um lixão.

No aspecto relacionado à infraestrutura, foram observadas situações


problemáticas relacionadas ao sub-dimensionamento de estruturas, desgaste
excessivo de equipamentos e veículos em uso, locais inadequados de disposição
final, esgotamento da vida útil dos locais de disposição, dentre outros.

5.4 DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS


Verifica-se que o município de Costa Rica não possui plano diretor de
drenagem urbana e manejo de águas pluviais específicos e implementados até o
momento, norteando-se apenas nas diretrizes gerais estabelecidas no Plano Diretor
no município.

5.4.1 Controle de enchentes


Por se tratar de um município em crescimento e expansão de suas áreas
urbanas ocupadas, mesmo sem qualquer regulamentação formal, os novos
loteamentos são entregues com a infraestrutura de saneamento ambiental. A
microdrenagem nas novas implantações de loteamentos ou abertura de ruas,
normalmente, é entregue junto com a inauguração do espaço ou logradouro. Esta foi
a maneira encontrada pelos governantes para que se possa desenvolver o município
sem erros básicos de infraestruturas.

5.4.2 Barragens e Canalizações


Devido à ausência de cadastro das redes coletoras de esgoto e sistema de
drenagem de águas pluviais, torna-se difícil definir de que maneira se procede a
separação da rede de drenagem e das redes de esgoto local. Verifica-se, contudo,
que os dois sistemas se misturam devido aos problemas nos sistemas e as ligações
clandestinas, nos quais se fazem ligações para o sistema de esgotamento sanitário
nos quais deveriam ser ligações na rede de drenagem ou vice-versa. Não existindo
obras civis específicas para o monitoramento e separação das águas pluviais e das
águas residuárias.

Em inspeção de campo no sistema de drenagem de águas pluviais, verificou-


se a existência de ligações clandestinas de esgoto sanitário, no entanto existe grande
dificuldade de acesso aos locais, impossibilitando a mensuração da quantidade de

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ligações. Faz-se necessária, para redução do problema, campanha de


conscientização da população quanto aos problemas decorrentes de tal prática.

Os pontos de alagamentos, transbordamentos de córregos, pontos de


estrangulamento, capacidade das tubulações insuficientes foram observados na área
urbana, para se possa identificar os principais problemas referentes a drenagem
urbana.

5.5 SAÚDE
5.5.1 Índices de mortalidade e desnutrição infantil
Em 2010, registrou-se 16.441 nascimentos, sendo 15.618 nascidos vivos e
823 mortos. A proporção de crianças menores de 2 anos desnutridas é apresentada
na Figura 12.

6
Proporção de Crianças

0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Figura 12 - Proporção de crianças menores de 2 anos desnutridas


Fonte: SSMS, 2013

Quadro 10 - Mortalidade no município de Costa Rica/MS no ano de 2012


Idade Número de pessoas
< 01 ano 5
15 – 19 anos 3
20 – 29 anos 1
30 – 39 anos 3
40 – 49 anos 6
50 – 59 anos 11

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Idade Número de pessoas


60 – 69 anos 19
70 – 79 anos 22
80 anos - ou mais 16
Ign 1
Total 87
Fonte: SSMS, 2012

5.5.2 Ocorrência de doenças e internamentos


Os indicadores de saúde, chamados medidas-síntese contêm informações
relevantes sobre determinados aspectos e características do estado e desempenho
dos sistemas de saúde. O conjunto dessas informações ajuda na melhor visualização
da situação sanitária de dada população e servir para os órgãos ligados ao sistema
de saúde executar ações mais eficazes na melhoria da qualidade de vida da mesma.
Seguem na sequência os indicadores de natalidade, mortalidade e fecundidade da
população de Costa Rica. Os dados de longevidade não foram disponibilizados.

Dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Costa Rica


através do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o qual foi criado pelo
Departamento de Informática do SUS (DATASUS), para a obtenção regular de dados,
de forma abrangente, sobre mortalidade no País. Por meio deste banco de dados é
possível analisar situações, realizar planejamento e formas de avaliação das ações e
programas desenvolvidos na área da saúde.

As causas de mortes em Costa Rica são variadas, totalizando 60 motivos


listados na Classificação Internacional de Doenças (CID). No entanto, a faixa etária
que está entre 70 e 79 anos chama atenção pelo número de mortes relacionadas ao
infarto agudo do miocárdio, totalizando 5 óbitos, fato ocorrido também nas faixas
etárias de 40 a 49 anos; de 50 a 59 anos; de 60 a 69 anos e a de 80 anos ou mais
porém, ocorreu 1 óbito por faixa etária, totalizando 9 óbitos. Totalizando 5 óbitos estão:
outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas e outras causas mal definidas e não
especificadas de mortalidade, e atingiram as faixas etárias de 30 até 80 anos ou mais.
A diabetes mellitus foi a quarta causa mais frequente totalizando 4 óbitos, sendo 1 na
faixa que vai dos 40 a 49 anos e 3 óbitos na faixa de 80 anos ou mais.

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5.6 ENERGIA ELÉTRICA


5.6.1 Aspectos gerais

No Estado de Mato Grosso do Sul o sistema de distribuição de energia elétrica


é operado pelo grupo energias do Brasil, que inclui a Empresa de Energia Elétrica de
Mato Grosso do Sul (Enersul) sediada em Campo Grande/MS, uma sociedade
anônima de capital aberto com 330.000km² da área de concessão (92%) da área do
Estado. Com abundância de Recursos Hídricos, Costa Rica possui hidrelétrica
própria, a Costa Rica Energética LTDA, com capacidade de geração de 16.000KW/h,
que representa 0.0131% da capacidade do País, garantindo autossuficiência em
energia para impulsionar o crescimento urbano e a instalação de indústrias no
município. Toda a região urbana é coberta pela rede de energia. Quando os novos
loteamentos são criados, ou mesmo antes, basta fazer a solicitação e a rede de
energia é rapidamente estendida para atender as necessidades da população. A sub-
bacia do rio Sucuriú possui ainda mais duas usinas hidrelétricas, classificadas como
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH): a PCH Paraíso, no Rio Paraíso, e a PCH Alto
- Sucuriú no rio Sucuriú.

5.6.2 Tarifas
Os consumidores de energia elétrica pagam por meio da conta recebida da
sua empresa distribuidora de energia elétrica, um valor correspondente a quantidade
de energia elétrica consumida, no mês anterior, estabelecida em kWh (quilowatt-hora)
multiplicada por um valor unitário, denominado tarifa, medida em R$/kWh (reais por
quilowatt-hora), que corresponde ao preço de um quilowatt consumido em uma hora.

As empresas de energia elétrica prestam este serviço por delegação da União


na sua área de concessão, ou seja, na área em que lhe foi dado autorização para
prestar o serviço público de distribuição de energia elétrica.

Cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL estabelecer tarifas que


assegurem ao consumidor o pagamento de uma tarifa justa, como também garantir o
equilíbrio econômico-financeiro da concessionária de distribuição para que ela possa
oferecer um serviço com a qualidade, confiabilidade e continuidade necessárias.

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5.6.3 Número de ligações


O consumo e o número de ligações são apresentados na Figura 13 e Figura
14, respectivamente.

Figura 13 - Consumo Direto de Energia Elétrica


Fonte: Semac, 2013

Figura 14 - Consumidor Direto de Energia Elétrica


Fonte: Semac, 2013

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35

5.7 POLÍTICA DO SETOR DE SANEAMENTO


A pesquisa realizada para o levantamento de dados sobre a Política do Setor
no município aponta que ainda há muito a ser realizado, como: normas de regulação;
programas locais de interesse do saneamento básico; procedimentos para a avaliação
sistemática de eficácia, eficiência e efetividade dos serviços prestados; política de
recursos humanos, em especial para o saneamento e estabelecimento de
instrumentos e mecanismos de participação e controle social na gestão política de
saneamento básico. A formulação do PMSB, deve pautar-se pelos pressupostos das
Diretrizes para a Definição da Política e Elaboração do Plano de Saneamento Básico
(Ministério das Cidades, 2011), pelos princípios, diretrizes e instrumentos definidos na
legislação aplicável e nos Programas e Políticas Públicas com interface com o
Saneamento Básico. Nos âmbitos federal, estadual e municipal, as legislações
aplicáveis consistem:

 Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto das Cidades.


 Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, Define as diretrizes nacionais e
estabelece a Política Federal de Saneamento Básico
 Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010, Regulamenta a Lei n° 11.445, de 5 de
janeiro de 2007.
 Lei Federal nº 11.107, de 6 de abril de 2005, Dispõe sobre normas gerais de
contratação de consórcios públicos e dá outras providências
 Lei Federal n° 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, Dispõe sobre o regime de
concessão e permissão da prestação de serviços públicos
 Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos
 Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, Regulamenta a Lei n° 12.305, de
2 de agosto de 2010.
 Lei Federal n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, Lei orgânica da saúde. Dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências.

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36

 Lei Federal n° 11.124, de 16 de junho de 2005, Dispõe sobre o Sistema Nacional


de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação
de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS.
 Lei Federal n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos.
 Portaria Federal n° 2914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade.
 Decreto n° 5.440, de 4 de maio de 2005, Estabelece definições e procedimentos
sobre o controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui
mecanismos e instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre
a qualidade da água para consumo humano.
 Resolução Recomendada n° 75, de 2 de julho de 2009. Estabelece orientações
relativas à Política de Saneamento Básico e ao conteúdo mínimo dos Planos de
Saneamento Básico.
 Resolução CONAMA n° 307, de 5 de julho de 2002. Gestão dos Resíduos de
Construção Civil.
 Resolução CONAMA n° 283, de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o tratamento
e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.
 Portaria FUNASA n° 306, de 5 de setembro de 2012. Dispõe sobre a instituição
do núcleo Intersetorial de cooperação técnica – NICT.
 Lei Estadual nº 2.263, de 16 de julho de 2001. Dispõe sobre a prestação,
regulação, fiscalização e controle dos serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário e resíduos sólidos, no Estado de Mato Grosso do Sul.
 Decreto Estadual nº 12.530, de 28 de março de 2008. Dispõe sobre a prestação
de serviços públicos de saneamento básico.
 Lei Estadual n° 2080 de 13 de janeiro de 2000. Gestão dos Resíduos Sólidos no
Mato Grosso do Sul.
 Lei Orgânica de Costa Rica, de 05 de abril de 1990.
 Lei Complementar Municipal nº 18, de 20 de abril de 2006, Institui o Plano Diretor
do Município de Costa Rica
 Lei Municipal n° 945/2008, Lei da Habitação Social.

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 Decreto Nº. 4.032, de 23 de setembro de 2011. Institui o Plano Local de Habitação


de Interesse Social.
 Decreto Municipal nº 4.122, de 28 de setembro de 2012. Institui os Comitês de
Coordenação e Execução para elaboração e acompanhamento do Plano
Municipal de Saneamento Básico.

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6 LEVANTAMENTO DOS PLANOS EXISTENTES

6.1 PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS


O governo do Estado de Mato Grosso do Sul elaborou o Plano Estadual de
Recursos Hídricos (PERH-MS) ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH),
para análise e deliberação. O Plano foi elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente,
do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (SEMAC) em conjunto com o Instituto de
Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL) e contou com o apoio financeiro e
técnico da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano/SRHU do Ministério
de Meio Ambiente/MMA (PERH-MS, 2009).

O Plano Estadual de Recursos Hídricos é um instrumento que estabelece


diretrizes estratégicas para fundamentar e orientar a implementação da Lei Nº. 2.406
de 29 de janeiro de 2002, que instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos e criou
o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SEGRH). O Plano trata
dos aspectos de abrangência estadual relacionado à gestão de recursos hídricos e
propõe programas que tem como objetivo alcançar o Cenário de Desenvolvimento
Sustentável almejado para o ano de 2025 (PERH-MS, 2009).

6.2 PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA A SUB-BACIA DO RIO TAQUARI
Diante do cenário de pouca atenção dada à questão dos resíduos sólidos, o
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para a Sub-Bacia Rio Taquari é de
grande importância, uma vez que é proposta nova concepção de manejo dos resíduos
sólidos para estes municípios, priorizando os sistemas consorciados favorecidos pela
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº12.305/2010) e elencando os
programas, projetos e ações necessárias para a melhoria do cenário atual

7 ESTUDO DEMOGRÁFICO

7.1 DADOS CENSITÁRIOS


Os dados censitários para a cidade de Costa Rica são apresentados no
Quadro 11.

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Quadro 11 - Dados censitários

Ano População Total Homens Mulheres Urbana Rural

1980(1) - - - - -

1991(1) 13.973 7.348 6.625 9.005 4.968

1996(2) 14.551 7.621 6.930 10.138 4.413

2000(1) 15.488 8.083 7.405 11.483 4.005

2002(3) 15.807 ... ... ... ...

2003(3) 15.955 ... ... ... ...

2004(3) 16147 ... ... ... ...

2005(3) 16.318 ... ... ... ...

2006(3) 16.488 ... ... ... ...

2007(2) (4) 18.277 9.634 8.606 14.708 3.569

2008(3) 18884 ... ... ... ...

2009(3) 19.228 ... ... ... ...

2010(1) 19.695 10.246 9.449 16.848 2.847

2011(3) 20.027 ... ... ... ...

2012(3) 20.348 ... ... ... ...

2013(3) 18.835 ... ... ... ...

(1) Censo Demográfico. (2) Contagem da População. (3) Estimativa. (4) Inclusive a população estimada nos
domicílios fechados.
Fonte: IBGE, 2010.

7.2 PROJEÇÃO POPULACIONAL


Foram utilizados três métodos para o cálculo da projeção populacional:
Método Aritmético, Método Geométrico e Método da Curva Logística, conforme
Quadro 12. O último método não pôde ser realizado para a população em questão.

Quadro 12 - Projeção populacional

População População estimada


Nomenclatura Ano medida
(censo) Aritmética Geométrica Logística
P0 1991 13973 13973 13973 13973
P1 2000 15488 15488 15488 15488
P2 2010 19695 19695 19695 19695
- 2020 - 23902 25045
- 2030 - 28109 31848
Fonte: Próprio autor

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Dentre os métodos avaliados foi escolhido o método aritmético por apresentar


um crescimento menos sinuoso, atendendo as peculiaridades da população em
questão.

35000

30000

25000

20000

15000

10000

5000

0
1991 2000 2010 2020 2030

Aritmética Geométrica Logística

Figura 15 - Projeção populacional


Fonte: Próprio autor

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41

8 PROSPECTIVA

8.1 CONSUMO
O consumo identificado na cidade foi de 459,2 l/hab.dia, segundo SNIS
(2011). Uma capitação tão acima dos valores convencionais, indica a possiblidade de
alto índice de perdas. No entanto, o mesmo relatório informa que o referido índice é
de 0%. Há necessidade de informações mais confiáveis para elaboração do projeto.

A fim de se estimar as perdas a partir da capitação identificada, encontrou-se


a capitação convencionada para cidades deste porte que é de 200 L/hab.dia. Portanto,
as perdas estimadas são de aproximadamente 56,44%. Este índice de perdas é
considerado alto em relação à média nacional (40%), deve-se definir metas de
redução de perdas no sistema.

8.2 K1 E K2
Os valores a serem adotados para as variações diária (k1) e horária (k2) são,
respectivamente, 1,2 e 1,5.

8.3 PERDAS
Segundo SNIS (2011), o índice de perdas identificado na cidade de Costa
Rica foi de 56,62%, conforme apresentado no Quadro 13.

Quadro 13 - Perdas no Sistema


Perdas (m3) (%)
Janeiro 113.461,20 60,5
Fevereiro 121.258,70 62,2
Março 135.654,20 64,9
Abril 110.777,70 56,9
Maio 100.554,30 53,8
Junho 107.810,80 56,4
Julho 121.455,90 59,8
Agosto 112.210,20 53,5
Setembro 90.698,30 44,1
Outubro 99.882,20 51,5
Novembro 101.156,30 50,4
Dezembro 135.979,50 65,2
Perdas Totais 1.350.899,40 56,62
Fonte: PMCR, 2013

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8.4 ATENDIMENTO
O atendimento do abastecimento de água na cidade de Costa Rica é de
99,80% da população (SNIS, 2011).

8.5 CONTROLE DE PERDAS NO SISTEMA


O método adotado “Balanço Hídrico Anual de Água” para elaboração do
diagnóstico de perdas de água com a estimativa de seus principais componentes
através de um balanço de volumes analisados conforme demonstra o Quadro 14.

Quadro 14 - Balanço Hídrico Anual


Consumos Consumos medidos faturados
AUTORIZADOS

ÁGUAS
Autorizados
CONSUMOS

Consumos não-medidos faturados (estimados) FATURADAS


Faturados
VOLUME PRODUZIDO

Consumos medidos não-faturados (usos

ÁGUAS NÃO-FATURADAS
Consumos próprios,caminhão-pipa etc.)
Autorizados
Não Faturados Consumos não-medidos, não-faturados (corpo de
bombeiros, favelas etc.)
PERDAS DE ÁGUA

Perdas Consumos não-autorizados (fraudes e falhas de cadastro)


Aparentes
(Comerciais) Imprecisão dos medidores (hidrômetros)
Vazamentos nas adutoras e/ou redes de distribuição
Vazamentos nos ramais prediais até o hidrômetro
Perdas Reais
Vazamentos e extravasamentos nos aquedutos e
reservatórios de distribuição
Fonte: GONÇALVES (1998)
A fim de se definir os objetivos, metas e programas para o Sistema de Abastecimento
de Água de Costa Rica, deve-se seguir algumas diretrizes de gerenciamento a fim de
reduzir as perdas no sistema, conforme Figura 16.

Figura 16 - Gerenciamento de Perdas


Fonte: GONÇALVES (1998)

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8.6 OBJETIVOS E METAS


Com o objetivo de se reduzir o índice de perdas do sistema, analisou-se a
demanda de água no período de estudo, que é apresentada no Quadro 15. Percebe-
se que apesar de haver crescimento populacional no período do estudo, o consumo
efetivo foi pouco influenciado, pois considerou-se a implementação de programas de
redução de perdas de modo que as mesmas mudassem dos 56,44% registrados em
2010 e 2011 para 20% em 2030, conforme Quadro 15.

Quadro 15 - Demandas de água e Metas de Redução de Perda

População Capitação Perdas Volume Volume efetivo


Ano K1 K2
(hab) (L/hab.dia) (%) diário (m³) diário (m³)
2010 19695 200 1,20 1,50 56,44 7090,20 16276,86
2014 20957 200 1,20 1,50 50,00 7544,56 15089,11
2020 23902 200 1,20 1,50 30,00 8604,72 12292,46
2030 28109 200 1,20 1,50 20,00 10119,24 12649,05
Fonte: Próprio autor
Percebe-se que com a redução das perdas no sistema, o consumo efetivo
diário diminui, apesar do crescimento da população, mostrando a significância que as
perdas do sistema representam no volume total de água produzida e que o manancial
atual conseguiria atender as demandas, contanto que conserve suas características
atuais.

18000

16000

14000

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0
2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035

Volume diário (m³) Volume efetivo diário (m³)

Figura 17 - Metas de redução de perdas


Fonte: Próprio Autor

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9 RECOMENDAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS


 Ampliação do índice de cobertura de ligações hidrometradas;
 Implantação de um programa permanente de manutenção;
 Atualização do cadastro comercial existente;
 Monitoramento permanente da rede de distribuição;
 Instalar Válvulas Redutoras de Pressão em setores que tem potencial para
redução de perdas de água e de incidência de rompimentos;
 Implantar programa de substituição de tubulações defeituosas;
 Com a redução das perdas físicas, a empresa pode produzir uma quantidade
menor de água para abastecer a mesma quantidade de pessoas;
 Ao produzir uma quantidade menor de água, a operadora de saneamento reduz
os custos com produtos químicos; energia elétrica; compra de água bruta (nos
casos em que há cobrança pelo uso da água) e mão de obra.

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10 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB 1350 - Normas para
elaboração de plano diretor. Rio de Janeiro, 1991.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tipos de vegetação do


Bioma Cerrado, 2014. Disponível em:
<www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_23_911200585232
.html> Acesso em 02/03/2014.

FUNASA. Manual de Saneamento: Orientações Técnicas. Brasília, 2006.

GONÇALVES, E. Metodologias para controle de perdas em sistemas de


distribuição de água-Estudo de casos da CAESB.1998.173fls. Dissertação
(Mestrado Departamento de Engenharia Civil)-Universidade de Brasília,1998a.

IBGE. Censo Demográfico 2010, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2011.

MORAIS, R.P., MIRANDA, C.S., LIMA, D.L., ANACHE, J.A.A., STANIESKI, J.,
PARANHOS, A.C.F. Uso dos Sensores AVNIR2 e PRISM do ALOS na
identificação das Áreas de Preservação Permanente. Anais XIV Simpósio
Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, 25-30 abril 2009, INPE, p. 5315-
5320.

PERH - Plano Estadual de Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul. Governo


do Estado de Mato Grosso do Sul – SEMAC e IMASUL, 2009.

PGIRS - Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para a Sub-Bacia do


Rio Taquari. Governo do Estado de Mato Grosso do Sul – SEMAC, 2012.

PMCR – Prefeitura Municipal de Costa Rica. Dados de Saneamento da Cidade de


Costa Rica. 2013

SEBRAE, Economia de Costa Rica, MS. 2014. Disponível em:


<http://www.prolocal.ms.sebrae.com.br/portal/?page=canal&id=599> Acesso em
06/03/2014.

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SEMAC – Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Planejamento, Ciência e


Tecnologia. Caderno Geoambiental. 2013

SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Secretaria Nacional de


Saneamento Ambiental. Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 2011.
Brasília: MCIDADES.SNSA, 2013. 432 p.

TORRECILHA, S. Planejamento e manejo do parque estadual das nascentes do


rio taquari, na região noroeste do Mato Grosso do Sul. 2006. 174p. Dissertação
(Mestrado em Desenvolvimento Local) Universidade Católica Dom Bosco, Campo
Grande, Mato Grosso do Sul.

UCDB – Universidade Católica Dom Bosco. Mapa produzido no Laboratório de


Geoprocessamento. 2006

WWF. O que é uma RPPN?, 2014. Disponível em


<http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/o_que_rppn/>
Acesso em 06/03/2014.

http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/MS/Anexos/Mapa%20Oport
unidades/Livreto_MARACAJU.pdf (unidades de conservação ambiental)

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