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A CHAVALITA

A história começa quando a chavalita

A pinta do seu olhar

O vício da coca e da dolce vita

Minando devagar

Foi encontrar aquele benjamim

Que já flipara há muito com a cena

E com os olhos de sangue e de marfim

Olhava o espectáculo cheio de pena

E por ter entrado já fora da hora

O pai da mocidade

Ao ver a garota já tão fora

Oh flor da idade

Tira do blusão uma ferramenta

A fita aqui está partida ao meio

E depois do escuro ninguém o aguenta

Parte-lhe a cabeça e esburaca-lhe um seio


Sem raiva ou dor a prostituta aguenta

Faz parte da vida

Vomita duas vezes e depois rebenta

Sem ser aplaudida

Mas quando o homem já alçava a perna

Algo o fez olhar surpreendido

Pois o criado em vez da lanterna

Trazia um sinistro facalhão comprido

Aberto o pano já quase no fim

Olhos ansiosos

Os carros da bófia tinòninòni

Muito tenebrosos

E ali ficou o pai da humanidade

No chão sangrando lento

E nos outros cantos da cidade

Nada de novo até ao momento

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