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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA.

FULANA DE TAL, brasileira, solteira, maior, inscrita no CPF sob n.º 000.000.000-00, e
RG nº 1.111.111-1, com endereço à Rua Floriano Peixoto, nº 666, bairro Centro, na
cidade de Catôle do Rocha, vem impetrar ordem de

HABEAS CORPUS, em favor de

LUIS INÁCIO DA SILVA, brasileiro, solteiro, maior, metalúrgico, atualmente recolhido


junto ao Presídio Regional de Tal, preso ilegalmente por ordem do MM. Juiz de Direito
da 69ª Vara Criminal da Comarca de Catôle do Rocha, com base nos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

Consta do inquérito policial que, na data de 23/03/2007, por volta das 22h, o paciente
dirigiu-se à residência da vítima Marisa da Silva, localizada na rua X, nº 6969, bairro
Centro, nesta cidade, e, mediante grave ameaça, manteve conjunção carnal com a
mesma (art. 213 do CP).

Por esta razão, em 14/06/07, o paciente foi denunciado, tendo, a peça acusatória, sido
recebida pela autoridade coatora na mesma data.

No interrogatório, em que o paciente exerceu seu direito constitucional de permanecer


em silêncio, o Ministério Público, por seu Promotor de Justiça, requereu fosse decretada
a sua prisão preventiva (art. 312 do CPP), sob o argumento de que é necessária a
garantia da ordem pública.

O pedido foi deferido sob o fundamento do requerimento do Ministério Público, e ainda


porque existia o risco de fuga do paciente, pelo fato de que a pena cominada ao crime é
rigorosa (6 a 10 anos de reclusão), se tratando, inclusive, de crime hediondo.

O processo, atualmente, encontra-se aguardando a audiência de ouvida de testemunhas


da acusação, designada para 18/11/2007.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS

DA ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO


O art. 225 do Código Penal prevê que a ação penal prevista para o crime na qual o
paciente fora denunciado (art. 213 do CP) somente se procede mediante queixa, salvo
nos casos previstos nos incisos I e II do § 1º do mesmo artigo.

Entretanto, não é o que ocorre nos autos, tendo em vista que não há qualquer indício de
que a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo.

Desse modo, verifica-se que a ação penal interposta em desfavor do réu não merece
subsistir, vez que ausente o requisito essencial à sua propositura, ou seja, a legitimidade
do Ministério Público.

Pedido

Ante o exposto requer, o recebimento do presente para liminarmente conceder ordem


dehabeas corpus, tendo em vista o constrangimento ilegal sofrido pelo paciente, e, após
a prestada as informações pela digníssima autoridade coatora, requer a concessão
definitiva da ordem de habeas corpus, por se questão de justiça.

Nesses termos, espera deferimento.

Catôle do Rocha, 24 de agosto de 2008.

FULANA DE TAL

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