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Título:
crianças que não falam para avaliação, numa idade em que já se esperaria um razoável
na medida em que não possui um dos elementos fundamentais da sua avaliação, ou seja,
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OBSERVAÇÃO COMPORTAMENTAL
onde olha, se presta atenção à fala ou atividade do outro, o que pega, como manipula os
foco de análise na avaliação não deve limitar-se aos comportamentos da mesma, mas
uma dimensão mais ampla, o foco de análise abrange as trocas comunicativas entre a
criança e o avaliador. A forma como o avaliador age, reage nas interações é importante
ATIVIDADE COMUNICATIVA
Uma criança que não está fazendo uso da linguagem oral, não significa que não
comunicativo infantil. Esses critérios tem sustentação nos estudos sobre a comunicação
pré-verbal (Halliday, 1975; Bruner, 1978; Harding, 1983), e têm se mostrado bastante
úteis ao se avaliar crianças com alterações de linguagem que apresentam nenhuma (ou
Intencionalidade
comportamentos podem ser: contato ocular e/ou contato físico (cutucar, agarrar, puxar o
Quando uma criança dirige-se à porta e pára diante dela, não há indícios de
intencionalidade no seu comportamento (por mais que se tenha certeza que ela quer
sair !!). Mas se ela, dirige-se à porta, pára diante dela, olha para alguém, aponta para a
intencionalidade na comunicação.
Funcionalidade
se em Wetherby et al. (1988), três grandes categorias funcionais podem ser observadas:
algo do meio ambiente ou satisfazer uma necessidade física. A criança pode dirigir-se
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diretamente ao objeto desejado, mas demonstra aguardar que o outro lhe consiga o
objeto requerido através, por exemplo, da conjugação do olhar para o objeto e para a
e "solicitação de ação", inclui a função "protesto", ou seja, quando a criança faz uso de
ações e/ou vocalizações para solicitar o término de uma ação do outro não desejada.
alguma ação graciosa para o adulto (função "exibir-se"), quando chama a atenção dele
para que note sua presença (função "obtenção da atenção para si"), quando solicita do
adulto permissão para fazer algo (função "permissão") ou ainda quando cumprimenta o
compartilhar o foco de atenção com o outro. Esses atos são identificados quando a
criança dirige a atenção do adulto para um objeto, ação ou pessoa, que são foco de sua
mas eles se apresentam de forma isolada: a criança inicia a interação, o outro reage, mas
ela não dá continuidade. Ou ainda, ela reponde à interação, mas não se engaja numa
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por vários motivos: baixo nível de atenção; constantes frustrações nas ações
compreensão da linguagem oral (Hage, 2000). Dessa forma, na clínica, tão importante
engajamento numa atividade de troca e os motivos que levam a esse não engajamento,
pois, muitas vezes, o processo terapêutico deve se deter neste aspecto, antes de qualquer
Meios de comunicação
Quando a criança não faz uso de estruturas lingüísticas, ela pode se comunicar
Gestos representativos, mesmo que não apropriados para a faixa etária, quando
uso exclusivo de gestos indicativos , assim como o uso de palavras referenciais, mesmo
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linguagem oral (Allen e Rapin, 1988). Quando existe oralidade, a fonologia e a sintaxe
importante ressaltar que esse tipo avaliação não ocorre apenas através da observação. È
um tipo de avaliação que exige atividade dirigida, mesmo que realizada de forma lúdica.
(ver, por exemplo, Rodrigues, 1989). Cita-se o de Hage (2000): solicita-se da criança a
realização de seis movimentos de lábio, seis de língua, seis de face e seis articulatórios,
corretamente e nenhum ponto (0) para aqueles que não foram executados:
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Variável
Faixa etária LÁBIO LÍNGUA FACE PRAXIAS
ARTICULATÓRIAS
3a6m a 4a5m 5 2 2 3
a
4 6m a 5a5m 5 2 3 3
a
5 6m ou mais 5 3 3 4
Nível de compreensão
locuções, deduzir o significado, tanto lexical como gramatical, mediante a evocação dos
compreensão da linguagem oral não é uma tarefa fácil, pois ainda são escassas as
1. Qual tipo de resposta da criança indica que ela compreendeu o que foi solicitado.
Nas situações de conversação natural, em geral, as respostas podem ser: olhar, tocar,
uma figura que represente uma frase ou uma palavra; escolher entre duas imagens a
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que represente uma frase ou uma palavra; realizar ações; realizar ações numa
manipulação de objetos com base numa frase ouvida, exige-se reconstrução. Nas
tarefas de apontar entre duas figuras a que representa a frase ouvida, exige-se
julgamento;
alguém! O não entendimento de uma instrução verbal, de um comentário passa por uma
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compreensão!!!
das crianças está ainda fortemente ligada ao contexto imediato, numa idade onde já
memória fonológica de curto prazo. Crianças com alterações de linguagem podem ter a
memória fonológica de curto prazo mais limitada em relação às crianças normais e isso
rapidez.
que envolvam enunciados curtos, longos e mesmo instruções ditas discursivas, como é o
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que ocorrem entre a criança e o seu meio social. Assim, a postura comunicativa dos
oral.
“Está tudo dominado” pelo adulto? É sempre ele que inicia os temas de conversação,
criança fazer algum comentário ou informar algo, mesmo que por meios comunicativos
não-verbais?
turnos numa conversação? Os pais sabem aguardar os turnos das crianças, mesmo que
possível?
Apesar destes aspectos serem relevantes para entender como anda a postura
comunicativa dos pais em relação à criança, é importante lembrar que uma possível
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estimuladora. Em razão das poucas respostas que a criança dá, os pais podem se sentir
não é só os adultos que tem responsabilidade, mas a criança também, pois ela,
apesar da criança ter sua parcela de responsabilidade nas interações pouco eficazes, não
é a ela que cabe o papel de modificar as interações, e sim ao adulto, que, à princípio,
ATIVIDADE LÚDICA
uma atividade representativa, na medida que permite evocar ações, pessoas, objetos
ausentes.
linguagem oral não aparece, não é incomum as crianças também apresentarem atraso na
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sempre, independente de ter uma criança diante de si com oralidade, incluir a atividade
através da fala e do faz de conta. Aliás, esse tipo de avaliação auxilia consideravelmente
desenvolvimento.
aos brinquedos, se imita ações que ocorrem no seu dia-dia, se coordena seqüências de
a exploração já atingiu um nível de maior atenção sobre os objetos. Isto pode ser
(Zorzi, 1993).
comparados com uma escala. Os dados também podem ser obtidos a partir da
Scale, Coplan (1982); BSID-II- Bayley Scale Infant Development, revisada, (Bayley,
1993). Todavia, há escalas que podem ser aplicadas em crianças com mais de 3 anos.
etária de 0 a 6 anos de idade. É de fácil aplicação e pode ser usado por profissionais da
área da saúde e/ou da educação. Baseia -se na observação direta do que a criança pode
fazer e no relato dos pais. É composto de quatro grandes áreas: conduta social,
faixa etária de 0 a 6 anos e pode ser aplicada pelos diversos profissionais da área da
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comportamento de linguagem.
É importante lembrar que o fonoaudiólogo lida com uma das funções mentais
metodologia de avaliação que possa ser utilizada com crianças de diferentes níveis
desenvolvimento da linguagem.
área da saúde, este fato dá ao fonoaudiólogo uma certa autonomia para o diagnóstico
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAYLEY, N. Manual for the Bayley Scale of Infant Development. San Antonio, TX:
Markova (ed.). The Social Context of Languag. Chicester: Wiley & Sons, 1978. p.
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Corporation, 1982.
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I.; ZORZI, J.L.; GOMES, I.C.D. Tópicos em Fonoaudiologia. V. III. São Paulo:
Campinas.
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development in the first year. In: GOLINKOFF, R.M. The transition from
Associates, 1974.
Veintiuno, 1995.
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