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Política e sociologia – 2º semestre de 2013

Universidade de Brasília – UnB


Instituto de Ciência Política – IPOL Professor: Rodrigo Figueiredo Suassuna
Segundas e quartas – 19h-20h40 rfsuassuna@yahoo.com.br
Local: A designar

Descrição
As manifestações de junho de 2013 no Brasil trouxeram à tona a multiplicidade de
identidades políticas, ou seja, as identificações que os cidadãos fazem com debates mais
amplos das sociedades políticas. A identidade política pode ser, portanto, considerada uma
dimensão mais específica da relação entre ator e estrutura, entre individuo e sociedade ou
entre micro e macrossociedade, que é central à teoria sociológica, tanto clássica como
contemporânea. Tal conceito envolve a relação do indivíduo com o Estado, que se torna cada
vez mais estreita com a democratização, segundo a sociologia política durkheimiana. A maior
complementaridade entre os atores políticos em contextos democráticos corresponde ao
concerto entre indivíduos plurais (de acordo com a concepção de Hannah Arendt), que se dá
em oposição à autoridade incontestada ou à violência destrutiva dos vínculos sociais.

Assim, uma sociologia das identidades políticas no Brasil diz respeito não apenas a uma
geografia dos conflitos políticos, mas passa também por questionar se identidade política é ou
não constituída, se existe ou não um “eu” e um “outro” constituídos no debate, considerando a
possibilidade de violência física ou simbólica nos diversos contextos. Esta disciplina possui dois
objetivos principais: (unidade 1) refletir sobre o conceito de identidade política no âmbito das
diversas propostas de entendimento da relação entre agente e estrutura presentes na teoria
social; e (unidade 2) problematizar a constituição ou não de certas identidades políticas no
Brasil, como moradores de periferia, vítimas ocultas da violência, gerações mais jovens e baixas
patentes militares.

Bibliografia da unidade 1
1 DURKHEIM, Émile. Lições de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002. Lições 1ª, 4ª,
5ª e 7ª.
2 ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. p.
188-232 (parte do cap. V).
3 ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. p.
127-177.

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4 GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio
de Janeiro: LTC, 1988. p. 11-28; 116-136 (parte do cap. 1 e todo o cap. 3).
5 COULON, Alain. Etnometodologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. Capítulos 3 e 6.
6 PAIXÃO, Antônio Luiz. A etnometodologia e o estudo do poder: notas preliminares.
Análise e Conjuntura, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 93-110, 1986.
7 BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996. p.
13-33 (cap. 1 e apêndice).
8 BOURDIEU, Pierre. A delegação e o fetichismo político. In: ______. Coisas ditas. São
Paulo: Braziliense, 2004. p. 188-206.
9 GIDDENS, Anthony. Para além da esquerda e da direita: o futuro da política radical. São
Paulo: Ed. UNESP, 1996. Introdução e capítulo 9.

Bibliografia da unidade 2
MUNIZ, Jacqueline. Ser policial é sobretudo uma razão de ser: cultura e cotidiano na Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro. 1999. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Instituto
Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.

SILVA, Luiz Antonio Machado da (org.). Vida sob cerco: violência e rotina nas favelas do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

SOARES, Gláucio A. D.; MIRANDA, Dayse; BORGES, Doriam. As vítimas ocultas da violência na
cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

SUASSUNA, R. F. Confiança e reciprocidade entre policiais e cidadãos: a polícia democrática


nas interações. 2013. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

Avaliação
O objeto da avaliação de cada participante será composto por um trabalho (TB), além de
um seminário (SM) e duas resenhas analíticas (R1 e R2). A nota final (NF) do aluno será
calculada segundo a seguinte fórmula:

2(TB) + SM + R1 + R2
NF =
5

Trabalho
Os trabalhos devem ser individuais e autorais. Cada trabalho deve ser constituído pela
explanação de hipóteses que respondam às perguntas que surjam durante as aulas. O trabalho
pode versar sobre os mais diversos temas sociológicos ou politológicos, tratar sobre qualquer

2
realidade empírica, ou mesmo abordar a história das ideias sociológicas, desde que ele cumpra
os seguintes requisitos.

 Ser uma resposta, ainda que parcial, às perguntas pertinentes às aulas.


 Abordar um dos textos teóricos da disciplina (unidade 1).
 Abordar um artigo de periódico nacional e um de periódico internacional publicados nos
últimos 10 anos. Para encontrar artigos internacionais, indica-se, como referência, a
base de dados EBSCO: http://search.ebscohost.com/ (usuário: unb; senha: ebsco; bases:
Academic Search Premier e SocIndex).
 Apresentar qualidade suficiente para publicação do tipo pôster em congressos
científicos.
 Ter um conteúdo assertivo que ocupe, sem contar cabeçalho e referências, de sete (7) a
nove (9) páginas, considerando a seguinte formatação: margens esquerda e superior de
3 cm e direita e inferior de 2 cm; fonte 12; espaço 1,5 entre as linhas e 0 ponto entre
parágrafos.
 Ser entregue até as 23h55 do dia 6 de dezembro de 2013, exclusivamente via Moodle;
os trabalhos entregues fora do prazo terão suas notas reduzidas.

Resenhas
O principal requisito das resenhas analíticas é trazerem as principais ideias dos textos,
seus objetivos e formas de argumentação, na forma como estes elementos foram
compreendidos pelo autor da resenha. Após essa síntese, a resenha analítica requer uma breve
apreciação crítica do texto analisado.

Resenha analítica 1

A primeira resenha deve ser entregue até o dia 4 de outubro de 2013, às 23h55,
exclusivamente via Moodle; as resenhas entregues fora do prazo terão suas notas reduzidas.
Ela deve versar sobre uma (1) das obras listadas abaixo (unidade 2):

MUNIZ, Jacqueline. Ser policial é sobretudo uma razão de ser: cultura e cotidiano na Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro. 1999. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Instituto
Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.

SILVA, Luiz Antonio Machado da (org.). Vida sob cerco: violência e rotina nas favelas do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

SOARES, G. A. D.; MIRANDA, D; BORGES, D. As vítimas ocultas da violência na cidade do Rio de


Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

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SUASSUNA, R. F. Confiança e reciprocidade entre policiais e cidadãos: a polícia democrática
nas interações. 2013. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

Resenha analítica 2

A segunda resenha deve ser entregue até o dia 6 de novembro de 2013, às 18h,
exclusivamente via Moodle; as resenhas entregues fora do prazo terão suas notas reduzidas.
Esta resenha deve ter como objeto três artigos de periódico publicados nos últimos 10 anos,
cujo tema se correlacione aos discutidos no âmbito da disciplina. No mínimo um desses artigos
deve ser deve provir de um periódico internacional, a maioria dos quais é em língua inglesa;
para encontrar artigos internacionais, indica-se, como referência, a base de dados EBSCO:
http://search.ebscohost.com/ (usuário: unb; senha: ebsco; bases: Academic Search Premier e
SocIndex).

Seminário
O seminário é uma apresentação individual de, no máximo, doze (12) minutos, a ser
realizada entre a 11ª e a 15ª semana de aula. Requer-se que o conteúdo da apresentação seja o
mesmo do trabalho, não havendo necessidade de entregar nenhum material escrito no dia da
apresentação. Sugere-se que as apresentações tragam um conjunto de tópicos para discussão,
escolhidos como os mais importantes do texto apresentado. O critério de avaliação dos
seminários será o domínio dos conteúdos da disciplina pelo apresentador. É necessário
inscrever-se com antecedência para o seminário, por meio de ficha de inscrição a ser acessada
no Moodle.

Seminários avulsos

Os alunos podem apresentar seminários sobre os textos prescritos para cada semana,
fazendo jus a até 0,5 ponto extra por apresentação a ser acrescentado na nota final. Cada aluno
poderá fazer, no máximo, quatro (4) seminários desse tipo e é necessário inscrever-se com
antecedência, de vez que não será permitido que mais de um aluno apresente o mesmo texto.
Os critérios de avaliação dos seminários avulsos são os mesmos dos textos obrigatórios.

Programa e bibligrafia das aulas

Semana 1:
Introdução

4
Semana 2:
DURKHEIM, Émile. Lições de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002. Lições 1ª, 4ª, 5ª e 7ª.

Semana 3:
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. p. 188-232
(parte do cap. V).

Semana 4:
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. p. 127-177.

Semana 5:
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de
Janeiro: LTC, 1988. p. 11-28; 116-136 (parte do cap. 1 e todo o cap. 3).

Semana 6:
COULON, Alain. Etnometodologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. Capítulos 3 e 6.

PAIXÃO, Antônio Luiz. A etnometodologia e o estudo do poder: notas preliminares. Análise e


Conjuntura, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 93-110, 1986.

Semana 7:
BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996. p. 13-33
(cap. 1 e apêndice).

BOURDIEU, Pierre. A delegação e o fetichismo político. In: ______. Coisas ditas. São Paulo:
Braziliense, 2004. p. 188-206.

Semana 8:
GIDDENS, Anthony. Para além da esquerda e da direita: o futuro da política radical. São Paulo:
Ed. UNESP, 1996. Introdução e capítulo 9.

Semana 9:
Discussão das obras de Machado da Silva (2008) e Soares (2006).

Semana 10:
Discussão das teses de Muniz (1999) e Suassuna (2013).

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Semana 11:
Seminário - apresentações de trabalho

Semana 12:
Seminário - apresentações de trabalho

Semana 13:
Seminário - apresentações de trabalho

Semana 14:
Seminário - apresentações de trabalho

Semana 15:
Seminário - apresentações de trabalho

Comprometimento ético
Os alunos devem se comprometer com a ética, sobretudo com a entrega de trabalhos
autorais, considerando que a entrega de trabalhos copiados ou de outros autores pode
enquadrar o aluno nos crimes de fraude e/ ou violação dos direitos autorais – respectivamente,
artigos 171 e 184 do Código Penal Brasileiro.

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