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Texto de apoio da cadeira de Gest de Cnfltos para estudantes do 4° Ano do curso de Gest de Recursos Humanos ds UP 1 Conflito, Tensio, Competigao, Crise e Guerra Existem varias formas de definir o conflito, Todavia, duas concepgdes basicas se destacam na sua definigdo: Concepgdo Objectiva e a Subjectiva, Para que haja conflito € necessério: Partes organizadas; incompatibilidades de interesses; e comportamentos e atitudes, competigao e consciéncia, ‘A maioria das pessoas néo se apereebe da diferenga entre os termos conflito e “disputa”. Muitos académicos apresentam diferentes concepgdes entre esses dois fendmenos, 0 que cria alguma confusio nas pessoas. John Burton distingue os termos com base no tempo e assunto de discérdia, Disputas: envolvem interesses que por natureza e definigio sto negociveis. Conflitos: envolvem outros aspectos dificeis de negociar como necessidades valores. Portanto, os dois tipos de desacordo podem ocorrer independentemente, mas também podem ser conectados. Competicao © conflito implica mais do que uma mera competiglio. As pessoas podem competir para alcangar recursos escassos, sem estarem completamente ocorrente da existéncia de competidores. As pessoas podem competi sem procurar prevenir ou impedir que 0 “competidor” ou o “suposto adversario” aleance o seu objectivo. Por exemplo: rivais que ndio se conhecem. A competigiio apenas transforma-se em conflito quando as partes envolvidas tentam tomar posigdes duras e procuram eliminar o adversirio, A competigéo muda para conflito quando uma das partes tenta colocar o adversirio fora da corrida. Portanto, pode-se constatar que nem toda a competig&io € conflito, mas todo o conflito envolve a competigao. Exemplo: as competigdes desportivas (as vit6rias e derrotas de Lurdes Mutola nas olimpiadas). Na Assembleia da Repiblica pode haver o espirito competitivo entre as Comissdes de Trabalho em termos de produgio e produtividade que néo sejam conflito. Tensio A Tensio implica, usualmente, a hostilidade latente, medo, suspeita, divergéncia de interesses percebida, com 0 desejo de dominar ou vinganga. A tenso nao se estende, necessariamente, para além das atitudes e percepgdes que levam a oposi¢do e a confrontagio aberta das partes. Normalmente, a tenso precede e acompanha 0 conflito, mas nao so sinénimos, A tens’o sempre € incompativel a cooperagio. Exemplo: se no houver cooperagio entre partes que fazem um mesmo trabalho, 0 ambiente pode se tornar tenso, mas 0 didlogo pode resolver. As eausas da tensao podem estar relacionadas com as causas do conflito, Se as tenses se tornam suficientemente poderosas, elas proprias podem contribuir ou constituir causa preliminar do conflito, nna medida em que podem afectar o processo de tomada de decisio. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Testo de apo da cada de Gestdo de Confltos para estudanes do 4" Ano do curso de Gedo de Recursos Humanos da UP Crise A crise um estigio do conflito. A sua particularidade inclui o surgimento repentino de eventos inesperados causados por conflitos prévios. A crise surge de repente, sem que as pessoas estejam preparadas para enfrenté-la, A crise tem ligagdes com assuntos do passado. Uma situagio de erise pode rebentar, por exemplo, duma situagao em que nfo haja cooperagao e compromisso. A falta de consenso entre as partes dé origem A crise que sé pode ser resolvida através do didlogo permanente, tolerincia e respeito pelas opinides dos outros ~ Solugio de Compromisso. A Crise tem como Caracteristicas: Surpresa: acgdes inesperadas por parte do oponente. Percepedo de grande ameaga: algo grave pode acontecer. tomada de decisio. vo VV. objectivo em caso de optar-se pela inacgao. Guerra Percepeao de tempo limitado para agir ¢ dar resposta no proceso de Percepedo de consequéncias mis ¢ desastrosas nos interesses ¢ A Guerra é um conflito armado que surge no seio dos Estados (guerra civil ou intra-estatal) ou entre Estados (guerra inter-estatal) em que os actores usam meios violentos para destruir os seus oponentes € coagi-los a submeterem-se. uma forma extrema de manifestagio violenta do conflito levado a cabo pelo confronto armado abertos e entre parte bem identificada. Também é tida como um conflito armado onde se verifica a manifestagao de hostilidades abertas entre forgas armadas de um Estado ou de grupos insurgentes. Todo conflito envolve competigdo, mas nem toda competigao € conflito. Toda a guerra é um conflito, mas nem todo o conflito & guerra. Os conceitos de paz ¢ conflitos no se opdem, como acontece com os conceitos de paz e guerra, Importa, no entanto, reter que os conflitos nfio devem e nem sempre tomam 0 cardeter violento ou degeneram em guerra. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio dacadkira de Getto de Confltos para estudantes do 4 Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP II. Debate Conceptual do Conflito Jornal Diario de Mogambique : pistes BE MORAINE, 028 7EVENEIO 2012 EG ° Cage dantesinamaloy 1H mil dels test 2004 no Gabéo Jomal 0 Pais “Conflito Homem-Fauna Bravia continua a crescer no Niassa” QUARTA, 20 JUNHO 2012 SOCIEDADE Dede ir, fora registados a0 oo tagicle ditrite WS esa de ataepies re erocodilos, de qe resatiaram Hmortes, © none cas08 te a ipepicarnes, coms 0 Shivon ‘Elaborado polo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadetra de Getto de Confltos para estudants do 4° Ano do curso de Gest de Recursas Humanos da UP Perguntas de Partida Hé Conflito ou nao? De que tipo de confito se trata? Quais sto as Partes em conflito? Quais sto as formas de resolugio? Na natureza ha situagdes em que hé plantas que para sobreviverem, impedem 0 desenvolvimento das outras. Na natureza, ha animais predadores que vivem do ataque e utilizam os outros como suas presas para a alimentagao. Todavia, em GC, trataremos de conflitos organizacionais e sociais que ocorrem nos individuos, Estados e no Sistema organizacional. Universalidade do conflito © cardcter universal e omnipresente do conflito conduz muitas vezes a sua descrigéo como um fenémeno universal e omnipresente em todas sociedades. FE fatil pensar que todos os conflitos sociai violéncia pol serfio eliminados, ainda que a ica possa ser permanentemente controlada. Condigdes para que haja conflito Existem um conjunto de condigdes para que o conflito ocorra: ° Primeira Condigdo: que haja Partes devidamente organizadas ¢ detentoras de alguma capacidade; analisa-se as contradigdes, 0 nivel de organizagao e Influéncia das partes e a relagao do poder entre elas. Segunda Condigao: deve haver alguma incompatibilidade entre as partes, incluindo os seus assuntos deve divergir. Os interesses e objectivos das partes devem estar claramente definidos; analisa-se os objectivos das partes e as discordancias. Terceira Condigdo: deve existir competig&o das partes por algo escasso ou do qual nfo podem possuir ao mesmo tempo. Analisa-se 0 conflito tendo em conta 0 nivel de concorréncia e disputa das partes para 0 alcance de objectivos e interesses irreconcilidveis, Quarta Condigdo: deve existir um comportamento ¢ atitudes conscientes das partes; isto é as partes devem ter consciéncia das suas incompatibilidades. Analisa-se 0 conflito em termos positives ou negativos e a interacgo de valores dos actores ou partes. conflito constitui uma das caracteristicas gerais da actividade humana e ocorre no seio de seres humanos conscientes. Ele existe quando duas pessoas ou mais deseneadeiam actos mutuamente inconsistentes em que ambas desejam fazer a mesma coisa a0 mesmo tempo. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cada de Gestdo de Confltos para esudants do 4° Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP Situagdes de Conflito 0 desejo de duas pessoas comer a mesma maga, ao mesmo tempo, sem partilhar com 0 outro! O desejo de fazer coisas diferentes quando estas siio mutuamente incompativeis ou excludentes, i.e., duas pessoas querem estar juntas, mas a0 ‘mesmo tempo um deles prefere estar em casa o outro prope sair. No lar, é inevitivel a interacgao entre os membros do agregado familiar; no mercado 38, o vendedor ¢ o cliente interagem intensamente; ‘Na reparti¢ao piiblica, 0 cidadao e funcionario entram em contacto, na escola, na biblioteca, sala. Dessa interacgao resulta uma diferenga de opinides ou interpretago entre as partes, da qual pode surgir um conflito, mas que nfo é, necessariamente, violento, A luta pela sobrevivéncia e salvaguarda de interesses individuais ou colectivos é crucial para existéncia de conflitos; A diferenga de opiniao, sentimento, perspectiva, aspiragdes e até de percepgdes sobre 0 mundo que nos rodeia concorre para o surgimento de uma situagao de conflito (causas do conflito). © conflito pode resultar da busca de satisfagio das necessidades bisicas (alimentagdo, vestuério, agua e habitagdo) ou da disputa pela conquista preservagdo do poder, recursos e valores; Exemplo: conflitos sobre valores (velho e novo); disputa de clientes nos mercados entre as vendedoras visa salvaguardar interesses dos protagonistas; disputa de parceiros visa?! Definigao de Conflito Conflito pode ser definido de variadissimas maneiras, tendo em conta o campo de estudo e a area de enfoque. Das diversas definigdes do conflito, duas concepgdes ganham um maior lugar de destaque, na andlise deste fenémeno: Concepgio Subjectiva: O conflito ¢ resultado de uma interpretagdo errada de uma situag&o objectiva, entendida em termos de situagdo incompativel. A concepgao subjectiva do conflito tem como representante principal John Bourton, autor da obra “Conflict and Communication” (1969). Concepgiio Objectiva: “O conflito pode ser definido como uma situagéo de competigfo em que as partes esto conscientes da incompatibilidade das posigdes possiveis na qual cada uma delas quer ocupar uma posigdo que é incompativel com a que a outra parte quer ocupar”. Esta concepgdo tem como representantes, Kenneth Boulding ~ “Conflict and Defense” (1962) e Peter Walleinstein, entre outros. Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 & Texto de apo da eadeira de Geto de Confit para estates do 4” Ano do curso de Getto de Recursos Humanos da UP Peter Welleisteen Peter (1988) define 0 conflito como “uma situago social em que no minimo duas partes se digladiam - conscientemente — por causa recursos escassos”, Para ele 56 ha conflito, quando dois ou mais agentes ou actores, grupos, organizagbes, Estados perseguem objectivos mutuamente incompativeis. Quer dizer a realizagiio de objectivos de uma das partes impede a concretizagao dos objectivos do seu oponente, a pessoa que estiver em tal situago esta consciente do tal facto, mas nao precisa que tenha necessariamente a percepgao de que os seus objectivos estio na situagdo incompativel mutuamente. Lowis A. Coser Define conflito como algo que incide sobre valores € eseassez de estatuto, poder € recursos, cuja finalidade das partes ¢ neutralizar, causar danos ou eliminar 0 seu oponente. Ele defende que Nao hi conflito entre seres diferentes. Exempl. nao ha conflito Homem — Animal. Segundo esta _concepgio, 0s conflitos sio uma expresso de incompatibilidades de posigdes ¢ constituem processos sociais generalizados do qual a guerra é apenas um caso particular; Todos defendem que os conflitos apresentam elementos fundamentais comuns, que so apresentados no modelo estitico do conflito a ser analisado mais tarde neste semestre (parte, comportamento, histéria, competigio). Em suma Conflito é uma situagao social em que duas ou mais pessoas lutam, conscientemente, para a obtengio, ao mesmo tempo, de recursos escassos; pode resultar da interacg4o entre pessoas ou grupo de individuos decorrente da inevitdvel convivéncia humana. A defini¢do comum de conflito assenta: Na existéncia de partes com objectivos ou interesses incompativeis; No comportamento e atitude dos actores; Na incompatibilidade de objectivos ¢ interesses dos actores ou partes; ¢ ios factores inerentes e adjacentes ao proprio conflito. Na combinagao de vi Analise Comparativa: Funcionalista vs Estudiosos do Conflito Os funcionalistas consideram a sociedade como algo equilibrado © os estudiosos de conflitos olham para a sociedade como um campo fértil e propenso a constante competigo. Os primeiros defendem que 0 processo social coniribui para o reforgo ¢ manutencio da harmonia social ¢ os segundos olham para o processo social como uma luta permanente rumo ao progresso. Enquanto os funcionalistas defendem que a sociedade é consensual, integrada ¢€ estitica, os analistas de conflitos caracterizam-na como sendo repleta de constrangimentos, conflitos e mudangas. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 fA Texto de apo da cada de Getto de Conflto para estudantes do 4 Ano do curso de Ges de Recursos Humanos da UP A teoria de conflitos advoga que a maioria das sociedades ¢ constituida por muitos grupos socais com diferentes valores muitas das vezes conflituosos; dentre esses grupos sociais ha os mais fortes que outros. Ha grupos sociais detentores de poder politico e econémico ¢ na sequéncia disso dio se a0 luxo de impor os seus valores sobre os mais fracos. Esta teoria reconhece que o conflito constitui uma das caracteristicas de qualquer que seja o sistema social. A fungio da teoria de conflitos visa identificar, explorar e explicar as raizes de conflito. Visio de Karl Marx A estrutura da sociedade & determinada pela organizagao social e econémica, particularmente por aqueles que tém a posse da propriedade. Os dogmas religiosos, valores culturais, crengas pessoais, acordos institucionais e estruturas de classe reflectem a forma como a sociedade esta organizada. Na éptica de Karl Marx, o sistema econémico é que suporta as desigualdades e as forcas nela existentes so responsaveis pela eclosdo de conflitos de classes reconhece da classe revolucionéria. Finalmente, importa referir que para a maioria de cientistas sociais (pacifistas), reconhece que néo é possivel a eliminagao total de conflitos como também nao é desejavel que isso acontega porque o conflito em determinadas circunstincias serve de condigéo sine qua non para que haja ‘mudangas sociais e dinamizar o progresso na sociedade. Ill. Estrutura do Conflito ‘Na analise do conflito, é importante que o analista preste atengdo a um conjunto de elementos ¢ factores, sobretudo: partes, causas e consequéncias. As partes, causas € consequéncias do conflito sao os trés elementos da estrutura basica do conflito, Estrutura do Conflito Partes: so actores, directa ou indirectamente, ligados aos conflitos — Primarias, Secundarias ¢ 3" Parte. ‘Causas: so motivagdes e aspiragdes que levam as partes ao conflito ~ materiais, imateriais, imediatas, remotas; causa vs pretexto, Consequéncias: tem a ver com resultados positivos ou negativas conflito, I. PARTES DO CONFLITO Partes Primarias: so os actores ou protagonistas que estiio directamente ligados a0 conflito (S40 os “donos do conflito”) - exemplo: Individuos, organizagdes, Estados. Partes Secundirias: sao actores que apoiam as partes prineipais do conflito: Apoio logistico, Recursos materi Apoio moral, Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 B Texto de apoio da eadeira de Gestdo de Confltos para estudaner do 4" Ano do curso de Gesto de Recursos Humanos da UP Apoio diplomatico, ete. Podem agudizar ou amenizar conflito. 3* Parte: entidade predisposta a ajudar na busca de solugo © resolugaio do conflito. Exemplo: Individualidades idéneas, Estados, Ols, ONGs, entre outros — Padre Couto, Dr. Lourengo do Rosai IL CAUSAS DO CONFLITO. © conflito tem varias causas que parte desde as diferengas, falta de dilogo, intolerfincia. As causas podem ser: Materiais Imateriais Imediatas Remotas Pretexto. Exemplo de causas de conflito de natureza material Terreno Recursos Espago nos escritérios Espago na sala de aula ‘Viatura. Exemplos de causas de conflito de natureza imaterial + Poder + Valores + Estatuto + Prestigio + Cultura + Identidade + Religido + Frustragaio CAUSAS VS PRETEXTO E importante fazer a distingdio entre as causas € o pretexto do conflito. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Testo de apoio da cadeva ce Gestao de Conftas para estudantes do 4" Ano do curs de Gestio de Recursos Humanos da UP Causas: motivagdes ¢ aspiragdes profundas que levam as partes ao conflito. Pretexto: elemento que evocado pelas partes, para que © conflito ecloda. Exemplo: [* Guerra Mundial. Factores de Conflito Exiguidade de recursos; Mau relacionamento interpessoal; Egoismo exacerbado; Falta de comunicagao; Desinformagio e Boato; Partitha desigual de oportunidades; Falta de consideragio entre colegas; Falta de confianga; Complexo de Inferioridade. IIL. Consequéncias do Conflito Consequéncias Positivas: conflito tem uma fungao social positiva. O conflito eria Identidade, Cria harmonia e Coesio, Cria sentimento de pertenga; Desperta novas ideias; Fottifica a defesa dos interesses comuns; Desperta atengao para problemas. Consequéncias Negativas: Cria hostilidade, Cria situagdes de ddio, Semeia a desuniao, Provoca destruigao; Cria instabilidade e atraso; Tribalismo, Etnocentrismo. Elaborado pelo docent: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadetra de Getto de Confltos para esudantes do 4* Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP Tipologia do Conflito cago dos conflitos pode ser feita com base em virios critérios. Mas, para os nossos objectivos, usaremos apenas 3 critérios principais: Actor; Objecto ou Assunto e Geogritfico. Critério do actor Intra-Pessoal: ocorre no individuo; Inter-Pessoal: entre pessoas; Intra-Grupal: familia, sindicato; Inter-Grupal: dois ou mais grupos; Organizagio: laboral, sindicato, empresas; Critério de Assunto Conflito Politico: acesso, controlo e manutengao do poder politico. Econémico: controlo dos meios produtivos, mercado. Conflitos Sociais: de geragao. Conflitos Etnicos: disputa etnias, tribos, clas. Religioso: tem a ver com ff e crengas. Critério Geogratfico Conflitos Locais: abrangem actores de um determinado local. Exemplo: Senas ¢ Ndaus na Paréquia da Munhava. Contflito Interno: intra-estatal (0 Governa de Mogambique ¢ homen armados da RENAMO). Conflitos Regionais: envolvem actores de uma determinada regio. Exemplo: Grandes Lagos, Médio Oriente. Conflitos Internacionais: inter-estatal. Exemplo: Primeira e Segunda Guerra Mundial, Lutas As lutas sfo conflitos com cardcter automatico onde reina pouco auto- controlo das partes; As acces das partes sto irracionais, Sbvias ¢ necessarias. As acgdes das partes server de pretexto para acgdes similares do outro. Exemplo: Corrida ao armamento que culminou com a primeira Guerra Mundial ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Text de apoio da cadena de Getto de Confltos para estudantes do 4" Ano do curso de Geto de Recursos Himanos da UP Jogos 0s jogos so “conflitos” em que as partes mantém 0 controlo racional das suas \cgdes ¢ jogadas. Baseia-se em céleulos racionais possiveis devido a incerteza das jogadas — maximizar os ganhos ¢ minimizar as perdas. Exemplo: opgoes, Jogos de Sorte e Azar; Soma Zero e Soma Variavel. Nota: Na anilise de qualquer conflito ¢ importante ter-se em conta a um conjunto de elementos ligados aos conflitos: partes, eausas e consequéncias. Estes elementos permitem ao analista compreender a interacgao de factores inerentes ¢ adjacentes 20 conflito em anilise. IV. Resolugio Pacifica de Conflitos Tradicionalmente, os conflitos foram resolvidos com recurso a ameaga ou uso efectivo da forga e coergao. Todavia, existem alternativas ao uso da forga que sfio os mecanismos pacificos de resolugdio de conflitos e controvérsias: Mediagaio; Negociagdio; Facilitago; Bons Oficios; Arbitragem. Mediagio & um processo no qual a 3* Parte ajuda_as partes em conflito a dialogar e cooperar para ultrapassar suas diferengas. E um processo voluntério que depende da vontade politica e cometimento das partes. O mediador dever ser uma figura piblica, carismatica, idénea, respeitada e de confianga das partes em conflito. Negociagio é um proceso em que as partes, com auxilio da mediacao, procuram resolver as suas diferengas. As partes empenham-se na procura de um acordo mutuamente satisfatério em tomo das matérias em discérdia. A negociagdo permite que as partes em conflito ganhem algo ¢ maxi interesses, tentando oferecer as mesmas oportunidades a contraparte. Facilitago & um processo através do qual uma pessoa ou grupo de pessoas crediveis se envolverem no processo de resolugo de um conflito, prestando assisténcia as partes. O facilitador ajuda as partes a encontrar um plataforma gio comum do seu relacionamento comum de entendimento com vista a defi durante o processo negocial Bons ofieios consistem em procurar aproximar as partes em conflito, oferecendo-lIhes assisténcia que pode incluir o local, transporte, comunicagiio, etc., para a realizagdio de um encontro para um frente-a-frente. A 3" Parte serve de elo de ligagao entre as partes em conflito — esta missio pode ser realizada por um personalidade credivel ¢ idénea que actua como intermediério no processo negocial. Arbitragem é considerada a forma mais antiga e comum de resolugio de conflitos através de uma 3* parte, onde as partes escolhem um arbitro ou um tribunal com poder real e de facto para dirimir 0 caso, Cada parte apresenta sua posigdo para o drbitro, que estabelece regras a respeito das questdes ~ decisto do frbitro deve ser cumprida. As partes devem reconhecer 0 papel do arbitro durante 0 processo de resolugo do conflito e na implementagao das decisdes tomadas, ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira de Gesto de Conflitas para esudantes do 4* Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP Conciliagao Conciliagao visa apresentar propostas coneretas e priticas para trazer solugao A conciliagaio visa também por termo as disputas através de acgdes como: + Reconhecimento do Erro Cometido; = Pedido de desculpas; "= Introdugao e aceitagdio de Mudangas no processo negocial. Adjudicagio Adjudicagio & um processo através do qual se responsabiliza uma instancia legal do Estado para deliberar uma disputa. Ela socorre-se da arbitragem onde as decisdes sdo tomadas & luz da legislagao vigente sobre a matéria em discérdia. V. Modelo Dinamico do Conflito Modelo Dinamico do Conflito © modelo dindmico permite compreender © movimento do conflito ~ momento de alta e baixa intensidade. © modelo apresenta-nos diversas fases que se manifestam num conflito: fase latente, manifestagio, violenta, escalada, contengao, mitigagao, transformagaio, resolugio, acordo, conflito politico ~ Ciclo de Violéncia, 1. Fase latente do Conflito (Hurting) Stalemate 2 z Conflict Escalation De-escalation / Negotiation Conflict Emergence Dispute Settlement Latent Post-Conflict Conflict Peacebuilding Time Caracteristicas ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadetra de Gestao de Confltos para extuates do 4" Ano do curso de Getto de Recursos Huananos da UP © conflito encontra-se no estado “dormant”, Nem sempre as partes esto cientes das suas incompatibilidades. O Conflito manifesta-se por via de atitude ¢ comportamento das partes. Na fase latente, os conflitos so dificeis de ser detectados com preciso, exige-se uma andlise cuidadosa da situago ¢ do contexto: social, politico e econémico. Timing de intervengao: é importante para evitar que 0 conflito evolua para as fases violentas ¢ de dificil controlo. Assim, € necesséirio que haja: Vontade politica; Medidas pré-activas e nao reactiva; Dialogo permanente; Reconhecimento mituo, 2. Fase de Manifestagio Caracteristicas As partes expressam suas exigéncias abertamente: meios legais de tribunais, constituigdo, instituigdes, etc. E dificil identificar claramente problemas e as partes. Hit tempo para medidas e acgdes preventivas concretas e intervengio da mediagao ou solugdo de compromisso. 3. Fase Violenta (Escalada) Hé confrontos violentos; Ha perdas materiais e humanas; Hé um banho de sangue; Nao hé espago para a intervengao da 3* Parte para mediagdo ou negociaco. ‘Modelo de Esealada 1. Modelo Agressor-Defensor: hé um agressor e outro é a vitima, 2. Modelo de Espiral: a espiral abre ou fecha de acordo com 0 material que se usa. 3. Modelo de Mudanga Estrutural: o ciclo de violéncia em espiral cria mudangas sociais, politicas e econémicas. Caracteristicas da fase de impasse A violéncia chama outra violéneia (fisica e estrutural).. S6 a vit6ria é que conta, ‘Nao ha espago para 3* Parte. Conflito constitui um Jogo de Soma Zero. Impasse é a fase do “beco sem saida”; ‘As baixas e danos sio avultados para as partes em conflito, ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Beir... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadera de Gestio de Contos para estudantesdo 4” Ano do curso de Getto de Recursos Humanos da UP * © conflito atinge o deadlock — ha escassez de recursos e as partes apercebem da necessidade de negociar e entra a 3* Parte. Fase de Contengio Expresso um estado de fadiga e desgaste das partes; Revela dificuldades, correlagio de forgas e equilibrio das partes; © conflito continua, mas com baixa a sua intensidade e cria-se ambiente para intervengao da 3* Parte. Caracteristicas da fase de mitigagio As causas fundamentais do conflito prevalecem intactas. O comportamento das partes € alterado e ha espago para negociagies de paz. Hé redugao intensidade da violéncia; Ha esforgos visiveis para o fim do contflit. Surgem cendrios pés-conflito, Verifica-se pressfio extema intensa para recuperagiio do pais - Ols, ONGs diversos Estados; Ha acgdes de ajuda humanitéria para as populagdes: deslocados e refugiados. Fase de Resolugio E a fase crucial do processo — marca a transigao da guerra para a paz ou ainda o retorno ao conflito. Exigem 0 reordenamento das relages de poder: inimizade — amizade/adversérios. Em alguns casos & necessério levar a barra do tribunal os promotores conflito. Sucesso ou falhango da paz reside nesta fase. Sucesso pressupée tratamento adequado das causas profundas do conflito € das consequéncias do conflito. O mais importante € 0 aleance da reconciliagio nacional — condigo para coexisténcia. Fase Pés-Conflito: Construgio da Paz Os conflitos nao se eliminam! Os conflitos violentos sao substituidos por conflitos nao violentos de natureza politica: democracia, boa governagio, accountability. ‘Flaborado pelo docente: Janeiro Alberto RiBeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Testo de apo da cadera de Gestdo de Confios para estudanes do 4” Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP Exemplo: Em Moz, 0 conflito armado foi transformado em politico — Parlamento. A transformagdo do conflito visa alterar a estrutura do relacionamento das partes e mudangas culturais, Exemplo: os entio bandidos armados e Matsangas passaram a ser colegas deputados na AR. Programa do Conselho Cristo de Mogambique — Transformagao de Armas em Enxadas, Construgio da Paz * A assinatura de um Acordo de Paz, per se, nfo significa, necessariamente, o fim do conflito. acordo de paz deve ser implementado. A Reconciliagdo Nacional deve ser efectiva; Deve-se criar relagdes € instituigdes fortes e fidveis. Na fase de construgo da paz, 0s actores extemnos podem desempenhar um papel importante nos processos doacordoe nos DDR — Desmilitarizagao, Desmobilizagaio e Reitegracao. + Nesta fase, a construgdo de uma sociedade Civil forte ¢ necessirio ea 3° Parte € crucial no processo da assisténcia das partes. Reconciliagio Nacional E um conceito controverso, altamente contestado e dificil de criar consensos. Para alguns ¢ um conceito cristo, para outros é um mecanismo cultural. Alguns véem a reconciliago nacional como convivéncia, respeito aos outros, e outros 0 perdao mituo; Kriesberg (1998) sugere que hi quatro aspectos ou condigdes que devem ser tomadas em conta no processo de reconciliagio: Confianga: dar mérito a outra parte na interpretagdlo dos fenémenos. Justiga: restaurar os danos provocados. Respeito: reconhecimento do outro, perdao ou absolvigao por parte de vitimas e autores, Seguranga: coexisténcia pacifica. Reconciliagao Efectiva Para Kriesberg (1998:184), a reconciliagao pode ocorrer entre individuos, familias, governos ou Estados ¢ as partes devem: > Reconhecer as lesdes provocadas; > Reparar os danos e as injustigas; > Reconhecer o softimento causado; > Olhar para o futuro: seguranga comum, justiga e bem-estar. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio dacadeira de Gestdo de Confit para extudantes do 4° Ano do curso de Gesto de Recursos Humanos da UP > Alguns podem levar mais tempo do que os outros para se reconciliar > 0 falhango da reconciliagao pode abrir espago para o retorno a guerra ~ casos de Angola (1992). Consideragées Finais © Conflito tem varias fases desde o seu surgimento, desenvolvimento, resolugdio e ressurgimento ou nao. Em cada uma das fases, a intensidade do mesmo é diferente, tendo em conta os diversos factores inerentes e adjacentes. A climinagao das causas profundas ¢ a chave para a resolugdo do conflito. VI. Teoria de NecessidadesBasicas Humanas Surgimento e Evolugio da TNB; Precursores da Teoria; Categorias da TNB; Necessidades Basicas; Valores; Interesses; Consideragdes Finais A eclosao de conflitos esta associada a varios factores inerentes e adjacentes, dependendo dos contextos ¢ situagdes especificas. A maioria de conflitos se inicia devido a discérdia em torno da prossecugo dos interesses, objectivos, valores e necessidades de cada uma das partes. Teoria das Necessidades Humanas Foi desenvolvida nos anos 1970 e 1980 para explicar alguns comportamentos humanos. Explica comportamentos humanos a partir de motivagdes de natureza bioldgica, social, politico ou econémica que levam a0 conflito. Pressuposto Basico: “todos seres humanos sto portadores de necessidades basicas humanas, que devem ser satisfeitas com vista a manter a estabilidade das sociedades”. Precursores Importantes Habraham Maslow (1943): contribuiu com a hierarquizagio das necessidades humanas na tentativa de explicar a auto-realizagio: auto realizagao, estima, seguranga e fisiolégicas. John Burton (1986): adoptou a teoria de Maslow na teoria do conflito em busca das causas do conflito e sua forma de resolugao. ‘Elaborado pelo docente: Janciro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apo da cadena cle Gestao de Conflosparaestudantes do 4” Ano do curso de Getto de Recursos Huanos da UP Categorias da TNB A Teoria das Necessidades Basicas Humana analisa as motivagdes hunianas que esto associadas ao desenvolvimento e sustentabilidade da espécie humana e tem trés categorias: Necessidades: motivagGes ¢ aspiragdes que sto comuns a toda espécie humana. Valores: motivagdes ¢ aspiragdes humanas que se baseiam em aspectos culturais, Interesses: motivagdes humanas sfio meramente transit6rias e sofrem mutagdes com 0 tempo. Burton (1990:36-41) descreveu este cendrio nos seguintes termos: “Acredita-se que pessoas que se envolvem em situagdes de conflito fazem-no nos seus respectivos ambientes institucionais e sociais compulsivamente com 0 intuito de satisfazer necessidades primordiais e universais”. Exemplo: seguranga, identidade, religido, reconhecimento e desenvolvimento. Necessidades E tudo aquilo que constitui imprescindivel para a sobrevivéncia das pessoas, grupo de pessoas, comunidades e unidades politicas. Exemplo: seguranga, bem- estar, alimentagdo, habitagao, vestuario, desenvolvimento. Necessidades Basicas: vida digna. Necessidades Sociais: bem-estar social. Necessidades Individuais: preferéncias de cada um dos individuos. Conceito de Necessidades Basicas O conceito de Necessidades Basicas deve ser colocado dentro do contexto mais alargado do desenvolvimento econémico e social do Estado — nao deve ser visto ‘como condie4o minima de subsisténcia, porque inclui: Independéneia nacional; Dignidade dos individuos e dos povos; Liberdade de tragar 0 seu proprio destino sem interferéncias externas. Caracteristicas das Necessidades ‘Tém um caricter universal. Sao primordiais para a sobrevivéncia e existéncia da espécie humana. No campo de resolugo de conflitos, so satisfeitas em fungiio dos meios disponiveis. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira de Gestdo de Conflts para etudanes do 4” Ano do curso de Getto de Recursos Humanos da UP Nao sio negocivei B , porque so inerentes a sobrevivéncias e desenvolvimento. independéncia vs interdependéncia? Quando nao sao satisfeitas conduzem a comportamentos incompativeis com os sistemas sociais vigentes na sociedade. Exemplo: Roubos, Linchamentos prisdes. Valores Quando falamos de valores estamos perante a forma como as coisas DEVEM SER — Normativo. Trata-se de ideias compartilhadas por pessoas numa sociedade sobre Aquilo que & importante, valioso, estimavel e digno de transmissio de geragiio em gerago — dai deve ser defendido a todo 0 custo. Valores so ideias, habito, costumes e crengas que constituem a caracteristica particular de cada individuo, grupo ou comunidade social. Valor refere-se as motivagdes humanas ligadas a cultura e no negociveis a sua identidade, porque esto ligados a aspectos: = Linguisticos e religiosas; * Classes e grupos étnicos; = Elementos que separam as culturas e grupos identitarios. Cultura e Valores A cultura é 0 sistema de ideias, valores, ctengas, costumes, conhecimento e tecnologia compartilhados por uma dada sociedade. Ela permite a partilha de expectativas € moldura do comportamento dos membros. Exemplo: O significado do beijo — frontal entre homens ~ brincos (Homens?) ‘A cultura é um sistema complexo de organizagio com instituigdes que interagem mutuamente. mo Cultural As sub-culturas sdo grupos existentes numa sociedade em que partilham a cultura comum, mas que detém o seu proprio conjunto distintivo de complexos culturais (Macua Meto vs Koti). Relativismo cultural: sugere que as culturas devem ser julgadas e concebidas nos centros dos seus respectivos contextos ¢ nio através de padrdes de outras culturas: os actos, ideias e produtos culturais nfo so inerentemente bons ou maus ~ 0 julgamento deve ocorrer dentro do contexto em que surgem. O relati smo cultural opde-se ao Etnocentrismo. Preservagio de valores “A preservagio de valores é uma das razdes que pode conduzir os individuos a emergéncia de comportamentos defensivos ou ofensivos”. Exemplo: 0 movimento de mugulmanos contra 0 jornal SAVANA publicar 0 cartoon de Mahomé. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 B Texto de apoio da cadena de Gest de Cones para extuante do $* Ano do curso de Gesto de Recursos Hamanos da UP s valores servem de base para a formulagao de Juizo de Valor. Exemp! vvestes, 0 comportamento das pessoas na sociedade (Dama do Bling, Madona), Defesa Intransigente de Valores Os valores stio caregados de emogdes, fruto daquilo que aprendemos, acreditamos e defendemos de forma paulatina por via do processo da Socializagao. Os valores contribuem para a moldagem do comportamento e identidade das pessoas e grupos. Quando os nossos valores sio postos em causa, tomamos medidas de defesa contra todos 0s riscos. Valor Politico dos Valores s valores tem um valor politico, porque abarcam a liberdade, igualdade, Dto. humanos, democracia, usos e costumes, auto-determinagdo, tradigdes — muitas guerras eclodiram para preservar valores. Exemplo: os palestinianos, sul-afticanos no perfodo do Apartheid, mogambicanos, o Combate entre Hector e Aquiles, na Grécia Antiga. Caracteristicas dos Valores Para Bourton (1990:36-40), os valores niio sio negociiiveis, pois constituem base para a identidade das pessoas e grupos. Os valores so mais estiveis do que os interesses, porque estio ligados a cultura, mas nao so to imutiveis como as necessidades A sua alteragio ocorre lentamente — as mudangas ripidas ocorrem a nivel individual. Exemplo: mudanga de religido. Os valores transmutam e podem incorporar novos elementos de outros sistemas sécias com os quais interagem, através da educagzio comum, Mudangas de Valores ‘A mudanga de valores pode ocorrer, de forma paulatina, lenta ¢ pelo menos até 2 ou mais geragoes; Em determinadas circunstineias, pessoas de diferentes culturas podem ser assimiladas numa cultura e, eventualmente, absorve algumas caracteristicas dos outros estratos sociais; Exemplo: na Cidade de Maputo encontramos uma mistura de povos mogambicanos, afrieanos, europeus; ‘Trata-se de um longo processo que exige o sentido de seguranga, depende da auséncia da descriminagdo e igualdade de oportunidade para todos. Interesses Interesse refere-se a tudo aquilo que se afigura como sendo de extrema importincia para um individuo, grupo, comunidade ou unidade politica Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira de Gesto de Conflios para extudante do 4” Ano do curso de Gesto de Recursos Humanos da UP para a sua propria sobrevivencia. Séo aspiragdes ocupacionais ¢ transitérias, de mbito social, politico e econémico, dentro de um grupo social. Caracteristicas dos Interesses Por natureza, siio mais fluidos ¢ menos resistentes as mudangas. ‘A sua expresstio refere-se a beneficios materiais, salérios, pregos relagdes entre individuos e instituigdes. Sao transitérios, passiveis de alteragdo, negocidveis, competitivos, influenciam a atitude, © comportamento, téctica ¢ estratégica do actor. Consideragées Finais Uma das formas de analisar conflitos é através da fingao entre trés categorias: necessidades, valores e interesses. As trés categorias sdo diferentes quanto a duragao e estabilidade: os Interesses sio transitérios; os Valores s4o estiveis e as Necessidades sio universais, primordiais e no negociaveis. As tres categorias podem ser fontes de conflitos de forma isoladas conjugadas. A compreensdo das trés categorias facilita a eleigZo da estratégia vidvel para a resolugio do conflito. Os conflitos de interesse devem ser tratados de maneira diferente em relagio aos de valores ¢ necessidades basicas. VIL. Teoria da Privagio Relativa Privagdio Relativa Questo Central da Teoria Ponto de Referéncia Modelo da Curva-J Categorias da Privagdo Relativa Modelo de Rebelio Medigdo da Privagao Relativa Consideragdes Finais A Teoria de Privagao relativa surgiu, nos anos 1940, mas foi sistematizada na década 1960 com contributos de Ricard Stooffer autor da obra “Racial and Ethnic Groups” (1979) e Ted Gurr, autor da obra “Why Men Rebel” (1970). Trata-se de uma teoria que fomece ferramentas para analisar as causas do conflito, rebelides, revolugdes e guerras a partir dos individuos e dentro dos Estados. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadera de Gestto de Conftias para extutantes do 4” Ano do curso de Geto de Recursos Humanos da UP A abordagem da Privagdo Relativa permite analisar a violéncia social ¢ politica recorrendo a0 cruzamento de questdes psicolégicas, sécio-psicoldgicas socioeconémicas. A abordagem da Privagao Relativa é potencialmente Util para andlise e resolugdo de conflitos intra-estatais. Aspecto Fundamental * A ideia central da Teoria de Frustragiio-Agressio é que “a frustragdo é uma condigio psicolégica basica para que ocorra a agressio”. * Nesta abordagem, foi desenvolvida a Teoria de Privagio Relativa que lida com dois aspectos fundamentais: por um lado, temos as eapacidades e, por outro, as expectativas, evidenciando a questo da Percepgao, Questiio Central * 0 problema no é a satisfagio absoluta das expectativas das pessoas, mas sim a questo das percepgdes que as pessoas tém dos seus direitos, enquanto cidadaos. + Exemplo: as capacidades de uma instituigiio em poder satisfazer as expectativas dos seus utentes (UP — Estudantes). Privagio Relativa = Ted Gurr (1970) estudou as condigées que levam a rebeliio, tendo como tema principal ponto de orientagao a Teoria de Privagio Relativa que se pode definir nos seguintes termos: * Privagio Relativa: & a diferenca entre 0 que as pessoas pereebem que estio obtendo da sociedade eo que elas acham ter como direito. * Privagio Relativa: é a dissondncia, na nossa percepgdo, entre 0 que achamos ter o direito © a real capacidade de satisfagio do Estado e as instituigdes. Exemplo: ISRI~ Governo e as necessidades dos estudantes, + Privagdo Relativa: ¢ 0 gap entre o que consideramos ser nosso direito ter, de fazer ou de ser € a percepgao do que outras pessoas, grupos de pessoas ou instituigdes nos permitem em termos de recursos e capacidade de satisfazer aquilo a que percebemos como sendo nosso por direito. De uma forma sucinta, o sentimento de Privagao Relativa surge quando: + “Independentemente das condigdes objectivas e concretas, individuos ou grupo experimentam um sentimento de descontentamento, de injustiga ou frustragio a0 sentirem-se privado de determinadas condigdes a que se julga possuir por direito, quando comparado com outrem que as possui de forma injusta” — sentimento de privado. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apo da cadkira de Gestdo de Confltos para estudanes do 4" Ano do curso de Gesto de Recursos Humanos da UP Ponto de Referéncia * A Privagio relativa, por lidar com as percepgdes das pessoas sobre a sua situagdo, tem como ponto de referéneia as suas expectativas. "As expectativas nem sempre sio fiiceis de deserever em termos quantitativos, particularmente, no que diz respeito a condigdes ndio-materiais como crengas, ideologias, afirmagao social e cultural. Categorias da Privacio Relativa A Privagio Relativa & contida por trés eategorias que se afiguram como principais: descendente, ascendente e progressiva. 1. Privagdo Descendente: resulta do declinio da capacidade de sobrevivencia de um dado grupo de pessoa, devido a varios factores como: guerra, fome e calamidades que enfraquecem a capacidade de provisio do Governo, encorajando rebeldia e vandalismo 2. Privagio Ascendente: ela resulta do aumento de niveis de expectativa enquanto a capacidade continua estével ou quando da sinais de declinio. Exemplo: Promessas de campanhas. 3. Privagdio Progressiva: ela acontece quando a capacidade de um grupo chega um ponto fixo depois de um periodo de rapida subida das mesmas ou das expectativas do grupo. Subida de Expectativas * Baseando numa perspeetiva socio-psicolégica, James Davies defendeu: “o descontentamento de um povo é frequente quando as melhorias das condigdes de vida param ou reduzem depois de um progresso frustrado.” * As revolugdes “silo mais provaveis acontecer quando hé um prolongado periodo de desenvolvimento econémico e social objectivo que € seguido por um curto periodo de aguda reversaio” (Modelo da Curva-J de James Davies). ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira de Gesto de Confltos para estudantes do 4° Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP Modelo da Curva-J Modelo: “Why Men Rebel” * Ted Gurr (1970) estuda as condigdes para a rebeliio, tendo a Privagio Relativa como tema principal no seu “Modelo basico de Rebeliao”. * No modelo basico de rebelidio, “a imtensidade e 0 aleance da Privagio Relativa determina o potencial para a ocorréncia da violéncia social e politica Modelo Basico de Rebeliado ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira ce Gestto de Conftas para estudanes do 4” Ano do curso de Geto de Recursos Hamanos da UP Intensidade da Privacdo Relativa Popular Baixa Alta Baixa Violéncia Minima Intensidade da Privagao Relativa das Elites Conspiracao Conflito Armado Violéncia Minima: sociedades com baixo grau de Privagao Relativa nas elites e nas massas. Alta Tumultos: sociedades com alta privagio relativa nas massas e menos nas elites. Conspiragées: sociedade com alta privagdo relativa nas elites e menos nas massas. Conflito Armado: sociedades com alto privagao relativa tanto nas massas quanto nas elites. Constatagio 0 descontentamento torna-se ou nao violéneia politica dependendo dom nimero de factores condicionantes, relacionados especialmente com as justificagdes para que tal acontega, Se a violéncia politica ¢ largamente aceite ¢ se haver probabilidades de sucesso, © descontentamento pode ser facilmente canalizado para a politizagio da violéncia, Estanque da Violénci * Na melhor das hipdteses: a violéncia pode ser estancada quando canalizada a0 sistema politico ou outras estruturas, instituigies e organizagdes adequadas (Policia, Tribunais). * Na pior das hipdteses: a violéncia desenvolve-se ¢ é justificada através da formulagdo de exigéncias politicas que sé podem ser satisfeitas através de mudaneas estruturais do poder politico, isto é, a violéncia torna-se politica ~ uta pelo poder politico. ‘Elaborado pelo docente: Jancire Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira ce Gestdo de Conflios para estudantes do 4" Ano do curso de Geto de Recursos Humanos da UP Medicao da Privagado Relativa A medig&o com exactidao da privacaio relativa e frustragdo ¢ obviamente dificil, bem como descobrir 0 ponto em que esta privagio atingira a sua “ebulig&o” para despoletar violéncia A quantidade de violéncia a acontecer dependerd nfio sda extenstio do descontentamento politizado e certas varidveis sociais. Exemplo: 0 balango relativo do poder coercivo detido pelo regime no poder - meios de coergao. Nivel de Violéncia Politica A violéncia politica sera relativamente reduzida se o regime tiver realmente um monopilio efectivo do poder coercivo, também, se o suporte institucional estiver solidamente por detris do regime, A violéncia politica estar no seu maximo nivel quando o regime no poder e os dissidentes estiverem aproximadamente em situagdes iguais, numa ou ambas reas — 0 controle do poder coercivo e 0 apoio institucional. “Quando a razéio entre o desejo e a obtengio toma-se desequilibrada” chega-se a um momento extremamente delicado na vida de um Estado ¢ ai a rebelido ¢ a revolugao podem eclodir. Para Ted Gurr, o problema subjacente no é a pobreza em si, mas a Privagdio Relativa, chegando a mesma conclusio de TOCQUEVILLE ¢ BRINTON: “as revolugdes chegam quando as coisas esttio geralmente a melhorar ¢ as expectativas sio frustradas, endo quando elas esto a piorar”. Consideragées Finais A teoria da privagao relativa é usada para avaliar e explicar conflitos dentro do Estado, onde a intensidade e 0 alcance de privagio relativa, determina o potencial para a violéneia politica. A privagio relativa nao é a insatisfagdo absoluta das expectativas, mas sim 0 sentimento da no disponibilizagdo dos recursos e capacidades para a satisfagio das necessidades e interesses. O descontentamento provocado pela Privagao Relativa pode transformar-se em violéncia colectiva e, seguidamente, em violéncia politica. Todavia, a natureza e magnitude da violéncia politica esti dependente de varios factores: psicolégicos, sociais, politicos e econémicos e mesmo culturais. A privagdo relativa nio é sentida somente por pobres, mas também pode ser sentida de forma intensa dentro de grupos ricos. ‘As expectativas materiais podem ser altas ¢ intensas para pessoas que vivem um nivel material alto e desligado da pobreza absoluta. Exemplo: 0 rico sempre quer mais, tendo em conta que as necessidades individuais crescem quando as humanas e sociais sto satisfeitas. Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Rjbeire.. Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apolo da cadetra de Geto de Contos para estudantes do 4* Ano do curso de Gest de Recursos Viumanos da UP VIII. Teoria de Tomada de Decisiio Origens da Teoria + Antiguidade: os gregos consultavam 0 Oraculo de Delphos, Dédona e Olimpia. + Desenvolvimento da teoria acelerou a partir do fim da II Guerra Mundial (1945). John von Neuman e Oskar Morgenstern publicam “Theory of Games and Economic Behavior” (1945) impulsionou teorias de jogos e da utilidade — “base da teoria moderna de tomada de decisdes”. Aplicagio da Teoria Hoje, a teoria da tomada de decistio tem numerosas aplicagies em diversos campos: Econémicos e Social; Militar, estratégico; Politico e Diplomatico; Relagdes Internacionais; Administragio Pablica. + NB: nao existe uma teoria que cubra todos os campos onde o Homem actua e necessita de tomar decisdes. + Conceito de DecisioSeleccionar: eleger entre alternativas rd 6@° ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira de Gesdo de Contos para esudantes do 4* Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP * Decisio é output do sistema politico que consistem na distribuigao de valores, investida de autoridade no seio de uma sociedade (David Easten). " Deciséo & 0 “proceso de aniilise e escolha entre varias alternativas disponiveis do curso de acgdes que a pessoa deveri seguir” (Chiavenato, 1997:710). " Decisio € um processo se selecciona uma acgio num conjunto de alternativas (estratégias, opgGes), para atingir objectivos pré-estabelecidos, usando critérios especificos. * Implica escolhas baseadas em propés 0s. + Implica acgaio orientada para objective, * Objectivo determina a eficiéneia do proceso de tomada de decisio. Teoria de Tomada de Decisio ‘Tomada de Decisio consiste no acto de escolher entre opgdes ¢ alternativas que introduzem o problema da incerteza (Dougherty e Pfaltzgraff, 2003). Teoria de Tomada de Decisio é um conjunto de axiomas que procura explicar como individuos racionais se comportam quando sio desafiados tanto no campo real e empirico como no campo tedrico. Teoria de Tomada de Decisio procura demonstrar como os individuos e entidades dotados de racionalidade se comportam (devem) em situagdes de isco, certeza e incerteza Lida com o ambiente incerto da decisao (natureza). Ocupa-se com a interaegao de actores racional do actor (Teoria de Jogos). Estrutura da Decisio A deciséo possui a seguinte estrutura: Decisor. Contexto ou Ambiente, Objectivos. Acgdes (Alternativas). Efeitos ou consequéncias. 1, Decisor: é um individuo, grupo de pessoas ou instituigdes que esto interessados no problema, Exemplo: Chefe de Turma, Lider, Estados, OIs. 2. Contexto ou Ambiente (natureza): é 0 conjunto de factores ou variiveis nao controlados pelo decisor que define sem ambiguidade a situag’o de decistio no que se refere ao mundo exterior. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadetra de Gedo de Confltos par estudantes do 4° Ano do curso de Gest de Recursos Viamanos da UP 3. Acgdes ou Alternativas: trata-se de alternativas ou estratégias possiveis para o decisor — Estratégias puras e mistas. Estratégia: € 0 conjunto de alternativas ou opgdes de acgao possivel para quem toma decisio, 4. Objectivos: trata-se dos fins, propésitos e alvos que cada decisor pretende atingir: maxi ar os ganhos e minimizar as perdas (Exemplo: lucro). 5. Efeitos ou Consequéneia: corresponde ao resultado de cada estratégia e alternativa usada pelo decisor. Uma tnica opgaio nao é condigio suficiente para se tomar alguma decisio, exactamente, porque ndo ha oportunidades de escolha. Exemplo: Lista dinica de candidatos. Informagio e Tomada de Decisio Escassez e Abundancia Eseassez: a escassez de informagio ou alternativas dificulta 0 processo de tomada de decisio — ha poucas condigdes para se tomar alguma decisio. Abundéncia de informagao cria dificuldades para se decidir — “stress” - muitas opgdes deixam a situagio em aberto: Muitas op¢es relevantes sio postas de lado. Contexto de Tomada de Decisio Certeza, Incerteza e Risco 1. Uma determinada decistio pode ser tomada tendo em conta o seguinte contexto ou ambiente, de acordo com o grau de conhecimento: Ambiente de Certeza; Ambiente de Risco; Ambiente de Incerteza. Ambiente de Certeza O decisor esta certo e ciente das consequéncias das decisdes que toma, As consequéncias aparecem no ponto mais alto do ranking das acgées. Este ambiente € determinista Hé conhecimento perfeito do estado de natureza que envolve a tomada de decisdes. Ambiente de isco r ter uma margem de provaveis consequéncias relativas as suas decisdes. © ambiente ¢ aleatério € probabilistico, onde admite-se um futuro parecido ao passado. decisor nao conhece perfeitamente o estado que a natureza adoptard ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira de Gestdo de Confltos para esudantes do 4° Ano do curso de Gesdo de Recursos Humanos da UP © decisor tem um conjunto de possibilidades discretas sobre os estados de natureza, 3. Ambiente de Incerteza 0 decisor no pode avangar qualquer probabilidade sobre as consequéncias da sua acgao. © decisor desconhece qualquer informacio sobre 0 assunto e sobre os possiveis resultados. A condigio de incerteza resulta de um conjunto de dificuldades organizacionais: falta de registos de eventos anteriores ou porque a situagéo estd ocorrendo pela pri et. Mesmo num contexto de incerteza e sem informago, 0 decisor deve tomar alguma decisto. As decisdes tomadas sob ambiente de incerteza podem surgir de situagdes de surpresa e concorréneias com outros actores — surpresas estratégicas. Fases da Tomada de Decisio eo Le lrtt-T) pe TC] de Decisao Meu o(<-Toe-(] Nae) 1, Pré—Decisio Ea primeira fase do processo de tomada de deciso e incorpora: Identificagdio do problema, Recolha de informagio que pode ser através de Inquérito, entrevista, consulta, pesquisa. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeire... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoo da cadera de Gestto de Conftos para estdantes do "Ano do curso de Gest de Recursos Humanos da UP ‘Compreensdo do problema. 2. Tomada da Decisio E a segunda fase no processo de tomada de decisio ¢ incorpora: Selecgo das opgdes e alternativas disponiveis. Escolha da opgiio que melhor optimiza os nossos interesses. 3. Implementagao da Decisio Ea terceira fase do processo de tomada onde ser verifica: Passagem da decisdo & acgdo. Passagem da teoria a pratica. Operacionalizagao da decisto. Produgao dos resultados esperados (eficécia e eficiéneia). 4. Ay: \¢fio e Monitoria E a quarta fase do processo de tomada de decisdo, onde se verifica: O nivel e estigio de implementagio e execugo da decisto. Identificagdo dos principais nés de estrangulamento € os passos subsequentes a serem dados. Classificagao das Decisdes Hé virios critérios: Oportunidade, Tempo, Escolha, Conteido, Peso, Efeito 1. Necessidade e Oportunidade a) Necessidade: decisdes necessérias b) Oportunidade: decisdes oportunas ou inoportunas. 2. Factor de Tempo a) Grau de urgéncia: decisdes urgentes ou nfo. b) Grande velocidade: decisdes lentas ou répidas. 3. Motivagdes e Escolha a) Tipo de motivo: decisées econémicas, ideoldgicas ou orientadas para o poder. ) Grau de racionalidade: decisdes racionais ou irracior 4) Quanto ao aleance da escolha: -Decisées fechadas (sim ou niio) ou progressivas. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadvira de Gestao de Confiosparaestudantes do 4” Ano do curso de esto de Recursos Humanos da UP 4, Natureza ou conteiido ) Quanto ao grau de complexidade: decisdes simples ou complexas. b) Quanto ao campo de decisdo> sector piblico ou privado; 5. Peso de decisio @) Quanto ao grau de importincia: decisdes importantes ou vitais opostos a decisdes secundarias. +b) Quanto ao impacto: decisdes fundamentais ou derivadas. 6. Efeitos ) Quanto ao grau de generalidade: decisdes gerais ou especificas; b) Grau de reversibilidade: decisdes reversiveis ou irreversiveis; ©) Grau de obrigatoriedade: decisées obrigatorias (imperativas) ou opeionais (indicativos); 4) Grau de mudanga social: decisdes revolucionérias ou de reforma por oposigio a decisdo administrativa, Modelos de Tomada de Decisio Racional, Organizacional e Burocritico Varios autores escreveram sobre os modelos de tomada de decisio onde destacam os seguintes: Modelo de Actor Racional; Modelo Organizacional; Modelo Burocratico, 1, Modelo de Actor Racional Defende o Estado como sendo o actor principal e é tipico do Realismo, Ele age num célculo do custo e beneficio. processo de tomada de decisdio ¢ racional. O resultado € previsto e ignora-se a percepgtio dos outros actores, porque 0 Estado € um actor unitério e racional. © actor principal esta em comunhdo de interesses com as instituigdes internas ~ “tem a mesma vontade politica”. Decisores tém informagao pertinente. Decisores fazem uma hierarquia e sequenciamento dos objectivos. A opgio € a decisdo m vantajosa, ‘Blaborado pelo dacente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cada de Gestdo de Conflios para exudates do 4° Ano do curso de Gestdo de Recursos Humanos do UP Modelo de Actor Racional a Claramente o Problema o ¥ Elucida e Traga Metas Q + Determina Politicas Alternativas eo + Selecciona a accdo que produz 9° melhor resultado com menos custo © 2, Modelo Organizacional Este modelo rejeita as etapas do raciocinio légico Baseia-se no cardcter conservador e na meméria institucional e organizacional. Os assuntos so varios e os resultados sto determinados pelo padriio e forma de procedimento processual ou institucional. Decisdes sao tomadas tendo em conta as experiéneias do passado. Para decidir, ignora-se alternativas e baseiam-se as respostas padronizadas. Incertezas e futuro siio analisados tendo em conta experiéncias passadas, igdes tém responsabilidades, mas no autoridade exclusiva. ‘Elaborado pelo docente: Janciro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Text de apoio da cadeira de Gestdo de Contos para estates do 4” Ano do curso de Getto de Recursos Humanos da UP Modelo Organizacional Nie es Buveecat poe Barganha Baseada career Teer re) Nivel ds Orgonzostes ry pains 3. Modelo Politico Burocratico E proprio do pluralismo e liberalismo. Rejeita o Estado como actor monolitico, primério e unitaio, Decisdo ¢ tomada através da barganha das diversas burocracias em interacgao. Os actores de tomada de decisio so variados e orientados por objectivos pessoais e grupais. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio dae lira de Gestdo de Conftos para estudames do 4" Ano do curso de Getto de Recursos Humanos da UP Modelo Politico Burocratico Sa Or Consideragées Finais Decidir ¢ recomendar caminhos alternatives os que levam a resultado esperado, As decisdes so escolhas tomadas com base em propésitos. As decisdes sto acgdes orientadas para determinado objectivo, com base na racionalidade, utilidade e pragmatism. ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016 Texto de apoio da cadeira de Gestdo de Conftos para estudaies do 4" Ano do curso de Getto de Recursos Humanos da UP MODELOS DE TOMADA DE DECISAO Actor Racional Comportamento Organizacional Politico Burocratico + Omodelo defende o Estado como sendo © actor prineipal e & tipico do Realismo; +O actor age num cdlculo do custo e bbeneficio; + 0 processo de tomada de decisaio & racional; + O resultado é previsto e ignora-se a percepgio dos outros _actores, porque 0 Estado é um actor unitario e racional. + 0 actor principal esté em comunhao de interesses com as instituigdes internas = tem a mesma vontade politica: + Decisores —tém informagao pertinente para decidir; + Os decisores fazem uma hierarquia sequéncia dos objectivos; + A opgdo é a decisto mais vantajosa + Este modelo rejeita as etapas do raciocinio logico; * Baseia-se no caracter conservador ena meméria institucional organizacional; + Os assuntos sio varios € os resultados séo determinados pelo padréo e forma de procedimento processual ou institucional. + As decisdes sto tomadas tendo em conta as experiéneias do passado; + Para decidir, ignoram- se as varias alternativas e baseia-se sé nas respostas padronizadas; * Incertezas e futuro sao analisados tendo em conta _experiéncias passadas; + As varias instituigdes especificas tém suas responsabilidades, mas no autoridade exclusiva, = 0 modelo Politico Burocratico é préprio do pluralismo e liberalismo; + Este modelo rejeita o Estado como actor — monolitico, primétio e unitario. + A ddecisto é tomada através da barganha no aparato das diversas burocracias em interacgfio; + Existe uma competigao interna intensa entre as varias unidades de tomada de decisio; + Os actores de tomada de decistio slo variadose orientados por objectivos pessoais © grupais. Bom Proveito! ‘Elaborado pelo docente: Janeiro Alberto Ribeiro... Chimoio: 09 de Agosto de 2016

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