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Copyright © 2014
© La Documentation Française
Copyright © 2014 desta edição
Editora Iluminuras Ltda. e Itaú Cultural
Projeto gráfico
Eder Cardoso | Iluminuras
Capa
Michaella Pivetti
sobre foto de CC/Thomas Claveirole
Preparação de texto
Jane Pessoa
Revisão
Bruno D’Abruzzo
ÍNDICE
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO PREFÁCIO 9
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Francine Mariani-Ducray
L976 INTRODUÇÃO
O lugar do público : sobre o uso de estudos e pesquisa pelos museus / organização Os estudos sobre público: pesquisa fundamental, escolha de políticas e apostas
Jacqueline Eidelman, Mélanie Roustan, Bernardette Goldstein ; operacionais 13
tradução Ana Goldeberger. - 1. ed. - São Paulo : Iluminuras : Itaú Cultural, 2014. Jacqueline Eidelman
360 p. ; 23 cm. Mélanie Roustan
Tradução de: La place des publics De l’usage des études et recherches par les musées
PARTE I
ISBN: 978-85-7321-450-5 (Iluminuras) CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO 41
ISBN: 978-85-7979-059-1 (Itaú)
Introdução 43
1. Museologia. 2. Memória coletiva. 3. Artes. I. Eidelman, Jacqueline. II. Roustan, Mélanie.
Corinne Guez
III. Goldstein, Bernardette.
Visitação e imagem dos museus da França no começo de 2005 47
14-15402 CDD: 069 Bernadette Goldstein
CDU: 069.1 Régis Bigot
A modelização da visitação pagante do Louvre: uma abordagem retrospectiva e
prospectiva 63
Anne Krebs
Bruno Maresca
Evolução das expectativas do público e capitalização dos estudos para as futuras
exposições da Cité des Sciences et de l’Industrie 81
Marie-Claire Habib
2014 Aymard de Mengin
EDITORA ILUMINURAS LTDA. Conhecer a população e o público 97
Sylvie Octobre
Rua Inácio Pereira da Rocha, 389 - 05432-011 - São Paulo - SP - Brasil
Tel./Fax: 55 11 3031-6161
iluminuras@iluminuras.com.br
www.iluminuras.com.br
PARTE IV
OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL 201
Introdução 203
Marc Plocki
O impacto do discurso museográfico nos visitantes da exposição L’Art Italien et la
Metafisica. Le Temps de la Mélancolie 1912-1935, apresentada no Museu de Grenoble de
março a junho de 2005 207
Marie-Sylvie Poli
Danièle Houbart
Usos e desafios da análise dos livros de ouro para as estratégias culturais da
instituição 223
Marie-Pierre Béra
Emmanuel Paris
Experiência de visita e dispositivos de participação: o lugar do corpo na percepção da
proposta da exposição 239
Nathalie Candito
Delphine Miège
Cada visita a uma exposição é uma experiência única? Como foram recebidas quatro
exposições nas Galerias Nacionais do Grand Palais 253
Marie Clarté O’Neill
PREFÁCIO 9
O desenvolvimento dos estudos estatísticos e sociológicos As duas jornadas de junho de 2006 apresentaram uma síntese dos estudos
no Ministério da Cultura e da Comunicação através de uma escolha significativa e variada, com as grandes tendências e as
dimensões estratégicas. Elas trouxeram elementos de análise para orientar a
O desenvolvimento de estudos estatísticos e sociológicos corresponde a programação cultural das instituições e abrir novas perspectivas. Em geral, os
novas necessidades no Ministério da Cultura e da Comunicação. As missões relatórios apresentaram dois pontos de vista: o do profissional do museu ou
estatísticas foram reforçadas por causa da evolução do ambiente socioeco- monumento que tem de concretizar a política cultural de seu estabelecimento;
nômico e técnico da cultura e da necessidade de uma observação cultural e o do consultor ou pesquisador que realiza o estudo. Duas oficinas de iniciação
regional. Os campos de reflexão foram ampliados até o público e as políticas aos estudos de público foram organizadas para responder às questões metodo-
de público. Por outro lado, a entrada em funcionamento dos indicadores da Lei lógicas. Como redigir um relatório de temas e questões? Em que bases, segundo
Orgânica referente às Leis de Finanças (Lolf) leva à concretização de dispositi- quais critérios selecionar um protocolo de estudo? Como medir a contribuição
vos de análise estatística da visitação, a um acompanhamento da gratuidade de uma pesquisa, como interpretar seus resultados? Qual parcela atribuir ao
contexto da encomenda de pesquisa feita, às condições de sua realização? Até
1 Odit (Observação, Desenvolvimento e Engenharia Turística). Odit France é um órgão de interesse público
subordinado ao Ministério do Turismo.
12 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 13
14 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 15
16 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 17
18 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 19
A base de dados que foi construída reúne os estudos e as pesquisas cuja rea- museus particulares
e de civilizações
lização e/ou publicação aconteceram do começo de 2000 até meados de 2006. 12% Louvre
Aproximadamente setecentas referências dizem respeito a cerca de 250 esta- 12%
18 Em 1993-1994, a primeira pós-graduação nacional em Museologia Geral irá contar com 22 alunos, sendo
Sem ver nisso, necessariamente, uma relação de causa e efeito, pode-se
que alguns, hoje, tornaram-se responsáveis por um serviço de estudo dos públicos em um museu. notar que a curva que distribui cronologicamente as referências se inscreve
19 Ver, para a situação na virada do século, Chroniques de l’Afaa, n. 30, 2001.
20 J.-M. Tobelem, Le Nouvel Âge des musées. Les institutions culturelles au défi de la gestion (Paris: Armand
em paralelo à da visitação global dos museus e das exposições (com, sobretudo,
Colin), 2005. o declínio pós-setembro de 2001 e o aumento progressivo em 2004 e 2005).
21 Em 2002-2003, uma pesquisa da dmf dedicada aos serviços dos públicos dos museus da França tinha
permitido observar cerca de 350 estabelecimentos que declararam ter um estudo de públicos. Mas, no es-
sencial, dentre eles, tratava-se de explorar os números da bilheteria. O inventário 2000-2005 não leva em
consideração esse tipo de detalhe se ele não trabalha em conjunto com algum outro tipo de investigação.
22 Museus sobre bens naturais e culturais de um meio ambiente e de seus modos de vida. (N. T.)
20 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 21
400
140
350
120
300
100
250
80 200
60 150
100
40
50
20
0
Publicações Estudos e relatórios Diplomas e trabalhos acadêmicos
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 começo de 2006
Mesmo que a relação entre um vetor de distribuição e uma categoria de tra-
Essa produção caracteriza-se, em primeiro lugar, pelo destaque da “litera- balhos não seja forçosamente próxima, os estudos pontuais e circunscritos a
tura cinza” (isto é, dos relatórios de circulação restrita): em volume, cerca de estabelecimentos, eventos ou dispositivos específicos são mais numerosos em
60% das referências são constituídas por essa categoria. Por comparação com termos de permanência em um circuito restrito, enquanto os estudos cumu-
a década precedente, ela dá lugar, mais sistematicamente, a publicações: mais lativos, transversais ou globalizantes têm uma difusão mais ampla. O certo é
de um quarto dos títulos são de livros, de capítulos de livros ou de artigos. Algu- que a super-representação da literatura cinza freia a capitalização dos conheci-
mas coleções são agora dedicadas total ou parcialmente à cultura, ao museu ou mentos sobre públicos, pois é mais difícil de atualizar e reunir.
à museologia; dentre as editoras, deve-se citar L’Harmattan, puf, La Documen- Mas esse relativo excesso de publicação também depende das circunstân-
tation Française, Armand Colin e Nathan. Existe apenas uma revista do tipo cias, dos objetivos e dos usos do que é encomendado, que remetem à identidade
acadêmico inteiramente consagrada à temática (trata-se de Culture et Musées, e à posição dos autores dos trabalhos recenseados. Já se notou antes como foi
antes Publics et Musées), mas várias revistas de ciências humanas e sociais constituído o sistema de produção e configurada a rede inicial dos produtores.
lhe abrem regularmente suas colunas (deve-se citar, especialmente: Espaces, O que acontece hoje?
Médiamorphoses, Gradhiva, Réseaux, Ethnologie Française). Tratando-se de 23
As empresas de estudos constituem um primeiro grupo de agentes. Pode-se
revistas de caráter profissional, é essencialmente La Lettre de l’Ocim, mais do contar mais de trinta: de um lado, aquelas cujo status está bem estabelecido,
que Musées et Collections Publiques de France, que serve como apoio para a difu- que são generalistas ou se especializaram no campo da engenharia cultural; do
são dos estudos dedicados aos visitantes. Os trabalhos universitários visando outro, aquelas que são do tipo associativo e desempenham a função de apoio
algum título (mestrados, doutorados, capacitação para dirigir pesquisas) cons- para jovens diplomados em ciências sociais.
tituem o apoio para um terceiro tipo de produção, que ilustra a perenização de Os pesquisadores, professores pesquisadores e estudantes formam um
novos diplomas especializados. segundo grupo (às vezes, tangenciando o primeiro se se considera o caso dos
não contratados em caráter permanente, de percurso muitas vezes complexo).
No conjunto do território nacional, pode-se encontrar uns dez laboratórios de
23 A revista Espaces dedica-se à “informação estratégica a serviço do desenvolvimento do turismo e do la- pesquisa (Paris, Lille, Grenoble, Dijon, Avignon, Lyon…), bem como uns trinta
zer”. Médiamorphoses e Réseaux são revistas de ciências da informação e da comunicação. A revista Gradhi- polos universitários (faculdades, Unidade de Formação e de Pesquisa (ufr),
va, antropologia e museologia, foi relançada em 2005 pelo Museu do Quai Branly, e Ethnologie Française é
publicada pela Sociedade de Etnologia Francesa, com a colaboração do cnrs e da dmf. departamentos), que são locais de fixação de formações específicas, da qual
22 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 23
ção para os estagiários das universidades e escolas, formando, ainda, uma outra imagem e atratividade 8
Estudos de audiência 25
ponte entre diferentes categorias de agentes. Essencialmente, eles podem ser
práticas de visitação (entrevistas nacionais) 3
encontrados nos grandes estabelecimentos parisienses (o Louvre, o Centro visitação e satisfação (entrevistas in situ) 22
Georges Pompidou, a csi, o Museu Nacional, o Museu Guimet) ou regionais (o Estudos de avaliação e de recepção 40
Musée des Confluences em Lyon), mas também em estruturas de menor enver- representações, motivações e expectativas 8
avaliação e experiência da visita 32
gadura. Alguns foram criados em prol de um programa de renovação de um
Balanços e teorização 18
estabelecimento; outros, mais raros, são serviços cooperativos na escala de síntese de estudos 12
uma coletividade territorial. Em outro âmbito (ministerial ou paraministerial), pesquisa e conceitualização 6
diferentes departamentos, direções ou mesmo agências (que se pense em Odit- 100
-France) irrigam o meio dos museus com dados nacionais coletados por ocasião
de campanhas regulares de entrevistas (é emblemática a atividade do deps) ou Tratando-se do modo de recolhimento de dados,24 um número maior de
da avaliação de um determinado evento. entrevistas dá primazia ao qualitativo, mais do que ao quantitativo, mesmo
Não está na lógica das empresas de estudos divulgar seus resultados (aliás, que a combinação das duas abordagens aumente de importância. Ao mesmo
muitas vezes eles estão protegidos por uma cláusula de confidencialidade), tempo, desenvolvem-se dispositivos de investigação que servem de apoio para
enquanto, para o mundo acadêmico, pelo contrário, está implícita a legitimação a definição de um projeto museal ou patrimonial. Estes se inscrevem mais na
da atividade através de uma publicação. Quanto aos agentes institucionais, cada linha de estudos de mercado e muito menos na da avaliação prévia, que se
vez mais eles revelam uma iniciativa de difusão que ora visa essencialmente desenvolveu pouco depois de um primeiro impulso, na França, nos anos 1990.25
os profissionais (a exemplo das Atas das jornadas de estudos organizadas pela Assim, o apoio à concepção de exposições ou de suportes de mediação parti-
dmf), ora se dirige a um público mais amplo (em particular, pelo viés da Docu- culares, pelo viés de uma entrevista junto ao público em potencial, permanece
mentation Française). sendo pouco frequente, mesmo que o empreendimento não seja mais apaná-
gio só dos museus de ciência.
O foco dos estudos recentes
De fato, são os estudos e as pesquisas sobre o impacto da experiência da
Em uma primeira leitura, pode-se distinguir quatro grupos de produção: visita que constituem a categoria com mais dados. Nela, duas perspectivas
estudos preliminares e/ou de visão prospectiva (17%); estudos de audiência e se confrontam. Uma põe a tônica naquilo que o visitante obtém, levando em
de composição dos públicos (25%); estudos de avaliação e de recepção de cole- conta os objetivos que o museu se propôs (são os chamados estudos de avalia-
ções e de exposições (40%); e, por fim, balanços, sínteses e conceitualização dos ção). Outra coloca em destaque o que o visitante viveu e sentiu, isto é, qualifica
resultados (18%). Pode-se, a seguir, proceder a uma segunda leitura em função o efeito do museu segundo o horizonte de expectativa dos visitantes (são os
da vocação do estudo: ajudar a conceber ou a desenvolver um projeto museal 24 Em oposição a essas abordagens empíricas, o que se costuma chamar de avaliação de especialistas re-
esclarecendo certo número de indicadores de seu âmbito de recepção (projeção presenta menos de 2% da produção.
25 J. Eidelman e M. van Praët (orgs.), La Muséologie des sciences et ses publics. Regards croisés sur la grande
da visitação, imagem, atratividade); conhecer os públicos atuais e sua satisfação; galerie du Museum d’histoire naturelle (Paris: puf), 2000.
24 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 25
26 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 27
28 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 29
30 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 31
32 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 33
34 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 35
36 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 37
Conclusão
Gráfico 4 – Alegrias (e inconveniências) da visita ao museu
Durante um tempo, a pesquisa em ciências humanas e sociais pouco se inte-
euforia
ressou pelo fato de que o pessoal do museu se questionava sobre sua identidade
falta de civilidade
AXIOLÓGICO exclusão plenitude PERCEPÇÕES E profissional, repensava seu ofício a partir de uma atenção maior dada ao público.
Pode-se mesmo dizer que, quanto mais a análise da atividade do museu incorpo-
- EMOÇÕES
indignação serenidade +
rava as questões dos agentes do território, mais o museu passava por um objeto
tédio surpresa
CONHECIMENTO CONHECIMENTO
de pesquisa não acadêmico. Para ser reconhecido, o pesquisador em museolo-
apatia enriquecimento
EMPÍRICO
-
EMPÍRICO
+
gia não tinha outra alternativa se não manter a postura do “crítico distanciado”,
estimulação
esgotamento
com certeza nunca o seria, através da da reflexão enquanto método indispen-
sável para prestar contas da complexidade da demanda social. Ele tinha ainda
de enfrentar a rigidez dos cortes das disciplinas e, nestas, a dominação de certos
desânimo confiança
PERCEPÇÕES E paradigmas. A ideia de “mudança”, tão cara a Catherine Ballé,51 por longo tempo,
decepção hospitalidade AXIOLÓGICO
EMOÇÕES
- + se chocou então com esta representação, pintada por Pierre-Michel Menger, “de
raiva
um tempo que nada produz além da sedimentação e da reativação”.52 Museus e
civilidade
38 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 39
PARTE I
CAPITALIZAR OS
ESTUDOS DE PÚBLICO
INTRODUÇÃO 43
1 O. Donnat, Les Pratiques culturelles des Français. Enquête 1988-1989 (Paris: La Documentation Française,
deps, Ministério da Cultura e da Comunicação), 1990.
2 L. Mironer, P. Aumasson e C. Fourteau, Cent Musées à la rencontre du public (Castelbany: France Édition), 2001.
3 J. Eidelman, “Catégories de musées, de visiteurs et de visites”. In: O. Donnat e P. Tolila (orgs.), Les Publics de
la culture (Paris: Presses de Sciences Po), 2003, pp. 279-84.
46 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 47
48 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 49
Em comparação com outras saídas culturais, a visitação aos museus se O Crédoc pediu às pessoas que não visitaram um museu para explicar o por-
situa em um nível intermediário: claramente inferior à do cinema (56% dos quê. Podia-se esperar um discurso convencional do tipo: “é caro demais”, “não
entrevistados foram ao cinema durante o ano de 2004), um pouco inferior à tive tempo”, “os horários de funcionamento não eram convenientes” etc. A res-
dos espetáculos e dos concertos (38%), mas duas vezes mais alta que a do tea- posta é bem mais simples e mais “sincera”: 43% dos entrevistados, ou seja,
tro (17%). 29% da população, reconhecem que, se não foram a um museu, é porque isso
O público dos museus é recrutado nas categorias de grande capital cultural não lhes interessa de verdade! A segunda resposta mais mencionada, “não há
e econômico: os formados em cursos superiores, com rendimentos altos, e os museus por perto”, recolhe apenas 16% dos votos. Esses resultados são de espan-
executivos vão ao museu muito mais do que a média. tar, pois, em geral, esse tipo de pergunta provoca muito mais respostas que
permitem apresentar uma desculpa razoável.
40 38 Você não tem informação sobre os museus e sobre o que se encontra neles 7
33
Isso não interessa a seu cônjuge ou seus filhos 5
30
Os horários de funcionamento não são convenientes 2
20 Outras razões 17
17
NSP 1
10 0 20 40 60
Campo: pessoas que não foram a um museu há um ano (ou seja, 67% da população)
0 Fonte: Crédoc, pesquisa “Condições de vida e aspirações dos franceses”, 2005
50 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 51
52 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 53
50
Pergunta: “Você concorda ou não com as seguintes ideias?”
40
20
A visita a um museu permite compreender 63 35 2
melhor a sociedade em que se vive
54 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 55
0 20 40 60 80 100
Proporção de pessoas que iria mais vezes ao museu se...
60 56
Nos museus,
as pessoas ficam abandonadas, 52 45 3 49
sem ter realmente explicações
50
40 36
Os museus são lugares acolhedores 48 50 2
30
56 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 57
58 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 59
60 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 61
4 Conjuntura dos
Greves de trem/avião (número de dias/meses) o público das outras regiões francesas segue globalmente a mesma evolução,
Acidentes nos meios de transporte
transportes com quedas afetando os anos de 2001 e 2004; o público europeu, cujo trend de
Plano Vigipirate — antiterrorista (número de dias/meses)
Indicadores demográficos
visitação esteve ligeiramente em baixa entre 1994 e 2001, passa para uma visi-
Evolução dos rendimentos e do desemprego (França) tação vigorosa e constantemente em alta desde 2001; depois de uma visitação
5 Comportamento Evolução do número de dias trabalhados (França)
flutuante entre 1994 e 2001, a tendência também é de alta para os visitantes
dos consumidores Indicador do moral dos consumidores (França, Europa, EUA)
Acontecimentos midiáticos favorecendo a vinda dos estrangeiros não europeus. Em uma primeira análise, a forte alta de visitação
moradores do interior e dos estrangeiros por que passa o Louvre depois de 2003 é imputável à visitação dos estrangeiros.
Ampliação dos acordos que permitem a
6 entrada de estrangeiros sem visto
Contexto político
Acontecimentos limitando a vinda de estrangeiros Gráfico 1 — Número bruto mensal de entradas pagantes e dessazonalizadas
(insegurança, conflitos, boicote…) entre 1994 e 2005 segundo a origem geográfica dos visitantes4
7 Dias feriados fora dos fins de semana, pontes (número de dias/meses)
Calendário
Períodos de férias (França, Europa,…) REGIÃO DE PARIS OUTRAS REGIÕES
Sazonalidade
8 Fatores climáticos
Chuva, neve, sol BILHETERIA
BILHETERIA BILHETERIA
BILHETERIA DESSAZONALIZADA
tiu que se tomasse por base as séries corrigidas de variações sazonais (cvs),
a fim de neutralizar os efeitos da repetição da variabilidade dos indicado-
res no tempo.
O procedimento da estimativa
As crônicas dessazonalizadas
As estimativas das quatro séries de visitação do Louvre foram realizadas
A análise das crônicas dessazonalizadas traz um primeiro esclarecimento pelo viés de um procedimento clássico de mínimos quadrados. Esse método
sobre as tendências da visitação do Louvre desde 1994. Ela também confirma determina o jogo dos coeficientes, que minimiza a soma dos quadrados das
a pertinência da abordagem em quatro modelos distintos. A dessazonalidade diferenças entre os valores reais e as estimativas. Esse tipo de construção de
das crônicas põe claramente em evidência as diferenças na evolução da visi- modelos permite determinar o efeito de cada uma das variáveis explicati-
tação conforme os grandes tipos de origem dos visitantes: o público da região vas (exógenas) que são significativas estatisticamente. A variável endógena
de Paris, que aumentou muito suas visitas em 1998 quando foram reabertas 4 Bilheteria da população dos moradores da região de Paris não dessazonalizada.
O cenário “central”
O cenário central (cenário tendencial) é construído no prolongamento das
tendências observadas durante os últimos anos. Nesse cenário, a projeção dos
agregados macroeconômicos se baseia, de um lado, nas previsões institucio-
nais disponíveis (insee, ocde…) e, do outro lado, em uma progressão fixada no
ritmo de crescimento médio quando faltam as previsões oficiais.
A projeção do jogo de hipóteses leva a uma progressão moderada da ordem Bilheteria Estimativa/previsão
de 4% ao ano. Esse cenário prevê que a visitação dos anos futuros vai se situar
entre 7 e 8 milhões de visitas anuais (entradas pagantes e não pagantes) para
uma visitação pagante da ordem de 3,9 milhões em 2008.5 Esse resultado repre-
senta uma progressão da visitação pagante da ordem de 527 mil ingressos, que Gráfico 3 — Cenário baixo: projeção da visitação
se dividem em 15% de entradas da região de Paris, 19% de entradas de franceses Número mensal de entradas pagantes observadas e estimadas/projetadas nos cenários central e baixo
das outras regiões, 37% de entradas de europeus e 30% de entradas de estran-
geiros do resto do mundo.
O cenário “baixo”
Ele corresponde à avaliação do impacto na visitação do Louvre das hipóteses
menos favoráveis para cada variável exógena. Cenário pessimista, ele integra
níveis fracos de crescimento com choques capazes de frear o crescimento atual
do Louvre. A título de exemplos, o nível de crescimento dos agregados macro-
econômicos inferior a um ponto em relação às hipóteses do cenário central, o
indicador de atratividade em seu ponto mais baixo, a manutenção do plano
Vigipirate no nível de alerta “vermelho”, os quinze dias de greve no museu, as
Bilheteria
Previsão — cenário baixo
Estimativa/previsão — cenário central
condições meteorológicas desfavoráveis… Nesse cenário, a projeção leva a uma
previsão global de 3 milhões de entradas pagantes em 2008. Com base na razão
observada em 2004 entre os bilhetes vendidos e as entradas totais, a visitação
pagante poderia levar a 6 milhões de ingressos no total.6
O cenário “alto”
É a opção otimista do modelo. Para cada variável exógena, as hipóteses
mais favoráveis para a visitação do museu foram conservadas. A progressão
anual dos agregados macroeconômicos foi fixada em um nível de cresci-
5 Atualmente, o número passa de 10 milhões. (N. T.)
6 Atualmente, o número passa de 10 milhões. (N. T.) mento superior em um ponto em relação às hipóteses de referência. Entre as
Essa variante media o impacto, em 2007, de um evento crítico importante A variante contempla o aumento da alta do indicador de atratividade
e externo ao Louvre, cuja repercussão seria mundial. No contexto desse exer- relativa do museu. Para esse indicador, que avalia o número de visitas ao Lou-
cício, a variante se limita a considerar um evento isolado, sem avaliar suas vre engendrado pelas estadias turísticas na região de Paris, é o aumento do
consequências brutais no contexto geopolítico. Esse acontecimento iria pro- número de visitas ao Louvre por cem noites de estrangeiros na região de Paris
vocar um déficit na visitação de 144 mil visitantes pagantes, distribuído por que é considerado, com uma razão levada a 11,5% em 2008, contra 9% em 2004.
vários meses. Nessa hipótese, o comportamento de todos os visitantes poten- O ganho para o Louvre, limitado aos visitantes estrangeiros, pois esse efeito
ciais, sejam franceses ou estrangeiros, seria influenciado pelo evento. não é significativo quanto aos visitantes franceses, é estimado em cerca de 280
Tabela 5 — Variante: “Atentado em 2007”* mil ingressos pagantes, divididos entre 164 mil ingressos europeus e 116 mil
Hipóteses
para os estrangeiros do resto do mundo.
(milhares de ingressos por ano)
2005 2006 2007 2008
Atentado (efeito de menos da metade 0 0 1 0
do que o de 11 de setembro de 2001)
CONCLUSÃO
Variante
Projeção
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008 Cenário central
A análise empírica tradicional da visitação do Louvre, que enfatizava os
Lembrete cenário de referência 3338 3547 3708 3873
Variante 3338 3547 3564 3873 efeitos da sazonalidade na visitação dos estrangeiros, o impacto da reabertura
Diferença 0 0 -144 0 de espaços museográficos na visitação do público nacional ou, ainda, a impor-
Diferença quanto ao cenário de referência
tância do fator climático para explicar a alta ou baixa do número de visitantes,
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008
Região de Paris 0 0 -27 0 foi confirmada pelo estudo. Mas o modelo ajustou e enriqueceu consideravel-
Outras regiões 0 0 -28 0 mente essas hipóteses evidenciando especialmente a importância de critérios
Europa 0 0 -49 0
Resto do mundo 0 0 -40 0 comportamentais conforme a origem geográfica dos visitantes e, em particu-
Conjunto 0 0 -144 0 lar, os fatores explicativos fortemente correlacionados à conjuntura econômica
Em valores arredondados.
*
e às escolhas de consumo.
Em matéria de previsão, a tendência globalmente à alta é a primeira con-
Tabela 6 — Variante: “Aumento progressivo da atratividade do Louvre”*
clusão do resultado do modelo estabelecido para o Louvre. Desde 2003, um
Hipóteses
2005 2006 2007 2008
(milhares de ingressos por ano) patamar foi atingido, verdadeiro ponto de virada em uma evolução grande-
Atratividade relativa do Louvre 9,2 9,9 10,7 11,5 mente sustentada pelo dinamismo do turismo internacional. Conforme a
Projeção Cenário central origem geográfica dos visitantes, todas as categorias parecem ser atingi-
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008
Lembrete cenário de referência 3338 3547 3708 3873
das pelo crescimento, mesmo que, proporcionalmente, a parte dos visitantes
Variante
Variante 3338 2659 3895 4152 nacionais deva diminuir ligeiramente em razão da estabilidade da visitação
Diferença 50 111 187 279
francesa (Paris e outras regiões). O modelo confirmou essa tendência ao cres-
Diferença quanto ao cenário de referência
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008 cimento e sugeriu, em seu cenário central, uma visitação de mais de 7 milhões
Região de Paris 0 -36 -38 0 de visitas a partir de 2006.
Outras regiões 0 -28 -29 0
Europa 29 65 110 164
Na realidade, a visitação nesses dois últimos anos (2004 e 2005) foi mais
Resto do mundo 21 46 77 116 dinâmica do que o cenário central previa. O cenário alto reflete melhor a ten-
Conjunto 50 111 187 279
dência recente, o que deixa pensar que dois fenômenos foram reforçados: a
Em valores arredondados.
*
conjuntura muito positiva do turismo internacional e a atratividade própria do
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11 O vocabulário utilizado nas entrevistas foi analisado, e segmentos, palavras, atributos, verbos foram con-
servados, pois julgamos pertinente do ponto de vista das lembranças espontâneas ou da possibilidade de
imaginar uma exposição. Da leitura das entrevistas surgem propostas e representações. Consolidar esses
discursos depende de uma construção, que visa estabelecer e delimitar melhor as expectativas dos diversos
públicos. Esses dados textuais dão esclarecimentos para quem decide ou para quem lê sobre a missão da csi.
88 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 89
É verdade que a determinação de uma problemática clara não poderia sur- Todas essas missões da instituição cultural podem se realizar em uma única
gir apenas dessas entrevistas exploratórias. Mas a diversidade de focos de exposição? Ou será melhor uma programação simultânea de exposições incidindo
interesse e das pistas dadas pelo público consultado deixa entrever a oportu- em diferentes registros: emoção, contemplação, jogo, perguntas, fruição intelec-
nidade de uma exposição Couleur(s) que iria contribuir para uma renovação tual, imersão em um cenário ou uma experiência?
da museologia das ciências através de ações estratégicas: fazer parceria com Um olhar retrospectivo sobre algumas exposições que foram objeto de ava-
as indústrias pondo em cena técnicas, ofícios, usos; cooperar com os museus liação junto aos visitantes deixa ver que uma exposição envolve certas posturas
de belas-artes ou de arte contemporânea; ajudar os visitantes a decifrar os de visita. O modo como a temática é tratada e as escolhas museográficas entram
fenômenos ópticos, físicos e apresentar seus campos de aplicação; conceber ou não em ressonância com as preferências dos visitantes e com aquilo que eles
criações multimídia; reformar as exposições permanentes Images, Jeux de esperam de uma exposição. Pode-se, assim, extrair sete exemplos das posturas de
Lumière; repensar a relação arte-ciência… visita a uma exposição:13
Ao mesmo tempo, manifestam-se as expectativas ante a csi e se formulam, »» revisitar, de maneira surpreendente, os objetos de sua vida cotidiana;
além do projeto de uma exposição, uma série de enunciados reclassificando »» ser iniciado nas novas tecnologias;
a vocação e as missões do estabelecimento cultural. A csi deve “interpretar” 12
»» percorrer, em companhia de um autor, um tema da sociedade;
os fenômenos científicos via uma abordagem cultural, “fazer com que a temá- »» deixar-se atrair por um mediador;
tica da exposição fique interessante” e sua finalidade, acessível, com explicações »» envolver-se pessoalmente;
e práticas fazendo referência ao prazer visual e à experimentação: “expli- »» situar-se como agente de uma experiência;
car como criar”, “explicar como as cores são formadas”, “explicar as aplicações »» impregnar-se de um contexto histórico e cultural.
no mundo industrial”. As expectativas de compreender os fenômenos confun- Observa-se uma crescente diversidade nas maneiras de visitar as exposições.
dem-se com as que dependem da apresentação de experiências, de obras de Os visitantes procuram, ao mesmo tempo, ser surpreendidos e sentir-se em ter-
arte e de inovações. Os estilos propostos para o tratamento museográfico ultra- reno conhecido. Sua formação, seu itinerário pessoal e profissional os predispõem
passam o limite estrito da pedagogia: “fazer com que se tenha consciência dos favoravelmente para abordar certas temáticas. Graças às pesquisas nacionais,
preconceitos sobre o uso da cor”, “interrogar a construção mental”, “imaginar”, sabe-se que a vontade de desenvolver seus próprios conhecimentos não será a
“interpretar”, “interrogar”, “abandonar os preconceitos”, “abandonar as ideias fei- mesma de acordo com o gênero e a idade do público.14
tas”, “dominar”, “manipular”. Trata-se, então, de considerar simultaneamente as Não se trata de fazer exposições documentadas para os cientistas e lúdicas
expectativas clássicas dos visitantes de museu, saber, aprender, compreender, para as famílias, mas de encontrar as abordagens adaptadas a diferentes momen-
ver, amar, depois desviar a hesitação entre o fundamental e o contemporâneo. tos em função dos modos de acompanhamento e de favorecer todas as formas de
Assim se determina a missão do museu de ciências, redefinida pelos visitantes: mediação entre os visitantes. O estudo sobre a imagem dos museus, apresentado
“despertar a curiosidade”, “fazer comparações inéditas”, “interessar, apaixonar”, por Bernadette Goldstein e Régis Bigot nesta mesma obra, mostra que a demanda
“abrir portas”, “apresentar ou explicar conhecimentos fundamentais”, “mostrar, por uma acolhida adequada é geral em todos os locais de visita (“a gente fica aban-
manipular”, “contar, prolongar a história”. Destinada aos amantes da arte, bem donada”, “os museus não são calorosos”); ela é tanto mais forte quando os locais
como aos amantes da ciência, a exposição imaginada pelo público potencial tratam de ciências.
constrói pontes entre saberes normalmente isolados. Ela conta e ela mostra, ela
13 A. de Mengin, “Muséographie et publics”. In: O. Donnat e P. Totila (orgs.), Le(s) Public(s) de la culture. v. 2 (Paris:
põe em questão as ideias prontas e abre portas.
Presses de Sciences Po), 2003, p. 285.
12 Estes e os demais fragmentos de frases em itálico foram extraídos do vocabulário dos entrevistados. 14 Mengin e Habib, Les Visiteurs…, op. cit., pp. 76-7.
90 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 91
do âmbito da direção de público da csi, para preconizar um melhor acolhimento que a trindade saúde, dor e morte tem em todas as civilizações, sejam elas antigas ou con-
aos visitantes e para um tratamento museográfico adaptado aos públicos des- temporâneas, do outro lado. Deve-se lembrar, por exemplo, que o ritual de entabular uma
tinatários ou previstos. conversa em francês é feito através de uma referência à saúde e de um brinde à saúde
(“salut, ça va?”) [como na expressão em português “saúde” quando se faz um brinde]. A
Visitar uma exposição para fazer perguntas doença e o sofrimento que ela provoca também são temas privilegiados. Essa vivência da
e inserir-se no debate público intimidade do corpo confere interesse a todo comentário explicativo. Em contrapartida, ela
As questões de saúde e de ambiente sustentável, que são objeto de futu- também gera uma restrição, um achatamento do discurso erudito que fica como que rebai-
ros programas de exposições na csi, demandam maneiras de tratamento xado e interpretado pelo filtro da vivência e das sensações. Está-se, em sentido próprio,
relacionadas com o envolvimento dos visitantes nesses assuntos. A visita a em uma relação com o ”bom senso”, que é o primeiro obstáculo para a compreensão da
15 Ibid., pp. 73-8. 17 G. Bachelard, La Formation de l’esprit scientifique (Paris: Vrin), 1987 [1938].
16 E. e D. Jacobi, Les Publics et la thématique “Médécine, santé et société” (Paris: csi, dep), 2006. 18 Jacobi, Les Publics…, op. cit., nota 16.
92 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 93
94 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 95
16 Os associados dos museus recebem uma carteira de acesso, que geralmente lhes permite ter desconto Determinar um “alvo”
na entrada, na compra de produtos etc. (N. T.)
17 Para citar apenas alguns: F. de Singly, L’Enquête et ses méthodes: le questionnaire (Paris: Nathan), 1992; J.- Pode-se distinguir quatro tipos de “alvos”:
C. Kaufman, L’Entretien compréhensif (Paris: Nathan), 1999; A.-M. Arborio e P. Fournier, L’Enquête et ses mé-
thodes: l’observation directe (Paris: Nathan), 1999; N. Berthier, Les Techniques d’enquête en sciences sociales »» os públicos (unidos por uma ação: o fato de visitar o museu ou participar
(Paris: Armard Colin), 2006; R. Quivy e L. van Campenhoudt, Manuel de recherche en sciences sociales (Pa- daquilo que ele oferece, de serem assinantes ou associados etc.). Essa cate-
ris: Dunod), 2006.
18 P. Bourdieu, J.-C. Chamboredon e J.-C.Passeron, Le Métier de sociologue (Paris: Mouton), 1968. goria reúne o maior número de estudos. Dentre os exemplos: estudo dos
CONCLUSÃO
PARTE II
O que está em jogo com a capitalização dos saberes em matéria de estu-
dos é, portanto, de várias naturezas para construir e afirmar uma linha de
análise. Capitalização entre as quatro dimensões requeridas pelas ciências TURISMO CULTURAL:
sociais — dimensão empírica (a descrição), dimensão explicativa (o princípio
de causalidade), dimensão compreensiva (traduzir as causas em significa- CIDADES, MONUMENTOS,
dos) e dimensão normativa (contribuir para uma ética ou norma de ação) —,
que se trata de articular a fim de ultrapassar, ao mesmo tempo, a denúncia MUSEUS
das desigualdades de acesso à cultura e a acumulação de descrições minucio-
sas da diversidade dos modos de receber o público. Tal articulação é necessária
mas ambiciosa; ao mesmo tempo teórica, porque lança mão de campos cientí-
ficos diferentes, e prática, porque a distância necessária para a linha de estudo
é uma conquista permanente nas instituições naturalmente voltadas para a
ação.
36 Les Musées de France en 2003. Résultats de l’enquête 2004, nota estatística n. 17, maio 2006. Disponível
em: <www.culture.gouv.fr/deps>.
INTRODUÇÃO 117
O CONTEXTO
120 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 121
122 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 123
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128 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 129
12 A. Riegl, Le Culte moderne des monuments. Son essence et sa genèse (Paris: Seuil), 1984. 13 Ibid.
130 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 131
132 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 133
nal do Castelo de Pau é um serviço nacional ligado à dmf e à rmn para o conjunto
das atividades comerciais realizadas no local (ingressos, lojas, mecenato).
16 O “fazer” remete, aqui, à expressão espontânea dos turistas nos relatos de viagem, por exemplo, tradu-
zindo: “Em Arles, nós fizemos as arenas e o claustro”.
134 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO TURÍSTICO DO MUSEU NACIONAL DO CASTELO DE PAU 135
136 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO TURÍSTICO DO MUSEU NACIONAL DO CASTELO DE PAU 137
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140 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO TURÍSTICO DO MUSEU NACIONAL DO CASTELO DE PAU 141
1 A quantidade mais usual das versões se situa entre seis e oito, com, algumas vezes, dez traduções. De acor-
do com as sondagens, a tradução para oito línguas atinge diretamente cerca de 95% dos visitantes. O domí-
nio de línguas estrangeiras pelos visitantes garante a esse documento uma cobertura teórica quase total.
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146 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS DOCUMENTOS DE VISITA PUBLICADOS... 147
O mito, o sonho
lise dos percursos e sua fiel transcrição sob a forma de um folheto para a visita.
mentos significativos modificados ou acrescentados à versão precedente do
sob a forma de um guia metodológico a ser difundido junto aos criadores de
forma de uma coesão reforçada das equipes dos monumentos envolvidas na aná-
reno é positivo. A instituição extrai, desse esforço, uma vantagem “colateral” sob
Grande parte do programa já foi realizada. O retorno da informação no ter-
contrário; igualmente, foi proposto acrescentar informações práticas, até então
cebidas; a parte destinada a auxiliar a visita foi completamente remanejada
uma nova estrutura em três ou quatro grandes partes imediatamente per-
da basílica de Saint-Denis) permite visualizar as mudanças realizadas.3 Os ele-
Mistério, fantasmas, um pouco de poesia… Os documentos, como eram
para facilitar Ao mesmo tempo que preserva príncipes e princesas, dez dignitários do monastério que ali foi implantado.
Basílica de Saint-Denis
sua construção parcialmente a construção de Suger, o reino ali jazeram até a Revolução. Reis Em 754, Pepino, o Breve ali se faz
e aumentar sua novo edifício se beneficia das contribuições sem túmulos, os Bourbons ocuparam a sagrar rei pelo papa, com seus filhos
resistência. do gótico* em seu apogeu. A altura cripta como câmara mortuária; seus corpos Carlomano e o futuro Carlos Magno.
das abóbadas aumenta graças ao uso embalsamados foram encerrados em Com os vínculos entre a abadia e o
*Gótica dos arcobotantes. A planta totalmente caixões colocados sobre cavaletes de ferro. poder real aumentando no decorrer dos
renovada se caracteriza por um Em 1793, os revolucionários atacam o séculos, ela se impõe como uma das
transepto de amplidão excepcional, símbolo da monarquia. Os túmulos são mais poderosas do reino sob o abadado
Assim chamada de Suger (1122-1151), conselheiro de reis,
destinado a receber os túmulos reais. desmontados, alguns destruídos, como o
por seus regente da França durante a segunda
A elevação interna em três níveis oferece de Hugo Capeto. Os corpos profanados são
detratores, essa cruzada. Local de memória, sua história
várias inovações: pilares fasciculados, jogados em valas comuns. A Restauração
arte espalhou-se se confunde com a da monarquia.
trifório vazado, janelas altas e rosáceas do restitui à igreja abacial seu papel de
pela Europa do Inúmeros reis foram ali sagrados.
transepto ocupando todo o espaço superior. necrópole real. Em 1817, Luís xviii faz
século xii até o Graças à presença de relíquias dos
Apelidada de Lucerna (a lanterna) por enterrar na cripta os ossos dos reis.
Renascimento. santos mártires, a abadia assume uma
causa de sua luminosidade, a abadia é Ele faz com que sejam transferidos, do
uma das principais obras do século xiii. cemitério de la Madeleine, os corpos de tripla proteção: a do corpo e da alma do
Depois da tormenta revolucionária, os Luís xvi e de Maria Antonieta. Os túmulos rei por sua função de necrópole, a do
trabalhos de restauração começados Centro dos recuperados por Alexandre Lenoir para reinado simbolizado pela presença da
por ordem de Napoleão i prosseguem Monumentos seu museu dos monumentos franceses auriflama, estandarte real, e a da coroa
durante todo o século xix, dirigidos Nacionais são recolocados no lugar e restaurados. pela conservação em seu tesouro — um
por Viollet-le-Duc desde 1846. Basílica de Com mais de setenta estátuas jacentes e dos principais do Ocidente — de objetos
Saint-Denis túmulos, a necrópole real de Saint-Denis se da consagração, as regalias. A Guerra
1 rue de la Légion impõe como o mais importante conjunto de dos Cem Anos, as guerras de religião,
93200 Saint-Denis escultura funerária dos séculos xii ao xvi. problemas políticos contribuem para o
tel.: 01 48 09 83 54 declínio da abadia real de Saint-Denis,
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS DOCUMENTOS DE VISITA PUBLICADOS...
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Transepto sul abriga as efígies decompostas do
Catorze estátuas jacentes do século xiii rei e da rainha. Em cima, o casal em
150
subsistem das dezesseis encomendadas oração é o símbolo de sua ressurreição.
por São Luís, distribuídas pelos dois braços Na base, desenrolam-se os fatos
do transepto. (1) Elas representam os reis e marcantes da vida de Luís xii. As
as rainhas merovíngios, carolíngios e capetos virtudes cardinais simbolizam as
enterrados anteriormente no edifício. Todos qualidades atribuídas aos soberanos.
apresentam o rosto idealizado, os olhos Colocado anteriormente na rotunda
Abadia abertos, coroados e segurando o cetro. dos Valois, demolido no começo do
siga o guia
xvi, Maria Antonieta e Luís xviii, bem de Luís xvi e de Maria Antonieta
antiga, ornado de estátuas dos apóstolos, (18), encomendadas por Luís xviii.
1 * Na época, às vezes o corpo, o coração e as
entranhas eram enterrados separadamente. (N. T.)
História Visitar Criação no século XX Vocabulário/Informações História Visitar Criação no século XX Vocabulário/Informações História Visitar Criação no século XX Vocabulário/Informações
152
Introdução à visita 8 A capela de uma só nave construída
A CORTE DOS SENHORES FEUDAIS por volta de 1410 por Iolanda de
1 A pequena fortificação, pitoresca por Aragão, esposa de Luís ii de Anjou, é
suas pequenas torres de vigia nos cantos, é notável por suas amplas proporções
o pórtico de entrada da moradia senhorial. e sua abóboda angevina.
2 A sala das maquetes, no térreo do
O PÚBLICO JOVEM
DE MUSEU… OU NÃO:
TORNAR-SE VISITANTE
153
16/09/2014 11:48:57
INTRODUÇÃO
Sylvie Octobre
1 N. Heinich, L’Art contemporain, exposé aux rejets. Étude de cas (Nîmes: Jacqueline Chambon), 1998.
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158 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM INTRODUÇÃO 159
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162 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 163
164 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 165
que os casais de genitores são mais raros (25%), e, dentre os genitores sozinhos,
os pais são tão numerosos quanto as mães, e os filhos são mais numerosos. 15
166 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 167
O motivo de compartilhar parece mesmo ser primordial quando essa A visita em família participa, assim, da ressocialização e do reajustamento
mulher explica que não teria vindo ao museu sem seus filhos, pois “vir sem eles da memória familiar.24 De maneira complementar, a visita oferece um ter-
é menos interessante”. Trata-se, para as famílias, por meio da visita à exposição, reno para o conhecimento do outro. Impulsionada em um ambiente inédito, a
de conversar em torno dessa experiência: “Estar bem em família é poder fazer criança não se comporta como no espaço doméstico. Na visita familiar, a expo-
comentários”, e é nessa ótica que se inclui a vinda ao museu.
23
sição surge como um dispositivo de exploração que dá a oportunidade ao pai
Esse compartilhar, essa sociabilidade familiar procurada no museu, arti- de aprofundar a descoberta de seu filho, de seus centros de interesse. Os bene-
culam várias opções e benefícios. Além do momento passado no museu, a fícios dessa observação mútua se incluem, então, na relação familiar, indo além
experiência de visita participa da coesão familiar: pelo diálogo que origina na do tempo e do espaço da visita. É o que afirma esta mãe que veio com o filho
volta para casa, ela cria uma ligação dentro do grupo, reativando sua coesão. visitar a Galeria de Paleontologia:
Pai — É bom poder conversar depois, dizer: “Ah! Veja só! A gente estava lá juntos”. Mãe — Através de um objeto ou de um campo que não faz parte da relação afe-
Pesquisador — É compartilhar… tiva própria, que está fora de nossa relação, isso permite, justamente, no limite, que a
Pai — É compartilhar, sim, isso cria uma experiência e reforça as nossas ligações, as gente se conheça melhor pelas trocas de ideias, de emoções, de saber o que cada um
ligações familiares, de fazer coisas em conjunto. gosta, e depois, também, compartilhar os conhecimentos. (Mulher, 35 anos, sem pro-
(Homem, 34 anos, executivo, com curso de especialização, veio com a filha de seis fissão, com mestrado, veio com o filho de oito anos)
anos)
23 F. de Singly, “La Famille individualiste face aux pratiques culturelles”. In: O. Donnat e P. Tolila (orgs.), Le(s) 24 J.-P. Cordier e S. Serre, “Interactions familiales au musée: approches sociologiques et psycho-cognitives”.
public(s) de la culture (Paris: Presses de Sciences Po), 2003, pp. 43-59. In: J. Eidelman e M. van Praët (orgs.), La Muséologie des sciences…, op. cit., pp. 259-79.
168 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 169
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OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA
VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE
MODERNA E CONTEMPORÂNEA: UMA
PESQUISA COM ESTUDANTES
Hana Gottesdiener
Jean-Christophe Vilatte
1 H. Gottesdiener e J.-C. Vilatte, L’Accès des jeunes adultes à l’art contemporain. Approches sociologique et
psychologique du goût des étudiants pour l’art et de leur fréquentation des musées (Paris: Ministério da Cul-
tura e da Comunicação, ddai, deps), 2006. Disponível em: <http://culture.gouv.fr/dep/telechrg/tdd/jeunesa-
dultes/somm_jeunesadultes.htm>.
2 N. Heinich, Le Triple Jeu de l’art contemporain. Sociologie des arts plastiques (Paris: Minuit), 1998; L’Art con-
15 Alberti, “Sensuel palimpseste”, Évaluation d’une exposition multisensorielle…, op. cit., p. 5. temporain exposé aux rejets. Études de cas (Nîmes: Jacqueline Chambon), 1998.
190 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA 191
192 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA 193