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No Restaurante
SB: Que comida boa! O tempero está muito suave.
DS: Concordo com você. Não deve ser fácil elaborar um cardápio tão variado e tão saboroso.
MC: Seu amigo Been deve ter uma boa estrutura e bom planejamento para que tudo dê certo.
DS: Este planejamento pode ser comparado com o planejamento de um projeto?
PR: Maria, você poderia nos explicar melhor?
MC: É claro. Vamos assentar, que durante o almoço eu explico.
Plano de gerenciamento de projetos
MC: Eu acredito que tudo que fazemos, seja no trabalho, seja na nossa vida pessoal, depende de um bom
planejamento. No caso do gerenciamento de projetos, temos algumas etapas e procedimentos que são específicas.
PR: E quais seriam essas fases?
MC: Lembrase da nossa conversa quando estávamos vindo para cá?
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PR: Sobre as fases do ciclo de vida?
DS: Não só sobre o ciclo de vida, mas também dos processos que compõem cada fase.
MC: Isso mesmo. Todo projeto tem um ciclo de vida com suas respectivas fases e processos. Dessa forma temos o
que chamamos “Plano do Projeto”.
PR: Lá vem você novamente com mais informação.
DS: Calma, Rocha. Deixa a Maria explicar.
MC: Risos. Como estava dizendo, um dos maiores benefícios de uma metodologia de gerenciamento de projetos é
ter definido o conjunto de normas e métodos, técnicas, modelos e ferramentas para desenvolvimento de projetos.
Assim, o Plano do Projeto faz parte desse conjunto.
DS: Mas como é composto o Plano do Projeto?
MC: Ele é um documento composto basicamente por vários planos auxiliares e específicos de áreas de
conhecimento, que são:
o Plano Organizacional;
o Orçamento de Custo;
o Plano da Qualidade;
o Plano de Comunicação;
o Planejamento de Suprimentos;
Plano de Resposta aos Riscos;
e o Cronograma de Execução.
O plano inclui as ações para definir, coordenar e integrar todos os planos auxiliares de trabalho definidos para o
projeto.
DS: Podemos dizer que o plano define como o projeto é elaborado, monitorado, controlado e encerrado?
MC: Sim. Podemos.
PR: Maria, você poderia nos explicar o que significa cada um deles?
MC: Posso tentar.
SB: Não seja modesta, Maria. Você tem nos ajudado muito com seu conhecimento. Estou começando até a me
interessar pelo assunto.
DS: Começando Been!? Acredito que esse processo “é um caminho sem volta”.
SB: Caminho sem volta!? Que papo mais fúnebre é esse, Delma?
DS: Você não leva jeito mesmo. Só estou querendo dizer que esse processo é muito importante para nós e que, ao
trabalharmos com uma metodologia de Gerenciamento de Projetos, não temos como voltar para os nossos
controles separados.
SB: Ah bom. Assim está melhor.
PR: Been, deixa a Maria explicar.
MC: Vou tentar explicar o plano de projeto deste restaurante, aliás, o que imagino que foi. O que vocês acham?
TODOS: Boa idéia.
MC: Been, qual o nome do dono deste restaurante?
SB: Luiz Otávio.
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MC: Muito bem, vamos lá. Como eu disse no início do nosso almoço, o primeiro passo é “idealizar” o projeto,
estruturando as idéias e analisando sua viabilidade. O Luiz Otávio idealizou o restaurante, montou o projeto
analisando as oportunidades e ameaças, bem como sua viabilidade.
SB: Pelo jeito, o projeto do restaurante foi considerado viável, caso contrário não estaríamos aqui.
MC: Isso mesmo.
PR: Próximo passo.
1º – Plano Organizacional
MC: O próximo passo é a Elaboração do Plano Organizacional.
DS: Com esse nome, mais parece um plano para montar uma empresa!
MC: É mais ou menos isto. Na realidade, o “Plano Organizacional” define a estrutura de organização, gestão e a
equipe executora do projeto. No caso da montagem do restaurante, o Luiz Otávio teve que contar com uma equipe
de engenheiro, arquiteto, marceneiro, eletricista, mestre de obra, dentre outros.
DS: A julgar pelo ambiente, ele também contou com uma decoradora no seu Plano Organizacional.
PR: É só isso o Plano Organizacional? Você relaciona as pessoas das quais você precisa para executar seu
projeto?
MC: Quando iniciamos o projeto, já apresentamos, no nosso Termo de Abertura, quais profissionais de que
necessitamos; e, quando elaboramos o Plano, já colocamos os nomes das pessoas ou empresas que irão executar
o projeto bem como a relação de hierarquia entre elas.
DS: Mas é só isso?
MC: No caso do restaurante sim, pois é uma empresa nova. Podemos dizer que é o primeiro projeto dessa
empresa.
1.1 – Equipe de Projeto
SB: Mas, no caso da empresa, fazemos da mesma forma?
MC: No caso da nossa empresa, temos mais alguns detalhes.
SB: Fico só com o restaurante, falou!?
DS: Não vou complicar. Segundo o Guia PMBOK®, planejar recursos humanos significa determinar funções,
responsabilidades e relações hierárquicas do projeto, tanto em relação às pessoas quanto aos grupos internos ou
externos à organização executora do projeto. Significa, ainda, incluir informações de como e quando os membros
da equipe do projeto serão contratados ou mobilizados, critérios para sua liberação do projeto, identificação das
necessidades de treinamento e identificação das necessidades de mudança na Organização relativas à implantação
do projeto.
PR: Não é tão simples assim. Você pode explicar melhor?
MC: Vamos voltar à metodologia. Tudo o que eu acabei de falar já está definido na metodologia adotada pela
empresa. E, relembrando, todo projeto deve ser elaborado tendo como objetivo a coerência com os objetivos
estratégicos da empresa.
DS: Maria, voltando à apresentação do Sr. PMI, um projeto é quase sempre multifuncional. Isso significa que, ao
elaborarmos um Plano Organizacional, teremos pessoas de várias áreas e até equipe externa, caso não tenhamos
profissional dentro da empresa?
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1.2 – Capacitação
MC: Isso mesmo, Delma. E, em alguns casos, para execução do projeto, “profissionais da casa” precisam de
treinamentos mais específicos para a execução de algumas tarefas.
PR: Mas, se precisam de treinamento, não é mais fácil contratar um profissional que já sabe?
MC: Nem sempre. Pense no seu caso. Você é um expert na área financeira, mas tem pouco conhecimento no
mercado de capitais. É melhor para a empresa treinálo e ter o conhecimento na casa, do que fazer uma
contratação temporária.
PR: Não pensei por esse lado.
MC: Assim, quando a empresa identifica as necessidades de capacitação da equipe, ela elabora um plano de
treinamento.
SB: E essa idéia de mudança, o que significa isso?
1.3 – Gestão da Mudança
MC: Muitos projetos impactam diretamente no processo de uma empresa. Por exemplo, a implantação de um
software de gestão, tipo ERP.
SB: Muitas pessoas perdem o emprego.
DS: Claro que não.
PR: Maria, agora ficou mais clara sua explicação anterior.
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PR: Quando implantamos o ERP na empresa, fui convidado a participar da equipe de implantação por causa dos
meus conhecimentos em finanças, mesmo não trabalhando diretamente no financeiro ou na contabilidade.
SB: Eu me lembro disso. O software de ERP foi um projeto?
MC: Foi. E um projeto muito bem planejado. Você lembrou bem, Rocha. A equipe montada para o projeto ERP
tinha o conhecimento de que a empresa precisava, mas não dominava o software. Nesse caso, houve o
treinamento específico. Além disso, foi estruturado um plano de mudanças.
DS: Esse plano constava de toda a parte de informação sobre o andamento do projeto e os impactos que ele tinha
em cada área. Foram apresentados todos os benefícios e a readequação de todo o quadro de pessoal. Foram
observados os tempos de transição e conclusão de cada etapa, sem prejudicar o andamento dos trabalhos e sem
“rádio peão” entre os corredores.
PR: Este foi um projeto de sucesso. Olha que eu não considerava que já tinha participado de um projeto e que fui
útil.
DS: Viu como as peças se encaixam quando temos os conceitos certos?
MC: Isto mesmo. Se você quiser aprofundar seus conhecimentos, sugiro, ainda, a leitura do texto Gestão das
Transições.
Vou desenhar para vocês um modelo de Plano Organizacional.
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2º – Planejamento de Escopo
SB: Muito bom. Fizemos o Plano Organizacional. Qual o próximo passo?
MC: Detalhar o Escopo Preliminar, ou melhor dizendo, definir como o trabalho precisa ser desenvolvido para
garantir a entrega de um determinado produto dentro de todas as suas especificações e funções.
SB: Mas já não fizemos isso antes?
MC: No processo de iniciação, apresentamos um escopo preliminar. Esse escopo serve de base para futuras
decisões do projeto, incluindo os critérios que avaliarão se o projeto, ou fase dele, foi contemplado com sucesso.
DS: Podemos dizer, então, que agora, com o planejamento do escopo, determinaremos os limites do trabalho no
projeto?
MC: Isto mesmo. A esses limites, chamamos de entrega. As entregas são definidas no início do projeto e
aceitas/aprovadas no final do projeto. Tornamse marcos quando possuem uma característica de decisão
importante.
PR: Não entendi bem. Explique melhor.
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MC: O objetivo fundamental deste planejamento deve ser o de prover uma orientação consistente e realista a
respeito do que deve ser gerado pelo projeto e de como isso deve ser executado e controlado. Segundo o Guia
PMBOK® os principais componentes deste planejamento são:
1 Roteiro de preparação de uma declaração detalhada do escopo de projeto, bem como o tratamento de suas
mudanças;
2 Procedimentos para a construção da estrutura analítica de projeto (EAP) com as respectivas regras para sua
aprovação e manutenção ao longo do empreendimento;
3 Regras sobre a aceitação formal dos entregáveis, em um formuláriopadrão, por exemplo.
PR: O que é estrutura analítica? Para que serve?
SB: Temos formuláriopadrão?
MC: Calma. Vou responder uma questão de cada vez. Formuláriopadrão é o que chamamos de termo de abertura.
Ele consta da nossa metodologia. Cada empresa adota um nome. Pode ser Project Charter ou Análise Crítica da
Demanda. Lembramse do que eu disse sobre termo de abertura? (O desenvolvimento do termo de abertura do
projeto trata da documentação das necessidades de negócios, da justificativa do projeto, do entendimento atual das
necessidades do cliente e do novo produto, serviço ou resultado que deve satisfazer esses requisitos – tratar como
pensamento dos participantes). Então, tratase de um documento essencial para o projeto e para o planejamento
do escopo, em particular nos estágios iniciais do empreendimento, pois consolida informaçõeschave para suporte à
decisão sob níveis mais elevados de incerteza que caracterizam o início dos projetos.
DS: Como a Maria já disse, ele é a formalização do projeto.
MC: Isto mesmo. Continuando. Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é a expressão em português para WBS (Work
Breakdown Structure). Segundo o Guia PMBOK®, ela representa uma “decomposição hierárquica orientada à
entrega do trabalho a ser executada pela equipe do projeto para atingir os objetivos do projeto e criar as entregas
necessárias”.
SB: E daí?
MC: EAP pode ser definido como:
“um agrupamento de elementos do projeto, orientados a produtos, que organiza e define o escopo total do
trabalho”;
1 uma representação gráfica da hierarquia do projeto;
2 identificação de todo o trabalho a ser executado: trabalho que não está no WBS não faz parte do Escopo do
Projeto;
3 a base a partir da qual o projeto é construído;
4 reflexão das pessoas sobre todos os aspectos do projeto.
Além disso, uma EAP construída pode ser reutilizada em outros projetos.
DS: Isto é muito bom. Só não podemos esquecer que todos os processos precisam ser documentados e
registrados. Só assim poderemos aprender com os acertos e com os erros também.
PR: Quais os benefícios desta EAP?
MC: São vários. Vou citar quais são:
1 Ajuda a prevenir que o trabalho se perca nos detalhes;
2 Dá à equipe do projeto uma compreensão de como cada uma das partes se encaixa no todo do projeto e o
impacto do trabalho de cada um no todo do projeto;
3 Facilita as comunicações e cooperação entre os membros da equipe e demais stakeholders;
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4 Ajuda a prevenir mudanças;
5 Focaliza a experiência da equipe naquilo que precisa ser feito, implicando um projeto de maior qualidade;
6 Promove uma base para dimensionamento da equipe, orçamento de custo e prazos;
7 Permite provar as necessidades de pessoal, custo e prazos;
8 Ajuda no comprometimento e desenvolvimento da equipe;
9 Ajuda a equipe focar seu pensamento no projeto;
10 Ajuda os membros da equipe perceber seus papéis.
SB: Tudo isto!?
MC: E melhor, Been, ele é visual. Parece um organograma.
SB: Agora você falou minha língua.
MC: Como parece com um organograma, a EAP possui níveis. Assim temos:
1 Primeiro nível: o projeto;
2 Segundo / terceiro níveis: estratégia de execução;
3 Último nível: tarefas do trabalho
– Atividades para elaboração de produtos do projeto (“entregas”);
– Possui um responsável pela execução;
– Pode possuir limitações de prazo e custo;
– A partir do último nível são criadas as tarefas do cronograma.
Após definida EAP, é importante que todos os pacotes de trabalho sejam estratificados em suas atividades, ou
tarefas, que podem ser chamados também de nível de esforço.
MODELO DE UMA EAP
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