Você está na página 1de 22
Oi ale iss 0 now €é evidentemente » moderno, © quando este declina xo esbarrar nos scus limites imanentes, o primeira se degrada, o seu efeito de choque se amortece, © a novidade torna-se moda, cuja obsolescéncia é industrial mente programada, Na origem dessa reviravolta portanto, a perda de ten sio das obras, configurando 0 que j4 foi denominado de conformismo modernista, Desse envelhecimento precoce do novo (0 que se ha de ulera- Passar © tormar absoleto pela novidade do préximo estilo) dio noticia observacdes como as seguintes de Enzensberger, acerca da vocagio aut devora sempre com velocidade gica da historicidade moderna: “a histé crescente as obras que ela amadurece; ou ainda: “o triunfo do capitalismno acabou por cowerter a historicidade da arte em um fenémeno econdmi- * Prova escia apresentada no Concave de Livreddacench no Departamento de Filosofia As FFLCTE-USP em 5 de nememibro de 1992. Mantive a forma itersia um tant lve ge Sete inspracio do moment, me qui obedece também csipia de raiorinio de do de una stem uma professor que darante ance aberdou tas questes, Fn se a {agi dos problems relax. processa de egotamento de prajto moderne, impor: ‘ante em tla a minka reese sobre ws destinos da arquiteura deste s8euko ais ete Fida neste texto — athe que posdeia ser ss hon intracigie aos demi capitis, 0 Emvetiecimento do Nowe 22 co tangivel, introduzindo-a no mercado". Quer dizer: a valorizagao moder aista do transit6rio, do efémero, do fugaz, do dinamismo enquanto fim en si mesmo, acabou transformando o futuro, do qual emergia © novo, mum valor cotado em bolsa, num bem de consuano descartivel ete. Por isso as vyanguardas néo podem sobreviver as condicdes histOricas que as tornaram possiveis — jf ndo se pode mais conspirar em nome das artes Mas 0 choque do no ni foi neutralizado porgite 08 tempos muda ram, e sim porque cumprin o eu ciclo, E como se deve compreender 0 juizo de Adorno acerca das barreirasinternas que preciptaram o envelle cimento da Misica Nova: por estritafdelidade ao prinespio de racionaliza co progressiva— bu sea, 0 decliio do moderno deveu-se 4 tendéncia para uma racionalizagio absoluta, aquela que define @ légica mesma da Aufilévung social. Compreende-se entao que aarte tenha perdido sua forga de contradigao, Esse o passo dt forma artistica autonoma ao formalismo, principal sintoma do enrijecimento da arte nova. ‘orrido pela arte moderna, em de, até a sua dissoln ‘Tentemos reconstituir © trajeto pe busea do novo era a garantia de sua autent q a0 final na pura novidatie pay-maderna, A principal caracteristica da arte na idade moderna é sem duvida a antonomia. A ordles burguesitndo s6 liberon a arte de suas wtelas tradicion nais (da Igrefa & Corte), como instaloua num mundo a parte, muito além do dos da dimensio estética, passou para 6 primeiro plano o livre desenvolvimen- io material da reprodugio da vida. Gracas a essa 1 to da obra segundo. sua legalidade interna. De acordo com a tearia da modernizagio social de Max Weber, ciéneia, moral ¢ arte, cada uma dota da de uma 6 pendentes em que se decompds a razao objetiva da sociedade pré-capita- lista, Esse desmembramento seria garantia de progresso © penhor da modernidade em mareha, A arte auténoma deve portanto sua emancipagao & racionalizagio capitalista da dimensio cultural. Pois este mesmo processo se encarregar‘i de newalizar a autonomia que gerou & medida em que for consolidando {i¢ao positiva. Cumprindo seu destino moderno, a principio de dissolucio. sspecifica de validacio, constituiriam os momentos inde- arte como uma it arte veri sua autonomia converterse Urkanisme em Fim de Linkr Desde 0 inicio deste percurso de dupla face; uma tal conversio vem alime tando as promessas da dialétiea, Hegel fot o primeira a solar o fend meno quando percebeu quic a arte enquanto valor de caltoxchiegara a fi no momento mesmo em que a reeém-conquistada autonomia anunciava suut disohicio jem curso, E que a ricyizara integralmente os contelidos nas formas artisticas", consagrando wgica iluminista da autonomia stncia técnica, ela mesma expressio da! ‘em conseqiiéncia o primade preponderincia do novo sujeito estético) Este 0 caminho que na arte romintica mais avaneada estava convertendo os meios de sepresentacio em tema objetivo da obra de arte: Constatada 2 reviravolta, Hegel acredi- tava que # arte passaria a girar em falso. Paltou dialética na compres desse novo passo na historia da arte, Hegel nao viu que essa subjetivagio que rebaixava 08 contetidos estava, a0 mesmo tempo, liberando as forgas essando no dominio da racio- produstivas di arte, Mas & verdade que, in naliclade moderma, s arte aidnoma (como foi dito acimma) pagar’ wibuto a0 mundo diante do qual se afirmara womnande distancia maxima: & medi. a cm quie cumpre essa lei formal vai incorporando modelos extra-artisti- cos de racionalizacao, O novo na arte cede Iugar as inovagdes da produgaoy material, da qual deveria ser 0 outro. 1 7 ao O diagnostico hegeliano acerca da disvolucao da arte, em virtude de tals Injungoes externas que acabavamn por absoltizar os meios, antecipava ne outro extremg o choque vanguardita com ainsiulgia arte, Nesse 1 se impuls proprio da eulto profane dele raged até fuchsin da forma. Aresce que one hi dere agi, consqient spa i flag dau herrea yo munde da vida, Arte annoma é arte separa ch, enfant pide con diva ojovem Hegel. Dai o programa vanguard de superac da arc forgand 1 aeruir ddan ee Giagio também hi vei co represado pela compartimentagio moderna, reatande @ comunicagio com o mando empobrecido pela racionatizacio instrumental, De fato, no poderiam ser mais ambivalentes as relacoes da arte au oma com a mod )0 a promovia e inviabiliza- va, tornando proibitiva sua sobrevida mais exigence. Adorno, que sustenta- nidade que 20 mesmo teu va que o cumprimento mais esitito da lel wecnoldgica interna nia obra de ance era garantia do scu distancianente critica, tinha plena consciéncia do (0 Einvethecimenta do Nowo z 28 preco que esta pagava. Costumava citar como contracxemplo dessa ten: Géncia um caso favorivel de modernidade hermética ¢ formalista (quer dizer, inacessivel As massas distraidas pela arte tecnol6gica) © que a0 mesmo tempo. no poderia ser mais materialista: © programa poético de Mallarmé ao lidar apenas com palavras, rebaixando a poesia inspirada. Ao jedade de uma litiea que desde mesmo tempo reconhecia a pr Baudelaire se manteve em equilfbrio instivel n do 0 qual, pelo esforgo extremo em construir uma maquinaria poética que a preservasse do mundo desencantado, teria acabado por perder 0 conta pi ponta do paradoxo segun- to coma lingua viva, onde reside a objetividade do espirito com a qual ‘Yoltemos um momento a Baudelaire, o primeiro a (lar noticia das con. iradigdes da modernidade nascente, no horizonte da qual a visio wt6piea combinava-se 2 irreconciliabilidade com © mundo presente, a crenca no progresso & mutilacdo da experiéneia etc. Assim, Baudelaire celebrava 0 ovo, mas censurava em Flaubert a ambigua estetiza¢io da vulgaridade Ddurguesa ~ justamente o destlobramento dx aparigio do prosaico na arte jue se referia Hegel quando queria significar 2 emane dos proce- Imentos artisticos. O poeta da modernidade aderia a vida urbana na metrépole, porém procurava em Paris os filtimos vestigios dos "velhos bons rava 0 “mal do século” ¢ se refi tempos" da “vie antérieure™, Tambien culti giava na provocagiio do spleen; retratava as ruas de Paris embora se exilasse no Pays de Cocagne; odiava a natureza, mas tampouco se sentia a vontade no corigio eadtico das cidades burguesas. Ao mesmo tempo em qu Baudelaire clogiava 0 belo “sobrenatura se deixa adivinhar através das marcas temporais de da obra, Quanto aos modelos do artista, tanto podiam ser o indi que ethos aristocratico quanto o rapeira que recolhia * diia que a beleza atemporal sO ivi. prolongava eesti © seu botim cm meia aos dejetos da cidade, on o Mlanador acotovetando a rmukidio. A nuademitera o conjunto dessas ambivalencias ro J contradigdes da modernidade se reprodvzam na pole was vanguaedas.F que nio se pode reduri x ende-se 4) Ihe descompartimentacio van ea qu ista & pura ¢ simples anutacio do dmbite, e com ele, A nentralizacZo da distancia eritiea, Fosse clas elestrn= tivas € nilistas, ou construtivas, pretendiam romper ao mesma tempo com Urteanioma em Fim de Linke stiaigao arte © com @ curso mederno de mundo, proximidade de uma outa vida a que @ generalizagio do ponto de vista “antagénico da arte daria acesso, Unia dessublimagao liberadora, enfira, | que no entanto comeriewse no fio. Pois € da légica contradit la mesma ria dessa modernidade que a real suscita culmine no seu oposte. “Morte d arte por amor ao progreso”, disse uma ver Van Doesburg. A arte de vanguarda imaginava desalojar o presen- te em nome do futuro. A descompartimentagao se dava com 0 olho posto numa desinstitucionalizacdo cipitalista. Nada vingou, como se sabe: ralizandosse, as vanguardas foram anuladas pela institucionalizacio que se nstituigao arte nao cancela irmativo da seguiu, © malogro do atague vanguardista & catretanto a importineia que teve na discussio do carite arte. Alids, a critica de esquerda as vanguardas ~ clas teriam posto a perder © lado cxitico camunicativo da arte antonoma moderna ~ faz menos justi 0 a0 fato do que a inépcia do pensamento neoconservador diante do mesmo fendmeno: este tiltimo pelo menos se den conta do que havia de corrosive na generalizagao da “nova sensibilidade” estético-vanguardista, possivelmente mais intenso do que nos tempos de linha de frente progra- iatica, Ocorre que um tal conto também acabou sendo aplainado na forma de uma administragio sof, em que a contracultura se incorpora a tum esforco de diferenciagio solicitado pela nova ordem politico-econdmi- ca. O nove Finalmente se converte em novielade, quer dizer, mada. ) Poderiam as coisas tor se passado dle outro modo? © modernismo adical extraviou-se por simples perealco de tajeto? Ou quem sabe por u quivoco categorial’, como pretende Habermas 20 tentar salvar 0 projeto modern (tutelado pelo espirito das vanguardas) da Arquitetura Nova da derrocada geral, embora reconhecendo que dan da modernidade se exautiu e que a forga antagonica das vanguardas se esgotou? Nao se trata por certo de um equivoco mas de um desdobramento condurido por uma expécie de logica histérica imanente, A Arquitetura Moderma & um caso ‘exemplar, Sento vejamos: desde o inicio ela foi pensada como a prineipal alia ta solucio dos grandes antagonismos da sociedade capitalist, «que seria capac de recirganizar através de uma reordenagio do espago ~ 0 que, segundo Le Corbusier, haveria de prevenir contra a revolucio. Masa racio- tal espaco (abstrato) estava diretamente vinculada & racio- nalizacao de u 0 Enwethecimenso do Novo nalizagio capitalisa da producio, & serializacio, & moradia minima, a0 zoneamento urbano ete, Como se pode ver, a aposta no peider emnancipa A6rio da modernizagao capitalsta, quer dizer, no cardter liberador ineren- te A evolucio das forgas produtivas, & marca congénita da cullra moder nista © seus desdobramentos iluministas © utépicos que, na busea do seu pre novo, fazia tabula rasa do passado. E todavia, como sabido, dew no a dea. Levandlo a limite a consagracie do novo, mia tal arquitetura aeaba- 4 por dissolver as ambigiidartes que preservavam, apesar de to, a forea antaygonica da arte modes ~ por isto ji foi chamada de clinara de de ‘ago das vanguardas (Tauri), ou sea, de Hiquidacdo de suas comteadicdes produtivas Nia cabe portanto aalegacio de desvio, categorial ou nao, De fato, 0 «que ocortet com essa florescencia moclernista avancada foi ter estado ser Pre centracla nos contesidos utépicos de uma sociedade do trabalho, cujo onto de referéncia na reatidade se perdew, como advertem os eérieos do now paradigms antiprodutivsta, Habermas a frente, Toma-se portanto allamente problemtica sua tentative de salar da débdcle o Moxitnento Moderne (concebide apenas no espirito construtivo das vanguatdas), sos mais diretos com o padrio produtivisin onde justamente os compro (producio em série, p. ex.), com a utopia do trabalho (a civilizagio maqui- hnista curedacla nas aporias do progresso tecnico), com a ideologia do phino ‘ordem abstrata, construida idealmente, reproduzindo 0 mesmo i relagdes sociais de produ inflexzio mais visivel: isto &, a passagem para esta outra fase da cultura do capital, a procesa de abstracio que se realiza atra 2). fazem com que o momento de 80 no sistema capitali que se costuma chamar de pésmoderna © capitalismo mundial mudou muito nas dltimas duas décadas, E natural que a sua logica cultural também, Foise entio o tempo—o da *uto- pia enica do trabalho” em que, sobre um presente técnico ainda inde- terminado. pairavam as muvens carregadas da revolucao social, farendo com que insurreicio estética e tomada do poder parecessem ter encontro mareado na crise dla waciedacle bn ma de vanguarda do alto: modernismo segundo Perry Anderson. Ho horizonte historico se encolhea, as energias utépicas parecem esgotadas. A gitesa que se aproximava: esse o progra- O Fcethecimento da Nevo 34 HM palwra de ordem de Rimbauck: *E preciso ser absolulamente moderne foi substituida por um sucedinco narcisista, espécie de conformismna mini malista:“E preciso ser si mesmo”, Kiso numa era de debilitagio radical do sujeito outrora consistemte dos tempos do capitalism liberal ¢ do roman- ce realsta, Deuse entio a conexio inesperada: a destaizagdo da are, pro- jevada pelas vanguardas, ma esteira ct qual hinsesa a reapropringio da exiéncia alienada, culminou numa estetizardo da vida. Que, para David Harvey, derivaria do novo padrio flexivet de acumnulagdo. A extética relat instabiliide vamente estivel do modernismo fordista teria cedido a ve © qualidades fugidiay de uma estétiea posimoderna que celebra a difer ‘© espeticulo, a moda ete, ‘hismo portanto, porém sob forma soft. \ re 0 do fet ficacio das relagdes sociais toma agora forma de uma irrealizacio do mundo convertide em imagens, da publicidade as artes eletronicas, pas sando pela arquitetura simulada, cenavistica etc, Onde havia dissonancia € subversio provocada pelo nov, ha agora “a inconstineia dos vake-vem, © objetivo ostentatérto do nunca visto, O desenvolvimento das vanguardas coincidin cada vee mais com a preponderincia da forma moda” (Lipo- veisky). Em suma, uma era de obsolescéneia programada ¢ aceleracla, “a cesfera artistica tornouse 0 teatro de uma revollgio frivola que ja nfo inco- moda ninguém: muita énfase tcOrica, poucas ruptras efetivas” (dem). A nova reificagao portanto (que deixou as vanguardas hist6ricas fora de com- ate) & responsivel por um enfraquecimento da realidade, substituida pelo pluralismo das interpretacdes ¢ a conseqiiente multiplicagio dos est Gianni Vattimo) los, substituida, enfim, pela imaginacio estética (et: ima das marcas mais salientes da nova era estetizanite, i Considere-se fiivolidade ~ bem como hedonismo do indisidue pareisista que a arom. pana, Frivolidade serd dita em virias acepcdes, por ex: apagamento do sentido (sistema de finalidadles), eliminagio da profindidade num mundo jcie da aparéncia estética ete. de imagens chapadas, consagracio da sy A respeito dessa consteligao mareada pela mobilidade, duas atinides (a titulo de sintoma exemplificador): uma neoconservadora, outrt cinica- mente apologética. A estética frivola do hedonismo (que éa da sensibilida de pésmoderma, flexivel...) mio diserepa de modo algum do atwal pactrae de acumulagio capitalista, como acabamos de ver, Nao € que pens 6 Urbunisona em Pir le Links conser cultura domins ginaria guardis capital tinucion aqui o no cap ta estet liacao + das visi enoe mente tico de induste trado € visada dade, ¢ reg ao do ralizads dade p: progra: sublims a apole direitos Re do eff eterno”, adical do arte, pro- jagio da ra David ica relatie abilidade \diferen- it. Aree vagio do. xem, 0 guardas 2° (Lipo- erada, “a (dem). tele com dos esti- 10). liane, a eno do, nraundo erica eve iuucles (a nsibilicla- al padrio. pens 0 conservaddorismo de um Danict Bell. Para esse idedlogo das contrat culturais da soriedade pésindustrial, 0 modernismo esté morte porém dlomina; mais exat mente, se a vanguard radical perden a sua tensio or gindria © s¢ exuriu & porque de Rito triunfou: embora extenuado o var xuardiviney scahou contaminande 0s valores quotidianos das sociecades capitalisias, Uma sociedade entregue socialmente as inovagées acabou its Stucionalizando as vanguardas e assitn as sobreearregando. De resto, € aqui o principal, uma sobrecarga a no capitalismo essa efewacio comportamental de um impulso vanguardis {a esteticamente esteritizaclo? Seria preciso entio relembrar que a reconc indmica. Ironia do processo cultural Jiagao es das visava uma wansformacio radical da segunda ¢ jamais sus estetizagio, © no entanto foi o que ocorren, conforme se encarregou de mostrar justi le do discurso apologé- lico de um Lipovetsky: ndo s6 nao & uma extravagincia subversiva 0 hedo- rea arte dessublimada ¢ vida material imaginada pelas vanguar mente 0 ethos posmodernista. 0 que se deprees hismo criticado por|Danicl Bell, € mesmo uma exigencia do mercado pos: industrial. Assim, 0 consume hedonista da parte de um individuo descen- trado em relacio aos antigos valores configura “a realizagao definitiva da visada secular das sociedades modlernas, a suber, o controle total da socie- dade, de um lado, © de outro, a Tiberacio cada vex maior da esfera privada entregue agora ao seifserviar yeneralizatlo, & velocidade da moda, a fhatua: ‘sive dos principios, papéis © vatus”. A ponta extrema do individualismo, ‘oma se 46, Nao se sabe hem como, mas a progeamacio buroerstica gene- saliva corresponderia a ampliacao das escolhas individwais. Uma socies dacie polimorta (pelo menos é assim que ela se vé), caja hedonisino cole Programado nao carece mais de romper com nats. No plano da arte des: sublimada, a mesma logica do vazio, do marketing etc, A este ponto chega ncipal vetor dos 2 upologia: « heteronomia da cultura de massa seria 0 pi direitos do homem. Resta assinalar uma outta manilestacio, desta vez institucional, desse esteticismo posmodemo: a administracio da cultura, agora assumidae mente soft, acompanhada no plano do comentario ideolégico pelo clogio do efémero, do esteticamente frivolo, Dessa constelagio faz parte a atu contuminagio do raciocinio politico pelo juizo estetico de gosto na falta de critérios normatives fortes. O mesmo pode ser dito da reabilitacio das 0 Eneelhecimento do Nowe 3B moti ange dee fahin cura espe cov estét pose Um mod dei Mod Depe impr ned artis \cdes éticas na explicacio day condutas privadas ¢ coletivas: um novo 4 raciomaliclae ns (que niio sejani siniples meios), a comegar pelos fins tiltimos da pritica politi= moti angelismo num momento em que 3 formalizagae extrema de capitalisia tornau ainda mais improvivel a determinagie de ca. ‘Por exemple, a desconstrucao do politica por parte dos derridadia- hos ©. correladvamente, a estetizagio da existoneta na ética individual do Lilinie Foucauh belenizante,) Q nove individualismo Hlexivel também nao deixa de mobilizar os valores traclicionais (0 frivolo é eclético) da cuk tra ¢ da arte, uma verdadeira légica securitéria dissimulada, Assim, uma a com fonte de novas formas de cestética da existéncia que passa a ser vis onganizacao social, na verdade um retorno do simbélico ordenande uma Wlo-se a po especie de teatralizagao da vida social, Substit ca, 0 est co vai reduzindo os conflitos 3 dimensio da aparéneia. Vejase, a respeito dese empenho da légica cultural capitalista em regime de acumulacio Hexivel, os Novus Muscus, cendrios de uma vida pablica inexistente ‘produzido”, alias) al de porém alimentanco uma sorte de estilo (altamert le consuano da viea ideokigica ¢ material neste is mareante da atual fase da cultura dita Ivo modernista de estético-hedon século. Este, parece, 0 traco m ca incansivel do posmoderna, quando © imper novo deu ugar A consagracio do slates quo na forma ideologica de apolo- gia da diversidade, Uma Digressto Brasileira ¢ de capitalismo periférico, 0 Como se sabe, em pais depend modemo € ama obsessio nacional, entendido via cle regra como esforco. » das sociedades. centrais dle aimalizacéo, senido © metro a evolue do. passudo colonial dos habitos de consumo nacional, rede! Modernizarse condigio de fora a Dependendo do setor da vida nacional, combinowse de modo variado 0 Impulso do iniluxo externo ea persisténeia da resistencia local, Fonte pere- he de desajustes ow adaptacdes inesperadas, Foi 0 caso de Modernismo, Jue © definia na Europa artistieo, como é sabido ~ a estética antiburgue viu-se confirmacla pela atualidacle do primiivismo brasileire, Do episédio 0 Brewthecimento do Now 7 ay saa reforcada a mitologia do pais novo condenado ao modern. Kasi por dliante Detenhamne-nos no caso exemplar da Arquitetura Moderna. Onde a base social ¢ prodntiva que daria sentido & racionalichle arquiteténica ddesejada pelos Mestres Modernos? Nao foram poucas as incongruéncine « disparates (deste cedo registrados petos estrangciros que nos visitavamm), © * pode negur que o Projet Moderne reencontrou s no entante ri verdade na antiga franja colonial do sistema, gracas ao poder empreence- dor das camadas ditig moderizintes. Seria 0 caso de dizer que, entre involugies formalistas ¢ etiles organizadas na forma de Estados fortes ¢ racionalidade arquitetinica privaca de conseqiiéncia social, o espivito ut. pico do Plano desenvolveu-se xo pe da letra, E mais: a0 mesmo tempo que caminhava para 0 seu destino internacional (a faléncia mundial ca idcolo- gia arquitetOnica), 0 Movimento Moderne no Brasilia prestanido um outro, ta dos servico, liberando retrospectivamente nosso antigo surto moderni anos 20 do emparedamento format da mera reivindicacao de liberdate cle experimentacio artisica (inclusive com @ pats rebaixade & conticio de Imatéria estética): pela primeira ver utopia estética (a sintexe de vanguard das artes personificada pela nova capital em construc) ¢ projete politico de superacio do desenvolvimento (alge diverso da mera “modternizaca0") Paveciam convergit. E no entanto deu mo que se sabe, cumprindose tam ‘bem na peviferia a dialética da racionalivacae arquitetdnica, Nessas condigses a voga pxismoderna no Brasil adquire now sentido, Na metropole ela veio com a aparente exaustio das energias utdpicas do modemo, o envelhecimenco das vanguardas etc., ¢ a concomitante enuidan: 4 na l6gica cultural do capitalismo, que nesse meio tempo alterara 0 seu regime de acumulacio © exploracto. Entre nés as vanguardas bistoricas (anos 60 incluidos) também se esgotaram, ¢ a novi atualidade bibliogrifi- ¢a nio tardou a inundar os suplewentes no inicio dos anos $0. Multiplica famse (com maior ou menior propricdade) os comentarios tedricos, mas eseassearam as producées condiz alia culturalmente o pais, Dewse en alardear nossa condiciio pésmoderna sem que nela se configurasse efit nova etapa, salvo a sensibilidade vibritil dos intearados ele Les com 0 Nexo empenbo cm Jo 0 descompasso de sempre: passarnos a setmpre no circuito internacional, Pasmoderno é 1 mbény tun ne para Urtanisma em Fim de Link Onde a etinica vain), € reende- jontes € alistas © ito ut6- apo que ideolo- ita dos dade de ligtio de aguarda politico iracao") sentido. dicas do mudan- istoricas liograf shiplica- atwalizar amos a se efit ‘ados de me para 0 # modernizacio capitalista, Acontece fal, que alias inviabilizow nosso. Porent que ma nova orden die cp antigo padrin ("modemo”) de desenveli. ‘Spaco para quem alcancow a segunda reve. 10 de atraso. Num sentido so Urinanismo om Fie de Lina

Você também pode gostar