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(Montaigne, Des livres)
Ex Libris
José M i n d l i n
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A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
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RIO DE JANEIRO
Xyp.—PROGRESSO—rua de Gonçalves Dias n. 60
1800
AO PUBLICO.
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preguiçoso do Brasil, e dizia-se u m erro grosseiro, que a
mudança das condicções daquella provincia veio revelar,
desfasendo cathegoricamente a injustiça que se fazia ao
caracter cearense.
E m 1845 a secca devastadora, que como um castigo
ou como uma provação, a Providencia fez descer sobre o
Ceará, extinguiu-lhe a sua principal industria, que era a crea-
çào de gado vacum.
Com essa enorme perda, a população ficou redusida,
talvez, a menos da quarta parte dos recursos de que dis-
puzera, até então, para sua subsistência.
A penúria foi indiscriptivel, e por effeito delia, foi mis-
ter recorrerão que tinha escapado á devastação.
Ora o que tinha escapado, limitava-se" á escravatura,
porque reservas pecuniárias, ninguém as tinha, ou se alguém
as possuía, fora obrigado a gastal-as durante a seca ; e as
terras, que com os gados e os escravos constituiào toda a
fortuna do povo cearense, não tinhào o menor valor, visto
como todos precisavão vendel-as e portanto não havia quem
as procurasse.
O recurso, pois, em tal emergência, consistia na venda
dos escravos, e todo o paiz sabe como de 1846 em diante a
escravatura do Ceará affluiu aos mercados do Sul do império
n'uma proporção espantosa.
A provincia ficou despovoada de escravos.
Parece-me estar ouvindo os nossos fazendeiros do Sul,
exclamarem nos ímpetos de sua commiseração pelos seus
infelizes irmãos do Ceará :
Pobre Ceará 1 Como viver-se assim sem escravos? Como
lavrar as terras, como manter sem negros, as fazendas de
creação ? 1
De 1845 a 1869 vão 24 annos, e nesse período, do
qual se devem abater uns 5 annos, durante os quaes ainda
não tinha desapparecido a escravatura na provincia, a for-
tuna publica e a particular tem, como milagrosamente, cresci-
do no Ceará.
A industria de crear tem hoje proporções muito supe-
riores ; e a lavoura tem prosperado espantosamente.
Centros importantes, que antes definhavão, depois da
2
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v
- 13—
n o de emancipação gradual.
Dos sectários dos p r i m e i r o s , u n s pedem a emancipação
immediata, indemnisando-se os proprietários; o u t r o s q u e r e m
que se m a r q u e , desde já, u m prazo, depois do q u a l todos
os escravos ficarão l i v r e s , sem q u e a nacào i n d e m n i s e a
seus proprietários.
Estes dous planos não se p ó d e m sustentar d i a n t e d o
exame o mais l i g e i r o .
0 p r i m e i r o garante mais o u menos o d i r e i t o de p r o -
priedade, pois q u e estabelece a condição de indemnisar-se
ao senhor do escravo l i b e r t a d o , e m b o r a l h e t i r e ao mesmo
t e m p o o d i r e i t o de estimativa da sua p r o p r i e d a d e
0 segundo, porém, otTende de f r e n t e , e m u i t o aberta-
mente, o interesse dos proprietários de escravos, p o r quanto
no fim do prazo marcado, aquelleS proprietários p e r d e m , i n
totum, o valor de sua p r o p r i e d a d e .
E m relação ao interesse geral n e n h u m dos dous me-
rece u m apoio sensato; visto como t a n t o u m como o u t r o
atirãò, de c h o f r e , no seio da sociedade, c o m os d i r e i t o s
de cidadão b r a s i l e i r o , toda essa massa de h o m e n s creados
e educados para escravos; sem princípios de h o n r a , de j u s t i -
ça, de d e v e r ; verdadeiros animaes selvagens, d o m i n a d o s
dos mais perigosos instinctos.
Pôde haver p e r i g o m a i o r para a nação, quer n o s e n t i d o
m o r a l , quer n o sentido social, do q u e esse projecto de soltar
n o m e i o da população, h o m e n s até a q u i d o m i n a d o s pelo j u g o
da escravidão, agora armados c o m o poder, e até certo p o n t o
com o d i r e i t o de saciarem todas as paixões r u i n s que sua
p r i m i t i v a condição excitava e r e p r i m i a ao m e s m o t e m p o ?
Se o simples b o m senso não fosse mais que sufliciente
para nos levar a r e p e l l i r tão perigosa idéa, os factos que se
estão d a n d o nos Estados-Unidos da America do Norte, e os que
se derão em S. D o m i n g o s do H a y t i , onde, de repente, se con-
cedeu a liberdade e os foros de cidadão a todos os escravos,
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v i v a o seqüestrados d e s e u s e i o p e l a escravidão.
A s s i m ao m e n o s , os m á o s e x e m p l o s q u e d e l l e s p a r t e m
p a r t e m m u i t o d e b a i x o , v e m d e a l m a s r e g i d a s pefa g e m e
i v r e ; o p o r t a n t o não pogão tão f a c i l m e n t e e c o m t a n t a
força c o m o p a r t i n d o d e h o m e n s tão b o n s , c i v i l e s o c i a l m e n t e
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os d i r e i t o s d e d l
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A g r a n d e o b r a q u e t o d o s a r d e n t e m e n t e desejamos, p a r a
t e r m u i t o v a l o r p a r a s e r u t i l e p r o v e i t o s a , d e v e e r e m vista
o p r e s e n t e e o f u t u r o d a raça eserava ; d e v e c o n c i l i a r o d i -
reito que t e m o preto a ser livre, com o dever que corre a
úteis I rorahsados. ^° «* ™ * *è> ^
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d u a s p a r t e s essenc.aes, das q u a e s u m a t r a t e d o s m e i o s m a i s
próprios para se o b t e r a l i b e r d a d e d o s e s c r a v o s , e s o u t r a
estabeleça r e g r a s p a r a se o b t e r a regeneração m o r a l d a raça
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