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Trabalho Diagrama Tensão-Deformação PDF
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INTRODUÇÃO
Muitos materiais, quando em serviço, estão sujeitos a forças ou cargas; alguns exem-
plos incluem a liga de alumínio a partir da qual a asa de um avião é construída e o aço no eixo
de um automóvel.
O comportamento mecânico de um material reflete a relação entre sua resposta ou
deformação a uma carga ou força que esteja sendo aplicada, algumas importantes proprieda-
des mecânicas são a resistência, a dureza, a ductilidade e a rigidez. Dentre os fatores que
devem ser considerados incluem-se a natureza da carga aplicada e sua magnitude que podem
ser de tração, de compressão, ou de cisalhamento.
O papel dos engenheiros de estrutura consiste em determinar as tensões e as
distribuições de tensões em membros que estão sujeitos a cargas bem definida. Com
freqüência, os materiais são selecionados para aplicações estruturais especificas devido as
suas combinações desejáveis de características mecânicas [1].
Este trabalho científico tem por objetivo demonstrar alguns conceitos básicos sobre
determinadas propriedades mecânicas que afetam diretamente a resistência do material, as
quais são: diagrama tensão-deformação, diagrama Ferro-Carbono, Fratura e Fadiga.
2. CONCEITOS DE TENSÃO DEFORMAÇÃO
Figura 1 – (a) Tensão de tração, (b) Tensão de compressão, (c) Tensão de cisalhamento e (d)
Tensão de torção.
Fonte: Fundamentos da ciência e engenharia dos materiais
σ=Eє
Figura 2 – Diagrama tensão versus deformação
Fonte: Propriedades mecânicas dos materiais
Ponto eutético – É a região no diagrama que indica o mais baixo ponto de fusão ou
solidificação e a melhor dissolução de carbono na liga metálica.
Ponto eutetóide – Encontra-se na porção inferior esquerda do diagrama, por esse
motivo é chamado de eutetóide. Como se pode ver na figura 4 esse ponto corresponde a 0,8%
de carbono, ligas de aço com essa composição são chamadas de eutetóides [3].
O ferro puro, como se sabe, apresenta-se até 912°C sob a forma alotrópica alfa (α) e a
partir de 912°C até 1394°C no estado alotrópico gama (γ). Essas formas alotrópicas se
caracterizam por possuírem reticulados cristalinos diferentes: o ferro α, reticulado CCC e o
ferro γ, reticulado CFC. A principal conseqüência desse fato, de grande importância pratica
nos tratamentos térmicos da ligas ferro-carbono, é a seguinte: o ferro gama pode manter em
solução o carbono, ao passo que o ferro alfa não. A solução sólida do carbono de ferro γ é
chamada austenita. Esse constituinte, portanto, no diagrama de equilíbrio Fe-C, somente
aparece em temperaturas elevadas [3].
Os aços com 0,77% de carbono são chamados eutetóides: os que apresentam carbono
abaixo de 0,77% são chamados hipoeutetóides e os que apresentam carbono entre 0,77% e
2,11% são chamados de hipereutetóides [3], é nestes pontos, dependendo, de para onde vai
tender a curva de resfriamento, que ocorrem as mudanças de estruturas cristalinas, e
consequentemente a definição da microestrutura da liga, esta, por sua vez é quem determina
as propriedades mecânicas dos metais.
4 FRATURA
Podemos ter dois tipos de fratura nos materiais: a fratura dúctil, na qual a deformação
plástica continua até uma redução de 100% na área e a fratura frágil, na qual as partes
adjacentes do metal são separadas por tensões normais à superfície da fratura. Como a fratura
frágil não produz deformação plástica, ela requer menos energia que uma fratura dúctil, na
qual se consome energia na formação de discordâncias e outras imperfeições no interior do
cristal [2].
• Resistência ao impacto – A tenacidade de um material foi definida como sendo a
energia necessária para rompê-lo. Em muitas aplicações, o valor desta energia é mais
importante que o limite de resistência, particularmente se o metal é usado em uma
aplicação dinâmica. O termo resistência ao impacto é usado para designar a tenacida-
de; é comumente medido em pé-lb. A resistência ao impacto depende da velocidade de
aplicação da carga e da temperatura, assim como da concentração de tensões [2].
Durante a solicitação por impacto, há apenas um pequeno espaço de tempo dis-
ponível para uma deformação plástica uniforme. Assim sendo, a deformação plástica
uniforme. Assim sendo, a deformação podem exceder, localmente, a tensão de fratura
em irregularidades geométricas, contornos de grão e outras imperfeições, de forma que
se inicia uma trinca. Uma vez iniciada, a trinca origina uma concentração de tensões;
como o resultado, a trinca se propaga até a ruptura completa [2].
• Temperatura de transição – quando os metais CCC são submetidos a cargas de
impacto em temperaturas relativamente baixas, verifica-se uma transição da fratura
dúctil, que necessita de energia elevada para fratura frágil que requer menor energia.
Como a transição ocorre numa faixa de temperaturas, frequentemente adota-se como
temperatura de transição a que corresponde a uma certa energia de impacto [2].
A fratura frágil ocorre sem qualquer deformação apreciável e através de uma rápida
propagação da trinca. A direção do movimento da trinca esta muito próxima de ser
perpendicular a direção de tensão de tração que é aplicada e produz uma superfície de
fratura relativamente plana [1].
Nesse caso, a fratura usualmente caminha entre planos cristalinos adjacentes, particular-
mente entre aqueles com poucas ligações interatômicas. Todos nos estamos familiarizados
com a fratura de clivagem na mica e no diamante, nos quais as superfícies de clivagem são
muito especificas. Um tipo semelhante de fratura é encontrado nos metais CCC e HC, mas
não nos CFC. Uma amostra de ferro de granulação grosseira, por exemplo, ao ser quebrada
revela pequenas faces de clivagem que se formam conforme a fratura se propaga de forma
transgranular [2].
5 FADIGA
A tensão que um material pode suportar ciclicamente é muito menor que a suportável
em condições estáticas. O limite de escoamento, que é uma medida de tensão estática sob o
qual o material resiste sem deformação permanente, pode ser usado como guia apenas para
estruturas que operam em condições de carregamento estático. A fim de aumentar o numero
de ciclos possíveis em uma maquina, é necessário reduzir-se a tensão de seus componentes.
Felizmente, muitos materiais apresentam níveis de tensões que permite um numero quase
infinito de ciclos de ruptura [2].
• Mecanismo da fadiga – A diminuição na carga máxima possível, sob aplicação cíclica
de carga, é diretamente atribuída ao fato do material não ser um sólido idealmente
homogêneo. Em cada meio ciclo, produz pequeníssimas deformações que não são to-
talmente reversíveis. Uma observação cuidadosa indica que a ruptura por fadiga ocor-
re segundo as seguintes etapas [2]
1 – O tensionamento cíclico causa deformações a frio e escorregamento localizado;
2 – A gradual redução da ductilidade nas regiões encruadas resulta na formação de fissuras
submicroscópicas;
3 – O efeito de entalhe na fissura concentra tensões até que ocorra a ruptura completa.
Portanto, a por fadiga esta relacionada com o fato de, ao invés de se ter um
comportamento elástico ideal e reversível do material ter-se deformação plástica não
uniforme. Essas deformações não-reversíveis se localizam ao longo dos planos de escorrega-
mento, nos contornos de grão e ao redor de irregularidades de superfícies devidas a defeitos
geométricos ou de composição. A influência das irregularidades geométricas está ilustrada na
figura 5. Os três conjuntos de dados da figura 6 são para aços idênticos.
Figura 5 – Influência das irregularidades geométricas sobre o ciclo de vida de uma peça.
Fonte: Princípios de ciências dos materiais
Figura 6 – Exemplo de peça melhorada para reduzir a existência de tensões e fadiga
Fonte: Princípios de ciências dos materiais
Através deste trabalho foi possível verificar a importância dos conhecimentos sobre
tensão-deformação dos materiais na hora de executar um projeto. Segundo foi possível
observar na pesquisa existem várias forças atuando permanentemente sobre todos os tipos de
materiais metálicos. Observou-se que um dos fatores que esta diretamente relacionado com as
propriedades mecânicas dos materiais metálicos é a formação da sua microestrutura, e esta,
pode ter sua formação prevista através do diagrama Fe-C metaestável, pois, avaliando as
curvas de resfriamento, é possível prever para que ponto do diagrama ela irá tender e qual a
microestrutura que irá se formar.
Ao entrarmos no campo de pesquisa de fratura e fadiga, também pudemos observar a
existência de uma relação direta destas com a microestrutura que formou-se no diagrama Fe-
C, seja, para aços ou ferro fundido, a forma de avaliar a formação das propriedades através da
microestrutura é a mesma, porém, a diferença esta nos percentuais de carbonos correlaciona-
dos para cada material, sendo, que, para aços o ponto eutetóide possui 0,77% de carbono e
para ferro fundido o ponto eutético possui 4,3% de carbono (no diagrama metaestável), sendo
assim avalia-se a aplicação do produto a ser fabricado e pode-se determinar ou não a
necessidade de tratamento térmico para melhoria das propriedades mecânicas.
REFERÊNCIAS
[2] PRINCIPIOS DE CIENCIA DOS MATERIAIS. Van Vlack, Lawrence H. 1ªed. Editora
Edgard Blucher Ltda. São Paulo – SP. 2002
Joinville
2009