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MECÂNICA QUÂNTICA
i
Sumário
A mecânica quântica é uma teoria física criada no primeiro um quarto do século 20 para explicar
os fenômenos físicos em escala atômica e subatômica. A palavra “quântica” (do Latim, quantum) quer
dizer quantidade. Na mecânica quântica, esta palavra refere-se ao de que algumas grandezas físicas não
podem mais variar continuamente, porém agora elas só podem assumir alguns valores discretos bem
definidos.
Atualmente a mecânica quântica é uma das mais bem testadas teorias da física, e se faz presente em
diversas situações do dia a dia, pois boa parte da tecnologia que estamos usando, seja de forma direta ou
indireta faz uso da mecânica quântica. Por exemplo, a eletrônica dos computadores, celulares, ponteiras
lasers, tocadores de CD/DVD e blu-ray, controle remoto, etc. A eletrônica de quase todos os dispositivos
modernos, possuem um transistor, cujo princípio de funcionamento é baseada em um efeito quântico.
Basicamente em um circuito eletrônico, os transistores funcionam como amplificadores e interrup-
tores de uma corrente elétrica. Esse princípio de uma chave liga-desliga é que usado para transportar
e processar informações, fazendo com que, quando houver corrente, chave ligada, associa-se o número
1, e quando não há corrente, chave desligada, ao número 0. A chamada lógica binária é baseada nesse
princípio.
Os processadores dos computadores atuais, que fazem uso da lógica binária, possuem centenas de
milhões de transistores em um único processador que, ao serem combinados, produzem máquinas cada
vez mais rápidas e eficientes.
Atualmente a mecânica quântica consolidou-se como a base teórica e experimental de vários áreas
de atuação da Física e da Química, entre as quais pode-se citar a física da matéria condensada, a física do
estado sólido, a física atômica, a física molecular, a física de partículas, a física nuclear, a eletrodinâmica
quântica, a química computacional, a química quântica, etc. Os alicerces da mecânica quântica foram
estabelecidos durante a primeira metade do século XX por Max Planck, Albert Einstein, Niels Bohr,
Werner Heisenberg, Wolfgang Pauli, Louis de Broglie, Erwin Schrödinger, Paul Dirac, Max Born, John
von Neumann, Richard Feynman, John S. Bell e outros. As contribuições de iniciais de Albert Einstein
assim como suas severas críticas foram fundamentais para desenvolvimento da mecânica quântica.
1
1.1. Ondas eletromagnéticas e os fótons: revisão histórica
Christiaan Huygens (1629-1695): propõe que a luz comporta-se como uma onda;
Thomas Young (1773-1829): Entre 1801 e 1803 realiza experimentos que demonstram a natureza on-
dulatória da luz;
James Clerck Maxwell (1831-1879): Publicou seu trabalho unificando a teoria eletromagnética com a
óptica;
Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894): Em 1887 foi o primeiro a produzir e detectar experimentalmente
as ondas eletromagnéticas preditas por Maxwell;
Max Planck (1858-1947): Sugere em 1900 a hipótese da discretização da energia para explicar a radi-
ação do corpo negro;
Arthur Holly Compton (1892-1962): Em 1922 realizou experiência de espalhamento de raios-X, que
evidenciaram a natureza corpuscular da radiação. Recebeu o Nobel em 1927, por seu trabalho.
A interação de uma onda eletromagnética com a matéria ocorre por meio de processos ele-
mentares indivisíveis, nos quais a radiação aparece composta de partículas, os fótons.
Energia
E
Partículas =
Momento p
Frequencia
ω = 2πν
Ondas =
Vetor de Onda k, |k| = k = 2π/λ
λ E
-q
B
k k
+q
(a) Experimento com uma fenda (b) Experimento com duas fendas.
Figura 1.2: (a) Temos um única fenda e a intensidade da luz é I . Em (b) temos um experimento com uma dupla
fenda, no qual I1 e I2 são respectivamente as intensidades da luz que chega ao anteparo quando somente a fenda
1 ou a fenda 2 está aberta. Ao abrirmos as duas fendas esperavamos obter o padrão mostrado na situação (a), no
qual I12 = I1 + I2 é a curva vermelha. Entretanto, o padrão que obtemos é o mostrado na situação (b) no qual I12 é
a intensidade da luz que chega ao anteparo quando as duas fendas estão abertas.
Para as ondas temos que, na notação complexa, os campos elétricos produzidos pelas fendas 1 e 2,
são
E(r, t) = E1 (r, t) + E2 (r, t) (1.1)
e como a intensidade da onda que chega ao anteparo é
logo
p p
I12 = I1 + I2 + 2 I1 I2 cos θ (1.2)
Ao repetir-se o experimento com luz de baixa intensidade, no qual foi enviado um fóton por vez,
após um grande número de fótons terem atingido o anteparo, obteve-se o mesmo padrão de interferência,
obtidos para ondas.
Figura 1.3: O padrão de interferência é obtido por um acúmulo de dados, ou seja, após um grande número de
fótons terem atingido o anteparo.
(i) Os aspectos corpusculares e ondulatórios da luz são inseparáveis. A luz comporta-se simultanea-
mente como uma onda e como um fluxo de partículas. O caráter ondulatório possibilita calcular-se
a probabilidade do seu caráter corpuscular manifestar-se;
(iii) A informação sobre um fóton no instante de tempo t é dada pela onda E(r, t), a qual é uma solução
das equações de Maxwell. Pode-se dizer que esta onda caracteriza o estado de um fóton no instante
t.
(iv) A onda E(r, t) é interpretada como a amplitude de probabilidade de um fóton surgir, no instante t
no ponto r. Isso significa que a correspondente probabilidade é proporcional a |E(r, t)|2 .
Curiosidade: Joseph John Thomson (1856-1940) ganhou o prêmio Nobel de 1906 por suas
experiências que comprovaram o comportamento corpuscular do elétron, já seu filho George
Paget Thomson (1892-1975) ganhou o Nobel 1937, por seu trabalho realizado no período
de 1922-1926, no qual ele verificou experimentalmente a difração de elétrons por cristais, o
que demonstrava o comportamento ondulatório dos elétrons.
A seguir esse comportamento será investigado, para compreensão melhor do fenômeno físico, e para
isso, alguns experimentos serão analisados. Inicialmente serão analisados alguns experimentos para os
fótons e seguidas os experimentos realizados para os elétrons e outras partículas.
Inicialmente faz-se incidir partículas sobre um dupla fenda, com as duas fendas inicialmente abertas
e seguida com a fenda dois fechada. Os resultados são obtidos após uma análise da distribuição de
probabilidade Pi dos fótons sobre a tela óptica.
No caso em que a fenda dois estava fechada e a fenda um aberta encontrou-se a distribuição de proba-
bilidade P1 e para o caso contrário em que a fenda um estava fechada e a fenda dois aberta encontrou-se
a distribuição de probabilidade P2 . O resultados obtidos são mostrados na figura 1.4 a seguir.
P1
P2
canhão
P12=P1+P2
partículas
Figura 1.4: A probabilidade P1 foi obtida abrindo-se somente a fenda 1, enquanto a probabilidade P2 foi obtida
abrindo-se somente a fenda 2.
Portanto, a questão que surge é a seguinte: quando abrirmos as duas fendas o resultado obtido para
distribuição de probabilidade dos fótons P12 será dada pela soma individual, ou seja, P12 = P1 + P2 ?
Ao abir as duas fendas, o resultado obtido foi:
canhão
elétrons
Tanto no caso dos elétrons quanto no caso dos fótons, o resultado é análogo ao obtido para ondas.
A questão é: O que são esses “objetos”? Não sabemos. Sabemos somente como eles se comportam em
determinadas situações.
Surgiram ou O mesmo resultado é obtido para partículas massivas:
n=2
n=1
n=0
onda plana
monocomática
(laser)
(a) Experimento da fenda dupla para ondas. (b) Experimento da fenda dupla para elétrons.
Figura 1.6: Na figura de cima temos os resultados obtidos para nêutrons enquanto na figura de baixo temos os
resultado dos experimento realizados para a fenda dupla com o C60.
Figura 1.7: A figura ilustra a projeção de um cilindro sobre uma parede. Para um ser bidimensional localizado
sobre um dos planos observar que o resultado da projeção é um retângulo enquanto no outro plano o resultado da
projeção é um círculo, entretanto, o ser bidimensional não consegue saber o que realmente é o objeto, por ser um
ser bidimensional, ele não consegue observar a terceira dimensão.
autoresultados.
Se a partícula antes da medida está em um dos autoestados do sistema, o resultado da medida é certo: ela
só poderá estar associado ao autoresultado correspondente ao autoestado da partícula. Seja, usaremos
agora a seguinte notação:
e p = ex
|ei p = |ei x
Estado = =⇒ Estado = (1.7)
e p = ey .
|ei p = |eiy .
O fator de proporcionalidade é determinado pela condição de que a soma de todas estas probabilida-
des seja 1.
Portanto,
P(ex ) = P(|eix ) = cos2 θ e P(ey ) = P(|eiy ) = sen2 θ (1.9)
Para distâncias da ordem do comprimento de onda de de Broglie λ, a mecânica clássica não é mais
válida, porque para ondas nessas condições já começa a prevalecer o comportamento ondulatório, ou
seja, surge os padrões de interferência na difração.
p2
E=
2m
−
E (e ) = 1 eV =⇒ p2 = 2mE
p
p= 2 · 9, 11 × 10−31 · 1, 602 × 10−19
p ≈ 5, 40 × 10−25 kg · m/s
λ ≈ 1, 23 nm ou λ ≈ 12, 3 Å (1.10)
i) Há um estado quântico de uma partícula que é caracterizado por uma função de onda ψ(r, t) a qual
contém todas as informações possíveis de se obter com relação a partícula em questão.
ii) A função de onda ψ(r, t) é interpretada como uma amplitude de probabilidade da partícula estar
presente. Como as possíveis posições da partícula formam um contínuo, a probabilidade dP(r, t)
da partícula vir a estar no instante t, no elemento de volume d 3r = dx dy dz localizado no ponto
r deve ser proporcional a d 3 r e portanto infinitesimal. Portanto, |ψ(r, t)|2 é interpretada como a
correspondente densidade de probabilidade, com
• Como cada autovalor a está associado a um autoestado do sistema, isto é, a uma autofunção ψa (r),
com
ψ(r, t0 ) = ψa (r),
no qual t0 é o instante no qual a medida foi realizada.
• Para qualquer ψ(r, t), a probabilidade Pa de encontrar o autovalor a, em uma medida realizada no
instante t0 é encontrada decompondo ψ(r, t0 ) em termos das funções ψa (r) da seguinte forma:
X
ψ(r, t0 ) = Ca ψa (r),
a
com
|Ca |2
Pa = P .
|Ca |2
a
∂ψ(r, t) ~2 2
i~ = − ∇ ψ(r, t) + V(r, t)ψ(r, t). (1.11)
∂t 2m
a qual é conhecida como equação de Schrödinger.
Ela ainda pode ser escrita numa forma mais compacta como,
∂ψ(r, t)
i~ = Hψ(r, t). (1.12)
∂t
na qual H é o operador hamiltoniana do sistema, o qual é dado por:
p2 ~2
H = T + V(r, t) = + V(r, t) = − ∇2 + V(r, t)
2m 2m
1.8.1 Comentários
• Para um sistema composto por uma partícula, a probabilidade de encontrar a partícula no instante
t, em um ponto qualquer do espaço é
Z
dP(r, t) = 1. (1.13)
V(r, t) = 0.
Definindo
~2 k2 ~k2
E = ~ω = com ω= (1.19)
2m 2m
podemos escrever
ψk (r, t) = Aei(k·r−ωt) (1.20)
a qual é uma onda plana.
na qual d 3 k representa um elemento de volume infinitesimal no espaço-k enquanto g(k) é uma função
complexa, suficientemente regular de modo que se possa permitir diferenciações dentro da integral.
Pode-se mostrar, que qualquer solução de quadrado integrável pode ser escrita na forma (1.40).
Uma função de onda que é dada pela superposição de ondas planas, como em (1.40) é chamada de
pacote de ondas.
Quem irá determinar os coeficientes g(k) são as condições iniciais e as condições de contorno do
problema. Especificamente para o caso de uma partícula livre, quem determina os g(k) são as condições
iniciais.
portanto, temos Z
1
ψ(r, 0) = g(k)eik·r d 3k. (1.22)
(2π)3/2
e fazendo a transformada de Fourier desta função, obtemos que:
Z
1
g(k) = ψ(r, 0)e−ik·r d 3 r. (1.23)
(2π)3/2
Aqui usamos as seguintes relações
Z+∞
1
δ(x − x0 ) = dk eik(x−x0 ) (1.24)
2π
−∞
Z
1
δ(r − r0 ) = d 3 k eik·(r−r0 ) . (1.25)
(2π)3
t0 t1 t
Figura 1.9: Evolução temporal de um pacote de ondas.
Note que g(k) não muda com o tempo, pois dá mecânica clássica sabemos que se o potencial expe-
rimentado pela partícula é constante então a força resultante sobre a mesma é nula e o seu momento p é
uma constante do movimento.
~k2
ω= e p = ~k (1.30)
2m
e Z
1
g(k) = √ dx ψ(x, 0) e−ikx . (1.31) Figura 1.10: Forma do pacote de ondas, considerando
2π somente três ondas, sendo uma com vetores de onda em
Considere que |g(k)| tenha a forma ilustrada na k0 − ∆k/2, k0 e k0 + ∆k/2.
figura 1.10. Faremos uma superposição de somente três ondas planas para descrever ψ(x, 0), em vez de
infinitas ondas planas
" #
g(k0 ) 1 i(k0 −∆k/2)x ik0 x 1 i(k0 +∆k/2)x
ψ(x, 0) = √ e +e + e (1.32)
2π 2 2
a qual pode ser escrita na forma mais compacta
" !#
g(k0 ) ik0 x ∆k
ψ(x, 0) = √ e 1 + cos x (1.33)
2π 2
usando o fato de que 2cos2 θ = 1 + cos 2θ, então a expressão anterior pode ser reescrita como:
!
g(k0 ) ik0 x 2 1
ψ(x, 0) = √ e 2cos ∆k x . (1.34)
2π 4
Figura 1.11: A parte real das três ondas cuja a soma fornecem a função (1.34). Em x = 0, as três ondas estão em
fase e interferem construtivamente. Quando as ondas se afastam de x = 0, elas saem de fase e passam a interferir
destrutivamente em x = ±∆x/2. Na figura mais baixa mostramos ℜ{ψ(x)}.
g(k) = |g(k)|eiα(k) ,
na qual α(k) seja uma função suave no intervalo [k0 − ∆k/2, k0 + ∆k/2]. Então para ∆k pequeno temos:
dα(k)
α(k) = α(k0 ) + (k − k0 ) + ...
dk k=k0
= α(k0 ) + (k − k0 )α′ (k0 )
então
′
g(k) = |g(k)|eiα(k0 ) ei(k−k0 )α (k0 ) . (1.35)
Z+∞
ei[k0 x+α(k0 )] ′
ψ(x, 0) = √ dk |g(k)| ei[k−k0 ][x+α (k0 )] (1.37)
2π
−∞
chamando
dα(k)
x0 = −α (k0 ) = −
′
dk k=k0
podemos reescrever a expressão anterior como
Z+∞
ei[k0 x+α(k0 )]
ψ(x, 0) = √ dk |g(k)| ei(k−k0 )(x−x0 ) (1.38)
2π
−∞
esta integral só terá uma contribuição não-nula no intervalo [k0 − ∆k/2, k0 + ∆k/2], no qual (x − x0 ) ≪ 1.
Para x ≃ x0 a função ψ(x, 0) é máxima.
Para (x − x0 ) ≫ 1, o argumento do integrando varia muito rapidamente e neste caso a integral é nula.
De forma geral temos que:
∆k(x − x0 ) ≃ 1
logo
∆k∆x ≥ 1.
então,
dP(x, t) = |ψ(x, t)|2 dx = |A|2 = cte.
E = ~ω0 e p = ~k0 ,
g(k) = δ(k − k0 )
Z+∞
1
g(k) = √ dx A ei(k−k0 )x = Aδ(k − k0 ).
2π
−∞
Portanto,
dP = |ψ̄(p)|2 d p
Portanto,
∆x∆p ≥ ~ (1.41)
que é a conhecida relação de incerteza de Heisenberg. Aqui ∆p é a largura da curva que representa |ψ̄(p)|.
Considere uma partícula cujo estado é definido pelo pacote de ondas (1.40). Sabemos que em t = 0, a
probabilidade de sua posição é apreciável somente numa região de largura ∆x em torno do ponto x0 : sua
posição é conhecida a menos de uma incerteza ∆x. Se medirmos o o momento desta partícula no mesmo
instante, encontraremos um valor entre: p0 − ∆p/2 e p0 + ∆p/2. Desde que |ψ̄(p)| é praticamente zero
fora deste intervalo: a incerteza no momento é portanto ∆p. A relação (1.41) é interpretada da seguinte
forma:
Esse é o princípio da incerteza (ou indeterminação) proposto por Werner Karl Heisenberg (1901-
1976) inicialmente em 1927.
Note que a impossibilidade de se medir simultaneamente a posição e a velocidade de uma partícula,
deve-se ao fato de que a determinação de uma afeta o resultado da outra. Esse problema não é uma mera
limitação experimental, mas um impedimento da natureza.
1.15.1 Comentário
• A desigualdade (1.41) não é princípio inerente à mecânica quântica.
• Ela expressa uma propriedade geral da transformada de Fourier, a qual aparece em numerosas
aplicações na física clássica.
• Por exemplo, é bem conhecido da teoria eletromagnética que não existe um trem de ondas eletro-
magnéticas para a qual se pode definir a posição e o comprimento de onda com precisão infinita,
ao mesmo tempo.
• A mecânica quântica entra quando associamos uma onda com uma partícula material e impomos
que o comprimento de onda e o momento devem satisfazer a relação de de Broglie.
Se quisermos ser claros sobre o que entendemos sobre “a posição de um objeto”, por
exemplo de um elétron, então devemos especificar experimentos bem definidos pelos quais
“a posição de um elétron pode ser medida”; de outro modo este termo não tem significado
algum.
Quando ele formulou o princípio da incerteza, ele idealizou um experimento o qual ilustra a incer-
teza na medida da posição e do momento do elétron, o qual ficou conhecido como o microscópio de
Heisenberg
Microscópio Microscópio
D D
f f
l r
y
Luz Luz
x y
Figura 1.14: Microscópio de diâmetro D e distância focal f . Um elétron está localizado no foco do microscópio
e uma luz lateral incide sobre ele, ricocheteando nele, sendo espalha na direção da lente.
Quando o fóton é visto através da lente, a posição do elétron é conhecida, determinada. E agora surge
a questão quanto ao momento do elétron logo após a colisão?
A colisão do fóton com o elétron, fornece o momento do elétron?
Dá conservação do momento na direção x temos:
h h
+ 0 = ′ sen θ + me v′x,r , com p x,min = me v′x,r
λ λr
h h
+ 0 = − ′ sen θ + me v′x,l com p x,max = me v′x,r
λ λl
Aqui θ é o ângulo máximo de espalhamento que o elétron é visto. Os momentos me v′x,r e me v′x,l são
respectivamente o mínimo e máximo valor do momento do elétron, pois, nesse caso o momento final do
elétron estará limitado ao seguinte intervalo:
h h h h
− ′ sen θ ≤ me v′x ≤ + ′ sen θ; ou p x,min ≤ p x ≤ p x,max .
λ λr λ λl
h h
− ′
sen θ ≤ me ∆v′x ≤ + ′ sen θ ou ∆p x,min ≤ ∆p x ≤ ∆p x,max
λr λl
como E i = E r , então
c Luz y
pi c = pr =⇒ pr = n pi .
n
A conservação do momento na direção y, pi,y = pr,y for- Vidro
nece que:
pi sen θi = pr sen θr
x
Figura 1.16: Reflexão da luz em um vidro.
entretanto, como pr = n pi , obtemos então que
pi sen θi = n pi sen θr
assim
sen θi = n sen θr
Como ψ(t) tem valores significativos somente num intervalo de tempo ∆t, segue das propriedades da
transformada de Fourier que G(ω) terá valores significativos somente num intervalo ∆ω, que:
∆t · ∆ω ≥ 1.
Como E = ~ω, a largura da distribuição de energia para forma o pacote é ∆E = ~∆ω, logo segue
que:
∆E · ∆t ≥ ~
A interpretação desta relação, difere um pouco da relação para a posição–momento, porque o tempo
t é um parâmetro, e não uma variável dinâmica como x e p. Essa, relação implica que se um estado
dinâmico existe somente num intervalo de tempo da ordem de ∆t, então a energia do estado não pode ser
definida com uma precisão melhor que ~/∆t.
Se considerarmos um ensemble de sistemas preparados identicamente, cada um descrito por uma
função de onda ψ, então a medida da energia em cada membro do ensemble irá produzir um intervalo de
valores ∆E de extensão maior ou no mínimo da ordem de ~/∆t.
(a) (b)
Figura 1.17: Tansição atômica do estado excitado com energia Eb com emissão de um fóton
Uma dada onda plana qualquer ei(kx−ωt) que compõe, o pacote de onda, propaga ao longo do eixo Ox com
uma velocidade:
ω
Vϕ (k) =
k
desde que ela dependa de x e t somente através de uma relação da forma:
ω
x − t.
k
Nesse, caso Vϕ (k) é chamada de velocidade de fase da onda plana.
Veremos que quando diferentes ondas compõem o pacote, o que significa que elas possuem velocidades
de fase diferentes, a velocidade do máximo xM do pacote de onda não é a velocidade de fase média
ω0 ~k0
=
k0 2m
ao contrário do que se poderia esperar.
Como fizemos antes, vamos começar tentando compreender qualitativamente o que acontece, antes
de considerarmos um ponto de vista mais geral. Portanto, voltaremos ao caso da superposição de três
ondas consideradas anteriormente.
1.17.1 Comentários
Analogamente, temos que o centro do pacote de onda é
d α̃
x̃0 = −
dk
então !
dα 1 dE
x̃0 = − −
dk ~ dk
Como para uma partícula livre E = ~2 k2 /2m, então
~k
x̃0 = x0 + t
m
• Note que agora os α̃(k) não variam mais tão suavemente porque o termo Et/~, varia muito com k,
pois E = ~2 k2 /2m.
• Então esta aproximação só será boa para intervalos de tempos muito pequenos, nos quais α̃(k) irá
variar suavemente com k.
• Vimos que a posição do CM (o x̃0 ) do pacote de ondas irá variar com o tempo, entretanto, k não
varia pois o momento é conservado.
Para calcularmos a integral da eq. (1.45), devemos agrupar em um quadrado perfeito o argumento da
exponencial, assim
a2
A(k) = (k − k0 )2 − ikx
4
a2
= (k − k0 )2 − i(k − k0 )x − ik0 x
4 " #
a2 2 2x
= (k − k0 ) − 2(k − k0 ) 2 i − ik0 x
4 a
2
" #2 2
a 2x x
= (k − k0 ) − 2 i + 2 − ik0 x
4 a a
Portanto, √ Z +∞
a ik0 x −x2 /a2 2
−a2 [(k−k0 )−i2x/a2 ] /4
ψ(x, 0) = e e dk e
(2π)3/4 −∞
logo,
√ Z +∞ 2 !2
a ik0 x −x2 /a2 a 2x
ψ(x, 0) = e e dk exp − (k − k0 ) − i 2
(2π)3/4 −∞ 4 a
√ √
a ik0 x −x2 /a2 2 π
= e e
(2π)3/4 a
!1/4
2 2 2
= 2
eik0 x e−x /a
πa
Portanto, !1/4
2 2 2
ψ(x, 0) = eik0 x e−x /a
πa2
O que mostra que a transformada de Fourier de uma gaussiana é uma outra gaussiana.
r
2 −2x2 /a2
dP = |ψ(x, 0)|2 dx = e
πa2
Z+∞ r
−uy2 +vy π v2 /4u
S = e dy = e
u
−∞
√
Figura 1.19: Representação de uma gaussiana, cuja largura é definida em 1/ e.
1.18.3 Comentário
Portanto, temos que:
∆x∆p ≥ ~,
fazendo a substituição
a 2 2
y = (k − k0 ) =⇒ k = y + k0 =⇒ dk = dy
2 a a
a integral anterior é agora dada por
Z
2 +∞
2 2
ψ(x, t) = √ dy e−y +i(2y/a+k0 )x−(i~t/2m)·(2y/a+k0 )
a(2π)3/4 −∞
~k02 t
!
~k0
A(y) = A0 − ik0 x + i = A0 − ik0 x − t
2m 2m
Com ! !
2~t 2 x ~k0
A(y) = − 1 + i 2 y + 2yi − t
ma a ma
Definindo, duas novas constantes:
!
2~t i ~k0
u=1+i 2 e v= x− t
ma a m
Assim !2
2
√ v v2
A(y) = −uy + 2vy = − uy − √ +
u u
Portanto a razão 2
v2 − a1 x − ~km0 t
β2 = − = −
u 1 2
2 a + i
2~t
a m
~k0
2
x− m
t
2
β =
a2 + i 2~t
m
Fazendo
√ v 1
η= uy − √ =⇒ dy = √ dη
u u
Portanto,
~k
ik0 x− 2m0 t Z
2e 2
+∞
2
ψ(x, t) = √ √ 3/4
e−β dη e−η
a u(2π) −∞
~k
ik0 x− 2m0 t
2e −β2
√
= √ √ e π
a u(2π)3/4
Assim
x − ~k0 t 2
2 1/4
! iϕ
2a e m
ψ(x, t) = eik0 x exp −
q
π 4 4~2 t2 a2 + i 2~t
a4 + m2 m
com
~k0 2~t
ϕ = −θ − t e tg 2θ =
2m ma2
ϕ = ea/(α+iβ) ,
Os argumentos fornecem:
a a 2αa
+ = 2
α + iβ α − iβ α + β2
Portanto,
2 +β2 )
|ϕ|2 = |ea/(α+iβ) |2 = e2αa/(α
é independente do tempo.
Note que
2a2 x − ~k0 t 2
r
2 1 m
dP = exp −
2
q 2 t2
πa 4~
1+ 4~2 t2 a4 + 2 m
m2 a4
Aqui investigaremos a solução da equação de Schrödinger para uma partícula num potencial escalar
independente do tempo V(r), neste caso, a função de onda desta partícula satisfaz a equação de Schrö-
dinger
∂ψ(r, t) ~2
i~ = − ∇2 ψ(r, t) + V(r)ψ(r, t). (2.1)
∂t 2m
Nos casos em que o potencial é independente do tempo, a solução da equação de Schrödinger será
estacionária. Nesse caso, se houver um estado estacionário ϕ(r), então a função de onda ψ(r, t), poderá
ser escrita como
ψ(r, t) = ϕ(r)χ(t), (2.2)
~2 2
− ∇ ϕ(r) + V(r)ϕ(r) = Eϕ(r). (2.5)
2m
Incorporando a contante A da solução temporal na função de onda espacial ϕ(r), temos
34
2.1. Operador Hamiltoniana
aqui H é um operador diferencial, chamado operador Hamiltoniana, o qual representa a energia total do
sistema, e é expresso como,
~2 2
H=− ∇ + V(r). (2.8)
2m
na qual ψn (r, t) é uma solução da equação (2.1). Como está é uma equação linear com um grande número
de soluções, então uma solução qualquer poder ser escrita como
X
ψ(r, t) = cn ϕn (r)e−iEn t/~ ,
n
na qual os coeficientes cn são complexos. Para os casos particulares em que o potencial é independente
do tempo, temos que X
ψ(r, 0) = cn ϕn (r),
n
(i) Caso no qual E > V0 : Seja k, uma constante positiva definida por
√
2m(E − V0 )
k= (2.18)
~
Então, a solução da eq. (2.17) pode ser escrita como:
(ii) Caso no qual E < V0 : Esta condição corresponde ao segmento do eixo real no qual sob a ótica da
mecânica clássica a presença de uma partícula é proibida. Nesse caso, definimos uma constante
positiva q, dada por: √
2m(V0 − E)
q= (2.20)
~
e a solução da eq. (2.17) pode ser escrita como:
(iii) Caso no qual E = V0 : Nesse caso especial, ψ(x) é uma função linear de x.
x x x
Sem fornecer um prova rigorosa, vamos tentar compreender esta propriedade. Vamos considerar o
problema de um potencial unidimensional, conforme o ilustrado na figura. O eixo Ox é dividido em
um certo número de regiões com potencial constante. Na extremidades de duas regiões adjacentes o
potencial tem um mudança abrupta (uma descontinuidade). Na realidade tal função não representa um
potencial físico o qual deve ser contínuo. Usaremos ele para representar esquematicamente uma energia
potencial V(x) como mostrada na figura 2.1, a qual nas proximidades do ponto x varia muito rapidamente,
mas de forma continua. Quando o intervalo no qual estas variações ocorrem são muito menores do
que as outras distâncias envolvidas no problema, podemos trocar o potencial verdadeiro pelo quadrado.
Portanto, agora iremos considerar um potencial quadrado no qual para ǫ → 0 Vǫ (x1 ± ǫ) = V(x) e que
varia rápida e continuamente no intervalo [x1 − ǫ, x1 + ǫ]. Então podemos considerar a equação
d2 2m
ϕ ǫ (x) + [E − Vǫ (x)]ϕǫ (x) = 0 (2.22)
dx2 ~2
na qual Vǫ (x1 ± ǫ), possui um valor finito e varia rápida e continuamente no intervalo [x1 − ǫ, x1 + ǫ].
Escolhendo uma solução ϕǫ (x) a qual para x < x1 − ǫ coincide com uma solução de (2.17). O problema
é mostrar que, quando ǫ → 0, ϕǫ (x) tende a função ψ(x) a qual é continua e diferenciável em x = x1 .
Podemos garantir que ϕǫ (x) permanece finita e próxima do valor de x = x1 . Fisicamente, isso significa
que a densidade de probabilidade permanece finita. Então, integrando (2.22) entre x1 −η e x1 +η, obtemos
x1 −η
Z
dϕǫ dϕǫ 2m
(x1 + η) − (x1 − η) = 2 [Vǫ (x) − E]ϕǫ (x) dx (2.23)
dx dx ~
x1 −η
No limite em que ǫ → 0, a função a ser integrada no lado direito permanece finita, de acordo com a
hipótese inicial. Consequentemente, se η → 0 então a integral também vai a zero e
dϕǫ dϕǫ
(x1 + η) − (x1 − η) −−−→ 0 (2.24)
dx dx η→0
Portanto, nesse limite, dϕ/dx é continua em x = x1 , e também ϕ(x) (já que ela é a integral de uma
função contínua). Por outro lado, d 2 ϕ/dx2 é descontínua, e, como pode ser visto diretamente de (2.17),
2m
ela faz um salto em x = x1 o qual é igual a ~2
ϕ(x1 )σV , em que σV representa a mudança em V(x) em
x = x1 .
• Em todas as regiões do espaço em que o potencial V(x) for constante escreva a função de onda
ψ(x) em uma das formas mostradas nas eqs. (2.19) e (2.21).
• Imponha a condição de que a função de onda ψ(x) deve ser contínua nas interfaces, em que o
potencial muda abruptamente.
• Imponha a condição de que a derivada primeira da função de onda dψ(x)/dx deve ser contínua nas
interfaces, em que o potencial muda abruptamente.
~2 d 2 ϕ
− (x) = Eϕ(x).
2m dx2
Figura 2.2: Poço quântico infi-
Usando as condições de contorno dadas por nito assimétrico.
ϕ(0) = 0
(2.25)
ϕ(L) = 0
2.3.2 Ortonormalização
Como a solução geral é dada pela seguinte função de onda
nπ E
ψas
n (x, t) = A sen x e−i ~ t .
L
então, segue que as funções de onda são ortogonais, ou seja,
Z ∞
In,m = ψ∗n (x)ψm (x)dx = δn,m (2.28)
−∞
na qual o símbolo δm,n é conhecido com delta de Kronecker, o qual é definido por
0, Se m , n
δm,n =
(2.29)
1, Se m = n
Note que nesse, caso, a expressão acima é a uma expansão em série de Fourier, da função f (x), e o fato
de que “qualquer função” pode ser expandida dessa forma é chamado de “Teorema de Dirichlet”.
Note, a série não está completamente definida já que não conhecemos os coeficientes cn . Entre-
tanto, podemos obter eles usando a ortogonalidade das funções da base, e para isso, basta multiplicar a
expressão de f (x) por ψ∗m (x) e integrar em ambos os lados, ou seja,
Z X∞ Z ∞
X
f (x)ψm (x)dx =
∗
cn ψ∗m (x)ψn (x)dx = cn δn,m = cm (2.37)
n=0 n=0
portanto, Z
cn = f (x)ψ∗n (x)dx (2.38)
nito simétrico.
L
ϕ(− 2 ) = 0
(2.41)
ϕ( L ) = 0.
2
~2 n2 π2 ~2 π2 2 2
E ns = . com ∆E ni = E n − E i = n −i
2mL2 2mL2
De modo geral temos então:
q h i
2 nπ L
L
sen L
x + 2
para − L2 ≤ x ≤ L2 ,
ϕns (x) =
0
outros pontos,
Tabela 2.1: Relação entre a forma da densidade de estados, da energia de Fermi e do momento de Fermi com o
confinamento dos portadores.
3D 2D 1D
1
2m∗ 3/2
√ m∗ 1
2m∗
1/2
D(E) E √1
2π2 ~2 π~2 π ~2 E
3/2
~2 π~2 ~2 π2 2
EF 2m∗
3π2 ne m∗ e
n 8m∗ e
n
1/3 √ 1
kF 3π2 ne 2πne 2
πne
A razão física para mudanças que ocorrem nas propriedades ópticas e em outras características des-
tes sistemas baixa dimensionalidade, encontra-se nas diferenças notáveis que há na natureza da sua
densidade de estados. É conhecido que uma redução de três dimensões para duas dimensões muda a
dependência da densidade de estados de um contínuo D(E) E 1/2 para uma função passo θ(E − E n ).
Considerações elementares mostram que uma densidade de estados 1D (fio quântico) é caracterizada
por um único passo seguido por um decaimento D(E) E −1/2 e, no caso 0D (ponto quântico) D(E) é
reduzida a uma função delta.
B A B
A B
BC BC BC
∆ EC
∆ EC
BC B
EgA EgB B A
B
Eg
A A Eg
BV
∆ EV ∆ EV
BV BV BV
Figura 2.6: (a) Dois semicondutores, A e B, caracterizados por suas respectivas energias de gap EgA , e EgB e
descontinuidades das bandas (∆Ec e ∆Ev ). (b) Perfil da banda de condução em uma junção tipo BAB, a qual forma
um poço de potencia, o qual confina em uma direção espacial.
Um dos materiais mais investigados e usados é o GaAs/Al x Ga1−x As, devido a diferença entre seus
parâmetros de rede serem pequenas e, portanto, produzirem uma interface quase abrupta. Os parâmetros
do Al x Ga1−x As, em função da concentração x de alumínio são:
• Energia de gap:
• Descontinuidade do gap:
∆E vΓ ∆E cΓ
= 0.32 =⇒ = 0.68
∆E gΓ ∆E gΓ
m∗e
= 0.0665 + 0.1006x + 0.0137x2 .
m0
GaAs 100
o
(A)
50
AlGaAs
AlGaAs
0.4
0.2
l
eA
0
c. d
Con
o
0 20 30 40 (A)
Figura 2.7: Poço quântico e sua realização experimental. Aqui mostramos a concentração de Al (alumínio) na
heteroestrutura.
Na figura 2.7, mostramos uma realização experimental de um poço quântico, de Al0.4 Ga0.6 As/GaAs/-
Al0.4 Ga0.6 As, no qual o gráfico mostra a concentração de Al (alumínio) na heteroestrutura.
A seguir calcularemos os autovalores discretos e as correspondentes autofunções de um elétron em
um poço de potencial quadrado finito simétrico e um poço de potencial quadrado finito assimétrico e
mostraremos que os autovalores da energia do elétron para os dois tipos de poços são iguais. Mostra-
remos em seguida como encontrar numericamente, através de métodos gráficos, quantas e quais são as
soluções deste problema.
-L/2 +L/2
0 x
-V0
Consideremos o caso em que a energia do elétron é menor que a altura da barreira, isto é, −V0 < E <
d 2 Ψ(x) 2m|E|
− Ψ(x) = 0, Para − V0 ≤ E ≤ 0. (2.49)
dx2 ~2
e fazendo r
2m|E|
q= (2.50)
~2
teremos a equação diferencial
d 2 Ψ(x)
− q2 Ψ(x) = 0 (2.51)
dx2
cujas soluções é:
L
ΨI (x) = C1 eqx + D1 e−qx , Para x<− (2.52)
2
L
ΨIII (x) = C3 eqx + D3 e−qx , Para x> (2.53)
2
Impondo a condição de que a função de onda permaneça finita para todo x, deveremos ter D1 = 0 e
C3 = 0. As equações (2.52) e (2.53) reduzem-se a
1 D − C −qL/2 1 C + D −qL/2
A sen kL = e e B cos kL = e (2.55)
2 2 2 2
1 q D − C −qL/2 1 q C + D −qL/2
A cos kL = − e e B sen kL = e (2.56)
2 k 2 2 k 2
1 q
tg kL = (2.58)
2 k
k qL/2 1
Cp = ·e · sen kL · B (2.60)
q 2
faltando somente normalizar a função para determinar o coeficiente B. Note que este é um conjunto de
soluções pares.
Dá expressão, (2.57b), temos que B = 0, o que nesses casos, significa que os coeficientes C e D são
tais que C = −D = −Ci , e que portanto, das expressões para A, encontra-se que
1 q
cotg kL = − (2.61)
2 k
k 1
Ci = − · eqL/2 · cos kL · A (2.63)
q 2
faltando somente normalizar a função para determinar o coeficiente A. Note que este é um conjunto de
soluções ímpares.
Portanto, temos duas situações distintas, vejamos: ao dividirmos as equações (2.56) pelas (2.55),
obtemos as seguintes relações:
1 q 1 q
cotg kL = − e tg kL = (2.64)
2 k 2 k
Como as duas equações (2.64) não podem ser satisfeitas simultaneamente, teremos duas classes de
autofunções para o poço quadrado simétrico, uma com simetria par e uma com simetria ímpar.
Até o momento não, determinamos as possíveis energias do sistema, para resolvermos este problema,
considere, por simplicidade os seguintes parâmetros:
~2 ~2
Ry = e a0 =
2ma20 2me2
Agora, que as equações estão escritas em unidades adimensionais, vamos simplificar os cálculos, defi-
nido q √ q √
1 1
x = L̃ Ṽ0 1 − E e y = L̃ Ṽ0 E (2.71)
2 2
Note ainda que
1 2
x2 + y2 =
L̃ Ṽ0 = r02 (2.72)
4
Portanto, temos agora um conjunto de três equações
(3.55, 1.55)
1.5
1
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
x
Figura 2.9: Gráfico das expressões acima. Cada intersecção das curvas temos uma solução. Neste caso
considerou-se os parâmetros do GaAs, para os quais Ry ≈ 5.0 meV, a0 ≈ 100.0 Åe com L̃ = 1.0, Ṽ0 = 60, o
que corresponde a um poço quântico de largura 100 Åe profundidade de 300 meV. Solução gráfica para o poço
quântico finito está destacada no gráfico.
Do gráfico 2.9, as energia são obtidas na intersecção das curvas x2 + y2 = r02 com a curva y = x tg(x)
e com a curva y = −x cotg(x). Os pontos da interseção estão marcados no gráfico. Portanto, com esses
pontos determinamos a energias, pois para cada ponto temos que:
-100
-150
-200
-250
-300
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80
x (Angstrons)
Figura 2.10: Solução numérica para um poço quântico finito, mostrando as funções de onda de cada estado com
seus respectivos níveis de energia.
Na figura 2.11 mostramos a solução numérica obtida para esse mesmo problema.
Note que número de estados dentro do poço pode ser estimado usando a expressão abaixo
r
2mV0 L2
N (L) = 1 + int
~2 π2
s
2ma2 V0 L2 1
0
= 1 + int
~2 a20 π2
s
2
Ṽ0 L̃
= 1 + int
π2
100
V(z)
ψ0(z)
ψ1(z)
ψ2(z)
-100
E (meV)
-200
-300
-400
-150 -100 -50 0 50 100 150
z (Angstrons)
Usando o método anterior a vamos escrever a solução para cada uma das regiões mostradas na figura
2.12.
(i) Caso em que E > V0 : Reflexão parcial
• ψI = ψII , em x = 0 :
A1 + A′1 = A2 (2.77)
• ψ′I = ψ′II , em x = 0 :
A1 ik1 − A′1 ik1 = A2 ik2 (2.78)
A2 (k1 − k2 )
A′1 = (2.79)
2k1
A2 (k1 + k2 )
A1 = (2.80)
2k1
Tomando a razão entre as equação (2.79) e (2.80) obtemos
A′1 k1 − k2
= (2.81)
A1 k1 + k2
e da equação (2.80) segue que:
A2 2k1
= . (2.82)
A1 k1 + k2
Note que ψI (x) é constituída por uma superposição de duas ondas. A primeira (a parte devido a A1 )
corresponde a uma onda incidente de momento p = ~k1 , propagando da esquerda para a direita. A
segunda (a parte devido A′1 ) corresponde a uma partícula de momento −~k1 refletida que está propagando
na direção oposta. Desde que impomos a condição inicial de que uma partícula vindo da esquerda incidiu
sobre a região em questão, então A′2 = 0, e disso, segue que ψII (x) contém uma única onda que propaga
para a direita, a qual está associada a uma partícula transmitida.
A corrente de probabilidade à esquerda e à direita do potencial degrau e são obtidas facilmente, e
para as ondas incidente, refletida e transmitida elas são dadas por
~ ′∗
JRe f. = A1 (−ik1 )A′1 − A′1 A′∗
1 (ik1 )
2im
~k1 ′ 2
=− |A |
m 1
e para a onda transmitida ψT rans. (x) = A2 eik2 x
~ ∗
JT rans. = A2 ik2 A2 − A2 A∗2 (−ik2 )
2im
~k2
= |A2 |2
m
e
|JT rans. | k2 A2 2
T= = . (2.87)
|JInc. | k1 A1
Esses coeficientes fornecem a probabilidade de que uma partícula vindo da esquerda, de x = −∞,
possa passar através do degrau ou retornar a partir do degrau em x = 0.
Usando, os resultados (2.81) e (2.82) na definições de R e T , obtemos que:
4k1 k2 4k1 k2
R=1− e T= . (2.88)
(k1 + k2 )2 (k1 + k2 )2
Das duas expressões anteriores, segue imediatamente que:
R + T = 1.
Ao contrário do que prevê a mecânica clássica, a partícula incidente não tem uma probabili-
dade zero de ser refletida.
√
4 E(E − V0 )
R = 1− √ √ (2.89)
( E + E − V0 )2
√
4 E(E − V0 )
T = √ √ . (2.90)
( E + E − V0 )2
Se E ≫ V0 então T ≃ 1 e R ≃ 0:
enquanto na região II(x > 0), a mesma equação (2.17) (agora escrita na forma ψ(x)′′ − q22 ψ(x) = 0) tem
a forma dada pela equação (2.21):
ψII = B2 eq2 x + B′2 e−q2 x . (2.94)
Para que essa solução se mantenha finita quando x → +∞, é necessário que:
B2 = 0 . (2.95)
• ψI = ψII , em x = 0 :
A1 + A′1 = B′2 (2.96)
• ψ′I = ψ′II , em x = 0 :
A1 ik1 − A′1 ik1 = −B′2 q2 . (2.97)
B′2 (ik1 + q2 )
A′1 = (2.98)
2ik1
B′2 (ik1 − q2 )
A1 = . (2.99)
2ik1
Equacionando as expressões para a constante B′2 a partir das equações (2.98) e (2.99) obtemos a
seguinte razão:
A′1 ik1 + q2 k1 − iq2
= = , (2.100)
A1 ik1 − q2 k1 + iq2
então da equação (2.99) segue:
B′2 2ik1 2k1
= = . (2.101)
A1 ik1 − q2 k1 − iq2
Portanto, o coeficiente de reflexão R é:
′ 2
A1 k1 − iq2 2 k12 + q22
R = = = 2 =1. (2.102)
A1 k1 + iq2 k1 + q22
Como na mecânica clássica, a partícula é sempre refletida (reflexão total). Entretanto, há uma dife-
rença muito importante, a qual deve-se existência da chamada onda evanescente e−q2 x , a partícula tem
uma probabilidade não-nula de ser encontrada numa região espacial a qual é classicamente proibida.
Essa probabilidade decai exponencialmente com x e torna-se negligenciável quando x vem a ser da or-
dem de 1/q2 correspondendo um decréscimo de 1/e da onda evanescente. Note também que a razão
A′1 /A1 é uma quantidade complexa. Uma diferença de fase ocorre como consequência da reflexão, a qual
fisicamente é devido ao fato de que a partícula fica mais lenta quando entra na região x > 0. Não há um
fenômeno análogo a este na mecânica clássica, entretanto, há na óptica física.
L = xr − xl . (2.104)
A C E
B D F
0
Figura 2.13: Potencial de uma barreira simples
Agora vamos resolver a equação de Schrödinger para o potencial da barreira, eq. (2.103), a qual é
dada por !
~ d2
− + V(x) ψ(x) = Eψ(x). (2.105)
2m dx2
A solução da Eq. (2.105) para E < V0 pode ser escrita em cada região como
Aeikx + Be−ikx , Se x > xr
(2.106)
qx
ψ(x) =
Ce + De−qx , Se xl ≤ x ≤ xr
Eeikx + Fe−ikx , Se x < xl
sendo √ √
2mE 2m(V0 − E)
k= e q= (2.107)
~ ~
• Para V0 > E, a solução da equação de Schrödinger na barreira são funções exponenciais de cresci-
mento e decaimento associados com os estados evanescentes.
• Para E > V0 , a solução e dada por exponenciais complexas de qualquer lado da barreira, ou seja,
são ondas propagantes.
ou seja,
∗ ∗
A i p∗ e−ipxl pe−ip xl p∗ eipxr −pe−ip xr E
= · · (2.118)
B 4 k q peip∗ xl p∗ eipxl
∗
−peip xr p∗ e−ipxr F
Assim, temos que
A M11 M12 E M11 · E + M12 · F
= · = (2.119)
B M21 M22 F M21 · E + M22 · F
na qual
i h ∗2 ip(xr −xl ) ∗
i
M11 = p e − p2 eip (xr −xl )
4k q
i h ∗2 ipL ∗
i
= p e − p2 eip L
4k q
i h ∗2 ikL −qL i
= p e e − p2 eikL eqL
4k q
ieikL h 2 i
= (k − q2 − 2ikq)e−qL − (k2 − q2 + 2ikq)eqL
4k q
ieikL h 2 i
= (k − q2 )(e−qL − eqL ) − 2ikq(eqL + e−qL )
4k q
ieikL h i
= −2(k2 − q2 ) senh(qL) − 4ikqcosh (qL)
4k q
" #
(k2 − q2 )
= cosh (qL) − i senh(qL) eikL
2kq
Note que dos resultados obtidos é imediato perceber que os coeficientes da matriz M satisfazem as
seguintes relações:
∗
M22 = M11 e ∗
M12 = M21 . (2.120)
Logo, basta determinar dois coeficientes que os outros dois são obtidos. tomando-se o seu complexo
conjugado. Temos que " #
(k2 − q2 )
M11 = cosh (qL) − i senh(qL) eikL (2.121)
2kq
e
i(k2 + q2 ) −ik(xr +xl )
M21 = e senh(qL) (2.122)
2k q
O coeficiente de transmissão é associado com o fluxo de corrente do pacote de onda. Considerando
um pacote de onda incidindo do lado esquerdo da barreira podemos fazer F = 0 em (2.119), logo, o
fluxo de corrente incidente e são respectivamente,
~k ~k
JInc = |A|2 = v|A|2 JT rans = |E|2 = v|E|2 (2.123)
m m
Aqui v é a velocidade de grupo do pacote de onda e k o vetor de onda. Para a barreira simétrica a
velocidade de grupo é a mesma para o pacote de onda de entrada e de saída. O coeficiente de transmissão
é definido como a razão entre o fluxo de corrente transmitida pelo fluxo de corrente incidente,
Note que, para obtermos a última expressão usamos o fato de que cosh 2 (qL) − senh2 (qL) = 1.
Agora analisaremos o comportamento assintótico do coeficiente de transmissão, e para isso iremos
considerar os casos em que qL ≫ 1 e qL ≪ 1. Nesses dois limites para o coeficiente de transmissão
temos:
• O primeiro limite ocorre se qL ≪ 1, o que corresponde a uma transmissão numa barreira fina,
neste caso o coeficiente de transmissão é dado por:
1
T (E) = (2.126)
1 + k2 k2
• O segundo limite ocorre para qL ≫ 1, o qual faz que a exponencial seja predominante positiva, o
que resulta em, √
4kq 2 −2qL 2m(V0 −E)
T (E) → 2 2
e ∝ e−2W ~ (2.127)
k +q
O coeficiente de reflexão está associado ao fluxo de corrente refletido, e para o caso de um pacote de
onda incidindo do lado esquerdo da barreira, ou seja, com F = 0 em (2.119), então, o fluxo de corrente
refletida é dado por
~k ~k
= v|A|2
JInc = |A|2 JRe f = |B|2 = v|B|2 (2.128)
m m
como para F = 0 em (2.119) temos que A = M11 E e B = M21 E, logo o coeficiente de reflexão definido
como o fluxo refletido pelo fluxo incidente é dado por
Os coeficientes de transmissão e reflexão acima foram calculados para energias menores que o po-
tencial V0 da barreira, mas poderíamos ter realizado o mesmo procedimento para energias maiores que
da barreira, para obtermos esses resultados basta escrevermos q = −ik′ , que vai correspondente há um
coeficiente de transmissão e reflexão oscilatório para E ≥ V0 como mostrado nas equações abaixo para
os coeficientes de transmissão e reflexão:
1
T (E) = !2 Para E > V0 (2.132)
k2 − k′ 2
1+ sen2 (k′ L)
2kk′
!2
k2 − k′ 2
sen2 (k′ L)
2kk′
R(E) = !2 Para E > V0 (2.133)
k2 − k′ 2
1+ sen2 (k′ L)
2kk′
Na figura 2.14 apresentamos um gráfico do coeficiente de transmissão através de uma barreira sim-
ples, mostrando ambos os comportamentos do coeficiente de transmissão, tanto para energias E < V0 , no
qual prevalece o decaimento exponencial quanto para E > V0 em que seu comportamento é oscilatório.
Coeficiente de Transmissão
1
0.9 w = 50
w = 100
0.8 w = 200
0.7
T(E/V0)
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
E/V0
Figura 2.14: Coeficiente de transmissão de uma barreira simples.
L L
0
Figura 2.15: Barreira dupla.
O truque é conectar os coeficientes E e F com A′ e B′. Desde que estes coeficientes correspondem
a diferentes pontos em uma região de potencial uniforme, então eles irão diferir somente por uma fase
constante.
′
A = Eeikb
′
B = Fe−ikb
sendo b = x2l − x1r a largura do poço, k a constante de propagação no poço. Estas duas relações acima
permitem definir uma propagação ou matriz transferência, M w , em conexão com os coeficientes das duas
barreiras separadas pelo poço, como definido abaixo.
′
E e−ikb 0 A′ A
= · ′ = M w ′ (2.134)
F 0 eikb B B
e−ikb 0
M w ≡ (2.135)
0 eikb
Com isso podemos escrever a matriz transferência total, conectando assim os coeficientes da esquerda
com os da direita,
A E ′ E ′ MT 11 MT 12 E ′
= M L · M w · M R · = M T = · (2.136)
B F′ F′ MT 21 MT 22 F′
sendo M L e M R as matrizes transmissão da barreira da esquerda e da direita, respectivamente. Com isso,
temos
ML11 ML12 e−ikb 0 MR11 MR12
M T = · · (2.137)
ML21 ML22 0 eikb MR21 MR22
ou ainda,
ML11 ML12 MR11 e−ikb MR12 e−ikb
M T = · (2.138)
ML21 ML22 MR21 eikb MR22 eikb
Portanto,
ML11 MR11 e−ikb + ML12 MR21 eikb ML11 MR12 e−ikb + ML12 MR22 eikb
M T = (2.139)
ML21 MR11 e−ikb + ML22 MR21 eikb ML21 MR12 e−ikb + ML22 MR22 eikb
O coeficiente de transmissão da estrutura de barreira dupla é dado por,
1
T (E) = (2.140)
|MT 11 |2
sendo,
MT 11 = ML11 MR11 e−ikb + ML12 MR21 eikb . (2.141)
Este desenvolvimento foi feito para uma heteroestrutura de barreira dupla qualquer, agora vamos nos
restringir ao caso da barreira dupla simétrica.
Para o caso da barreira dupla simétrica, a constante de propagação k é igual no poço e nas regiões
da esquerda e direita, ambas barreiras são iguais na largura e com a mesma constante de propagação q.
Portanto, podemos usar o resultado obtido para a barreira simples para obter os elementos de M L e M R .
Para esse sistema temos que as matrizes que conectam esses sistemas é dada por
A ML11 ML12 E
= · (2.142)
B ML21 ML22 F
na qual " #
(k2 − q2 )
ML11 = cosh (2qa) − i senh(2qa) e2ika (2.143)
2kq
e
i(k2 + q2 ) −2ika
ML21 = e senh(2qa) (2.144)
2k q
Note que os coeficientes da matriz M L satisfazem as seguintes relações:
Como
1
T 1L (E) = , (2.146)
|ML11 |2
e
R1L (E) = |ML21 |2 T 1L (E), (2.147)
Como
1
T 1R (E) = , (2.152)
|MR11 |2
e
R1R (E) = |MR21 |2 T 1R (E), (2.153)
Para simplificar a notação escrevermos o elemento MR11 = ML11 = M11 da barreira simples em
coordenadas polares como,
M11 = m11 ei(2ka+θ) (2.155)
na qual s
k 2 − q2 2
m11 = cosh 2 (2qa) + senh2 (2qa) (2.156)
2kq
h k2 − q2 i
θ = −arc tg tgh (2qa) (2.157)
2kq
aqui m11 o módulo e θ a fase de M11 respectivamente. Como,
O coeficiente de transmissão dado por (2.140), logo é tirar o modulo e elevar ao quadrado o resultado
anterior, e com isso obtemos:
O primeiro termo da expressão acima é o determinante da matriz M T , pode se mostrar facilmente que
para o caso de uma barreira simétrica ele é igual a um. Assim o coeficiente de transmissão total é dado
por:
1 1
T (E) = = (2.159)
|MT 11 1 + 4|m11
|2 |2 |M 21 | cos (2kb − θ)
2 2
T 12
= 2
T 1 + 4R1 cos2 (kb − θ)
sendo T 1 e R1 os coeficientes de transmissão e reflexão da barreira simétrica simples, sabemos que
T 1 + R1 = 1 para a barreira simples.
O coeficiente de transmissão mínimo ocorre quando kb − θ = nπ, dando
T 12
T min (E) = . (2.160)
T 12 + 4R1
Coeficiente de Transmissão
1
0.9 wb= 20 A
0.8 wb= 50 A
wb= 70 A
0.7
wb= 100 A
T(E/V0)
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
E/V0
Figura 2.16: Coeficiente de transmissão: Mantivemos fixo a largura do poço em 50 angstrons e variamos a largura
das barreiras igualmente.
Coeficiente de Transmissão
1
0.9
0.8
0.7
T(E/V0)
0.6
0.5
0.4
0.3 ww= 20 A
0.2 ww= 50 A
0.1 ww= 70 A
ww= 100 A
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
E/V0
Figura 2.17: Coeficiente de transmissão: Mantivemos fixo a largura das barreiras e variamos a largura do poço.
300
250
Potencial (eV)
200
150
100
50
0
−50
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Z (angstrons)
Figura 2.18: Coeficientes de transmissão para as mesmas heteroestrutura, mas uma com um campo elétrico de 40
KV/cm aplicado.
Coeficiente de Transmissão
1
0.9
0.8
0.7
T(E/V0)
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1 E = 40
E=0
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
E/V0
Figura 2.19: Coeficientes de transmissão para as mesmas heteroestrutura, mas uma com um campo elétrico de 40
kV/cm aplicado.
pequena, pois neste caso temos uma única condição de tunelamento ressonante. Quando os dois poços
forem iguais, mas mesmo assim, o tunelamento não será ressonante se a barreira do meio for fina, haverá
uma quebra de degenerescência e os dois níveis irão abrir a degenerescência, entretanto, se a largura
da barreira do meio aumentar diminui-se a interação entre os níveis e eles ficam mais próximos, mas
diminui-se o coeficiente de transmissão.
Para a estrutura com o campo aplicado temos um pico de ressonância bem definido, mas tivemos que
aplicar um campo muito alto, praticamente no limite que à amostra suporta.
300
250
200
Potencial (eV)
150
100
50
0
−50
−100
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Z (Angstron)
Figura 2.20: Barreira de Potencial tripla com um campo elétrico de 80 KV/cm aplicado.
Coeficiente de Transmissão
1
0.9
0.8
0.7
T(E/V0)
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1 E = 80
E=0
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
E/V0
Figura 2.21: Coeficiente de transmissão para barreira tripla: uma com campo de 80 KV/cm aplicado e a outra sem
campo.
DEFINIÇÃO 1. Um espaço vetorial linear V, é um conjunto de elementos V = {|xi, |yi, |zi, . . .}, chama-
dos vetores, para os quais pode-se definir as duas operações básicas a seguir:
2) Adição entre os elemento do conjunto, tendo como resultado um outro elemento do conjunto.
Além disso, as operações de adição e multiplicação por um escalar, devem satisfazer os seguintes axio-
mas:
iv) Há um vetor nulo |0i tal que: |xi + |0i = |xi, para todo |xi.
v) Para cada |xi há um inverso (vetor negativo) |yi = −|xi, tal que: |xi + |yi = |xi + (−|xi) = 0.
69
3.1. Espaço Vetorial Linear: Uma Revisão Breve
DEFINIÇÃO 2. O domínio dos valores permitidos para os escalares {α, β, . . .} é chamado de corpo
F sobre o qual V é definido. Se F consiste de todos os números reais (complexos), temos um espaço
vetorial real (complexo).
Entre o grande número de exemplos de espaços vetoriais lineares, existe duas classes que são do
nosso interesse:
Exemplo 1: Vetores discretos, os quais podem ser representados por uma coluna de número complexos,
α
β
.
..
Exemplo 2: Espaço de funções de algum tipo, por exemplo, o espaço de todas as funções diferenciáveis.
DEFINIÇÃO 3. Um conjunto de vetores {|xin } é dito ser linearmente independente (LI) se nenhuma
combinação linear não trivial da soma deles for zero, isto é, se a equação
X
αn |xin = 0, (3.1)
n
for válida somente para αn = 0 para todo n. Se esta condição não for mantida o conjunto de vetores é
dito ser linearmente dependente, caso no qual é possível expressar um membro do conjunto como uma
combinação linear dos outros.
DEFINIÇÃO 4. Um espaço vetorial é dito ser n dimensional se ele admite no mínimo n vetores que
sejam linearmente independentes. Aqui o número n é chamado de dimensão do espaço.
De agora em diante, um espaço vetorial n-dimensional sobre um corpo F será representado por
V (F). Portanto, Vn (R) é um espaço vetorial real de dimensão n, enquanto Vn (C) é um espaço vetorial
n
complexo de dimensão n.
Teorema 1. Dado um conjunto de n vetores {|Vi1 , |Vi2 , . . . , |Vin } que são linearmente independentes em
Vn , então qualquer vetor |Vi em Vn pode ser escrito como uma combinação linear destes.
com os coeficientes α e βi sendo diferentes de zero. Se isto não fosse verdade teríamos n + 1 vetores
{|Vi1 , |Vi2 , . . . , |Vin , |Vi} que são LI em Vn , o que é impossível. Além disso α não pode ser zero, pois sim
assim fosse teríamos
n
X
βi |Vii = |0i (3.2)
i=1
e se algum βi , 0, isto implicaria que {|Vi1 , |Vi2 , . . . , |Vin } não são LI. Portanto, pode-se expressar |Vi
como n
X βi
|Vi = αi |Vii , com αi = − . (3.3)
i=1
α
~·B
A ~ = |A|
~ | B|
~ cos θ (3.7)
~·B
A ~ = A x B x + Ay By + Az Bz . (3.8)
~·B
1. A ~=B
~ · A~ (Simetria);
~·A
2. A ~ ≥ 0 e sera 0 se A
~ = 0 (semidefinido positivo)
~ · (b B
3. A ~ + cC)
~ = bA
~·B
~ + cA
~ · C~ (linearidade)
iii) hV| (a|Wi + b|Zi) ≡ hV|aW + bZi = ahV|Wi + bhV|zi (linearidade do vetor)
DEFINIÇÃO 7. Um espaço vetorial com um produto interno é chamado espaço com produto interno.
o que expressa a anti-linearidade do produto interno com respeito ao primeiro fator no produto interno.
DEFINIÇÃO 8. Diz-se que dois vetores são ortogonais ou perpendiculares se o seu produto interno for
nulo, ou seja, se hV|Wi = 0 então |Vi é ortogonal a |Wi.
√
DEFINIÇÃO 9. A expressão hV|Vi ≡ |V| será referida com a norma ou comprimento do vetor. Um
vetor normalizado tem norma unitária.
DEFINIÇÃO 10. Um conjunto de vetores de base {|b1i, |b2i, . . . , |bn i} todos com norma unitária,
p
hbi |bi i = 1 para todo i = 1, 2, . . . , n (3.9)
Para continuar é necessário conhecer o produto interno hi| ji entre os vetores da base.
A prova será dada em outro momento, por agora, considere que o procedimento tenha sido imple-
mentado e que a base atual {|1i, |2i, . . . , |ni} é ortonormal, ou seja,
1 Para i = j
hi| ji = ≡ δi j (3.13)
0 Para i , j
o produto interno será nulo, somente se o vetor |Vi também for nulo.