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5 Razões para Reduzir o

Tempo de Exposição
das Crianças a T.V.,
Tablet, Computador e
afins
CESF BLOG WEBMASTER  06/09/2017
COMENTE!  ANSIEDADE E STRESS, HÁBITOS,NEUROCIÊNCIA

TEMPO DE LEITURA:  7 MINUTOS

“Criança hoje em dia já nasce com o mouse na mão”,


“Meu filho de três anos se vira melhor com o
computador do que eu”, “Na escola do meu filho
aboliram os cadernos, é tudo no tablet, pois a criança
precisa se preparar para o futuro”, “Meu filho está
aprendendo inglês jogando games online.”

Se você é pai ou mãe, já deve ter ouvido algo como as afirmações


acima. Há muito entusiasmo em torno das novas tecnologias,
especialmente devido a seus inquestionáveis benefícios para a vida
dos adultos. Porém, pais e educadores precisam estar atentos às
conclusões das pesquisas científicas sobre os impactos das novas
tecnologias e da TV sobre o desenvolvimento cognitivo, social, moral
e até físico das crianças.  Há razões de sobra para crer que os
benefícios supostamente proporcionados pela exposição precoce
a monitores são infinitamente ultrapassados pelos prejuízos
para o desenvolvimento dos pequenos, justificando a
preocupação dos pais com o assunto e a adoção de medidas para
limitar o uso dos dispositivos eletrônicos por seus filhos.

Segundo as pesquisas, a exposição excessiva à TV, monitores


e  displays  está associada ao desenvolvimento de problemas
como  obesidade,  distúrbios do sono,  problemas de
comportamento agressivo,  compulsivo  e  hiperatividade. Ainda
mais profundos parecem ser os efeitos dessa exposição sobre o
imaginário das crianças, prejudicando o  pensamento criativo,
a capacidade de concentração e o interesse pelo mundo real.

Mas será que isso não é um exagero? Afinal, já que a tecnologia está
por toda parte, não seria melhor que as crianças aprendessem a
tirar proveito dela o mais cedo possível?

Se você tem dúvidas sobre o assunto, continue lendo e conheça 5


razões por que o tempo de exposição das crianças a esses
dispositivos deve ser limitado e supervisionado pelos pais.
1. Distúrbios do sono
O tempo e a qualidade do sono são fatores essenciais para o
desenvolvimento físico e cognitivo das crianças. Não é de hoje que
os pesquisadores alertam para os impactos negativos da TV e dos
videogames sobre o sono dos pequenos.  A preocupação, agora, é
com o aprofundamento desses prejuízos devido ao advento dos
smartphones e tablets, que, por sua portabilidade, foram parar
na cama das crianças.

Um estudo publicado pelo periódico  Scientific Reports  (2017)


examinou a relação entre o uso de dispositivos  touchscreen  e os
efeitos sobre o sono de crianças entre 6 e 36 meses,
concluindo  haver  relação entre o tempo de uso desses aparelhos
e prejuízos tanto para o tempo quanto para a qualidade do sono.

Um estudo publicado no periódico  Pediatrics  – a revista oficial da


Academia Americana de Pediatria (AAP) – em 2016, sobre o impacto
dos dispositivos eletrônicos sobre o sono de crianças e adolescentes
de 5 a 18 anos, concluiu que a exposição à luz (especialmente à luz
azul) e à atividade dos monitores antes da hora de dormir afeta os
níveis de melatonina e pode fazer com que a criança demore mais a
pegar no sono. O estudo afirma ainda que o uso de mídias próximo
ao horário de dormir pode causar distúrbios do sono e prejudicar
o desempenho escolar.

2. Excesso de peso e obesidade


O mesmo estudo conduzido pela AAP constatou que a incidência de
sobrepeso é 5 vezes maior em adolescentes que assistem a mais
de 5 horas por dia de televisão, quando comparados a
adolescentes que assistem de 0 a 2 horas por dia. Estudos mais
recentes concluíram que assistir à TV por mais de 1,5 hora por dia
é um fator de risco para obesidade entre crianças de 4 a 9 anos
de idade.

Além do fato de o tempo gasto com monitores ser um tempo


subtraído à atividade física, o hábito de ingerir alimentos calóricos
enquanto se assiste à TV, juntamente com a indução, pela
publicidade, ao consumo desse tipo de alimento, contribuem para
esse resultado.
3. Problemas de atenção e
hiperatividade
Outro estudo publicado na revista  Pediatrics(2004) concluiu existir
uma relação entre a exposição de crianças de 1 a 3 anos à TV e o
desenvolvimento de problemas de atenção aos 7 anos. Acredita-
se que, por ser uma idade em que o cérebro apresenta grande
plasticidade, a superestimulação provocada pela rápida sucessão de
imagens do monitor pode afetar negativamente o desenvolvimento
cerebral.

Além disso, o hábito de ver TV acostuma a criança a um estado


de  passividade mental  associado à  superestimulação dos
sentidos, levando os pequenos a  achar monótona e entediante
toda atividade que demande atenção ativa e esforço de
concentração.

A relação com a hiperatividade é explicada pelo acúmulo de energia


ocorrido durante a exposição à tela.  O tempo de inatividade da
criança é posteriormente “compensado” com um excesso de
atividade e agitação que geralmente se seguem ao período gasto
vendo TV, jogando videogame ou “brincando” com aplicativos.

4. Transtorno do jogo
Um risco cada vez mais presente entre crianças e adolescentes que
utilizam mídias eletrônicas sem nenhum tipo de controle é o
chamado  gaming disorder, ou “transtorno do jogo”. Dentre os
sintomas, estão um  excesso de preocupação com o jogo,
uma  redução do interesse por relacionamentos fora do mundo
virtual,  incapacidade de controlar o uso do computador, tablet
ou smartphone(ou revolta quando os pais tentam impor limites ao
uso desses dispositivos) e um maior  retraimento (indisposição para
conversar, interagir, interessar-se por outras atividades etc.).

O caso é tão grave, que a Organização Mundial da Saúde estuda a


proposta de classificar o transtorno do jogo como distúrbio
psiquiátrico, incluindo-o na Classificação Internacional de Doenças
(CID) – um parâmetro utilizado por médicos de todo o mundo para o
diagnóstico de doenças.
5. Baixa eficácia dos vídeos,
so wares e apps “educativos”
Devido à conformação cerebral das crianças, a transmissão de
conteúdos em duas dimensões (por meio de monitores ou  displays)
é muito menos eficaz do que a transmissão “real”, em três
dimensões, por meio da mediação de um ser humano.

O problema da transmissão por meio de monitores, chamado  video


deficit effect, já foi abordado pelo Dr. Italo Marsili aqui no blog
(Vídeos e Aplicativos Educativos Valem Mesmo a Pena?). Em suma,
uma criança exposta ao aprendizado por meio de vídeos terá um
déficit de aprendizagem. A criança precisa da mediação humana
para que possa processar de modo eficaz as informações que
recebe do mundo exterior.

Esse déficit pode ser explicado porque a transferência do


conhecimento obtido por meio de uma plataforma bidimensional
para o mundo tridimensional requer um maior desenvolvimento do
pensamento simbólico, dos controles de atenção e uma maior
flexibilidade da memória – tudo isso ainda incipiente na criança,
que, antes dos 2 anos de idade, ainda está desenvolvendo
habilidades cognitivas, de linguagem, motoras, emocionais e
sociais.  Por isso é tão importante que ela passe por experiências
reais, concretas, e interaja socialmente com outros seres
humanos, para o seu adequado desenvolvimento.

Mas os efeitos negativos da exposição precoce e exagerada das


crianças a monitores não param por aí. Na próxima semana,
apresentaremos mais 5 razões para você limitar o tempo de
exposição de seus filhos a eles e supervisionar mais de perto o uso
das novas tecnologias.

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