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Almir Pinto de Melo

PROCESSO PENAL II
CASO 2.

O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria
estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria
ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos
sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no estabelecimento, e o valor
de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi
imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José
Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na AIJ, já que trata-se de
testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se: Pode o magistrado obrigar o Padre a
depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do CP? A prova produzida em juízo
nesse caso seria considerada válida?
O magistrado não poderá obrigar o padre a servir como testemunha, visto ser
vedação expressa o depoimento das pessoas que em razão de função, ministério (aqui
se enquadra o padre), ofício ou profissão, devam guardar segredo. Cumpre lembrar que
tal proibição poderá ser relativizada mediante desobrigação expressa pela parte
interessada, assim é o teor do artigo 207 (Decreto-Lei Nº 3.689/41) do CPP.
No caso em tela, se faz necessário ressaltar a invalidade da prova colhida em
juízo, vista a patente forma ilegal do seu colhimento, quando o agente, utilizando-se de
seu ofício de ministério, colhe depoimento da acusada em absoluta quebra de segredo
sacramental, decoro e ética no ofício que exerce.
Exercício Suplementar
(Ministério Público BA/2010) À luz do Código de Processo Penal, deve-se afirmar que:

a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham
desaparecidos os vestígios do crime;

b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do Juiz de


Direito, fundado no exame das provas em conjunto;
c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e respectivos acórdãos que a mantenham
ou modifiquem;
d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão, poderão fazê-lo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porém, não deverão
prestar compromisso legal;
Xe) Todas as afirmativas estão incorretas.

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