Você está na página 1de 44

PROGRAMA DESENTRALIZADO

BRASIL/ITÁLIA

PROGRAMA DESCENTRALIZADO
LIGURIA, EMILIA-ROMAGNA, TOSCANA,
MARCHE E UMBRIA.

DE COOPERAÇÃO BRASIL-ITÁLIA
EXPERIÊNCIAS e RESULTADOS 2003/2010
índice

INTRODUÇÃO.......................................................................................................7

HISTÓRICO............................................................................................................8

ÁREAS DE INTERVENÇÃO E BENEFICIÁRIOS.................................................11

CONCRETIZA-SE O PROGRAMA BRASIL PRÓXIMO......................................17

ATIVIDADES DE 2010.......................................................................................18

AÇÕES REALIZADAS ATÉ 2010 E PLANO OPERATIVO 2011/2013..........22

A ECONOMIA DO TURISMO..............................................................................22

APOIO À PEQUENA E MÉDIA EMPRESA..........................................................31

DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA........................................................................33

COOPERATIVISMO.............................................................................................36

POLÍTICAS SOCIAIS............................................................................................40
PROGRAMA DESCENTRALIZADO
DE COOPERAÇÃO BRASIL-ITÁLIA
EXPERIÊNCIAS e RESULTADOS 2003/2010
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

6
Foto: PR/Tadeu

INTRODUÇÃO Posse do Comitê de

Direção e Controle
O Programa Brasil Próximo é resultado de acordos entre os gover- - Brasília
nos do Brasil e da Itália e tem por objetivo viabilizar projetos de
cooperação com foco no desenvolvimento local, em parceria com
estados e municípios.

Em dezembro de 2009 foi instalada em Brasília a Comissão Interse-


torial para a gestão do programa. Criada pelo Presidente da Repú-
blica do Brasil, a comissão tem a missão de coordenar o programa
e é formada por representantes de 18 ministérios. O decreto deter-
mina ainda que a Secretaria-Geral da Presidência da República seja
responsável pela secretaria executiva da comissão.

O processo que antecedeu a criação do programa caracterizou-se


pela integração das experiências de cooperação dos estados da Itá-
lia central – Umbria, Marche, Toscana, Emilia-Romagna e Liguria.

7
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

O Brasil Próximo valorizou competências específicas e iniciou o


intercâmbio de experiências de políticas públicas bem sucedidas
brasileiras e experiências italianas no campo do desenvolvimento
regional integrado, vistas como viáveis para serem implementadas
em alguns territórios brasileiros.

Inspiradas pela visão comum de que “um novo mundo é possível”


do primeiro Fórum Social Mundial de Porto Alegre (2000), os esta-
dos italianos, comprometidos com a promoção de parcerias no se-
tor da economia social e cultura com os governos locais no Brasil,
deram início ao intercâmbio de experiências sobre as questões do
desenvolvimento econômico local, políticas sociais e culturais.

HISTÓRICO
Em 2002, os estados de Umbria e Marche promoveram dois semi-
nários no Brasil. O primeiro aconteceu em Recife (PE), com o tema
“Governo local, participação dos cidadãos e políticas públicas para
a inclusão social", com foco no desenvolvimento das empresas so-
ciais. O segundo, realizado em Porto Alegre, teve como tema "Bra-
sil/Itália: uma escolha para o desenvolvimento local”.

A partir daí foram criadas diversas parcerias entre as cidades de


Porto Alegre e Caxias do Sul (RS), Piracicaba e Rio Claro (SP), Uber-
lândia e Juiz de Fora (MG), e Recife (PE) e os estados italianos
Marche, Umbria e Toscana, sendo que esta aderiu ao processo no
final de 2002. Foram assinados protocolos e memorandos visando
promover, principalmente, projetos de desenvolvimento local.

A partir de 2003, as parcerias se intensificaram diante de um qua-


dro de relações formais entre governos. Em 22 de maio daquele ano

8
foi assinado em Roma um protocolo pelos presidentes das regiões
Marche, Toscana e Umbria. O documento tinha como objetivo iniciar
uma nova fase de cooperação com o Brasil para, sobretudo, cons-
truir uma rede de trocas, intercâmbios e ações comuns entre os su-
jeitos públicos e privados dos dois países, tendo em vista o desen-
volvimento local.

Entre as ações previstas no protocolo estavam o apoio às políticas


sociais; a promoção do desenvolvimento local, facilitando a troca
de experiências entre as agências e entre as pequenas e médias
empresas; o apoio à inovação e reestruturação dos sistemas de
produção, com a criação de formas alternativas de emprego; e a
melhoria dos serviços públicos locais.

Tal iniciativa resultou na assinatura, em 2003, de memorando du-


rante o seminário internacional "Brasil-Itália: a importância das ci-
dades no desenvolvimento local", entre os três estados italianos e a
Presidência da República do Brasil, realizado em Juiz de Fora (MG). A
seguir, uma declaração conjunta firmada em Perugia, em 2003, pelos
governadores dos estados de Marche, Toscana e Umbria e pelo Mi-
nistério da Cultura do Brasil, deu origem ao compromisso de desen-
volver ações concretas de colaboração e de intercâmbio a serem con-
figuradas em um acordo internacional de cooperação institucional.

Ainda em 2003, uma delegação de 30 representantes de entida-


des públicas e privadas brasileiras realizou visita técnica às regiões
italianas. Em 2004 uma delegação brasileira assinou, na Itália, os
termos de colaboração entre o governo brasileiro e a Umbria, a
Toscana e o Marche, dando início ao projeto de cooperação descen-
tralizada “Percurso de Colaboração para a Implementação de Polí-
ticas de Desenvolvimento Local Integrado entre os estados Marche,

9
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

Toscana, Umbria, Emilia-Romagna e a Presidência da República Fe-


derativa do Brasil”.

Em 2004, foi promovido um seminário de formação para técnicos


do governo federal e de municípios para definir metodologias e
instrumentos baseados na experiência que as regiões italianas ad-
quiriram ao longo dos anos em desenvolvimento local. Na ocasião
foi assinado o termo de colaboração entre o governo brasileiro e o
estado de Emilia-Romagna, que trouxe para o projeto sua experiên-
cia no âmbito do cooperativismo. Nesta época, foram ainda firma-
dos protocolos entre a União e os estados do Piauí e do Amazonas,
tendo em vista efetivar a cooperação.

O Brasil apostou na aquisição de novas competências para o desen-


volvimento econômico, na transferência de sistemas produtivos da
fábrica ao território e na ampliação do setor de serviços.

A cooperação descentralizada italiana é baseada na reciprocida-


de e no interesse mútuo das partes; está estreitamente ligada ao
território; dirige suas ações a partir das exigências expressas pelo
território e considera fundamental a parceria entre os territórios,
bem como a valorização das competências e especificidades.

O projeto, articulado em quatro componentes – desenvolvimento


local, economia da cultura, políticas sociais e cooperativismo – tem
por objetivos:

- difundir e adaptar instrumentos, políticas públicas e estratégias


utilizadas pelos estados da Itália Central para a promoção do de-
senvolvimento local e regional, sobretudo no que diz respeito à
pactuação política, institucional e social que está na base do cres-
cimento econômico e da coesão social do território;

10
- fortalecer a articulação entre as diferentes esferas de governo
envolvidas no Protocolo, assegurando maior coordenação entre os
atores envolvidos em diversas escalas territoriais no país;

- capacitar representantes dos ministérios e outros organismos do


Executivo federal nas áreas de planejamento integrado das políti-
cas sociais, economia da cultura e cooperativismo.

A repactuação federativa para construir uma estratégia de desen-


volvimento é o princípio fundamental sobre o qual foram desen-
volvidas as linhas de atuação previstas no âmbito do Acordo de
Cooperação com os estados italianos.

Há ainda as seguintes metas previstas:

- promover e qualificar os serviços de apoio às pequenas e médias


empresas;

- elaborar estudos de viabilidade para facilitar as condições de in-


tercâmbio dos setores produtivos;

- elaborar metodologias de planejamento territorial integrado e re-


organizar os serviços públicos locais;

- desenvolver instrumentos metodológicos para a integração das


políticas sociais com especial referência aos territórios;

- promover cultura, turismo e formação.

ÁREAS DE INTERVENÇÃO E BENEFICIÁRIOS


Os territórios, propostos pelo Brasil e aprovados pelos estados ita-
lianos, são: Manaus e Alto Solimões (AM), Serra das Confusões (PI),

11
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

São Carlos e Araraquara (SP), Bagé e Santa Maria (RS) e Mantiqueira


(SP, MG e RJ).

As áreas de intervenção identificadas foram: assistência à criação


de consórcios intermunicipais e agências de desenvolvimento/cen-
tros de serviços; intervenções nos setores madeira/móveis, ener-
gias renováveis, setor integrado de turismo, artesanato, enogastro-
nomia, cultura, agroindústria, mecânica, carne e couro.

Paralelamente à realização dos estudos de viabilidade, a linha te-


mática do desenvolvimento econômico local previu outras áreas de
Foto: Cristina Sampaio

Cooperativa de Produção

Florestal do Alto Solimões -

Benjamin Constant (AM)

12
atuação como a assistência técnica à inovação do modelo institu-
cional; a realização de atividades de capacitação locais (workshops
locais, já realizados) ou na Itália (visita de estudo).

No campo das políticas sociais prevê-se a atuação nos territórios


da Serra das Confusões (PI) e Baixada Fluminense (RJ) com foco no
cooperativismo e tendo como característica principal o intercâm-
bio, a assistência técnica e a formação profissional.

Em março de 2005 aconteceu em Florença, na Itália, um seminário


de formação sobre as políticas sociais para funcionários das ad-
ministrações locais brasileiras. Anteriormente haviam sido organi-
zados três seminários em conjunto com técnicos do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e, em junho de 2006, foi
realizado em Brasília um seminário internacional sobre o coopera-
tivismo econômico local.

A partir deste momento iniciou-se a elaboração de estudos de via-


bilidade para identificar projetos-piloto, cuja realização foi consi-
derada estratégica no âmbito do desenvolvimento econômico local
integrado nos territórios brasileiros escolhidos.

Em julho de 2006 foi apresentado ao Presidente brasileiro o está-


gio de cada um dos projetos, a partir dos estudos de viabilidade re-
alizados no período 2004-2006. Estes estudos identificaram ações
possíveis de cooperação com o governo federal e demais parceiros
brasileiros na implementação de medidas de descentralização e
desenvolvimento local, articulada nos territórios escolhidos.

Na reunião com o Presidente da República do Brasil esteve presente


o vice-ministro dos Assuntos Exteriores da Itália, Donato Di Santo,
além de ministros brasileiros, governadores e vice-governadores

13
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

das regiões italianas, representantes dos ministérios do Comitê


gestor e representantes dos territórios envolvidos.

Na ocasião foram assinados dois memorandos de intenção, um


com a região Liguria que aderiu ao processo com o compromisso
de realizar estudos para valorização e preservação ambiental, e
outro com o estado do Piemonte.

A quantidade de atores envolvidos no processo faz com que o


acordo de cooperação seja complexo, tornando imprescindível as-
segurar a articulação e o diálogo no âmbito local, nacional e in-
ternacional. Para enfrentar este desafio constituiu-se um comitê
gestor binacional Brasil-Itália e um comitê gestor de cada país.

Por meio da Portaria nº 73, publicada no Diário Oficial da União de


29 de agosto de 2006, foi criado, pelo lado brasileiro, um Grupo de
Trabalho (GT) Interministerial para a implementação das ações de-
correntes dos Acordos de Colaboração e para o fortalecimento da
articulação interministerial no âmbito do governo federal e entre
este e os governos estaduais e municipais envolvidos na coopera-
ção. O GT teve como objetivo promover maior articulação e coorde-
nação entre os atores envolvidos.

Em setembro do mesmo ano, reuniu-se pela primeira vez o Con-


selho Ítalo-Brasileiro de Cooperação Econômica, Industrial, Finan-
ceira e para o Desenvolvimento (Comista) com a participação de
ministérios, agências de pesquisa, de regulação e de cooperação
governamentais dos dois países para debater a cooperação em an-
damento e parcerias futuras.

Na declaração final do encontro, ressaltou-se o desenvolvimento


da cooperação descentralizada entre os dois países e o crescente

14
Foto: Cristina Sampaio

interesse dos estados italianos em atuar em cooperação com o Bra- Missão técnica

sil. Por ser um novo arranjo que difere dos canais tradicionais de binacional de 2008
cooperação para o desenvolvimento, conclui-se que seria necessá-
rio construir um arcabouço jurídico próprio e uma melhor coor-
denação entre os dois Ministérios de Relações Exteriores a fim de
estimular e orientar a ação das regiões italianas.

O Ministério das Relações Exteriores italiano sugeriu a elaboração


de um acordo entre os governos para abrigar a cooperação descen-
tralizada, com a finalidade de corrigir a assimetria ocasionada pela
formalização de Termos de Colaboração entre estados italianos e
o governo brasileiro.

Em março de 2007, durante visita do presidente do Conselho


de Ministros da República Italiana, Romano Prodi, a declaração
conjunta dos dois chefes de Estado expressa satisfação com o

15
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

papel desempenhado pela cooperação descentralizada no Brasil


e, de modo especial, pelas ações de cooperação em favor do de-
senvolvimento local realizadas no âmbito do acordo de parceria
de 2004.

Posteriormente, em 17 de outubro de 2007, foi assinado em Roma,


pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, por
parte do governo brasileiro, e pelo Ministro das Relações Exterio-
res, do governo italiano, o Protocolo Adicional ao Acordo Básico de
Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do
Brasil e o Governo da República Italiana sobre a Cooperação Des-
centralizada, que integrou o Acordo Básico de Cooperação Técnica
de 30 de outubro de 1972 com adequadas disposições em matéria
de cooperação descentralizada.

A institucionalização do acordo trouxe impulso às atividades ini-


ciadas em 2004. Delegações de técnicos brasileiros e italianos
realizaram, em 2008, missões aos territórios de intervenção do
projeto para avaliar cada uma das propostas de projeto surgidas
no triênio de cooperação descentralizada 2004-2007. As missões
serviram para organizar os comitês de gestão locais e identificar
os responsáveis pela interlocução entre os comitês locais e comitê
gestor binacional.

Neste período foram realizadas seis visitas técnicas binacionais


com a participação de técnicos brasileiros e italianos em Manaus/
Alto Solimões, Piauí, Centro Paulista, Serra da Mantiqueira e Baixa-
da Fluminense.

Em agosto de 2009 aconteceu o Seminário de Gestão de Áreas Pro-


tegidas, que contou com a presença de diretores de parques na-
cionais do Piauí, Maranhão e Ceará e de sete parques nacionais

16
italianos, que debateram gestão e legislação. No mês de outubro de
2009 foi realizado em Campos de Jordão (SP) um seminário sobre
economia do turismo com a participação de prefeitos e técnicos de
17 cidades da Serra da Mantiqueira.

CONCRETIZA-SE O PROGRAMA
BRASIL PRÓXIMO
Foi instituída, em maio de 2009, por meio de decreto do Presi-
dente da República, a Comissão Intersetorial para coordenar e
acompanhar as ações e programas do Protocolo de Cooperação
entre a Presidência da República Federativa do Brasil e os estados
italianos de Umbria, Marche, Toscana e Emilia-Romagna. A comis-
são é composta por representantes de 18 ministérios, e é coorde-
nada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, Secretaria
de Relações Institucionais e Gabinete Pessoal do Presidente da
República.

Em 16 de setembro de 2009, o Ministério dos Assuntos Exteriores


da Itália aprovou financiamento a fundo perdido de sete milhões
de euros (triênio 2010-2013) para atividades e ações dos projetos
da parceria com o Brasil, desde então denominado programa Bra-
sil Próximo.

Em 12 de novembro de 2009, uma portaria instituiu a secretaria


executiva responsável pela coordenação da Comissão Intersetorial,
presidida pela Secretaria-Geral da Presidência da República e for-
mada por representantes da Secretaria de Relações Institucionais
da Presidência da República, pelo Gabinete Pessoal do Presidente
da República e da Secretaria-Geral.

17
Experiências E RESULTADOS 2003/2010
Foto: Rita Dedola

Assinatura de Na Itália, a coordenação é feita por representantes da direção-geral


Compromisso de Cooperação para o Desenvolvimento do Ministério dos Assun-
pelos prefeitos tos Exteriores, representantes de cada um dos estados e da Embai-
do Centro Paulista xada da Itália no Brasil.

Em dezembro aconteceu a primeira reunião da Comissão Interse-


torial do Programa Brasil Próximo. Além dos representantes do go-
verno federal, do Sebrae Nacional, dos estados do Piauí e Amazo-
nas e prefeituras envolvidas, participaram o embaixador da Itália
no Brasil e membros das cinco regiões italianas. Na ocasião, foi
apresentado o Plano Operativo do Programa de Cooperação Brasil
Próximo 2010/2013.

ATIVIDADES DE 2010
Em julho de 2010 foi realizada missão de técnicos dos municí-
pios e universidades do projeto do Centro Paulista. Em setembro,

18
missão institucional sobre Fundos Garantidores; em outubro, a de
técnicos de turismo do Projeto da Serra da Mantiqueira e, em no-
vembro, missão técnica/institucional do Projeto de Valorização da
Cadeia do Azeite Extravirgem da Região da Campanha (RS).

O programa Brasil Próximo se insere na nova abordagem da coope-


ração descentralizada Brasil/Itália com o objetivo de alcançar ade-
quadas sinergias com as respectivas cooperações nacionais e tor-
nar ainda mais significativo o impacto das intervenções propostas
derivadas dos diagnósticos, seminários e oficinas realizadas no
triênio 2004-2007 e que serão implementadas pelo programa até
o final de 2013.

Os resultados esperados do programa são a valorização do patri-


mônio ambiental e cultural, o fortalecimento do sistema coopera-
tivista, o aumento da eficácia dos sistemas locais de produção e a
melhoria dos processos de democracia participativa.
Foto: Arquivo Pessoal

Missão técnica

binacional 2005-

Comunidade do Bom

Caminho/Benjamin

Constant (AM)

19
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

COOPERAÇÃO DESCENTRALIZADA

O item XII do Plano de Ação da “Parceria Estratégica entre a República Fede-


rativa do Brasil e a República Italiana”, assinado pelo Presidente da Repúbli-
ca do Brasil e pelo presidente do Conselho de Ministros da Itália, em 12 de
abril de 2010, em Washington, versa sobre a Cooperação Descentralizada e
garante que:

“O Brasil e a Itália, em consonância com as políticas externas conduzidas pe-


los governos, acompanharão, no âmbito do Conselho Brasil-Itália de Coope-
ração Econômica, Industrial, Financeira e para o Desenvolvimento, as ações
e atividades desenvolvidas pela Cooperação Descentralizada, incluindo as
ações da Comissão Intersetorial do Programa "Brasil Próximo", instituída em
maio de 2009, com a participação de suas respectivas agências de coope-
ração. Com o intuito de troca de informações e fortalecimento do potencial
econômico regional de ambos os países, as partes apoiarão iniciativas, pro-
gramas e projetos no âmbito da Cooperação Descentralizada entre estados
e municípios do Brasil e regiões e entidades locais da Itália, cabendo ao nível
nacional o acompanhamento dessas ações, à luz do "Protocolo Adicional ao
Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federa-
tiva do Brasil e o Governo da República Italiana sobre Cooperação Descen-
tralizada", assinado em 17 de outubro de 2007.

No dia 19 de maio de 2010, por meio do Decreto Legislativo nº 279, o Con-


gresso Nacional Brasileiro aprovou o texto do Protocolo Adicional ao Acor-
do Básico de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa
do Brasil e o Governo da República Italiana sobre a Cooperação Descentrali-
zada, assinado em Roma, em 17 de outubro de 2007.

20
UMBRIA JAZZ BRASIL

Desde 2006, Umbria Jazz é parte integrante da campanha de comunicação


que a Região Umbria e a Presidência da República iniciaram para apoiar
e difundir o projeto de cooperação internacional entre estados italianos
(Umbria, Marche, Toscana, Emilia-Romagna, Liguria) e o governo federal
brasileiro.

O Festival Umbria Jazz é um dos principais festivais de jazz do mundo e


acontece, anualmente, na cidade de Perugia ha 36 anos. Em suas diversas
edições contou com apresentações de cantores como João Gilberto, Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Lani Andrade, Djavan e Carlinhos Brown,
entre outros.

No Brasil, a iniciativa, realizada em parceria com a Caixa Econômica Federal,


a Fundazione Umbria Jazz e a Federação Nacional das Associações do Pesso-
al da Caixa Econômica Federal, já está na sua quarta edição, contando com
apresentações de expoentes do jazz dos dois países em Brasília, São Paulo e
Rio de Janeiro. Em 2008, foram realizadas também apresentações em Curi-
tiba e Salvador.

21
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

DEPOIMENTO DO INSTITUTO
CHICO MENDES A RESPEITO
DO PARQUE NACIONAL
DA SERRA DAS CONFUSÕES (PI)

“O Parque Nacional da Serra das Confusões é uma Unidade de


Conservação de Proteção Integral criada pelo Decreto Federal s/
nº de 02/10/98, com área de 502.411 hectares e perímetro de 325
km, abrangendo parte dos municípios de Jurema, Tamboril do
Piauí, Canto do Buriti, Alvorada do Gurgueia, Cristino Castro, Gua-
ribas e Bom Jesus, todos localizados na região sudeste do Piauí, a
qual apresenta os menores Índices de Desenvolvimento Humano
do país (IBGE, 2000). Neste contexto, o Instituto Chico Mendes da
Conservação da Biodiversidade – ciente da realidade local – focou
a gestão da visitação do Parque Nacional da Serra das Confusões
na geração de empregos e oportunidades de aumento de renda às
populações carentes da região. Esse modelo inovador de gestão
proporciona o desenvolvimento sustentável na região”.

AÇÕES REALIZADAS ATÉ 2010


E PLANO OPERATIVO 2011/2013

A ECONOMIA DO TURISMO

» Projeto: Observatório sobre turismo da Região


da Mantiqueira – Campos do Jordão, Santo Antônio

22
do Pinhal, São Bento do Sapucaí (SP); Sapucaí
Mirim, Piranguinho, Piranguçu, Itajubá, Maria
da Fé, Cristina, Carmo de Minas, São Lourenço e
Caxambu (MG)

Tem como finalidade auxiliar os municípios no que diz respeito


ao desenvolvimento integrado do território da Mantiqueira, refe-
rente à implementação de programa de desenvolvimento regional
integrado. A iniciativa tem como eixo principal o turismo, a agri-
cultura, o artesanato e a cultura, com atenção especial à melhoria
das condições de vida da comunidade local. A estratégia é envol-
ver os atores locais, públicos e privados (municípios, órgãos do
governo estadual e federal, sindicatos, associações comunitárias e
culturais, ONGs, empresas privadas e universidades), na definição
das políticas.

Com o apoio dos representantes da Toscana será desenvolvida ação


propositiva e de acompanhamento para criação de instância para
promover e coordenar a oferta turística na Serra da Mantiqueira.

Objetivos

- Criação de portal turístico do território para dar visibilidade tu-


rística e comercial à iniciativa por meio da internet e também coor-
denar ações promocionais.

- Criação de um observatório sobre turismo (em andamento) para


implementar um sistema de monitoramento da demanda e da ofer-
ta turística do território. Terá a finalidade de realizar a identifica-
ção quantitativa e qualitativa dos fluxos turísticos. Estão previstas
ainda missões ao território italiano.

23
Experiências E RESULTADOS 2003/2010
Foto: Cristina Sampaio

Centro de Artesanato Resultados esperados


de Amtü - Atalaia

do Norte - Elaboração de uma metodologia para o desenvolvimento territo-


rial capaz de promover o turismo e os produtos a ele ligados. A
metodologia deverá, ao mesmo tempo, proteger, valorizar e reno-
var os recursos naturais presentes na biodiversidade do território
por meio de um sistema de governança baseada na cooperação
estratégica, técnica e financeira em nível intermunicipal;

24
- Realização de mapeamento do mercado turístico da Mantiqueira
mediante a instrumentação para identificar dados quantitativos e
qualitativos, relativos aos territórios de vocação turística visando
ao aprimoramento das políticas federais e das intervenções de de-
senvolvimento turístico em nível local;

- Reforço das capacidades de gestão dos sujeitos públicos e priva-


dos que participam do desenvolvimento territorial turístico e nos
setores coligados.

Ações desenvolvidas (até novembro de 2010)

- Criação da Associação de Desenvolvimento Integrado do Ter-


ritório da Mantiqueira (ADTIM) em 13 de fevereiro de 2006, em
Itajubá (MG);

- Convênio (732828/2010) assinado entre o Ministério do Turis-


mo e a ADTIM para Inventariação Turística dos Municípios de
Abrangência do Território Mantiqueira (valor global do convênio:
R$ 276.614,50;

- Oficina de Trabalho para reelaboração do projeto em 8 de setem-


bro de 2009 em Santo Antônio do Pinhal;

- Seminário de Trabalho da ADITM com os municípios que compõe


o projeto para criação de Plano de Trabalho (27 a 30 de outubro de
2009/Campos do Jordão/SP);

- Encontro de Parceiros (MG e SP), promovido pela Presidência da


República, Ministério do Turismo e Associação de Desenvolvimen-
to Integrado do Território Mantiqueira;

25
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

- Missão Técnica Região Toscana – Seminário em Florença: Como


Construir um Modelo de Observatório Turístico Regional, de 16 a
24 de outubro de 2010.

Orçamento italiano (2011/2013) – Valor total: 265.125,00 €, sendo


165.125,00 € oriundos da contribuição do Ministério dos Assuntos
Exteriores da Itália e 100.000,00 € da contribuição da região.

» Projeto: Alto Solimões – Apoio ao desenvolvimento


econômico integrado da Região do Alto Solimões
(municípios de Tabatinga, Benjamin Constant,
Atalaia do Norte e Ilha de Aramaçan/AM)

Objetivos
O objetivo do projeto é apoiar o desenvolvimento econômico inte-
grado da Região do Alto Solimões, implantando processos que uti-
lizem o patrimônio natural para o crescimento econômico-social
sustentável e ecocompatível.

A atuação junto à cadeia produtiva do turismo desenvolvendo


oferta dirigida ao setor do “Turismo Sustentável” e à exploração
certificada dos recursos florestais são elementos de inovação, in-
clusive com características de experimentação, possível modelo
para outras áreas da Região Amazônica.

Ações já desenvolvidas e valores dispendidos


- Criação do Fórum de Desenvolvimento do Alto Solimões;

- Aquisição de equipamentos por meio do Ministério da Integração,


no valor de R$ 790 mil.

26
Foto: Cristina Sampaio

Ações previstas Rio Solimões

- Apoio à secretaria técnica do fórum, formada pelos setores da


sociedade civil do Alto Solimões, como administrações públicas,
universidades, ONGs, igrejas e associações de forma a garantir a
continuidade do projeto;

- Garantia de recursos financeiros visando à construção do plano


estratégico, das metodologias, modelos e instrumentos e início de
política de marca regional para a promoção integrada do território;

- Criação, gestão e promoção de um produto turístico regional ino-


vador (bioparque), que são centros temáticos de visita organizada
e de percursos na floresta nos municípios envolvidos;

- Estruturação da oferta de hospedagem e alimentação, além de


venda de produtos locais. A ação se vale da comprovada experi-
ência da Fundação Acquario di Genova na construção de produtos

27
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

turísticos inovadores de entretenimento e de educação. As áreas


temáticas para visita são aquicultura, fauna local, plantas úteis ao
homem, explorações e gestão sustentável de florestas;

- Implantação de centro de acolhimento turístico e de educação


ambiental em Tabatinga, porta de entrada da região para turistas
que vêm do Brasil, Colômbia e Peru.

Orçamento italiano (2011/2013) – Valor total: 1.231.302,00 €, sen-


do 861.981,40 € de contribuição do Ministério dos Assuntos Exte-
riores da Itália e 369.390,60 € da contribuição das regiões.

» Projeto: Valorização Turística


da Região da Serra das Confusões (PI)

Objetivos

O objetivo é auxiliar os municípios locais, o governo do estado do


Piauí e o governo federal no desenho e atuação de uma intervenção
de promoção e valorização econômica do Parque da Serra das Con-
fusões, de forma a constituir um eixo que leve ao desenvolvimento
integrado do território, por meio da criação de um produto turístico.

As intervenções se inserem no quadro total das ações dos diversos


níveis de governo. Essas ações visam ao desenvolvimento social
inclusivo, a melhoria da qualidade de vida das populações, à con-
servação do território e do meio ambiente, à melhoria da infraes-
trutura e ao desenvolvimento econômico sustentável.

As ações seguem uma metodologia de programação capaz de en-


volver, desde o início, os atores locais, públicos e privados (municí-
pios, órgãos do governo estadual e federal, sindicatos, associações

28
Foto: Cristina Sampaio

comunitárias, e culturais, ONGs, empresas privadas e universida- Parque Nacional da


des), na definição das intervenções e das políticas. Serra das Confusões

- Pinturas Rupestres

Ações já desenvolvidas e valores

- Obras de infraestrutura (reformas, ampliação e melhorias) no


Parque da Serra das Confusões, contratadas pelo ICMBio (Instituto
Chico Mendes), com recursos da compensação ambiental. Valor: R$
1.435.651,97;

- Construção de estrada no entorno do Parque da Serra das Confu-


sões (em processo de licitação), contratada pelo governo do estado
do Piauí. Valor: R$ 409.869,21.

Orçamento italiano (2011/2013) – Valor total: 817.125,00 €, sendo


510.925,00 € da contribuição do Ministério dos Assuntos Exteriores
da Itália e 306.200,00 € oriundos do cofinanciamento das regiões.

29
Experiências E RESULTADOS 2003/2010
Foto: Cristina Sampaio

30
APOIO À PEQUENA E MÉDIA EMPRESA
» Projeto: Criação de uma Rede de Instrumentos de
Apoio às Pequenas e Médias Empresas da Região
Centro Paulista (municípios de Araraquara, Gavião
Peixoto, Ribeirão Bonito, São Carlos, Descalvados,
Itirapina e Rio Claro)

Objetivos

- Criar estrutura de assistência às pequenas e médias empresas


para coordenar e articular serviços e programas nos três níveis de
governo, instituições e atores econômicos da área, e promover a
inovação de produto, de processo e de gestão;

- Instituir metodologias para articular com os instrumentos e as


redes existentes e atender às crescentes necessidades de participa-
ção, expressas pelos atores locais, tendo em vista um planejamen-
to econômico local adequado;

- Aplicar a experiência das regiões italianas, cujo modelo de desen-


volvimento se baseia nas pequenas e médias empresas e no pacto
entre o setor público e o privado em apoio às administrações e às
instituições locais do Centro Paulista que se ocupam de desenvol-
vimento econômico local;

- Apoiar as associações entre pequenas e médias empresas com


base setorial e territorial, desenvolvendo as cadeias produtivas, in-
centivando o acordo público-privado, promovendo a transferência
tecnológica e de conhecimento entre universidades e pequenas e
médias empresas, contribuindo com o desenvolvimento local de
modo integrado.

Parque Nacional da

Serra das Confusões

- “Catedral”

31
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

Foram consideradas as seguintes condições locais que, a critério


dos peritos das regiões italianas, são indispensáveis para o bom
êxito do projeto: tecido industrial desenvolvido; tentativa, em cur-
so, de reforçar a rede de colaboração entre os diversos municípios;
sistemas de transporte e comunicações desenvolvidos, infraestru-
tura digital; forte presença de institutos de pesquisa; presença de
centros e agências nacionais de serviços às pequenas e médias em-
presas e de incubadoras de empresa.

Ações já desenvolvidas e valores dispendidos

- Convênio assinado entre o Ministério do Desenvolvimento, Indús-


tria e Comércio Exterior e a prefeitura do Município de Araraquara.
Tem o objetivo de desenvolver ações para capacitação de gestores
e empresários de micro e pequenas empresas, gestores e funcio-
nários públicos municipais e de entidades de classes relacionadas
às micro e pequenas empresas. Visa à construção de estratégias de
atuação setorial e à formulação, implementação e monitoramento
de políticas públicas locais para micro e pequenas empresas. Valor
do convênio: R$ 174.200,00;

- Formação do Comitê Intermunicipal para o Desenvolvimento In-


tegrado e Sustentável da Região Centro Paulista, composto por pre-
feitos, representantes de associações e universidades e publicação
do Protocolo de Intenções entre os participantes;

- Missão à Itália de capacitação para os integrantes do projeto, rea-


lizada em julho de 2010.

Orçamento italiano (2011/2013) – Valor total de 493.625,00 €, sen-


do 410.800,00 € da contribuição do Ministério dos Assuntos Exterio-
res da Itália e 82.825,00 € do cofinanciamento das regiões Italianas.

32
Foto: Roberto Marinho

DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA Missão Itália Fundos

Garantidores - Roma
» Projeto: Valorização da Cadeia do Azeite Extra-
Virgem de Oliva em Bagé e outros seis municípios
na região sudoeste e oeste do estado do Rio
Grande do Sul (Projeto denominado pela parte
brasileira de “Olivais dos Pampas”)

Objetivos

O objetivo é fornecer assistência às prefeituras na diversificação da


base produtiva local e no reforço das pequenas e médias empre-
sas, orientando quanto a produtos de alto valor agregado por meio
da promoção e sustento do desenvolvimento da produção agrícola
de azeite de oliva extravirgem. A iniciativa busca apoiar o proces-
so de valorização das vocações produtivas locais de qualidade para
pequenos produtores, fornecendo as competências e instrumentos
necessários para tornar o próprio produto competitivo no mercado.

33
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

Resultados esperados

Os resultados esperados são: formulação de políticas federais em


favor da diversificação produtiva e dos produtores por meio do
apoio institucional da produção de azeite de oliva extravirgem
de qualidade; formação de técnicos e agricultores locais sobre as
potencialidades da produção local de azeite de oliva e estabeleci-
mento de uma produção local diversificada, iniciando uma produ-
ção de azeite de oliva extravirgem de qualidade nos municípios de
Bagé, Aceguá, Candiota, Hulha Negra, Caçapava do Sul, Pinheiro
Machado e Santana do Livramento (RS).

Ações previstas

- Formação de especialistas em técnicas avançadas de gestão, tra-


tamento e poda das oliveiras; técnicas avançadas de colheita me-
cânica e moagem da azeitona, produção e engarrafamento do azei-
te; avaliação sensorial. O grupo de técnicos nomeado pelo comitê
executivo local realizará no primeiro ano do projeto uma visita de
uma semana à Itália nos períodos de poda (fevereiro-março) e de
colheita (novembro-dezembro). Serão, também, organizados dois
módulos de um curso no Brasil;

- Assistência técnica em matéria de climatização das plantas im-


portadas, de gestão, tratamento e poda, de colheita e moagem e
de produção e engarrafamento do azeite.O grupo de técnicos (as-
sessorado a distância e com missões in loco por técnicos italianos)
fornecerá aos pequenos agricultores os materiais, equipamentos e
assistência técnica necessários;

34
- Curso de olivicultura e produção de azeite de oliva. Durante o
segundo ano do projeto (setembro-fevereiro) serão concedidas cin-
co bolsas de estudo integrais para estudantes brasileiros para o
curso de formação em Olivicultura e Produção de Azeite de Oliva
da Universidade dos Estudos de Perugia. O curso tem 600 horas/
aula e oferece conteúdo teórico, exercícios práticos em campo e em
laboratório, além de visitas técnicas;

- Assistência para iniciar um sistema de certificação de origem vo-


luntária do azeite de oliva de qualidade. Para o segundo ano está
prevista uma ação de consultoria junto à Embrapa por parte de
um organismo certificador italiano (“Parco 3A” – Nome do Parque
tecnológico agroalimentar da Umbria) para iniciar a certificação vo-
luntária do azeite de oliva extravirgem produzido em Bagé.

O projeto prevê ainda a realização de um seminário em Brasília


sobre a produção do azeite de oliva e sobre seu potencial mercado
nacional e internacional (com a redação e publicação de um docu-
mento conclusivo).

Ações já desenvolvidas e valores dispendidos

- Contrato de repasse no valor de R$ 243.750,00 (Via Caixa Econô-


mica Federal – CEF) destinado à aquisição de equipamentos para
a extração de azeite. Contrato assinado e em execução na CEF;

- Convênio no valor de R$ 307.142,00, destinado à avaliação de cul-


tivares de oliveiras com potencialidade produtiva na metade sul do
Rio Grande do Sul e implantação de 10 unidades demonstrativas
de cultivo de oliveiras. Convênio pago e em execução;

35
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

- Projeto com a Embrapa Clima Temperado/Pelotas (RS), voltado ao


desenvolvimento da olivicultura;

- Termo de cooperação no valor de R$ 933 mil, destinado à cons-


trução de laboratório e aquisição de equipamentos para análise de
azeite e custeio de intercâmbio internacional.

Valor total das ações: R$ 1.483.892,00.

Orçamento italiano (2011/2013) – Valor total de 113.625 €, sendo


79.537,50 € da contribuição do Ministério dos Assuntos Exteriores
da Itália e 34.087,50 € da contribuição das regiões Italianas.

COOPERATIVISMO

» Projeto: Apoio à construção do quadro normativo


e dos instrumentos operativos para o desenvolvi-
mento do cooperativismo

Objetivos

O objetivo é subsidiar a política do governo nacional de promo-


ção do cooperativismo, inclusive por meio do aperfeiçoamento da
legislação nesta matéria e conhecer as experiências regionais ou
setoriais de alto valor demonstrativo no contexto do desenvolvi-
mento local, tanto social como econômico.

Resultados alcançados

- Marco Legal – Missão de funcionários públicos e quadros das


cooperativas à Itália, a fim de conhecer os aspectos jurídicos e

36
organizativos das cooperativas, aprofundar os aspectos tributá-
rios e fiscais;

- Missão à Itália, entre 14 a 18 de maio de 2007, com a finalidade


de conhecer a legislação italiana e os modelos de cooperativismo
de crédito como forma de subsidiar a discussão sobre os novos
marcos legais brasileiros.

Em articulação com outros processos no Governo Federal, relativos


à construção de novo marco legal para o cooperativismo brasileiro,
a cooperação contribuiu para que o Governo Federal apresentasse
ao Congresso Nacional propostas de projetos de Lei, tais como:

• Regras tributárias para cooperativas – O Executivo encami-


nhou dois projetos de lei em julho de 2008:

- PLC 386 – Define o ato cooperativo, como requer a Constituição


de 1988.

- PL 3723 – Estabelece regras tributárias para cada um dos ramos


do cooperativismo, com base no PLC 386/2008, que define o ato
cooperativo.

• Legislação societária – O governo enviou proposta da revisão


da Lei 5.764/71 ao relator da matéria.

Cooperativismo Social

- Missão à Itália, realizada entre os dias 25 de outubro e 2 de no-


vembro de 2008, com o objetivo de conhecer os modelos italianos
e subsidiar a discussão brasileira sobre os atos normativos e ins-
trumentos de apoio para o Cooperativismo Social.

37
Experiências E RESULTADOS 2003/2010
Foto: Cristina Sampaio

Conferência sobre - Seminário Nacional sobre o tema.


Cooperativismo
- Programa Nacional de Desenvolvimento do Cooperativismo So-
Social
cial, cuja proposta de decreto foi encaminhada ao Presidente da
República.

Sistema de Garantia de Crédito

- Missão à Itália, realizada entre 4 e 12 de agosto de 2010, para


conhecer os modelos italianos, dialogar com os gestores e regula-
dores para subsidiar a discussão sobre o tema no Brasil;

- Workshop no Brasil.

38
Resultados Esperados e Ações Correlatas
(2011/ 2013) – Plano Operativo

1. Quadro normativo – Marco jurídico brasileiro aperfeiçoado.


Apoiar e subsidiar as discussões no país a respeito da construção
de novo marco legal;

2. Criação de banco de dados para suportar os processos estraté-


gicos e de decisão;

3. Aumento das competências das instituições centrais por meio


da melhoria das capacidades de gestão dos dirigentes e dos ope-
radores do setor;

4. Iniciada a criação do setor de cooperativas sociais, a partir do


novo quadro normativo como estratégia para a inserção socio-
trabalhista de populações vulneráveis (presidiários e tóxico-de-
pendentes, entre outros);

5. Criar cadeias produtivas, com comércio justo, ligadas aos ter-


ritórios prioritários do programa (Estados do Amazonas, Piauí,
Pará, Minas Gerais e Rio Grande do Sul);

6. Ações territoriais de promoção do cooperativismo (estratégias de


desenvolvimento local, retroalimentando as políticas nacionais).

Orçamento italiano (2011/2013) – Valor total: 1.134.625 €, sendo


814.537 € a cargo do Ministério dos Assuntos Exteriores da Itália e
349.087 € a cargo das regiões italianas.

39
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

POLÍTICAS SOCIAIS

» Projeto: Apoio à promoção dos processos de


democracia participativa e às políticas sociais no
território da Serra das Confusões (PI) e na Baixada
Fluminense (RJ)

Objetivos
O objetivo é experimentar, nos territórios identificados, uma nova
abordagem às políticas sociais baseada na lógica do Pacto Terri-
torial, ou seja, avaliar modalidades inovadoras de fazer políticas
públicas eficazes. A iniciativa visa melhorar a capacidade de pro-
gramação dos atores locais no setor das políticas sociais e de de-
senvolver uma programação territorial a partir das necessidades e
dos recursos reais do território.

O uso de uma metodologia de trabalho baseada na participação de


todos os atores locais no território, públicos e privados (municí-
pios, órgãos do governo estadual e federal, sindicatos, associações
comunitárias e culturais, ONGS, empresas privadas e universida-
des), tem como finalidade garantir a pluralidade das opiniões, dos
interesses e das necessidades dos atores sociais envolvidos na fase
de redação e implementação dos planos estratégicos de desenvol-
vimento territorial.

Ações do Plano Operativo (2011/2013)


- Apoio à promoção dos processos de democracia participativa e
às políticas sociais no território de Serras das Confusões (PI) e na
Baixada Fluminense (RJ);

40
- Realização de dois observatórios no sistema das políticas sociais
nos municípios da Baixada Fluminense (RJ) e da Serra das Confu-
sões (PI). A atividade dos observadores consistirá na aplicação de
metodologias e no apoio técnico oferecido para desenvolver méto-
dos de análise que facilitem a integração das políticas sociais;

- Apoio à ativação das secretarias técnicas dos dois pactos territo-


riais e reforço dos organismos de gestão do pacto;

- Criação de instrumentos técnicos para favorecer o funcionamen-


to do Pacto Territorial ou criação de dois fóruns para os territó-
rios da Baixada Fluminense e da Serra das Confusões. Os fóruns
seriam vistos como espaços democráticos com representantes
diversos. Também serão criadas duas secretarias técnicas (na Bai-
xada Fluminense e Serra das Confusões) que terão a missão de
apoiar os fóruns;

- Apoio a ações de formação dos operadores das duas secretarias


técnicas e dos observadores;

- Apoio a ações de comunicação perante os cidadãos para facilitar


processos de participação ativa;

- Apoio aos programas de educação contínua à cidadania sobre a


participação e promoção de ações e atividades dos dois fóruns;

- Contribuição para a realização de laboratórios itinerantes de in-


formação, formação e animação territorial na Serra das Confusões.
Está prevista a implementação, na Serra das Confusões, de labora-
tórios de informação, formação e atividades de animação territorial;

- Contribuição para a realização de centros polivalentes à Baixada


Fluminense para a agregação e a produção cultural por parte dos

41
Experiências E RESULTADOS 2003/2010

jovens, de forma a oferecer a este público novas oportunidades de


trabalho, culturais e participativas;

- Troca e assistência técnica in loco e a distância para apoiar as


estruturas organizativas à base do Pacto Territorial. Na Itália se
constituirá um grupo de trabalho interregional que terá a função
de apoiar os atores locais. No Brasil serão realizadas três missões
técnicas a fim de reforçar e apoiar as atividades dos fóruns;

- Realização de dois seminários nacionais para analisar, com base


nos resultados atingidos nos dois territórios, as estratégias de in-
tervenção das políticas federais no campo dos serviços sociais.

Orçamento italiano (2011/2013) – Valor total de 1.163.625,00 €,


sendo 757.425 € da contribuição do Ministério dos Assuntos Exter-
nos da Itália e 406.200 € do cofinanciamento das regiões italianas.

42

Você também pode gostar