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Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA)

Instituto de Geologia e Engenharias (IGE)

Faculdade de Computação e Engenharia Elétrica (FACEEL)

Campus Marabá

Bruna Aline

Lucas Mahmud

Philip Moraes

Scarlet Cardoso

Walter Ribas

Introdução a Ciência do Meio Ambiente: Meio terrestre

Marabá/PA
2016
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Bruna Aline

Philip Moraes

Scarlet Cardoso

Walter Ribas

Trabalho Solicitado como quesito de avaliação da


disciplina de Introdução a Ciência do Meio Ambiente,
especificamente a 1ª avaliação, do 3º Semestre da
Graduação em Engenharia Elétrica, curso ofertado pela
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
(UNIFESSPA). Sob orientação do Professor Mestre
Wenderson Campos.

Nota:______

______________________________________

Mestre Wenderson Gomes dos Santos


Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Marabá/PA
10/01/2016
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Sumário

1. Introdução ______________________________________________________ 5

2. O solo _________________________________________________________ 5

3. Intemperismo e Lixiviação _________________________________________6

4. Formação do Solo ________________________________________________ 7

5. Características do Solo ____________________________________________ 8


5.1. Cor ________________________________________________________ 8
5.2. Textura/Granulometria ________________________________________ 8
5.3. Estrutura ___________________________________________________ 8
5.4. Permeabilidade ______________________________________________ 9
5.5. Porosidade __________________________________________________ 9
5.6. Composição _________________________________________________ 9

6. Classificação do Solo _____________________________________________ 9

7. Erosão ________________________________________________________ 10
7.1. Tipos de Erosão _____________________________________________ 11
7.2. Formas de Prevenção _________________________________________ 11

8. Poluição do Solo ________________________________________________ 12


8.1. Poluição Rural ______________________________________________ 12
8.2. Poluição por salinização ______________________________________ 15
8.3. Poluição Urbana ____________________________________________ 16

9. Resíduos Perigosos ______________________________________________ 17


9.1. Classificação dos Resíduos ____________________________________ 18
9.1.1. Resíduos Biomédicos ___________________________________ 19
9.1.2. Resíduos Químicos _____________________________________ 19
9.1.2.1.Resíduos Radioativos ________________________________ 19
9.1.2.2.Efeitos da Radiação _________________________________ 20

10. Gestão, Disposição e Tratamento de Resíduos _________________________ 21


10.1. Gestão __________________________________________________ 21
10.2. Disposição e Tratamento ____________________________________ 22

11. Bibliografia ____________________________________________________ 26

Marabá/PA
2016
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Prefácio

Este Trabalho foi baseado no Livro “Introdução a Engenharia ambiental – o


desafio do desenvolvimento sustentável”, escrito por Benedito Braga, Ivanildo
Hespanhol, João Conejo, João Mierzwa, Mario Barros, Milton Spencer, Mônica Porto,
Nelson Nucci, Neusa Juliano, e Sérgio Eiger. Sendo também baseado por outros livros e
sites especificados na bibliografia.

Por conseguinte, o presente trabalho tem como objetivo, servir como método de
avaliação dos Engenheiros em Formação em questão. Ademais, o mesmo contribui para
formação e Graduação dos discentes, pois visa conscientização dos problemas, causas e
soluções que envolvem o meio terrestre.

Além disso, os estudos realizados e expostos a seguir, servem para o


enriquecimento de qualquer ser, já que demonstra o papel do ser humano para com o
meio terrestre, seus direitos e deveres quanto ao cuidado e uso do meio ambiente, em
especial, o solo.
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1. Introdução

Na busca constante pela satisfação das necessidades humanas, sempre buscamos


o conhecer o meio em que vivemos, e com o solo não poderia ser diferente.
Com o objetivo de conhecermos as propriedades e utiliza-las sem degradar o
meio ambiente, o solo pode ser estudado por suas características físicas, químicas e
biológicas.
Desde o inicio da civilização ate os dias atuais o solo vem sofrendo constantes
transformações, com a influencia humana.
No inicio o homem acreditava que o solo servia apenas para desfrutar da fauna e
flora, e para seus deslocamentos, ou seja, um suporte para si, posteriormente descobriu-
se a capacidade semear, germinar e desenvolver seu alimento, surgindo então a
agricultura primitiva e itinerante, e através do crescimento populacional e o uso
desfreado do solo rompeu-se os equilíbrios ecológicos, e por consequência a fertilidade
e produtividade natural do solo foram reduzindo cada vez mais.
Na busca pela sobrevivência houve então a necessidade deslocamento para
outras terras, infelizmente algumas civilizações dependiam das facilidades e
características locais para viver, e como consequência da perda de fertilidade e
produtividade, houve também o desaparecimento de muitos povos e culturas, alguns
sem deixar vestígios outros deixaram somente a memoria de sua cultura, deixando
evidente o retardo social, econômico e tecnológico da humanidade.
A partir de então, a humanidade tomou consciência das consequências, e vem
procurando novas formas de obter seu sustento e preservar o solo, após a revolução
industrial houve uma explosão demográfica e produtiva, o que mudou a escala do
problema de local para global, pois através da perda de fertilidade, degradação e
consequentemente desertificação, ficou evidente que para sobreviver a humanidade
depende do equilíbrio dos ecossistemas.

2. O Solo

De modo geral, o solo pode ser conceituado como um manto superficial formado
por rocha desagregada e, eventualmente, cinzas vulcânicas, em mistura com matéria
orgânica em decomposição, contendo, ainda, água e ar em proporções variáveis e
organismos vivos.
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A Composição do Solo varia de um para o outro. Isso se dá porque mesmo em


um solo de determinado local, as proporções de água e ar variam com os períodos de
maior ou menor precipitação.

Em termos gerais, a ordem de grandeza de proporções dos elementos


componentes do solo pode ser encontrada da seguinte maneira: 45% de elementos
minerais, 25% de ar, 25% de água, e 5% de matéria orgânica.

A Parte Sólida é predominantemente proveniente de rochas desagregadas no


próprio local ou em locais distantes, trazidos pela água e pelo ar. Já a Parte Líquida é
fundamentalmente constituída por água proveniente de precipitações, tais como: chuvas,
sereno, neblina, orvalho. E a Parte Gasosa é proveniente do ar existente na superfície e,
em proporções variáveis, dos gases da biodegradação de matéria orgânica nos quais o
dióxido de carbono e outras tais quais como o metano.
E por fim se tem a Parte Orgânica, que é proveniente da queda de folhas, frutos,
galhos e ramos, além do resto de animais em deferentes estágios de decomposição.
Além do mais, é da biodegradação dessas matérias orgânicas que resulta o húmus do
solo, que por sua vez é responsável em boa parte, pelas suas características agrícolas.

3. Intemperismo e Lixiviação
A desagregação das rochas se dá por ações físicas químicas e razoavelmente
biológicas, e esse fenômeno é denominado Intemperismo. As principais ações físicas
que provocam a desagregação do solo é a erosão provocada pela água e pelo vento,
junto com as bruscas variações de temperatura, com a formação de tensões resíduas nas
rochas, e o congelamento de água em fissuras também é um grande ajudante para esse
fenômeno.
Entende-se que, para determinados condições de relevo, os organismos presentes
e materiais de origem, o intemperismo aumenta continuamente a profundidade do solo a
velocidade crescente com a pluviosidade, a umidade e a temperatura, no solo formando
à superfície, começa a se estabelecer os vegetais e os microrganismos.
É importante salientar que a Chuva Ácida, é uma das grandes provocadoras da
alteração no formato das rochas, pois os íons ácidos que formam a mesma tem um
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grande poder corrosão, principalmente sobre as rochas calcárias, a seguir uma imagem
onde há uma demonstração da corrosão em calcário.

A Lixiviação é um processo de “arraste” ou “lavagem”, ou seja, faz a


translocação das frações mais finas do solo e remoção dos sais minerais presentes no
solo, caracterizando uma forma inicial de erosão, ou erosão leve. As frações mais
grossas permanecem na parte superior. Em consequência, se forma estratos com
aparências diferentes. A lixiviação ocorre quando o solo fica demasiadamente exposto
(por causa de desmatamento, queimadas ou sobre pastoreio), e com a ação gradativa das
chuvas vai tendo seus materiais arrastados. O solo se torna primeiro infértil, e depois
pode ocasionar erosões graves (voçorocas) dependendo do tipo de solo e grau de
exposição.

4. Formação do solo

A formação do solo é resultado da ação de cinco fatores: o clima ( pluviosidade,


umidade, temperatura, etc.), a natureza dos organismos ( vegetação micro-organismos
decompositores e animais), relevo e do tempo. Na atuação, os quatros primeiros fatores
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imprimem características que definem os estágios de sucessão por meio de sua


profundidade, composição e propriedade e do que se denomina “horizonte do solo”. Na
figura abaixo se pode observar como ocorre esse processo.

5. Características do solo

Os solos, na sua maioria, podem ser vistos a olho nu ou facilmente percebidos


pelo tato que são frequentemente utilizadas para a descrição de sua aparência no
ambiente natural. Dentre as principais características estão: a cor, textura ou
granulometria, permeabilidade, estrutura, porosidade e a composição do solo. Além
dessas, também são importantes, do ponto de vista ecológico o grau de acidez, a
composição e a capacidade de troca de íons.

5.1.Cor

A cor pode variar conforme os componentes da matéria orgânica, mineralogia e


outros fatores presentes no solo. Quanto maior a quantidade de matéria orgânica, mais
escuro é o solo, o que indica fertilidade ou decomposição do material.

A cor vermelha, por exemplo, indica a presença de óxidos de ferro e de solos


bem drenados, e já os solos acinzentados representam solos encharcados e com baixa
drenagem.

5.2.Textura/granulometria

É o tamanho relativo das diferentes partículas que compõem o solo (areia,


argilas). Quanto maior a dimensão da partícula, maior a drenabilidade, permeabilidade e
aeração do solo. Solos com partículas menores favorecem a resistência à erosão,
retenção de água e de nutrientes.

5.3.Estrutura

Refere-se ao arranjo do solo e ao seu comportamento mecânico, como a


capacidade de suporte de cargas.
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5.4.Permeabilidade

É a maior ou menor facilidade com que a água se desloca através do solo. A


permeabilidade é influenciada pelo tamanho e arranjo das partículas e pela sua
porosidade.

5.5.Porosidade

Refere-se à porção de espaços ocupados pelos líquidos e gases em relação ao


espaço ocupado pela massa de solo.

5.6.Composição

Composto por sua fração mineral e orgânica, além de proporções variáveis de


água e ar.

6. Classificação do Solo

A classificação do solo é – basicamente - dada pela divisão entre origens


(Zonais, Intrazonais e Azonais), e subordens, que serão detalhadas a seguir.

Ordem Subordem (Morfologia)


_ Latossolo (Terra Roxa Legítima);
_ Solos Podzólicos;
Zonal _ Brunizem/Solo de Pradaria e Rubrozem;
_ Solo Desértico;
_ Solo Salino/ Halomófico;
Intra Zona _ Solo Hidromórfico;
_ Litossolo;
_ Solo Aluvial;
Azonal _ Regossolo;

Na Ordem das Zonais, os solos zonais são caracterizados por serem maduros
bem delineados e profundos. As subordens do solo zonal são: latossolos, podzóis, solos
de padraria e desérticos.
Os Latossolos são solos pouco férteis e presentes geralmente em climas quentes
e úmidos, com profundidades superiores a dois metros. Os Podzóis são solos férteis,
graças à acumulação de minérios, húmus e matéria orgânica, e são próprios de climas
frios e temperados.
Já os Solos de pradarias, ou Solo de Brunizem, são ricos em cálcio e matérias
orgânicas, por isso são extremamente férteis e estão presentes em regiões sub-úmidas de
clima temperados. E os Solos Desérticos, como o próprio nome especifica, são de
regiões desérticas e são caracterizados por serem pouco profundos e pouco férteis.
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Na ordem dos solos Intrazonais, suas características são que possuem bastante
influência pelo local e pelos fatores externos que se encontram, e são classificados em
solos: salinos e hidro mórficos.
Os Solos Salinos, também chamados de halo mórficos, se caracterizam pelo alto
índice de sais solúveis e são próprios de regiões áridas e próximas ao mar, além de
possuírem uma baixa fertilidade. Já os Solos Hidro mórficos, por serem localizados
próximos a rios e lagos, apresentam grande umidade. Sua fertilidade depende do índice
de umidade, pois quanto mais úmidos, menos férteis. E os Litossolos, são solos férteis e
estão presentes em locais com declives acentuados e costumam estar posicionados
diretamente sobre a rocha formadora.
A ordem Azonal é caracterizada por solos pouco desenvolvidos e muito rasos. E
são divididos em: solos aluviais, litossolos e regossolos.
Os Solos Aluviais, presentes em áreas de formação recente em planícies úmidas,
quando seus sedimentos são transportados, formam um solo de coloração amarela,
denominado loess. E os Regossolos são típicos de locais com s.

7. Erosão

A erosão nada mais é do que a destruição do solo e seu transporte em geral feito
pela chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo. Ela destrói as estruturas (areias,
argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo e essas são transportadas para partes mais
baixas de relevo, e em geral vão assoreando os cursos d'água.
Esse fenômeno produz efeitos ambientais, sociais e econômicos graves, como
por exemplo, a redução da produção agrícola e de energia, diminuição de água para
abastecimento e outras.
A imagem a seguir, demonstra as etapas do processo de erosão.
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7.1.Tipos de Erosão
A Erosão Pluvial, como o próprio nome indica, é causada pela água das chuvas.
Em menor intensidade, ela provoca apenas a lavagem dos solos, mas, em grandes
proporções, provoca alterações mais intensas, com erosões mais profundas. Quando os
solos estão “limpos”, ou seja, sem vegetação (sobretudo em áreas inclinadas), os efeitos
da erosão pluvial são mais graves.
Erosão Fluvial é causada pela água dos rios, transformando o seu curso em
vales mais profundos do que o seu entorno. Além disso, quando não há uma vegetação
nas margens dos cursos d'água, elas são erodidas pela força das águas, intensificando
processos de assoreamento e alargamento do leito das bacias de drenagem.
A Erosão Marinha é causada pelo desgaste de rochas e solos litorâneos pela
água do mar, contribuindo para a formação de praias e de paisagens costeiras, tais como
as falésias.
Erosão Eólica é causada pela ação dos ventos, que provoca o intemperismo das
rochas e também atua no transporte de sedimentos para zonas mais distantes dos pontos
de erosão. Costuma ser um processo mais lento do que os demais que envolvem a ação
da água.
A Erosão Glacial ocorre com o congelamento dos solos e a consequente
movimentação em blocos. Também atua no congelamento da água que se dilata e
provoca alterações na composição e disposição das rochas e dos solos.
Erosão Gravitacional é um tipo de erosão que costuma ocorrer em localidades
muito inclinadas, como em cadeias montanhosas. Consiste na ruptura e transporte de
sedimentos proporcionados pela ação da gravidade, com a deposição gradual de
partículas de rochas das localidades mais altas para os pontos de menor altitude.

7.2.Formas de Prevenção
As principais Medidas de Controle são: reduzir declividades, o plantio em
curvas de nível, curvas niveladas, a preservação e reflorestamento, a rotação de culturas
e redução das queimadas.
Além disso, outras formas de evitar a erosão são:

 Não retirar coberturas vegetais de solos, principalmente de regiões


montanhosas;
 Realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em regiões
de encosta.
 Planejar qualquer tipo de construção (rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis,
etc.) para que não ocorra, no momento ou futuramente, o deslocamento de
terra;
 Monitorar as mudanças que ocorrem no solo;
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8. Poluição do Solo

O emprego de fertilizantes e defensivos sintéticos no meio rural é um fato


relativamente novo. O uso desses produtos cresceu rapidamente, e se estendeu
atualmente por todas as terras cultiváveis. Com essa utilização, alguns impactos
ambientais imediatos são perceptivos e bem conhecidos, porém existem outros -
principalmente os relacionados aos defensivos agrícolas - que dependem de anos e até
décadas para se manifestarem e para serem avaliados em suas consequências totais.

8.1. Poluição Rural

Até o início da industrialização, os fertilizantes eram quase sempre oriundos da


produção própria e local. Em maior escala, eram adquiridos de produtores na forma de
Salitre de imensos depósitos de guano (excrementos). Sendo todos produtos naturais, a
biodegradação e incorporação dos produtos naturais às cadeias alimentares dos
ecossistemas associados ao solo, eram imediatas e não havia criação de desequilíbrios
ou danos maiores.
A partir da produção do adubo artificial, caiu a barreira física e econômica que
limitava sua disponibilidade, fazendo crescer os riscos de sua acumulação ambiental até
concentrações tóxicas. Nos Estados Unidos, foram realizadas pesquisas desde 1970, que
indicam a presença de várias impurezas - algumas delas na forma de metais pesados, de
reconhecida toxidez, mesmo em teores reduzidos – nos produtos artificiais.

A adição de fertilizantes ao solo visa atender à demanda de nutrientes das


culturas. Em ordem decrescente das quantidades exigidas pela planta, são dezesseis
elementos, principalmente a partir de suas formas minerais ou mineralizadas
encontradas em soluções no solo. Os macronutrientes principais são: nitrogênio,
fósforo, e o potássio. Em seguida, os macronutrientes secundários: cálcio, magnésio e o
enxofre. Por fim, os micronutrientes como ferro, manganês, cobre, zinco, boro,
molibdênio e cloro.
Como em qualquer processo físico, químico e biológico, mesmo quando o
fertilizante é aplicado com a melhor técnica e de modo que seja mais facilmente
assimilável pelo vegetal, a eficiência nunca é de 100%. Mesmo sem entrar em detalhes
sobre o que acontece com vários elementos não incorporados à planta, é fácil intuir que
alguns deles poderão vir a se integrar a corpos de água e outros ficarão no solo,
próximos à superfície em que ocorrem os cultivos. Portanto, a parcela que se fixa ao
solo de produtos artificiais, tende a se acumular em concentrações crescentes, e poderão
fazer com que o solo se torne impróprio.
Os defensivos agrícolas são classificados em grupos, de acordo com o tipo de
praga que combatem (inseticidas, fungicidas, herbicidas, rodenticidas etc.), e foram
sintetizados na busca de um efeito mais duradouro de sua aplicação. Surgiu então o
DDT, em 1939, como o primeiro inseticida organoclorado de elevada resistência à
decomposição no ambiente. Desde então, um grande número deles vem sendo
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sintetizados partindo do objetivo inicial, mas com a preocupação crescente de torná-los


mais específicos quanto aos organismos afetados e menos duradouros, e
consequentemente perderem de eficiência.

O atributo que foi o grande motor de expansão dos defensivos se transforma


cada vez mais na pior de suas características. Entretanto, essa permanência amplia a
oportunidade de sua disseminação pela biosfera, por meio de fenômeno físico, sujando
as cadeias alimentares dos ecossistemas presentes no local de sua aplicação original.
Resultados de pesquisas e expedições científicas começaram a registrar a
presença de defensivos, como o DDT, nas calotas e em tecidos celulares de animais,
especificamente em aves com habitat bastante afastados de sua aplicação costumeira, e
o que é pior, em teores elevadíssimos. Com a circulação das águas e da atmosfera, e
juntamente com o deslocamento dos organismos integrados as cadeias alimentares, há a
explicação da disseminação dos defensivos em escala mundial, em concentrações
elevadas, pois são consequências do que se domina biomagnificação/amplificação
biológica ou bioacumulação. Um exemplo bastante estudado é o do bacalhau das aguas
do Mar Norte, que ajuda a ilustrar o que seria biomagnificação.

Sabemos que a produção de um quilograma (1 Kg) de tecido celular no bacalhau


corresponde a cerca de cem mil quilogramas (100 000 Kg) de vegetais aquáticos
consumidos pelo primeiro consumidor da cadeia alimentar do bacalhau. Em uma
hipótese simplificada, se existe uma substância conservativa não biodegradável ou não
eliminável que fosse transmitida ao longo de toda uma cadeia alimentar, a concentração
dessa substância no bacalhau estaria aumentada cem mil (100 000) vezes em relação ao
do vegetal fotossintetizado.

(Imagem de Bioacumulação)

Ramade (1974) apresenta os efeitos da contaminação do solo por heptcloro em


vários cultivos, transcritos parcialmente na tabela a seguir.
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Espécies Concentração no Solo Concentração no Vegetal


(PPM)* (PPM)

Cenoura 0,190 0,140

Batata 0,190 0,050

Milho 1,000 0,005

Soja 1,000 0110

*Parte Por Milhão

Os efeitos válidos para os defensivos sintéticos em geral, tem incidência indireta


dependendo do agente ativo do qual derivem. A severidade dos efeitos indiretos
depende também da quantidade aplicada a do modo pelo qual essa aplicação é feita.

O manejo integrado de pragas visa controlar as perdas econômicas por meio de


sua redução populacional, e exige um planejamento anterior ao plantio das safras
agrícolas, principalmente se forem utilizados métodos como rotação de culturas, plantio
em faixas, variedades resistentes e outros.

Por esses motivos, se pode pensar em um manejo integrado da agricultura, o


qual harmonize todas as técnicas de produção agrícola dentro do contexto de um único
ecossistema/agro ecossistema.

A abrangência e a complexidade elevada dos efeitos por defensivos na biosfera,


não permite que até agora, pudesse ser vislumbradas medidas corretivas.

Os Inseticidas são divididos em: organoclorados, organofosfados e carbomatos.


A seguir uma breve explicação sobre os mesmo.

Os Organoclorados, de um modo geral, são extremamente persistentes. Como


exemplos, DDT, Aldrin, Heptacloro, etc. Alguns deles, como o DDT, permanecem em
percentuais de mais de 40% decorridos cerca de quinze anos após sua aplicação, já o
Heptacloro, um dos menos persistentes, após os mesmos quinze anos, apresenta
percentual em torno de 15%.

Os Organofosforados, apresentam uma certa seletividade em sua toxidez para os


insetos. Exemplo desses são: Paration, Malation, Phosdrin, etc. E em sua maioria, se
degradam bem mais rápido que os organoclorados.
Já os Carbomatos são específicos em sua toxidez para os insetos e de baixa
toxidez para os vertebrados de sangue quente.
Os Fungicidas são defensivos sintéticos, os quais podem ser exemplificados
por: Sais de cobre (os de uso mais antigo) e os Organomercuriais (de uso restrito às
sementes).
Outro tipo de defensivo são os Herbicidas, exemplificados por derivados do
arsênico (de uso decrescente e limitado), e derivados do ácido fenoxiacetico (2,4D;
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2,4,5T; Pichloram). Uma curiosidade é que os dois primeiros foram utilizados no


Vietnã, em dosagens que são dezenas de vezes superiores às máximas recomendadas na
agricultura, e provocaram efeitos catastróficos sobre a fauna, flora e as populações.
Logo, tanto a produção, quanto o consumo desses produtos vêm sendo proibidos
progressivamente em um número cada vez maior de países. De modo alternativo, se
iniciou a utilização de manipulação genética para conseguir plantas mais resistentes a
pragas. Essas manipulações consistem em cruzar uma planta com outra qualquer para
obter características desejáveis à nova variedade. Nesse processo, se transfere além do
gene desejado, centenas de outros não necessariamente benéficos, ou seja, vários genes
são combinados de uma só vez, sem que haja controle total sobre essa combinação.
O resultado disso foi um produto transgênico, o qual pode ser definido como o
que recebeu um ou mais genes de outro organismo com objetivos específicos. No
Brasil, o plantio e a comercialização de soja transgênica têm sido autorizados por meio
de medidas provisórias editadas pela União. Cabe ressaltar que a questão sobre os
produtos transgênicos não está completamente definida e continua sendo avaliada pala
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBIO).
Os defensores dos produtos transgênicos argumentam que, eles proporcionam
um aumento real de produtividade e de redução de custos operacionais, fator básico para
equilibrar a crescente demanda de alimentos dos países do terceiro mundo.
Por conseguinte, tanto a produção quanto o consumo destes produtos
(fertilizantes, defensivos e inseticidas sintéticos), vêm crescendo geometricamente e
tendem a se manter ou a crescerem mais. Então, se faz necessário - se não for possível
abolir o uso desses produtos em curto prazo – a suma urgência em limitar o uso desses
produtos sintéticos. Além disso, restringido o emprego desses, e substituí-los por
produtos ambientalmente mais seguros, e empregar técnicas de aplicação que reduzam
os custos derivados de sua acumulação e propagação pela cadeia alimentar, protegendo
os que estão no topo da mesma.

8.2. Poluição por Salinização

A salinização é uma forma particular de poluição do solo, pois ocorre com mais
frequência em solos, seja pela natureza do material de origem ou pela maior aridez do
clima, e ainda pelas condições do relevo local. Porém, há um tipo de salinização que
pode ocorrer pela ação antrópica, quando a exploração agrícola é feita com o auxílio de
irrigação.
Em zonas de maior pluviosidade, além da solução aquosa do solo apresentar
menor teor de sais, as precipitações frequentes lixiviam esse sal, devolvendo-o por
infiltração para o lençol freático.
E o resultado é que tem sido frequente, em grandes programas de irrigação, a
salinização e a perda de enormes extensões de solos agricultáveis. O exemplo disso é o
que ocorreu muitas vezes, e mais recentemente no semiárido brasileiro.
A a seguir esquematiza o que ocorre quando a franja capilar formada
pela ação da tensão superficial em um lençol freático, a qual eleva a água com sais em
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solução, até o nível do terreno. Após isso, há a evaporação, que deixa resíduos sólidos
salinos.

8.3. Poluição Urbana

A poluição do solo urbano é proveniente do que vulgarmente se denomina lixo,


o qual é produzido – quase sempre – por atividades antrópicas. O lixo é um resíduo que
pode ser encontras nas fases de sólido, líquido ou gasoso, e podem ser lançados ou
dispostos adequadamente nos limites do território urbano. Eles não só pode acentuar os
problemas de poluição, como causar o empobrecimento nas áreas de onde provêm a
matéria e a energia que, após a utilização no meio urbano, se transformam em resíduos.
Há os resíduos líquidos que atingem o solo urbano e que são provenientes dos
efluentes líquidos de processos industriais e, principalmente, dos esgotos sanitários que
não são lançados nas redes públicas de esgotos. Alguns efluentes industriais e os
esgotos sanitários podem, em pequenas comunidades, ser adequadamente tratados por
meio de técnicas que preveem sua aplicação aos solos sem criar problemas de poluição.
Essas técnicas podem se resumir à simples infiltração dos efluentes de uma fossa séptica
no solo ou constituírem-se de processos mais elaborados e mais modernos.

Por conseguinte, a poluição do solo urbano por resíduos é o problema maior e


mais comum para o qual convém dar atenção especial. Além disso, mais adiante será
abordado sobre a disposição e o tratamento desses resíduos.

A tabela abaixo apresenta a composição do lixo no município de São Paulo


(segundo a LIMPURB, 2003), na qual se observa como essa composição se altera no
tempo, e em razão de uma série de fatores como a crise econômica, os avanços
tecnológicos, a reciclagem de materiais, entre outros.
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Material 1996 1998 2000 2003


Matéria Orgânica 55,7 49,5 48,2 57,5
Papel 16,6 18,8 16,4 11,1
Embalagens - - 0,9 1,3
Plásticos 14,3 22,9 16,8 16,8
Metais Ferrosos 2,1 2,0 2,6 1,5
Metais Não Ferrosos 0,7 0,9 0,7 0,7
Trapos, Panos, Couro e Borracha 5,7 3,0 - 4,1
Pilhas/Baterias - - 0,1 0,1
Vidros 2,3 1,5 1,3 1,8
Terra/Pedra - 0,2 1,6 0,7
Madeira - 1,3 2,0 1,6
Diversos* 2,6 - 9,3 1,0
*Materiais diversos são matérias ainda não utilizadas ou não foram
realizados análises; **Tabela da Composição do lixo(%);

9. Resíduos Perigosos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define resíduo como, qualquer coisa


que seu proprietário não quer mais e que não possui valor comercial. Já o resíduo
perigoso segundo a Agência de Proteção Ambiental norte-americana é:
“O termo resíduo perigoso caracteriza um resíduo solido ou uma combinação de
resíduos sólidos os quais – em decorrência da quantidade, concentração ou
características físicas, químicas ou infecciosas- podem:”
 “Causar ou contribuir significativamente para o aumento da mortalidade ou para
o aumento de doenças sérias irreversíveis incapacitantes;”
 “E significar um perigo presente ou potencial para a saúde humana ou meio
ambiente quando tratado, armazenado, disposto ou usado de maneira
impropria.”

Existem normas e regulamentações que determinam as concentrações máximas


admissíveis desses resíduos, no Brasil órgãos de controle ambiental e a NBR 10 004.
Ademais, segundo a ABNT NBR 10.004, a definição de resíduos sólidos é:
resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades de origem
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de variação. E ficam
incluídos nessa definição, os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. A tabela a seguir,
demonstra a ocorrência e geração de resíduos.
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Setor Fonte Resíduos Perigosos


 Veículos;  Resíduos oleosos;
 Aeroportos,  Solventes
Hospitais, Fazenda, halogenados;
Parques Municipais,  Bifelinas
Serviços, Comércios e etc. policloradas (PBS);
Agricultura  Lavagem a seco;  Resíduos
 Transformadores; patogênicos;
 Resíduos de
pesticidas, e
embalagens
contaminadas;
 Tratamento de  Lodos contendo
Indústrias de Pequeno de metais metais pesados (Ex.
Grande Porte (galvanoplastia, Cromo);
etc.);  Solventes e borras
 Fabricas de tintas; de tintas;
 Processo de extração  Resíduos do
de Bauxita e beneficiamento da
fabricação de bauxita e produção
alumínio; de alumínio;
Indústria de Grande Porte  Refinarias de  Catalisadores e
petróleo; resíduos oleosos;
 Produção de cloro;  Lodos contendo
metais pesados (Ex.
Mercúrio);

9.1.Classificação de Resíduos

Segundo a norma ABNT 10.004/2004, a classificação dos resíduos sólidos se dá


com base em suas características, e são reconhecidos como perigosos, ou quanto à
concentração de poluentes em suas matrizes.
Os resíduos são, então, classificados da seguinte forma: os Resíduos de Classe I
(Perigosos), os de Classe II (não perigosos), e os Resíduos de Classe III (ou inertes, que
são aqueles que não se solubilizam em concentrações superiores aos padrões de
portabilidade de água, quando submetidos a um teste padrão de solubilização).
Os resíduos perigosos (Classe I) são aqueles cujas propriedades físicas, químicas
ou infectocontagiosas podem acarretar risco para a saúde pública (provocando
mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices) e/ou risco ao meio
ambiente, quando forem gerenciados de forma inadequada. Além disso, o mesmo modo,
seus recipientes, pacotes e embalagens também são considerados como fontes
importantes de risco e se enquadram nessa categoria de resíduo perigoso.
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Para que um resíduo seja classificado como perigoso (Classe I), ele deve
apresentar características indicadas nos anexos A ou B da NBR 10.004, resumidos a
seguir.
A corrosão é característica de resíduos que atacam materiais e organismos vivos
devido a suas características ácidas ou básicas intensas. Os resíduos reativos têm como
característica, como o próprio nome diz, a reatividade, que faz com que o resíduo reaja
com outras substâncias, podendo liberar calor e energia.
A explosividade é característica de resíduos que em razão de sua reatividade
muito intensa, podem liberar grande quantidade de energia. Quanto à toxicidade dos
resíduos, há a caracterização dos materiais que agem sobre os organismos vivos,
causando danos a suas estruturas biomoleculares.
A inflamabilidade é característica de resíduos que podem entrar em combustão
facilmente ou até de forma espontânea. Já a patogenicidade dos resíduos são
características biológicas infecciosas de materiais que contém micro-organismos ou
suas toxinas.
A Radioatividade dos resíduos é caracterizada por materiais que emitem
radiações ionizantes.
De acordo com o há outra classificação dos resíduos, eles são divididos
também em, resíduos biomédicos e químicos.

9.1.1. Resíduos Biomédicos

São resíduos provenientes de hospitais, clínicas, laboratórios de pesquisa e


companhias farmacêuticas, como por exemplo, os resíduos cirúrgicos e patológicos,
animais utilizados em experiências e cadáveres, embalagens e resíduos químicos e de
drogas, bandagens, equipamentos e outros resíduos contaminados, panos e tecidos
utilizados em práticas médicas, utensílios usados, tais como agulhas, seringas, etc.
Uma curiosidade que deve ser salientada é que os resíduos químicos e
quimioterápicos, os resíduos orgânicos e resíduos radioativos - por mais que possam ter
sido gerados em atividades relacionadas aos resíduos biomédicos - não são considerados
como resíduos biomédicos. Isso se dá pelo fato de que eles possuem suas
especificidades com relação ao seu manuseio, normas e legislações de os descrevem.

9.1.2. Resíduos Químicos

Materiais originados das indústrias e por atividades cotidianas, os quais podem


ser inorgânicos ou orgânicos, sendo estes persistentes ou biodegradáveis, causando
impactos significativos, tanto na saúde das pessoas, quanto na dos demais seres vivos.
A norma NBR 16.725, é uma norma que complementa a legislação específica
vigente referente a resíduos químicos, pois se aplica aos resíduos químicos classificados
como perigosos pela ABNT NBR 10.004 (Classificação dos Resíduos Sólidos) ou pelas
Regulamentações de Transporte de Produtos Perigosos (Resolução 420- ANTT).

9.1.2.1. Resíduos Radioativos


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Atualmente, no cotidiano há a presença de radiações a todo o momento, e


exemplo disso é a luz solar, a qual é uma energia radiante, e chega à terra transformada
em várias radiações. Essa forma de energia é de fundamental importância, já que a
mesma propicia as reações vitais para a sobrevivência dos seres.

A luz solar faz com que a fotossíntese acontecer, e foi um dos fatores –
prováveis – que originou a vida na terra. Porém, apesar dessas radiações advindas da
energia solar terem pontos positivos que propiciam o desenvolvimento do planeta, essa
luz possuem também efeitos indesejáveis. Efeitos esses que podem resultar em danos
enormes, quando se há a exposições as radiações descontroladas.

Algumas formas de radiações são: alfa (α), beta (β), gama (γ) e raios cósmicos.
A radiação alfa é uma partícula composta por carga positiva (+2), e massa quatro (4), o
que faz com que essa partícula se torne semelhante ao núcleo do hélio. Tal raio possui
pouco alcance, na sua propagação no meio, chegado a um centímetro (1 cm) no ar.

A partícula beta é dotada por uma carga unitária e negativa (-1), chamada
também de elétron, e pode ser bloqueada por uma chapa de metal. Já a radiação gama,
nada mais é que ondas eletromagnéticas, que se assemelham ao raio x e se movem na
velocidade da luz, e ela pode ser bloqueada por chumbo, concreto e grandes volumes de
água. E os raios cósmicos são feixes de prótons de alta energia e possuiu como emissor
o sol.

A radiação gama é também considerada uma radiação ionizante, a qual – cocmo


já mencionado - consiste em ondas eletromagnéticas com energia suficiente para fazer
com que os elétrons se desprendam de átomos e moléculas, alterando sua estrutura, em
um processo conhecido como ionização. Como resultado, eles tornam-se eletricamente
carregados.
Segundo a norma CNEN-NE (1985, gerência de rejeitos radioativos), define a
classificação desses resíduos, a qual é feita com base no estado físico do material,
origem, concentração e taxa de exposição.

Os resíduos radioativos são provenientes de atividades nucleares como a


produção de armas nucleares e energia nuclear. E em usinas nucleares também são
gerados outros rejeitos como água radioativa e gases de exaustão da contenção do
reator.

9.1.2.2. Efeitos da Radiação

São de conhecimento mundial que a exposição à radiação gerada pela fissão


nuclear pode trazer sérios danos à saúde. Os resíduos radioativos podem ocasionar a
destruição das células com o calor e a ionização e fragmentação das células. A
ionização e fragmentação celular implicam em problemas de mutação genética durante
a gestação de fetos, que nascem prematuramente ou, quando dentro do período de nove
meses, nascem com graves problemas de má formação.
Levando em consideração que a radioatividade não se destrói, a medida de
tratamento dos resíduos em questão é o confinamento em local seguro. Para resíduos
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líquidos e gasosos, se toma como procedimento a retenção para redução do nível de


atividade e a separação dos contaminantes radioativos.

É válido ressaltar que, alguns materiais residuais são triturados e prensados, para
ocuparem menos espaço e acondicionados em recipientes que bloqueiam a passagem
dessa radiação, tais recipientes condicionam os materiais em uma matriz sólida de
cimento e aço.
Com o passar do tempo, o resíduo radioativo perde sua radioatividade, por causa
de sua natureza e sua degradação é devido à meia vida. A meia vida, também chamada
de período de semidesintegração de um elemento radioativo, é o intervalo de tempo em
que uma amostra desse elemento se reduz à metade, por conseguinte, a quantidade de
energia emitida por ele, em razão da radioatividade é reduzida. Além disso, esse
processo de redução da massa nunca chega a ser zero. A fórmula (Onde, M é a massa
residual, Mo a massa inicial, ambas em quilograma, e x a quantidade de meias-vidas)
para se encontrar a meia vida do um elemento é a seguinte:

Alguns tipos de procedimentos para o tratamento de resíduos radioativos são:


armazenamento para o decaimento radioativo (meia vida); tratamento por evaporação
(descontaminação dos materiais); imobilização por concretados, resinas de troca iônica
e etc.; compactação e incineração.

O ser humano está exposto á fontes naturais de radiação como já mencionado, e


atualmente por novas fontes desenvolvidas para melhoria da qualidade de vida, porém
outras fontes foram construídas para destruição dos seres.

E a severidade dos danos causados por essa exposição, estão ligados a fonte da
radiação e do tempo de exposição. O controle da exposição deve ser feita por medidas
administrativas, que limitem o acesso à fonte de radiação, e estruturais por barreiras
físicas contendo o acesso difícil às fontes de radiações.

10. Gestão, Disposição e Tratamento de Resíduos


10.1. Gestão
Como já mencionado, existem normas e órgãos regulamentadores no Brasil, que
fazem o controle e monitoramento ambiental no país. Esses órgãos estão no Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA, o qual foi instituído pela Lei 6 938, de 31 de
agosto de 1981), sendo que o mesmo é constituído pelos órgãos e entidades da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo
Poder Público, os quais – basicamente - são: o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA, órgão consultivo); o Ministério do Meio Ambiente (MMA, órgão central);
e o Instituto Brasileiro do Meio ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA,
órgão executor).
É válido ressaltar que, a norma NBR 16.725, fala que o gerador do resíduo
químico deve tornar disponível ao receptor e/ou usuário, um rótulo e uma ficha com
dados de segurança completa dos resíduos químicos, nos quais devem ser relatadas
informações pertinentes quanto à segurança, saúde e meio ambiente.
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10.2. Disposição e Tratamento


Lamentavelmente ainda é comum em muitas cidades, simplesmente lançar e
amontoar o lixo em algum terreno baldio, dando origem aos lixões ou monturos. Além
dos problemas estéticos e de saúde pública, essa prática estimula a catação, com todos
os enormes problemas sociais, e propicia episódios de poluição hídrica e atmosférica.

E com o objetivo de diminuir os problemas do lixo, houve a busca por diversas


formas de disposição dos resíduos perigosos. E para a disposição e o tratamento do
mesmo existe: o aterro sanitário, a compostagem, a incineração, a reutilização e
reciclagem.

O Aterro Sanitário nada mais é que uma forma de disposição final de resíduos
no solo, em um local devidamente impermeabilizado, o qual utiliza princípios
específicos de engenharia para seu confinamento seguro dos resíduos. Isso faz com que
se evitem a contaminação de águas superficiais, pluviais e subterrâneas, os danos ou
riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais.

De acordo com a imagem anterior, no aterro sanitário, o lixo é lançado sobre o


terreno e recoberto com o solo do local, de forma a isolar o ambiente, formando
câmaras. Pela própria movimentação das máquinas de terraplanagem na execução
dessas câmaras, o lixo é compactado e seu volume reduzido. E nessas câmaras é cessada
a biodegradação aeróbia - com o esgotamento do pouco oxigênio existente -
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propiciando a biodegradação anaeróbia, com liberação de gás e de uma substância


liquida escura, constituída pelos resíduos orgânicos apenas parcialmente biodegradados,
denominada chorume.

Entre as desvantagens do aterro está a exigência de extensões de terreno


relativamente amplas. Além disso, exige-se que ele seja instalado em locais em que o
entorno não seja prejudicado por inconvenientes ambientais e paisagísticos que sua
operação pode trazer.
A Reutilização, assim como o nome mesmo diz, é uma técnica que visa a
recuperação dos resíduos. No caso da indústria de tintas, os resíduos mais comumente
recuperados são os solventes e borras, através do processo de destilação.
Já a Reciclagem, é um método que faz com que um objeto se torne em outro
com o objetivo de reutiliza-los, ou seja, reintrodução dos resíduos no processo de
produção. Exemplo disso são as garrafas petes, que são recicladas para fazerem,
vassouras, sofás, decoração, etc. É uma prática que precisa ser difundida pela economia
da energia gasta nos processos de produção, e pela diminuição na utilização de matéria
prima virgem.
A Compostagem é um processo que visa à decomposição da matéria orgânica
contida em restos, é também uma técnica que exige menor área necessária para sua
instalação, e a reciclagem que a propicia. Esse processo tem como resultado final um
produto, ou composto orgânico, que deve permitir sua aplicação no solo sem ocasionar
riscos ao meio ambiente. E para ser aplicado aos resíduos sólidos urbanos, se necessita
de um rigoroso processo de triagem de sua fração orgânica para livrar o composto de
componentes tóxicos e/ou perigosos.
Na próxima figura apresenta um esquema de usinas para compostagem para
regiões com até 60 mil habitantes onde se utiliza a compostagem normal, somente com
reviramento de leiras.
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A Incineração é um processo que reduz o peso e volume do lixo por tratamento


térmico/combustão, cuja operação é realizada acima da temperatura mínima de
oitocentos graus Celsius. Os resíduos hospitalares, por exemplo, devem ser incinerados
e as cinzas jogadas em um aterro sanitário, a fim de evitar contaminação.
A incineração do lixo é vista a seguir, é feita em usinas de incineração, nas quais
o lixo é reduzido a cinzas e gases decorrentes de sua combustão. Por meio de
instrumentação e controle, a combustão pode ser otimizada, de modo a diminuir a
quantidade de matéria apenas parcialmente oxidada, reduzindo os inconvenientes da
disposição dos resíduos sólidos restantes e das emissões gasosas e de fuligem. As cinzas
assim obtidas, em volume bastante reduzido e mineralizadas, podem ser dispostas, sem
inconvenientes, em áreas de dimensões reduzidas.
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Um fato curioso é que, apesar de existirem várias maneiras para evitar a


contaminação do meio, ainda há a possibilidade de poluição de aquíferos e de corpos de
águas superficiais. Pois devido à falha nos sistemas de armazenamento e
monitoramento, se torna fundamental a criação de projetos, construção e manutenção
das instalações para a disposição adequada dos materiais perigosos para que seja feita
da melhor forma possível.
É importante ressaltar que, quando um aquífero é poluído há certo tempo, é
comum a presença de resíduos. Portanto, a despoluição ou remediação, se torna inviável
financeiramente e demorada. Porém, quando não há recursos hídricos alternativos, ou
quando os danos por esses resíduos se tornam inadmissíveis essa medida é adotada.

Quanto ao tratamento dos resíduos, há também o uso da transformação deles em


materiais menos perigosos, e tal processo pode ser classificado como: biológico, físico-
químico ou químico. A determinação da alternativa de tratamento mais viável para cada
local deve ser feita levando em conta não só os custos envolvidos, mas também as
características socioeconômicas da região, além do custo ambiental.
Para grandes comunidades, dificilmente uma solução única será suficiente,
portanto é necessário realizar um estudo para aperfeiçoar a localização das várias
unidades, de modo a minimizar os custos e os impactos envolvidos.
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11. Bibliografia

Básica

1. Luis Fernando Espinosa Cocian, “ Engenharia, Uma Breve Introdução” .


2. Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT).

Complementares

1. “O meio terrestre”, disponível em


<https://www.passeidireto.com/arquivo/2153098/aula-6---meio-terrestre-e-
poluicao-do-solo>;
2. “Poluição do solo”, disponível em
<http://www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/CienciasAmbienteAndrea/MaterialDa
Disciplina/Aula12_Poluio_do_Solo_2011-1.pdf>;
3. “Manual de resíduos”, disponível em<http://web-
resol.org/textos/manual_residuos.pdf>;
4. Krukemberghe Divino Kirk da Fonseca Ribeiro, “A Poluição do Solo”,
disponível em <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/poluicao-
solo.htm>;
5. “Erosão”, disponível em
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/erosao.htm>;
6. João Cunha, “Manual de Solos e fertilizantes”;

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