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4-Válvulas de Controlo PDF
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VÁLVULAS DE CONTROLO
22.1. Introdução
Uma válvula de controlo é um dispositivo mecânico destinado à regulação de caudais de
fluidos. Basicamente trata-se de um orifício de área variável, através do qual se escoa o fluido, e
cuja secção é feita variar de acordo com o caudal pretendido. Na Fig. 22.1 dá-se o exemplo de
uma válvula de controlo, desenhada em corte.
A válvula de controlo constitui normalmente o elemento final de uma cadeia automática de
controlo de um processo. Há também válvulas projectadas para trabalhar especificamente em
regime de tudo ou nada (válvulas on/off(1)) e outras destinadas a serviço manual. Neste capítulo
será utilizada a palavra válvula para designar qualquer destes tipos de válvulas.
haste de comando
empanque obturador
flange
sede corpo
1
Embora a palavra “on” não conste do dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências, ao constar nele a
palavra “off”, será aqui utilizada a expressão “on/off” com o significado de aberta/fechada.
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
V. de macho esférico
V. rotativas V. de segmento cilíndrico
V. de segmento esférico
A. de diafragma
V. pneumáticas
A. de êmbolo
A. de motor rotativo
tipo de actuador V. eléctricas
A. de solenóide
V. hidráulicas
V. manuais
V. flangeadas
ligação ao processo V. de bolacha
V. de parafusos
V. de abertura rápida
V. lineares
características V. de igual percentagem
V. de abertura lenta
V. hiperbólicas
Numa válvula linear a secção do orifício é modificada por meio de um movimento rectilíneo da
haste de comando, enquanto que numa válvula rotativa a haste de comando efectua um
movimento angular. Não confundir o deslocamento linear da haste com a característica linear,
descrita adiante. Na Fig. 22.3 apresenta-se o aspecto de algumas das válvulas descritas.
640
22. VÁLVULAS DE CONTROLO
641
22. VÁLVULAS DE CONTROLO
actuador actuador
fluido fluido
•
Letra igual a:
letra
A - motor pneumático
H - motor hidráulico
M - motor eléctrico
S - solenóide
A. manual A. de diafragma A. motorizado
Na Fig. 22.6 representa-se uma válvula de controlo com actuador de diafragma, e uma válvula
de controlo com actuador de diafragma e posicionador. Repare-se que no caso em que existe
posicionador, que é o caso mais vulgar, o sinal de comando proveniente do controlador ou da
estação manual é injectado no posicionador, existindo um “feedback” da posição da haste de
comando da válvula. Note-se a entrada para o sinal de comando no posicionador, na válvula de
borboleta da Fig. 22.3.
sinal de
sinal de comando
comando A – actuador
2
V – válvula
P – posicionador
A 1 – posição da haste A
2 – comando do
actuador 1 P
V V
a) b)
642
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° ° °
kv
2
Água doce industrial, com temperatura entre 5 e 30 ºC
643
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1,00
kv/kvs
0,90
0,80
linear
0,70
igual 0,65
0,60
0,50 percentagem 0,52
0,40
0,30
0,20 0,19
0,10 0,14
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 H/H100
A válvula linear, quando submetida a uma variação da sua abertura, origina uma variação de
caudal proporcional à variação de abertura. A válvula de igual percentagem dá origem a uma
variação de caudal proporcional ao valor percentual de kv. Assim, por exemplo, na válvula de
igual percentagem da figura, a variação de H/H100 de 0,20 Æ 0,30 origina uma variação de kv/kvs
de 0,14 Æ 0,19 (44,3%); a variação de H/H100 de 0,70 Æ 0,80 origina uma variação de kv/kvs de
0,52 Æ 0,65 (44,3%).
As curvas características de uma válvula dependem do conjunto sede+obturador. No entanto a
obtenção de características com uma forma desejada é obtida também do modo seguinte:
1. Modificando a forma do obturador. Como exemplo citam-se as válvulas “V-port” que são
válvulas de segmento esférico, em que este leva um corte com a forma de um V.
2. Utilizando um “feedback” não linear do posicionador. Esta solução é corrente nas válvulas
pneumáticas, em que a realimentação da posição é feita por meio de uma came (mecânica).
3. Interpondo entre a saída do posicionador e o actuador um algoritmo gerador de uma curva.
Este método é usado nos posicionadores electrónicos.
Os fabricantes americanos não utilizam a nomenclatura aqui apresentada, embora os conceitos
sejam equivalentes. Em vez do parâmetro kv utilizam um parâmetro equivalente Cv, que é
definido de modo análogo mas em unidades americanas.
Para uma determinada válvula (diâmetro nominal DN e tipo), define-se o coeficiente de
escoamento Cv como sendo o caudal de água que por ela passa, expresso em galões por minuto,
quando a diferença de pressão montante / jusante é de 1 PSI.
Um pequeno cálculo conduz à relação:
Cv = 1,167 kv (22.2)
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1,00
kv/kvs
0,90
0,80
0,70 1 - Abertura rápida
0,60 2 - Linear
1 2 3
0,50 3 - Igual percentagem
0,40 4 - mista (linearizada na
0,30 origem e igual
0,20 percentagem)
0,10 4
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 H/H100
Fig. 22.9 – Mais características típicas de válvulas
tubagem
forne- consu-
cedores bomba válvula midores
característica
da bomba
∆p 1,00
0,90
(relativo)
0,80
0,70 diferença de pressão
montante / jusante, ∆pv0
0,60
0,50 na válvula (∆pv) ∆pv100
0,40
0,30 queda de pressão
0,20 na tubagem
0,10
0,00
Q/Qmax
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Fig. 22.11 – Quedas de pressão no circuito hidráulico
Define-se autoridade da válvula pela relação entre a diferença de pressão montante/jusante com
a válvula completamente aberta e a mesma diferença de pressão com a válvula completamente
fechada, ou seja,
∆pv100
pv = (22.3)
∆pv0
A característica operacional de uma válvula depende da curva característica inerente e da
autoridade da válvula, como se indica na Fig. 22.12. Repare-se que a válvula linear apresenta
características operacionais semelhantes às características inerentes de uma válvula de abertura
rápida. Nas características operacionais deixa de se representar em ordenadas kv/kvs, uma vez
que nesta situação ∆ p não é constante e igual a 100 kPa, mas varia com a abertura.
1,00
q=Q/Qmax 0,90 0.6
0,80
0.4
0,70
0,60 pv=0.2
0,50 pv=1.0
0,40
0,30 0.8
0,20
0,10
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 h=H/H100%
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
G G
1,2 3,5
1,0 3,0
0,8 2,5
2,0
0,6
1,5
0,4
1,0
0,2
0,5
0,0 0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 h 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 h
a) válvula com a dimensão correcta b) válvula sobredimensionada
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
22.4.1 Cavitação
A cavitação é um fenómeno físico que se manifesta nos líquidos em movimento rápido, onde
devido ao aumento de velocidade associado a uma diminuição da secção da veia líquida, há uma
grande baixa de pressão. Poderá então ocorrer a ebulição do líquido, que poderá originar
desprendimento violento de bolhas de vapor. As bolhas assim formadas, ao seguirem as linhas
de corrente, entram a seguir em regiões onde a pressão volta a aumentar, e colapsam originando
picos de pressão elevados, que poderão atingir pontualmente valores da ordem de 104 MPa,
dando origem a ondas de choque esféricas. Se estas ondas se formarem junto às paredes das
válvulas estas vão sendo picadas, o que irá dar origem a erosão das superfícies e mesmo a furos.
Se o líquido contiver partículas em suspensão, dá-se também a projecção destas sobre as
paredes da válvula, agravando ainda mais o fenómeno.
Além de danificar a superfície interna das válvulas, a cavitação dá origem a ruídos intensos e
desagradáveis.
A cavitação pode ser atenuada não permitindo que a pressão do fluido desça substancialmente,
podendo até ser completamente eliminada se não se deixar que a pressão desça abaixo da tensão
de vaporização do líquido.
A redução da cavitação pode ser feita de modos diversos, nomeadamente:
• Pela modificação do circuito hidráulico de forma a que a válvula não seja instalada
numa zona em que a pressão possa ser muito baixa (se tal for possível).
• Colocando a jusante da válvula uma placa perfurada que introduza uma perda de carga,
de modo a aumentar a contra pressão na válvula, reduzindo assim o seu ∆p.
• Utilizando válvulas com multi-queda de pressão ou com vários orifícios.
• Utilizando materiais e revestimento das superfícies internas da válvula adequados.
22.4.2 “Flashing”
O “flashing” é um fenómeno também devido à vaporização do líquido por efeito da baixa de
pressão, diferindo da cavitação pelo facto de não haver em seguida um aumento suficiente da
pressão, passando assim o líquido ao estado gasoso e nele permanecendo. A pressão final do
fluido é inferior à tensão de vaporização do líquido. O “flashing” pode provocar vibrações da
válvula e ruído, embora as suas consequências não sejam tão graves como as da cavitação. A
redução do “flashing” faz-se usando técnicas análogas às utilizadas para a cavitação.
Na Fig. 22.14 representa-se a perda de carga no circuito hidráulico próximo da válvula para os
casos em que não há nem cavitação nem “flashing”, para o caso em que há cavitação e para o
caso em que há “flashing”.
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
Pressão
estática
pressão a pressão
montante a jusante
percurso
Fig. 22.14 – Pressão estática em válvulas com cavitação e flashing
22.4.3 Ruído
O ruído produzido numa válvula de controlo é devido à sobreposição de vários factores, dos
quais os mais importantes são os dois últimos mencionados, a cavitação e o “flashing”, com
particular importância para a cavitação. Válvulas destinadas ao controlo de caudal de gás
também poderão dar origem a ruído, designado por ruído aerodinâmico, chamando-se ruído
hidrodinâmico ao que é introduzido pela passagem de líquidos através das válvulas.
Além de legalmente não ser permitido um valor de ruído superior a 80 dBm(3), o ruído incomoda
e nos líquidos é um indicador da existência de cavitação. Na tabela seguinte apresentam-se os
valores máximos do ruído hidrodinâmico para que não haja cavitação.
O método de cálculo do ruído hidrodinâmico produzido por uma válvula de controlo encontra-
se especificado na norma alemã VDMA 24422. e faz intervir o Cv da válvula, as pressões a
montante e jusante, a tensão de vaporização e o diâmetro nominal.
A norma alemã indica também como se calcula o ruído aerodinâmico.
Os fabricantes de válvulas apresentam geralmente o ruído sob a forma de gráficos.
3
O ruído deve ser medido a 1 m da superfície da tubagem, a 1 m a jusante da flange de saída da válvula.
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
22.4.4 Corrosão
Designa-se por corrosão o ataque químico, por parte do fluido em escoamento, aos constituintes
de um equipamento. Nas válvulas a corrosão ataca o corpo, o obturador e até a própria sede. A
corrosão origina um aumento da rugosidade no interior das paredes e um aumento da secção
interna, degradando as características do escoamento. Em casos extremos poderá conduzir à
rotura das paredes da válvula e consequentemente à sua inutilização.
A corrosão poderá ser atenuada de duas formas: Adicionando ao fluido um produto
neutralizante (se tal for possível) ou seleccionando adequadamente os materiais do revestimento
interno da válvula, do obturador e da sede.
Repare-se que a corrosão é um fenómeno químico, sendo devida ao ataque químico das paredes
da válvula pelo fluido, enquanto que a cavitação é um fenómeno físico: são as ondas de choque
e as projecções de partículas, líquidas ou sólidas, que danificam as paredes da válvula.
22.4.5 Incrustações
Chamam-se incrustações a depósitos de minerais sobre a superfície interna da válvula, ou de
outro equipamento. Normalmente estes depósitos são de materiais calcários, sendo frequentes
em válvulas de água. As incrustações provocam uma diminuição da secção interna, redução que
pode ser elevada. Provocam ainda um aumento da rugosidade das superfícies internas. O
conjunto destes dois factores pode conduzir a perdas de carga elevadas, com a consequente
degradação das características.
As incrustações poderão ser atenuadas de diversas maneiras: Adicionando ao fluido um produto
anti-incrustação (se tal for possível), seleccionando o material de revestimento interno da
válvula ou efectuando uma manutenção correctiva com a frequência adequada.
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
Válvula para fluidos abrasivos Æ usar válvula linear revestida interiormente a neoprene, a
PTFE ou outros. Por vezes a válvula é constituída por uma tubagem maleável (neoprene,
PTFE,...) que para fechar é apertada pelo obturador da válvula.
Válvula controlo de precisão Æ usar válvula de segmento esférico – Este tipo de válvula tem
características instaladas superiores às das válvulas de outro tipos, apresentando uma melhor
precisão para o controlo. Actualmente os fabricantes estão a construir válvulas de segmento
esférico para quase todo o tipo de aplicações.
Além do corpo propriamente dito deverá ainda escolher-se o tipo de ligação ao processo:
válvula flangeada, de bolacha, roscada, ou soldada. Em qualquer dos caso é importante saber-se
qual a pressão nominal PN da tubagem, quando da selecção da válvula. Note-se que para
pressões e temperaturas de fluidos elevadas, como acontece em caldeiras de produção de vapor,
as válvulas deverão ser soldadas às tubagens.
Há duas séries de tubagens, e consequentemente de válvulas: a série Europeia, DIN(4), e a série
Americana ANSI(5). Qualquer delas é identificada pelo diâmetro nominal DN, em milímetros na
série DIN e em polegadas americanas na série ANSI. A norma japonesa, JIS, especifica
dimensões iguais às das normas europeias. Na tabela seguinte indicam-se as dimensões
nominais das tubagens e válvulas.
ANSI ½ ¾ 1 1½ 2 3 4 5 6 8 10 12
DIN 15 20 25 40 50 80 100 125 150 200 250 300
ANSI 14 16 18 20 24 28 32 36 40 48 54 60
DIN 350 400 450 500 600 700 800 900 1000 1200 1400 1500
Na tabela que se segue dá-se uma indicação dos materiais a utilizar nas válvulas em função do
tipo de fluido:
Fluido Material
Águas limpas, Lixívias negra ou verde, Hidróxido de cálcio,
Aço ANSI 316
Pastas de papel lavada ou crua, Vapor, Ar, derivados do petróleo
Pasta branqueada (ClO2), Hidróxido de sódio, vapor com SO2 Aço ANSI 317
Dióxido de cloro, Hipoclorito de sódio Titânio
Cloro gasoso, SO2 gasoso Hastelloy
4
Deutsche Industrie Norm
5
American National Standards Institute
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
p1 − p2
q = Fp × Fr × kv × (22.7)
Gl
em que q caudal do líquido, expresso em m3/h.
Fp Factor de geometria da tubagem.
Fr Factor do número de Reynolds.
kv coeficiente de escoamento (europeu, não é o Cv).
p1 pressão a montante, expressa em bar.
p2 pressão a jusante, expressa em bar.
Gl densidade do fluido: Gl = ρ /ρ0. Gl = 1 para a água.
O factor Fp depende dos diâmetros nominais da válvula e da tubagem, sendo em primeira
aproximação Fp = [(DNválvula/DNtubagem)2-1]×[(h/hmax)2-0.2]+1, em que h é o curso da válvula.
O factor Fr é função do número de Reynolds:
Re=[1, 10, 102, 103, ≥104] Æ Fr=[0.055, 0.18, 0.50, 0.95, 1]
p1 − FF × pv
q = Fp × Fr × kv × (22.8)
Gl
em que os símbolos têm o mesmo significado que anteriormente, sendo ainda:
pv tensão de vaporização do líquido à temperatura de entrada.
po pressão crítica termodinâmica.
FF = 0.96 − 0.28 × pv / po
w = 31,86 × Fp × kv × Y × ( p1 − p2 ) ρ1 (22.9)
p1 − p2
q = 487 × Fp × kv × p1 × Y × (22.10)
p1 × Gg × T1 × Z
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
FpCv
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
22.6. Actuadores
Chama-se actuador, de uma forma genérica, ao órgão que instalado num processo trabalha de
modo a modificar-lhe as variáveis características. O actuador está quase sempre integrado no
elemento final de uma cadeia de controlo. Neste capítulo serão apenas abordados os actuadores
de posição, dispositivos mecânicos destinados a comandar a haste de uma válvula. Como se
referiu na secção 22.2, os actuadores podem classificar-se, de acordo com o tipo de energia que
utilizam, em pneumáticos, eléctricos, hidráulicos e manuais. Apenas se descreverão os
eléctricos e os pneumáticos. Consoante o tipo de corpo de válvula ao qual será aplicado, um
actuador será linear ou rotativo.
mola
ar de comando diafragma
mola
ar de comando
haste de comando
indicador local
indicador local
a) ar a fechar b) ar a abrir
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
ajuste do curso
êmbolo
cilindro
haste ou pistão
entrada de ar
de comando
Válvula posicionador
de borboleta
ajuste do curso
Binário/mínimo
1.5
1.4
1.3
1.2
1.1
1.0
válvula válvula
aberta 0.9 fechada
0 20 40 60 80 α /º
Fig. 22.18 – Binário de um actuador de êmbolo rotativo
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
4. caixa de ligações
6. comando manual
2. unidade de controlo de emergência
3
⇓
3. ligação à válvula
Repare-se na existência de um volante para abertura ou fecho manual da válvula. Para efectuar
esta operação que habitualmente é uma emergência, levanta-se primeiro a patilha existente no
centro do volante. Provoca-se assim o desacoplamento mecânico entre o motor e o sem fim que
liga ao planetário, ficando este sob comando manual. Normalmente só se consegue voltar à
situação inicial automática (accionamento por motor e volante desactivado) depois de se
desligar a energia de alimentação do motor.
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
Um dispositivo importante existente nestes actuadores é o travão, que pode ser mecânico ou
electromagnético. O travão destina-se a evitar que o actuador, devido à inércia, ultrapasse a
posição pretendida quando é retirada a energia ao motor.
Existem também interruptores de fim de curso que indicam válvula aberta ou fechada. Quase
sempre estes fins de curso se encontram duplicados, sendo um par (aberta-fechada) para
protecção da válvula e outro par para indicação remota. Existe também um indicador local de
posição (mecânico, à base de rodas dentadas), com indicação adicional de válvula aberta e
válvula fechada, e um indicador remoto de posição, através de um potenciómetro.
Num actuador existem ainda interruptores de binário máximo, a abrir e a fechar, para protecção
da válvula e do próprio actuador, em caso de bloqueio mecânico na válvula. Para se detectar o
binário máximo o sem fim é apoiado nas extremidades em molas. No caso de haver algum
bloqueio na válvula, a roda planetária obriga o sem fim a efectuar um deslocamento axial que
acciona um contacto que provoca o desligar do motor de accionamento. É possível efectuar o
ajuste do ponto de contacto. Há modelos de actuadores com medição de binário em contínuo.
Estes actuadores dispõem de protecção térmica do motor, que é medido por meio de um
termistor ou então de um bimetálico. Nas unidades de grandes potências existe uma resistência
eléctrica de aquecimento, destinada a evitar a condensação de humidade.
Os actuadores podem receber diversos tipos de sinais de comando, desde o clássico 4-20 mA,
passando por impulsos de tensão (para abrir e para fechar), RS-232, RS485, HART e sinais
digitais Fieldbus.
Todos os sinais são geridos através de uma unidade de controlo.
Os actuadores têm habitualmente uma caixa de protecção à prova de explosão e à prova de água.
Apenas a título de referência, as velocidades de rotação (para a. rotativos) correntes vão desde
4 a 180 rot/min. A gama de potências dos motores encontra-se entre 0.025 kW até 45 kW e a
gama de binários de 10 Nm a 32000 Nm.
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
orifício orifício
aberto fechado
a) v. fechada b) v. aberta
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
22.7. Posicionador
Como se disse na introdução, e se mostra na Fig. 22.6b), a função do posicionador consiste em
colocar a haste de comando da válvula na posição pretendida, por meio de uma realimentação
da posição. O sinal com a informação sobre a abertura da válvula é injectado no posicionador.
Como é muito vulgar a utilização de sinais em corrente de 4-20 mA, indica-se a seguir o
esquema de um posicionador electro-pneumático. Este recebe um sinal de comando em corrente
e fornece um sinal pneumático ao actuador. Uma configuração típica é a indicada na Fig. 22.21.
O sinal de entrada, corrente I, é ligado à bobina (15) que se encontra entre os pólos de um íman
permanente (16). Esta corrente origina uma força sobre a bobina, que por sua vez dá origem a
um binário na alavanca (17) da balança de forças, proporcional à corrente I. O “feedback” da
posição do veio do actuador (8) é comunicado à balança de forças através de uma came (5), de
uma alavanca (4) e de uma mola, produzindo sobre a balança um binário de sentido oposto ao
da bobina. A tubeira (18) detecta esta diferença de binários. Assim, se por exemplo a corrente I
aumentar a bobina desce, a tubeira fica mais obstruída e a pressão de ar na câmara (acima de 2)
aumenta, obrigando a um movimento descendente do pistão (2). Este movimento obriga ao
movimento também descendente da haste (10), o que provoca uma redistribuição do ar de
alimentação (S) pelas faces do êmbolo do actuador, através das tubagens (C1) e (C2). Devido a
esta redistribuição o actuador move-se, vencendo todas as forças resistentes, incluído o atrito,
parando numa posição correspondente á desejada. A mola (13) dá uma indicação preliminar do
movimento do pistão (2). Sobre este encontra-se um parafuso (12) que permite efectuar o ajuste
de zero. A gama é ajustada através do potenciómetro (20).
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22. VÁLVULAS DE CONTROLO
22.8.1 Especificação
Ao especificar uma válvula de controlo, para efectuar uma encomenda, deverá indicar-se o
seguinte:
• Tipo de corpo da válvula – ex. linear de guilhotina, de macho esférico, ...
• Tipo de ligação ao processo – Flangeada, de bolacha, soldada, roscada.
• Aplicações especiais – criogénica, alta pressão, baixo ruído, ...
• Pressão de operação – ex. PN25, para uma pressão no corpo de 25 bar.
• Diâmetro nominal – de acordo com a norma DIN, eventualmente ANSI. Ex. DN 100.
• Material do corpo – ex. aço ANSI 316, Hastelloy, ...
• Materiais das peças internas – revestimento interno do corpo, material do obturador.
• Tipo de sede e seu material – ex. Hastelloy, teflon, ...
• Tipo de actuador e características – pneumático, eléctrico. Indicar a força e o curso (a. linear)
ou o binário e o n.º de voltas (a. rotativo), ar a abrir a fechar ou duplo (a. pneumático), ...
• Tipo de posicionador – pneumático ou electro-pneumático (para actuador pneumático), se é
para controlo contínuo ou válvula on/off, ...
• Acessórios – lista de peças de reserva que garantam a reparação imediata da válvula, em
caso de avaria.
O número de fabricantes de válvulas de controlo é muito elevado, superior ao milhar, pelo que
muitas vezes se torna difícil escolher uma determinada válvula. Recomenda-se contudo limitar a
escolha às marcas que habitualmente a fábrica utiliza e com as quais se encontra satisfeita.
Para uma consulta sobre fabricantes de válvulas de controlo recomenda-se que se faça uma
pesquisa na Internet procurando a frase “control valves”. Repare-se na quantidade imensa de
resultados obtidos. Alguns “sites”, como por exemplo http://www.valves-ez.com/valves/,
contêm uma base de dados sobre fabricantes de válvulas de controlo.
22.8.2 Instalação
Andes de proceder à instalação de uma válvula de controlo, deverá ler-se o “Manual de
Instalação” que acompanha a válvula. Em linhas gerais convirá observar os pontos seguintes,
quando aplicáveis, que dizem respeito a uma válvula flangeada:
• Verificar que as flanges se encontram instaladas na tubagem, e que o seu alinhamento e
afastamento correspondem à válvula a instalar.
• Efectuar uma sopragem da tubagem de modo a garantir que todas as partículas metálicas são
removidas antes da instalação.
• Transportar a válvula para o local em que será instalada, suspensa pelo corpo. Não passar o
laço de suspensão nem pelo seu interior nem pelo actuador. Não colocar as mãos ou os dedos
no interior do obturador, na zona de passagem do fluido. O transporte deverá apenas ser feito
na altura da instalação.
• Retirar as protecções que normalmente estão colocadas sobre as flanges da válvula.
663
22. VÁLVULAS DE CONTROLO
• Posicionar a válvula entre as flanges, tendo em atenção o sentido de passagem do fluido, que
deverá coincidir com o que se encontra indicado na válvula.
• O actuador não deve ficar colocado do lado de baixo da válvula, para evitar sujidade e
corrosão pelas fugas de fluido que eventualmente possam ocorrer nas juntas de ligação, e
também para minimizar o desgaste do seu veio por partículas que eventualmente sejam
transportadas pelo fluido, que têm tendência a concentrar-se na parte inferior da tubagem.
• Entre as flanges da tubagem e as da válvula deverão ser colocadas juntas de vedação
adequadas. Ao apertar os parafusos de união das flanges que não se deve forçar a tubagem.
Não exceder o binário de aperto máximo permitido: convém lembrar que mais tarde a
válvula terá que ser retirada, para manutenção.
• Verificar que existe ar de instrumentação, seco, sem óleo e com a pressão adequada.
• Verificar que a válvula, depois de instalada, responde aos comandos de abrir e de fechar.
22.8.3 Manutenção
Convém distinguir entre a manutenção preventiva e a manutenção correctiva. Em relação à
manutenção preventiva deverá existir um plano de manutenção das válvulas (integrado no plano
de manutenção fabril geral). Deverá também existir um conjunto de peças de reserva, que deve
ser criteriosamente fixado tendo em conta o número de válvulas em serviço, a sua fiabilidade e a
rapidez com que se podem obter peças. Os procedimentos a ter em consideração deverão ser os
constantes do plano de manutenção da instrumentação fabril, que deverá respeitar o “Manual de
Manutenção” referente à válvula. Convém observar que muitas vezes a instalação fabril poderá
apenas parar um ou dois dias por ano, e que é apenas nessa altura que se podem substituir as
válvulas. Convém também salientar que uma paragem não planeada é extraordinariamente cara,
pelo que deverá haver uma grande fiabilidade do equipamento. De um modo geral antes de
retirar uma válvula para manutenção convirá observar os pontos seguintes:
• Verificar se há necessidade efectiva de retirar a válvula da tubagem ou se a manutenção pode
ser feita no campo.
• Não retirar a válvula do processo sem a devida autorização, e sem ter a garantia que linha se
encontra despressurizada.
• Ter em atenção o peso da válvula, que deverá estar convenientemente apoiada antes de
remover os parafusos de aperto. Ao suspender a válvula que vai ser retirada não passar o laço
de suspensão nem pelo seu interior nem pelo actuador. Relembra-se aqui que, com mais
importância do que para a instalação, não se devem colocar as mãos ou os dedos no
interior do obturador, na zona de passagem do fluido. O desligar de um tubo pneumático ou
de um condutor de 4-20 mA pode fazer a válvula fechar em fracções de segundo.
• Depois de retirada da tubagem a válvula deverá ser levada para a oficina, onde será reparada
ou efectuada a manutenção preventiva, que deverá incluir uma verificação da calibração.
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