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Prótese Fixa

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Prótese Fixa

.....material meramente didático, fruto da experiência e prática vivida em laboratório de prótese e


também em pesquisas amparadas em bibliografia específicas e artigos correlatos avulsos. Objetivando
o estudo e a aplicabilidade na reabilitação protética estética e funcional fixa do aparelho mastigatório.

A metodologia da prática aplicada, esta fundamentada na racionalidade profissional, na ética


e na responsabilidade social.

Conserve-o com carinho, leia-o atentamente pois o mesmo poderá ajudá-lo a entender os fundamentos,
e encontrar soluções práticas e inteligentes para casos simples e complexos que envolvam reabilitação
por prótese fixa.

Prof: Romildo
César Rocha

Matemático e Técnico em Prótese


Dentária

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Prótese Fixa

“Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos


enclausurados dentro dela. A máquina que produz abundância
tem nos deixado na penúria. Nossos conhecimentos fizeram nos
céticos; nossa inteligência, empedernida e cruel. Pensamos em
demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de inteligência ,
precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será
de violência e tudo será perdido.”

Charles Chaplin

(Trecho de O Último Discurso)

Introdução ao estudo da prótese fixa

A palavra “Prótese” veio dos radicais Gregos “Prós” e “Theni”, que significam, respectivamente
“para” e “lugar”. Assim, etimologicamente, Prótese indica a colocação de alguma coisa, em algum
lugar.

Na medicina a palavra Prótese é empregada para designar a reposição de uma parte perdida do
corpo, por uma estrutura artificial substituta, e na odontologia para indicar a substituição de um ou mais
dentes naturais perdidos.

Prótese dental ciência e arte que proporciona substitutos adequados para as porções coronárias
de um ou mais dentes naturais perdidos e também partes circunvizinhas. Tem por finalidade restaurar a
função mastigatória, a estética, o conforto e a saúde do paciente.

A Prótese Dentária é uma especialidade resultante da harmoniosa combinação de leis cientificas,


aliadas aos princípios estéticos da arte. O importantíssimo ramo da odontologia, sob o ponto de vista
científico é regido pelas complexas leis biomecânicas, cujas causas e efeitos se entrelaçam com as
demais ciências afins, para formar as teorias e os princípios.

Do ponto de vista da arte a Prótese Dental obedece aos princípios canônicos da beleza, para dar
vida aos aparelhos inanimados que substituem os órgãos dentais perdidos.

A Prótese Fixa “do tipo ponte” é um tipo especial de aparelho protético, denominado aparelho
fixo dentossuportado, levando em consideração a transmissão dos esforços mastigatórios, sua fixação
e o seu caráter estacionário.

A Ponte Fixa, por ser um aparelho que deve ser fixado nas coroas ou raízes dos dentes pilares ou
suportes, não pode ser retirada facilmente pelo seu portador, e nem por cirurgiões Dentistas.

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Portanto, a ponte fixa deve ser vista como sendo uma barra real, invisível, camuflada por
dentes artificiais objetivando substituir os dentes naturais perdidos. Esta barra é fixada nas raízes, ou
coroas de dentes naturais adjacentes, ou ainda em bases cirúrgicamente implantadas e, suspensa no
espaço protético, compartilhando com seus pilares os movimentos e as pressões mastigatórias.

Definimos espaço protético, como sendo a região alveolar de onde foram retirados dentes
naturais.

Considerações gerais sobre Prótese Fixa

Willian Hunter, pesquisador da ciência Odontologia, observando trabalhos protéticos fixos


instalados em pacientes adultos, verificou que os mesmos não tinham durabilidade, pois os dentes
suportes invariavelmente contraíam moléstias periapicais, periodontais ou cáries. Neste período, seus
contemporâneos chegaram a condenar categoricamente a indicação deste tipo de aparelho protético.

Este conceito errôneo, a falta de aceitação por parte de certos profissionais, tem seguidores até
nossos dias. Hunter inconformado com este preconceito persistiu em descobrir as verdadeiras causas
dos fracassos e as conseguiu depois de muitos anos de trabalho.

Willian Hunter concluiu que as infecções periapicais que inutilizavam as Próteses Fixas vinham
dos condutos radiculares mal obturados, núcleos mal posicionados. As doenças periodontais, vinham
das coroas retentoras mal adaptadas nos colos dos dentes suportes, as cáries eram causadas pela
ineficiência dos preparos das cavidades, a perda da adaptação era devido ao uso de ligas metálicas
inadequadas.

Depois, de concluídas as pesquisas, e anos de rigoroso controle, ficaram demonstrados


definitivamente que a Prótese Fixa nada tinha a ver com a causa dos fracassos, mas sim, a falta de
conhecimento e orientação para se trabalhar com esta modalidade de Prótese, aparecendo assim, os
princípios e requisitos necessários para a indicação e confecção de uma Prótese Fixa.

Contribuição da prótese fixa para a saúde oral

Como vimos, os dentes naturais são perdidos por diversos motivos. Quando isto ocorrer o dente
perdido deve ser substituído o mais rápido possível, para que seja mantida a saúde oral do indivíduo ao
longo de sua vida.

A aplicação da prótese fixa torna-se o método mais eficaz para essa substituição por levar ampla
vantagem sobre as demais próteses de reposição dental.
Os implantes dentários têm substituído satisfatoriamente as raízes perdidas possibilitando maior
eficácia na reabilitação protética fixa. Desta forma a prótese fixa tem contribuído grandemente com a
odontologia reparadora, e a auto estima do indivíduo.

Princípios Básicos para Confecção de Ponte Fixa

1- Observação do equilíbrio fisiológico dos elementos de suporte.


2- Preparo correto dos elementos de suporte.
3- Proteção da dos tecidos moles.

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4- Contorno anatômico correto de seus elementos.


5- Observação da articulação e da oclusão normal de seus elementos.

Objetivos da Prótese Dental Fixa

1- Correção das condições anormais da arcada dentária.


2- Restauração parcial ou total do aparelho mastigatório e tecidos circunvizinhos.
3- Preservação do aparelho mastigatório em condições normais pelo maior tempo possível
4- Prevenção de doenças e anomalias do aparelho mastigatório.
5- Busca da harmonia do arco dental sob o ponto de vista funcional me estético.

Requisitos que a prótese fixa deve obedecer

1- Equilíbrio articular.
2- Espaço para uma perfeita higienização.
3- Resistência sem comprometer a estética e a função.
4- Perfeita funcionalidade.
5- Distribuição racional de seus retentores.

Equilíbrio articular

Equilíbrio articular é estabelecer certo nivelamento da parte coronária dos elementos do arco a ser
reabilitado, em relação ao plano de oclusão. A Prótese Fixa deve restabelecer o equilíbrio articular, que
é condição primária na confecção de qualquer trabalho protético. Sabemos que os dentes quando
dispostos no arco dentário estão normalmente sujeito à ação de varias forças, sendo estas, verdadeiras
forças de ação e reação e que atuam nas direções: ocluso-gengival, gengivo-oclusal, disto-mesial,
mesio-distal, vestíbulo-lingual, línguo-vestibular. Apesar disto o dente não se move do seu lugar,
porque a resultante das forças atuantes é sempre igual à zero, em face do equilíbrio que se estabelece
entre os mesmos.

Quando algum dente perde o ponto de contato com seu vizinho ou com o correspondente do arco
oposto (antagonista), estas forças entram em desequilíbrio e conseqüentemente o dente é deslocado de
sua posição normal.

Quando o arco dental permanecer por muito tempo sem substituição de dentes ausentes, também
haverá migração dos dentes vizinhos e conseqüentemente a destruição do plano articular, provocado

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por giroversão, inclinação e extrusão, causando assim o surgimento de diastemas. Uma das funções da
Prótese Fixa é evitar ou corrigir este desequilíbrio funcional, reconstruindo e equilibrando o articulado.

Higienização

A Prótese Fixa (Ponte) deve ser confeccionada de modo a facilitar ao máximo sua higienização,
não apresentando superfícies retentivas, pois estas retenções por menores que sejam sempre retêm
resíduos alimentares, o que é altamente prejudicial à saúde dos tecidos gengivais.

Resistência

A Prótese Fixa (Ponte) dever ser confeccionada suficientemente sólida, para não se torcer e nem
se romper. Do ponto de vista mecânico a ponte fixa é uma viga engastada em ambas as extremidades,
são cabíveis, portanto os estudos da mecânica, aplicados a fim de confeccionarmos um aparelho
suficientemente resistente, sem comprometimento da estética e com perfeita funcionalidade.

Estética

A Prótese Fixa deve satisfazer plenamente a estética e oferecer conforto ao seu portador. Portanto
na substituição dos dentes anteriores devemos evitar o emprego de metais em exposição
principalmente nas faces vestibulares.

Distribuição Racional dos Retentores

A Prótese Fixa deve proteger os dentes que lhe servem de suporte. O número de retentores deve
ser proporcional ao número de pônticos e deve estar de acordo com a lei de “ANTE”.

Funcionalidade

Os dentes artificiais devem ter forma anatômica, tamanho e cor adequados à arcada do paciente,
para que possa funcionar dentro da normalidade, e ainda apresentar-se perfeitamente articulados e
balanceados. Portanto, mesmo para substituição de um só dente, devemos levar em consideração todos
estes fatores, considerando cada caso, e estuda-lo cuidadosamente sob os ângulos que acabamos de
analisar.

A contribuição da Prótese Fixa para a saúde oral do indivíduo é inquestionável, pois vêm ao
longo do tempo proporcionando bem estar e autoconfiança aos seus portadores, bem como a satisfação
dos profissionais que as constroem.

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Como vimos os dentes naturais são perdidos por diversos motivos. Quando isto ocorrer o dente
perdido deve ser substituído tão rápido quanto possível, para que seja mantida a saúde oral do indivíduo
ao longo de sua vida. O método mais eficaz para substituição de dentes naturais são as Próteses Fixas e
os implantes dentários, por levarem vantagens sobre as demais próteses de reposição. As vantagens das
próteses fixas para a reabilitação oral mastigatória são inúmeras:

1 - É fixada ou colada em seus pilares impossibilitando-as de serem deslocadas, danificada ou mesmo


engolida.

2 - Do ponto de vista funcional é a que mais aproxima dos dentes naturais, por não ter volume incomum
ou adicional que perturbe as relações orais.

3 - Do ponto de vista mecânico, seu rendimento mastigatório em termos percentuais aproxima-se muito
do rendimento dos dentes naturais, quando bem elaboradas.

4 - Distribui as forças que incidem sobre si, entre os pilares protegendo-os de tensões nocivas ao seu
sistema de suporte.

5 - Transmite tensão funcional normal aos pilares, de modo a estimular favoravelmente os tecidos de
suporte.

Forças atuantes na arcada dentária, de interesse protético

Força gengivo-oclusal

É uma força vetorial vertical que tem origem nos tecidos alveolares e se dirige para a face oclusal
ou linha incisal dos dentes. É provocada pelas tensões internas do alvéolo.

Força ocluso-gengival

É também uma força vetorial vertical que tem origem na face oclusal ou linha incisal e se dirige
para o interior do alvéolo, é provocado pela força de mastigação.

Força mésio-distal

É uma força vetorial horizontal exercida no sentido antero-posterior, tem origem na face mesial
dirigindo para face distal do dente, e é provocada pela ação dos lábios.

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Força disto-mesial

É também uma força vetorial horizontal exercida no sentido póstero-anterior, tem origem na face
distal dirigindo-se para a face mesial do dente, e é provocado pela ação da musculatura dos ramos
posteriores da mandíbula e maxila.

Força línguo-vestibular

É uma força vetorial horizontal exercida no sentido do interior-exterior do arco dentário, tendo
origem na face lingual ou palatina dirigindo-se para face vestibular do dente. É provocada pela ação da
língua sobre os dentes.

Força vestíbulo-lingual

É também uma força vetorial horizontal exercida no sentido exterior-interior do arco dentário
tendo origem na face vestibular, dirigindo-se para a face lingual ou palatina do dente. É provocada pela
ação dos lábios e bochechas.

Princípios mecânicos relacionados com pontes fixas

Segundo Gilbert Fish, um aparelho protético para ser biologicamente aceitável, deve ter o seu
desenho e a sua construção, baseados em leis mecânicas.

Um aparelho protético, quando fixado na boca, devido ao seu caráter estacionário pode ser
considerado como uma estrutura estática, sob o ponto de vista da engenharia. Denomina-se estrutura
estática a um corpo que se encontra em equilíbrio, isto é, as forças externas que atuam sobre ele têm
resultante zero.

As reações que se passam entre o aparelho fixo e suas bases pilares, no que concerne ao
equilíbrio, podem ser analisadas pelas leis de Newton sobre Dinâmica. Isto é, as forças externas que
atuam sobre ele, têm resultado zero.

1ª Lei - Quando um corpo está em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, a resultante de todas
as forças exercidas sobre o mesmo é nula.

2ª Lei - A aceleração de um corpo é proporcional à força exercida sobre ele, e atuam na mesma direção
e sentido, e é inversamente proporcional à massa deste corpo.

F = m.a

3ª - Se um corpo exerce uma força sobre o segundo, e este sobre o primeiro com a mesma intensidade,
mas em sentido contrário, então haverá equilíbrio.

A B

Esta última lei é enunciada, também, do seguinte modo: a ação e reação são forças iguais e
opostas. O equilíbrio que se verifica entre as forças de mastigação e dentes suportes do aparelho é
explicado por meio da terceira lei: a reação dos dentes neutraliza a ação da força de mastigação.

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Interpretação Biológica dos Princípios da Mecânica, aplicados à Prótese fixa

O estudo das forças que atuam na mastigação, o conhecimento da duração do seu efeito e da sua
magnitude deu à prótese dentária uma base científica, especialmente para os trabalhos de próteses fixas.
Os fundadores desse ramo de estudo, dentro da especialidade protética, segundo Bruhn, foram
Riechelmann e Rumpel porque já em meados do século XIX, chamaram a atenção para a necessidade
da interpretação biomecânica dos trabalhos de próteses fixas. O primeiro autor a medir a força de
mastigação foi o italiano Borelli que em 1861 publicou uma notável obra intitulada "Mediciones de la
pression mastigatória". E, em 1870, Sawer, tratou também do problema da medição da força de
mastigação, dando um cunho científico à prótese dental da época. Modernamente, o assunto foi
estudado também com interesse por muitos autores, destacam se entre eles, os nomes de Hildebrand e
Klaffenbach.

Determinação da força de mastigação visando a construção da ponte Fixa

Os processos de medição da força de mastigação podem ser por meios direto, indireto e
fisiológico. O processo de avaliação direta (método direto) consiste em determinar a força de
mastigação do paciente diretamente, fazendo-o "morder” o aparelho de medição. Segundo Bruhn há
dois tipos fundamentais de aparelhos de medição: o unilateral ou de Haber e o bilateral ou
gnatodinamômetro.

Hildebrand e Tholuck consideraram o esforço de mastigação de dois modos: esforço absoluto ou


teórico que depende dos músculos elevadores da mandíbula, e o esforço real, que depende da condição
atual do arco dental. Segundo Hildebrand o esforço real depende ainda do grau de abertura da boca,
porque a ação dos músculos de mastigação está em direta relação com o estado de tensão dos mesmos.
Por esse motivo, Haber acha que nunca se pode obter, por método direto, o esforço máximo de
mordida. Como muito bem observa Maxwell, o esforço real depende também do ponto de aplicação da
força da resistência dos periodontos. Em estudo recente com gnatodinamômetro, enumeram-se 8 fatores
que influem na obtenção da força de mastigação:

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Fatores que influem na tomada da força de mordida

1- O tipo do gnatodinamômetro usado.


2- A sensibilidade e o estado da membrana periodontal.
3- O hábito da mastigação.
4- A posição do apoio.
5- A estrutura óssea.
6- A separação dos arcos.
7- A condição patológica.
8- A cooperação do paciente

Método indireto

Método indireto ou de Kholer-Etling consiste em colocar entre os arcos dentais na região dos molares, uma
lâmina de estanho de 0,2 cm de espessura e uma esfera de aço de 0,573 cm de diâmetro e pedir ao paciente
para efetuar um ato mastigatório com toda a intensidade. A seguir, retirar a lâmina e medir o diâmetro da
depressão deixada pela esfera e verificar na tabela o valor correspondente.

Método fisiológico

O método fisiológico baseia-se na verificação de que cada centímetro quadrado dos músculos de
mastigação pode suportar, perfeitamente, uma carga de 10 kg. Como a soma de todos os músculos
elevadores da mandíbula é da ordem de 40 cm quadrados, os autores admitem que o esforço de
mastigação pode atingir o valor de até 400 kg.

Distribuição de forças sobre uma viga, relacionados às pontes fixas

Na engenharia, ao projetar uma ponte admitem-se cinco tipos diferentes de forças ou cargas que
podem atuar. Analisando esses tipos de cargas nota-se que ocorre também nas pontes odontológicas a

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mesma distribuição de esforços. As cargas consideradas são: concentrada, repartida, não repartida
uniformemente, repartida e concentrada e carga indireta.

1º - A carga é concentrada quando atua em um único ponto da viga. Em Odontologia este tipo de
esforço ocorre no trauma oclusal por contato prematuro em alguma cúspide de algum dente.

2º - A carga é repartida quando atua igualmente em toda a extensão da viga. Em Odontologia esse
tipo de carga ocorre quando os arcos estão em oclusão cêntrica e perfeitamente balanceados.

3º - A carga é, repartida de forma não uniforme, quando a distribuição de cargas ao longo de uma
viga é desigual. Em Odontologia verifica-se esse fenômeno no ato da oclusão não balanceada.

4º - A carga repartida e concentrada em Odontologia se verifica freqüentemente no lado ativo,


durante a mastigação, devido às cúspides dos dentes.

5º - A carga indireta em odontologia é representada pelo bolo alimentar. Os esforços de


mastigação são transmitidos à ponte, por meio indireto.

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Reação dos dentes frente aos esforços mastigatórios

Inicialmente, serão analisadas as forças que incidem paralelamente ao longo eixo dos dentes.
Quando um dente unirradicular está sujeito a uma força vertical, o dente sofre uma compressão para o
fundo do alvéolo, em direção paralela ao longo eixo do dente. Nestes casos, as fibras periodontais que
têm disposição oblíqua em relação ao longo do eixo dos dentes, transformam os esforços de
compressão em esforço de tensão. Como o osso alveolar responde mais favoravelmente ao esforço de
tensão do que de compressão, os esforços de mastigação não são prejudiciais.

Maxwell estudou a localização de cada dente do arco sob o ponto de vista dos esforços
mastigatórios no sentido do longo eixo. Esquematiza para isso uma alavanca interpotente, que
representa uma mandíbula, onde a potência é representada por um cordel com peso, a resistência pelos
dentes, e o côndilo pelo ponto de fixação.

Como se pode demonstrar matematicamente, para um dente neutralizar uma força P, quanto mais
perto estiver de P, mais força ele despende. Assim, apresenta vantagem mecânica quanto mais distal
estiver um dente, mas apresenta desvantagem biológica porque, os seus ligamentos alvéolo-dentário
recebem mais esforços. Para compensar este fato, os dentes molares têm sempre maiores superfícies
periodontais. O inverso também é verdadeiro: quanto mais mesial um dente estiver, tanto menos
esforço precisa para neutralizar e mesma força P; daí levar vantagem biológica e desvantagem
mecânica.Como foi observado, para as forças exercidas no sentido do longo eixo (vertical) dos dentes,
os órgãos dentais estão capacitados a suportar até um valor bastante considerável, mas não acontece o
mesmo com as forças horizontais. As forças horizontais são aquelas que incidem no sentido bucolingual
ou vice-versa, e mesio-distal ou vice-versa, que produzem efeitos prejudiciais de alavanca nos dentes.

Estuda-se então o que acontece nas regiões da membrana peridental quando se aplica uma força F
horizontal sobre um dente. Este gira ou tende a girar em torno do eixo P que fica, geralmente, na altura
do terço apical. Como conseqüência, os ligamentos das regiões A e C sofrem uma compressão, ao passo
que, os das B e D sofrem uma tensão. Nos dentes birradiculares, o ponto P está fora e entre as raízes,
também na altura do terço apical.

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Os estudos histopatológicos feitos por Schwarz demonstram que a membrana peridental de um


dente em perfeita saúde é bem mais grossa do que o dente que está fora da função mastigatória. Num
dente, a membrana peridental do lado que recebe a força é mais espessa do lado oposto ao que não está
sob esforço. O autor por meio dessa diferença de espessura da lâmina peridental ao longo da raiz,
determinou o eixo de rotação.

Esse mecanismo de espessamento da membrana peridental a uma força anormal vai até o limite
de tolerância, que depende da condição local e geral do paciente, assim como da natureza da força que
atua.

As raízes dos dentes, pela constituição anátomofisiológica da membrana peridental, lembram um


sistema hidráulico: os vasos sangüíneos e os linfáticos atuam como amortecedores dos choques
mastigatórios. Se estes esforços forem muito grandes e ultrapassarem o limite de tolerância, podem
ocasionar distúrbios no sistema capilar, diminuindo a resistência e por conseqüência há possibilidade de
infecção.

As forças horizontais surgem normalmente a partir dos esforços de mastigação, devido à


inclinação das cúspides dos dentes. Num arco dental normal com todos os elementos dentais presentes,
as forças são neutralizadas por outras, de igual valor, mas de sentidos contrários, na altura dos pontos
de contanto, conforme a 3ª lei de Newton, nos dentes posteriores.

Nos dentes anteriores, devido à inclinação dos longos eixos dos mesmos, as forças horizontais
resultantes das forças de mastigação não são absorvidas totalmente. Origina-se de cada dente uma
pequena força horizontal no sentido mesial cuja soma recebe o nome de componente anterior. Quando
um dente perde o ponto de contato ou o contato oclusal, perde também o equilíbrio e inicia a migração.

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O componente anterior é neutralizado pela ação do lábio superior sobre as faces vestibulares e
também pelas formas das raízes dos dentes anteriores, que são triangulares. Por este fato, cerca de 2/3
dos ligamentos peridentais, estão no lado palatino, assim, pela constituição, os dentes anteriores
superiores suportam mais forças no sentido anterior.

No arco inferior, os pontos de contato dos incisivos neutralizam as forças no sentido lingual
devido à curva do arco na parte anterior.

Hildebrand, Tholuch e Klaffenbach estudaram separadamente a ação das forças de mastigação


em bocas parcialmente desdentadas e sua reabilitação através das pontes fixas. Chegaram todos, mais
ou menos, às mesmas conclusões e que são as seguintes:

1 - A perda de um ou mais dentes reduz o esforço mastigatório do lado.

2 - A pressão mastigatória de um paciente diminui gradativamente com o decorrer do tempo.

3- Uma reação desfavorável se passa nos tecidos de suporte e na região adjacente à área desdentada.

4 - As relações interoclusais normais se alteram com a perda dos dentes.

5- A substituição de um dente ausente restabelece em parte a pressão mastigatória.

6- Com o correr do tempo, a força de mordida aumenta, paulatinamente, na boca restaurada


proteticamente.

7- Com a restauração protética nunca se consegue restaurar completamente a pressão mastigatória

8- A pressão de mordida indicada pelo gnatodinamômetro é uma avaliação de tolerância da membrana


peridental e não uma indicação dos esforços combinados de todos os músculos de mastigação.

9- Esforço anormal é a causa mais freqüente dos fracassos em pontes fixas, muito mais do que
sobrecarga.

10- Dos diferentes tipos de prótese, a ponte fixa é a que melhor restaura a força de mordida.

11- Os pacientes de maior força física, geralmente, exercem maior pressão mastigatória.

12- As mulheres geralmente exercem menor pressão mastigatória do que os homens.

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Planejamento e definição do número de pilares para uma ponte fixa

O planejamento de uma ponte fixa está diretamente ligado às condições de saúde do periodonto, e
o número de dentes-suporte necessários para sua fixação e estabilização depende da extensão do
aparelho, da sua localização no arco dental, da natureza dos dentes-suporte, e da forma de implantação
das raízes no osso alveolar.

Geralmente, um dente no estado normal tem capacidade para resistir a duas vezes o esforço de
mastigação que recai sobre ele, sem causar nenhum prejuízo para o seu sistema de suporte. Assim, uma
ponte fixa simples poderá substituir no máximo dois dentes ausentes consecutivos, sem sobrecarregar
os elementos-suporte.

Segundo Ante, o cálculo do número de dentes-suporte necessários para uma ponte fixa, dever ser
baseado relacionando-se as áreas periodontais dos dentes suportes e dos dentes a serem substituídos.

Portanto, para que a ponte fixa funcione normalmente, o número de dentes-suporte deverá ser de
tal ordem que a soma das áreas periodontais dos dentes suportes nunca seja menor do que as áreas
periodontais que tinham os dentes ausentes a serem substituídos.

A fim de poder efetuar o cálculo para indicação do número necessário de suportes, vamos
apresentar a tabela das áreas periodontais:

Tabela de ANTE

Dentes Superior Inferior


(mm2) (mm2)
Inc.Central 139 103

Inc. Lateral 112 124


Canino 204 159
I Pré-molar 149 130
II Pré-molar 140 135
I Molar 335 352

II Molar 272 182

Com estes elementos, pode-se calcular o número de retentores necessários em relação ao espaço
protético, e fazer indicação ou contra-indicação do aparelho, com segurança. Uma ponte fixa, após a
fixação, deve encontrar-se em equilíbrio, isto é, as forças externas que atuam sobre ela (forças de
mastigação) devem ser, no mínimo, igual ou menor às de reação (resistência do dente) a fim de o
segundo neutralizar o primeiro. Quanto maior for a diferença entre essas duas forças, em favor da
resistência, maior será a durabilidade do aparelho devido a menor sobrecarga.

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Prótese Fixa

Pontes fixas

São aparelhos protéticos, composto de uma barra de reforço interno e de dentes artificiais
dispostos de maneira a formar uma ponte entre os dentes pilares, destinados a substituir dentes naturais
perdidos, devolvendo ao paciente a satisfação de ter sua arcada dentária novamente composta com os
dentes ausentes, melhorando sua fonética sua mastigação, a estética, o conforto e saúde e, acima de
tudo sua auto-estima. A ponte fixa pode perfeitamente substituir um ou vários dentes ausentes.

Existem sistematicamente dois tipos de aparelhos protéticos para reposição de dentes naturais
perdidos, os aparelhos protéticos removíveis e os aparelhos protéticos fixos, conforme o nome sugere,
este tipo de aparelho é cimentado ou colado às raízes ou coroas dos dentes suporte ou ainda sobre
bases implantadas. Nenhuma discussão sobre Prótese Fixa será completa se não atentarmos para os
detalhes de seu sistema de suporte que poderão ser dentossuportado, implantossuportado ou uma
combinação de ambos.

Classificação das pontes fixas

Na classificação das pontes fixas, diversos fatores devem ser levados em consideração dentre
eles, os principais são:

1- Fixação dos retentores.


2- Distribuição dos retentores.
3- Posição do aparelho em relação ao arco dental.
4- Sua construção.
5- Sua maneira de fixação.

Segundo a fixação os aparelhos podem ser simples ou composto e chamados de Ponte Fixa
Simples ou Ponte Fixa Composta.

Ponte Fixa Simples - Por sua vez pode ser: rígida, semi-rígida e de extremo livre ou cantilever.

Rígida - Quando é fundida em monobloco ou ter suas partes unidas por meio de solda.

Solda

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Prótese Fixa

Semi-rígida - Quando é fundida em partes ou seccionadas e sua união é feita por meio de encaixe ou
attachment.

Extremo livre ou cantilever - Quando a união com os dentes subseqüentes é feita por meio apenas do
ponto de contato ou sem contato quando não há dente subseqüente.

Ponte Fixa Segundo a Fixação

Ponte Fixa Simples - A ponte fixa é simples quando possui apenas dois retentores, um em cada
extremidade. A ponte fixa simples é rígida quando o aparelho é colado nos retentores não permitindo
nenhum movimento entre as partes, e é semi-rígida, quando permite ligeiros movimentos por meio de
encaixes.

A ponte fixa é de extremidade livre quando o aparelho possui um retentor apenas, numa das
extremidades.

1) rígida

2) semi-rígida

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Prótese Fixa

3) extremidade-livre

Ponte Fixa Composta – A ponte fixa é composta quando o aparelho é constituído de três ou mais
retentores, definindo suas secções. Podendo ser rígida ou amovível.

A ponte fixa composta é rígida quando sua fixação é feita por meio de colagem não permitindo
nenhum tipo de movimento. E amovível quando a fixação é obtida por meio de encaixes, permitindo
ligeiros movimentos. Ou seja, uma parte fixa e outra móvel.

1 - Rígida

2) amovível

Elementos constituintes da ponte fixa

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Prótese Fixa

A prótese fixa do tipo ponte é composta dos seguintes elementos:

1 - Retentor

2 - Conector

3 - Pôntico

Os retentores são as partes que se encarregam da fixação da ponte aos pilares e se classificam
segundo o preparo, e segundo a posição.

Classificação dos retentores

A- RETENTOR SEGUNDO O PREPARO.

A1- Coronário

A 1.1 Extra Coronário (Coroa total, bandas ou aletas de colagem)

A1.2 Intra coronário Restauração Parcial do tipo MOD

A1.3 Radicular (Coroa com núcleo em monobloco)

B - RETENTOR SEGUNDO A POSIÇÃO.

B1-PRINCIPAL

B2-SECUNDÁRIO

B3-TERCIÁRIO

Obs: Os retentores podem em ser em forma de coroas totais, restaurações parciais MOD, ou
aletas, no caso das pontes fixas adesivas.

Retent 1-Retentor primário


2-Retentor secundário
3-Pôntico
4-Conector
5-Conector

Conectores - São as partes que que fazem a união entre os elementos da ponte fixa, podendo serem
rígidos ou semi-rígidos.

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Prótese Fixa

Pônticos - São os elementos suspensos no espaço protético, e que substituem os dentes naturais
ausentes.

Neste capítulo estudaremos os vários tipos de núcleos com finalidade exclusivamente protética,
dando maior ênfase aos mais resistentes e mais acessíveis aos que necessitam deste tipo de trabalho.
Embora pareçam simples sua confecção e seu emprego, escondem certas peculiaridades que podem
comprometer toda uma reabilitação protética, tanto do ponto de vista estético como do mecânico-
funcional

Núcleos com finalidade protética

Para facilitar o entendimento sobre este assunto, vamos separa-los em dois grupos distintos.

Núcleos diretos

São núcleos feitos pela técnica direta, executados exclusivamente pelo cirurgião dentista
diretamente no dente a ser preparado na boca do paciente. Por ser um procedimento exclusivamente
clínico, não cabendo aí portanto a participação do TPD.

Fazem parte deste grupo “os núcleos ósseos ou dentários”, feitos a partir da própria estrutura
dentária, onde o cirurgião dentista, utilizando-se de brocas e lâminas adequadas lapida o dente,
reduzindo seu volume, dando-lhe a forma de um micro dente ou núcleo, com a finalidade de suportar e
fixar uma prótese. E ainda os núcleos por adição de materiais específicos como os núcleos estéticos
diretos fibro-resinosos

Núcleos indiretos

São confeccionado pela técnica indireta nos laboratórios de prótese dentária, a partir de padrões
previamente esculpidos sobre modelos de gesso (modelo de trabalho) ou diretamente sobre a raiz do
dente, e posteriormente fundidos com ligas metálicas apropriadas.

Normalmente metais de média e baixa fusão, por se tratarem de ligas macias e fáceis de serem
usinadas. E ainda os núcleos estéticos indiretos, fundidos em cerâmicas aluminizadas específicas para
esta finalidade.

Classificação dos núcleos metálicos

Quanto ao número de raízes a que se destinam os núcleos metálicos fundidos podem ser:

Unirradiculares, Birradiculares,Trirradiculares

Podendo os mesmos serem confeccionados em um só bloco, ou divididos em duas ou três partes,


quando o caso requerer. Isto se dá quando não houver um plano de inserção radicular por haver
acentuada divergência entre as raízes.

Deste modo devemos construí-los de maneira que ao serem cimentados na raiz , tornam-se um
monobloco, com suas partes justapostas em um encaixe perfeito.

Núcleos Metálicos Fundidos

19
Prótese Fixa

A porção radicular do padrão para núcleo metálico fundido é moldada em resina acrílica dura-lay,
por tornar-se rígida e não sofrer deformações durante todo o processo, e sua porção coronária pode ser
esculpida tanto em cera para escultura, tipo II, quanto em resina acrílica dura-lay preparando assim os
padrões para serem fundidos em metais apropriados.

Sempre que for necessário confeccionar um núcleo metálico fundido, nos encontramos frente a
dentes com perda total ou parcial de coroa.

Sua porção coronária deverá ser compatível em forma e volume com a futura coroa que se
pretende confeccionar, respeitando os princípios biológicos e funcionais que envolvem uma reabilitação
protética.

Para os dentes posteriores, a porção coronária deverá ser uma miniatura da futura coroa,
apresentando cúspides e sulcos, devendo ser respeitado espaços interoclusais suficientes e convenientes
a uma correta anatomia da coroa artificial que será colocada sobre ele. Suas paredes axiais deverão ser
quase paralelas, com uma leve conicidade no sentido cérvico-oclusal proporcionando condições de
retenção máxima.

Nos dentes anteriores, além do formato anatômico, serão necessários espaços compatíveis com a
necessidade estética, bem como espaço funcional para a tão importante guia anterior.

O dente é definido como unidade individual funcional, sujeita a diversas influências


biomecânicas. Dessa forma pode-se observar que é de fundamental importância que o núcleo metálico
fundido seja planejado e confeccionado nos moldes da futura coroa.

Além destas considerações, outras deverão ser analisadas para que se obtenha sucesso no preparo
do padrão, principalmente na parte intra-radicular que deverá acompanhar a anatomia do canal radicular
e o seu comprimento. Se nos basearmos inicialmente, nos princípios, aos quais nos referimos
anteriormente, e nos que comentaremos a seguir, vamos obter um núcleo dentro dos padrões exigidos
para futuramente, receber uma prótese fixa e proporcionar que a mesma possa participar corretamente
das atividades funcionais a que se destina.

A experiência sugere que quanto mais longa for a porção radicular do núcleo, maior será a
retenção e o suporte e, como conseqüência, a diminuição de tensão em relação às paredes internas do
preparo.

O objetivo de se instalar núcleos intra-radiculares é: proporcionar retenção e suporte para a coroa


artificial, principalmente contra as forças dirigidas lateralmente durante os movimentos mastigatórios.
Proporciona também o paralelismo entre vários dentes pilares quando da instalação de uma ponte fixa
extensa.

Quatro fatores devem ser analisados para uma retenção adequada de um núcleo: comprimento,
inclinação, diâmetro e característica superficial.

Comprimento - como regra geral, o comprimento da porção intra-radicular deve atingir 2/3 do
comprimento da raiz, e a porção coronária deve ser igual ou menor que a porção intra-radicular.

Inclinação - suas paredes axiais devem ter uma discreta conicidade no sentido sérvico-incisal,
facilitando assim o encaixe da futura coroa.

20
Prótese Fixa

Diâmetro - o diâmetro da porção intra-radicular do núcleo metálico é importante na retenção da


restauração e na sua habilidade para resistir aos esforços transmitidos durante a função mastigatória.
Quanto maior o diâmetro do pino, maior será a retenção e resistência, porém enfraquecerá
potencialmente as paredes da raiz, compatibilidade coronária.

Etapas da Confecção de Núcleos Metálicos Fundidos

1 - Tirar as retenções do conduto radicular.

2 - Isolar o conduto radicular

3 - Reembasar o palito de resina

4 - Fazer a ceroplastia da porção coronária

5 - Fazer a inclusão no revestimento

6 - Desidratar o revestimento no forno

7 - Executar a fundição

8 - Fazer a usinagem

Obs: Os núcleos metálicos fundidos devem receber apenas abrasões com pedras montadas e
jateamento com óxido de alumínio, não devem receber polimento algum, para não dificultar a retenção
do núcleo à raiz e da prótese ao núcleo.

Núcleos protéticos estéticos

Quando executamos um trabalho protético em dentes anteriores com acentuada transparência,


podemos verificar a interferência na passagem e na reflexão da luz através do conjunto coroa-núcleo, e
a importância disto em relação à estética, nestes casos a substituição de núcleos metálicos por núcleos
estéticos são bem vindas. Apesar das controvérsias em relação à sua segurança sabermos que os
mesmos também podem oferecer resistência inquestionável, desde que alguns cuidados fundamentais
sejam rigorosamente seguidos.

Uma das alternativas de núcleos estéticos indiretos é o sistema Cosmo-Post desenvolvido pela
IVOCLAIR.

Citaremos a seguir os cuidados que devemos tomar, o que devemos fazer e o que não podemos
fazer, para obtenção de próteses estéticas e ao mesmo tempo seguras. Para isto utilizaremos núcleos
estéticos feitos em cerâmica injetada, que utilizam Post’s pré-fabricados à base de óxido de zircônio
como sustentação. São obtidos através do sistema EMPRESS, que utiliza pastilhas de cerâmica à base
de vidro cerâmico contendo óxido de zircônio, sendo totalmente compatíveis entre si.

O processo de construção dá-se pelo reembasamento do Post de zircônia com cera, a construção
da porção coronária dá-se também pelo envolvimento do Post com cera para escultura. Obtida a forma
do núcleo o mesmo é incluído em revestimento refratário, transcorrido o tempo necessário este cilindro

21
Prótese Fixa

de revestimento contendo a peça incluída é levado ao forno de desidratar, para que a cera seja
eliminada, em seguida o mesmo é transferido para o forno de injeção de cerâmica, para que a mesma
seja prensada.

Ato contínuo, a pastilha de cerâmica fundida é injetada no interior do cilindro formando os


núcleos com a cerâmica da pastilha ocupando o espaço deixado pela cera. Completado o processo e
resfriado o cilindro os núcleos são desincluídos e dado acabamento com abrasivos cerâmicos deixando-
os em condições para serem cimentados nos condutos radiculares dos pilares.

Podemos ainda construir núcleos estéticos de forma indireta utilizando fibras de carbono,
polietileno ou fibras de vidro, que também são reembasados com líquidos resinosos fotoativados. Esta
mesma técnica pode ser executada de forma direta pelo cirurgião dentista, em seu local de trabalho,
neste caso os núcleos obtidos serão sempre menos confiáveis.

Reconhecimento de preparo com finalidade protética

Entendemos por preparos com finalidades protéticas, os desgastes executados nos dentes naturais
obedecendo a princípios mecânicos que permitem a recepção de uma peça protética sem que sob a ação
as forças mastigatórias a mesma sofra deslocamentos de sua posição.

O preparo de dentes pode ter finalidade terapêutica, visando à restauração de um dente cariado
ou fraturado, e finalidade protética, com o objetivo de permitir a adaptação retenção e fixação de uma
prótese. Estes preparos tanto podem ser feitos em dentes hígidos, quanto em dentes desvitalizados que
já foram submetidos a tratamento endodôntico, fator que depende tanto do planejamento, quanto da
indicação do tipo de prótese a ser executada. Os preparos com finalidade protética podem ser
classificados em:

Preparo extra coronário ou periférico: São preparos em que o dente é desgastado só no limite de
esmalte (coroa clínica), não havendo aprofundamento de sulcos ou boxes próximos da dentina, são
preparos específicos para colagem de bandas retentoras de pontes fixas adesivas, facetas laminadas e
alguns tipos de coroas totais.

Preparo intra coronário ou central: São preparos em que o dente é desgastado além do esmalte
podendo haver aprofundamento de sulcos, boxes ou canaletas de retenção. São preparos específicos
para restaurações parciais do tipo MOD, MO, e OD. São feitos em forma de caixa, envolvendo faces
do dente que podem se estender da face mesial, passando pela face oclusal e indo até a face distal do
dente preparado. Neste tipo de preparo as paredes pulpares e axiais podem se aproximar da polpa dental
em diferentes graus. É indicado para paciente com baixa tendência à cárie, em dentes bem posicionados
e com oclusão satisfatória. Pode ser indicado como elementos isolados, como retentores de pontes fixas
pequenas (máximo de três elementos).

Preparo para Restauração Ocluso-Distal (O.D)

É um preparo em forma de caixa que se estende da face oclusal a face distal do dente preparado.
Servem como receptáculo de Face restaurações
Oclusal parciais para reconstrução das faces oclusal e distal
reconstituindo seus pontos de contato oclusal e distal comFace
o antagonista
vestibular
e dentes remanescentes.

Face
Lingual
Face Distal

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O. D.
Prótese Fixa

Preparo Mésio Ocluso Distal

São preparos que se estendem da face mesial à face distal do dente passando pela face oclusal,
daí receberem o nome de preparos MOD, são destinados a receberem restaurações que reconstroem
essas três faces do dente, devolvendo suas funções anátomo-fisiológica.

Face Oclusal Face Mesial

Face Lingual

Face-Vestibular

Face-distal

Preparo para restauração mesio-oclusal (M.O)

É também um preparo em forma de caixa que se estende da face mesial à face oclusal, do dente
preparado, serve para receber restaurações parciais que reconstroem apenas as faces mesial e oclusal do
dente, restabelecendo seus pontos de contato com os dentes remanescentes e também a função
mastigatória.

Face Face oclusal Face


Vestibular Lingual

Face
Lingual

Face
Vestibular
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Face mesial
Prótese Fixa

Preparo Intraradicular

São preparos invasivos com a finalidade de receberem núcleos metálicos fundidos, nestes casos
sempre há alargamento da câmara do nervo do dente, criando condições favoráveis à recepção do
núcleo. Podem ser para dentes uni-radiculares ou multi-radiculares, com condutos paralelos,
divergentes ou convergentes.

Face mesial

Restaurações metálicas fundidas

Embora seu emprego seja bastante limitado é de suma importância para o aprendiz absorver todas
as informações a respeito deste tipo de restauração protética, do seu emprego e da sua construção. Este
tipo de trabalho protético desenvolve no aluno toda uma visão a respeito de escultura dental funcional,
adaptação marginal, noções de altura e espessura , exercita e ajuda o aluno no desenvolvimento da
capacidade de observar e executar uma usinagem aceitável nas estruturas metálicas, exercita a
coordenação motora no manejo de instrumentos, visão do ponto de fusão das ligas metálicas.
Desenvolve ainda a capacidade de manipular revestimentos e gessos, executar fundições e soldagens.

Restaurações metálicas fundidas são peças protéticas destinadas a restaurar parcialmente porções
coronárias semidestruídas de dentes naturais, reconstruindo faces, restabelecendo ponto de contato com
dentes adjacentes e antagonistas para que o mesmo volte a ter forma e função de quando íntegros.

São utilizadas nos dentes onde o fator estético não precisa ser considerado, e quando já se
esgotaram todos os recursos terapêuticos que podem ser empregados para conservação dos dentes. A
restauração metálica possibilita a reconstituição e função anátomo-fisiológica do elemento. A
restauração metálica restabelece os pontos de contato e função, e fisiologicamente faz parte integral do
órgão reabilitado.

A restauração metálica foi apresentada inicialmente, segundo Tylman, por volta de 1869, por
Morrison, quando ainda não tínhamos o domínio de pequenas fundições, e nem acesso a materiais
adequados a este tipo de reconstrução protética.

Como podemos imaginar, o trabalho não poderia, em absoluto, preencher os requisitos mínimos
exigidos para uma peça protética dessa natureza: comprometia a adaptação das bordas gengivais; não
reconstituía corretamente a forma e nem obedecia à articulação.

Por outro lado, os dentes que recebiam a restauração eram sistematicamente despolpados. Assim,
a possibilidade de fracasso era duplicada: senão por infecção periapical era por periodontal. Dessa
maneira a contribuição de Morrison não teve boa aceitação naquela época.

Porém, hoje, está comprovada a eficiência quando o preparo do dente é realizado sob os
requisitos biomecânicos e a execução da peça, sob os princípios morfofuncionais.

24
Prótese Fixa

Os requisitos gerais que se exigem de uma restauração metálica são:

A - O preparo do dente deve estar de acordo com os princípios biomecânicos para que os esforços de
mastigação não desloquem a prótese após a fixação.

B - Restauração fixada deve proteger a polpa contra os choques térmicos e mecânicos.

C - A restauração deve reconstruir a forma, pontos de contato, oclusão e articulação do dente que está
restaurado.

D - A adaptação da prótese na região do colo deve ser perfeita para não irritar os ligamentos
periodontais.

Devido à cor do metal que contrasta com a dos dentes naturais, só podemos indicá-las para os
dentes posteriores onde não vistas, normalmente na conversação ou no sorriso.

As restaurações metálicas podem ser indicadas com finalidade terapêutica, quando a cárie é
muito extensa. ou também com finalidade protética, como proteção do dente-suporte do aparelho
móvel.

As vantagens das restaurações metálicas em relação às restaurações estéticas decorrem


justamente das propriedades inerentes ao metal, cuja única desvantagem é a cor, como podemos ver.

1- A resistência à fratura é muito superior à do material estético, permitindo assim, a confecção de peças
bem menos espessas.

2 - A ductibilidade do metal permite o brunimento, e conseqüentemente a adaptação na região do colo é


perfeita.

3 - A dureza do metal utilizado (apropriado) por ser menor do que a do esmalte do dente diminui a
possibilidade de traumatismo do periodonto.

4 - Sua confecção é muito mais simples e menos dispendiosa que a de material estético.

5 - O preparo do dente para restauração metálica pode ser sem degrau devido à resistência do material o
qual permite correção da adaptação no colo, por brunimento.

Coroa mista ou Vinnir

É uma coroa composta de uma parte metálica e outra estética a parte estética pode ser de resina
acrílica termicamente ativada, cerômeros fotoativados ou cerâmica dental. A porção metálica pode ser
confeccionada com qualquer tipo de liga metálica, exeto as metalocerâmica que devem ser construídas
com ligas específicas. A porção metálica reconstroi a forma anatômica e funcional do dente. A porção
estética (faceta) é confeccionada de tal forma que restabeleça exclusivamente a face estética.

A aderência da faceta de resina ou cerômero ao metal se dá por meio de retenções mecânicas,


previamente criadas no enceramento, já a aderencia da cerâmica ao metal dá-se por um processo físico-
químico ou seja pela fusão dos óxidos contidos tanto na massa cerâmica quanto na superfície da
estrutura metálica.

25
Prótese Fixa

CORTE ESQUEMÁTICO DA COROA METALOPLASTICA

A - REVESTIMENTO ESTÉTICO PLÁSTICO

B - ESTRUTURA METÁLICA

Sistema termopneumohidráulico de polimerização

È o processo pelo qual se faz a polimerização (endurecimento) das resinas nas partes estéticas da
prótese.

Preparada a estrutura metálica, jateia-se a região de aplicação da resina com óxido de alumínio.
Posteriormente a mesma deve ser lavada com jatos de vapor de água ou no ultra-som. Secamos a

A
Revestimento B
estético plástico Estrutura Metálica

Retenções
Mecânicas

estrutura com jato de ar e iniciamos a aplicação de uma fina camada de substância opacificadora, para
mascarar a cor do metal, para que não haja interferência na cor da resina aplicada.

Depois de polimerizado o opaco, iniciamos a aplicação da resina na seqüência: cervical, corpo e


incisal, criando sempre um degradê que compreende o final do terço cervical e inicio do terço médio,
final do terço médio e inicio do terço incisal.

Caracterização para personalização dos dentes são feitas exatamente nesta fase. Neste processo
tanto pode ser usado resina em pó (técnica do pincel/pó-líquido) onde a resina é adicionada à prótese
mediante o uso de pincéis de ponta fina, ou resinas compostas monopastas (técnica da espátula) onde
a resina é adicionada mediante uso de espátula (acondicionada e esculpida).

Terminada a montagem e escultura do dente, a prótese deve ser colocada no interior da câmara da
polimerizadora (copol) para a cura da resina.

No sistema termopneumohidráulico, a temperatura, a pressão e o tempo de cura devem ser


obedecidos de acordo com as instruções do fabricante de cada material empregado.

Nas próteses metaloplásticas podem ainda ser utilizados como revestimento estético cerômeros
ou compósitos que são materiais de última geração, com considerável dureza e translucidez capaz de
ser confundida com a estrutura do dente natural. Os cerômeros ou compósitos são adicionados à
prótese e esculpidos mediante o uso de espátulas de uso apropriadas. Sua polimerização é feita em
câmaras com luz halógena, pois a reação de presa destes materiais dá-se por fotoativação. Tanto as
resinas termoativadas como os cerômeros e compósitos fotoativados, devem ser submetidos a
polimentos e acabamentos com abrasivos e escovas especiais.

26
Prótese Fixa

Construção de modelo para prótese fixa

Em todos os materiais de moldagem, devemos efetuar o vazamento do gesso no tempo indicado


pelo fabricante, para evitar alterações dimensionais, principalmente os HIDROCOLÓIDES.

Em moldes feitos com elastômeros, usamos o agente eliminador de tensão superficial


(antibolha), secamos suavemente o molde e vazamos o gesso com auxílio de pincel e vibrador
mecânico para evitar bolhas, nunca devemos esquecer a relação água-pó.

Tanto a superfície do modelo de trabalho como a do troquel devem apresentar superfícies


bastante duras, para resistirem à possíveis abrasões durante a confecção do padrão de cera. Portanto,
para a confecção do troquel, deve-se empregar gesso pedra extra duro.
Antes do vazamento do gesso os moldes devem ser lavados sob água corrente para eliminar o muco e a
saliva presentes e passarem por um processo de desinfecção em soluções bactericidas.

Siga as instruções do fabricante, quanto a correta proporção água/pó. Esta proporção quando
errada pode afetar a maioria das propriedades do gesso endurecido, incluindo o tempo de presa, a
porosidade, a expansão de presa e dureza final, é importante que a técnica empregada seja padronizada.

Os moldes de elastômeros devem ser secados com o jato de ar. Também com o jato de ar devem
ser eliminados todos os excessos de umidade dos moldes com hidrocolóides, sem chegar a secalos
completamente. A superfície deve estar livre de água aparentemente, mas deve permanecer brilhante. Se
a superfície aparece opaca, é que se secou muito o molde e alguma distorção pode surgir.

Vazamento de gesso no molde

Todo molde deve ser lavado, secado e desinfetado por imersão em soluções esterilizantes, antes
de receberem o gesso. Deformações oriundas de bolhas podem ser evitadas aplicando antibolhas no
molde e submetido à suave vibração durante a recepção do gesso. O gesso deve ser colocado na borda
do molde do preparo com a utilização de um pincel, com a vibração o gesso escoará para o fundo do
preparo preenchendo-o do fundo para a superfície expulsando o ar e recobrindo todo o preparo,
somente depois de retirado do vibrador completa-se todo o molde com gesso.

A prática de virar a moldeira para obter um modelo com a superfície oposta aos preparos já
aparada não é aconselhável, pois a química endurecedora do gesso precipita para essa região, por
gravitação, o resultado é a produção de um modelo com a base extremamente dura e os dentes
preparados com baixa resistência, passíveis de se quebrar ou abrasionar-se com facilidade, deformando
o modelo.

O gesso vazado deve permanecer no molde de forma inerte pelo tempo mínimo de 2 horas, até a
sua completa estabilização evitando com isto possíveis alterações dimensionais. Durante o processo de
manipulação do gesso a água deve ser medida e o pó pesado, antes de iniciar a manipulação, seguindo
as instruções do fabricante, acréscimos posteriores são extremamente prejudiciais pois, induzem a
alterações dimensionais do modelo.

É notório que a água em excesso além de reduzir a dureza do gesso altera sua expansão de presa.
Todo modelo funcional para confecção de prótese fixa deve ser troquelizado, independente do tipo de
troquel. É obvio que vamos escolher um tipo que ofereça precisão e estabilidade entre os pilares, e que
possa ser montado em articulador.

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Prótese Fixa

Para construção dos troquéis temos que ter cuidado para que não ocorra desgastes do modelo em
lugares impróprios, tais como núcleos, plataformas de apoio protético e linhas de término dos preparos.

A importância do modelo de trabalho

A produção de uma prótese funcional do ponto de vista mecânico, a


biocompatibilidade orgânica, a estética ideal para o biótipo do paciente, está sedimentada na fidelidade
do modelo de trabalho, esta fidelidade passa por processos que quase sempre não recebem a devida
importância , ora por parte do Protesista, ora por parte do Protético.

A fidelização do modelo de trabalho inicia com o preparo correto dos dentes receptores ao tipo de
prótese a que se destina. Passa ainda pela seleção do material de impressão, pela sua adequada
manipulação respeitando a dosagem da massa densa modeladora e do gel catalisador. Observando
rigorosamente seu tempo de espatulação permanência estática na boca do paciente.

Se no processo de reprodução das arcadas não houver uma consciência prática dos resultados, se
não forem seguidas fielmente às instruções de uso do material empregado, estaremos produzindo
modelos imprecisos e que não condizem com a realidade da boca do paciente, fato este que fatalmente
levará ao fracasso a prótese produzida.

É comum em alguns consultórios odontológicos e laboratórios de prótese, a produção de modelos


de trabalho sem critério algum, esquecendo o operador de que esta etapa é de fundamental importância
para o sucesso do produto final que é a prótese, pois no modelo de trabalho estão contidas todas as
referências de interesse protético.

As indesejáveis repetições de moldagens ou mesmo de trabalhos já terminados poderão ser


reduzidas a níveis mínimos a partir da conscientização do Protesista e do Técnico, de que os modelos
de trabalho devem abranger toda a arcada, independente de quantos dentes serão construídos sobre eles.
Da mesma forma os modelos antagonistas deverão também abranger todo o arco e acompanhar os
modelos de trabalho, que depois de ocluídos deverão ser montados em articulador, para que tenhamos
condições de executar o trabalho protético.

Os moldes devem ser produzidos com materiais de precisão, e o material de reembasamento


deve se espalhar de maneira uniforme abrangendo todo o molde, para evitar a formação de degraus,
alterando o plano de oclusão.

O molde não pode em hipótese alguma se deslocar da moldeira, mesmo que parcialmente,
durante sua remoção da boca do paciente. Para tomada da impressão deve ser usado moldeiras inox do
tipo tenax, pois estas são mais confiáveis, moldeiras de plástico ou alumínio não são confiáveis pois
sofrem deformações quando pressionadas ou mesmo durante sua remoção da boca, e até mesmo
durante o vazamento do gesso.

Estas deformações são gritantes, porém imperceptíveis e são transferidas ao modelo de trabalho,
e o resultado é a produção de um modelo diferente da arcada do paciente, portanto todos trabalhos
feitos sobre os mesmos estarão totalmente perdidos.

Materiais impressão com considerável grau de elasticidade, devem repousar algum tempo antes
de receber o gesso, este tempo é necessário para que o molde retorne à sua forma original, pois estes
materiais sofrem deformações elásticas ao passarem pela região equatorial do dente ou regiões de
retenções por deficiências nos preparos. O tempo de repouso pode variar de 15 a 60 minutos conforme

28
Prótese Fixa

o material, a indicação do tempo é sempre fornecida pelo fabricante do produto e está normalmente
impressa no modo de uso do produto.

Em moldes à base de Metacarpitanas ou silicones, usar agente eliminador de tensão superficial


(antibolha), secar suavemente o molde e vazar o gesso com auxílio de pincel e vibrador mecânico para
evitar bolhas (nunca devemos esquecer a relação água-pó).

Tanto a superfície do modelo de trabalho como a do troquel devem apresentar superfícies


bastante duras, para resistirem à abrasão durante a confecção do padrão de cera. Portanto, para a
confecção do troquel, deve-se empregar gesso pedra extra duro. Antes do vazamento do gesso os
moldes devem ser lavados sob água corrente para eliminar o muco e a saliva presentes e passarem por
um processo de desinfecção em soluções bactericidas. Em seguida, adiciona-se a quantidade desejada
de água e de gesso para troquéis em um cuba.

Os troquéis podem ser vazados com 50 a 70g de gesso. Para uma moldagem completa necessita-
se de cerca de 200g. Siga as instruções do fabricante, quanto a correta proporção água/pó. Esta
proporção pode afetar a maioria das propriedades do gesso endurecido, incluindo o tempo de presa, a
porosidade, a expansão de presa e dureza final. É importante que a técnica empregada seja padronizada.

Manipule a água e o gesso, com a espátula, até que todo o gesso esteja molhado. Conecte a
mangueira de vácuo à tampa de plástico e encaixe o eixo da parte superior da cuba na porção
correspondente do aparelho. Misture sob vácuo durante 15 segundos. Desencaixe o eixo da cuba e vibre
o eixo da cuba e vibre o gesso para o seu fundo. Desligue a mangueira de vácuo. Os moldes de
elastômeros devem ser secados com o jato de ar. Também com o jato de ar devem ser eliminados todos
os excessos de umidade dos moldes com hidrocolóides, sem chegar a segurá-los. A superfície deve estar
livre de água aparentemente, mas deve permanecer brilhante. Se a superfície aparece opaca, é que se
secou muito e alguma distorção pode ocorrer.

Com um pequeno instrumento vai se colocando gesso pedra no molde do dente preparado. Ponha
uma pequena quantidade de gesso em um lado do molde, acima do preparo e vibre-a até que o gesso
alcance o “fundo” (superfície oclusal) do preparo. Incline o molde de modo que o gesso vá fluindo pelo
“fundo” do preparo, deslocando o ar à medida que vai escoando. Vá acrescentando gesso em porções
pequenas. Se uma grande porção de gesso é colocada sobre a área dos preparos, provoca retenção de ar
e no modelo aparecerão bolhas.

Continue acrescentando pequenas porções de gesso, de modo que do dente preparado vá se


enchendo do fundo para a superfície. Após o preenchimento do dente preparado, preencha com gesso os
outros dentes do molde. Coloque gesso até alcançar uma altura de aproximadamente 2,5 cm acima do
preparo, para permitir volume suficiente para manipulação adequada do troquel. No caso de uma
moldagem total, ponha a moldeira sobre o vibrador (não apóie no material de moldagem). Acrescente
pequenas quantidades de gesso à parte mais distal de um lado do molde.

Lentamente levante este extremo, de modo que o gesso vá fluindo para mesial, passando de um
dente ao outro, enchendo-os um a um desde o fundo, inclinando a moldeira em diferentes direções,
pode-se controlar o escoamento do gesso de modo que não que não deixe ar retido. Acrescente gesso
sob vibração até que se tenha preenchido todos os dentes da arcada.

Se o molde a ser vazado é da mandíbula, coloque-o sobre a mesa e preencha o espaço


correspondente à língua com um guardanapo de papel úmido. Isto permitirá fazer no modelo uma base
completa. Não entorne a moldagem até que haja iniciado a presa: o modelo pode se deformar por

29
Prótese Fixa

deslocamento da massa de gesso ainda mole. Se uma base adicional deve ser acertada, espere até que
tenha ocorrido a presa inicial.

Deixe o gesso endurecer por uma hora. Trata-se de um molde com hidrocolóides, ele pode ser
colocado dentro de um umidificador. Separe o modelo do molde, ponha-o em um umidificador e espere
o completo endurecimento durante 24 horas. Os troquéis não devem ser manipulados até que transcorra
este tempo.

Procedimentos básicos para vazamento de Modelos

1 - Equipamentos, instrumentais materiais no local de vazamento, sempre limpos e secos.

2 – Eliminar a tensão superficial quando necessário.

3 – Manter a moldeira sobre o vibrador durante a colocação do gesso.

4 – Afofar o gesso no recipiente antes de usá-lo.

5 – Antes da manipulação observar se o vibrador está liberado.

6 – Observar a relação água-pó, com rigor.

7 – Utilizar sempre gesso extra-duro tipo IV.

8 – Observar rigorosamente o tempo de espatulação e vazamento.

Modelo de trabalho

Quando se faz uma boa moldagem dos dentes preparados, é importante que ela seja manipulada
adequadamente para assegurar que sejam obtidos modelos exatos e bem detalhados. A obtenção de boas
moldagens exige perda de tempo e esforço do operador e são, sem dúvida, aborrecidas para o paciente.
Alguns passos simples devem ser seguidos na manipulação dos gessos para se ter a certeza de não
precisar fazer demoradas e dispendiosas repetições. A qualidade do modelo tem influência direta no
resultado final da restauração e no seu ajuste na boca. Um bom modelo tem que preencher as seguintes
condições:

1 - Estar isento de bolhas, principalmente no contorno da linha de término dos preparos.

2 - Todas as partes do modelo devem estar isenta de distorções.

3 - Devem ser recortados para assegurar o acesso às margens do padrão de cera.

O modelo de trabalho é o que se monta no articulador. Para que a articulação seja a mais perfeita
possível, ele deve abranger toda a arcada. Na confecção do padrão de cera, ele é utilizado para
determinar os contatos proximais, os contornos vestibular e lingual e a oclusão com os dentes
antagonistas. Para facilitar nosso trabalho este modelo deve estar troquelizado. Há vários sistemas de
troquelização do modelo de trabalho, devemos escolher o que melhor nos convier, desde que seja
compatível com o trabalho a ser executado.

30
Prótese Fixa

Troquéis

Troquéis são unidades individualizadas dos dentes preparados, tem por finalidade facilitar o
acesso à linha de término do preparo nos espaços interproximais, o que seria impossível sem esta
individualização.

Existem várias formas de se criar um troquél, o técnico deve escolher a forma que facilite o seu
trabalho e empregá-la sempre que o caso requerer.

Modelo de trabalho com troquél sobrevazado

O modelo de trabalho com o troquel sobrevazado é um procedimento simples para obtermos um


modelo total com troquel removível. Obtendo um modelo do dente preparado devemos recorta-lo e
encaixa-lo previamente isolado, novamente no molde e fazer sobre ele, novo vazamento com gesso.

Este é também um procedimento para manter um relacionamento entre os pilares de forma fixa e
estável, detalhe necessário na confecção de uma ponte fixa. Devido aos tecidos gengivais e outras
referências estarem intactos, é mais fácil para obtermos restaurações com contornos fisiológicos
harmoniosos durante a confecção do padrão de cera.

Esta técnica, infelizmente, só pode ser usada em moldes feitos com elastômeros, desde que os
hidrocolóides se rompem ou se distorcem facilmente quando usados para a obtenção de um segundo
modelo, que não terá a necessária precisão.

Preparo dos Troquéis

Para evitar os desgastes e erosões na superfície dos dentes preparados devemos evitar contatos
com esta região. Os modelos deverão ser recortados eliminando todos os tecidos além da gengiva, que
tenham sido reproduzidos.

O modelo do qual se vai fazer o troquel é desgastado eliminando-se todo o gesso ao redor do
dente preparado. Durante o recorte o modelo deve ser mantido pela sua base para se formar ao longo do
eixo do dente um cabo octogonal, ou algo parecido.

Se o modelo for seguro pela porção preparada, enquanto se realiza o desgaste pode haver fraturas
ou desgastes no preparo resultando posteriormente em uma peça fundida sem adaptação,
principalmente adaptação marginal. O cabo do troquel deve ser ligeiramente cônico-convergente no
sentido ocluso-inciso-cervical para facilitar sua remoção do modelo de trabalho, o cabo deve ter
aproximadamente 1,5 cm de comprimento, se for mais curto será difícil segura-lo durante a confecção
do padrão de cera.

O contorno da área gengival à linha de término deve ser semelhante ao da raiz para facilitar a
obtenção de um bom contorno axial das restaurações. Uma vez preparado o modelo troquelizado, a
linha de término do preparo deve ser acentuada com um grafite vegetal de ponta fina. Isto facilita a
visualização e o enceramento das margens do padrão de cera. Não devemos marcar com excessiva
pressão, pois o término poderia ser desgastado ou arredondado.

31
Prótese Fixa

Modelo de trabalho troquelizado com uso de pinos

O uso de modelos de trabalho com troquel removível se tornou uma prática muito comum. O
troquel do dente preparado pode ser orientado no modelo de trabalho mediante o uso de um pino cônico
para troquel. Estes pinos poderão ser de hastes duplas ou simples, de metal ou de plástico podendo ou
não possuir guias. Se um sistema de troquel removível é empregado, ele deve preencher os seguintes
requisitos:

1 - Os troquéis devem retornar ao modelo exatamente em suas posições originais.

2 - Os troquéis devem permanecer estáveis, inclusive quando o modelo for invertido.

3- Os modelos troquelizados devem oferecer facilidade de montagem em articulador.Colocação dos


Pinos para Troquéis

Em cada dente preparado do molde coloca-se um pino para troquel. As colocações adequadas dos
pinos podem ser difíceis, porém, se eles não forem posicionados precisamente, podem atingir as
margens do preparo, enfraquecendo o troquel ou impedindo sua fácil remoção do modelo. Devemos
evitar a colocação dos pinos no gesso mole, à mão livre, pois nunca conseguiremos um bom resultado.
Uma colocação muito mais precisa pode ser conseguida posicionando e estabilizando os pinos no
molde antes do vazamento do gesso, com o uso do posicionador de pinos, ou um dispositivo simples
qualquer.

32
Prótese Fixa

O posicionador de pinos Ranser facilita sobre maneira a colocação dos pinos.

POSICIONADOR DE PINOS “RANSER”

Dispositivos conformadores de troquéis

Para obtenção de modelo de trabalho troquelizado, também pode ser empregado um dispositivo
formador de troquéis, em forma de moldeira de plástico desmontável, com sulcos e marcas de
orientação se seu interior. Como todos os sistemas de troquel removível, todo o cuidado deve ser
tomado para manter a mais completa limpeza de todas suas partes para que o ajuste seja o mais exato
possível. Antes de empregar o conformador em um determinado caso, deve-se examinar os modelos de
estudo montados no articulador para verificar se existe espaço suficiente para o conformador que é
relativamente volumoso. Se os modelos têm que ser montados próximos do ramo superior, deve-se
deixar este método e utilizar um outro menos volumoso.

Vaze molde do arco com gesso específico para troqueis. Coloque gesso até uma altura de
aproximadamente 1,5 cm, mantendo o arco em forma de U. Não deve existir gesso no espaço que
corresponda à língua e tão pouco quanto seja possível na porção vestibular do molde. Quando o gesso
endurecer por uma hora, separe-o do molde. O modelo em forma de U, com espaço da língua aberto,
deve ser recortado até que se adapte no conformador de troquéis. O lado externo ou vestibular do
modelo deve ser desgastado no recortador de modelos, dando-lhe uma ligeira inclinação para a base.
Deixe-o secar completamente e recorte o lado interno ou lingual, com um cilindro de pedra abrasiva
montado no motor para polimento. Experimente o modelo no conformador de troquéis par se ter certeza
da sua adaptação.

A base do modelo deve ser sulcada com um disco de separar, montado em mandril na peça de
mão. Faz-se um ou dois sulcos horizontais profundos, tanto na face interna como na externa da base do
modelo, para que retenha o gesso que o prenderá ao conformador.

Umedeça o modelo com água durante cinco minutos. Misture gesso pedra e preencha o
conformador de troquéis por meio de vibração até três quartos de sua capacidade. Coloque a trava
lateral antes de por o modelo no conformador, execute ligeiros movimentos de assentamento para não
reter ar. A linha cervical dos dentes deve ficar aproximadamente 5 mm acima da borda superior do
conformador. Retire o excesso de gesso que escoar pela borda do conformador e do modelo. O modelo

33
Prótese Fixa

de trabalho está agora montado no conformador preso por uma camada de gesso. Deixe-o tomar presa
até que fique duro e seco.

Para terminar o troquel, o modelo deve ser separado do conformador. Desmonte o conformador
tirando para cima a tampa posterior e deslizando a parte vestibular para frente. O modelo se separa
facilmente mediante um golpe seco na parte frontal da base do conformador, feito com o cabo de um
bisturi de laboratório. Uma vez deslocado levemente o modelo, deslize-o para frente e retire-o da base
do conformador.

Faça cortes entre os dentes preparados e os vizinhos, utilizando um arco de serra provido de uma
serra fina para gesso. O corte da serra deve ser iniciado na área da base do modelo, com uma inclinação
cônico-divergente, e se estender até 5mm aquém da papila interdentária do dente preparado, sendo
interrompido aí. Com a pressão dos dedos, quebre o restante, separando o dente preparado do
restantedos dentes do modelo. Da mesma maneira, repita o processo com cada um dos dentes
preparados.

Remova o excesso de gesso da linha de término com uma broca para resina em formato de pêra.
Continue desgastando e regularizando esta área côncava adjacente a linha de término com a lâmina nº
11 do bisturi de laboratório. Marque esta linha com grafite para facilitar a sua localização durante a
confecção do padrão de cera. Comprove se o conformador ficou totalmente livre de resíduos de gesso

remanescente da inclusão do modelo. Se houver, elimine-os mediante uma escova de cerdas duras.
Seque o conformador com jato de ar. Uma vez tudo limpo remonte as partes do modelo e os troqueis no

34
Prótese Fixa

conformador e encaixe a parte frontal e posterior da mesma. Para montar o conformador no articulador,
coloque o modelo num arco facial ou em oclusão com um modelo de estudo já montado se isso existir.

O gesso para fixação é colocado na placa de montagem do articulador e na base do conformador,


onde existem retenções. Uma vez endurecido o gesso, o modelo articulado no conformador está pronto
para a confecção do padrão de cera.

Padrão de Cera

O padrão de cera é o precursor da restauração final de metal fundido que será colocada no dente
preparado. Já que o padrão de cera será duplicado exatamente durante a inclusão e a fundição, a
restauração fundida resultante não pode ser melhor que o padrão, isto é, os erros e falhas cometidas no
padrão de cera serão tão somente continuados na fundição. Alguns minutos a mais dedicado, para
melhorar o padrão de cera, podem freqüentemente economizar horas que seriam gastas na correção da
peça fundida.

Há duas formas aceitáveis de se confeccionar um padrão de cera:

A - Técnica direta, em que o padrão é encerado na boca, no dente preparado. Esta técnica não é muito
recomendada, pois apresenta muitas distorções.

B - A Técnica indireta, em que o padrão é encerado sobre um modelo de gesso pedra, obtido de um
molde exato do dente preparado, é a mais indicada pois tem a vantagem de permitir que a maior parte
do procedimento seja executada fora da cadeira do consultório. Proporciona, também, a oportunidade
de se visualizar o preparo e de facilitar o acesso para o enceramento das margens. Para a maioria dos
operadores é, provavelmente, o meio mais fácil de se fazer uma restauração fundida em metal.

A seleção da cera que se vai usar para confeccionar o padrão é importante. As ceras do tipo I são
formuladas para a obtenção de padrões intra-orais. As do tipo II, idealizadas para a obtenção de padrões
extra-orais, apresentam um ponto de fusão ligeiramente mais baixo. Portanto, para se fazer um padrão
pela técnica indireta, deverá ser empregada uma cera do tipo II, que cumpra a especificação nº 4 da
ADA. Convém que a cera seja de alguma cor tal, que contraste bem com a cor do gesso e que seja
facilmente distinguível do gesso do troquel.

A cera de boa qualidade para escultura de prótese fixa deve apresentar as seguintes qualidades:

1 - Aquecida, deve fluir com facilidade, sem descamar, fraturar ou perder sua suavidade.

2 - Quando resfriada deve apresentar-se rígida.

3 - Deve apresentar plasticidade e lisura na superfície ao ser esculpida.

4 - Deve oferecer resistência à deformação com as variações da temperatura ambiente.

Durante a confecção do padrão aparecem tensões internas na cera, devido ao aquecimento e à


manipulação. A cera, que é um material termoplástico, "amolece" quando essas tensões são liberadas. O
resultado é a distorção que se traduz em ajuste deficiente. Para evitar distorções, os padrões deverão ser
removidos dos troqueis, somente no momento de sua inclusão em revestimento.

35
Prótese Fixa

Confecção do padrão de cera

O primeiro passo na obtenção de um padrão de cera é a confecção de um fino forramento de


resina acrílica tipo dura-lay sobre o troquel. É sobre este forramento de resina que se construíra toda
morfologia da restauração. Incluindo os contornos axiais e oclusais. Para evitar que a resina adira ao
gesso do troquel, este deve ser bem isolado.

As margens do preparo (linha de término) devem ser delineadas com grafite para que fique bem
definida a área a ser encerada. Aplique resina sobre a superfície do troquel correspondente a área
preparada, sem deixar que a resina atinja a margem. Isto se consegue com o auxílio de um pincel de
ponta fina utilizando a técnica do pó e líquido. Terminada a aplicação da resina deixamos que tome
presa, removemos a mesma do modelo e o isolamos novamente. Retornando o forramento para o
modelo verificando seu perfeito encaixe, iniciamos a colocação da cera, primeiramente contornando o
preparo cobrindo a linha grafitada. Esculpa e corrija as margens previamente depositadas no troquel. Se
utilizarmos a técnica do enceramento progressivo, devemos iniciar a ceroplastia levantando os cones
seguimentos de cúspedes, para delinearmos a forma e a função oclusal do dente a ser restaurado. A cera
deve ser aplicada com um gotejador bem quente para não termos irregularidades na superfície interna
do padrão.

Para assegurar a restauração terminada, um perfeito contato proximal com os dentes adjacentes,
os padrões de cera devem ser ligeiramente aumentados no sentido mesio-distal. Isto dará uma espessura
suficiente nas áreas de contato proximal, para permitir a fundição, o acabamento e o polimento sem que
resulte numa restauração sem contatos proximais. A melhor maneira de se conseguir isto e adicionando
uma pequena porção de cera nas áreas de contato. A técnica do enceramento regressivo também poderá
ser utilizada, se isto facilitar para o aprendiz.

Contornos axiais

Nesta fase são determinados, nos padrões de cera, os contatos proximais e os contorno lingual e
vestibular do padrão de cera. Os contatos proximais dos dentes posteriores estão localizados no terço
oclusal da coroa, exceto o contato entre o primeiro e segundo molar superior, que está localizado no
terço médio. O contato deve ser maior que um simples ponto colocado ocluso-cervicalmente, mas não
pode se estender para cervical o suficiente para lesar a embrasura gengival. A superfície axial da coroa,
cervical ao ponto de contato, deve ser plana ou ligeiramente côncava com a finalidade de evitar danos
à papila interdental. O perfil ideal é plano, porque é o de mais fácil limpeza com fio dental. O
sobrecontorno das superfícies proximais apicais ao contato, com perfil convexo, produzirá graves
inflamações da gengiva.

Os contatos proximais estão localizados ligeiramente para vestibular do centro dos dentes
posteriores, exceto o contato entre o primeiro e o segundo molar superior, que está perfeitamente
centralizado em sentido vestíbulo-lingual. Como resultado, as embrasuras linguais são ligeiramente
mais largas que as vestibulares. Contatos muito estreitos facilitam a aderência de alimentos fibrosos
entre os dentes, e os demasiado largos em sentido vestíbulo-lingual, não escoam adequadamente os
alimentos mastigados.

Um excelente guia para referencia dos contornos vestibular e lingual de um padrão de cera é o
contorno das superfícies correspondentes dos dentes vizinhos. Se estes dentes estão colocados em uma

36
Prótese Fixa

posição quase normal e se não são portadores de restaurações com contornos impróprios, o perfil
lingual e vestibular do padrão deverá estar em harmonia com eles.

O ponto mais proeminente da face vestibular de todos os dentes posteriores está localizado no
terço cervical. Isto também ocorre no terço cervical da face lingual dos molares e pré-molares
superiores, mas nos dentes inferiores se situa no terço médio. A curvatura vestibular, tanto em dentes
superiores como inferiores se estende até aproximadamente 0,5 mm aquém do contorno da raiz ao nível
da união cemento-esmalte. O grau de curvatura da face lingual difere entre dentes superiores e o
primeiro pré-molar inferior, aproximadamente de 0,75 mm no segundo pré-molar inferior, e de cerca de
1,0 mm nos molares inferiores.

A falha mais usual que se comete com relação ao contorno axial é a criação de uma saliência ou
convexidade. Foi descrita com alguns detalhes a presença de curvaturas vestibulares e linguais nos
dentes naturais. Provavelmente, deu-se importância indevida ao papel "protetor" das curvaturas axiais
na região cervical. Como resultado, muitos dentistas e técnicos em prótese dentária freqüentemente
enfatizam demais este aspecto. Um contorno excessivo facilita o acúmulo de resíduos alimentares que
culminam com a formação de placas bacterianas, originando como conseqüência a inflamação gengival.
Devido ao seu potencial destrutivo, o relevo excessivo deve se evitado, a ceroplastia não deve criar
degrau em relação ao remanescente dentário. Proeminências, depressões e outras discrepâncias devem
ser eliminadas antes de se fazer a inclusão do padrão no revestimento.

Acabamento das margens

Quando utilizarmos um modelo de trabalho total e um modelo troquelizado, o padrão deve ser
transferido do modelo de trabalho para o troquel a fim de fazermos o acabamento das margens de forma
mais precisa. Certifique-se de que a linha grafitada, que limita o término do preparo continua sendo
bem visível para visualizarmos bem esta região e não cometermos erros por falta de cera que fará com
que a restauração fique com as margens abertas.

O aluno poderá com o tempo desenvolver uma técnica própria e utilizar instrumentos específicos
que melhor lhe convier diferindo um pouco do que foi descrito. Um princípio de importância
fundamental é não se aproximar do troquel com instrumentos cortantes, pois qualquer instrumento de
borda afiada que possa remover material do troquel durante a escultura do padrão de cera produzirá
uma peça fundida que não se adaptará ao dente preparado.

A margem é uma área de importância crítica na confecção de qualquer padrão para prótese de
precisão. Enquanto uma bem cuidada margem pode não garantir o êxito da prótese, uma margem
deficiente garantirá sempre o seu fracasso. Portanto devemos verificar com cuidado se a margem
apresenta algumas das seguintes falhas:

1-Margens com excesso de cera - Nos casos em que a cera ultrapassa excessivamente a linha de
término, podem ocorrer fraturas ao se remover o padrão do troquel ficando parte da cera da margem
grudada no gesso do troquel, dando lugar a uma margem recuada. Se esta cera em excesso não se
quebrar durante a remoção do padrão a mesma poderá se fechar sem que seja visto. Uma vez fundido o
padrão a peça fundida não se adaptará ao modelo e conseqüentemente ao dente preparado.

2-Margens com deficiência de cera – uma margem que não tenha sido encerada um pouco além da
linha grafitada de demarcação da linha de término do preparo, não poderá fornecer um vedamento
adequado da restauração fundida.

37
Prótese Fixa

3-Ondulações no padrão - Qualquer rugosidade da cera nas proximidades da margem será duplicada
na peça fundida. Se permanecerem na restauração terminada e instalada na boca, estas áreas rugosas
servirão como ponto de retenção de resíduos alimentares, que produzirão placas de bactérias irritações e
inflamações dos tecidos gengivais próximos. Estas rugosidades não podem ser eliminadas por desgastes
nas peças já fundidas, pois incorrerão em alterações na anatomia do dente restaurado.

4-Margens arredondadas - Margens espessas ou arredondadas resultarão em um vedamento


deficiente, e contornos axiais falhos que com o tempo resultarão em problemas periodontais. Portanto
as margens do padrão de cera e da restauração têm que terminar em bordas superfinas.

5-Margens abertas – A margem aberta poderá ser resultado de qualquer falha já mencionada, durante a
ceroplastia do padrão. Para obtermos margens ajustadas é preciso prestar muita atenção nos detalhes
mencionados. As margens dos padrões de cera devem ser cuidadosamente trabalhadas para assegurar
uma adaptação intima da restauração na região de término dos preparos. O troquel individualizado nos
permite uma visão detalhada de todo o diâmetro do preparo. Girando o troquel nos dedos podemos ver
toda a extensão do modelo a partir a região gengival. Estas são uma das grandes vantagens de
utilizarmos para nossos padrões sempre a técnica indireta. Um troquel corretamente recortado facilitará
muito esta inspeção, assim como facilitará o acesso à margem durante esta fase. A finalidade de um
perfeito acabamento é proporcionar à restauração uma superfície lisa exigindo o mínimo de polimento.

Morfologia oclusal

O enceramento da superfície oclusal é adiado até que as superfícies axiais estejam praticamente
terminadas. Desde que a morfologia oclusal de uma restauração se estabelece durante a escultura do
padrão, nenhuma discussão sobre padrões será completa sem uma explanação da teoria da oclusão e
dos efeitos da articulação sobre a superfície oclusal do padrão de cera.

Na dentição normal, durante o fechamento cêntrico, as cúspides linguais dos dentes posteriores
da maxila e as vestibulares dos dentes posteriores da mandíbula, contatam com a fossa oclusal ou com a
crista marginal dos dentes opostos. São denominadas cúspides funcionais e durante a mastigação,
trituram os alimentos como um pilão. Por outro lado, as cúspides vestibulares dos molares superiores e
as linguais dos molares inferiores não entram em contato com os dentes opostos. Estas cúspides atuam
como as bordas do pilão, impedindo o escoamento dos alimentos e protegendo a mucosa vestibular e a
língua, mantendo-as distante das cúspides funcionais. Já que não fazem contato direto com os dentes
opostos, chamam-se cúspides não funcionais.

O esquema oclusal pode ser classificado pela localização do contato oclusal feito pelas cúspides
funcionais nos dentes antagonistas na relação cêntrica. Em ponte fixa são admitidos apenas dois
esquemas de oclusão que são: cúspide-fossa e cúspide crista marginal.

Revestimentos para fundições

Revestimentos são materiais refratários utilizados para revestir os padrões de cera e reproduzirem
os mesmo em cópia negativa, e que no momento oportuno será preenchida pela liga metálica no estado
líquido, com a finalidade de reproduzir em metal os padrões que até então eram de cera e resina
acrílica. Existem atualmente vários tipos de revestimento para fundição, citaremos apenas os mais
comuns de uso corriqueiro nos laboratório de prótese dental.

Os revestimentos para fundição se classificam de acordo com as substâncias que os aglutinam. A


proporção de líquidos em sua manipulação, o tempo de espatulação, o tempo de presa, o coeficiente de

38
Prótese Fixa

expansão e temperatura ideal para fundição, é uma variante nos revestimentos, portanto antes de usa-los
devemos ler as instruções fornecidas pelo fabricante, e segui-las à risca.

Revestimento aglutinado por gesso

Estes revestimentos são empregados para fundições de baixa e média temperatura. São
classificados em:

TIPO-I – Quando permite a exploração da expansão térmica

TIPO-II – Quando permitem a exploração da expansão higroscópica

Os dois revestimentos tanto os do TIPO-I como os do TIPO-II, apresentam na sua composição


uma matriz de gesso. Possuem ainda um excipiente refratário que é a sílica e certos modificadores
químicos.

A matriz de gesso representada pelo (sulfato de cálcio hemi hidratado), está presente numa
proporção que varia de 30% a 35% do volume do revestimento, e atua como meio de união
(aglutinador) entre suas moléculas.

O material refratário que é representado pela sílica (quartzo e cristobalita), participa numa
proporção que varia de 65% a 70% e é responsável pela expansão térmica dos revestimentos.

A compensação das dimensões necessária para o revestimento pode ser obtida por 2 (dois)
métodos:

1 - Expansão de presa – Que ocorre pelo crescimento normal dos cristais de gesso, presente nas
moléculas do revestimento, pela absorção de água, durante a espatulação e a reação de presa. Está
expansão pode ser aumentada quando deixamos o revestimento tomar presa, imerso em água a
aproximadamente 38º c, o que nos permite explorar a expansão higroscópica.

2 - Expansão térmica - ocorre pela desordenação dos cristais de quartzo presente nas moléculas do
revestimento, pela absorção do calor a uma temperatura induzida, pré-estabelecida.

Estes revestimentos são utilizados para fundições: ligas de ouro TIPO-I e TIPO-II, ligas de prata
e ligas de cobre-alumínio. Quando utilizarmos revestimento aglutinado por gesso, o anel de fundição e
cadinho devem ir juntos para o forno temperatura ambiente. Sua expansão térmica só ocorrera no
intervalo de temperatura entre 650ºC a 750ºC aproximados. São manipulados com água. Quando
formos executar fundições de peças com liga de prata, devemos deixar a temperatura precipitar para
aproximadamente 280ºC, para evitar que a liga entre em ebulição no interior da câmara de revestimento
ocasionando porosidades na peça fundida.

Revestimento aglutinado por SÍLICA – são empregados para fundições de ligas metálicas com
elevado ponto de fusão, tais como: ligas de ouro TIPO IV, ligas de Prata-paládio, ligas de níquel-
cromo, e cromo-cobalto bem como outras com ponto de fusão próximos.

Quando utilizarmos este tipo de revestimento o cilindro de fundição e o cadinho deverão ir para
o forno à temperatura ambiente. Sua expansão térmica acontece no intervalo de temperatura que pode
variar entre 750ºC e 980ºC aproximados. São manipulados com uma mistura de água e sílica coloidal,

39
Prótese Fixa

seguindo as proporções indicadas pelo fabricante, sua expansão é controlada pelo percentual de água
adicionado à sílica coloidal.

Os revestimentos que possibilitam o emprego da técnica rápida, tipo HEAT SHOCK, permitem,
que sejam levados ao forno já pré aquecido, aproveitando o aquecimento da reação de presa, ou seja 20
minutos após a inclusão podem ser levados ao forno, permanecendo aí por mais 20 minutos, quando
então executamos a fundição

Revestimento aglutinado por FOSFATO – este tipo de revestimento é utilizado também nas fundições
de ligas metálicas de ponto de fusão elevado. É utilizado para fundir ligas que contenham, cromo e
cobalto. Neste caso cilindro de fundição e cadinho deverão ir para o forno à temperatura ambiente. Sua
expansão térmica acontece no intervalo de temperatura entre 900º a 1180ºC. São manipulados com a
sílica coloidal ou soluções especiais de Binder.

Inclusão

Inclusão é o processo pelo qual envolvemos o padrão de cera com um material refratário que
duplique com exatidão sua forma e detalhes anatômicos.

Todo trabalho protético depois de concluída a ceroplastia deve ser imediatamente incluído em
revestimento para evitar distorções no padrão de cera, esse processo deve ser realizado com o cilindro
para inclusão, sobre o vibrador. Usar vibração suave para que os padrões não descolem dos sprues com
o peso do revestimento. Os padrões devem ser posicionados sempre acima do terço médio do cilindro
evitando assim o centro térmico do revestimento e consequentemente o repuxe da contração sofrida
pela liga durante a solidificação e que pode ocasionar falhas na peça fundida.

Câmara de Compensação

É uma pequena porção de cera, acrescida ao sprue de alimentação, para funcionar como um
reservatório de metal fluido com a finalidade de alimentar a formação da peça fundida compensando a
contração de solidificação da liga fundida. Quando colocamos o sprues principal com volume
suficiente o mesmo funciona como câmara de compensação não sendo necessário o acréscimo desta
pequena porção de cera ao pino alimentador. Este maior volume de cera, resultará numa porção maior
de metal liquido que será a ultima porção que se resfriará, por tanto deve se posicionar no centro
térmico do anel de fundição.

40
Prótese Fixa

O sprue de alimentação deve ter aproximadamente 5mm de comprimento, e ser introduzido no


padrão de cera e bem colado com o gotejador quente, porém, devemos tomar cuidado para que a cera
fundida não escorra pelo padrão danificando sua anatomia e também as bordas. O sprue deve ser
colocado na área de maior volume de cera do padrão, porém devemos evitar sua colocação nas paredes
proximais e também na mesa oclusal. O diâmetro do sprue depende do volume do padrão de cera e
deve ser colocado sempre numa angulação de mais ou menos 45º em relação à base do cilindro ou à
câmara de compensação.

Uma breve revisão de alguma das propriedades dos materiais ajudará a compreender os
procedimentos de laboratório empregados para obter restaurações fundidas precisas. Da maior
importância é o fato de que as ligas metálicas usadas em prótese dentária quando liquefeitas
apresentarem uma contração média de solidificação de aproximadamente 1,5 % . Por tanto se o molde
de revestimento não expandir volumetricamente este mesmo 1,5% em relação ao padrão de cera
original, então a peça fundida resultante será 1,5% menor que tal padrão. Portanto é necessário que
compensemos esta contração através de uma expansão semelhante do molde.

Detalhes para serem observados numa inclusão

A - A distância do padrão de cera da extremidade do cilindro deve ser no mínimo 6mm.

B - A distância do padrão de cera da parede do cilindro deve ser no mínimo 6mm.

C - A distância de um padrão de cera ao outro, deve ser no mínimo 3mm.

D - A distância do padrão à câmara de compensação, deve ser no máximo 5mm.

Evaporação da Cera

É a eliminação da cera e da resina, através do calor para que se forme um molde no interior no
bloco de revestimento incluído, para que possa ser preenchido pela liga metálica no seu estado líquido.
Para a realização desse processo, o cilindro é colocado no forno, com sua abertura voltada para baixo.
Ao atingir a temperatura de 450º o cilindro deve ser virado para facilitar o escape dos gases. Ao atingir
a temperatura adequada, então executamos a fundição.

Fundição

É o processo pelo qual tornamos a liga metálica líquida e a introduzimos no molde de


revestimento previamente preparado, através da centrifugação. O processo de fundição mais comum é
quele onde se usa o maçarico como fonte de calor, porém existem outra formas de se executar uma
fundição. A fundição de ligas metálicas pode ainda ser executada com o uso de um aparelho de
fundição por INDUÇÃO, ou por meio de eletrodos num aparelho chamado ARCO VOLTÁICO.

A aparente simplicidade do citado pode nos enganar sobre a importância na obtenção de peças
fundidas perfeitamente ajustadas.

41
Prótese Fixa

Poucas experiências em laboratório são mais frustrantes do que obtermos fundições que não se
adaptam aos modelos de origem, por tanto não podem ser utilizadas na boca de pacientes.

Cuidados necessários para se executar uma fundição

1 - A liga metálica não deve ser super aquecida para não queimar certos componentes.

2 - Não se deve executar a fundição antes do anel atingir a temperatura ideal.

3 - Quando utilizarmos maçarico, não empregar chama oxidante.

4 - Nunca demorar com o anel no centrifugador depois de cessar a rotação.

5 - Não induzir o resfriamento do revestimento após a fundição colocando-o na água.

Zonas da chama do maçarico

A - ZONA DE OXIGENAÇÃO

B - ZONA DE COMBUSTÃO

C - ZONA REDUTORA

D - ZONA OXIDANTE

Ligas metálicas

São assim chamadas por serem um composto de vários metais. As ligas metálicas mais comuns
utilizadas na confecção de prótese fixa são: ligas de prata (núcleos restaurações parciais) ligas de cobre
alumínio, ligas de níquel cromo, ligas de prata paládio e ligas de ouro. Às vezes estas ligas metálicas
tem ser submetidas a tratamento térmico para facilitar o seu uso.

42
Prótese Fixa

O tratamento térmico é empregado para alterar a dureza da liga metálica ou torna-la mais dúctil.
A dureza é conseguida por encrustamento das moléculas. E a ductibilidade por recristalização das
mesmas, alterando seu tamanho granular ou sua resistência à corrosão.

O tratamento térmico pode ser de dois tipos:

TTA – Tratamento térmico amolecedor, serve para tornar a liga metálica mais dúctil (macia) facilitando
assim sua usinagem.

TTE – Tratamento térmico endurecedor serve para tornar a liga metálica mais rígida, evitando assim
que a mesma sofra flexão ou mesmo corrosão no meio bucal.

Corrosão da liga metálica

O grande fantasma da prótese fixa e a corrosão sofrida pelas ligas metálicas de baixa qualidade,
em reação com os ácidos bucais. Ou seja, é deterioração da liga metálica por reação com seu meio
ambiente, liberando íons nocivos à saúde do organismo humano.

Daí a importância de uma rigorosa seleção da liga metálica para confecção de prótese fixa, uma
vez que a mesma não pode ser reparada com facilidade.

Restaurações unitárias metalocerâmicas

A restauração metalocerâmica combina a resistência e exatidão de metal fundido com a estética


da porcelana. Em conseqüência dos progressos técnicos, seu uso aumentou acentuadamente durante os
últimos quinze anos. Alguma restrição deve ser feita na seleção deste tipo de restauração, desde que
pare de existir tendência de abusos. A restauração metalocerâmica não deve ser substituta das coroas
parciais se estas são capazes de preencher corretamente suas funções.

As restaurações metalocerâmicas são compostas por uma estrutura metálica fundida, que se
ajusta ao preparo do dente e pela porcelana aderida a esta estrutura, que em alguns casos, pode ser
pouco mais que um fino dedal, enquanto em outros seria claramente reconhecido como uma coroa
fundida com alguma porção ausente. Os contornos nas áreas ausentes serão refeitos com porcelana que
mascara ou esconde o coping metálico e torna a coroa esteticamente aceitável.

O coping metálico é recoberto com três camadas de porcelana:

43
Prótese Fixa

1 - Porcelana opaca, que mascara o metal subjacentes.

2 - Porcelana de dentina que constitui a maior parte da restauração e que é responsável pela cor ou
tonalidade.

3 - Área incisal, que é uma camada translúcida de porcelana na parte incisal do dente.

Uma das causas mais importantes para aceitação das restaurações metalocerâmicas é sua maior
solidez e resistência à fratura. A combinação de metal e porcelana fundida sobre elas é mais forte que a
porcelana sozinha. A união tem características verdadeiramente adesivas, com evidência de que na
superfície do metal se forma uma camada de óxidos que contribui para a adesão, reforçada pela
observação de que esta união aumenta quando a fundição da porcelana é realizada em atmosfera
oxidante. As forças de Van der Wal também contribuem para a adesividade, mas não tanto quanto se
acredita. Devido à ocorrência de uma verdadeira adesão, a resistência da união é tal que as falhas e
fraturas ocorreriam na porcelana em vez de na interfase metal-porcelana.

As propriedades da porcelana não podem ser consideradas isoladamente. É essencial que a


porcelana e o metal tenham pontos de fusão e coeficientes de expansão térmica compatíveis. A
diferença mínima entre os pontos de fusão do metal e da porcelana é de aproximadamente 50 cº.
Quanto maior for esta diferença, menores serão os problemas encontrados durante a soldagem.

As estruturas metálicas se tornam maleáveis quando a temperatura alcança 980ºc. Portanto,


deve-se utilizar porcelanas que não precisam ser aquecidas muito além desta temperatura. As
porcelanas mais usadas para este fim tem ponto de fusão que pode variar de 650 a 980ºc.

São numerosas as ligas metálicas que têm sido usadas para este tipo de restauração. Aquelas que
apresentam resultados mais satisfatórios têm alto teor de ouro (83-87%) e, normalmente, também uma
elevada proporção de platina (6-16%). Existe alguma evidência de que o estanho acrescido à liga forma
óxidos na superfície do metal que contribuem para a resistência da união entre a porcelana e o metal.

Por último, deve-se considerar a rigidez do metal. Este não deve sofrer flexões ao ser ajustado, ou
posteriormente, ao ser submetido às forças oclusais para que seja bem sucedida. Qualquer flexão do
metal dá lugar à separação e fratura da porcelana. O metal deve ser tão duro quanto possível e o
casquete deve ser confeccionado de maneira que tenha suficiente espessura para uma excelente rigidez.

Preparo Dentário

O objetivo, ao preparar um dente a ser restaurado, é criar neste um espaço suficiente para que o
material restarador ao ser aplicado preserve suas propriedades e não interfira na oclusão e contorno do
mesmo. Em todo procedimento restaurador, a indicação e aplicação dos materiais odontológicos,
deve-se pautar pelo atendimento das necessidades de cada produtos para obter o melhor de suas
propriedades, diante disto sabe-se que na constituição de uma prótese metalocerâmica a espessura das
partes que a constitui são:

1- Infra-estrutra metálica: 0,3mm,

2- Porcelana de opaco : 0,2mm

3- Porcelana de corpo: 1,0 mm, perfasendo um total de 1,5 o que recomenda para o preparo do dente a
receber este tipo de prótese desgastes de idêntica espessura ou seja:

44
Prótese Fixa

1- Desgaste axial: 1,5mm

2- Desgaste ocluso-incisal: 2,0 mm. Obs: faz-se um desgaste 0,5 mm maior nas faces oclusais e
incisais em razão de receberem uma maior força durante a função mastigatória.

Pontes fixas metalocerâmicas

As infra-estruturas metálicas das pontes de metalocerâmica devem ser confeccionadas, tendo em


conta as seguintes exigências: a espessura do metal deve ser suficiente para assegurar uma boa
resistência e rigidez, e a porcelana deve ter uma espessura quase uniforme para evitar a possibilidade de
enfraquecimento por uma distribuição desigual dos esforços, que terminam em indesejáveis trincas. È
aconselhavel que se faça na face lingual da ponte uma barra metálica visível que se estende de retentor
a retentor, isto proporciona uma espessura de metal que dará rigidez à área dos conectores entre o
pôntico e os respectivos retentores, e na área de solda para que estas sejam resistentes.

A infra-estrutura do pôntico, na área a ser recoberta por porcelana, deve apresentar o mesmo
contorno que a porcelana terá após sua aplicação e não um simples barra que une os retentores entre si.
Isto faz com que a estética dos pônticos seja igual à dos retentores na área gengival e propicie
suficiente suporte à porcelana. A área de contato com os tecidos deve ser pequena e localizada no dado
vestibular de rebordo. Não deve ter a forma de sela.

Para a técnica de metalocerâmica é necessário que se faça a ceroplastia completa dos elementos
para garantirmos uma espessura uniforme da camada de recobrimento cerâmico, evitando com isto
indesejáveis trincas na cerâmica durante o processo de confecção. No caso de ponte fixa, feita a
regressão da cera convém que o padrão da infra-estrutura seja separado entre cada dois pilares, com
uma fina lâmina, pois assim estaremos evitando uma adaptação deficiente ocasionada pela contração
da infra-estrutura metálica, sofrida durante a fundição, e que posteriormente serão soldadas.

Na montagem dos elementos no sprue de cera acoplado na base do cilindro de inclusão, é


necessário que tenhamos um cuidado com a colagem da peça, para que a mesma não solte com o peso
do revestimento e a vibração durante o processo de inclusão. Depois que o antibolhas estiver semi-
seco, o revestimento deve ser manipulado de acordo com as instruções fornecidas pelo fabricante. Para
minimizar a incidência de bolhas os copings devem ser montados com a boca voltada para cima assim
será mais fácil preenche-los com revestimento mediante o uso de um pincel de ponta fina.

O revestimento deverá ser colocado nas bordas dos copings e escoado para seu interior,
expulsando todo o ar através da vibração. O cilindro deverá ser preenchido além de suas bordas, no
momento de sua colocação no forno, o excesso será cortado. O cilindro deverá ir para o forno
acompanhado do cadim, e aí permanecer até que seja atingida a temperatura ideal para se fazer a
fundição. A liga indicada é a de níquel-cromo por ser de fácil manuseio, ser compatível com a
cerâmica e produzir trabalhos de alta qualidade.

A fundição deverá ser feita com o uso de um maçarico a gás (butano e oxigênio ou acetileno e
oxigênio). Após a fundição o cilindro deverá esfriar naturalmente. Feito a desinclusão, o resto de
revestimento poderá ser removido da infra-estrutura, com o uso de uma broca carbide multi-laminada
e, posteriormente jateadas com areia de óxido de alumínio, concluída esta fase a estrutura metálica
deverá adaptar-se passivamente nos modelos de origem.

A usinagem será feita com pedras montadas de óxido de alumínio, jateadas com óxido de
alumínio, lavadas com jatos de vapor, ou ultra-som quando então irão para o forno de cerâmica para

45
Prótese Fixa

serem oxidadas a uma temperatura de 1010ºc, e preparas para receberem o opacificador cerâmico
(opaco). Algumas ligas metálicas deverão receber uma camada de condicionador metálico antes de
receberemas sucessivas camadas de opaco.

Ceroplastia da infra-estrutura metálica

Antes da confecção do coping, faz-se a escultura do padrão de cera com o contorno final da
restauração. Em seguida escava-se as áreas onde será aplicada a porcelana. Somente desta maneira
poderá haver uma uniformidade de contorno da face lingual para a proximal entre o metal que ficará
exposto e porcelana. Por outro lado, se apenas se encerar a parte metálica que não vai ser recoberta,
pela porcelana, é difícil certificar se o contorno da estrutura de metal vai coincidir com o contorno da
porcelana.

Com um instrumento, faz-se um sulco vertical no centro da face vestibular. Da mesma maneira
faça outros na mesial e na distal. Vistos por incisal estes sulcos devem ter uma profundidade mínima de
0,7 mm (preferivelmente 1,0 a 1,5 mm). Estes sulcos são usados para orientar a quantidade de cera a
ser eliminada das áreas que irão ser recobertas por porcelana.

A cera é removida com o bisturi deixando um colar de cera de 0,5 mm de largura na margem
vestibular para reforçá-la durante a inclusão e para assegurar uma espessura suficiente de liga nas
margens. Posteriormente, o colar será desgastado na peça fundida. Adapte as margens com um brunidor
em cauda de castor aquecido. Verifique a espessura do padrão de cera com um calibrador. A espessura,
na área que será recoberta de porcelana, deve ser de 0,4 a 0,5 mm. Uma vez feita a fundição, ela será
reduzida para 0,3 mm. Se for encerada diretamente nesta espessura a peça fundida sairá defeituosa.

Pônticos

O sucesso ou fracasso de uma ponte fixa depende em grande parte da forma do pôntico. A forma
é ditada pela função, pela estética, pela facilidade de limpeza, pelo conforto do paciente e pela
conservação da saúde dos tecidos da área edêntula.

A forma correta é mais importante para a limpeza e saúde dos tecidos do que o tipo de material
empregado.

Deve-se ter em mente que o pôntico permanece sobre os tecidos ao invés de sair deles, certas
modificações devem ser feitas na morfologia básica do dente para que o pôntico seja de fácil limpeza e
não lese os tecidos moles. O contorno e tipo de contato do pôntico com a crista são muito importantes.

46
Prótese Fixa

Afirma-se que o contato excessivo do pôntico com a crista é uma das principais causas do fracasso das
pontes fixas.

Existe um consenso em considerar que a área do contato entre o pôntico e o rebordo deve ser
pequena, e que a porção do pôntico que se aproxima deste deve ser tão convexa quanto possível. A
outrora prática popular de desgastar o rebordo no modelo para obter uma adaptação íntima do pôntico e
uma compressão sobre o rebordo, e inclusive existe um autor que sugere que o contato se faça com a
película de saliva do rebordo. As embrasuras mesial, distal e lingual do pôntico devem estar bem
abertas para permitir que o paciente tenha facilidades de acesso para higienizá-los.

Os pônticos desenhados para se colocar em áreas estéticas (áreas visíveis) devem produzir a
ilusão de dentes naturais, estéticos, sem comprometer a possibilidade de limpeza. Os colocados em
áreas não estéticas (normalmente os pônticos inferiores posterior) têm a função de restaurar a função e
evitar migrações dos dentes. Já que a estética não é importante não é necessário usar materiais ou
contornos que sugiram a presença de um dente natural.

O pôntico deve estar numa linha o mais reta possível, entre os retentores, para evitar qualquer
torção nos retentores e/ou pilares. O pôntico deve ser ligeiramente mais estreito no mesmo eixo entre os
pilares. Entretanto, nenhum esforço é feito para tornar o pôntico mais estreito em alguma porcentagem.
Isto não é prático se estiver sendo feito um esforço para manter o contato oclusal das cúspides e fossas.
Além do mais, poderá ocorrer impacção de alimentos entre a face lingual do pôntico e o rebordo.

FORMA DA INFRA-ESTRUTURA METÁLICA

A infra-estrutura é uma parte importante deste tipo de restauração e, infelizmente, muitas vezes
não se leva isto em conta. Sua forma pode ter uma importância decisiva no sucesso ou falha da
restauração. A função e a integridade estrutural da restauração são importantes. Elas não ser sacrificadas
para se obter maior espessura de porcelana, que apenas melhoraria o seu efeito estético. O resultado
poderia ser uma restauração de pequena duração e um devido serviço ao paciente. Ao planejar o
casquete três importantes pontos devem ser considerados:

47
Prótese Fixa

1 - A extensão da área a ser recoberta com porcelana.

2 - A espessura do metal da infra-estrutura.

3 - A posição dos contatos oclusais

A porcelana deve ter uma espessura mínima compatível com uma boa aparência estética. Uma
camada fina e uniforme de porcelana, suportada por uma estrutura metálica rígida é a solução mais
acertada. A espessura absoluta mínima da porcelana é de 0,7 mm e a ótima é de 1,0 mm. As deficiências
na borda incisal do preparo, tais como cáries ou restaurações antigas, devem ser preenchidas no preparo
ou compensadas pela maior espessura Da infra estrutura metálica. Para o recobrimento com
porcelana, a forma mais conveniente é a convexa, porque é a que distribui melhor as pressões. Por esta
razão, deve-se evitar os ângulos agudos e áreas retentivas. A junção externa do metal à porcelana deve
ser em ângulo reto, para evitar deformação do metal, com a conseqüente fratura da porcelana. Para
que haja suficiente rigidez e resistência, o coping deve ter uma espessura de 0,3 a 0,5 mm.

Para a técnica de metalocerâmica é necessário que se faça a ceroplastia completa dos elementos
para garantirmos uma espessura uniforme da camada de recobrimento cerâmico, evitando com isto
indesejáveis trincas na cerâmica durante o processo de confecção. No caso de ponte fixa, feita a
regressão da cera convém que o padrão da infra-estrutura seja separado entre cada dois pilares, com
uma fina lâmina, pois assim estaremos evitando uma adaptação deficiente ocasionada pela contração
da infra-estrutura metálica, sofrida durante a fundição, e que posteriormente serão soldadas.

Na montagem dos elementos no sprue de cera acoplado na base do cilindro de inclusão, é


necessário que tenhamos um cuidado com a colagem da peça, para que a mesma não solte com o peso
do revestimento e a vibração durante o processo de inclusão. Depois que o antibolhas estiver semi-
seco, o revestimento deve ser manipulado de acordo com as instruções fornecidas pelo fabricante. Para
minimizar a incidência de bolhas os copings devem ser montados com a boca voltada para cima assim
será mais fácil preenche-los com revestimento mediante o uso de um pincel de ponta fina.

O revestimento deverá ser colocado nas bordas dos copings e escoado para seu interior,
expulsando todo o ar através da vibração. O cilindro deverá ser preenchido além de suas bordas, no
momento de sua colocação no forno, o excesso será cortado. O cilindro deverá ir para o forno
acompanhado do cadim, e aí permanecer até que seja atingida a temperatura ideal para se fazer a
fundição. A liga indicada é a de níquel-cromo por ser de fácil manuseio, ser compatível com a
cerâmica e produzir trabalhos de alta qualidade.

A fundição deverá ser feita com o uso de um maçarico a gás (butano e oxigênio ou acetileno e
oxigênio). Após a fundição o cilindro deverá esfriar naturalmente. Feito a desinclusão, o resto de
revestimento poderá ser removido da infra-estrutura, com o uso de uma broca carbide multi-laminada
e, posteriormente jateadas com areia de óxido de alumínio, concluída esta fase a estrutura metálica
deverá adaptar-se passivamente nos modelos de origem.

A usinagem será feita com pedras montadas de óxido de alumínio, jateadas com óxido de
alumínio, lavadas com jatos de vapor, ou ultra-som quando então irão para o forno de cerâmica para
serem oxidadas a uma temperatura de 1010ºc, e preparas para receberem o opacificador cerâmico
(opaco). Algumas ligas metálicas deverão receber uma camada de condicionador metálico antes de
receberemas sucessivas camadas de opaco.

Solda

48
Prótese Fixa

A solda é um composto de vários metais afins, com alguns modificadores estruturais


utilizados para fazer a união entre as partes de estruturas metálicas e deve possibilitar resistência igual
ou superior à resistência da própria liga da estrutura.

Soldagem

Soldagem é o ato de se utilizar a solda para que a mesma cumpra sua finalidade. Fazer soldagem
de peças protéticas fixas não é nenhum mistério, porém cuidados devem ser tomados na execução do
processo, para que insucessos não ocorram colocando todo trabalho a perder. Soldagem é a união de
duas ou mais superfícies metálicas mediante o uso de uma terceira liga. A ação de calor induzido, que
pode ser a chama de um maçarico ou mesmo o aquecimento do forno em atmosfera normal, causa a
fusão do agente de união, que é a solda, que por umedecimento das superfícies adere-se a elas
efetivando a colagem das partes. Desta forma a solda deverá apresentar ponto de fusão inferior ao das
superfícies a serem soldadas.

Há dois mecanismos pelos quais uma solda une duas superfícies metálicas, o primeiro
mecanismo é o simples embricamento mecânico. Neste caso, temos apenas junção pela micro
rugosidade superficial.

É simples de entender, imagine que você coloca um pedaço de tecido na água, se você congelar a
água você notará que o tecido estará grudado no gelo sem o uso de nenhuma cola. Na verdade, a água
se infiltrou por capilaridade no tecido e ao congelar estabeleceu um vínculo rígido entre o bloco de gelo
e o tecido. De modo semelhante isto ocorre quando se solda uma superfície de níquel-cromo, utilizando
uma solda à base de prata. Neste caso, não há interface entre a liga de níquel-cromo e a liga da solda.

O segundo mecanismo de ligação entre duas superfícies metálicas através de solda ocorre com a
formação de uma interface entre a superfície metálica e a solda, criando uma região de transição, com
mistura de partículas das duas superfícies e também da solda. Isto acontece quando as superfícies a
serem unidas e a solda, possuírem a mesma natureza.

Quando a solda e as partes a serem unidas estiverem bem aquecidas, acontecerá a fusão da solda
e conseqüentemente o entrelaçamento por infiltração de partículas da solda nos micro-poros da
superfície a ser soldada, na verdade estes micro-poros se dilatam pela absorção do calor, facilitando
assim a infiltração da solda. Por ser um processo de colagem indiscutivelmente seguro é utilizado nas
soldagens de aparelhos protéticos fixos e móveis.

Procedimentos para execução de uma soldagem

As partes a serem soldadas devem ser incluídas em revestimento próprio para soldagens,
seguindo as instruções do fabricante. Para o processo de inclusão alguns detalhes têm que ser
observados, é conveniente que se faça a colagem de um bastão de cera transversal à estrutura que será
soldada, este bastão deverá ter aproximadamente 2,0 cm de comprimento por 5,0 mm de diâmetro, e
que servirá para criar no bloco de revestimento um túnel de escape para a chama do maçarico durante a
soldagem. Cuidados devem ser tomados durante a inclusão, no sentido de proteger os bordos e regiões
delgadas das estruturas, cobrindo-as com revestimento, evitando assim que sejam danificadas pela
chama do maçarico durante o aquecimento e fusão da solda.

A parte a ser soldada deverá ficar no topo da muralha de revestimento e bem exposta para
facilitar a soldagem. Depois de completada a presa do revestimento, o bloco deverá ser inserido no
forno, e sua temperatura deverá ser elevada até 450ºc por aproximadamente 15 minutos, para que seja

49
Prótese Fixa

eliminada toda a quantidade de carbono que surge durante a secagem do revestimento. É importante
salientar que toda a carbonização só começa a ser eliminada a partir de 425ºc.

Atingida a temperatura de 450ºc o forno deve ser desligado, para que o mesmo volte à
temperatura ambiente possibilitando assim um jateamento com óxido de alumínio da superfície a ser
soldada, para que seja eliminado qualquer vestígio de óxidos metálicos formados durante a desidratação
e eliminação da resina da pré-solda, e também da cera do escape, deixando assim a peça pronta para
receber a solda.

É de fundamental importância que a chama do maçarico esteja devidamente regulada para que
tenhamos uma chama redutora branda. A parte da chama que deve tocar a solda é a parte azulada, que é
perfeitamente notada entre o fim do cone azul e o início do cone alaranjado. Esta é a chama correta para
se executar a soldagem, pois a chama incorreta tende a criar óxidos na superfície do metal
impossibilitando uma perfeita soldagem. As superfícies a serem soldadas devem ser aquecidas por igual
até atingir uma coloração vermelha brilhante, neste momento a vareta de solda já impregnada de fluxo
(fundente) deve tocar o metal na região a ser soldada, que sob a ação da chama se fundirá e escoará pela
fenda entre as partes preenchendo-a por completo, neste momento a chama deve ser retirada para que a
solda não entre em efervescência, criando bolhas e inutilizando a soldagem.

Concluído todo o processo, a estrutura já soldada deve ser submetida a um jateamento com óxido
de alumínio e a seguir ser submetida à usinagem normal, retirando os excessos da solda e nivelando a
superfície da estrutura.

FUNDENTE - é a substância empregada para baixar o ponto de fusão do metal. O fundente tem a
seguinte composição:

Piroborato de sódio............................................................................................................................... 55%

Ácido bórico....................................................................................................................................... . 35%

Sílica..................................................................................................................................................... 10%

O fundente é aplicado com mais facilidade se for preparado em forma de pasta. Muito embora se
possa fazer uma pasta misturando o fundente com álcool, por ser de uso mais fácil, é mais comum
utilizarmos vaselina como veículo, pois ela isola o fundente do ar este queima se deixar resíduo. Os
fundentes preparados com bórax comum ou pasta com água como veículo, tende a produzir
efervescência ao serem aquecida, provocando assim o aparecimento de porosidades nas soldagens. Para
limitar a área que vai ser realizada a solda e evitar seu escoamento para áreas impróprias, utilizamos
anti-fundentes.

O anti-fundente mais comum é o grafite de lápis pela facilidade de uso principalmente e


superfície não muito polidas. O grafite funciona como isolante evitando que a solda grude onde não
deve. A região a ser soldada também pode ser contornada com uma suspensão de ruge e clorofórmio,
pois este processo evita o espalhamento da solda.

A técnica que se descreve é empregada para soldar infra-estruturas metálicas de pontes fixas.
Depois de provada a infra-estrutura metálica a mesma tem suas partes unidas com resina acrílica ainda
encaixada nos dentes pilares. A este processo chamamos pré-soldagem.

50
Prótese Fixa

Retornada ao laboratório, devemos colocar fios de cera de diâmetro avantajado unidos à resina da
colagem, para criar túneis no bloco de revestimento por onde passará a chama do maçarico durante o
processo de soldagem definitiva, incluí-la no bloco de revestimento pra solda aguardar o tempo de
secagem, levar ao forno de desidratar para eliminar a cera e a resina.

As partes a serem unidas deverão ser aquecidas com a chama do maçarico, comece o
aquecimento dirigindo a chama do maçarico sobre todo o bloco para não haver dissipamento do calor
prejudicando a soldagem, manter a chama sobre as partes a serem unidas por 2 a 3 segundos até que as
mesmas fiquem rubras.

Em seguida a solda é conduzida ao seu local de destino e fundida sobre as partes. Deixe esfriar
naturalmente desinclua e proceda a usinagem normalmente.

Se a solda for fundida diretamente na chama do maçarico, podem surgir as seguintes


dificuldades:

1 - A solda formará uma bola e não escoará.

2 -A solda não preencherá todo o espaço destinado à mesma tornando a emenda passível de ser
quebrada.

Usinagem

É um acabamento que deve ser feito com brocas e pontas montadas. Devemos sempre usar abrasivos
diamantados e de óxido de alumínio e submetermos a estrutura metálica a jatos com areia de óxido de
alumínio, lavá-las no ultra-som ou jato de vapor , preparando a estrutura para ser sinterizada no forno
de cocção de cerâmica.

Sinterização

É um processo, no qual a infra-estrutura metálica, é submetida a alta temperatura em presença de


atmosfera oxidante, no forno de cocção de cerâmica para que os óxidos fluem para a superfície da
estrutura, preparando-a para receber o opacificador cerâmico.

Cerâmicas Dental

As cerâmicas dentais são os materiais com as quais são feitas as restaurações fixas mais estéticas
e resistentes. A cerâmica dental convencional é uma cerâmica vítrea que possui como principais
componentes, minerais cristalinos como: Feldspato, Sílica, Quartzo, e Alumina em matriz vítrea
(Botino MA, 2002). As cerâmicas constituem-se atualmente na principal alternativa de tratamento
restaurador para estrutura dental, devido a biocompatibilidade, resistência à compressão,
condutibilidade térmica semelhante aos tecidos dentais, radiopacidade, integridade marginal,

51
Prótese Fixa

estabilidade de cor, simula a aparencia dos dentes naturais (biomimetismo). Além disso, este material
retém menos placas bacteriana e apresenta boa resistencia à abrasão (Rego MA et al, 1997; MIRANDA
CC, 1998; Chain M, 2.000). Basicamente são vidros não cristalinos compostos por unidades estruturais
de silício e oxigênio (SiO4 tetraedro). Várias propriedades são necessárias para que sejam usadas na
confecção de restaurações odontológicas:

1 - Baixo ponto de fusão.

2 - Alta viscosidade.

3 - Resistência a desvitrificação

Estas propriedades são obtidas acrescentando-se outros óxidos à estrutura básica. A temperatura
de fusão é diminuída pela redução das ligações cruzadas entre oxigênio e o silício. Isto é conseguido
pelo uso de modificadores, tais como os óxidos de potássio de sódio e de cálcio. Infelizmente estes
modificadores ou fundentes também diminuem a viscosidade. As porcelanas dentais exigem uma
elevada resistência ao escoamento da maneira que as restaurações conservem sua forma básica durante
a cocção. A isto se chega mediante o uso de um óxido intermediário, o de alumínio, que se incorpora às
malhas de silício-oxigênio. Se forem acrescentados muitos modificadores à porcelana para romper os
tetraedros de SiO4, o vidro tende a se desvitrificar ou cristalizar. Isto se torna um problema particular
nas porcelanas com um alto coeficientede expansão térmica, porque os alcalis são introduzidos para
romper as tramas de silício oxigênio e tendem a aumentar a expansão. Quando uma porcelanma é
fundida muitas vezes, ela pode desvitrificar-se, tornando-se leitosa e difícil de glazear.

HISTÓRICO DAS CERÂMICAS DENTAIS

As cerâmicas constituíram-se nos materiais mais sofisticados da idade da pedra há mais de 10.000
anos e desde de então mantiveram a sua importância na sociedade humana ( Anusavice KJ, 1996).
Aproximadamente no ano 200 a.C. os chineses conseguiram desenvolver um tipo mais refinado de
cerâmica, a porcelana, empregando argila fina misturada a quantidades especificas de quartzo, fedspato
e calcário, antes de ser levada ao forno. Empregada na confecção de peças ornamentais e de utensílios
domésticos. Em 1774, o farmacêutico Alexis Duchateau, observou o fato de utensílios cerâmicos
glaseados usadas na manipulação de produtos químicos, preservava a coloração e resistiam a abrasão.
Parecem ter sido estas as circunstancias que deram origem ao uso da porcelana como material
restaurador dentário. No campo da odontologia, as pesquisas iniciais o uso de porcelana feldspatica
(Pura) em combinação com fina estrutura em metal nobre (platina), para a confecção de coroas de
revestimento total que promoveriam uma estética superior a das executadas com as resinas disponíveis
(metil-metacrilato), na restauração de dentes anteriores. A queima a vácuo da porcelana dentaria foi
introduzida no final da década de 40, esta prática baixou consideravelmente o ar retido na peça durante a
sua sinterização e produziu melhora significante na translucidez da porcelana dentária. A partir da
metade da década de 50 houve um retomada das pesquisas, visando o desenvolvimento de material
ideal para reabilitação oral, combinando a resistência oferecida por estrutura metálica e a estética
proporcionada pela porcelana, a liga de ouro era eleita para este fim em razão da compatibilidade de seu
coeficiente de alteração dimensional com o da porcelana. No final da década de 60, o aumento do preço
do ouro, restringindo o seu uso contudo forçando a pesquisa e o desenvolvimento de novas ligas a base
de metais não nobres que pudessem substituir as nobres (áureas) e que oferecessem resistência de união
a porcelana similar.

PROPRIEDADES FÍSICAS

52
Prótese Fixa

A compreensão das propriedades físicas e mecânicas das porcelanas dentárias mostra-se


fundamental para que técnicos e clínicos possam extrair todas qualidades que modernos materiais
disponíveis apresentam. Propriedades como coeficeiente de expansao térmico linear, dureza, módulo
de elasticdade e resitência, fazem parte do cotidiano dos profissionais da prótese dentária, muitas vezes
sem o inteiro domínio.

Estrura da matéria e energia térmica

Os átomos dentro de uma molécula possuem distância de equilíbrio entre si, apresentam
quantidade de energia e encontra-se em constante vibração. Com aumento da energia (aquecimento) as
moléculas vibram mais, afastando os átomos entre si, o que pode promover alteração do estado físico da
matéria. Sendo a tempertura de fusão o ponto que ocorre a transformação do estado sólido para o
líquido.

Como referido acima, a medida que a temperatura aumenta os átomos vão vibrando mais, se
afastando fazendo que o material sofra aumento em suas dimensões, fenômeno que denominamos
expansão térmica. Diferentes materiais demonstram expansões distintas, podendo esta variável ser
determinada por meio do coeficiente de expansão térmica linear (CETL), o mesmo pode ser definido,
como alteração no comprimento por unidade de comprimento de um material quando a sua temperatura
é elevada em 1ºC. Essa propriedade é muito importante, por exemplo, nas restaurações metalocerâmicas
e ceramocerâmicas, pois o material da infra-estrutura e o recobrimento deve possuir CETL similares,
expandindo e contraindo em proporções semelhantes evitando o risco de trincas e fraturas.

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Para estudar as propriedades mecânicas dos materiais, é necessário que sejam feitas algumas
definições. O desempenho clínico e laboratorial dos materiais é avaliado principalmente quando na
presença da ação de tensões. Tensão é definida com uma força (F) que atua internamente nas
partículas constituintes de um corpo aplicada em área específica (Viana DF, 1965). Existem tensões de
tração (F que tem a tendência de alongar o material), Tensões de contração (F que tendem a encurtar o
material) Tensões de cisalhamento (F que tendem a torcer ou deslocar uma porção de um corpo sobre o
outro ). Tensões complexas (Todas as Tensões ao mesmo tempo) e as Tensões de flexão (F que tendem a
dobrar o corpo). Sempre que uma Tensão estiver atuando sobre um corpo ocorrerá uma
deformação. Esta deformação, dependendo do valor da tensão e das características do material, poderá
ser reversível (elástica) ou permmanente (plástica) (Anusavice KJ,1998). Existe um valor de tensão que
divide as deformações elásticas e plásticas. Este valor é definido como limite elástico tensão induzidas
inferiores a esses valores geram deformações elatásticas.

Outra propriedade relacionada a deformações elástica é o módulo de elasticidade (ME), o qual


descreve a rigidez de um material, define-se como constante, obtida pela razão entre tensão e a
deformação dentro do limite elástico (Phillips RW, 1993). Quanto maior o módulo, menor será a
deformação elástica resultante da aplicação de uma tensão, e mais rígida será a estrutura de um material.
As estruturas dentais e os materiais odontológicos sofrem alta variação quanto ao seu módulo de
elasticidade. Em relação as estruturas dentárias, a dentina apresenta um ME baixo (18-20 Gpa), sendo
considerada um amortecedor para as forças recebidas pelo esmalte, mais rígido e com ME podendo
variar de 50 Gpa a 88 Gpa (kina S. et al, 2005).

A tensidade envolve a quantidade de energia absorvida por um corpo até o momento de sua fratura,
envolvendo deformações tanto reversíveis quanto irreversíveis. Um material tenaz é capaz de absorver
uma grande quantidade de energia sem se fraturar, podendo ser considerado resistente. Fato que se

53
Prótese Fixa

diferencia de dureza, sendo a mesma refernte a resistência do material ao riscamento ou penetração.


Existem vários tipos de dureza, medidos de acôrdo com formato da ponta diamantada que testa o
material, ex: Dureza Vickers: Knoop Brinell.

As cerâmicas são friáveis, isto é podem ser descritas como materiais que apresentam pouca
resistencia a fratura, ou seja quebra-se com facilidade, sobretudo sob forças de tração e na presença de
defeitos superficiais que podem gerar falhas catastróficas no material. Sua suscetibilidade a fraturas é
uma desvantagem particularmente quanto trincas e tensões estão presentes no mesmo ponto da
restauração. Um fator que contribui para essa limitação dos materiais cerâmicos é a facilidade de
propagação de trincas, tornando o material ainda mais propenso a fratura. Já os metais apresentam
ductibilidade e maleabilidade, as quais referem-se a capacidadede de um corpo sofrer grande
deformação permanente sob ação de forças de tração para o primeiro e forças de compressão para o
segundo. Desta forma os formas os metais tem capacidadede resitir as altas tensões por se deformarem
plasticamente e, portanto mais resistente à fratura, fato que torna o material indicado para associação
com a porcelana.

Composição química e micro estrutura

As cerâmicas odonlógicas são materias de natureza vítrea. São contituidas de partículas critalinas de
dispersas numa grande proporçâo de matriz. Essa estrutura amorfa produz propriedades físicas típicas
de um vidro, apresenta caracteristicas e propriedades dos sólidos não cristalinos, como viscosidade,
temperatura de transição vítrea, temperatura de fusão, coeficiente de expansão térmica, dureza e
susceptibilidade a fratura devido a sua estrutura irregular a ausencia de planos atômicos como os
presentes em materiais com estrutura cristalina verdadeira no caso dos metais.

São materiais quimicamente inertes e demonstra natureza refratária o que caracterizam como
execelentes materiais termoelétricos.

O principal componente das cerâmicas odontolólgicas é o fedspato um mineral encontrado


praticamente em todo o mundo. Feldspato naturais são misturas de albita (Na2Al2Si6O16) e orticlástico
ou microlina (K2Al2Si6O16) com particulas sem quartzo cristalino. Esses feldspatos nunca são totalmente
puros, sendo a quantidade de óxidos de Sódio e de Potássio, podem variar consideravelmente. Para o
uso odológico prefere-se o fedspato com alto conteúdo de potássio, devido a sua resistência ao
escoamento sob altas temperaturas.

Classificação das Cerâmicas Odontológicas

Várias formas de calassificação vem sendo proposta por inúmeros autores ao longo dos anos.
Entrtanto não se observa até os dias atuais, uma forma única de classificação que abangesse todos os
materisais cerâmicas disponíveis no mercado odonlógico. Assim Classificaremos segundo a temperatura
de fusão (Anusavice KJ, 1998; Botino MA 2002) e pela indicação do material (Pereira GG, Santos ML,
2005).

A porcelana de alta de fusão são empregados na produção de dentes para próteses removíveis;
atualmente decadentes em decorrência do alto valor agregado do produto e dificuldades técnicas
inerentes à sua confecção (Anusavice KJ,1998).

Classificação segundo a Tempetura de Fusão

Classe Temperatura

54
Prótese Fixa

Alta Fusão >1.300ºC


Média fusão 1.101ºC a 1.300ºC
Baixa fusão 850°C a 1.100ºC
Ultra Baixo ponto de fusão < 850ºC

Média Fusão, para coroas totais livres de metal (coroa oca) Trubyt®, Bioform®; Baixa e ultra-baixa
fusão são empregadas na confeccão de Coroas totais Metalocerâmicas (CMTC) Ex: Ceramco3®,Vita
VMK 95®, Vita Ômega 900, Duceram® Williams®, Noritake SEX-3®.

Algumas porcelanas de ultra-baixa fusão são empregadas para titânio (Ti) e ligas Ti, devido aos seus
baixos coeficientes de contração e evitando o risco do crescimento de óxidos sobre a superficie do Ti,
Ex: Vitatitanceramic. Cerâmicas com fases cristalinas reforçadas para coroas puras, o material para o
núcleo da coroa pura contém partículas de leucita, alumina, zircônia ou magnésio para aumentar a
resistência à propagação de fratura, Ex: Vita in Ceram®; Empress II®, IPS Empress Sthétic ® ;
Ceramco Press®.

Classificação das Cerâmicas Odontológicas segundo a indicação clínica

Indicação principal: Restaurações

Facetas IPS Empress® (Ivoclar); IPS Empress


laminadas Sthetic® (ivoclar); IPS Empress 2®
(ivoclar); Super EX-3® (Noritakr Co);
Onlay-inlay D’Sing(Ivoclar); Creation AV (Creation).
Finesse (Dentsply); Degudent-Kiss
Croas Puras (Degudent); Vitadur Alpha (Vita);
Cergogold® (Degussa).

Onlay-Inlay Vita Blocks® (Vita; Cerec® (Sirona Dental


System); Celay® (Mikrona Tecnologie)

Indicação: Infra Estruturas

Coroas Unitárias Procera® All Ceran (Nobel); Procera® All


Zircon (Nobel); InCeram Alumiana®
(Vita); InCeram Spinell (Vita); IPS
Empress Sthetic® (Ivoclar); IPS Empress
2® (Ivoclar); Finesse (Dentsply); Vision-
Esthetic®(WDM GA); Degudent-kiss
(Degudent); Vitadur Alpha® (Alpha)
Próteses Parciais Fixa Procera® All Ceran (Nobel); InCeran
AllCeran®(Vita): InCeran Zircônia®
(Vita); IPS Empress 2® (Ivoclar);

Indicação principal: Cobertura

55
Prótese Fixa

Infraestruturas Creation® (Creation) Super EX-3®


Metálicas (Noritake); D´Sing (Ivoclar); Duceran
plus® (Degussa); Williams® (Williams);
Fiinesse® (Dentisplay); Vita Omega®
(Vita); Cobertura Ti22® (Noritake);
Triceram® (Dentauraum)
Infra-estrutura VitaDur Alpha®(Vita); CZR® noritake);
Cerâmica AllCeram®(Degussa); Cerabien®
(Noritake); Triceram® (Dentauraum);
DuceraGold® (Degussa)

Formas de Processamento Laboratorial

Modelagem

Os materiais dentários cerâmicos são fornecidos na forma de pó e de líquido, sendo que alguns
fabricantes pré-sinterizam o pó cerâmico disponibilizados sob diversas formas. Podem se apresentar em
forma de blocos a serem usinados (sistemas computadorizados), pastilhas a serem fundidas ou injetadas,
à semelhança da técnica da cera perdida ou ainda na forma de pasta, como alguns opacos já existentes
no mercado, esses sistemas serão melhor comentados à frente.

Modela-se o pó usando-se um líquido aglutinador para manter as partículas juntas. A mistura do pó


com líquido, pode ser água destilada ou líquido específico contendo aditivos, deve sempre ser efetuada
em superficie limpa. Após essa mistura uma massa úmida é obtida sendo aplicada por meio de pincéis
ou espátulas sobre troquéis refratários, infra estruturas metálicas ou cerâmicas. O processo de manter as
partículas juntas, e de remover o exesso de líquido é conhecido como condensação. Nesse momento as
massas cerâmicas devem ser condensadas para que sejam produzidas as formas de um dente.

Condensação

Duranre a aplicação, os espaços entre as partículas de pó são preenchidos pelo líquido. Se durante o
processo de cocção as partículas mantiverem esse espaço, mesmo após a evaporação do líquido podem
ocorrer problemas como aspécto leitoso, alteraçao de cor, porosidade e comprometimento de resistência
mecânica. A retirada do excesso de líquido pode ser obtida por meio de quatro artifícios:

1.Secagem com papel absorvente.

2.Vibração manual.

3. Alisamento da superficie com espátula.

4. Adição de pó seco, com pincel.

Uma densa compactação gera dois benefios: menor contração de sinterização e menos porosidade na
porcelana. Outra exelente forma de otimizar a condensação é por meio do controle da umidade da
massa. Esse controle deve iniciar no momento da deposição do pó e do líquido, sobre a placa e presistir
até a aplicação da cerâmica sobre a infra estrutura . Contudo, a massa não deve ficar seca em demasia
pois isto dificultaria a escutura do elemento dentário e condensação adequada da massa.

56
Prótese Fixa

Procedimento de Sinterização (cozimento, cocção)

Após a fase de condensação da massa cerâmica sobre uma infa-estrutura metálica com a forma
desejada e devidamente condensada, a massa deve passar por tratamento térmico em forno para as
partículas se unirem tomando definitivamente forma desejada. Esse processo é denominado sinterização
(cozimento).O cozimento ou cocção e pode ser dividido em três etapas: 1- Pré-sinterização; 2-
Sinterização; 3 - Resfriamento.

1.Pré-sinterização: Também conhecida como secagem, é obesrvado no momento em que a


porcelana, pronta para ser sinterizada, permanece alguns minutos na entrada do forno ou sobre o
elevador do forno. Este pré aquecimento permite que o vapor de água remanescente se dissipe. A
colocação de uma condensada diretamente, mesmo em um forno considerado rasoavelmente morno,
resulta na formação rápida de vapor, portanto intriduzindo porosidade ou fraturando pedaços de uma
fase cerâmica. Além da eliminação do líquido, o processo também permite a decomposição e eliminação
na forma de gases, de produtos inorgânicos como aditivos. Após a pré-sinterização por aproximadamete
5 min, a porcelana é direcionada ao forno e o ciclo de sinterização se inicia.

2. Sinterização: Na maioria dos casos a sinterização promove redução da porosidade e o aumento da


densidade volumétrica do material. À medida que temperatura sobe, o vidro sinterizado gradualmente
escoa para preencher os espaços de ar. Entretanto o ar torna-se aprisionado na forma de porosidades,
porque a massa fundida é muito viscosa para permitir que todo ar escape. A maneira encontrada para
reduzir essa porosidade na porcelana odontológica é a cocção a vácuo. Devido ao fato de a pressão estar
aumentada em média 10 vezes dentro do forno, as porosidades são comprimidas para que tenham
dimensões um décimo do seu tamanho original, e o volume total de porosidade é então reduzido.
Portanto algumas poucas bolhas estão presentes ao fim do processo de sinterização, mas menores em
decorrencia do vacuo.

Importante ressaltar que um controle cuidadoso do forno de cerâmica é requisito fundamental para a
aquisição de trabalhos de qualidade aceitável. (Prado RA et al, 2003), mostrou em seu trsabalho que
fornos com grandes oscilações de temperatura podem trazer comprometimentos na lisura superficial das
peças bem como alteraçao da coloração.

2.1- Classificação dos Estágios de Sinterização;

2.1.1- Biscuí ou biscuit: É a aparência da superficie não glaseada da porcelana que indica o estágio de
sinterização da porcelana.

2.1.2- Baixo biscuit: É o estágio de sinterização reconhecido quando os grão de vidro amolecem e
começam a escoar. O material fundido apresenta rigidez porem é muito poroso. As particulas de pó
carecem de coesão com completa. Ocorre uma quantidade desprezível de contração de sinterização.

2.1.3- Médio biscuit: É o estágio de sinterinzação caracterizada pelo fato de que os grãos de vidro
escoaram o suficiente para que as partículas de pó apresentassem coesão completa; o material ainda é
poroso, e ocorre neste estágio uma contração definida.

2.1.4- Alto Biscuit; É o estágio na qual a contração é completa e o material apresenta a superficie mais
lisa. Pode ser visível uma ligeira porosidade, mas o corpo não se apresenta vitrificado.

3- Resfriamento: Esta etapa é caracterizada pela descida do elevador do interior do forno ao ambiente
externo, após um ciclo completo de sinterização. O processo total sempre deve seguir as recomendações

57
Prótese Fixa

do fabricante . Muitos ciclos de cocção, por exemplo, podem alterar a resitência à flexão, a tranlucidez e
o coefiente de expansão térmica linear (CETL).

A natureza das forças de união da porcelana ao metal

Existem quatro tipos de força que atuam na união da porcelana com metal nas próteses
metalocerâmicas, que são:

1 . Mecânica: Está relacionada com a penetração do vidro nas regularidadesda superficie metálica
(Dentist Desk Reference, 1981).

2. Força de Van der Waals: depende da capacidade da porcelana umidecer a superficie metálica, são
pequenas e sujeitas à interpretações incorretas. (Kelly, Asgar, O’brien 1969)

3. Química: É a união de óxidos metálicos formados na superficie da liga com a porcelana durante a
fusão. (Nally, Monnier, Meyer, 1968, Von Radnoth & Lautesnchlager,1969).

4. Compressão: A tensão de compressão estabelece-se durante o esfriamento da faceta de porcelana


sinterizada e depende da geometria da infra estrutura metálica e, principalmente da correta
combinaçãodos índices de alteração dimensional do metal e da porcelana. (Vickery; Badinelli,1968).

Ligas Metálicas

A odontologia é a única área de conhecimento que usa ligas nobres ( a base de ouro ) para aplicações
estruturais. As ligas nobres utizadas em restaurações metalocerâmicas (RMC) apresentam problemas de
resistência e fadiga. Quando comparadas as ligas nobres, as ligas não nobres à base de níquel-cromo
(NiCr) apresentam módulo de elasticidade superior, permitindo assim, fundições mais finas, densidade
menor, resistência nove vezes maior, menor flexibilidade, alongamento satisfatório e preço menor.

Existe sempre necessidade de se utilizar soldagem na confecção das próteses fixas múltiplas mesmo
que as ligas de solda não tenham propriedades mecânicas iguais às ligas fundidas. Levando em
consideração a necessidade de se prover espaço adequado para a limpeza interproximal, a manutenção
da súde periondontal e de evitar o enfraquecimento das restaurações metalocerâmicas, torna-se
necessário usar: ligas mais resistentes e reduzir a espessura do opaco para 0,1mm.

Fraturas entre porcelana/metal:

É recomendado fazer-se teste de adesão de porcelana para verificar se o processo empregado está
correto. As fraturas enter as porcelanas e ligas metálicas a base de metais nobres são geralmente de
natureza coeziva ou seja, ocorrem no corpo da porcelana ou da liga metálica, e com metais não nobes
ocorrem na interface metal e porcelana, (Mc Lean; Sced, 1973)

Fernades Neto, A.J em 1996, avaliou a resistência da união metal/porcelana de três marcas
comerciais de sistemas cerâmicos, em diversas combinações com três ligas metálicas à base de níquel
cromo (NiCr), e uma liga experimental à base de cromo-cobalto (Cr Co), contendo titânio. Utilizou o
teste de (Chioddi Netto) para os experimentos. A partir dos resultados obtidos , concluiu que: dos
sistemas cerâmicos avaliados, o da marca Duceram presentou o melhor desempenho, seguido pelo da
vita VMK88, e, Williams que mostrou menor resistência, das interações testadas, a combinação liga
Resistal P/ sistema de porcelana Duceram, apresentou o melhor resultado, seguido por
Experimental/VitaVMK88; Experimental/Duceram; Durabond/Duceram; e Resistalp/VitaVMK88.

58
Prótese Fixa

Desmonstrando que os sistemas ceramicos, tem comportamento singular com tipos diferentes
de ligas, necessitando teste para se determinar a compatibilidade de ambos.

Aplicação da porcelana sobre infra-estrutura metálica:

1- Preparo da infra-estrutura metálica, sequência laboratorial:

A- Desgaste superfial com pedras e ou dicos de oxido de aluminio:

B- Jateamento; com oxido de aluminio; o jato abrasivo além de limpar a superfície da infra-estrutura
metálica, promove:

Vantagens: 1 - Área superfie aumentada para maior união da porcelana; 2 - O aumento do


umidecimento da infra-estrutura metálica pela porcelana. 3 – O embricamento da porcelana na
superfície do metal evita deslocamento devido as diferenças de coefiente de alteração dimesional.

Desvantagens: 1 - Rugosidade excessiva que resulta em concentração de tensão na interface


metalocerâmica. 2 – Ângulos agudos na interface, que não permitem o umidecimento completo e
resulta em inclusão de ar e vasios na interface metal-cerâmica.

C- Desgaseficação ou oxidação do metal: Na desgaseficação a infra estrutura metálica de NiCr deve ser
aquecida até 1010°C por 5 minutos a vácuo. Adquirindo um coloração azul iridescente, se aparecer
manchas, a peça deve ser novamente descontaminada. A desgaseficação teria, na realidade, a função de
formar uma camada de óxidos que serviria para promover a união química entre liga metálica e
porcelana, visto que a adesão da porcelana (opaca) a liga metálica se dá, em parte, pela combinação
química entre átomos ou moléculas da porcelana e moléculas da camada de óxidos ( de indio, estanho,
etc) que se formam durante a desgaseficação. Os óxidos de NiCr podem dissolver-se na porcelana,
alterando-lhe a cor.

D- Jateamento: com óxido de aluminio:

E- Limpeza ultra-sônica; em água destilada com solução de cloreto de amônia por 3 minutos, ou
somente em água destilada em ebulição por 10 minutos.

2- Seleção dos Fornos a Vácuo: A - Basicamente todos os tipos de fornos para cerâmica são áptos
para sinterização da porcelana odontologica, observadas as instruções de seus respectivos
fabricantes.

B - O aumento da temperatura deve ser aproxidamente de 50°c a 55°c por minuto.

C - Para evitar trincas, a peça deve secar adequadamente, especialmente em aplicações mais espessas de
cerâmica (casos extremos até 10 minutos)

3- Ciclos de Sintezação ou Cocção

3.1- Aplicação do condionador de metal: Este procedimento só será realizado se a porcelana a ser
utilizada não for compatível com a liga metálica da infra-estrutura. O agente de união mais utilizado é o
Uniseal da Unitek. Atualmente ligas de Ti necessitam da utilização de condicionador específico, que
melhora a união e diminui a oxidação da peça. Outros tipos de porcelana já disponibizam produtos
similares para aplicação prévia ao opaco, são os wash-opaque descritos para melhor umidecimento do

59
Prótese Fixa

opaco, pode ser encontrado pronto para uso em forma de pasta pouco viscosa é o caso da VMK95® e
Ômega 900® (Vita). Sinterização feita sempre com vácuo.

Temperatura inical 650°C*


Temperatura fianl 960°C*

3.2- Apicação da porcelana opaco: O opaco tem a finalidade de mascarar a sombra da estrutura
metálica, depois de aplicado deve ser secado na plataforma do forno antes de ser submetido à cocção
obedecendo ao tempo e à temperatura indicada para cada tipo de cerâmica.

É encontrado em forma de pó cerâmico ou numa forma cremosa e deve ser aplicada com um
pincel em finas e sucessivas camadas, até cobrir de maneira uniforme toda a superfície oxidada
devidamente preparada para receber o recobrimento cerâmico. Atualmente estão sendo empregado
óxidos fluorescentes para melhorar a dinanmica óptica das CMTC. As temperaturas utilizadas em todas
as fases de aplicação da porcelana sofrem variações de uma porcelana para outra, potanto, é prudente
seguir as recomendações dos fabricantes. Em média a secagem da poercelana se dá por 3 a 5 minutos na
entrada do forno com temperatura inical de 650°C, após o que, introduza-a no forno, feche-o ,
programe-o e aguarde que atinja a temperatura final, sempre com vácuo.

3.3- Aplicação das massas cerâmicas:

O primeiro umedecimento da cerâmica deverá ser feito com uma solução à base de caolim,que
acompanha a cerâmica, as demais devem ser com água destilada. Construído o dente, o mesmo irá para
a plataforma do forno para ser secado antes de ir para o interior da mufla para fundição da cerâmica
sobre a estrutura metálica. Acréscimos poderão ser feitos durante a construção dos dentes. A cocção da
cerâmica deverá ser feita sob vácuo e à temperatura indicada para cada tipo de cerâmica. Depois de
construído o dente, aplica-se o glaze e o levamos novamente no forno para que seja vitrificada a
superfície do dente adquirindo assim o brilho natural do dente humano. Posteriormente será dado
acabamento na cinta metálica se houver, deixando a peça protética em condição de ser cimentada na
arcada do paciente.

Dentina: Dentina de corpo é um vidro felspático com elevada saturação de cor, usada para criar volume
pricipalmente nas áres gengivais ou corpo da coroa. Já a porcelana incisal é usada para cobrir o terço
incisal da coroa de porcelana, com fim de produzir a translucidez caracteristica e inerente a porção
incisal dos dentes naturais. Iniciamos aplicando primeiramente dentina opaca, em seguida vem a
aplicação da dentina normal para formação do corpo do dente. Após a montagem do dente, o mesmo
deve ser removido do modelo e acrescido levemente em todo o seu volume, isto se faz necessário para
compensar a contração sofrida pela cerâmica durante sua cocção.

É aconselhável que se evite vibrações da cerâmica durante sua aplicação para evitar o
aprisionamento de ar e também a mistura das massas sobrepostas, deve-se aguardar a completa
secagem do dente na plataforma do forno, antes de sua cocção.

É bom lembrar que cocções em excesso podem alterar a cor e a translucidez da cerâmica.
Terminada a construção do dente, seu acabamento deve ser melhorado utilizando-se brocas especiais,
especificas para este tipo de trabalho.

60
Prótese Fixa

Em média a secagem da porcelana é realizada por 3 a 5 minutos na entrada do forno com a


temperatura inicial recomendada, introduza a peça na câmara do forno, já devidamente programado e
aguarde que atinja a temperatura final de cocção, sempre com o vácuo do forno lidado, obdecendo as
recomendações do fabricante da cerâmica empredada. A cada nova cocção diminua a temperatura em
aproximadamente 5°C a cada passo.

3.4- Caracterização: São oferecidas concentradas em estojos e fabricadas da mesma forma que os
vitrificados de cor, a partir de vidros de baixa fusão, podendo ser aplicadas em temperatura inferior à
sinterização da restauração. São empregadas como corantes superficiais ou para reproduzir linhas de
fraturas no esmalte, áreas de hipocalcificação ou utros defeitos no corpo da restauração.

3.5 - Glaze ou vitrificantes Superficiais: são pós cerâmicos que podem der adicionados a restauração
de porcelana, após ter sido fundida. Uma camada transparente e brilhante forma-se sobre a superfície
da porcelana em temperatura de sinterizaçâo inferior à do seu corpo. O resutado é uma superfie
brilhante ou semi brilhante, não porosa.

3.6 – Glaseamento: É a vitrificação da superfície da porcelana com o objetivo de fechar os poros e dar
brilho à mesma. O glaseamento pode ser natural ou com o uso de cerâmica própria para esta finalidade.
Quando se usa o pó de glase o dente deve ser secado na plataforma do forno e sua cocção é feita sem o
vácuo. Terminado o glaseamento, o interior da coroa é jateado com oxido de alumínio e sua borda
metálica é polida com borracha e feltro com abrasivo.

3.7- Indicações para Construção de Infra-estrutura: Para elaboração de coroas unitárias e parciais
que porteiormente serão revestidas com porcelana, devem ser construídas formas anatomicas reduzidas.
A espessura da perede da construção não pode ser inferior a 0,4mm para que a espessura minima do
metal, depois de desgastado, se encontre entre 0,3mm e 0,35mm. Durante a construçao deve-se evitar as
arestas vivas, as áreas sobrepostas e os sulcos profudos. Dever-se-a tentar conseguir transições suaves. É
importante que a construção das uniões proximais seja o suficientemente estável. Por motivos de
estabilidades, as uniões (próteses parciais) devem ser construidas na zona palatal com um pequeno
reforço interdental do tipo inlay. Em qualquer caso prevalecerão as indicações do fabricante do metal no
que se refere à construção da estrutura, ao revestimento, à adesão, ao desgaste, e à oxidação.

Contraçao: A contração da porcelana é consequência da perda de água durante a secagem e a cocção


da restauração, e que pode chegar a cerca de 5% do volume da restauração. A adição de porcelana pode
ser feita em qualquer etapa anteriormente apresentada, tomando cuidado com tipo de porcelana a ser
acrescentada, por conta de sua temperatura específica de cocção. O modelo estraficado (apicado) deve
sempre ser cerca de 5% maior que o definitivo para compensar a contração sofrida.

Sistemas Cerâmicos Livres de Metal (Metal Free)

A necessidade de se satisfazer a exigências da moderna odontologia, levou as industrias a lança-


se em uma louca corrida em busca de materiais capazes de atender de maneira satisfatória à odontologia
estética. Nos últimos anos foram colocados no mercado a disposição dos consultórios e laboratórios
dentais materiais como,porcelanas livres de metais com os sistemas: (EMPRESS 2, PROCERA, IN-
CERAM, FORTUNE, ETC).

SISTEMA PROCERA

61
Prótese Fixa

A alta exigência estética, aliada aos altos custos dos metais preciosos até então responsáveis ela
alta resistência e precisão de adaptação dos trabalhos cerâmicos, levou ao desenvolvimento dos
sistemas metal free.

Foi então que a empresa Nobel Biocare desenvolveu uma tecnologia extremamente avançada, o
equipamento CAD/CAM (Computer Aided Design / Computer Aided Manufactoring) denominado
sistema Procera. O sistema Procera foi inventado em 1981 por Mattis Anderson, onde a primeira coroa
clínica em titânio foi instalada em 1982, sendo adquirido este sistema pela Nobel Biocare em 1986. A
partir desta data aconteceu uma série de mudanças no sistema.

Inicialmente a tecnologia Procera foi desenvolvida para o processamento do titânio na confecção


de infra-estruturas para restaurações unitárias e mais tarde pilares para implantes e estruturas para
pontes fixas. A possibilidade de se transferir essa tecnologia para materiais sinterizados com alta
resistência como o óxido de alumínio e o zircônio, onde a perfeita adaptação marginal e
biocompatibilidade tornou o sistema Procera praticamente sem limites.

O sistema vem no decorrer dos anos possibilitando cada vez mais opções dentro da odontologia
estética restauradora, como copings unitários com espessuras que podem variar entre 0,4 e 0,6mm e
com opacidade (para mascarar fundos escurecidos ou translúcidos). As facetas laminadas também estão
disponíveis numa espessura de 0,5mm. Outras possibilidades são as pontes fixas de até 3 elementos e
pilares cerâmicos ou em titânio para vários sistemas de implantes.

A densidade, o tamanho das partículas e a resistência flexural desses materiais correspondem aos
padrões exigidos pela norma ISO 6474 – 1981 onde possuem uma resistência flexural segundo o
fabricante, de 69.9 a 70.8 Mpa.

Na técnica Procera é necessário um scanner, um computador (PC) e um transmissor de dados


(Modem ou Disco) para estação de trabalho. O troquel do dente preparado deve ser corretamente
beneficiado para evidenciar com clareza a linha de término do preparo que será mecanicamente
scaneado. O scanner possui uma ponta de safira que faz a leitura óptica da forma do troquel através de
um scaneamento circular, onde a cada volta 360 pontos são registrados, com uma leitura aproximada de
30.000 a 40.000 pontos. Esses dados são transferidos para a tela do computador onde será executado o
desenho do coping com sua respectiva emergência. Todos esses dados são transferidos para a estação de
trabalho na Suécia (Procera ® Sandvik AB Estocolmo), e um aumento de 18 a 20% do troquel original
é previamente programado para compensar a contração de sinterização do óxido de alumínio. Um pó de
óxido de alumínio de alta pureza é prensado sobre o troquel com altíssima pressão, conferindo ao
material uma alta densidade e resistência. A forma externa do coping é então fresado antes do processo
de sinterização que ocorre na temperatura de 1550º C., fazendo com que o coping tenha seu tamanho
original.

Dentro desse processo de produção a infra-estrutura do coping de Alumina pode estar em seu
laboratório em apenas uma semana garantido por um sistema de despacho internacional altamente
confiável, onde gastos com metais e sistemas de fundições é totalmente eliminado.

Convém salientar que nenhum deste sistema oferece resistência para ponte com mais de dois
pônticos. Portanto é indicado apenas para pontes pequenas, além de facetas e laminadas e restaurações
parciais.

Os novos materiais cerâmicos para facetas laminadas, incrustações, coroas e próteses parciais
fixas são extremamente atraentes devido a adaptação marginal, resistência a fratura e principalmente

62
Prótese Fixa

pela sua aparência estetica. Desta forma, novos materiais restauradores e sistemas de cimentação
entraram no mercado odontológico nos ultimos anos, possibilitando a resolução de inúmeras
dificuldades clínicas. Muitos modificados pelos fabricantes para se adaptarem as exigencias dos
consumidores Contudo, uma crítica que se deve fazer a respeito dessa prática, é que vários sistemas são
lançadas no mercado sem um devido acompanhamento longitudinal (Guazzato M et al, 2004).

Os sitemas restauradores apresentam-se em constantes atualização para se adaptarem as exigencias do


mercado mundial, para melhor compreenção dividimos os grupos cerâmicos em quatro:

1- Cerâmicas convencionais (feldspáticas)

2- Fundidas; injetadas ou prensadasa.

3- Infiltradas de vidro.

4- Blocos pré-fabricados, usinados em sistemas computadorizados (CAD-CAM)

1- Cerâmica convecional feldspática: Conhecida também como porcelana tradicional, é uma estutura
vítrea compôsta basicamente por dois minerias: feldspato e quartzo. O quartzo é a base das porcelanas
(fase cristalina). Quando o feldspato é misturado com varios óxidos metálicos e fundidos a altas
temperaturas forma-se a fase vítrea da porcelana. Como refoço para essa estrutura são incorporadas a
fase vítrea óxidos de silício, óxido de alumínio, óxido de potássio e outros. Tambem são utilizados
óxidos de estanho e titânio como opacificadores na tentatativa de reproduzir a aparência da estrutura
dental. (Prince et al, 1983), introduziu o conceito de próteses metalocerâmicas com ombro vestibular
cerâmico, ou seja borda vestibular da coroa sem metal, em cerâmica pura, tentando compensar algumas
limitações estéticas como a impenetrabilidade da luz na estrutura do metal, na alta reflexão da coroa e
das margens cervicais. O desejo de melhores propriedades estéticas e biocompatibilidade levaram ao
desenvolvimento de sistemas cerâmicos que dispensam o uso de metal.

2- Sistemas Cerâmicos injetados, fundidos ou prensados: São sistemas que possuem em comum o
fato de usarem para confecção de suas infra estruturas totalmentes cerâmicas, a idéia do padrâo de cera a
ser perdido no forno, já utilizada a anos para confecção de infra-estruturas metálicas. O procedimento
consiste na realização de ceroplastia convencional das restaurações. Os padrões são incluídos em um
revestimento refratário especial (cada fabricante disponibiliza no mercado aquele que melhor se adapta
ao seu sitema cerâmico), num anel conformador. Os moldes de cera são queimados em forno
convencional ou próprio para cada sistema, para depois serem direcionados a fornos específicos onde
pastilhas cerâmicas características dos sistemas injetados são fundidas e injetadas sob calor e pressão no
espaço negativo deixado pela cera perdida. Pós a aplicação da pressão os moldes são rapidamente
resfriados a temperatura ambiente, o sprue é recortado e a desinclusão é realizada por meio do uso de
jato de esferas de vidro.

As restaurações são adaptadas aos modelos de trabalho e caracterizadas com corante e então
glazeadas. Podem ser aplicadas porcelanas de corpo e incisal para completa-las, cada sistema possui
porcelanas de recobrimento e fornos específicos.

No mercado atualmente estão os disponíveis vários sistemas injetados, por exemplo: IPS Empress
(Ivoclar); IPS Sthetic (ivoclar); Cergogold (Degussa); OPC ( Jeneric/Pentron), Finesse All Ceramic
(Dentysply): Reforçada com cristais de leucita, com indicação para facetas, Onlays e inlays e coroas
unitárias. IPS Empress II(Ivoclar); Reforçada com Dissilicato de lítio; indicada para restaurações

63
Prótese Fixa

anteriores e pontes parciais até três elementos e, posteriores incluindo o primeiro molar como pôntico.
O pôntico não deve possuir largura superior a 7-8mm e não está indicado para extremos livres.

3 - Sistemas cerâmicos Infiltrados de Vidro: Representado basicamente pelo sistema In-Ceram (Vita).
Pode ser usado em coroas totalmente cerâmicas, estrutura de prótese parcial fixas, Inlay e Onlay. Ele é
apresentado em três formas: com Alumina, Spinell (uma mistura de alumina e magnesia) ou Zircônia,
possibilitando a fabricação de várias translucências pelo uso de diferntes técnicas. Os sistemas
infiltrados de vidro usam uma técnica conhecida como (slip casting) (Guazzato M et al, 2004), por meio
deste método o pó cerâmico constituido de finas particulas com alto conteúdo de alumina é misturado
com líquido especial e aplicado em camadas sobre modelo duplicado por meio da ação de capilaridade.
A umidade absorvida, aglomerando as particulas sobre o modelo, formando uma estrutura firme e
densa. Essa é esculpida e sinterizada em forno especial a temperatura de 1.140°C, em um ciclo de 11
horas. As partículas se fundem formando uma estrutura cristalina organizada. O alto conteúdo de
alumina confere um aspécto branco opaco a infra-estrutura, e com baixa resistência. Mediante uma
segunda cocção a 1100ºC, por 3 a 5 horas a infra estrutura de óxido de vidro é infitrada com vidro
fundido, obtendo elevada resitência e tornando-se translucente (Botino MA et al, 2000). Sobre essa
armação são aplicada de forma convencional as massas de corpo de dentina e esmalte (técnica de
estratificação).

3.1- In-Ceram Spinell: utiliza mistura de alumina e magnésio e deve ser sinterizada em ambiente a
vácuo. Possui translucidez duas vezes maior que o In-ceram alumina porque o índice de refração de sua
fase cristalina é mais próximo ao vidro e sua infiltração a vácuo permite menor porosidade. Portanto, o
In-Ceran Spinell, é indicado em situações que se deseja o máximo de translucidez nas estruturas. O In-
Ceram Alumina possui resistência flexural média de 594 Mpa pela técnica Slip ( Guazzato M. et al,
2004), enquanto o In-Ceram Spinell possui valores de resitência flexural 15 a 40% menores . Como
materiais que possuem resistência flexural ao redor de 150 mpa são inadequados para coroas de dentes
posteriores, estão indicados portanto apenas para facetas e inlay e onlays.

3.2- In-Ceram Alumina: possui um grande conteúdo de alumina com o tamanho das partículas
variando entre 0,5 a 3,5mm, e contração de sinterização de 0,3%, o que produz uma controlada
microestrutura organizada. O pequeno tamanho das partículas associada a baixa contração e o proceso
simples de confecçâo, produz uma adequada confiabilidade marginal para coroas unitárias (Botino MA
et al, 2000).

3.3- In-Ceram Zircônia: compõe-se de mistura entre óxido de Zircônia e óxido de alumina como
material para realização de infra-estrutura, posssibilitando o aumento na tenacidade e elevaçâo da
resistência flexural, enquanto mantém os procedimentos de infiltração do vidro fundido no interior da
estrutura. O óxido de alumina consiste em 67% da estrutura cristalina o restante é composto por óxido
de zircônia tetragonal. O aumeto da resitência também é conseguido pela incorporação de partículas
de óxido de zircônia que possuem maiores valores de tenacidade dentre os materiais cerâmicos.

O In-Ceram zircônia é incado para coroas unitárias posteriores, pontes fixas de três elementos
incluíndo prótese sobre implantes.

4 - Sistemas Computadorizados: São sistemas que se utilizam do processo computadorizado


CAD/CAM ( Computer Aided Designe/ Computer Assited Machinig) para realização de restauraçoes
dentárias. Atualmente quase todas as grandes empresas do setor odontológico possuem seus sistemas
automatizados de produção de restaurações dentárias. Os procedimentos consistem basicamente na
obtenção do molde pelas técnicas convencionais e confecção de modelos de gesso. O troquel deve ser
realizado para poder permitir o escaneamento do preparo com um sistema de scanner. No caso do

64
Prótese Fixa

Sitema Procera® (Nobel) o troquel é posicionado em plataforma rotatória, que realiza voltas de 360°.
Uma sonda com a ponta esférica de safira realiza, a partir de uma linha de terminação, a coleta de
dados, onde a cada volta completada a sonda é elevada automaticamente em 200’’’’’m de forma
contínua, realizando mapeamento global (Anusavice KJ, 1996). Após o scaneamento, o operador
manipula a imagem gerada pelo scanner. O primeiro aspécto definido nas infra-estruturas é término
cervical, para tanto a cada 18°, o ponto mais proeminente na margem do preparo, totalizando 20 pontos
no total. Após a delimitação da margem do preparo, são definidos o perfil de emergência e a espessura
em que a infra-estrutura será confeccionada . O sistema In-Ceram® também disponibiliza o processo
computadorizado para confecção de infra-estrutura em óxido de alumínio as quais posteriormente
serão infiltradas de vidro, este processo recebe o nome de Dry-pressed, utilizando sistema Celay®
(Mikrona Technologies), sendo que um bloco de cerâmica é desgastado por um disco impregado por
diamante cujos movimentos de translação são guiados por sinais gerados por computador. Essas
restaurações são fornecidas como pequenos blocos que podem ser desgatados na forma de incrustações
facetas estéticas . As desvantagens das restaurações CAD/CAM incluen a necesssidade de
equipamentos de alto custo, falta de controle de processamento computadorizado para ajuste oclusal e a
sensibilidade técnica do procedimento de captação óptica dos dentes preparados. Sendo que pelos
valores obtidos por (Guassato M, 2004), não se encontrou diferenças estatistica significante entre os
procedimentos computadorizados e manuais após a infiltração do vidro fundido nas infra-estruturas de
In-Ceram.

Tomada da cor

A cor é um fenômeno luminoso (vermelho, verde, marrom, amarelo) ou percepção visual que
permite a diferenciação de objetos que, de outro modo parecia idêntico. A cor depende de três fatores:

1 - O observador

2 - O objeto observado

3 - A fonte de Luz

Cada um destes fatores é uma variável e quando qualquer um deles é alterado muda-se a
percepção da cor.

Há muitas pessoas que tem algum tipo de deficiência para observar cores e são incapazes de
distinguir algumas delas. É importante que o observador tenha consciência, e chame outra pessoa
treinada para selecionar a cor.

À luz que incide sobre um objeto (dente) é modificada por absorção, absorção, ou refração de
parte ou de toda a energia luminosa, dando lugar a uma determinada tonalidade de cor. Entretanto as
diferentes partes do mesmo objeto pode mostrar diferentes magnitudes deste fenômeno Ao escolhermos
a cor de um dente, o fator mais importante é a luminosidade. Se em uma escala de cores não se
encontra o tom exato devemos escolher o mais claro próximo a cor desejada, pois é mais fácil colorir o
dente para tonalidades mais fortes do que tonalidades mais fracas sem torná-lo opaco quando se tenta

65
Prótese Fixa

fazer alterações acentuadas no matiz ou na saturação de uma cor a luminosidade diminui, tornando o
dente sem vida. A cor do dente deve ser escolhida com ele e a escala molhados. Antes de selecionamos
uma cor, devemos estar certo de que o dente está limpo e sem manchas. Tudo o que for capaz de distrair
a observação da cor tais como maquiagens carregadas, batons avermelhados, óculos devem ser
removidas antes de se tomar a cor. O paciente deve estar sentado em posição vertical e com a boca ao
nível do observador. O observador deve se posicionar entre o observado e a fonte de luz. Para evitar o
cansaço da retina e a misturas de matizes numa verdadeira confusão, as observações devem ser de no
máximo 15 segundos. A cor deve ser tomada sempre que possível com luz natural em dia de sol e com
o observado na sombra. Desta forma evitamos a confusão visual, e obtemos corres bem mais próximas
das corres do dentes remanescentes.

Escalas para tomada de cores

Existem várias escalas para tomada de corres dos dentes, no tocante a prótese fixa a tomada de
cor deve ser feita com escalas confeccionadas com o mesmo material com o qual iremos construir o
dente. Se o dente for confeccionado em resina acrílica então a cor deve ser tomada com escala em
resina acrílica. As resinas acrílicas melhoradas possuem escala própria. As porcelanas dentais, e os
cerômeros fotoativados também possuem uma escala própria confeccionado em cerâmica. A escala
Farbsckala vita-lumin e a escala 3D MASTER são escalas universais, por tanto todos os trabalhos
confeccionados em cerômeros e porcelana devem ser tomada a cor e comparados sempre com uma
destas escalas.

Técnica de se tomar a cor dos dentes remanescentes para ser aplicada na prótese em
construção

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Prótese Fixa

A cor é um fenômeno luminoso (vermelho, verde, marrom, amarelo) ou percepção visual que
permite a diferenciação de objetos que, de outro modo parecia idêntico. A cor depende de três fatores:

1 - O observador

2 - O objeto observado

3 - A fonte de Luz

Cada um destes fatores é uma variável e quando qualquer um deles é alterado muda-se a
percepção da cor.

Há muitas pessoas que tem algum tipo de deficiência para observar cores e são incapazes de
distinguir algumas delas. É importante que o observador tenha consciência, e chame outra pessoa
treinada para selecionar a cor.

À luz que incide sobre um objeto (dente) é modificada por absorção, absorção, ou refração de
parte ou de toda a energia luminosa, dando lugar a uma determinada tonalidade de cor. Entretanto as
diferentes partes do mesmo objeto pode mostrar diferentes magnitudes deste fenômeno Ao escolhermos
a cor de um dente, o fator mais importante é a luminosidade. Se em uma escala de cores não se
encontra o tom exato devemos escolher o mais claro próximo a cor desejada, pois é mais fácil colorir o
dente para tonalidades mais fortes do que tonalidades mais fracas sem torná-lo opaco quando se tenta
fazer alterações acentuadas no matiz ou na saturação de uma cor a luminosidade diminui, tornando o
dente sem vida. A cor do dente deve ser escolhida com ele e a escala molhados. Antes de selecionamos
uma cor, devemos estar certo de que o dente está limpo e sem manchas. Tudo o que for capaz de distrair
a observação da cor tais como maquiagens carregadas, batons avermelhados, óculos devem ser
removidas antes de se tomar a cor. O paciente deve estar sentado em posição vertical e com a boca ao
nível do observador. O observador deve se posicionar entre o observado e a fonte de luz. Para evitar o
cansaço da retina e a misturas de matizes numa verdadeira confusão, as observações devem ser de no
máximo 15 segundos. A cor deve ser tomada sempre que possível com luz natural em dia de sol e com
o observado na sombra. Desta forma evitamos a confusão visual, e obtemos corres bem mais próximas
das corres do dentes remanescentes.

Fatores que interferem na interpretação da cor

A dinâmica da luz influencia diretamente a qualidade estética dos trabalhos em região anterior .
Opalescência ocorre mais no esmalte absorve parte da luz que corresponde a sua cor. O resto do
conjunto de cores e o espéctro de luz, passam sem dificuldadse e definem assim a sensação de cores
percebidas. A opalescência também inflencia certa parcela de luz (frequência curta – parte azul), mas
essa parcela de luz não é absorvida e sim dinfundida (aberta). Fluorescência é a capacidade de um
corpo transformar a luz altamente energética (ultra violeta) em luz de baixa energia (azul até o branco).
O maior efeito percebesse na raiz e no âmbito da estrutra do dente. O esmalte demonstra fluorescência
mais fraca. O profissional pode avaliar os seus trabalhos com uma luz negra modificada. Atualmente
usa-se muito o termo vitalescência para definir o aspécto vital da estrutura dentária. Assim a aparência
de uma porcelana após a sua sinterização é o resultado da interação de fenômenos ópticos complexos:
cor, translucidez, opalecência e fluorescência (Magne P. Belser U, 2003)

Cor: para sua melhor compreensão e seleção devemos entender quatro pontos básicos:
1- Matiz
2- Valor

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Prótese Fixa

3- Croma
4- Metamerismo

1- Matiz: É a primeura dimensão da cor. “É a propriedade que nos permite distinguir uma família de
cor da outra, como o vermelho do amarelo, do azul ou do roxo”.

As escalas Lumin Vacum para escolha do matiz e croma, estão subdivididas em :

A: Marrom: A1, A2, A3, A3,5 A4;

B: Amarelo: B1, B2, B3, B4;

C: Cinza: C1, C2, C3, C4;

D: Vermelha: D2, D3, D4;

Ex: Ao escolhermos as Matizes: A,B,C,D, estaremos escolhendo as Cores; Marrom, Amarelo,Cinza, e


Rosa respectivamente.

2 - Valor : intensidade (brilho) É a segunda dimensão da cor. É a qualidade que nos permite distinguir
uma cor clara de uma cor escura. Ex: Numa escala de valor de 1 a 10, o nível 1 seria baixo e preto, o
nível 10 seria alto e branco e nível 5 seria o cinza neutro.

3 - Croma (saturação): É a terceira dimensão da cor. È a qualidade da pureza ou intensidade do Matiz,


ou gráu de saturação do pigmento que vai do alto (saturação de pigmento escuro) ao baixo (menor
saturação e mais claro). Ex: Ao escolhermos A2 ou A3, escolhemos o matiz marrom só que A2 é mais
claro (menos saturada) que o A3. Assim temos um mesmo matiz, porém cromas diferentes.

4) Metamerismo: As vezes as cores parecem iguais, mesmo quando são composta por diferentes
curvas de transmissão espectral. Entretanto, quando a iluminação é alterada, a semelhança aparente é
perdida. Ex: um dente pode parecer um cor 66 sob a luz artificial do consultório, porém se aproximar da
luz natural em uma janela pode parecer uma cor 69.

Efeitos Biológicos

As porcelanas dentais são inertes e não se tem registro de reações tissulares adversas, assim como a
possível abrasão na dentição antagonista, no que diz respeito a aspiração do pó é prudente que tanto o
técnico em Prótese dentária quanto o cirugião dntista se protejam com máscara no momento de
desgasta-la com instrumentos rotatórios evitando a aspiração de partículas de cerâmica.

Cerâmica versus periodonto

Em alguns casos. Na confecção de uma prótese em metalocerâmica, como em qualquer outra prótese
fixa, a compressão sobre as papilas e a gengiva marginal é inevitável, em razão da disparidade entre a
quantidade de tecido dental removido e as dimensões mínimas necessárias à restauração protética. O que
fazer?

O tecido periondontal não tolera sobrecontorno de restaurações protéticas na região gengival, e por
outro lado há um limite para o desgaste que se pode executar em tecido dental. Muitas vezes a estética,
tem ser sacrificada e as coroas construidas, usando revestimento estético somente na face vestibular

68
Prótese Fixa

(coroa Venner). Na confecção de prótese em metalocerâmica, como em qualquer outra prótese fixa, a
manutenção dos espaços adequados para a acomodação das papilas gengivais e a limpeza perfeita, deve
ser tanto prioritária quanto a obtenção de adaptação marginal e oclusão funcional.

Restaurações Metal Free

Segundo Lee Gro a palavra porcelana veio do italiano “porcella”, diminutivo da palavra porco,
devido à semelhança com o aspecto da concha, osso do pescoço daquele animal e o material em
questão.

Os chineses foram, sem dúvida, os descobridores da porcelana. No ocidente, ainda segundo Lee
Gro, somente por volta de 1709, Boettcher fez o primeiro cozimento de uma massa que se supõe seja
porcelana. Mais tarde, em 1759, na Inglaterra, Wedgewood conseguiu obter a porcelana semi-vítrea, e
na França, Duchateau e Chemant anunciaram a confecção de dentes artificiais de porcelana, também
mais ou menos nessa época.

A primeira aplicação de porcelana na confecção de coroa oca foi no ano de 1902, executada por
Land. Porém, somente depois de 1916, com os trabalhos de Scheneider é que a coroa oca de porcelana
se tornou aplicável com vantagens sobre os outros materiais.

Costuma-se definir a coroa oca de porcelana, como uma peça protética destinada a restaurar toda
a porção coronária de um dente no que se refere ao esmalte.Uma coroa de porcelana quando bem
executada, preenche os requisitos indispensáveis de um bom trabalho protético, tais como:Estética - é
possível obter-se coroas na mesma cor, tamanho, forma, manchas, abrasão, etc., em tudo semelhante
aos dentes naturais. Assim, podemos restaurar por meios protéticos dentes esteticamente aceitáveis.

Proteção à polpa – como porcelana é má condutora de calor, no preparo do dente, mesmo desgastando
todo o esmalte e mais uma parte da dentina, a coroa oca protege a polpa isolando dos choques térmicos.

Tolerância gengival – O glaseamento da porcelana torna a superfície vitrificada. A gengiva tolera


perfeitamente a superfície sem apresentar sinais de irritações. É por esse motivo que no preparo do
dente pode-se levar o degrau do lado vestibular, até um pouco abaixo da borda gengival sem receio de
provocar traumatismo.

Resistência à abrasão – é um material dotado de grande resistência à abrasão. Assim, após a


colocação, deve-se Ter o cuidado de dar um ligeiro lixamento na face que entra em contato com o dente
antagonista removendo o glaseamento a fim de permitir acompanhar a abrasão natural dos dentes do
arco.

Ao lado das vantagens indiscutíveis da coroa metal free podemos observar ainda algumas desvantagens
tais como:

Fragilidade – Uma das grandes desvantagens desse tipo de coroa é a pouca resistência aos choques
antes de sua cimentação, pois é friável por excelência; qualquer golpe mais forte com a prótese sem
total apoio interno é suficiente para fraturar a mesma. Uma vez apoiada internamente com o cimento a
mesma não corre risco de fraturas

Duplicação do modelo – Este processo torna-se oneroso, pois os materiais envolvidos custam mais, a
mão de obra despendida é maior, exige mais habilidade e conhecimento sobre materiais por parte dos
técnicos, exige uma aparelhagem diferenciada para sua execução.

69
Prótese Fixa

Contração na cocção – Esta propriedade negativa do material, constitui um dos motivos da falta de
adaptação deste tipo de coroa. Reparos nas dimensões contatos interproximais devem ser corrigidos
antes de sua remoção do modelo refratário, pra não surpreender o profissional com correções em fases
impossíveis de ser realizadas. Este problema atualmente se encontra minimizado em face das novas
porcelanas desenvolvidas para esta finalidade.

Este tipo de restauração, a mais estética das coroas totais que a odontologia restauradora tem para
oferecer, eram antes feitas em porcelana de alta fusão. Devido à tendência à fratura deste tipo de
restauração, são utilizados compostos que contém cristais de alumina, para reforço. O uso deste tipo de
reforço reviveu o uso da coroa de jaqueta de porcelana e a maioria delas são atualmente feita de
porcelana aluminizada.

O núcleo mais interno da coroa que envolve o preparo é feito de uma porcelana aluminizada que
contém de 40 a 50% de alumina. Uma porcelana com alto teor de alumina apresenta aproximadamente,
o dobro da resistência da porcelana vítrea normal. Os cristais de alumina aumentam sua resistência
bloqueando a propagação de trincas. Nesse processo devemos duplicar o modelo e vazar com o
revestimento refratário apropriado obtendo um troquel refratário, sobre o qual aplicamos uma fina
camada de porcelana seladora aluminizada. Apos sua secagem cocção e resfriamento continuamos com
a aplicação da cerâmica de dentina para construção do dente da forma convencional. A peça protética só
será removida do modelo após sua cocção final, acabamento e glazeamento, estando assim pronta para
ser fixada na boca do paciente.

Elementos básicos da cerâmica dental

A porcelana dental possui três componentes que são o Feldspato, o Caolim e o Quartzo, que são
variáveis de acordo com o fabricante e também o emprego.

O principal constituinte do Feldspato é o óxido de silício, presente na forma de óxido de sódio,


óxido de alumínio, óxido de cálcio e óxido de potássio. Quando ele se funde forma um material vítrio
que dá à porcelana sua translucidez. O quartzo material com alto ponto de fusão atua como matriz, que
por sua vez forma um esqueleto refratário em torno do qual se fundem os outros componentes,
contribuindo para que a restauração de porcelana mantenha sua forma durante a cocção.

O caolim é uma argila, material pegajoso que une as partículas entre si mantendo a forma
anatômica do dente quando ainda está montado, e mesmo durante sua secagem antes da cocção.
As porcelanas de média e baixa fusão são fabricadas por meio de um processo chamado "calcinação",
onde as matérias primas da porcelana são fundidas, resfriadas bruscamente e trituradas, reduzidas a um
pó, de grânulos extremamente fino.

SISTEMAS PLÁSTICOS COM REFORÇO INTERNO NÃO METÁLICO

São as fibras/cerômeros que compõem os sistemas: TÁRGIS/VÉCTRIZ , RIBBOND/RESINAS


HÍBRIDAS. Estes materiais oferecem facilidades na confecção, alta resistência e grande fidelidade de
cor, possibilitando a construção de dentes bem próximos do natural.

Os Cerômeros Fotoativados, compósitos com carga cerâmica estão cada vez mais ganhando
espaço dentro da odontologia estética.

O TÁRGIS é um material de revestimento restaurador estético, que devido à facilidade e


praticidade de manipulação e aplicação proporciona aos técnicos e dentistas, condições de construírem

70
Prótese Fixa

dentes com o aspecto bem mais natural. Neste tipo de trabalho a estrutura reforçada interna é construída
com fibra de vidro. O VÉCTRIZ como é chamada a fibra, recebe o recobrimento com o TÁRGIS,
formando o sistema TÁRGIS/VÉCTRIS.

A viabilidade do uso de prótese fixa adesiva se baseia essencialmente no processo de adesão


(colagem) a estrutura dental, a partir do condicionamento ácido do esmalte dentário. Com a incessante
busca de um material que satisfaça plenamente as necessidades estéticas cada vez mais exigida por
pacientes, a industria desenvolveu também um outro sistema o Cerômero reforçado com fibras de
polietileno conhecida no mercado com o nome de RIBBOND. Assim como o VÉCTRIS o RIBBOND
também é usado como estrutura interna para substituir o metal nas próteses estéticas, conferindo lhes
resistência.

Cerômeros fotoativados indiretos

O BISGMA – Bisfenol e Metacrilato de Glicidíla é o cerômero (material restaurador indireto) que


usamos no laboratório. Esse material agora chamado de cerômero fotoativável, por ter sua estrutura
química composta da seguinte forma: uma matriz orgânica, um agente de união, partículas inorgânicas,
pigmentos corantes e alguns inibidores. O BISGMA favoreceu o comportamento da resina conferindo-
lhes vantagens como: pouco tóxica, bio-compatível, não libera calor durante a polimerização, não é
volátil e possui pequeno coeficiente de contração em relação às resinas acrílicas.

Em 1995 foi lançado no mercado mundial outro material composto onde o BISGMA foi trocado
pelo material orgânico POLIGLASS, que tem de 4 a 6 grupos de moléculas na cadeia de polimerização
enquanto que o BISGMA é bi-funcional. Já com o POLIGLASS há uma maior ligação na cadeia de
carbono, com isso aumentou-se o CROSS-LINKED, conseqüentemente o desgaste deste cerômero é
menor, e também melhorou as propriedades físicas e mecânicas do material matriz.

O BISGMA teve seu processo de polimerização alterado melhorando suas propriedades físicas e
mecânicas, os cerômeros que possuem o BISGMA na sua polimerização final deve-se usar um gel
transparente inibidor de oxigênio para que sua também superfície seja polimerizada. Atualmente
esses materiais quando polimerizados corretamente não absorvem água da saliva e como conseqüência
sofrem mínima expansão e possui maior resistência às alterações de cor. As partículas de Carga são
microscópicas e de natureza inorgânica cuja finalidade é melhorar as propriedades físico-químicas
principalmente a instabilidade da matriz, quanto mais partículas de carga tiver o cerômero, menor será
a sua contração de polimerização.

Os materiais mais utilizados como Carga são a sílica coloidal, o quartzo e o vidro cerâmico.
Quanto menor forem as partículas de Carga maior será a translucidez do cerômero, para unir as
vantagens das micro-partículas (translucidez) com as macro-partículas (resistência ao desgaste) foi
acrescentada à sua fórmula química o vidro de Bário como resultado cerômero se tornou um material
híbrido com maior resistência ao desgaste e maior radiopacidade facilitando o trabalho do Técnico. É
importante observarmos o aparelho de fotoativação desses materiais, pois, nem sempre o
endurecimento do material garante sua polimerização completa (cura) possibilitando absorção de
líquidos e alteração na cor. A Canforoquinona que é a substância fotossensibilizadora exige uma
potência adequada de luz para sua total ativação.

Os cerômeros de cores escuras tem polimerização mais lenta e menor profundidade, portanto é
importante que se polimerize camadas de no máximo 0,3mm e expostas ao feixe de luz que varia de 20
a 80 milessegundos dependendo da quantidade de Carga contida no material. Atualmente são utilizadas
fibras de reforço como infra-estruturas desenvolvidas para esta finalidade dentre elas podemos destacar

71
Prótese Fixa

o RIBBOND, o VECTRIZ, o CONNECT, o GLASSPAN, o FIBREFLEX. Convém lembrar que


somente a fibra de vidro pode ser cortada com tesoura convencional as demais necessitam de tesouras
especiais.

Todos estes cerômeros poderão ser aplicados sobre as fibras de reforço ou sobre estruturas
metálicas devidamente preparadas e opacificadas.

Na construção de próteses mistas metaloplásticas é muito importante o planejamento da estrutura


metálica, uma vez que ela é fator determinante do resultado que se espera deste tipo de trabalho
protético. Para obtermos resultados que satisfaçam nossas expectativas precisamos nos ater a certos
detalhes sobre forma e posicionamento das partes integrantes da estrutura metálica e que, estão
diretamente ligados ao sucesso ou ao fracasso do nosso trabalho.
Estruturas metálicas bem planejadas, com aceitável nível de adaptação marginal garantem
apenas parcialmente o sucesso da prótese. Durante a fase de construção da estrutura metálica devem ser
assegurados espaços que garantam uniformidade de espessura do revestimento plástico, detalhe que
garantirá homogeneidade de cor nos dentes artificiais.
Cuidados devem ser tomados na criação de retenções mecânicas que, se volumosas ou altas poderão
comprometer a estética vestibular dos elementos, e também, com o diâmetro dos conectores que
poderão comprometer a estética do trabalho como um todo, por não permitir a simulação de separação
entre os elementos artificiais. O técnico deverá observar detalhes sobre a técnica empregada e ter um
mínimo de conhecimento sobre o revestimento plástico utilizado para alcançar os resultados desejados.
Antes de iniciarmos a aplicação do revestimento estético é necessário que se faça um tratamento na
estrutura metálica, especialmente nas superfícies que receberão o revestimento. Este tratamento
consiste no jateamento das superfícies com óxido de alumínio, lavagem ultra-sônica, lavagem com jato
de vapor, e secagem com jato de ar comprimido, a partir daí devemos evitar tocar nas superfícies
limpas, para não contaminá-las. Aplicamos primeiramente o condicionador de metais, aguardamos sua
completa secagem e em seguida iniciamos a aplicação do opacificador em finas e sucessivas camadas, e
que devem ser polimerizadas, a cada uma delas. Tomando sempre cuidado para que o opacificador não
fique acumulado em certos pontos, dificultando a aderência do revestimento à superfície metálica
tratada. Concluída esta etapa podemos então iniciar a aplicação do revestimento plástico: iniciamos
sempre no terço cervical e concluímos no terço inciso-oclusal.
A exemplo do opacificador, o revestimento estético também deve ser aplicado em finas e
sucessivas camadas e polimerizadas a cada uma delas.
Exemplificamos de uma forma simples a montagem de dentes com cerômero fotoativado em uma ponte
fixa de três elementos. Iniciamos a construção, aplicando massa cervical no terço cervical, também no
terço oclusal deve ser aplicado massa cervical com o intuito de carregar um pouco mais a coloração no
fundo dos sulcos e fossas.
Nas proximais, aplicamos uma camada mais fina de massa cervical e a recobrimos com dentina
na cor do matiz do dente, a fim de criar uma discreta cromatização nestas regiões. Agora podemos
finalmente dar volume ao dente utilizando para isto, dentina na cor previamente selecionada definindo
sua forma anatômica e funcional, respeitando o limite de espaço para a colocação das massas incisais, e
translúcidas.
Na fase de construção dos dentes podemos personalizá-los com o uso de massas de efeito e
corantes para caracterizações, afim, de torná-los iguais aos dentes remanescentes buscando harmonia e
estética na reabilitação protética. Convém ressaltarmos, que esta não é uma regra geral para se construir
dentes artificiais, mas uma forma pessoal de se trabalhar. É, dever do técnico, estar sempre em busca de
novos avanços tecnológicos a fim, de melhorar seus trabalhos e assim satisfazer a expectativa do
paciente.

Próteses Fixas Provisórias

72
Prótese Fixa

É de fundamental importância a confecção e instalação de provisórios funcionais em todos os


trabalhos de reabilitação por prótese fixas. Pois elas tem a função de manter o afastamento, promover o
condicionamento gengival e estabilidade de eqüidistância e paralelismo entre os futuro pilares da ponte
fixa e tambem a manutenção do espaço protético para prótese multiplas e unitárias.

Na confecção de próteses fixas provisórias poderão ser utilizados uma variedade de materiais,
dentre eles, dentes de estoque e resina acrílica termo polimerizável, auto polimerizável, ceras para
escultura. Na hipótese de os provisórios terem que permanecer longo tempo na boca do paciente então é
conveniente que se faça uma ceroplastia total dos elementos que deverão ser incluídos em gesso e
prensados com resina termopolimerizável. Polimerizados e bem acabados, respeitando a perfeita
adaptação marginal e o seu perfil de emergencia e obviamente a estética. A peça protética provisória
terá terá forte influência na receptividade da prótese permanente pelo paciente.

Molde de transferência e modelo Transferido

A moldagem de transferência é obtida jjá com a infra-estrutura metálica devidamente encaixada


nos dentes pilares, com o objetivo de produzir um modelo com mais resistência e confiabilidade.
Concluída a moldagem a estrutura metálica deverá sair no negativo do molde, então isolamos o interior
dos coping’s com vaselina em pasta ou similar, e os preenchemos com resina acrílica auto
polimerizável. Com a resina ainda na fase plástica introduzimos nos coping’s algum dispositivo que
sirva de retenção entre a resina e o gesso para formação do modelo. Em seguida completamos o
vazamento com o gesso. A finalidade do vazamento dos coping’s com resina é tão somente para evitar o
contato da massa cerâmica com o gesso que é altamente contaminante, e evitar que os núcleos se
quebrem com as sucessivas retiradas da peça do modelo, durante o acabamento dos dentes em
cerâmica. Este processo nos permite fazer um acabamento mais preciso da prótese no término cervical
dos elementos retentores.

73
Prótese Fixa

Bibliografia Consultada

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Dálvio GuidiDan Mihail Fichman

PREPAROS DE DENTES COM FINALIDADE PROTÉTICA

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MANUAL DE PRÓTESE FIXA

H. T. Shillinmburg

ATLAS METALO-CERÂMICA Nº 1

Kurvata

PRÓTESE FIXA E PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL

Tadachi Tamaki

INTRODUÇÃO À OCLUSÃO FUNCIONAL

Major M. Ash

Sigurd P. Ramfyord

BRIDGE INLAY MANUAL

75
Prótese Fixa

Ney Company

PRÓTESE FIXA

ÉZIO T. Mainiere

REVISTAS PCL E APDESP

Índice

Introdução para o Estudo da Prótese Fixa..................................................................................................01

Considerações Gerais sobre Próteses Fixas ...................................................................................................02

Princípio de Construção de Ponte Fixa.......................................................................................................02

Principais Forças que atuam na arcada Dentaria de interesse Protético .....................................................05

Princípios Mecânicos Relacionados com Pontes Fixas...............................................................................06

Determinação das Forças de Mastigação.....................................................................................................07

Distribuição de Forças Sobre a Ponte Fixa..................................................................................................08

Princípios Mecânicos Relacionados com Pontes Fixas...............................................................................11

Planejamento do Número de Pilares para uma Ponte fixa..........................................................................12

Tabela de ANT...........................................................................................................................................13

Pontes Fixas................................................................................................................................................13

Classificação das pontes fixas .......................................................................................................................14

Elementos constituintes da ponte fixa........................................................................................................17

Núcleos com finalidade protética...............................................................................................................17

76
Prótese Fixa

Classificação dos Núcleos Protéticos.........................................................................................................18

Etapas de Construção dos Núcleos metálicos fundidos............................................................................19

Núcleos Protéticos estéticos.......................................................................................................................20

Restauração Metálica fundida (RMF).......................................................................................................22

Coroas Venner .................................................................................................................................................24

Construção de Modelos para Prótese fixa..................................................................................................25

Vazamento do Gesso..................................................................................................................................26
Importância do ModelodeTrabalho..............................................................................................................26
Procedimentos para o Vazamento................................................................................................................28

Modelo de Trabalho........................................................................................................................................29

Troquéis..........................................................................................................................................................29

Preparação dos Troquéis........................................................................................................................30

Modelo Troquelizado ....com Pinos...........................................................................................................31

Padrão de cera para Restauração metálica Fundida...............................................................................33

Revestimento para Fundição..................................................................................................................37

Inclusão do Padrâo de Cera..................................................................................................................38

Fundição................................................................................................................................................40

Prótese fixa Metalocerâmica..................................................................................................................43

. . ..Ceroplastia da Infra-estrutura Metálica..................................................................................................44

Forma da Infra- estrutura..................................................................................................................... 46

Solda e Soldagem..................................................................................................................................47

Cerâmica Dental....................................................................................................................................50

Propriedades Mecânicas das Cerâmicas Dental....................................................................................52

Classificação da Cerâmica Dental........................................................................................................53

Forma do Processamento Laboratorial..................................................................................................54

Forças de União da Cerâmica ao Metal.................................................................................................56

77
Prótese Fixa

Ligas Metálicas Para RMC....................................................................................................................57

Aplicação da Cerâmica sobre a Estrutura Metálica...............................................................................57

Sistemas Cerâmicos Livres de Metal........................................................................................................60

Sistemas CAD/CAM.............................................................................................................................63

Tomada da Cor..........................................................................................................................................64

Fatores Que Interferem na Tomada da Cor..........................................................................................66

Restauração Metal Free.........................................................................................................................67

Elementos Básicos da Cerâmica Dental...............................................................................................69

Sistemas Plásticos com Reforço Interno não Metálico.........................................................................69

Cerômeros Fotoativados Indiretos......................................................................................................69

Prótese Fixa provisória. ............................................................................................................................71

Molde de Transferência..........................................................................................................................71
..................................................................................................................................................................56

Modelo Transferido ..............................................................................................................................71

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