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O tratamento de água tem como objetivo remover partícula e impurezas presentes na água bruta,
A necessidade e o nível de tratamento a ser adotado dependem da qualidade da água bruta. A Resolução
CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005) classifica os corpos de água em diferentes classes de acordo com um
doce, a Resolução CONAMA 357/2005 considera que quatro classes podem ser utilizadas, com as seguintes
condições:
etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoração e correção do pH, conforme
indicado na figura abaixo.
Tratamento de Água 01 / 20
Legenda: TRATAMENTO EM CICLO COMPLETO OU CONVENCIONAL
A coagulação, também conhecida como mistura rápida, tem como objetivo preparar (desestabilizar) as
partículas coloidais para que as mesmas sejam removidas nas etapas posteriores do tratamento. Tal
processo ocorre com a adição de coagulantes como sulfato de alumínio, cloreto férrico e cloreto de
polialumínio (PAC)
Os principais critérios de projeto nesta etapa são gradiente de velocidade e tempo de mistura. O gradiente
de velocidade representa a intensidade em que a mistura ocorre, sendo representado pela equação abaixo.
Tratamento de Água 02 / 20
Onde:
V = volume (m3)
Para a coagulação, a NBR 12.216/92, recomenda gradientes de velocidade entre 800 s-1 e 1100 s-1 e tempo
de mistura não superior a 5 segundos.
A coagulação pode ocorrer na calha parshall, em um vertedor ou em tanque com misturador mecânico
Calhas Parshall são dispositivos, com dimensões padronizadas para diferentes larguras de garganta,
utilizados em estações de tratamento de água que, além de medir a vazão afluente, também podem ter a
finalidade de realizar a mistura rápida. O ressalto hidráulico que ocorre neste dispositivo possibilita a
mistura do coagulante com a água bruta.
Tratamento de Água 03 / 20
Legenda: CALHA PARSHALL VISTA SUPERIOR E CORTE
Tratamento de Água 04 / 20
Em um vertedor quando a lâmina de água que verte, conforme indicado na figura baixo, atingindo a parte
inferior do canal há uma grande dispersão de energia. Após a queda, parte dessa energia é dissipada no
ressalto que se forma à jusante, que pode ser utilizado para a dispersão do coagulante.
Outra possibilidade de dispersar o coagulante na água a ser tratada é utilizando mistura mecânica.
Misturadores mecânicos são responsáveis por movimentar a massa líquida e misturar o coagulante no meio.
Tratamento de Água 05 / 20
Na etapa de floculação, ou mistura lenta, partículas coloidais já desestabilizadas na etapa anterior
(coagulação) são colocadas umas em contato com as outras para que ocorra aglomeração entre tais
partículas e aumento no tamanho físico das mesmas. As partículas aglomeradas dá-se o nome de flocos, que
posteriormente serão removidos por sedimentação, filtração direta ou flotação.
A NBR 12216/1992 recomenda que para floculadores hidráulicos adote-se tempo de detenção com valores
entre 20 e 30 minutos e para floculadores mecânicos tempos entre 30 e 40 minutos. O gradiente de
velocidade máximo no primeiro compartimento deve ser de 70 s-1 e o mínimo, no último compartimento
igual a 10 s-1.
Os floculadores podem ser mecânicos ou hidráulicos (chicanas). Exemplos de misturadores mecânicos
Nos floculadores hidráulicos a agitação da água é obtida por meio de dispositivos que direcionam o fluxo e
conduzam a movimentos horizontais, verticais ou helicoidais.
Tratamento de Água 06 / 20
Legenda: FLOCULADOR HIDRáULICO DE FLUXO HORIZONTAL.
Na etapa de decantação (ou sedimentação), pela ação da gravidade, flocos tendem a sedimentar, resultando
na clarificação da água pela separação das fases sólida e líquida.
Tratamento de Água 07 / 20
Legenda: COMPORTAMENTO DO FLOCO NO DECANTADOR
depositados no fundo do decantador. Na outra extremidade, coleta-se a água clarificada através da calha
coletora, conforme representado na ilustração acima.
No caso dos decantadores de alta taxa considera-se que:
Tratamento de Água 08 / 20
“A ação de um tanque de sedimentação depende de sua área e não de sua profundidade,
uma subdivisão horizontal produziria uma superfície dupla para receber sedimentos, em
lugar de uma única, e duplicaria a capacidade de trabalho. Três subdivisões a triplicariam
e assim sucessivamente. Se o tanque pudesse ser cortado por uma série de bandejas
horizontais, o incremento da eficiência seria muito grande.”
RICHTER E AZEVEDO NETTO, (1991)
Tratamento de Água 09 / 20
Legenda:
Tratamento de Água 10 / 20
No entanto, em uma configuração como a representada acima, a remoção do lodo (flocos depositados nas
bandejas) não seria viável, pois a inclinação é nula ou muita baixa. Se as placas tiverem inclinação entre
50º e 60º ocorre processo de autolimpeza com lodo escoando continuamente, sendo este o processo mais
Legenda:
Tratamento de Água 11 / 20
- 1 unidade desde que não mecanizada
-Taxa de escoamento superficial de 25 m 3/m2 dia (Velocidade de sedimentação/vs=1,74 cm/min)
- Velocidade longitudional (v h): até 0,5 cm/s
Estações com capacidade entre 1.000 e 10.000m3/dia:
- 1 unidade se operar até 18 h/dia.
- No mínimo 2 unidades se operar mais de 18 h/dia.
- Se bem operada, taxa de escoamento superficial de 35 m3/m2 dia (vs=2,43 cm/min), do contrário taxa de 25
m3/m2 dia (vs=1,74 cm/min)
- Velocidade longitudional (v h): até 0,5 cm/s
Estações com capacidade acima de 10.000m3/dia:
- No mínimo 2 unidades
- Taxa de escoamento superficial 40 m3/m2 dia (vs=2,8 cm/min)
- Velocidade longitudional (v h): até 1,0 cm/s (bem operada com remoção contínua de lodo)
Onde:
Taxa = taxa de escoamento superficial (m3/m2 dia)
Q = vazão (m3/dia)
A = área útil da zona de decantação (m2)
Vs = velocidade de sedimentação (m/dia)
Velocidade longitudinal (vh)
A velocidade longitudinal é dada por:
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Onde:
vh = velocidade longitudinal (m/dia)
Q = vazão (m3/dia)
H = profundidade (m)
B = largura (m)
Se velocidade longitudinal for muito elevada pode ocorrer arraste do floco.
Relação entre comprimento (L) e largura (B)
Se o comprimento for relativamente pequeno a distribuição da água é dificultada. Se o comprimento for
relativamente grande pode resultar em elevadas velocidades longitudinais, causando arraste de flocos. Os
valores mais comuns para a relação L/B são entre 3 e 4 (Richter e Azevedo Netto,1991).
Tempo de detenção hidráulico (TDH)
Período que as partículas e moléculas de água permanecem no decantador.
Onde:
TDH= tempo de detenção hidráulico (dia ou horas)
V = Volume do decantador (m 3)
Q = vazão (m3/dia)
Altura do decantador
Para decantadores convencionais, Richter e Azevedo Netto (1996) recomendam profundidade entre
3,5 e 4,5 m.
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Filtração (Filtro Rápido Descendente)
A filtração tem como objetivo a retenção de impurezas (sólidos em suspensão e coloidais, microrganismos)
através da passagem da água por um material poroso. No tratamento convencional é responsável pela
remoção de partículas que eventualmente não foram retidas no sedimentador.
A filtração pode ser classificada em rápida (elevada taxa de filtração) ou lenta (baixa taxa de filtração) e em
ascendente ou descendente em função do sentido do fluxo de água no filtro.
Em estações de tratamento convencionais os filtros rápidos de fluxo descendente são os mais utilizados,
podendo apresentar meio filtrante de camada simples ou camada dupla.
Filtros de camada simples
Nos filtros de camada simples o material filtrante é composto por areia. O material filtrante é colocado sob
camadas de pedregulho com diferentes faixas granolumétricas, denominada camada suporte. Abaixo da
camada suporte há uma laje com fundo falso para saída da água filtrada, conforme indicado pela figura
abaixo.
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Legenda: FILTRO DE CAMADA SIMPLES
- Camada de areia com no mínimo 45 cm de espessura (tamanho efetivo de 0,4 a 0,45 mm e coeficiente de
uniformidade de 1,4 a 1,8);
Tratamento de Água 15 / 20
- Camada suporte com no mínimo 25 cm de seixo rolado (pedregulho) com material distribuído em estratos
com granulometria.
Taxa máxima de 180 m3/m2 dia (NBR 12216/1992)
Filtros de camada dupla
Os filtros de camada dupla, além de areia, contam também com antracito (carvão mineral) como material
filtrante, conforme indicado abaixo.
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Legenda: FILTRO DE CAMADA DUPLA.
Tratamento de Água 17 / 20
O uso de antracito permite aumento das taxas de filtração e remoção de sabor e odor, além de prolongar o
intervalo entre lavagens do filtro.
O excesso de flúor pode causar a fluorose dental, portanto o limite máximo recomendado deve ser atendido.
Correção do pH
O valor do pH deve ser mantido na faixa de 6,0 a 9,5 na rede de distribuição (Portaria 2914/2011). Valores
elevados de pH podem causar incrustações na rede de distribuição. Por outro lado, valores baixos podem
causar corrosão.
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ATIVIDADE FINAL
A. 0,45 m³
B. 27 m²
C. 450 m³
D. 27.000 m³
A. 6,91 m²
B. 2,24 m²
C. 4,72 m²
D. 0,211 m²
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A. L = 2,0 m e B = 0,7 m
B. L = 5,6 m e B = 1,87 m
C. L = 21,0 m e B = 7,0 m
D. L = 10,2 m e B = 3,4 m
REFERÊNCIA
BRASIL. Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Disponível
em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 28 out 2016.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS nº 2914, de 12/12/2011.: Dispõe sobre os procedimentos de controle e
de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. 2011.
NBR 12.216/1992 – Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público.
RICHTER, C. A.; AZEVEDO NETTO, J. M. D. Tratamento de água: tecnologia atualizada. São Paulo: Edgard
Blücher, 1991.
SANTIAGO, A. F. Disponível em: http://www.em.ufop.br/deciv/departamento/~anibal/index.php?
menu=3&disc=139e141 (http://www.em.ufop.br/deciv/departamento/~anibal/index.php?
menu=3&disc=139e141). Acesso em março de 2014.
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