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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE

ÁGUA: COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE REGULAGEM DE VAZÃO


Elisa Alberton Machado 1*; Guilherme Santanna Castiglio 2; Luiz Augusto Endres 3

Resumo – Este trabalho apresenta medidas de eficiência energética voltadas para sistemas de
abastecimento de água, tendo como foco os sistemas de bombeamento. Em sistemas de
abastecimento de água, o conjunto moto-bomba é o responsável pela maior parte do consumo
energético, sendo, também, a maior oportunidade para ações de eficientização. Uma prática bastante
comum para regulagem de vazão é o uso de válvulas reguladoras de vazão a jusante da bomba. No
presente trabalho, compara-se o controle da vazão pelo uso de válvula reguladora e pela variação da
velocidade de rotação do motor que aciona a bomba. Os ensaios realizados mostram que o controle
da vazão com variação da velocidade de rotação é a opção que conduz à maior economia no
consumo de energia do sistema. Uma curva de vazão horária típica de um sistema de abastecimento
de água na Região Metropolitana de Porto Alegre foi utilizada como exemplo das variações de
vazão para realização dos ensaios. Os ensaios foram realizados no Laboratório de Eficiência
Energética e Hidráulica em Saneamento (LENHS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS).

Palavras-Chave – Eficiência Energética. Sistema de Abastecimento de Água.

ENERGY EFFICIENCY IN WATER SUPPLY SYSTEMS: COMPARISON OF


FLOW REGULATION METHODS
Abstract – This work presents energy efficiency measures applied to water supply systems,
focusing on pumping systems. In water supply systems, the motor and pump are responsible for the
greatest share of the energy consumption, being, as well, the greatest opportunity to efficiency
actions. A very well known practice to flow regulation is the use of flow retainers valves
downstream of the pump. In this work, it is compared the flow regulation through the use of
retainers valves and through the variation of the motor rotational speed that triggers the pump. The
experiments realized show that the flow regulation using variation of the motor rotational speed is
the option that consumes less energy. A typical hour flow curve of a water supply system from
Porto Alegre metropolitan area was used as an example of the flow variation on the experiments.
The experiments were executed at Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica em
Saneamento (LENHS) of the Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Keywords – Energy Efficiency. Water Supply System.

1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Pesquisas Hidráulicas. elisaalbertonmachado@gmail.com.
2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Pesquisas Hidráulicas. guilhermecastiglio@gmail.com
3
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Pesquisas Hidráulicas. endres@ufrgs.br

XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1


INTRODUÇÃO
Eficiência energética é um conjunto de ações diversas que culminam na redução da energia
necessária para atender às demandas da sociedade, ou seja, atender às necessidades da economia
com menor uso de energia primária e, portanto, menor impacto no meio ambiente (MME 2011).
O saneamento apresenta oportunidades para o desenvolvimento de ações de redução do
desperdício de energia elétrica. Além disso, sabe-se que o saneamento básico no Brasil encontra-se
aquém do nível satisfatório de atendimento (Magnin et al 2004). Essas informações indicam que
ações de eficiência energética podem levar ao atendimento melhor e maior, lembrando que
eficiência energética no abastecimento de água deve buscar menor consumo energético com, no
mínimo, a mesma garantia de abastecimento e qualidade da água (Bahia et al 1998).
A busca pela eficiência energética, de fato, em sistemas de abastecimento de água é um
assunto relativamente novo. Muitos dos sistemas hoje em operação foram projetados em uma época
em que os gastos com energia eram pouco relevantes no abastecimento de água (MME 2011).
Mesmo que o custo da energia elétrica represente, atualmente, 13,14% dos gastos de um sistema de
abastecimento de água (MC 2013), a maioria das concessionárias não tem como uma preocupação
principal a redução do consumo energético, mas a qualidade e a quantidade da água fornecida à
população. As metas estão em ampliar os sistemas existentes e implantar novos, porém sem as
medidas de eficiência energética na concepção dos projetos. Ainda falta o entendimento que a
eficientização desses sistemas pode gerar aumento da produção e do faturamento dessas
companhias, principalmente se as ações de eficiência forem implantadas desde o início do projeto.

REFERENCIAL TEÓRICO
Perda de carga é a perda de energia que ocorre dentro de uma tubulação quando um fluido se
desloca no seu interior. Desta forma, medidas visando a redução da perda de carga podem
representar um potencial significativo de redução no consumo energético (MME 2011). Em
sistemas de abastecimento de água, geralmente são consideradas somente as perdas de carga
lineares, uma vez que as perdas de carga singulares são relativamente pequenas e podem ser
desprezadas quando, em média, existe um comprimento de 1000 diâmetros entre duas
singularidades (Streeter e Wylie 1982).
No entanto, algumas singularidades podem representar um valor de perda de carga que não
pode ser desprezado, como no caso das válvulas reguladoras de vazão. É bastante comum a
regulagem da vazão através de registros, pois é uma maneira simples de fazer a bomba operar em
qualquer dos pontos de sua curva característica compreendidos entre a vazão nula e aquela
correspondente ao registro totalmente aberto (Gomes et al 2009). O uso da válvula para regulagem
da vazão, pela forma como atua, traz o aumento da perda de carga inerente ao seu fechamento e,
consequentemente, aumento do consumo de energia elétrica no acionamento do conjunto motor-
bomba (ELETROBRÁS 2009).
A regulagem de vazão através de registros é utilizada quando é necessária a variação da vazão
ao longo do tempo. Por exemplo, sistemas com bombeamento direto na rede e sem reservatório ou
sistemas com distribuição em marcha e reservatório a jusante. Uma alternativa à regulagem de
vazão por válvulas é o uso de conversores de frequência para variação da rotação do motor de
acionamento da bomba (Tsutiya 2006). O conversor de frequência permite variar a velocidade do
motor em função da variação da frequência (Tonial 2014) da tensão de alimentação e sua aplicação
para modulação da carga proporciona economia de energia, visto que reduzindo a frequência reduz-
se a velocidade angular e, consequentemente, a potência demandada.
Os dois métodos citados de variação de vazão provocam alterações distintas no ponto de
trabalho do sistema. O fechamento do registro de vazão modifica a curva do sistema (Çengel et al

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2007), enquanto a variação da rotação modifica a curva da bomba (Gomes et al 2009). A Figura
1(a), a seguir, representa esquematicamente as curvas da bomba e do sistema originais. O ponto de
trabalho 1 indica o funcionamento da bomba a uma vazão Q1 fornecendo uma altura H1. Quando a
válvula reguladora de vazão é fechada, cria-se perda de carga extra, o que modifica a curva do
sistema. A curva da bomba permanece igual. Essa situação é apresentada na Figura 1 (b). A nova
curva do sistema passa a cruzar a curva da bomba em um ponto de trabalho (2) diferente do anterior
(1), que corresponde a uma vazão Q2 menor que Q1 e a uma altura manométrica H2 maior que H1.
Saindo da situação (1) para a situação (2) o comportamento usual do sistema é um incremento no
consumo de energia.
A redução na rotação do motor estabelece uma nova curva da bomba. A Figura 1 (c)
exemplifica essa situação. A nova curva da bomba, ao cruzar a curva do sistema, resulta um novo
ponto de trabalho 3, que indica uma vazão Q3 menor que Q1 e uma altura manométrica H3 também
menor que H1. Essa nova altura manométrica H3 requer menor potência do motor, resultando em
menor consumo de energia.

(a) (b) (c)


Figura 1 – Representações esquemáticas de (a) Curva da bomba e curva do sistema iniciais, (b ) Curva do sistema com
fechamento da válvula, (c) Curva da bomba com variação da rotação

ANÁLISE EXPERIMENTAL
Apresentação do Laboratório
O Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento (LENHS) integra o
Laboratório de Obras Hidráulicas (LOH), localizado no Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O LENHS foi construído através de
cooperação Técnico-Financeira entre as Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás, a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (FAURGS).
O LENHS-IPH conta com uma bancada fixa (Figura 2) onde estão instalados equipamentos
que podem ser utilizados no setor de saneamento, como medidores de vazão eletromagnéticos,
válvulas com acionamento elétrico e eletro-pneumático, medidores de vazão intrusivo tipo turbina,
medidores de nível, medidores de pressão, entre outros. Através da bancada fixa são realizadas
simulações de redes hidráulicas, análise da eficiência de equipamentos e dimensionamentos
econômicos e hidráulicos de redes de abastecimento de água. Os equipamentos de medição são
controlados por sistemas integrados de automação capazes de controlar a execução, coleta de dados
e a emissão de relatórios relativos às grandezas elétricas, mecânicas e hidráulicas envolvidas nos
ensaios em modelo experimental para simulação operacional de sistemas de abastecimento de água.
A interface de comunicação foi desenvolvida com a ferramenta E3 da empresa Elipse Software e
permite a monitoração de toda a planta do laboratório, de onde pode-se visualizar todos os
instrumentos eletrônicos de medição e operar todos os instrumentos de controle. Em seguida será
mostrada a tela de vista geral do sistema.

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Ensaios
Os ensaios realizados tinham o objetivo de determinar o consumo de energia do conjunto
motor-bomba em relação à vazão. Para tanto, a vazão foi regulada de duas maneiras: por
estrangulamento de válvula (ensaio 1) e por variação da rotação do motor (ensaio 2). Assim, os dois
métodos foram comparados para encontrar o mais eficiente energeticamente.
Como referência, tomou-se uma curva de consumo de água de uma estação de tratamento de
água localizada na região metropolitana de Porto Alegre, fornecida pela concessionária responsável.
A curva com a vazão de consumo horária está indicada no Gráfico 1 e Tabela 1, a
seguir.

Figura 2 - Vistas parciais da bancada fixa do LENHS-IPH

Tabela 1 –Vazões real e do laboratório

Demanda horária
140
120
100
Vazão [m³/h]

80
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
hora do dia [h]
Gráfico 1 - curva de vazão de consumo horária
A bancada fixa do laboratório não suporta vazões da magnitude de um sistema real de
abastecimento de água. Portanto, a variação diária de consumo foi tomada em porcentagem em
relação ao valor máximo. Dessa forma, a vazão máxima da curva real foi relacionada à vazão
máxima atingida pelo laboratório, assim como as outras vazões horárias. A Tabela 1 apresenta os
valores da curva real, as respectivas porcentagens e as vazões utilizadas no laboratório em relação
às horas do dia. Tendo estabelecida a curva de consumo teórica, foram realizados os ensaios
utilizando-se os dois métodos citados anteriormente para controle da vazão.
A Figura 3 mostra a tela de vista geral do sistema, que é um esquema da bancada fixa. O
reservatório à direita é o reservatório inferior, e o reservatório à esquerda é o elevado. À esquerda
do primeiro reservatório, ficam as três bombas. A tubulação em cor cinza indica a malha de

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consumo e a tubulação verde indica a linha de aferição de vazão. O conduto azul central, entre as
duas, leva a água ao reservatório superior. Através das válvulas, diversos caminhos e situações de
bombeamento podem ser estabelecidos para a água, porém aqui somente será apresentado o que foi
utilizado neste estudo. A Figura 3 abaixo também apresenta o caminho percorrido pela água na
tubulação da bancada fixa durante os ensaios, marcado em vermelho. A água era bombeada do
reservatório inferior pelo conjunto moto-bomba indicado pela seta verde e seguia até a válvula
globo reguladora de vazão, indicada pela seta vermelha e, em seguida, passava pelo medidor de
vazão, indicado pela seta azul. Após, era conduzida de volta para o reservatório inferior.

Figura 3 - Tela de vista geral do sistema como aparece no supervisório de controle


Quando a vazão determinada é atingida, o sistema é programado para gravar os parâmetros
necessários durante dois minutos, com aquisições de valores a cada dois segundos. Os parâmetros
monitorados e as unidades correspondentes estão apresentados abaixo.
Parâmetros medidos do motor: frequência (Hz), torque (Nm), fator de potência (-), potência
ativa ou mecânica (W), potência reativa (VAr), potência aparente (VA), tensão (V), corrente
elétrica (A), rendimento (-),fator de carga (-);
Parâmetros medidos da bomba: vazão (L/min), potência hidráulica (W), rendimento (-).
Assim, para cada valor de vazão, obteve-se sessenta medições de cada um dos parâmetros
indicados acima. A média de cada conjunto desses sessenta valores foi, então, relacionada a cada
valor de vazão.
Ensaio 1: controle da vazão por válvula estranguladora a jusante
Nesse ensaio, a vazão horária foi estabelecida pelo estrangulamento de uma válvula globo a
jusante da bomba, conforme mostrado na Figura 3, anteriormente. A rotação do motor (e,
consequentemente, da bomba) foi mantida a 60 Hz (rotação nominal), resultando na vazão máxima
que o conjunto é capaz de bombear nessas configurações. A válvula foi fechada gradativamente até
a vazão atingir o valor determinado para aquisição dos parâmetros.
A válvula globo é uma singularidade na tubulação que apresenta maior perda de carga
conforme se diminui seu percentual de abertura. Assim, vai impondo maior resistência à passagem
da água e exigindo maior potência do motor, com consequente maior consumo de energia.
Ensaio 2: controle da vazão por variação da frequência do motor
Nesse ensaio, a vazão horária foi atingida pela variação da frequência de rotação do motor. A
válvula globo a jusante foi mantida totalmente aberta. Diminuindo-se a rotação do motor, as pás da
bomba giram com velocidade angular menor, transportando menos água por unidade de tempo, ou
seja, diminuindo a vazão.

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É esperado que o consumo de energia seja menor quando o controle da vazão é feito por meio
da variação da frequência do motor, se comparado com o controle feito por fechamento de válvula.
O fechamento da válvula cria uma perda de carga singular e demanda mais energia do motor para
que a água passe através da válvula. Mesmo que a bomba não esteja funcionando em seu ponto de
máxima eficiência com a mudança da rotação do motor, esta técnica para regulagem de vazão pode
ser a mais econômica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Gráfico 2 indica o consumo de energia para o ensaio 1(válvula reguladora) e para o ensaio
2 (variação da rotação) de acordo com a vazão. Observa-se que o ensaio 2 apresenta menor
consumo de energia em relação ao ensaio 1, com exceção do ponto de vazão máxima, onde os
consumos de energia se igualam. Para entrega da vazão máxima, é necessário que o registro esteja
totalmente aberto e a bomba esteja trabalhando com máxima rotação, configurando as mesmas
condições nos dois ensaios.

Energia Consumida
8
7 ensaio 1 -
6 rotação 100%
E [Kwh]

5 ensaio 2 -
4 rotação variável
3
2
1
0
0 100 200
300 400 500 600
Vazão [L/min]
Gráfico 2 - consumo de energia para o ensaio 1(válvula reguladora) e para o ensaio 2 (variação da rotação)
O Gráfico 3 abaixo apresenta a energia consumida em relação à hora do dia em cada ensaio.
Novamente, pode-se perceber que o ensaio 2 tem menor consumo de energia. Apresentando o
consumo de energia em relação ao horário, observa-se mais uma vantagem da proposta contida no
ensaio 2: menor consumo de energia durante o horário de ponta do consumo de energia elétrica.
Energia consumida
8
7
6
E [kWh]

5
4
3 ensaio 1 - rotação
2 100%
1 ensaio 2 - rotação
variável
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
hora do dia [h]
Gráfico 3 - energia consumida em relação à hora do dia em cada ensaio

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Os Gráfico 4 apresenta comparações das potências ativas do motor e das potências hidráulicas
da bomba nos ensaios 1 e 2. Conforme esperado, o ensaio 2 apresenta potências menores para as
vazões baixas e potências iguais ao ensaio 1 na condição de vazão máxima. Considerando as perdas
energéticas no conjunto motor-bomba, a potência mecânica é maior que a potência hidráulica nos
dois ensaios, como era de se esperar.
Potências Mecânica e Hidráulica
3000 Potência Mecânica
ensaio 1 - rotação
2500 100%
Potências [W]

Potência Mecânica
2000 ensaio 2 - rotação
variável
1500 Potência Hidráulica
ensaio 1 - rotação
1000 100%
500 Potência Hidráulica
ensaio 2 - rotação
0 variável
0 400 200600
Vazão [L/min]
Gráfico 4 - comparações das potências ativas do motor e das potências hidráulicas da bomba nos ensaios 1 e 2
Quanto aos rendimentos, os resultados também apresentaram-se conforme o esperado. O
Gráfico 5 mostra os rendimentos do motor e da bomba para cada ensaio. O ensaio 1 apresentou
rendimentos mais altos para ambos motor e bomba. Porém, mesmo com rendimentos mais altos, o
consumo energético foi superior, conforme visto anteriormente no Gráfico 2.
Rendimentos
85
80 bomba -
ensaio 1
Rendimento [%]

75
70 bomba -
65 ensaio 2
60 motor -
55 ensaio 1
50 motor -
45 ensaio 2
40
200 300 400 500 600
Vazão [L/min]

Gráfico 5 – Rendimentos do motor e da bomba

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os sistemas de saneamento no Brasil encontram-se aquém do necessário em termos de
atendimento à população. Em decorrência disso, ações de eficiência energética são colocadas em
segundo plano por serem ainda consideradas medidas qualitativas, que só devem ser implantadas
depois de atingidas as quantidades necessárias. Existe aí um pensamento ultrapassado, pois sabe-se
que as ações de eficiência energética, quando implantadas no início de um projeto, podem ampliar
seu alcance. A regularização da vazão com o uso de válvulas ainda é uma realidade na maioria dos
sistemas de bombeamento, mesmo sabendo-se que existem outros métodos mais eficientes, como
foi mostrado nesse trabalho.

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O laboratório onde foram realizados os ensaios não pode ser considerado um modelo
proporcional por não possuir semelhanças dimensionais com um sistema real de bombeamento. Por
isso, a quantificação da economia de energia em um sistema real não pode ser realizada, mostrando-
se apenas que o método de regularização de vazão com variação da velocidade de rotação do motor
é mais eficiente. Da mesma forma, os custos de implantação de um sistema com essas
características ou a otimização de um sistema já existente não puderam ser estimados e comparados
com os custos de um sistema comum. A medição do consumo de energia em estações de
bombeamento reais que utilizem os dois métodos de regularização de vazão é uma grande
possibilidade para trabalhos futuros, pois permitirá também a quantificação do consumo em escala
real e a previsão de custos.
Este estudo limitou-se a comparar o consumo energético do conjunto motor-bomba em duas
situações de controle da vazão. Não foi verificada a necessidade das pressões exigidas na rede para
a distribuição de água. Fica assim, uma oportunidade para a continuidade do estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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